Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Ministro Fin. admite mais austeridade para cumprir o défice

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por AndreEsteves » 28/2/2011 21:44

Duvido muito que o povo vá quebrar o silencio, mas se isso acontecer não vai ser para brincadeiras. Acho que vou ficar com medo nessa altura. xD
"Os homens mudam pouco e então os portugueses quase nada"
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 21
Registado: 3/3/2010 21:36
Localização: 15

por e-finance » 28/2/2011 21:28

A questão do momento é: Até quando é que o povo vai aguentar em silencio?
Quanto mais tempo demorar maior vai ser o estouro.

Cumps.
Don't run a race that doesn't have a finish line.
Turney Duff
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 666
Registado: 20/8/2010 21:23

por pepi » 28/2/2011 20:26

MiamiBlueHeart Escreveu:Viva a austeridade

"O actual Governo de José Sócrates já criou 42 grupos de trabalho, 20 comissões, dois conselhos, dois grupos consultivos, uma coordenação nacional, um observatório e uma estrutura de missão desde que tomou posse no final de 2009. A pesquisa efectuada pelo PÚBLICO nos despachos publicados em Diário da República permitiu concluir que há grupos de trabalho que se sobrepõem a comissões, e comissões que se justapõem a outras e à actividade que deveria ser realizada por organismos e entidades já existentes na Administração Pública."

A única profissão com futuro neste país é ser Boy..

Insultuoso para quem tem que pagara crise.


Qual crise? Ahhh, a crise europeia:

Sócrates diz que “Europa já fez erros demais”

O primeiro-ministro afirmou hoje que a resposta à actual crise de dívida soberana tem de ser europeia.
Ao falar durante uma conferência em Lisboa promovida pela Reuters e a TSF sobre a crise de dívida soberana, José Sócrates disse que "na base desta crise não está um excesso de Estado, está uma deficiência, uma falha no sentido em que [o Estado] devia estar presente onde não esteve".
Para o primeiro-ministro "tudo isto começou com agências de notação a dar triple A a produtos de subprime", o que foi "uma actuação irresponsável e aconteceu porque não houve regulamentação para a impedir".
José Sócrates reforçou que "esta é uma crise soberana europeia, é uma crise do Euro" e reiterou que o Governo "fará tudo o que for necessário" para cumprir as metas do défice de 4,6% este ano, incluindo adoptar mais medidas de austeridade, tal como disse horas antes o ministro das Finanças Teixeira dos Santos.


Faltam-me adjectivos para qualificar este monte..........
 
Mensagens: 935
Registado: 17/3/2009 14:43
Localização: 16

por tonirai » 28/2/2011 19:39

Bull Bull Escreveu:
Tridion Escreveu:
PequenoInvest Escreveu:Acho bem. Ainda me sobram uns trocos no final do mês e ainda tenho margem para que me subam os impostos.
Consigo sobreviver com pão e água e um pouco de leitinho. 75 € chega-me para isso tudo.
Venham de lá mais impostos


Eu vou cortar 50% no tabaco...vou passar a fumar um cigarro por dia. :lol:


Olha, comecei a fumar tabaco de enrolar e a minha mulher do normal, as vezes fumo também do normal.
Sente-se na poupança

Eu andava a ponderar a adesão ao tabaco de enrolar, até já tinha decidido comprar uma máquina de enrolar eléctrica (pois não me via com paciência para enrolar 20 a 30 cigarros por dia, para o dia seguinte, com máquina manual);

Mas deram-me a conhecer o cigarro electrónico e, após uns dias de pesquisa, vou encomendar.
Não daqueles que se vêem à venda em quiosques, a imitar cigarros normais... pois esses deixam muito a desejar, são muito mais "fraquinhos" (em intensidade de fumo e sabor), e estragam-se facilmente;
Vou encomendar uns maiores (assemelham-se mais a um charuto, lol).

À semelhança do tabaco de enrolar, também fica mais barato, com o benefício de fazer vapor em vez de fumo, e por isso não deixar cheiro na roupa e em casa... e não queima o montão de químicos que o tabaco queima - no fundo, é como usar uns patchs de nicotina, versão "fumada" (mantém-se o gesto/hábito social de fumar).

