Acordem ! A dívida de Portugal a 10 anos está altíssima
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Boas:
Já vi escritas várias ideias acerca das consequências de um default ou reestruturação da nossa dívida.
Tenho umas questões.
No caso disto acontecer, qual o cenário para um detentor de OT's ou CT's?
Podem ter de assumir perdas?
Podem ter de esperar mais pelo ressarcimento do capital investido?
Ou é garantido? Só não o é em caso de bancarrota.
Senão, porque fojem os fundos de pensões?
Obrigado.
Já vi escritas várias ideias acerca das consequências de um default ou reestruturação da nossa dívida.
Tenho umas questões.
No caso disto acontecer, qual o cenário para um detentor de OT's ou CT's?
Podem ter de assumir perdas?
Podem ter de esperar mais pelo ressarcimento do capital investido?
Ou é garantido? Só não o é em caso de bancarrota.
Senão, porque fojem os fundos de pensões?
Obrigado.
Como Sócrates - Cicuta. Quando mais não restar, somente cicuta.
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- Registado: 18/12/2007 23:16
pdcarrico Escreveu:
Provavelmente se o rating de Portugal baixar a B, a yield vai possivelmente disparar para cima de 10%, pois nessa altura o que resta de investidores como fundos de pensões e outros terá de sair a qualquer preço das OT's.
Aproveito aqui a "deixa" para confirmar o seguinte.Há bancos, como o bancobig, que facultam aos seus clientes a possibilidade de negociarem obrigações do tesouro.(não falo de certificados de tesouro, mas de obrigações).A confirmar-se este cenário, e por esta ordem de ideias, é desejável esperar um pouco mais, pois caso o FMI entre por aqui a dentro, é expectável que apareçam em negociação obrigações com uma taxa de juro de cupão maior, dado que esses fundos estão a desfazer-se delas.Sobretudo, podemos tirar ainda mais partido das crescentes yields?Sou leigo nestas questões, mas a minha duvida é esta, não é desejável esperar um pouco mais de modo a calibrar um melhor ponto de entrada?Isto, para o caso de o investidor estar disposto a assumir os riscos, e queira, é este o caso, manter as obrigações até à data de maturidade.
“Successful trading is really very simple. Buy a stock at the right time and sell it at
the right time.”«Mel Raiman»
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Boas,
E finalmente os mercados começam a reagir com mais força aos sinais políticos (e da esfera financeira) que vêm deste pobre país (protetorado Alemão??), notando-se que mesmo a Bolsa pode sair (em baixa já vai andando) do marasmo do Ulisses.
Seria bom que o Ulisses atualizasse a sua análise (mesmo sem vídeo) para identificar possíveis suporte em caso de queda acentuada no âmbito da crise política e dos episódios que daí advirão no curto / médio prazo.
Abraço
dj
E finalmente os mercados começam a reagir com mais força aos sinais políticos (e da esfera financeira) que vêm deste pobre país (protetorado Alemão??), notando-se que mesmo a Bolsa pode sair (em baixa já vai andando) do marasmo do Ulisses.
Seria bom que o Ulisses atualizasse a sua análise (mesmo sem vídeo) para identificar possíveis suporte em caso de queda acentuada no âmbito da crise política e dos episódios que daí advirão no curto / médio prazo.
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
O fundo apenas proporciona, como o nome indica, fundos (emprestados).
Mas sendo um país deficitário é preciso que as medidas sejam implementadas (e resultem) para haver a garantia que a dívida será paga. Nenhum fundo é ilimitado se o país continuar a ser deficitário.
Quando vemos as yields a subir, mesmo depois do fundo, é porque o mercado tem mais dúvidas sobre a real capacidade do país em vir a pagar as dívidas (e se isso acontece é porque não acredita nas medidas em curso, seja por incapacidade interna, seja pela conjuntura económica).
EDIT: Upsss, a minha resposta cruzou-se com a do Pedro, que já tinha respondido ao Pocoyo.
Mas sendo um país deficitário é preciso que as medidas sejam implementadas (e resultem) para haver a garantia que a dívida será paga. Nenhum fundo é ilimitado se o país continuar a ser deficitário.
Quando vemos as yields a subir, mesmo depois do fundo, é porque o mercado tem mais dúvidas sobre a real capacidade do país em vir a pagar as dívidas (e se isso acontece é porque não acredita nas medidas em curso, seja por incapacidade interna, seja pela conjuntura económica).
EDIT: Upsss, a minha resposta cruzou-se com a do Pedro, que já tinha respondido ao Pocoyo.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
pocoyo Escreveu:
Ok, mas o risco na verdade diminuiu. Não?
Porque é que as empresas de rating baixam o rating após recorrer ao fundo?
Isso é uma pergunta para fazer às agências. Como deves saber as agências tinham ratings de investment grade para a AIG ou para o Bear Sterns semanas antes do seu colapso ...
Neste caso, podem até ter razão, mas a capacidade de pagamento depende de critérios que têm de se arbitrar e nem o mais bem-intencionado analista pode assegurar que não erra.
Por exemplo um crescimento económico de 0,5% ou uma recessão de 3% por ano, numa janela de meia dúzia de anos, pode produzir cenários completamente distintos em termos de sustentabilidade.
Basta que eles tenham revisto em baixa um crescimento médio para os próximos anos para entender que a economia não gerará receita fiscal suficiente para pagar toda a dívida. E provavelmente o financiamento do FMI, como aliás sempre acontece, deve ser preferencial e à frente das obrigações. Ou seja havendo menor probabilidade de honrar o pagamento, a agência atribuirá um rating piorado.
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:pocoyo Escreveu:AutoMech Escreveu:Pocoyo, as yields resultam da venda de obrigações que alguém já comprou antes e que agora tem nas mãos.
Dá-nos a ideia de que alguém para comprar pede um juro maior (yield superior) porque acha que o risco aumentou e quem vende está disposto a um preço inferior para se livrar do papel.
Ok, já entendi.
Pensei é que depois de ter acesso ao fundo não havia risco de não serem pagas (essas obrigações).
Como a pata já aqui escreveu, a degradação dos ratings obriga a uma venda automática de obrigações por parte de investidores como fundos de pensões ou outros fundos sem risco. Ora tradicionalmente estes são os agentes que mais investem em dívida pública por serem instrumentos de investimento com risco limitado.
Se os mercados têm pouca liquidez e por efeito de uma degradação do rating, aparecem estes vendedores, sem ninguém com força do lado da compra, então as obrigações caiem de valor e as yields sobem.
Provavelmente se o rating de Portugal baixar a B, a yield vai possivelmente disparar para cima de 10%, pois nessa altura o que resta de investidores como fundos de pensões e outros terá de sair a qualquer preço das OT's.
Ok, mas o risco na verdade diminuiu. Não?
Porque é que as empresas de rating baixam o rating após recorrer ao fundo?
migluso Escreveu:AutoMech Escreveu:E quando ouço há meses que não precisamos de ajuda externa, sabendo que o BCE já tem 30% da nossa dívida pública...
Só os loucos acreditam...Sem ofensa...
Para descontrair

