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Caldeirão da Bolsa

OFF-TOPIC - Recebi o meu primeiro ordenado reduzido

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mais_um » 27/1/2011 21:28

Pata-Hari Escreveu:(tenho uma amiga cardiologista, brilhante, uma das melhores na sua área especifica, com qualidades humanas como eu nunca vi, trabalha no melhor hospital público de cardiologia e que ganha um valor tão ridículo que só é justificável pelo amor à profissão. O ordenado dela, no público, só pagaria um terço da minha renda de casa.)


Humm...do teu comentário tiro uma de duas conclusões, ou ganhas demasiado ou é o teu marido que ganha demasiado :mrgreen: :mrgreen:
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por MarcoAntonio » 27/1/2011 21:23

Pata-Hari Escreveu:E eu estou solidária com o vitcosta: um médico formado em Portugal, com especialidade e a ganhar 2500 euros é uma miséria!


Um médico com especialidade, a tempo inteiro, ganha bem mais do que isso...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Pata-Hari » 27/1/2011 21:07

Mas risco:calculado, o serviço que é prestado pelo mesmo dinheiro noutros países é que suspeito que seja diferente. O serviço que o estado Finlandês presta aos seus cidadãos é espantoso...!

E eu estou solidária com o vitcosta: um médico formado em Portugal, com especialidade e a ganhar 2500 euros é uma miséria! são os tipos mais brilhantes que saíram das nossas escolas, com um investimento pessoal na profissão (em anos de estudo) interminável, passados a um crivo indiscritivel, com exigências de qualidade técnica e humana sem igual, com uma responsabilidade infinita nas suas mãos. Achas 2500 euros caro!? eu acho uma pechincha!

A única coisa que pode justificar a miséria do montante é que a diferença entre os 2500 euros e trabalhar no privado pode ser considerado como o custo da aprendizagem - que é conhecida como sendo efectivamente feita quando se trabalha nos hospitais públicos, onde os meios são melhores até porque o estado é o único a ter as máquinas e meios que os privados não têm por falta de rentabilidade dos mesmos (via custo). Concordas, vitcosta?

(tenho uma amiga cardiologista, brilhante, uma das melhores na sua área especifica, com qualidades humanas como eu nunca vi, trabalha no melhor hospital público de cardiologia e que ganha um valor tão ridículo que só é justificável pelo amor à profissão. O ordenado dela, no público, só pagaria um terço da minha renda de casa.)
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Re: Isto estaa preso por arames:

por crg » 27/1/2011 20:47

bboniek00 Escreveu:
crg Escreveu:
bboniek00 Escreveu:reparo que quem tem emprego estaa desejoso por sair (isto em abstracto, nao comecem agora a tomar a nuvem por Juno), e quem estaa desempregado quer emprego em desespero.

E, assim, vivemos num Paiis de descontentes. Todos teem razao.

(ouvir "Razao de Estado" de Jorge Palma, e reflectir)


Meu caro, até parece que isso de ter ou não emprego é algo aleatório, dependente do acaso e que uns têm sorte e outros não. Não, isso de ter emprego, depende de opções que se fazem ao longo da vida, do trabalho, da qualidade do mesmo, do esforço que se desenvolve, etc. Claro que haverá excepções, mas não são a regra.


Meu caro: a sua resposta foi como que um vento geelido a soprar nas costas ! Sabe... jaa pensei exactamente como o meu caro.

Pde atee a Vida dar-lhe sempre a Razao. Pois a mim tirou-ma.

De qualquer forma... uma sugestao (tome-a com bonomia sff), nada estaa garantido: nem aquilo por que lutou e julgou garantido.

Esoterismos aa parte, metafiisicas de lado.

Sim ! Isto nao ee uma arte aleatooria, a vida ee muito mais que isso ! Mas cuidado... caro vivente...

Olhe que a Certeza de que fala tem um forte elemento aleatoorio. Oxalaa possa sempre controlaa-lo. Pelo menos tao bem como verbaliza a ideia.


Pois, compreendo-o e e até lhe reconheço razão, dada a situação anómala em que este País se encontra. A meu raciocínio teria mais consistência numa situação menos anormal.
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por PairOfJacks » 27/1/2011 20:35

moppie85 Escreveu:3 - "Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana"

Dúvido, mas queres dar exemplos?


Sem estar a querer dar argumentos a nenhum lado da discussão eu respondo-te: os militares.