Todos os que já utilizam admitem ser uma desilusão no início, pois vão em busca de um substituto do cigarro que tenha as mesmas características, mas nunca tem... mas depois habituam-se aos "contra", rendendo-se aos "pró" (como a roupa e casa sem cheiros, o recuperar do cheiro e paladar após alguns dias/semanas, a economia após o investimentos inicial, etc).
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1985
Registado: 19/4/2007 18:26
Localização: Cronologicamente... Paris/Resende/Gaia

por MiamiBlue » 28/2/2011 19:07

Viva a austeridade

"O actual Governo de José Sócrates já criou 42 grupos de trabalho, 20 comissões, dois conselhos, dois grupos consultivos, uma coordenação nacional, um observatório e uma estrutura de missão desde que tomou posse no final de 2009. A pesquisa efectuada pelo PÚBLICO nos despachos publicados em Diário da República permitiu concluir que há grupos de trabalho que se sobrepõem a comissões, e comissões que se justapõem a outras e à actividade que deveria ser realizada por organismos e entidades já existentes na Administração Pública."

A única profissão com futuro neste país é ser Boy..

Insultuoso para quem tem que pagara crise.
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por Batmax » 28/2/2011 18:25

Quando colocamos o orgulho acima do que é lógico isso pode ser um grande problema !
User mudou de nick - > Wallstreetrader
 
Mensagens: 1207
Registado: 29/11/2007 2:13

por pdcarrico » 28/2/2011 18:21

AutoMech Escreveu:
Eu penso que faz sentido Pedro. Quantas e quantas vezes não ouvimos já justificar determinados comportamentos com o exemplo dos governantes (que traficam influencias, que corrompem, que metem o afilhado, que têm mordomias, que abusam do poder, etc. etc. etc.). Não é tão absurdo IMO, tal como não é absurdo os filhos seguirem exemplos dos pais (passe a comparação).

Sinceramente acho que não é por aí que existe censura aos governantes de uma forma geral. Quer dizer, é evidente que tem de haver censura a Governantes e amigos por comportamentos censuráveis. Não por acaso temos alguns ex-quadros de PS e PSD a contas com a justiça por conta de problemas de pneus e de BPN's, mas isso são problemas de justiça. Um criminoso é um criminoso antes de ser político, mas considerar que a classe política é toda de criminosos parece-me uma generalização exagerada.

Existem muitas cunhas em todos os segmentos da sociedade e até acho que há muitos olhos atentos ao que os Governantes (ministros e secretários) fazem, o que até torna este problema mais fácil de identificar a esse nível. O nosso problema é que nas chefias intermédias existem problemas dessa natureza e a censura nem sempre aparece ou é pouco clara, porque individualmente a nossa expectativa é também poder beneficiar desse regime. Não por acaso muita gente dirá qualquer coisa como: "quem não ajudaria um filho ou um sobrinho", dando a entender que a censura só faz sentido quando direccionada a outros.


AutoMech Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Todos os nossos governantes - Mário Soares, Cavaco, Guterres, Durão, Santana e Sócrates, sempre tiveram que negociar com grupos de interesse porque o País simplesmente não consegue ter força para ver uma coisa que seja boa para todos antes de ser apenas para uma classe. Às vezes nem fazem o que defendiam, mas não teriam outra opção para conseguir Governar.


É, parcialmente, essa cultura de 'conflito' que os dois artigos tentam justificar com a cultura católica / protestante.


Sim, concordo. Mas repara que é infinitamente mais fácil administrar um País com o qual toda a gente se importa do que ter que agradar a alguns grupos corporativos para se conseguir ir governando. Nesse sentido, ser-se um bom Governante na Alemanha ou Dinamarca deve ser bem mais fácil do que em Portugal.
AutoMech Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Também acho estranho que as pessoas entendam nesta vinda do FMI uma oportunidade para mudar as coisas. O FMI tem mais do que fazer do estar a Governar. A única coisa que lhes interessa é a garantia de pagamento do que eles emprestam. Não por acaso já tivemos FMI e continuamos com os mesmos vícios.


Supondo que uma das medidas necessárias é, por exemplo, acabar com X organismos públicos e respectivos postos de trabalho, nenhum partido tem a coragem de o assumir (e provavelmente nem de o fazer, ainda que venha a ter maioria absoluta). Nessa medida o FMI serve de desculpa à "covardia" dos políticos, como já lhe chamou o PSG num artigo no negócios.


