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Caldeirão da Bolsa

Off topic- "A prova dos nove", Educação em Portug

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 4/2/2011 0:27

http://www.ionline.pt/conteudo/94766-co ... rcamentais

O Conselho Nacional de Educação (CNE) manifesta-se "contra as alterações pontuais" que o Governo pretende introduzir na organização curricular do ensino básico, criticando medidas em "sequência direta de restrições orçamentais".

"As medidas de alteração do decreto-lei nº6/2001, de 18 de janeiro, não deveriam ser uma sequência direta de restrições orçamentais, já que o investimento em Educação torna-se prioritário, sobretudo quando é reconhecida a melhoria dos resultados escolares [...]", afirma o CNE, num parecer a que a agência Lusa teve acesso.



E acrescenta: "Trata-se de uma alteração curricular que, na sua essência, é determinada por critérios económicos e não por questões educativas e pedagógicas".

No documento, este órgão consultivo critica a ausência no projeto do Governo dos motivos da eliminação da Área de Projeto e da limitação do Estudo Acompanhado aos alunos com dificuldades de aprendizagem, instanto a tutela a tomar medidas "devidamente sustentadas por estudos de avaliação das práticas de decisão curricular".



Manifestando-se "contra as alterações pontuais na organização curricular do ensino básico", o CNE considera que a supressão da Área de Projeto não deveria ser materializada, sem que as suas valências sejam desenvolvidas noutros espaços escolares.

Por outro lado, afirma que reduzir o Estudo Acompanhado a alunos com dificuldades de aprendizagem é "insistir numa conceção de escola de remediação, sabendo-se que há planos de desenvolvimento que também devem ser contemplados na diferenciação curricular".

"Limitar, preferencialmente, o Estudo Acompanhado às àreas curriculares disciplinares de Língua Portuguesa e Matemática pode ser o reconhecimento, certamente desfasado da realidade escolar portuguesa, que estas são as duas únicas áreas em que os alunos têm dificuldades de aprendizagem", afirma o CNE, defendendo que sejam as escolas a identificar as áreas em que os alunos mais necessitam de "adquirir hábitos de estudo e de trabalho".

Quanto à redução de dois para um do número de professores a lecionar Educação Visual e Tecnológica, o Conselho Nacional de Educação defende a reformulação do programa, já que com apenas um docente há a possibilidade de incumprimento do mesmo, temendo ainda que as aulas teóricas predominem sobre as práticas.

Este órgão consultivo recomenda ainda ao Ministério da Educação que repense os 45 minutos que se pretende atribuir à Formação Cívica, já que "o tempo proposto não responderá totalmente ao que se exige que se faça no tempo" da disciplina.
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por Tridion » 3/2/2011 22:43

Resultado da gestão privada com financiamento público, na classificação das escolas 2010 para o secundário.

Relembro que a escola de Arruda dos Vinhos, não faz selecção dos seus 1600 alunos e localiza-se numa terreola às portas de Lisboa e não num grande centro urbano.

Dá no mínimo para reflectir!
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por Automech » 2/2/2011 2:33

Mares Escreveu:Refíro-te também que a educação dos nossos filhos passa também por nós, que somos pais.


Claro que sim Mares. Aliás, começa primeiramente em casa.

Mas é bastante complementada com a escola, sendo esta de extrema importância.

Mares Escreveu:Devêmos os acompanhar na escola, falar com os professores, participar nas actividades deles, procurar passar sugestões para a escola, etc, etc.


Sim, claro. Mas se a escola for má, seja porque tem más condições, porque tem maus professores, porque tem mau ambiente, etc. e tu não vês perspectivas de se alterar a tempo é legitimo que procures melhor.

O tempo é aliás crucial porque não se pode dizer a um miúdo, olha espera aí um bocado, não cresças agora, que nós vamos tentar por a escola na ordem.

É mais do que legitimo um pai querer a melhor escola (sem que o estado fique prejudicado).

Não há razão objectiva para que não se possa fazer uma escolha da escola. O argumento do estado ser prejudicado não existe.

E também não há razão para forçar as pessoas a ter uma coisa má, com a qual o estado gasta 5.000 euros por aluno, quando noutro sitio existe melhor pelo mesmo custo para o estado.
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por Automech » 2/2/2011 0:56

mais_um Escreveu:E a Escola privada aparece porquê? Só porque te apetece? Deixa-me pensar, sobram 5 alunos, vai aparecer um benemérito privado e fazer uma escola privada para permitir que os 5 alunos tenham um, local onde estudar ao pé de casa....


Se é 1, 2, 5, 20, 100 ou 1000 isso cabe aos privados decidirem. A única coisa que o estado tem de assegurar, por uma questão de concorrência é que, se essa escola existir ou aparecer, qualquer pessoa lá pode gastar o mesmo que o estado gastaria com o seu filho.

Se não houver interesse de nenhuma escola privada, pior não se fica. Já existe a publica.

mais_um Escreveu:Claro que para ti é subjectivo, se fosse privado aposto que apontavas como exemplo de sucesso para a tua solução. :mrgreen:


Não, eu digo que é subjectivo porque senão vais pedir estudos. :mrgreen:


mais_um Escreveu:Tem graça, eu também defendo a melhor rentabilização dos dinheiros publicos, o equilibrio entre custo/beneficio e ambos sabemos muito bem que o privado busca o lucro e nada mais.


Claro que busca. Mas já te ocorreu que nessa busca de lucro podem proporcionar melhor condições que a publica, por serem mais eficientes na gestão dos recursos, por exemplo ?

Basta ver o que se passou com a privatização dos notários ou com a abertura do sector das telecomunicações. Todos buscam o lucro e o consumidor saiu beneficiado.

Aliás, só um aparte. Se alguém tem lucro porque oferece serviços que as pessoas compram voluntariamente , isso é louvável e não condenável.

Isso de condenar a procura do lucro é mais discurso de BE e PCP.

mais_um Escreveu:Além disso tu estás completamente desfasado da realidade,


OK mais_um, ficamos por aqui porque tu és incapaz de manter uma discussão sem tecer considerações pessoais.

O erro até foi meu em ter encetado uma troca de opiniões contigo porque já sabia desse teu hábito. É um filme repetido.

Tens razão em tudo o que escreveste e eu estou errado em tudo. Fim de discussão.
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por mais_um » 1/2/2011 20:56

AutoMech Escreveu:

mais_um Escreveu:Fugiste à questão. Tenho um filho com 6 anos, 1º ano de escolaridade, matriculo-o ao pé de casa mas como há alguem que está disposto (e pode) vir de longe colocar os seus filhos longe e por um hipotetico criteiro de selecção não tenho vaga na escola ao pé de casa, como resolves o problema?


Se é por mérito está respondido. O miúdo com pior classificação provavelmente tem de sair. Mas se a escola é assim tão boa que atrai muita gente de fora e deixa a comunidade sem escola, o aparecimento duma escola privada na zona é a solução (que neste momento, por ausência do cheque ensino, não existem condições de acontecer).


Mérito para quem entra para o 1º ano? :lol: :lol:
E a Escola privada aparece porquê? Só porque te apetece? Deixa-me pensar, sobram 5 alunos, vai aparecer um benemérito privado e fazer uma escola privada para permitir que os 5 alunos tenham um, local onde estudar ao pé de casa....





AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:Curiosamente o sistema de ensino na Finlandia (o pais que obtem os melhores resultados a nivel mundial ) é publico, as escolas privadas são muito raras.


OK, comparar mentalidade e organização dos dois países em matéria escolar também seria interessante. Mas isso é subjectivo.


Claro que para ti é subjectivo, se fosse privado aposto que apontavas como exemplo de sucesso para a tua solução. :mrgreen:

AutoMech Escreveu:

Aqui é que reside a nossa discordância mais_um. Eu o que exijo é a maior rentabilização possível do dinheiro que o estado tem reservado para o meu filho ! E essa pode não estar à porta de casa.


Tem graça, eu também defendo a melhor rentabilização dos dinheiros publicos, o equilibrio entre custo/beneficio e ambos sabemos muito bem que o privado busca o lucro e nada mais.

AutoMech Escreveu:

mais_um Escreveu:Continuas a olhar apenas para o teu umbigo e a esquecer a comunidade no seu todo, pessoas que tem a possibilidade de ir colocar os filhos á distancia de casa


Exactamente ! O rico não tem esse problema. Se a escola ao lado de casa não presta enfia com o filho na privada.

O pobre é que tem de gramar o que lhe põem no prato.

A medida da escolha da escola por mérito (dentro das publicas) ou por cheque ensino para poder escolher uma privada só vem democratizar o ensino de quem hoje está limitado e promove o mérito e a concorrência das escolas para se auto melhorarem.

Sabes a grande diferença entre tu e eu é que tu estás preocupado com a arvore, neste caso és tu, eu estou preocupado com a floresta e a floresta é o rico, o pobre, o contribuinte, etc..

Sim ,porque quando dizes que o pobre com o cheque ensino tem opção de escolha, estás a esquecer-te que o pobre pode não ter condições para colocar o filho longe de casa (o que já acontece com as universidades), ou seja passavas a ter o mesmo problema no ensino basico, se por hipotese existisse uma escola boa no local de residencia e esta fosse ocupada por pessoas de fora, o pobre com o cheque ensino tinha que pagar os transportes para deslocar o filho para outro lado.

Além disso tu estás completamente desfasado da realidade, uma aldeia com 40 ou 50 miudos, no 1º ciclo basico achas que é rentavel existir duas escolas? a concorrer uma com a outra? Achas que algum privado ia investir numa escola privada com o risco demografico existente?

Vou dar-te um exemplo simples, sou bancario e tenho assistencia medica do SAMS quadros, basicamente posso ir a quase tudo o que é privado sem pagar.

Após as 20:00 a urgência pediatrica que tenho mais perto é em Lisboa, a 100km de distancia, isto porque não é rentavel para os privados ter urgencia pediatrica aberta nas Caldas da Rainha ou em Torres Vedras.

Assim quando tenho necessidade vou às urgências do hospital publico.

Por isso era bom que quem defende a privatização dos serviços basicos como saude e/ou educação deve lembrar-se que os privados tem como fim o lucro e não a satisfação das necessidades basicas das pessoas.
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por Mares » 1/2/2011 20:33

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:Colocas o Estado com o devêr de pagar a educação do teu filho, em nome da tua liberdade de escolha...

Mas, como deves entender, o Estado não pode pagar para que todos possam escolher o que querem.

O Estado só pode pagar até um determinado limite e onde não exista outra escolha, dentro da área de residência.


Porquê, se o custo é o mesmo ?

Ou seja, se o meu filho for para a escola publica o estado tem um custo de 5.000 euros. Qual o problema do estado dar um cheque educação no mesmo valor ?

Mares Escreveu:Onde houver escola pública, o Estado não deverá patrocinar escola privada (para não duplicarmos os recursos necessários, pois o Estado estaría pagando para quem tem escola, mas não a quer).


Aqui é que discordamos Mares.

Eu defendo que a escolha seja tendencialmente publica (porque espero e exijo que as escolas publicas sejam boas uma vez que são geridas por dinheiros publicos).

Mas não defendo essa obrigatoriedade se a qualidade for má.

Tu pelo contrário defendes a obrigatoriedade, mesmo que seja má, o que promove a ineficiência e a mediocridade.



Mares Escreveu:Se vês que o Estado deva pagar a escola que os "ricos" escolhem para os seus filhos, então também colocaríamos o Belmiro de Azevedo para ministro da educação :wink:


Não, os ricos já hoje não precisam que o estado lhes pague a escola (sim, seriam beneficiados com o cheque educação).

Agora os grandes beneficiados seriam, isso sim, os pobres que hoje não têm alternativa.

Mares Escreveu:Não vejo discriminação nisso, nem igualar por baixo.


Hoje infelizmente o pobre é discriminado porque, se a escola ao lado for má, o estado recusa-se a dar-lhe o mesmo valor que gastaria com o seu filho para que o pobre o possa colocar noutra escola (e, pior ainda, recusa-lhe alternativa dentro da rede de escolas publicas).

O pobre é o grande discriminado com este sistema.


Entendo a tua indignação e as tuas aspirações para uma escola melhor para os teus filhos.

Refíro-te também que a educação dos nossos filhos passa também por nós, que somos pais.

Devêmos os acompanhar na escola, falar com os professores, participar nas actividades deles, procurar passar sugestões para a escola, etc, etc.

Isso (a participação dos pais) é tão importante quanto é a escola onde estão os nossos filhos.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por Automech » 1/2/2011 20:00

Mares Escreveu:Colocas o Estado com o devêr de pagar a educação do teu filho, em nome da tua liberdade de escolha...

Mas, como deves entender, o Estado não pode pagar para que todos possam escolher o que querem.

O Estado só pode pagar até um determinado limite e onde não exista outra escolha, dentro da área de residência.


Porquê, se o custo é o mesmo ?

Ou seja, se o meu filho for para a escola publica o estado tem um custo de 5.000 euros. Qual o problema do estado dar um cheque educação no mesmo valor ?

Mares Escreveu:Onde houver escola pública, o Estado não deverá patrocinar escola privada (para não duplicarmos os recursos necessários, pois o Estado estaría pagando para quem tem escola, mas não a quer).


Aqui é que discordamos Mares.

Eu defendo que a escolha seja tendencialmente publica (porque espero e exijo que as escolas publicas sejam boas uma vez que são geridas por dinheiros publicos).

Mas não defendo essa obrigatoriedade se a qualidade for má.

Tu pelo contrário defendes a obrigatoriedade, mesmo que seja má, o que promove a ineficiência e a mediocridade.



Mares Escreveu:Se vês que o Estado deva pagar a escola que os "ricos" escolhem para os seus filhos, então também colocaríamos o Belmiro de Azevedo para ministro da educação :wink:


Não, os ricos já hoje não precisam que o estado lhes pague a escola (sim, seriam beneficiados com o cheque educação).

Agora os grandes beneficiados seriam, isso sim, os pobres que hoje não têm alternativa.

Mares Escreveu:Não vejo discriminação nisso, nem igualar por baixo.


Hoje infelizmente o pobre é discriminado porque, se a escola ao lado for má, o estado recusa-se a dar-lhe o mesmo valor que gastaria com o seu filho para que o pobre o possa colocar noutra escola (e, pior ainda, recusa-lhe alternativa dentro da rede de escolas publicas).

