Advogados espanhóis vão processar agências de rating
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Elias Escreveu:Entendo o raciocínio (tb não sou jurista, não sei se é assim).
De qualquer forma, parece-me que o que se pretende com isto tudo é transformar as agências de rating em bodes expiatórios. Então e as recomendações que tantas e tantas casas de investimento fazem sobre esta ou aquela acção? Ninguém investiga o conflito de interesses?
Essa questão que colocas é muito pertinente. Lembro-me aliás de ver uma entrevista do Ricardo Salgado que falava do problema das casas de research pertencerem aos bancos e induzirem a conflitos de interesse.
Mas no essencial é um problema muito semelhante. pessoalmente acho que uma agência de rating devia ser o mais independente possível, assim como uma casa de research devia produzir material para vender, mas de activos sobre os quais não tivessem qualquer interesse ou relação.
Na prática no mundo real, as coisas são mais difíceis.
Pedro Carriço
Entendo o raciocínio (tb não sou jurista, não sei se é assim).
De qualquer forma, parece-me que o que se pretende com isto tudo é transformar as agências de rating em bodes expiatórios. Então e as recomendações que tantas e tantas casas de investimento fazem sobre esta ou aquela acção? Ninguém investiga o conflito de interesses?
De qualquer forma, parece-me que o que se pretende com isto tudo é transformar as agências de rating em bodes expiatórios. Então e as recomendações que tantas e tantas casas de investimento fazem sobre esta ou aquela acção? Ninguém investiga o conflito de interesses?
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Elias Escreveu:pdcarrico Escreveu:Naturalmente que a entidade julgada deve ser a subsidiária Espanhola de cada uma dessas agências.
Hum... e a subsidiária pode ser responsabilizada pelas notas emitidas pela casa mãe?
Eu não sou jurista, e não tenho noção sobre como organicamente se organiza uma agência de rating. Mas presumo que se o processo se está a organizar em Espanha, deva ser contra uma entidade de direito Espanhol.
Se existe uma subsidiária em Espanha, o que presumo deva acontecer, deve ser com ela que os bancos espanhóis terão contratos de cobertura de rating e deve ser com ela que, por exemplo, fundos de pensões, obtenham notações sobre produtos de dívida diversos, mesmo os que estejam fora do território, para aplicação de recursos do fundo.
Ou seja, mesmo que a notação seja originária de um relatório organizado na matriz, é provável que juridicamente exista responsabilidade solidária de uma subsidiária que usa essa relatório numa relação comercial em Espanha.
Nesse sentido, parece-me possível essa responsabilização.
Pedro Carriço
Comprovando conflito de interesses dá para processar. Não sei é se dá para o fazer. É um pouco como o inside trading, aí usa-se (ou manipula-se) uma informação para benefício de um agente específico. Agora se não houver nenhum interesse cruzado, de facto não há ponta por onde se pegue, mesmo que haja uma relação de dano entre a nota de rating e alguma coisa específica.
Se é um caso de conflito de interesses, nem mesmo um disclaimer bem feito valerá como defesa.
Naturalmente que a entidade julgada deve ser a subsidiária Espanhola de cada uma dessas agências.
Se é um caso de conflito de interesses, nem mesmo um disclaimer bem feito valerá como defesa.
Naturalmente que a entidade julgada deve ser a subsidiária Espanhola de cada uma dessas agências.
Pedro Carriço
Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
AutoMech Escreveu:Sargotronss Escreveu:Atomez Escreveu:Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
São!
Quem Sargotronss ?
Isto é o mesmo que processar quem deu um parecer jurídico, cuja posição veio a perder em tribunal. Não tem pernas para andar.
Se calhar estou a dizer burrice ou algo enviesado, mas uma empresa (eg. Refer) para concorrer a um concurso de alguma dimensão tem de ter um rating de uma dessas agências. Um BES para colocar obrigações tem de ter um rating ou vice-versa o BES para comprar obrigações de uma determinada empresa ou dar um empréstimo essa mesma empresa, essa empresa tem de ter um rating acima de um determinado nível.
Não faz mal!...
Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Elias Escreveu:ferreira10 Escreveu:Aleluia! Um salva de "vivas" para os nossos Ermanos!
Achas? Eu gostava de saber o seguinte: caso as agências de rating sejam condenadas, elas vão pagar o quê e principalmente A QUEM?
São processos moralistas! Servem para regular aquilo que está mal regulado! Ou que mais não seja,servem para que se reavive um debate em torno do trabalho desenvolvido por estas entidades.
Se forem condenadas, pode chover uma grande quantidade de processos dirigidos a estas empresas; vindos de empresas com sede em países que viram os seus ratings decair de forma desapropriada! A baixa do rating de um pais, acaba por afectar o rating de empresas(não de todas) que operam nesse pais.Se se provar que agiram de forma desadequada, as empresas que se sentiram prejudicadas, podem sentir-se impelidas a pedir responsabilidades.
Podemos colocar a "coisa" nos seguintes moldes: vou ilustrar com um exemplo;
Suponhamos que as empresas de rating são um motor de um carro.Antes do sub-prime o motor estava de tal forma desafinado que nem fornecia força ao carro(que é como quem diz; lucidez ao mercado).Foram escaldadas! Com acusações de laxismo, e trataram de afinar o motor de tal maneira, que estão à frente dos acontecimentos.Há quem as acuse de serem pró activas.Tal é a "cobardia" de voltarem a ser de novo acusadas de laxismo!Em tudo na vida há um meio termo!