Espero genuinamente que tenhas razão ... talvez seja eu que esteja a ser pessimista. Mas duvido que isso venha a ocorrer. O FMI de uma certa forma é mais imediatista que o próprio Governo. O seu objectivo passa por receber a tempo e horas, e a solução que mais facilmente pressionará é a que dê esse resultado rápido. Por isso diria que neste cenário de ausência de autonomia de política económica própria, o FMI provavelmente pressionará para maiores cortes em salários ou pensões e maior receita de impostos. É onde mais facilmente se evita um risco de incumprimento.

Pode ser que me engane ... ou melhor ... espero que esteja enganado.
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por Automech » 28/2/2011 18:01

pdcarrico Escreveu:Eu acho que ele não está a ver bem as coisas. O último parágrafo não faz sentido absolutamente nenhum. Não há governantes nem pessoas santas (só mesmo se ele tiver uma visão telenoveleira da realidade) - há pessoas que administram situações em função da sua própria circunstância.


Eu penso que faz sentido Pedro. Quantas e quantas vezes não ouvimos já justificar determinados comportamentos com o exemplo dos governantes (que traficam influencias, que corrompem, que metem o afilhado, que têm mordomias, que abusam do poder, etc. etc. etc.). Não é tão absurdo IMO, tal como não é absurdo os filhos seguirem exemplos dos pais (passe a comparação).


pdcarrico Escreveu:Todos os nossos governantes - Mário Soares, Cavaco, Guterres, Durão, Santana e Sócrates, sempre tiveram que negociar com grupos de interesse porque o País simplesmente não consegue ter força para ver uma coisa que seja boa para todos antes de ser apenas para uma classe. Às vezes nem fazem o que defendiam, mas não teriam outra opção para conseguir Governar.


É, parcialmente, essa cultura de 'conflito' que os dois artigos tentam justificar com a cultura católica / protestante.

pdcarrico Escreveu:Também acho estranho que as pessoas entendam nesta vinda do FMI uma oportunidade para mudar as coisas. O FMI tem mais do que fazer do estar a Governar. A única coisa que lhes interessa é a garantia de pagamento do que eles emprestam. Não por acaso já tivemos FMI e continuamos com os mesmos vícios.


Supondo que uma das medidas necessárias é, por exemplo, acabar com X organismos públicos e respectivos postos de trabalho, nenhum partido tem a coragem de o assumir (e provavelmente nem de o fazer, ainda que venha a ter maioria absoluta). Nessa medida o FMI serve de desculpa à "covardia" dos políticos, como já lhe chamou o PSG num artigo no negócios.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por rmachado » 28/2/2011 17:23

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:Se estás a sugerir que há mais consumo de combustível por ser fim-de-semana prolongado, então lembra-te que quem ganha mais com isso não são as gasolineiras (que ganham 15 ou 16 cêntimos por litro), mas sim o Estado (que arrecada mais de 80 cêntimos por litro de gasolina e 60 cêntimos por litro de gasóleo).


As gasolineiras não ganham assim tanto, ganham talvez na ordem de metade disso.


Gasolineiras, empresa ou posto?

Os postos devem ganhar a volta dos 5-7 Cêntimos por litro.
 
Mensagens: 2125
Registado: 24/8/2004 10:42
Localização: Carregado

por pdcarrico » 28/2/2011 17:22

AutoMech Escreveu:A propósito dos governantes, há muito o hábito de dizer que os governantes são o espelho do povo, coisa com que não concordo na nossa sociedade (estou a referir-me concretamente a Portugal que é o que me interessa).

O Pedro Arroja escreveu ontem um comentário interessante no blog, que está em linha com o que penso:

o fluxo das ideias

Uma das principais diferenças entre a cultura católica e a cultura protestante diz respeito à direcção do fluxo das ideias entre o povo e os governantes.

Na cultura protestante as ideias são discutidas e elaboradas pelo povo e os governantes são os seus executantes.

Daqui resulta a importãncia do debate das ideias na cultura protestante, e da formação da opinião pública. Aos governantes é deixada pouca autonomia, se é que alguma, neste domínio. Eles são supostos executarem a opinião dominante ou maioritária, tal como definida pelo povo. Nesta cultura, os governantes são o espelho do povo.

A qualidade de uma sociedade de cultura protestante depende do povo, não dos governantes.

É ao contrário na cultura católica. O povo é o espelho dos governantes. Aqui, as ideias são definidas pelos governantes e o povo segue aquilo que os governantes idealizaram para o país. O povo não possui autonomia intelectual. Olha para os governantes à espera que estes lhe digam o que deve fazer. E actua em conformidade.

