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Caldeirão da Bolsa

Off-topic - crise no mediterrâneo/oriente médio

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 30/1/2011 3:44

É uma pena se o Egipto cair nas mãos de radicais e destruírem todo um património histórico, como aconteceu com as esculturas de Bamyan no Afeganistão.
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por jotabilo » 30/1/2011 0:16

No mundo islâmico a ideia de estado-nação não existe. Tudo se submete a Alá.
O Estado-Nação é uma ideia que foi exportada pela Europa e que serviu aos islâmicos como instrumento de libertação das potências colonizadoras da Europa no inicio do sec XX.
Na realidade o Corão é, alem de um determinante religioso, uma verdadeira constituição política.
Cristo afirmou ....dai a Deus o que é de Deus....e a César o que é de César....ou seja ....no cristianismo o poder temporal está separado do poder espiritual.
No Islão, não existe essa distinção...Alá é tudo....não existe qualquer poder temporal, isto é, não existem hierarquias ou estados...tudo existe em Alá....que é tudo.

Daí a unidade islâmica ...sempre latente nos povos afectos a essa religião.
Os Europeus ao tentarem desestabilizar os agarenos com vista a expulsarem os interesses dos USA-UK da região, estão a jogar perigosamente e talvez em desespero de causa....dada a cobiça que também os move e o cerco a que estão sujeitos.

cumps
 
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por jotabilo » 30/1/2011 0:00

Caros

Mohamad(Maomé) não deixou qualquer hierarquia na cosmogonia que fundou. Alá akbar.....Deus é tudo ...absoluto e transcendente ao homem. Ou seja....nesta religião profética, que com o cristianismo e o judaismo, tem o mesmo Deus, a divindade foi mais além da encarnação como sucede no cristianismo....nesta, a divindade formou com o homem e a natureza uma unidade orgânica, isto é, tornou sagrados o homem e a natureza....porque Alá é tudo e tudo a Ele se submete.
Importa meditar nisto para entendermos a realidade islâmica.....e compreendermos o facto de o livro Corão ser além um paradigma religioso uma verdadeira constituição política.
A chamada e sempre presente unidade islãmica, (Una Muslima) desde sempre foi entendida como uma provável ameaça do mundo islâmico. Não devemos olvidar a constituição da Republica árabe unida (RAU) que nas decadas finais do sec xx tanto preocupou as potências europeias.
O que se está a passar no norte de África é um jogo perigoso que a potência terrestre encetou com vista a expulsar os interesses da potência maritima, mas que pode vir a despertar a união dos islâmicos e,assim constituir-se numa ameaça à Europa decrépita e sem população.

cumps
Editado pela última vez por jotabilo em 30/1/2011 13:06, num total de 3 vezes.
 
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por atomez » 29/1/2011 18:48

amsfsma Escreveu:Atomez

Sei que é um especialista em política internacional, especialmente quando se trata de difundir as "narrativas" pró americanas, no entanto não me parece que o Hamas tenha saído da Faixa de Gaza e se tornando um elemento chave na política libanesa. Isto tudo para dizer que certamente quereria dizer Hezbollah em vez de Hamas! LOL! :lol:

Precisamente, já tinha reparado e corrigi :roll:

E ei, não sou especialista nenhum, apenas gosto de estar informado
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por amsfsma » 29/1/2011 17:57

Atomez

Sei que é um especialista em política internacional, especialmente quando se trata de difundir as "narrativas" pró americanas, no entanto não me parece que o Hamas tenha saído da Faixa de Gaza e se tornando um elemento chave na política libanesa. Isto tudo para dizer que certamente quereria dizer Hezbollah em vez de Hamas! LOL! :lol:
 
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por atomez » 29/1/2011 17:27

Outro sítio onde se estão a passar mudanças que não têm sido muito divulgadas é no Líbano, o governo demitiu-se, o poder está em crise e o Hezbollah está em vias de tomar o poder real.

O Hezbollah no poder no Líbano e a Irmandade Islâmica (grupo fundamentalista) a tomar o poder no Egipto, isso teria grandes e graves consequências na estabilidade de toda essa zona.