O pobre é o grande discriminado com este sistema.
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por JMHP » 1/2/2011 19:59

José Manuel Fernandes avisa que Portugal não vai escapar ao desemprego na função pública


O jornalista José Manuel Fernandes, convidado para as jornadas parlamentares do PSD, advertiu que Portugal vai ter de encarar o problema dos despedimentos da função pública, como sucede já com outros países europeus.


“É o que está a acontecer no Reino Unido, é o que acontece na Irlanda, é o que acontece em Espanha. Não vejo razão para que isso não venha um dia a acontecer, agora como todos sabem não é uma coisa que se faça com muita facilidade”. E de seguida pediu mudanças na área social.

Num jantar-debate integrado nas Jornadas Parlamentares do PSD, a decorrer em Braga, o ex-director do PÚBLICO considerou que nas “áreas sociais é preciso alterar radicalmente a lógica”. “O que se tem passado nestas últimas semanas nesta guerra das escolas privadas mostra-nos bem os vícios do sistema”, declarou, manifestando alguma indignação.

Mas para mexer, quer na lei individual dos despedimentos, por exemplo, ou proceder a alterações a nível das áreas sociais vai ser necessário, conforme assinalou, estabelecer “consensos”. “Penso que, provavelmente, vamos ter de passar por uma fase de construção de consensos que vai implicar uma capacidade de aproximação a actores políticos que hoje estão claramente à esquerda da área política que na noite de domingo disse que tinha começado um novo ciclo”, salientou.

Falando para uma plateia de deputados, Fernandes observou que “vai ser necessário ter capacidade para alargar a base de apoio politico e social para conseguir fazer essas alterações” A título de exemplo disse:”Imaginem que é necessário modificar a lei de despedimentos individuais – as propostas que estão em discussão na concertação social são um disparate, porque só vão tornar mais difícil criar emprego” A este propósito, aludiu ao chamado “imposto adicional para um despedimento eventual”, para depois afirmar que “a criação de um posto de trabalho fica mais caro, é trigo limpo farinha amparo. É só fazer contas”.

José Manuel Fernandes, que foi o convidado da noite do primeiro dia das Jornadas Parlamentares do PSD, observou que para alterar a lei dos despedimentos individual talvez não seja necessário mexer na Constituição, mas, sublinhou, “é preciso claramente mexer na lei que existe e que é muito diferente da maior parte das leis dos países europeus”.

E deixou uma preocupação. Como é que “se mexe nisso se não houver um apoio para além da área do centro-direita?” “Vejo muito difícil, o mesmo direi em relação a outras leis que são muitos complicadas para a forma como o nosso pais funciona”. considerou, criticando, por exemplo, a lei das rendas que, do seu ponto de vista, “diminui a mobilidade das pessoas, torna difícil as pessoas circular entre empresas – é um factor de rigidez”. Falando de improviso, o ex-director do PÚBLICO voltou a perguntar: “Será possível fazer uma mudança a sério dessa legislação só com o apoio do centro direita? Acho muito difícil para não dizer impossível”.

Depois aludiu ao “momento particularmente dramático” que o país atravessa para sublinhar que “há muitos anos que não tem memória de uma crispação assim entre os diferentes actores políticos que tenha chegado ao ponto em que chegou nos últimos anos” E não resistiu a fazer comparações: “Fala-se muito dos anos finais do cavaquismo, mas não se compara de forma alguma. A dificuldade de os vários partidos falarem uns com os outros não é apenas o espectáculo, mais ou menos marialva dos debates da Assembleia [da República] é aquilo que está por detrás”, considerou.

Na sua opinião, “a percepção é que estamos há um ano e meio em campanha eleitoral e vamos continuar em campanha eleitoral e, cada passo que se dá, há sempre uma rasteira, há sempre uma segunda intenção, um cálculo politico…"
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/jos ... ca_1478014[/b]
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por Mares » 1/2/2011 19:48

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:AutoMech,

- Educação não é um cheque de 5000 euros que o Estado entrega a um encarregado de educação... é muito mais que isso...

Não vejas um cheque como um cheque para ir comprar um automóvel. Eu estou a defender poder escolher uma escola privada que entendo ser melhor que a publica que abusivamente me foi atribuída (digo abusiva porque não tive escolha). E o que peço ao estado é que pague exactamente o mesmo que pagaria se o meu filho frequentasse o publico.

E já agora, se faço essa escolha, assumindo que não sou mentecapto e que quero o melhor para o meu filho, é porque acho que essa escola privada é melhor do que a publica que tenho ao lado de casa.

O mesmo raciocínio se aplica se quiser meter o meu filho numa escola publica a 10Km quando tenho uma escola publica ao lado.

Mares Escreveu:- Se o Estado "entrega" 5000 euros para a educação de uma criança, então ele também tem o direito de saber como é gasto. A ele compete criar as melhores escolas, contratar os melhores profissionais, equipar as escolas e preparar os alunos para um mercado competitivo.


Ninguém está a dizer em pagar e pronto, acabou a história. As escolas privadas são controladas também.

Mares Escreveu:- Se o Estado investe 5000 euros, então ele também deverá definír os critérios para a colocação dos seus alunos. Imagina que agora todos os educadores resolvessem colocar todas as crianças numa só escola de Lisboa ou do Porto,...?


Se toda a gente quer ir para lá é porque a escola é melhor do que as outras, ou não ?

É essa escola que deve servir de exemplo às restantes e às privadas que querem competir pelos alunos.

A admissão deve ser por mérito dentro de vagas.

Mas mérito é uma palavra que em Portugal causa repulsa. A malta gosta é de igualitarismo, nivelando pela mediocridade.

Mares Escreveu:Nos últimos anos foram criadas muitas estatisticas, atendendo às suas conveniências, criadas na lógica do "mercantilismo" (estatistícas num tipo de ensino).


Quando são feitas por instituições internacionais e idóneas, destas sempre desconfiamos...

Eu estava-me a referir a novas oportunidades e afins...

Mares Escreveu:Como disse acima, educação não é um cheque de 5 mil euros... Tem de haver programas escolares, organização, directívas, metas, etc, etc.


Claro. E já pensaste que a iniciativa privada até o pode fazer melhor ?

Há inúmeros exemplos de como a concorrência noutros sectores levou a melhorias para os clientes.

Mares Escreveu:Parece-me que não confias na qualidade do ensino nas escolas públicas...

Não é não confiar. Eu gostava era de ter a liberdade de escolher o melhor para o meu filho, seja publico ou privado.

Mares Escreveu:Isso foi criado e vendído pelos "empresários da educação", com dinheiro público e com o apoio de quem pensa que a sociedade deverá ser elitizada.


Pelo contrário. A situação actual é que é extremamente injusta porque um rico, se a escola publica ao pé de casa não prestar, mete o filho numa escola privada.

O pobre tem de gramar a escola publica porque não tem alternativa (nem sequer dentro do publico!)

O sistema actual protege, sim, o rico, ao contrário do que nos querem vender.



Mares Escreveu:Estás a confundir universidade com ensino obrigatório. Se queres escolher a universidade em Bragança e vives em Lisboa, não é o Estado que te vai pagar a habitação...certo?

O principio é o mesmo. Se o estado paga X por aluno porque é que o beneficiário não pode escolher ?