A qualidade de uma sociedade de cultura católica depende da qualidade dos governantes. Se os governantes forem santos, o povo comporta-se como santo. Se, pelo contrário, os governantes forem de qualidade duvidosa, o povo comporta-se em concordância.

http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/


Eu acho que ele não está a ver bem as coisas. O último parágrafo não faz sentido absolutamente nenhum. Não há governantes nem pessoas santas (só mesmo se ele tiver uma visão telenoveleira da realidade) - há pessoas que administram situações em função da sua própria circunstância. Esta visão de santidade é aliás das coisas mais perigosas que pesaram na história dos Países latinos - a ideia do romantismo político que Franco, Mussolini ou Salazar procurar absorver na sua linha política.

Em relação ao resto da comparação, eu diria que sou um fervoroso fã da cultura nórdica, em particular a escandinava, mas se há coisa a que lhes devemos tirar o chapéu é ao facto de a sociedade facilitar a vida aos governantes. Todos os nossos governantes - Mário Soares, Cavaco, Guterres, Durão, Santana e Sócrates, sempre tiveram que negociar com grupos de interesse porque o País simplesmente não consegue ter força para ver uma coisa que seja boa para todos antes de ser apenas para uma classe. Às vezes nem fazem o que defendiam, mas não teriam outra opção para conseguir Governar.

Sinceramente parece-me que a vinda de um Sueco, ou um Alemão, para nos Governar, pouco ou nada faria. Acho que precisaríamos de nos misturar. Porque afinal de contas, os Portugueses quando em ambiente estranho (como por exemplo sendo emigrantes), são produtivos, trabalhadores e são peça importante na sociedade onde vivem.

Também acho estranho que as pessoas entendam nesta vinda do FMI uma oportunidade para mudar as coisas. O FMI tem mais do que fazer do estar a Governar. A única coisa que lhes interessa é a garantia de pagamento do que eles emprestam. Não por acaso já tivemos FMI e continuamos com os mesmos vícios.
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por Elias » 28/2/2011 17:20

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:Se estás a sugerir que há mais consumo de combustível por ser fim-de-semana prolongado, então lembra-te que quem ganha mais com isso não são as gasolineiras (que ganham 15 ou 16 cêntimos por litro), mas sim o Estado (que arrecada mais de 80 cêntimos por litro de gasolina e 60 cêntimos por litro de gasóleo).


As gasolineiras não ganham assim tanto, ganham talvez na ordem de metade disso.


Sim, tens razão. Eu estava a pensar na margem bruta, ainda falta retirar algumas coisas desse valor.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por MarcoAntonio » 28/2/2011 17:18

Elias Escreveu:Se estás a sugerir que há mais consumo de combustível por ser fim-de-semana prolongado, então lembra-te que quem ganha mais com isso não são as gasolineiras (que ganham 15 ou 16 cêntimos por litro), mas sim o Estado (que arrecada mais de 80 cêntimos por litro de gasolina e 60 cêntimos por litro de gasóleo).


As gasolineiras não ganham assim tanto, ganham talvez na ordem de metade disso.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40964
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Automech » 28/2/2011 17:13

MiamiBlueHeart Escreveu:Aliás, essa linha é facilmente contrariada com a análises de outros país. A religião não tem relação nenhuma com o estado de desenvolvimento de um país.


Não é assim tão facilmente contrariada, quando nos centramos nos Católicos vs Protestantes Miami.

Basta ver que os Católicos são maioritariamente o Sul da Europa e a América Latina com niveis de desenvolvimento muito diferentes dos paises do norte.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Elias » 28/2/2011 17:13

MiamiBlueHeart Escreveu:A religião não tem relação nenhuma com o estado de desenvolvimento de um país.


Parece-me que tem relação com a corrupção (os estados de tradição católica têm níveis mais elevados de corrupção).

E isso explica-se de forma simples: ao longo dos séculos, a Igreja Católica concedia privilégios (mediante bula papal) a quem estivesse disposto a pagar por isso. Criou-se uma cultura de pagar para obter privilégios / benefícios / favores.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por MiamiBlue » 28/2/2011 17:09

AutoMech Escreveu:
MiamiBlueHeart Escreveu:Discordo plenanente e considero mesmo um insulto tais afirmações.

Por essa lógica, Guterres que era uma boa pessoa, teria sido um fantástico governenate.