"Cerca de 30% dos portugueses sofrem de perturbações mentais. Sócrates recolhe 30% da preferência de voto dos Portugueses"
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
pocoyo Escreveu:AutoMech Escreveu:Pocoyo, as yields resultam da venda de obrigações que alguém já comprou antes e que agora tem nas mãos.
Dá-nos a ideia de que alguém para comprar pede um juro maior (yield superior) porque acha que o risco aumentou e quem vende está disposto a um preço inferior para se livrar do papel.
Ok, já entendi.
Pensei é que depois de ter acesso ao fundo não havia risco de não serem pagas (essas obrigações).
Como a pata já aqui escreveu, a degradação dos ratings obriga a uma venda automática de obrigações por parte de investidores como fundos de pensões ou outros fundos sem risco. Ora tradicionalmente estes são os agentes que mais investem em dívida pública por serem instrumentos de investimento com risco limitado.
Se os mercados têm pouca liquidez e por efeito de uma degradação do rating, aparecem estes vendedores, sem ninguém com força do lado da compra, então as obrigações caiem de valor e as yields sobem.
Provavelmente se o rating de Portugal baixar a B, a yield vai possivelmente disparar para cima de 10%, pois nessa altura o que resta de investidores como fundos de pensões e outros terá de sair a qualquer preço das OT's.
Pedro Carriço
AutoMech Escreveu:E quando ouço há meses que não precisamos de ajuda externa, sabendo que o BCE já tem 30% da nossa dívida pública...
Só os loucos acreditam...