Entretanto aparecem todo o tipo de "teorias":

The London Daily Telegraph headlined a story Saturday, apparently confirming confidential US documents released by WikiLeaks, which claimed that since 2008, the American government had secretly backed leading figures behind the uprising for "regime change."

The US embassy in Cairo reportedly helped a young Egyptian dissident secretly attend a US-Sponsored summit for activists in New York. "On his return to Cairo in December 2008, the activist told US diplomats that an alliance of opposition groups had drawn up a plan to overthrow President Hosni Mubarak and Install a democratic government in 2011," the Telegraph reported.

The activist whose identity the paper is protecting is already under arrest.

If this is true, the Western observers who have concluded that the protesters have no leaders and are propelled into the streets purely by rage against the regime may not have the full story. The movement does have a leader whose identity is known to Washington and the demonstrations' ringleaders – but not to Mubarak or his security services. They show every sign of being cut off from the prevailing currents in the street. It would also explain the steadfast insistence of President Barack Obama and all his spokesmen on forcing Mubarak to do the virtually impossible, i.e. to refrain from force against the opposition movement and introduce immediate reforms by means of national dialogue. His successors would be waiting in the wings to move in when they could expect to be embraced by the opposition.

Saturday, as the violence on the streets of Egypt mounted, the Muslim Brotherhood called for the peaceful transfer of power, thereby offering a bridge to span Obama's call for national dialogue and the people's demand for change.
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por varus » 29/1/2011 15:33

Mais-um :

O problema, não é só Egipto , mas seguir para outros países , quero ver como estas democracias ocidentais , vão resolver este problema.
Os ocidentais , não sabem o que passa no mundo muçulmano .

A CIA , está completamente fora do contexto , não infiltrados.

Como dizia um autor , que escreveu um livro , sobre CIA, e disse , actualmente só consegue ver o trajecto de um rio e a sua superfície, mas o interior , já não vê.
Abandonaram a estratégia dos agentes infiltrados .
 
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por mais_um » 29/1/2011 14:03

Olhando para o que se passou no Irão, em 1978/1979, parece-me que o mais provavel é repetir-se a situação. Cai o Presidente, inicialmente há um governo laico, que após as eleições ganhas por partidos fundamentalistas islamicos é substituido por um governo do tipo do Irão.
Este cenário é para mim o mais provavel, considerando a pobreza extrema de muitos milhões de egipcios, é facil vender ilusões.

Agora o canal do Suez controlado por um governo fundamentalista...ui!!!! É agora que acabam o molhe do porto de Sines para receber os petroleiros de um milhão de toneladas.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por mais_um » 29/1/2011 13:45

Ulisses Pereira Escreveu:djovarius, é muito pouco off-topic sobretudo pelas implicações que o bloqueio no canal Suez está a ter, por exemplo, no crude...

Um abraço,
Ulisses


Boas!

Não consigo confirmar que o canal do Suez foi fechado ou bloqueado.
Onde viste essa informação?

Um abraço,

Alexandre
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por varus » 29/1/2011 13:24

Estas políticos ocidentais, não entendem estes países, nem as suas mentalidades.

A situação a médio prazo, pode ser muito perigosa, para a segurança da europa.
 
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por varus » 29/1/2011 13:20

O cristãos coptas , que representam 10% da população, já estão sob pressão, nos últimos , atentados, etc.

O problema actual, é obamas e companhia lda , estão apoiar os manifestantes , com os seus ideais democráticos , blá,blá...

Mas o problema , quem poderá aproveitar no futuro , estes movimentos , são os movimentos funfamentalistas islâmicos .

Não vão muitos anos na Argélia , que venceu as eleições , foi o FIS.

Os movimentos pós revolucionários são muito perigosos , e USA , nem europa , não tem serviços secretos no terreno , para saberem o que se passa .
A mossad tem , mas pode não dar informações, aos ocidentais.

A situação é muito perigosa, e os ocidentais , andam a dormir .