Mares Escreveu:E quanto a ensino privado/público universitário até sabemos o que tem qualidade e o que não tem (salvo raras excepções)...


Sim, isso não interessa. O que interessa é a liberdade de escolha. Eu não estou a dizer que o privado é melhor. Há aliás casos que mostras isso mesmo.

Mas que o estado deve promover essa concorrência, isso deve. Senão promove a mediocridade de quem sabe que, por muito mau que seja, tem sempre clientes.


Colocas o Estado com o devêr de pagar a educação do teu filho, em nome da tua liberdade de escolha...

Mas, como deves entender, o Estado não pode pagar para que todos possam escolher o que querem.

O Estado só pode pagar até um determinado limite e onde não exista outra escolha, dentro da área de residência.

Onde houver escola pública, o Estado não deverá patrocinar escola privada (para não duplicarmos os recursos necessários, pois o Estado estaría pagando para quem tem escola, mas não a quer).

Se vês que o Estado deva pagar a escola que os "ricos" escolhem para os seus filhos, então também colocaríamos o Belmiro de Azevedo para ministro da educação :wink:

Não vejo discriminação nisso, nem igualar por baixo.
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por Automech » 1/2/2011 19:08

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:O que é inquestionável é que há liberdade de escolha na universidade (condicionada às médias). Ou seja, alguém de Braga não é obrigado a ficar na Univ do Minho.


Às médias não, às vagas mas o reverso da medalha é alunos de Braga não conseguirem ficar ao pé de casa e irem para longe, caso tenham possibilidade financeira para tal.


À media, sim. Porque se não entrou em Braga (e queria) é porque não tinha média. Mas adiante porque não interessa para a discussão.


mais_um Escreveu:Fugiste à questão. Tenho um filho com 6 anos, 1º ano de escolaridade, matriculo-o ao pé de casa mas como há alguem que está disposto (e pode) vir de longe colocar os seus filhos longe e por um hipotetico criteiro de selecção não tenho vaga na escola ao pé de casa, como resolves o problema?


Se é por mérito está respondido. O miúdo com pior classificação provavelmente tem de sair. Mas se a escola é assim tão boa que atrai muita gente de fora e deixa a comunidade sem escola, o aparecimento duma escola privada na zona é a solução (que neste momento, por ausência do cheque ensino, não existem condições de acontecer).


mais_um Escreveu:Curiosamente o sistema de ensino na Finlandia (o pais que obtem os melhores resultados a nivel mundial ) é publico, as escolas privadas são muito raras.


OK, comparar mentalidade e organização dos dois países em matéria escolar também seria interessante. Mas isso é subjectivo.

mais_um Escreveu:Sim tens que a aceitar,


Aqui é que reside a nossa discordância mais_um. Eu o que exijo é a maior rentabilização possível do dinheiro que o estado tem reservado para o meu filho ! E essa pode não estar à porta de casa.


mais_um Escreveu:Continuas a olhar apenas para o teu umbigo e a esquecer a comunidade no seu todo, pessoas que tem a possibilidade de ir colocar os filhos á distancia de casa


Exactamente ! O rico não tem esse problema. Se a escola ao lado de casa não presta enfia com o filho na privada.

O pobre é que tem de gramar o que lhe põem no prato.

A medida da escolha da escola por mérito (dentro das publicas) ou por cheque ensino para poder escolher uma privada só vem democratizar o ensino de quem hoje está limitado e promove o mérito e a concorrência das escolas para se auto melhorarem.
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por mais_um » 1/2/2011 18:53

AutoMech Escreveu:O que é inquestionável é que há liberdade de escolha na universidade (condicionada às médias). Ou seja, alguém de Braga não é obrigado a ficar na Univ do Minho.


Às médias não, às vagas mas o reverso da medalha é alunos de Braga não conseguirem ficar ao pé de casa e irem para longe, caso tenham possibilidade financeira para tal.



AutoMech Escreveu:
Eu defendo o mérito e que alguém não esteja sujeito a uma escola mediocre quando pode escolher uma escola melhor (ou temos contribuintes de primeira e de segunda ?).
Além disso tu olhas para o panorama actual em que a concorrência privada não existe em pleno por impossibilidade financeira dos pais. Com um cheque educação a concorrência promove-se e abrem escolas onde elas são precisas (ou onde as publicas são más).


Fugiste à questão. Tenho um filho com 6 anos, 1º ano de escolaridade, matriculo-o ao pé de casa mas como há alguem que está disposto (e pode) vir de longe colocar os seus filhos longe e por um hipotetico criteiro de selecção não tenho vaga na escola ao pé de casa, como resolves o problema?


AutoMech Escreveu:
Eu nem defendo que o estado tenha infraestruturas mas isso é outra questão.


Curiosamente o sistema de ensino na Finlandia (o pais que obtem os melhores resultados a nivel mundial ) é publico, as escolas privadas são muito raras.


AutoMech Escreveu:
Portanto se eu tiver uma escola má ao pé de mim tenho de a aceitar. Os meus impostos são piores do que os impostos do outro pai ?


Sim tens que a aceitar, se não estás satisfeito vai para uma escola privada caso exista, ou então envolves-te na comunidade escolar (via associação de pais)e contribuis para melhorar, é o que eu e a minha mulher fazemos à 4 anos com resultados bastante positivos.


AutoMech Escreveu:Uma forma racional é permitir que as pessoas possam escolher o melhor para os seus filhos e não impor essa vontade por um critério ilógico de proximidade.


Ilogico para ti, para mim não é.

Continuas a olhar apenas para o teu umbigo e a esquecer a comunidade no seu todo, pessoas que tem a possibilidade de ir colocar os filhos á distancia de casa e outros que não tem essa capacidade, se no ensino universitário não é grave, no ensino basico é, mas ainda não conseguiste entender.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por Automech » 1/2/2011 18:37

Mares Escreveu:AutoMech,

- Educação não é um cheque de 5000 euros que o Estado entrega a um encarregado de educação... é muito mais que isso...

Não vejas um cheque como um cheque para ir comprar um automóvel. Eu estou a defender poder escolher uma escola privada que entendo ser melhor que a publica que abusivamente me foi atribuída (digo abusiva porque não tive escolha). E o que peço ao estado é que pague exactamente o mesmo que pagaria se o meu filho frequentasse o publico.

E já agora, se faço essa escolha, assumindo que não sou mentecapto e que quero o melhor para o meu filho, é porque acho que essa escola privada é melhor do que a publica que tenho ao lado de casa.

O mesmo raciocínio se aplica se quiser meter o meu filho numa escola publica a 10Km quando tenho uma escola publica ao lado.

Mares Escreveu:- Se o Estado "entrega" 5000 euros para a educação de uma criança, então ele também tem o direito de saber como é gasto. A ele compete criar as melhores escolas, contratar os melhores profissionais, equipar as escolas e preparar os alunos para um mercado competitivo.


Ninguém está a dizer em pagar e pronto, acabou a história. As escolas privadas são controladas também.

Mares Escreveu:- Se o Estado investe 5000 euros, então ele também deverá definír os critérios para a colocação dos seus alunos. Imagina que agora todos os educadores resolvessem colocar todas as crianças numa só escola de Lisboa ou do Porto,...?


Se toda a gente quer ir para lá é porque a escola é melhor do que as outras, ou não ?