Não há horas extra, nem fins de semana nem nada pago. E olha que há ai muita gente a fazer serviços de 24horas de 4 em 4 dias. Não me estou a queixar atenção, já ninguém é militar obrigado, mas pediste um exemplo e aí está ele. :wink: Mas acho que já falamos sobre isto noutro tópico. Ah! E mantém-se o convite se quiseres ver a realidade de uma unidade militar.
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Re: Isto estaa preso por arames:

por bboniek33 » 27/1/2011 20:31

crg Escreveu:
bboniek00 Escreveu:reparo que quem tem emprego estaa desejoso por sair (isto em abstracto, nao comecem agora a tomar a nuvem por Juno), e quem estaa desempregado quer emprego em desespero.

E, assim, vivemos num Paiis de descontentes. Todos teem razao.

(ouvir "Razao de Estado" de Jorge Palma, e reflectir)


Meu caro, até parece que isso de ter ou não emprego é algo aleatório, dependente do acaso e que uns têm sorte e outros não. Não, isso de ter emprego, depende de opções que se fazem ao longo da vida, do trabalho, da qualidade do mesmo, do esforço que se desenvolve, etc. Claro que haverá excepções, mas não são a regra.


Meu caro: a sua resposta foi como que um vento geelido a soprar nas costas ! Sabe... jaa pensei exactamente como o meu caro.

Pde atee a Vida dar-lhe sempre a Razao. Pois a mim tirou-ma.

De qualquer forma... uma sugestao (tome-a com bonomia sff), nada estaa garantido: nem aquilo por que lutou e julgou garantido.

Esoterismos aa parte, metafiisicas de lado.

Sim ! Isto nao ee uma arte aleatooria, a vida ee muito mais que isso ! Mas cuidado... caro vivente...

Olhe que a Certeza de que fala tem um forte elemento aleatoorio. Oxalaa possa sempre controlaa-lo. Pelo menos tao bem como verbaliza a ideia.
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por MarcoAntonio » 27/1/2011 20:29

RiscoCalculado Escreveu:Fossemos nós competitivos e logo tivéssemos posição superavitária ( e não deficitária) na balança de transacções correntes que com a mesmíssima situação nas contas públicas teríamos pouca ou nenhuma dificuldade em nos financiar ( aliás nem precisaríamos de recorrer aos mercados internacionais ...)


Bolas, tinha na página anterior escrito um parágrafo praticamente igual e ao reescrever uma parte do texto apaguei-o...

Fala-se demasiado da divida do Estado, infelizmente, quando o verdadeiro problema e a raiz de todos os males - para que o Estado tb contribui naturalmente - é o facto de termos uma economia deficitária.

A crise é mesmo do país e se isso não é mais evidente, é apenas por o Estado se por à frente desse problema tentando ele sustentar a economia, as pessoas e as empresas. As pessoas só falam dos impostos (ou passam o tempo a reclamar dos impostos) mas não dedicam nem pouco ou mais ou menos o mesmo tempo a discutir os subsídios, as prestações sociais, a quantidade de empresas que presta serviço ou é fornecedora do estado, etc, etc, etc, etc.

O dinheiro que o estado gasta não vai para um buraco no chão, vem quase todo parar à economia portuguesa. Aparentemente, as pessoas esquecem-se imenso disso...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 27/1/2011 20:31, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por RiscoCalculado » 27/1/2011 20:19

Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.



Nem de propósito, ainda há uns dias atrás eu tinha colocado alguns gráficos que permitem deitar esse mito por terra ( a nossa situação no campo das contas publicas não é assim tão diferente de outros países com rating Aaa e sem qq dificuldade em se financiar. Não quer isto dizer q não se possam tomar medidas para corrigir algumas coisas no sector Estado ... mas o ponto principal é que o problema é mesmo do país e não só do Estado) ...

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Fossemos nós competitivos e logo tivéssemos posição superavitária ( e não deficitária) na balança de transacções correntes que com a mesmíssima situação nas contas públicas teríamos pouca ou nenhuma dificuldade em nos financiar ( aliás nem precisaríamos de recorrer aos mercados internacionais ...)
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Re: Isto estaa preso por arames:

por canguru » 27/1/2011 20:18

É uma tristeza, um médico lamentar-se e usar um termo com fortíssimo significado clínico (depressão) para caracterizar o seu estado de espírito perante um corte salarial, em linha do que foi feito em alguns países da EU.

É mesmo uma tristeza, tendo em conta que (quem sabe) convive diariamente com inválidos, doentes acamados, oncológicos, etc... Isso sim são vidas sôfregas.

Este país não avança, parece o muro das lamentações.