A democracia em países , com este tipo de forças , é um barril de pólvora , para os interesses ocidentais, e quando acordarem , em vez de terem uma Afeganistão , tem vários.
 
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por Opcard » 29/1/2011 12:32

Fernando Gabriel
Uma arte

[A coluna de opinião desta semana, sobre o desemprego entre licenciados como resultado do dirigismo educacional, e sobre a sua relação com os eventos na origem da revolução na Tunísia.]

Morrer, garantia Silvia Plath, é uma arte, como tudo o resto. O tunisino Muhammad Bouazizi fê-lo excepcionalmente bem. Em vez de se apagar num torpor de autocomiseração, foi até onde pôde e quando não podia mais, encenou o seu sacrifício público. Ich habe genug.

Os efeitos políticos do acto surpreenderam quase todos, à excepção de alguns oráculos, para os quais a revolução na Tunísia é apenas mais uma manifestação de racionalidade na história. Entre os prescientes, há os que inscrevem os acontecimentos num padrão de progresso democrático, uma farsa neo-Hegeliana materializada numa espécie de aromaterapia saneadora de autoritarismos: depois da rosa da Geórgia, da laranja ucraniana e do cedro libanês, eis agora o jasmim tunisino.

Outros, de inclinação teológica, interpretam a imolação de Bouazizi como uma purificação ritual do secularismo tunisino, uma etapa do progresso em direcção à teocracia perfeita e ao reino de Deus sobre a Terra.




Por motivos diversos, estas narrativas não tem respeitabilidade intelectual, mas há uma terceira variante, de teor tecnocrático, que é mais facilmente aceite do que as anteriores, eventualmente porque o padrão estrutural não é imediatamente identificável.

Nesta representação dos eventos, Bouazizi personifica os conflitos e contradições económicas de um regime onde a despesa com a educação é superior a 7% do PIB, mas onde as “classes educadas” têm dificuldade em encontrar emprego e são oprimidas por uma burocracia corrupta e parasitária.

Formalmente, é uma tragicomédia, com o infeliz vendedor de legumes em recriação trágica da vendedora de flores de Chaplin: foi-lhe negado um final feliz, mas o seu sacrifício coloca essa possibilidade ao alcance dos tunisinos.

O que torna esta narrativa interessante são os seus dois pressupostos essenciais: por um lado, a correlação implícita entre o nível de educação e o nível de bem estar; por outro, a oposição entre burocracia e oportunidades de emprego.

Ambos os pressupostos envolvem erros. O primeiro ignora as diferenças de qualidade na formação educativa e por isso assume, erradamente, que a educação se converte necessariamente em capital humano.

O segundo envolve uma falsa oposição: nos países onde o governo extraí recursos à sociedade para “apostar na educação”, esta tende a gerar licenciados empregáveis sobretudo pelo sector terciário, que acabam por engrossar uma burocracia “predadora” do resto da economia através da produção de regulação económica.

Enquanto o excedente dos sectores regulados for suficiente para acomodar a burocracia, o sistema é politicamente estável; quando o sector público deixa de conseguir absorver licenciados adicionais, o sistema torna-se instável e pode ceder sob o peso do desemprego, como sucedeu na Tunísia.

As informações disponíveis sugerem que Bouazizi foi duplamente atingido por esta lógica perversa: licenciado no desemprego, quando procurou outra actividade, foi impedido pela burocracia reguladora.

Governar, garantem os sábios, é uma arte, como tudo o resto. Os governantes que se imaginam mandatados para “apostar” o dinheiro que não lhes pertence nas suas obsessões particulares fariam bem em não esquecer que apostar é sujeitar-se aos caprichos da fortuna: nem todos terão a sorte de um exílio dourado, como o autocrata tunisino.

http://gerontion.economico.sapo.pt/6507.html
 
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por Opcard » 29/1/2011 11:57

 
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Re: How Egypt Switched Off the Internet

por nandorm » 29/1/2011 1:02

Lion_Heart Escreveu:
nandorm Escreveu:--- Pessoalmente 30 anos acho que são muitos anos.


Para mim são 24 anos a mais. O problema é que por ca anda muita gente assim, muitos com mais de 30 anos.