Estas simplicidades de análise,como dsempre, só concluem asneiras..


Claro que cada é um livre de opinar Miami. A questão é que este artigo está enquadrado noutros que falam sobre o moldar da mentalidade em países católicos e protestantes.

Tu estás a fazer o comentário do Guterres (e muito bem observado) mas é preciso notar que do lado do povo (leia-se eleitores) há uma cultura no nosso país orientada para o facilitismo e que impede o que é descrito como sendo típico dos países protestante.

Aqui está um texto, bem mais polémico, mas que enquadra o outro que deixei:

]uma cultura de deolindas

Pode uma cultura de deolindas - isto é uma cultura de pessoas que vivem até muito tardiamente em casa dos pais - produzir uma sociedade liberal, no sentido anglo-saxónico do termo, uma espécie de Inglaterra ou EUA?

Não, não pode. A família é uma instituição profundamente anti-liberal e quando as pessoas vivem maciçamente até à meia-idade (às vezes mais) no seio desta instituição, não vão mais conseguir reformar-se.

Primeiro, a família governa-se autoritariamente, e não segundo o valor liberal da democracia.

Segundo, a família está construída sobre o valor da complementaridade entre as pessoas (homem e mulher), e não segundo o valor liberal da competitividade entre elas.

Terceiro, a família é a instituição por excelência onde se pratica o altruísmo, exactamente o oposto do valor liberal do interesse-próprio ou do egoísmo.

Quarto, a família é uma instituição de protecção pessoal e, portanto, conservadora, contrariamente ao valor liberal da propensão pelo risco e pela inovação.

Quinto, a família assenta na dependência pessoal, que é contrária ao valor liberal da auto-suficiência ou da independência pessoal.

Sexto, a família visa realizar o bem comum dos seus membros, ao contrário do valor liberal da realização do bem individual.

Sétimo, a família regula-se por decisões pessoais, e não pelo valor liberal da Lei (The Rule of Law).

Oitavo, a família é uma instituição de redistribuição económica entre os seus membros, contariamente ao valor liberal da compensação pelo mérito.

Nono, a família é uma comunidade fechada, em oposição ao valor liberal da sociedade aberta.

Uma cultura de deolindas nunca produzirá uma sociedade liberal. Pelo contrário, produzirá uma sociedade muito anti-liberal.

http://portugalcontemporaneo.blogspot.c ... 3A06%3A00Z


Concordo, cada um pode opinar.

EU contudo discordo plenamente dessa linha de pensamento.

Aliás, essa linha é facilmente contrariada com a análises de outros país. A religião não tem relação nenhuma com o estado de desenvolvimento de um país.
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por Lion_Heart » 28/2/2011 16:59

Agora é o chefe a alinhar na mesma bitola (sera a do TGV?).

Esta conversinha dos meninos hoje pode estar relacionada com a chamada a pedra do PM a Berlim onde vair ter que enfrentar a "Mestra".

E como mau aluno que é ja anda com esta conversa para ver se não leva muito nas orelhas.

Saliento que como bom mentiroso que é as desculpas que deu e mais uma vez culpou as agencias de rating e os malandros dos especuladores.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

por Lion_Heart » 28/2/2011 16:57

José Sócrates
"Estado fará tudo o que for necessário para ter défice de 4,6% em 2011"
28 Fevereiro 2011 | 14:06
Maria João Gago - mjgago@negocios.pt

O primeiro-ministro garantiu hoje que o "Estado fará tudo o que for necessário para cumprir os objectivos orçamentais de 2011", ou seja, alcançar um défice de 4,6%.
"Se a execução orçamental vier a revelar que são necessárias mais medidas, nós tomá-las-emos. Mas não é isso que mostra a execução orçamental de Janeiro", sublinhou José Sócrates, na conferência da Reuters e da TSF.

O "Estado fará tudo o que for necessário para cumprir os objectivos orçamentais de 2011", ou seja, alcançar um défice de 4,6%.

"Quero reafirmar o que disse o ministro das Finanças. Este Governo fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6%", insistiu.


O ministro das Finanças tinha garantido esta manhã que o Executivo tudo fará para cumprir os objetivos orçamentais e que, caso seja necessário, poderão mesmo ser aplicadas medidas adicionais para atingir as metas.