É essa escola que deve servir de exemplo às restantes e às privadas que querem competir pelos alunos.

A admissão deve ser por mérito dentro de vagas.

Mas mérito é uma palavra que em Portugal causa repulsa. A malta gosta é de igualitarismo, nivelando pela mediocridade.

Mares Escreveu:Nos últimos anos foram criadas muitas estatisticas, atendendo às suas conveniências, criadas na lógica do "mercantilismo" (estatistícas num tipo de ensino).


Quando são feitas por instituições internacionais e idóneas, destas sempre desconfiamos...

Eu estava-me a referir a novas oportunidades e afins...

Mares Escreveu:Como disse acima, educação não é um cheque de 5 mil euros... Tem de haver programas escolares, organização, directívas, metas, etc, etc.


Claro. E já pensaste que a iniciativa privada até o pode fazer melhor ?

Há inúmeros exemplos de como a concorrência noutros sectores levou a melhorias para os clientes.

Mares Escreveu:Parece-me que não confias na qualidade do ensino nas escolas públicas...

Não é não confiar. Eu gostava era de ter a liberdade de escolher o melhor para o meu filho, seja publico ou privado.

Mares Escreveu:Isso foi criado e vendído pelos "empresários da educação", com dinheiro público e com o apoio de quem pensa que a sociedade deverá ser elitizada.


Pelo contrário. A situação actual é que é extremamente injusta porque um rico, se a escola publica ao pé de casa não prestar, mete o filho numa escola privada.

O pobre tem de gramar a escola publica porque não tem alternativa (nem sequer dentro do publico!)

O sistema actual protege, sim, o rico, ao contrário do que nos querem vender.



Mares Escreveu:Estás a confundir universidade com ensino obrigatório. Se queres escolher a universidade em Bragança e vives em Lisboa, não é o Estado que te vai pagar a habitação...certo?

O principio é o mesmo. Se o estado paga X por aluno porque é que o beneficiário não pode escolher ?

Mares Escreveu:E quanto a ensino privado/público universitário até sabemos o que tem qualidade e o que não tem (salvo raras excepções)...


Sim, isso não interessa. O que interessa é a liberdade de escolha. Eu não estou a dizer que o privado é melhor. Há aliás casos que mostras isso mesmo.

Mas que o estado deve promover essa concorrência, isso deve. Senão promove a mediocridade de quem sabe que, por muito mau que seja, tem sempre clientes.
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por Automech » 1/2/2011 18:20

mais_um Escreveu:
Obrigado, mas isso também eu sei. queria saber se sabias porque os alunos escolheram uma ou outra, mas sabes tanto como eu, ou seja não sabes o motivo porque levou os alunos a escolherem uma ou outra.


Suspeito quais sejam mas isso é irrelevante para a discussão porque as razões não interessam para o caso.
O importante é que existe possibilidade de escolha.

mais_um Escreveu:Com esta é que mataste a discussão!!! :lol: :lol:

É fantastico como consegues deduzir essa informação a partir da ultima nota de entrada.....


No geral sim, mas como se podem construir exemplos (mais teóricos do que reais) eu até te dou esse ponto porque não tem importância para o caso e não quero desviar o focus.

O que é inquestionável é que há liberdade de escolha na universidade (condicionada às médias). Ou seja, alguém de Braga não é obrigado a ficar na Univ do Minho.


mais_um Escreveu:terceiro todas as universidades tem alunos de todo o pais, como podes verificar nas paginas 63 e 64 do documento:


Já agora este ponto mostra exactamente o que defendo. Liberdade de escolha.



mais_um Escreveu:O sistema que tu defendes é impraticavel e um absurdo, o Estado tem que garantir o ensino obrigatório para todos dentro da sua area de residencia. Por exemplo tenho o meu filho na escola da aldeia aonde moro, que tem um limite de capacidade, no sistema que tu defendes, cada um escolhe a escola quer quer como era no caso de as vagas serem preenchidas por alunos de fora? os miudos que viviam na aldeia ficavam sem aulas? Qual era o teu critério?



Eu defendo o mérito e que alguém não esteja sujeito a uma escola mediocre quando pode escolher uma escola melhor (ou temos contribuintes de primeira e de segunda ?).
Além disso tu olhas para o panorama actual em que a concorrência privada não existe em pleno por impossibilidade financeira dos pais. Com um cheque educação a concorrência promove-se e abrem escolas onde elas são precisas (ou onde as publicas são más).




mais_um Escreveu:A tua proposta é muito racional, queres que o Estado mantenha infra-estruturas sem saber se vai ter alunos para as utilizar e ao mesmo tempo dar dinheiro aos pais.



Eu nem defendo que o estado tenha infraestruturas mas isso é outra questão.


mais_um Escreveu:Estás só a olhar para o teu umbigo, então e se o facto de colocares o teu filho a estudar numa escola a 10 km, for tirar o lugar a um aluno que viva ao pé da escola, onde é que esse aluno vai ter aulas?


Portanto se eu tiver uma escola má ao pé de mim tenho de a aceitar. Os meus impostos são piores do que os impostos do outro pai ?




mais_um Escreveu:A partir do momento que compete ao Estado assegurar a escolaridade obrigatória este tem que se organizar de forma a racionalizar a utilização dos recursos.



Uma forma racional é permitir que as pessoas possam escolher o melhor para os seus filhos e não impor essa vontade por um critério ilógico de proximidade.

Se tu tiveres uma escola péssima ao pé de ti e tiveres outra espectacular a 5 Kms onde é que gostavas que o teu filho estivesse ?

Critério de proximidade é um critério medíocre. É forçar a pessoa a uma não escolha. Promove a mediocridade da escola, que não tem razão para melhorar porque os clientes estão garantidos.

E não atribuir um cheque ensino (do mesmo valor do custo publico) faz exactamente o mesmo. Não promove a concorrência com privados.
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por Mares » 1/2/2011 17:46

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:
Referes em outros posts sobre a racionalização dos gastos do sector público (mas aqui defendes até mesmo a duplicidade de serviços, incorrendo em gastos insuportáveis), tal como referes a liberdade de escolha (mas ficando esses custos adicionais para o Estado) ou então o princípio da concorrência para melhorar o ensino...?


AutoMech Escreveu:Não tem a ver com racionalização Mares. Se o estado gasta por exemplo 5.000 euros por ano com o meu filho eu, sem prejudicar o estado, devo poder:

1. Meter o meu filho na escola publica perto de casa ou noutra publica a 10km (condicionado a vagas, claro) ou

2. Receber um cheque ensino no valor de 5.000 euros e mete-lo na escola que entender.


AutoMech,

- Educação não é um cheque de 5000 euros que o Estado entrega a um encarregado de educação... é muito mais que isso...
- Educação tem custos e tem de haver racionalização, seja com ou sem crise. O dinheiro deverá ser gasto de uma forma responsável e eficiente. Os resultados deverão ser apresentados à comunidade.
- Se o Estado "entrega" 5000 euros para a educação de uma criança, então ele também tem o direito de saber como é gasto. A ele compete criar as melhores escolas, contratar os melhores profissionais, equipar as escolas e preparar os alunos para um mercado competitivo.
- Se o Estado investe 5000 euros, então ele também deverá definír os critérios para a colocação dos seus alunos. Imagina que agora todos os educadores resolvessem colocar todas as crianças numa só escola de Lisboa ou do Porto,...?