Além disso ninguém é obrigado a trabalhar no público. Livre arbítrio, meu caro. Tanto para decidir se trabalha em público ou privado como se deve sair de PT.
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Re: Isto estaa preso por arames:

por crg » 27/1/2011 20:11

bboniek00 Escreveu:reparo que quem tem emprego estaa desejoso por sair (isto em abstracto, nao comecem agora a tomar a nuvem por Juno), e quem estaa desempregado quer emprego em desespero.

E, assim, vivemos num Paiis de descontentes. Todos teem razao.

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Meu caro, até parece que isso de ter ou não emprego é algo aleatório, dependente do acaso e que uns têm sorte e outros não. Não, isso de ter emprego, depende de opções que se fazem ao longo da vida, do trabalho, da qualidade do mesmo, do esforço que se desenvolve, etc. Claro que haverá excepções, mas não são a regra.
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por paulop2009 » 27/1/2011 20:10

moppie85 Escreveu:3 - "Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana"

Dúvido, mas queres dar exemplos?



Venho pedir encarecidamente que partilhes as coordenadas do teu planeta, porque eu gostava de ir para lá viver. Obrigado.
 
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por Lion_Heart » 27/1/2011 20:09

Aproveita e poupa porque quase te garanto que daqui a um ano em vez do que te tiraram o que te tiraram vao buscar o dobro.

E nao te adiantou nada votar Cavaco Silva a espera que ele deite o governo abaixo , para os proximos a querer ir para o poleiro te venham prometer regalias e aumentos de ordenado porque isso nao vai acontecer.


Se achas que recebes pouco despede-te e vai para o privado.

Tenho a certeza que muitos milhares de Portugueses de boa vontade ocupam o teu lugar e ainda aceitam um salario abaixo do teu.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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Isto estaa preso por arames:

por bboniek33 » 27/1/2011 20:04

reparo que quem tem emprego estaa desejoso por sair (isto em abstracto, nao comecem agora a tomar a nuvem por Juno), e quem estaa desempregado quer emprego em desespero.

E, assim, vivemos num Paiis de descontentes. Todos teem razao.

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por crg » 27/1/2011 19:59

Parabolic Escreveu:
santinati Escreveu:Deixa lá.
A crise é do país mas os empregados do estado é que a pagam.
Não és o único.
E depois dizem que é tudo constitucional.
portugal = país das bananas
liderado por canalhada atrofiada.


Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.


Estado!
Estado não, políticos que têm estado no poder, esses é que são os culpados, sim culpados e não apenas responsáveis, porque o que eles fizeram é crime (económico e social)!
Chamar-lhe políticos até se trata de uma incorrecção implícita, porque o que eles são é boys do mais rasco, licenciados aos Domingos e ainda assim recebem os votos de uma maioria. Outro resultado não seria de esperar, com tais competências...
A grande injustiça é para aqueles, muitos, embora não a maioria, que se esforçaram para bem se formar e esforçam a trabalhar muito e bem, ainda que muitas vezes mal remunerados (nomeadamente por comparação com esses boys), muitos têm visto os seus vencimentos e progressões congelados, independentemente do mérito, e são agora chamados novamente a pagar caro os calamitosos desmandos (des)governativos.
Como eu compreendo e incentivo aqueles têm qualidade e idade para emigrar...pois alguma justiça seria feita deixar cá ficar apenas essa cambada de boys e respectivos votantes.
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por MarcoAntonio » 27/1/2011 19:53

pdcarrico Escreveu:Não te esqueças que o excesso de endividamento não acaba no Estado. O nosso problema é também o nosso sector privado e as famílias terem endividamento superior ao que deveriam. Por algum motivo, nos balanços dos bancos o crédito concedido é muito maior que os recursos captados.


E há que ter em linha de conta que o Estado não é gastador só porque sim: uma boa parte do que o Estado gasta, fá-lo porque - adequada ou indevidamente - quer sustentar ou até promover a Economia. O Estado gasta, entre outras razões, porque quer segurar a Economia do pais e sustentar as pessoas das mais variadas formas...

Grande parte das vezes o que fará não é adequado ou positivo a longo-prazo mas é sobre isso que nos devemos focar e quais deverão ser a estratégia de longo-prazo (bem como considerar as medidas de curto-prazo para fazer face à situação no imediato).


Parabolic Escreveu:Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.


A crise, infelizmente, é mesmo do país.

E o estado não é uma empresa, não é gerido como uma empresa e não é suposto ser...