"Temos aqui de reafirmar de forma clara um compromisso de que, aconteça o que acontecer, tudo faremos, e estamos preparados para o fazer, para cumprir os objetivos orçamentais e de que dispomos de medidas adicionais, se necessárias, para corrigir a situação e garantir o cumprimento dos objetivos", afirmou Teixeira dos Santos.

Sócrates reconheceu que "2011 é um ano difícil, com uma execução orçamental exigente", mas defendeu que "o importante para a execução orçamental de 2011 foi fazer o Orçamento do Estado e tomar as decisões necessárias", que, disse, foram "muito difíceis, tomadas por um Governo que não tem maioria no Parlamento".

In Negocios.pt
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

por Automech » 28/2/2011 16:50

MiamiBlueHeart Escreveu:Discordo plenanente e considero mesmo um insulto tais afirmações.

Por essa lógica, Guterres que era uma boa pessoa, teria sido um fantástico governenate.

Estas simplicidades de análise,como dsempre, só concluem asneiras..


Claro que cada é um livre de opinar Miami. A questão é que este artigo está enquadrado noutros que falam sobre o moldar da mentalidade em países católicos e protestantes.

Tu estás a fazer o comentário do Guterres (e muito bem observado) mas é preciso notar que do lado do povo (leia-se eleitores) há uma cultura no nosso país orientada para o facilitismo e que impede o que é descrito como sendo típico dos países protestante.

Aqui está um texto, bem mais polémico, mas que enquadra o outro que deixei:

]uma cultura de deolindas

Pode uma cultura de deolindas - isto é uma cultura de pessoas que vivem até muito tardiamente em casa dos pais - produzir uma sociedade liberal, no sentido anglo-saxónico do termo, uma espécie de Inglaterra ou EUA?

Não, não pode. A família é uma instituição profundamente anti-liberal e quando as pessoas vivem maciçamente até à meia-idade (às vezes mais) no seio desta instituição, não vão mais conseguir reformar-se.

Primeiro, a família governa-se autoritariamente, e não segundo o valor liberal da democracia.

Segundo, a família está construída sobre o valor da complementaridade entre as pessoas (homem e mulher), e não segundo o valor liberal da competitividade entre elas.

Terceiro, a família é a instituição por excelência onde se pratica o altruísmo, exactamente o oposto do valor liberal do interesse-próprio ou do egoísmo.

Quarto, a família é uma instituição de protecção pessoal e, portanto, conservadora, contrariamente ao valor liberal da propensão pelo risco e pela inovação.

Quinto, a família assenta na dependência pessoal, que é contrária ao valor liberal da auto-suficiência ou da independência pessoal.

Sexto, a família visa realizar o bem comum dos seus membros, ao contrário do valor liberal da realização do bem individual.

Sétimo, a família regula-se por decisões pessoais, e não pelo valor liberal da Lei (The Rule of Law).

Oitavo, a família é uma instituição de redistribuição económica entre os seus membros, contariamente ao valor liberal da compensação pelo mérito.

Nono, a família é uma comunidade fechada, em oposição ao valor liberal da sociedade aberta.

Uma cultura de deolindas nunca produzirá uma sociedade liberal. Pelo contrário, produzirá uma sociedade muito anti-liberal.

http://portugalcontemporaneo.blogspot.c ... 3A06%3A00Z
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por Pantone » 28/2/2011 16:45

MiamiBlueHeart Escreveu:Estas simplicidades de análise,como dsempre, só concluem asneiras..


Desculpa Miami, mas não percebi. A conclusão que estás a tirar parece-me ser tua. O texto até está construido numa base bastante inócua.
 
Mensagens: 848
Registado: 4/1/2004 22:32
Localização: lx

por migluso » 28/2/2011 16:41

AutoMech Escreveu:Mas o artigo não faz a ligação ao capitalismo Migluso.

Apenas faz a distinção entre governação entre países protestantes e católicos (embora todos sejam capitalistas).

Pode não ser uma generalização absoluta mas, IMO, assenta que nem uma luva na diferença norte-sul na Europa.


Tens razão AM, desculpa. Não sei por que é que depois de ler o excerto que postaste o associei ao "grau de capitalismo" presente nas sociedades católicas vs protestantes.

abraço
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3146
Registado: 16/11/2009 18:45
Localização: Porto

por JMHP » 28/2/2011 16:40

Creio que o próximo PEC vai cair sobre os privados perante a falta de coragem de reformar a administração publica e as empresas do Estado.

Não esquecer também estamos a poucas semanas de um tema "quente" e polémico como a extensão do fim das SCUTs em todo o país.