Mares Escreveu:Pelo debate de ontem, meu entendimento foi que o ensino está progredíndo em Portugal (em termos de qualidade e com reconhecimento internacional), os custos estão sendo melhor racionalizados ou que existem metas e avaliações procurando a excelência.


AutoMech Escreveu:Não vou discutir isto porque tem panos para mangas. Não sou o único a dizer que se fabricam estatísticas em Portugal.


Nos últimos anos foram criadas muitas estatisticas, atendendo às suas conveniências, criadas na lógica do "mercantilismo" (estatistícas num tipo de ensino).

Quando são feitas por instituições internacionais e idóneas, destas sempre desconfiamos...


Mares Escreveu:Essa é a escola pública que sempre conheci e é por ela que a sociedade deverá mobilizar-se.


AutoMech Escreveu:Não, a sociedade deve mobilizar-se pela melhor utilização possivel dos dinheiros publicos na educação.


Como disse acima, educação não é um cheque de 5 mil euros... Tem de haver programas escolares, organização, directívas, metas, etc, etc.

AutoMech Escreveu:Se eu entender que o melhor gasto do estado com o meu filho é a 10 Kms da minha casa é isso que eu gostava que acontecesse e que não fosse forçado a uma escola pelo critério abusivo da proximidade.


Tem de se utilizar um critério razoável... Se em vez da "mais próxima" for "uma das escolas que se encontre num raio máximo de 10 kms da residência do aluno"), também poderá ser válida desde que atenda à disponibilidade de cada escola...

AutoMech Escreveu:E defender que o aluno tem de ficar na escola publica, independentemente da sua qualidade, quando pode frequentar outra melhor, com o mesmo custo para o estado, é precisamente nivelar a educação por baixo.


Parece-me que não confias na qualidade do ensino nas escolas públicas...

Isso foi criado e vendído pelos "empresários da educação", com dinheiro público e com o apoio de quem pensa que a sociedade deverá ser elitizada.

Parece-me que o Estado não quer mais ir nessa conversa. A sociedade mais esclarecida também não deseja isso.

Mares Escreveu:Quanto ao ensino superior, poderás até fazer doutoramento numa universidade estrangeira... Se o Estado não financiar essa formação, então não terá nada a vêr com isso.


AutoMech Escreveu:Sim, mas nas universidade publicas tenho opção de escolha. Porque é que nas escolas não tenho ? É assim tão diferente ?


Estás a confundir universidade com ensino obrigatório. Se queres escolher a universidade em Bragança e vives em Lisboa, não é o Estado que te vai pagar a habitação...certo?

E quanto a ensino privado/público universitário até sabemos o que tem qualidade e o que não tem (salvo raras excepções)...

As univ. privadas não criaram concorrência... e também não se entendeu muito bem o que elas criaram...
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por mais_um » 1/2/2011 17:42

AutoMech Escreveu:Não tem a ver com racionalização Mares. Se o estado gasta por exemplo 5.000 euros por ano com o meu filho eu, sem prejudicar o estado, devo poder:

1. Meter o meu filho na escola publica perto de casa ou noutra publica a 10km (condicionado a vagas, claro) ou

2. Receber um cheque ensino no valor de 5.000 euros e mete-lo na escola que entender.


A tua proposta é muito racional, queres que o Estado mantenha infra-estruturas sem saber se vai ter alunos para as utilizar e ao mesmo tempo dar dinheiro aos pais.



AutoMech Escreveu:
Se eu entender que o melhor gasto do estado com o meu filho é a 10 Kms da minha casa é isso que eu gostava que acontecesse e que não fosse forçado a uma escola pelo critério abusivo da proximidade.


Estás só a olhar para o teu umbigo, então e se o facto de colocares o teu filho a estudar numa escola a 10 km, for tirar o lugar a um aluno que viva ao pé da escola, onde é que esse aluno vai ter aulas?


AutoMech Escreveu:
Sim, mas nas universidade publicas tenho opção de escolha. Porque é que nas escolas não tenho ? É assim tão diferente ?


Já ouviste falar em escolaridade obrigatória?....E que crianças de 6 anos não tem a mesma autonomia que jovens adultos de 18 anos? :roll: :roll: :roll:

A partir do momento que compete ao Estado assegurar a escolaridade obrigatória este tem que se organizar de forma a racionalizar a utilização dos recursos.
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por mais_um » 1/2/2011 17:18

AutoMech Escreveu:
Sim, sei. A média corresponde à classificação do ultimo aluno que entrou.

Ou seja, se uma faculdade tiver média de 16 e outra de 14 significa que o pior aluno na primeira entrou com média de 16 e na segunda o pior entrou com média de 14.



Obrigado, mas isso também eu sei. queria saber se sabias porque os alunos escolheram uma ou outra, mas sabes tanto como eu, ou seja não sabes o motivo porque levou os alunos a escolherem uma ou outra.

AutoMech Escreveu:

Ou seja, significa que do grupo de alunos com melhores notas houve uma preferência pela primeira universidade (não importam as razões, até podem ser geográficas), o que fez subir a média.

Ou seja houve MAIOR procura dos melhores alunos pela primeira universidade (o que não quer dizer que a universidade seja melhor).


Com esta é que mataste a discussão!!! :lol: :lol:

É fantastico como consegues deduzir essa informação a partir da ultima nota de entrada.....

Primeiro o nº de vagas não é identico de universidade para universidade, segundo a população estudantil não é da mesma dimensão em todas as zonas do pais e terceiro todas as universidades tem alunos de todo o pais, como podes verificar nas paginas 63 e 64 do documento:

http://www.dges.mctes.pt/NR/rdonlyres/6 ... NA2011.pdf


Continuas a insistir em comparar algo que não é comparavel, o ensino obrigatório com o ensino Universitário.

O sistema que tu defendes é impraticavel e um absurdo, o Estado tem que garantir o ensino obrigatório para todos dentro da sua area de residencia. Por exemplo tenho o meu filho na escola da aldeia aonde moro, que tem um limite de capacidade, no sistema que tu defendes, cada um escolhe a escola quer quer como era no caso de as vagas serem preenchidas por alunos de fora? os miudos que viviam na aldeia ficavam sem aulas? Qual era o teu critério?
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por Automech » 1/2/2011 17:02

Mares Escreveu:
Referes em outros posts sobre a racionalização dos gastos do sector público (mas aqui defendes até mesmo a duplicidade de serviços, incorrendo em gastos insuportáveis), tal como referes a liberdade de escolha (mas ficando esses custos adionais para o Estado) ou então o princípio da concorrência para melhorar o ensino...?


Não tem a ver com racionalização Mares. Se o estado gasta por exemplo 5.000 euros por ano com o meu filho eu, sem prejudicar o estado, devo poder:

1. Meter o meu filho na escola publica perto de casa ou noutra publica a 10km (condicionado a vagas, claro) ou

2. Receber um cheque ensino no valor de 5.000 euros e mete-lo na escola que entender.

Mares Escreveu:Pelo debate de ontem, meu entendimento foi que o ensino está progredíndo em Portugal (em termos de qualidade e com reconhecimento internacional), os custos estão sendo melhor racionalizados ou que existem metas e avaliações procurando a excelência.