"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
AutoMech Escreveu:Pocoyo, as yields resultam da venda de obrigações que alguém já comprou antes e que agora tem nas mãos.
Dá-nos a ideia de que alguém para comprar pede um juro maior (yield superior) porque acha que o risco aumentou e quem vende está disposto a um preço inferior para se livrar do papel.
Ok, já entendi.
Pensei é que depois de ter acesso ao fundo não havia risco de não serem pagas (essas obrigações).
mancha preta Escreveu:Não o meu género é mais NICOLAU MAQUIAVEL, mas o que eu aprecio mesmo, é uma boa sardinhada ou uns choquinhos com tinta.![]()
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Um abraço AMIGLUSO.
Estou na Bolsa por Loucura.
LOL...
Tens razão, nada melhor que uma boa sardinhada bem regada...
Abraço
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Pocoyo, as yields resultam da venda de obrigações que alguém já comprou antes e que agora tem nas mãos.
Dá-nos a ideia de que alguém para comprar pede um juro maior (yield superior) porque acha que o risco aumentou e quem vende está disposto a um preço inferior para se livrar do papel.
Dá-nos a ideia de que alguém para comprar pede um juro maior (yield superior) porque acha que o risco aumentou e quem vende está disposto a um preço inferior para se livrar do papel.
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pocoyo Escreveu:migluso Escreveu:
Yield a 2 anos da Irlanda acima de 10,50%. Qual a solução?
Qual o interesse dessas yields se a irlanda agora usa o fundo com taxas mais baixas?
E já agora porque é que continuam a subir?
O interesse será analisar como o mercado vê actualmente a situação irlandesa daqui a 2, 3 anos.
Continuam a subir porque o mercado não acredita que a Irlanda consiga cumprir as suas obrigações quando terminar o pacote de ajuda.
Cumps
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Juros da dívida nacional renovam recordes sucessivos
23 Março 2011 | 10:24
No dia que poderá marcar o fim da era Sócrates, que é também a véspera da decisiva cimeira europeia, os juros da dívida nacional estão a renovar máximos históricos. As taxas das obrigações do Tesouro a cinco anos superaram os 8,15%.
As taxas da dívida nacional não são as únicas a subir nesta altura, entre os países da chamada “periferia” europeia, mas são claramente aquelas sob maior pressão, horas antes da votação do PEC IV no parlamento.
Os investidores estão a exigir um juro de 8,135% para negociarem dívida nacional a cinco anos, um agravamento de 15 pontos base.
“Os investidores estão a reagir à incerteza política em Portugal”, diz ao Negócios Richard McGuire, um analista do Rabobank. A subida dos juros (especialmente acentuada nos prazos mais curtos) “mostra que os mercados estão a incorporar uma intervenção”.
A crise política poderá ser o "gatilho definitivo" para essa intervenção, já que "se for eleito um novo Governo, será fácil pedir ajuda e atirar as culpas para o Executivo anterior", disse Richard McGuire.
No prazo a 10 anos, o agravamento é menos acentuado, com as taxas a subirem oito pontos base para 7,578%.
Com isto, a margem de risco exigida pelos investidores para a compra de dívida portuguesa em detrimento da dívida alemã aumenta para 433 pontos base.
Em simultâneo, o custo de um “credit default swap” sobre dívida portuguesa (uma espécie de seguro contra incumprimento) saltou para os 530 pontos-base, muito perto dos máximos históricos tocados no início do ano, nos 550 pontos.
Os partidos da oposição devem hoje aprovar as resoluções que chumbam o PEC IV, um cenário que o primeiro-ministro já admitiu por diversas vezes que conduzirá à demissão do Governo.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=475079
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Exacto Migluso, esse é o grande risco neste momento. O default de um país, ainda que sério, é ultrapassável com a reestruturação da dívida (e provavelmente sem sequer ter de haver default parcial).
O problema é a consequência para o sistema bancário, que por sua fez significará a asfixia da economia. Faltar crédito para comprar carros, viagens ou televisões não traz mal nenhum ao mundo, agora faltar financiamento para o sistema produtivo é uma catástrofe.
E quando ouço há meses que não precisamos de ajuda externa, sabendo que o BCE já tem 30% da nossa dívida pública...
O problema é a consequência para o sistema bancário, que por sua fez significará a asfixia da economia. Faltar crédito para comprar carros, viagens ou televisões não traz mal nenhum ao mundo, agora faltar financiamento para o sistema produtivo é uma catástrofe.
E quando ouço há meses que não precisamos de ajuda externa, sabendo que o BCE já tem 30% da nossa dívida pública...

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Drecksack Escreveu:Mas....não foram os portugueses que votaram no PS ?
Não é a maioria que está a ler este tópico que votou nesses palhaços ?
Pois é...
Não são palhaços, são loucos...

Ouçam mas é a TSF... Lá é que se está a discutir no preciso momento o futuro de Portugal...

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AutoMech Escreveu:Já que o Tribunal de Contas é um mero bibelot ao menos que venha alguém de fora policiar (seja o governo de direita ou de esquerda).
Nem mais. Apesar de eu não ver solução para o problema, ao menos os portugueses ficariam a saber a verdade sobre a real situação financeira do país.
Já foi postado no caldeirão, mas vou voltar a postar a parte mais importante.
Soros:
Em primeiro lugar, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira tem de resgatar tanto o sistema bancário como os Estados-membros. Isto permitirá reestruturar a dívida soberana sem se precipitar uma crise bancária.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=474621
Yield a 2 anos da Irlanda acima de 10,50%. Qual a solução?
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- irish 2y bond yield.png (6.5 KiB) Visualizado 6876 vezes
Editado pela última vez por migluso em 23/3/2011 12:19, num total de 1 vez.
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