O "verão" este ano chega mais cedo e promete ser abrasador....
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por MiamiBlue » 28/2/2011 16:38

AutoMech Escreveu:A propósito dos governantes, há muito o hábito de dizer que os governantes são o espelho do povo, coisa com que não concordo na nossa sociedade (estou a referir-me concretamente a Portugal que é o que me interessa).

O Pedro Arroja escreveu ontem um comentário interessante no blog, que está em linha com o que penso:

o fluxo das ideias

Uma das principais diferenças entre a cultura católica e a cultura protestante diz respeito à direcção do fluxo das ideias entre o povo e os governantes.

Na cultura protestante as ideias são discutidas e elaboradas pelo povo e os governantes são os seus executantes.

Daqui resulta a importãncia do debate das ideias na cultura protestante, e da formação da opinião pública. Aos governantes é deixada pouca autonomia, se é que alguma, neste domínio. Eles são supostos executarem a opinião dominante ou maioritária, tal como definida pelo povo. Nesta cultura, os governantes são o espelho do povo.

A qualidade de uma sociedade de cultura protestante depende do povo, não dos governantes.

É ao contrário na cultura católica. O povo é o espelho dos governantes. Aqui, as ideias são definidas pelos governantes e o povo segue aquilo que os governantes idealizaram para o país. O povo não possui autonomia intelectual. Olha para os governantes à espera que estes lhe digam o que deve fazer. E actua em conformidade.

A qualidade de uma sociedade de cultura católica depende da qualidade dos governantes. Se os governantes forem santos, o povo comporta-se como santo. Se, pelo contrário, os governantes forem de qualidade duvidosa, o povo comporta-se em concordância.

http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/


Discordo plenanente e considero mesmo um insulto tais afirmações.

Por essa lógica, Guterres que era uma boa pessoa, teria sido um fantástico governenate.

Estas simplicidades de análise,como dsempre, só concluem asneiras..
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por habanero04 » 28/2/2011 16:35

Elias Escreveu:
habanero04 Escreveu:
Elias Escreveu:
habanero04 Escreveu:Até é bom para baixar o défice...


Essa tem sido a grande justificação para subir impostos.

Ajuda a baixar o défice, é verdade, mas apenas do lado da receita.


Tem que se começar por algum lado... mas do lado da despesa nesse dia de tolerância não haverá poupanças? subsidios de almoço e outros, despesas de funcionamento, por exemplo, electricidade, água, comunicações, etc...


habanero, claro que há poupanças, mas esse é um raciocínio que nos pode levar muito longe. Podíamos, por exemplo, adoptar a semana dos 4 dias de trabalho, cortando 20% nos vencimentos e nas despesas de funcionamento de uma data de serviços.


Claro, pode levar a muitas ideias. Isso até pode ser benéfico para por exemplo as pessoas não perderem os seus postos de trabalho. Na Autoeuropa foi implementado com sucesso um esquema devido à baixa da produção em que os trabalhadores abdicaram de aumentos salariais mas em contrapartida tinham um certo número de dias em que não iam trabalhar.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1264
Registado: 8/11/2007 17:14
Localização: Lisboa

por artista_ » 28/2/2011 16:34

Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:E se um partido apresentar um programa de governo e depois não o cumprir ? Também é culpa de quem o elegeu ? Culpa de quem foi ingénuo e acreditou ?


À primeira todos caem. Mas em 2009 já não havia desculpas :shame:


Exacto... com a agravante de que caindo duas vezes se dá um péssimo sinal à classe política e a todos em geral!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por Automech » 28/2/2011 16:33

migluso Escreveu:Não concordo com essa visão weberiana que distingue entre culturas católicas e protestantes como a causa de um capitalismo mais ou menos avançado.

Japão, Hong-Kong, Singapura não são protestantes e são sociedades capitalistas.

O que está na base de um capitalismo mais ou menos avançado é o grau de liberdade e a criação de um ambiente favorável ao aparecimento de empresários, à acumulação de capital.

cumps


Mas o artigo não faz a ligação ao capitalismo Migluso.

Apenas faz a distinção entre governação entre países protestantes e católicos (embora todos sejam capitalistas).

Pode não ser uma generalização absoluta mas, IMO, assenta que nem uma luva na diferença norte-sul na Europa.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

Próximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: latbal, MP65, Opcard, Shimazaki_2 e 193 visitantes