Não vou discutir isto porque tem panos para mangas. Não sou o único a dizer que se fabricam estatísticas em Portugal.

Mares Escreveu:Essa é a escola pública que sempre conheci e é por ela que a sociedade deverá mobilizar-se.


Não, a sociedade deve mobilizar-se pela melhor utilização possivel dos dinheiros publicos na educação.

Se eu entender que o melhor gasto do estado com o meu filho é a 10 Kms da minha casa é isso que eu gostava que acontecesse e que não fosse forçado a uma escola pelo critério abusivo da proximidade.

E defender que o aluno tem de ficar na escola publica, independentemente da sua qualidade, quando pode frequentar outra melhor, com o mesmo custo para o estado, é precisamente nivelar a educação por baixo.


Mares Escreveu:Quanto ao ensino superior, poderás até fazer doutoramento numa universidade estrangeira... Se o Estado não financiar essa formação, então não terá nada a vêr com isso.


Sim, mas nas universidade publicas tenho opção de escolha. Porque é que nas escolas não tenho ? É assim tão diferente ?
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por Automech » 1/2/2011 16:52

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:Porque é que gestão no ISCTE tem média superior a gestão no Minho ou em Évora ?


Não sei, tu sabes?


Sim, sei. A média corresponde à classificação do ultimo aluno que entrou.

Ou seja, se uma faculdade tiver média de 16 e outra de 14 significa que o pior aluno na primeira entrou com média de 16 e na segunda o pior entrou com média de 14.

Ou seja, significa que do grupo de alunos com melhores notas houve uma preferência pela primeira universidade (não importam as razões, até podem ser geográficas), o que fez subir a média.

Ou seja houve MAIOR procura dos melhores alunos pela primeira universidade (o que não quer dizer que a universidade seja melhor).


mais_um Escreveu:É por ai que tiras a conclusão que uma escola é melhor?


Não, é por aí que tiro que houve maior procura por parte de melhores alunos. Se é melhor ou não não sei (nem tenho de saber). Cabe a cada um fazer a escolha da universidade e tentar entrar.

Além disto existe o tal empirismo (ainda que não preste) de saber que há em Lisboa gente das ilhas, de Coimbra, de Évora, de Braga, etc. em cursos que tinham ao pé de casa.

E se eles estão em Lisboa é porque o governo não decretou que uma pessoa de Braga tem de fazer economia (se houver) na Universidade do Minho.

mais_um Escreveu:Há tantos factores que condiciona a escolhas das pessoas, que para mim é abusivo atribuir as notas minimas de entrada como factor indicativo da suposta qualidade do estabelecimento de ensino.


Eu não estou a dizer que é melhor em termos académicos. Eu estou a dizer que é melhor para alguém que a escolheu em detrimento de outra que tinha ao pé de casa e para a qual tinha média.

Aliás, a palavra chave no teu paragrafo é obviamente "escolhas". Há liberdade de escolha duma universidade.

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Concorrência é a chave para a melhoria da qualidade em praticamente todos os sectores.


Depende, se não tiveres massa critica suficiente para permitir uma concorrência saudavel arriscas-te a piorar em vez de melhorar.


Se a temos na universidade mais temos no ensino pré universitário.

mais_um Escreveu:Já agora, o ISCTE tem uma propina de 979€ e a U. Minho tem a propina a começar em 996€.


E ? Concorrência significa concorrência também no estabelecimento de preços. Umas são mais baratas outras são mais caras. É o mercado.
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por JMHP » 1/2/2011 16:43

artista Escreveu:
JMHP Escreveu:
artista Escreveu:Uma das quais será até moral, eu pergunto-me até que ponto será aceitável que o estado de um ano para o outro (aliás de um mês para o outro) resolva cortar 30% no financiamento de uma escola com quem tem um acordo há cerca de 30 anos?! Provavelmente legal será mas duvido que seja aceitável apenas com o argumento de que fizeram contas e na escola pública uma turma custa "X", e sujeitar aquelas escolas, de um momento para o outro, a governarem-se com esse "X"... pode ser legal mas será no mínimo e moralidade duvidosa!


Simples!... Resume-se a um questão de extremos. Quando se acredita que existe abundância de dinheiro ou de crédito, tudo é possível e todas as soluções nos parecem possíveis e racionais.

O mesmo acontece na perspectiva negativa e no sentido oposto, quando os recursos financeiros escasseiam, tudo se transforma em irracional e insustentável mesmo que seja contra o nosso desejo.

Dado que estamos a viver um período difícil de extremos e pelos piores motivos, na realidade são os factos (recursos financeiros) que impõem e determinam as acções mesmo contra a vontade e politica de quem governa ou mesmo do povo.

Durante 36 anos foram as "palavras" que ditavam os sonhos, hoje são os "números" que nos despertam de sonhar... A realidade é esta, a nossa e não outra!


Concordo inteiramente com o que escreveste, acho até que sustentam o que eu escrevi... fico a pensar como é que ainda se está a pensar em ir para a frente com o TGV e outros projectos quando não há dinheiro para nada?!


Esse é um dos muitos nossos dramas. Mas se o povo ficar acomodado e não se mobilizar deixando iludir ou distraído com "folclore" e demagogia, então de nada vale "bater" nos políticos.

De qualquer modo não será o cancelamento (imperativo hoje) do TGV e de outros grandes projectos públicos que vai eliminar a necessidade urgente de realizar as reformas que o país tanto anseia e há muito tempo adia.

Estamos a viver tempos de acção e viver com a nossa dura realidade. Se o povo quer futuro para as suas reformas realistas e sustentadas, assim como um futuro com oportunidades para os seus filhos, então é agora a nossa oportunidade de fazer o que tem de ser feito, sem queixas e sem tabus.
Editado pela última vez por JMHP em 1/2/2011 16:54, num total de 2 vezes.
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por artista_ » 1/2/2011 16:32

JMHP Escreveu:
artista Escreveu:Uma das quais será até moral, eu pergunto-me até que ponto será aceitável que o estado de um ano para o outro (aliás de um mês para o outro) resolva cortar 30% no financiamento de uma escola com quem tem um acordo há cerca de 30 anos?! Provavelmente legal será mas duvido que seja aceitável apenas com o argumento de que fizeram contas e na escola pública uma turma custa "X", e sujeitar aquelas escolas, de um momento para o outro, a governarem-se com esse "X"... pode ser legal mas será no mínimo e moralidade duvidosa!


Simples!... Resume-se a um questão de extremos. Quando se acredita que existe abundância de dinheiro ou de crédito, tudo é possível e todas as soluções nos parecem possíveis e racionais.

O mesmo acontece na perspectiva negativa e no sentido oposto, quando os recursos financeiros escasseiam, tudo se transforma em irracional e insustentável mesmo que seja contra o nosso desejo.

Dado que estamos a viver um período difícil de extremos e pelos piores motivos, na realidade são os factos (recursos financeiros) que impõem e determinam as acções mesmo contra a vontade e politica de quem governa ou mesmo do povo.

Durante 36 anos foram as "palavras" que ditavam os sonhos, hoje são os "números" que nos despertam de sonhar... A realidade é esta, a nossa e não outra!