--- Como eu te compreendo...
 
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Re: How Egypt Switched Off the Internet

por Lion_Heart » 29/1/2011 0:52

nandorm Escreveu:--- Pessoalmente 30 anos acho que são muitos anos.


Para mim são 24 anos a mais. O problema é que por ca anda muita gente assim, muitos com mais de 30 anos.
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Re: How Egypt Switched Off the Internet

por nandorm » 29/1/2011 0:46

fnabais.ferro Escreveu:Egypt's astonishing decision to shut down communications with the outside world — blocking the internet for millions of people — might look like a wild reaction by an under-pressure government. But evidence suggests it's a well-planned and meticulously worked attempt to suppress communication.

http://gigaom.com/2011/01/28/how-egypt-switched-off-the-internet/


--- realmente é a pura das verdades, já tentei por várias vezes falar para uma minha familiar que está no Cairo e quer seja por telemóvel ou internet é completamente impossível.

--- acabei de ver na cnn o obama a falar mas também não acrescentou nada.

--- Vamos ver como vai ficar, no meu entender tudo está nas mãos dos militares, se não houver tiros há revolução se houver infelizmente há mortos.

--- Pessoalmente 30 anos acho que são muitos anos.
 
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How Egypt Switched Off the Internet

por fnabais.ferro » 29/1/2011 0:11

Egypt's astonishing decision to shut down communications with the outside world — blocking the internet for millions of people — might look like a wild reaction by an under-pressure government. But evidence suggests it's a well-planned and meticulously worked attempt to suppress communication.

http://gigaom.com/2011/01/28/how-egypt-switched-off-the-internet/
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por amsfsma » 28/1/2011 23:40

Não tem que se preocupar com os "nossos" interesses geo-estratégicos no Egito pois já enviamos o nosso opositor instantâneo - El Baradei. Este egício (?) ocidentalizado é o mesmo que era o presidente da Agência de Energia Atómica que sabendo que o Iraque não possuía armas de destruição em massa deixou que os EUA convencessem a opinião publica mundial de que as tinha para justificar a sua invasão.

A situação do Mubarak recorda-me o Noriega...Estes ditadores não percebem que por mais que conciliem os seus interesses com os dos americanos chega uma altura em que estes ver-se-ão obrigados a substituí-los por outros mais jovens ou que saibam fazer o mesmo mas de forma menos evidente, mais politicamente correcta.

Curiosamente a comunicação social de referência, durante anos, aponta sobre os líderes que afrontam os EUA todos os seus holofotes e de repente aparecem uns líderes a caírem em desgraça sem que antes se tivesse notícias sobre os seus regimes.

Há líderes que são uns filhos da bitch e depois há aqueles que o sendo são os nossos filhos da bitch!
 
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por Lion_Heart » 28/1/2011 23:37

Mubarak falou , o povo não gostou.
A multidão caminha para o Ministério da informação e do interor.
Teremos banho de sangue ou não, so o tempo o dira.Ou o exercito.

O prblema de revoltas nesta zona do planeta é que pode levar a regimes islamicos radicais pois esses ainda vivem na idade média.
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por Valete » 28/1/2011 23:14

Bem, agora diz-se Egito. Já agora os egicios, não?

Enfim, o exercito parece estar com o povo. Em Marrocos também já se vem pessoas a imolar-se. Será que teremos uma revolução mesmo aqui ao lado?
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por Trisquel » 28/1/2011 21:34

Cairo: «Esta cidade não vai dormir esta noite»
Número de mortos subiu para seis, cinco deles no Cairo. Só na capital há 870 feridos

O exército egípcio dispersou os manifestantes que tentaram tomar a televisão estatal, noticia a agência Reuters. O canal noticioso Al Arabiya havia dado conta que o edifício havia sido ocupado, mas a emissão não chegou a ser interrompida. No país, o número de mortos desta sexta-feira subiu para seis e há ainda pelo menos 870 feridos, só no Cairo.