O Estado endividou-se para sustentar uma economia que é deficitária e não pode cortar assim sem mais nem menos uma vez que isso terá reflectos drásticos na economia, especialmente no curto-prazo. O dinheiro que o Estado gasta não vai para um buraco no chão, ele volta quase todo para a economia, vem parar ao bolso das pessoas e das empresas portuguesas (que trabalham, prestam serviços ou são fornecedoras do Estado).


Parabolic Escreveu:Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.


Em termos financeiros, despedir não trás sequer grande benefício: entre indemnizações, subsídios de desemprego e prestações sociais, acabaria a continuar a pagar imenso para pessoas que já nem se quer, em troca desses valores, desempenha qualquer função.

As coisas não são assim tão simples, Parabolic.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por moppie85 » 27/1/2011 19:48

Cada hora que um médico trabalha está a ser pago. Se faz um banco de 24h está a ser pago, se faz cirurgias ao fim de semana para recuperação de listas está a ser pago. Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana.


Eu li isto, ri-me e fiz algum esforço para não te insultar...

1 - "Se faz um banco de 24h está a ser pago"

Pois, devia fazê-lo de borla, queres ver?

2 - "se faz cirurgias ao fim de semana para recuperação de listas está a ser pago"

Pessoalmente, não conheço SIGIC ao fim-de-semana, mas se o está a fazer fora do seu horário (e não é "meia hora" no final do seu horário de trabalho - estamos a falar de tardes de bloco), porque não há de ser pago?

3 - "Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana"

Dúvido, mas queres dar exemplos?


EDIT:
Esqueci-me da cereja em cima do bolo:

"Cada hora que um médico trabalha está a ser pago."

Não é verdade, mas devia ser...
 
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por pdcarrico » 27/1/2011 19:44

Parabolic Escreveu:
pdcarrico Escreveu:
Parabolic Escreveu:
Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.


Não te esqueças que o excesso de endividamento não acaba no Estado. O nosso problema é também o nosso sector privado e as famílias terem endividamento superior ao que deveriam. Por algum motivo, nos balanços dos bancos o crédito concedido é muito maior que os recursos captados.


Caro, mas pelas minhas dívidas respondo eu e os meus bens. As dívidas do sector privado acho que não influenciam como a "empresa" Estado gasta as suas receitas (que foi a verdadeira razão para os cortes de salários aqui mencionados).


Claro que influenciam! Se não houvesse excesso de endividamento não haveria tanta dificuldade em obter financiamento, seria muito mais fácil contornar a crise e a consolidação orçamental seria mais fácil porque sem depressão económica a massa colectada seria maior. E se o sector privado estivesse menos endividado, o problema do crescimento seria mais fácil de resolver.

E claro que só respondemos pelas nossas dívidas, e por isso é que em período de crise há recordes de vendas de veículos de luxo. Porque apesar de o PIB prometer cair e o FMI poder entrar, o padrão de vida de quem está muito bem não se deteriorou assim tanto.
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por Parabolic » 27/1/2011 19:38

pdcarrico Escreveu:
Parabolic Escreveu:
Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.


Não te esqueças que o excesso de endividamento não acaba no Estado. O nosso problema é também o nosso sector privado e as famílias terem endividamento superior ao que deveriam. Por algum motivo, nos balanços dos bancos o crédito concedido é muito maior que os recursos captados.


Caro, mas pelas minhas dívidas respondo eu e os meus bens. As dívidas do sector privado acho que não influenciam como a "empresa" Estado gasta as suas receitas (que foi a verdadeira razão para os cortes de salários aqui mencionados).
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por pdcarrico » 27/1/2011 19:31

Parabolic Escreveu:
Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.


Não te esqueças que o excesso de endividamento não acaba no Estado. O nosso problema é também o nosso sector privado e as famílias terem endividamento superior ao que deveriam. Por algum motivo, nos balanços dos bancos o crédito concedido é muito maior que os recursos captados.
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por aaugustobb_69 » 27/1/2011 19:23

Para não falar nos professores que andam por vezes mais de 10 anos para entrarem para os quadros...com horários imcompletos...longe da familia(por vezes dos filhos)...com a casa às costas de lado para lado...por vezes o que ganham não dá para pagar a renda, e visitar a familia 2 vezes por mês...e quando já estão a ficar velhos, é que conseguem aproximar da sua terra... :shock:
 
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por Parabolic » 27/1/2011 19:19

santinati Escreveu:Deixa lá.
A crise é do país mas os empregados do estado é que a pagam.
Não és o único.
E depois dizem que é tudo constitucional.
portugal = país das bananas
liderado por canalhada atrofiada.