Quem sabe, este processo as convença de vez, que há um perigo em trazer o motor do carro demasiado lento e também demasiado acelerado!

“Successful trading is really very simple. Buy a stock at the right time and sell it at
the right time.”«Mel Raiman»
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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Sargotronss Escreveu:Atomez Escreveu:Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
São!
Quem Sargotronss ?
Isto é o mesmo que processar quem deu um parecer jurídico, cuja posição veio a perder em tribunal. Não tem pernas para andar.
Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Sargotronss Escreveu:Atomez Escreveu:Elias Escreveu:Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
Claro.
Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
São!
Como? Quem não seguir elas fazem-lhes o quê?
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Atomez Escreveu:Elias Escreveu:Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
Claro.
Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
São!
Não faz mal!...
Isto é um caso típico de caveat emptor, traduzindo mais ou menos livremente -- quem compra que se cuide.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Atomez Escreveu:Elias Escreveu:Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
Claro.
Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
Mainada

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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Elias Escreveu:Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
Claro.
Alguém é obrigado a seguir as opiniões delas?
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
ferreira10 Escreveu:Aleluia! Um salva de "vivas" para os nossos Ermanos!
Achas? Eu gostava de saber o seguinte: caso as agências de rating sejam condenadas, elas vão pagar o quê e principalmente A QUEM?
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Re: Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Elias Escreveu:Advogados espanhóis avançam com processos contra agências de "rating"
21 Fevereiro 2011 | 16:13
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
Advogados espanhóis ameaçam processar as três principais agências de "rating", acusando-as de alterarem o curso normal dos mercados.
A Standard&Poor’s, a Fitch e a Moody’s enfrentam em Espanha um processo crime movido por um grupo de advogados que tencionam levar as agências a tribunal. Queixam-se destas terem alterado o curso natural dos mercados, agindo em benefício dos seus interesses e dos seus clientes, prejudicando os pequenos investidores e o Tesouro espanhol.
O conflito de interesses gerado levou os advogados a apontar as agências de rating como culpadas pela actual crise económica que se iniciou com o “subprime” em 2007. Referem que as classificações altamente inflacionadas produzidas pelos relatórios das agências induziram em erro os investidores levando à crescente especulação.
As agências são acusadas de alterar os preços de mercado em benefício próprio e de terem estado na origem do “crash” bolsista sem nunca terem prestado contas. O grupo de advogados reclama ainda a classificação máxima dada a produtos financeiros hoje considerados “tóxicos”, e pelo contrário, a degradação das classificações da dívida soberana de países europeus, entre elas a espanhola, o “que contribuiu para o agravamento da situação económica de muitos países e das suas empresas”.
Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
Aleluia! Um salva de "vivas" para os nossos Ermanos!
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Advogados espanhóis vão processar agências de rating
Advogados espanhóis avançam com processos contra agências de "rating"
21 Fevereiro 2011 | 16:13
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
Advogados espanhóis ameaçam processar as três principais agências de "rating", acusando-as de alterarem o curso normal dos mercados.
A Standard&Poor’s, a Fitch e a Moody’s enfrentam em Espanha um processo crime movido por um grupo de advogados que tencionam levar as agências a tribunal. Queixam-se destas terem alterado o curso natural dos mercados, agindo em benefício dos seus interesses e dos seus clientes, prejudicando os pequenos investidores e o Tesouro espanhol.
O conflito de interesses gerado levou os advogados a apontar as agências de rating como culpadas pela actual crise económica que se iniciou com o “subprime” em 2007. Referem que as classificações altamente inflacionadas produzidas pelos relatórios das agências induziram em erro os investidores levando à crescente especulação.
As agências são acusadas de alterar os preços de mercado em benefício próprio e de terem estado na origem do “crash” bolsista sem nunca terem prestado contas. O grupo de advogados reclama ainda a classificação máxima dada a produtos financeiros hoje considerados “tóxicos”, e pelo contrário, a degradação das classificações da dívida soberana de países europeus, entre elas a espanhola, o “que contribuiu para o agravamento da situação económica de muitos países e das suas empresas”.
Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
21 Fevereiro 2011 | 16:13
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Advogados espanhóis ameaçam processar as três principais agências de "rating", acusando-as de alterarem o curso normal dos mercados.
A Standard&Poor’s, a Fitch e a Moody’s enfrentam em Espanha um processo crime movido por um grupo de advogados que tencionam levar as agências a tribunal. Queixam-se destas terem alterado o curso natural dos mercados, agindo em benefício dos seus interesses e dos seus clientes, prejudicando os pequenos investidores e o Tesouro espanhol.
O conflito de interesses gerado levou os advogados a apontar as agências de rating como culpadas pela actual crise económica que se iniciou com o “subprime” em 2007. Referem que as classificações altamente inflacionadas produzidas pelos relatórios das agências induziram em erro os investidores levando à crescente especulação.
As agências são acusadas de alterar os preços de mercado em benefício próprio e de terem estado na origem do “crash” bolsista sem nunca terem prestado contas. O grupo de advogados reclama ainda a classificação máxima dada a produtos financeiros hoje considerados “tóxicos”, e pelo contrário, a degradação das classificações da dívida soberana de países europeus, entre elas a espanhola, o “que contribuiu para o agravamento da situação económica de muitos países e das suas empresas”.
Processos semelhantes avançados nos Estados Unidos não tiveram sucesso, dado que tribunais consideraram que as agências exprimiram as suas opiniões.
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