Segundo a Al Jazeera, os manifestantes tentaram também ocupar os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Informação, salientando que a sede do Partido Democrático Nacional (PDN), a que pertence Hosni Mubarak, ardeu durante horas, depois de ser incendiado.

Foram também incendiados pelo menos dez veículos da polícia. Nas imagens televisivas foi possível ver uma carrinha das autoridades em chamas, perto da sede da Al Jazeera no Cairo.

Os jornalistas desta estação deram conta de uma situação muito instável na capital, com o som de disparos, rebentamentos e muitos protestos, em pano de fundo, num claro desafio ao recolher obrigatório que foi alargado a todo o país. «Esta cidade não vai dormir esta noite», resumiu assim um dos jornalistas o ambiente que se vive no Cairo.

Apesar de ter sido anunciado ao final desta tarde que o presidente Mubarak iria fazer uma comunicação ao país, isso ainda não aconteceu.

Este é já o quarto dia de protestos no Egipto contra o actual regime. Maior parte dos manifestantes saiu às ruas depois das orações habituais de sexta-feira. Na última actualização, a agência Reuters dá conta de cinco mortos no Cairo e a um outro em Suez.
A agência noticiosa noticia ainda, citando fontes médicas, que pelo menos 870 manifestantes ficaram feridos na capital, alguns atingidos a tiro. Vários agentes da polícia também terão ficado feridos, mas não há dados oficiais.

Além do recolher obrigatório, foi dada ordem ao exército para tentar travar os protestos. Em Suez dezenas de manifestantes subiram para o cimo de tanques e há relatos que dão conta que os militares dispararam contra eles.

Contudo, há relatos que dão conta de aplausos e saudações por parte dos manifestantes aos militares, tanto no Cairo como em Alexandria.

ElBaradei em prisão domiciliária

Mohamed ElBaradei, prémio Nobel da paz de 2005 e opositor do regime de Mubarak, juntou-se aos manifestantes esta manhã. Depois de ter sido retido pela polícia no centro do Cairo, o ex-director da Agência Internacional para a Energia Atómica foi colocado em prisão domiciliária, segundo revelaram fontes da segurança egípcia À CNN.

ElBaradei regressou ao seu país esta quinta-feira desde Viena, onde reside, tecendo fortes críticas ao presidente egípcio, dizendo que está na altura de este «se reformar».

O prémio Nobel da Paz disse ainda estar preparado para liderar um governo de transição no país.

Numa declaração feita esta tarde, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o seu país está «profundamente preocupado» com a situação actual no Egipto.

Em Davos, na Suíça, a chanceler alemã, Angela Merkel, avisou que a estabilidade no Egipto não pode ser alcançada à custa da liberdade de expressão e apelou ao fim da violência.

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por AC Investor Blog » 28/1/2011 20:27

Ulisses Pereira Escreveu:djovarius, é muito pouco off-topic sobretudo pelas implicações que o bloqueio no canal Suez está a ter, por exemplo, no crude...

Um abraço,
Ulisses


Tava com posições curtas no crude e fui stopado.... :mrgreen: também me taparam o canal..... :wink:
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por Valete » 28/1/2011 20:06

No século XXI, paredes meias com Europa, já não se justifica a não democracia. Sou totalmente a favor de todas essas revoluções, embora me pareça que também me esteja a sair do bolso, por estar investido num mercado emergente.

A esses países acrescentem a Albânia (réstia do poder Otomano na Europa) já também em convulsão, Jordânia e não tardará muito a alastrar a toda a costa sul do mediterrâneo. E outros se seguirão.
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por carrancho » 28/1/2011 19:14

Já esteve mais longe de Italia, Espanha, Portugal, para não falar na Grécia. E as razões até que nem são assim tão diferentes! :twisted:

A temperatura do Mar mediterrâneo está a aumentar e nada tem que ver com a camada de ozono!
Abraço,
Carrancho
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por varus » 28/1/2011 19:14

Só agora, é que acordaram ?A Alazeera desde o inicio da tarde está dar imagens dos tumultos.

Já tinha chamado a atenção , para a situação do norte de África,há duas semanas , e que poderia afectar os mercados.
 
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