Concordo inteiramente com o que escreveste, acho até que sustentam o que eu escrevi... fico a pensar como é que ainda se está a pensar em ir para a frente com o TGV e outros projectos quando não há dinheiro para nada?!
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por mais_um » 1/2/2011 16:02

AutoMech Escreveu:Porque é que gestão no ISCTE tem média superior a gestão no Minho ou em Évora ?


Não sei, tu sabes?

Já agora a média para economia é de 15,5 no Minho e é 15,65 no ISCTE.

E por exemplo em Medicina é 18,27 no Minho e em Lisboa é 18,08, e?

É por ai que tiras a conclusão que uma escola é melhor?

Há tantos factores que condiciona a escolhas das pessoas, que para mim é abusivo atribuir as notas minimas de entrada como factor indicativo da suposta qualidade do estabelecimento de ensino.


AutoMech Escreveu:
Concorrência é a chave para a melhoria da qualidade em praticamente todos os sectores.


Depende, se não tiveres massa critica suficiente para permitir uma concorrência saudavel arriscas-te a piorar em vez de melhorar.

Já agora, o ISCTE tem uma propina de 979€ e a U. Minho tem a propina a começar em 996€.
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por JMHP » 1/2/2011 15:50

artista Escreveu:Uma das quais será até moral, eu pergunto-me até que ponto será aceitável que o estado de um ano para o outro (aliás de um mês para o outro) resolva cortar 30% no financiamento de uma escola com quem tem um acordo há cerca de 30 anos?! Provavelmente legal será mas duvido que seja aceitável apenas com o argumento de que fizeram contas e na escola pública uma turma custa "X", e sujeitar aquelas escolas, de um momento para o outro, a governarem-se com esse "X"... pode ser legal mas será no mínimo e moralidade duvidosa!


Simples!... Resume-se a um questão de extremos. Quando se acredita que existe abundância de dinheiro ou de crédito, tudo é possível e todas as soluções nos parecem possíveis e racionais.

O mesmo acontece na perspectiva negativa e no sentido oposto, quando os recursos financeiros escasseiam, tudo se transforma em irracional e insustentável mesmo que seja contra o nosso desejo.

Dado que estamos a viver um período difícil de extremos e pelos piores motivos, na realidade são os factos (recursos financeiros) que impõem e determinam as acções mesmo contra a vontade e politica de quem governa ou mesmo do povo.

Durante 36 anos foram as "palavras" que ditavam os sonhos, hoje são os "números" que nos despertam de sonhar... A realidade é esta, a nossa e não outra!
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por artista_ » 1/2/2011 15:33

mais_um Escreveu:Tem que ajustar-se à nova realidade, se não conseguir fecha a porta. Neste caso os colégios e externatos em questão tem que analisar se conseguem ou não continuar, se não conseguem os alunos são transferidos para as escolas publicas, assim já não há duplicação de custos.

No caso do Externato de Penafirme, há uma escola privada que já se ofereceu para fazer o contrato com o Estado de modo a susbtituir o Externato de Penafirme, é a Escola Internacional de Torres Vedras. Que actualmente cobra aos pais 4000€/ano para um aluno do 2º ciclo (fora os extra).


Não me parece que este tipo de coisas possa ser vista de uma forma tão simples e economicista... como já disse, não conheço em profundidade este problema, ainda assim não me parece que, com uns milhares de alunos, se possa estabeler como prioritário o critério económico. Haverá com toda a certeza muitas outras questões que deverão ser acauteladas...

Uma das quais será até moral, eu pergunto-me até que ponto será aceitável que o estado de um ano para o outro (aliás de um mês para o outro) resolva cortar 30% no financiamento de uma escola com quem tem um acordo há cerca de 30 anos?! Provavelmente legal será mas duvido que seja aceitável apenas com o argumento de que fizeram contas e na escola pública uma turma custa "X", e sujeitar aquelas escolas, de um momento para o outro, a governarem-se com esse "X"... pode ser legal mas será no mínimo e moralidade duvidosa!
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por Mares » 1/2/2011 15:13

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:
Na educação não deverá existir esse conceito de concorrência, visto que os alunos deverão atingír os objectvos propostos, seja esta uma escola pública ou privada (é para isso que vão o dinheiro dos impostos).


Eu refiro-me a um quadro de concorrência em que as escolas, publicas e privadas, concorrem umas com outras.

Porque é que a concorrência é boa em quase tudo e é má na educação ?

Na prática as universidades concorrem umas com outras. Aparentemente umas proporcionam algo melhor do que outras, uma vez que têm medias superiores.

Mares Escreveu:Cada escola pública tem a sua área de actuação. Desde que essa mesma escola atenda os princípios de qualidade no ensino, não fará qualquer sentido haver qualquer outro típo de financiamento adicional, visto que isso será deitar dinheiro para o lixo (e que fará falta para outras coisas).


Isso do principio de qualidade tem muito que se lhe diga. Uma coisa é ter um principio. Outra coisa é a materialização ou o reconhecimento dessa qualidade pela maior ou menor procura por parte dos pais.

Porque é que gestão no ISCTE tem média superior a gestão no Minho ou em Évora ?

Concorrência é a chave para a melhoria da qualidade em praticamente todos os sectores.


Referes em outros posts sobre a racionalização dos gastos do sector público (mas aqui defendes até mesmo a duplicidade de serviços, incorrendo em gastos insuportáveis), tal como referes a liberdade de escolha (mas ficando esses custos adionais para o Estado) ou então o princípio da concorrência para melhorar o ensino...?

Repara, só estamos a falar do ensino, de qualidade, de universalidade e das metas que deverão ser atíngidas.

Pelo debate de ontem, meu entendimento foi que o ensino está progredíndo em Portugal (em termos de qualidade e com reconhecimento internacional), os custos estão sendo melhor racionalizados ou que existem metas e avaliações procurando a excelência.

Essa é a escola pública que sempre conheci e é por ela que a sociedade deverá mobilizar-se.

Quanto ao ensino superior, poderás até fazer doutoramento numa universidade estrangeira... Se o Estado não financiar essa formação, então não terá nada a vêr com isso.
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por Automech » 1/2/2011 14:52

Mares Escreveu:
Na educação não deverá existir esse conceito de concorrência, visto que os alunos deverão atingír os objectvos propostos, seja esta uma escola pública ou privada (é para isso que vão o dinheiro dos impostos).


Eu refiro-me a um quadro de concorrência em que as escolas, publicas e privadas, concorrem umas com outras.

Porque é que a concorrência é boa em quase tudo e é má na educação ?

Na prática as universidades concorrem umas com outras. Aparentemente umas proporcionam algo melhor do que outras, uma vez que têm medias superiores.

Mares Escreveu:Cada escola pública tem a sua área de actuação. Desde que essa mesma escola atenda os princípios de qualidade no ensino, não fará qualquer sentido haver qualquer outro típo de financiamento adicional, visto que isso será deitar dinheiro para o lixo (e que fará falta para outras coisas).


Isso do principio de qualidade tem muito que se lhe diga. Uma coisa é ter um principio. Outra coisa é a materialização ou o reconhecimento dessa qualidade pela maior ou menor procura por parte dos pais.

Porque é que gestão no ISCTE tem média superior a gestão no Minho ou em Évora ?

Concorrência é a chave para a melhoria da qualidade em praticamente todos os sectores.
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