Uma correcção: a crise não é do país, a crise é de uma empresa chamada Estado, que se endividou e agora não consegue pagar a dívida, teve prejuízos elevados (défices) e estará numa situação de falência técnica.

Deste modo, se fosse outra empresa normal nesta situação, a empresa abria falència e os trabalhadores iam para o desemprego. Como esta "empresa" (o Estado) não pode despedir trabalhadores, tem de cortar as despesas com eles.
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por paulop2009 » 27/1/2011 19:13

vitcosta Escreveu:Isto tudo depois de ser o melhor aluno de todas as escolas por onde passei , ter entrado na faculdade com a média mais alta do país, ter perdido noites, fins de semanas, abdicado de festas e férias a vida toda para estudar e com o esforço grande dos meus pais que me sustentaram grande parte da minha vida... mas claro que nada disto conta... interessa é malhar neste gajos que ganham muito...


Ninguém está a malhar em quem ganha muito. Estou só a malhar em quem chora de barriga cheia. Não vou aqui dar exemplos de quem trabalha uma vida toda e ganha o salário mínimo, mas deixa-me aqui dar um exemplo do "zé" que teve um percurso académico brilhante como o teu, mas que não é médico.

O zé tambem foi sempre o melhor aluno por onde passou. Como era um géniozinho foi para matemática. Terminada a licenciatura, com média astronómica de 18 valores decidiu fazer mestrado. Concluído o mestrado passou para doutoramento com uma bolsa da FCT de 980Eur por mês (já estás a ver a diferença com o que ganha um interno de medicina, não estás?).

Durante o doutoramento o zé também se fartou de fazer noitadas, madrugadas, fins de semana, férias dedicadas a lamber papel para terminar os necessários "papers". E sabes quanto lhe pagaram por isto? Com uma palmada nas costas, e os mesmos 980Eur da FCT.

O zé tem a tua idade. demotou 5 anos de licenciatura, 2 de mestrado e mais 5 de PhD. Só que as universidades estão sobrelotadas de docentes e não há vagas. Por isso o zé teve que se candidatar a uma bolsa de pós doutoramento que pouco mais dá que a anterior.

É por causa dos zé's e de outros zé's que simplesmente não dá para ter pena dos médicos... Trabalham muito? claro que sim! mas se não conseguem ver o lado positivo de 1 - não haver desemprego na classe e 2 - lhes pagarem à hora tudo quanto fazem extra; então acho que os médicos precisam de deixar o consultório e vir para a rua ter um banho de realidade...
 
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por defst0ned » 27/1/2011 18:56

Vitcosta,

Antes demais a minha solidariedade para contigo.

Compreendo bastante bem a mensagem que queres transmitir, e a meu ver tens toda e mais alguma razão.

Confeço que tenho seguido com alguma curiosidade o tópico que abriste e respectivas respostas que muita malta aqui postou.

Tenho uma dúvida, se não te importares de dizer, mas qual é a tua especialidade?

Pessoalmente, acho a roçar o inadmissível uma pessoa como tu, com 38 anos e com tantos anos de estudo e dedicação em cima, ganhar apenas 2500€.
Além de um roubo brutal, é quase a gozar com uma pessoa.
É verdade que há por ai muito médico a sacar 15000 ou 20000 (ou mais) por mês, e que secalhar nem 1/3 do que tu trabalhas eles fazem, mas isso é outra história..
Concordo que de facto há falta de médicos no país, e que é uma classe altamente priviligiada, e há mt pouca vontade de mudar seja o que for em favorecimento de meia dúzia deles.. mas isso é outra guerra.

Mais gritante é haver imensa malta por ai, com cursos altamente dúvidosos, mas que conseguem entrar para bancos ou sociedades de advogados, em que um gajo com 2 a 3 anos de experiência ganha mais do que tu.
Ver pessoas com 28 anos a ganhar 3000 limpos numa empresa (sociedade de advogados) cujo trabalho é ajudar outras empresas a fugirem ao fisco... assim isso bem mais revoltante.

Enfim, infelizmente vivemos num país em que quem ganha 1000€ já é considerado rico.

E feitas bem as contas, uma pessoa que ganha 1000 limpos, ter de descontar (associado ao que a empresa paga desse trabalhador à SS) uns 800 é algo que me mete KO.
É cenas destas que se tem de evitar. Não baixar o ordenado a um médico que ganhar 2500 aos 38 anos.

PS: Não sou médico, nem lá perto.
 
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por vitcosta » 27/1/2011 18:37

paulop2009 Escreveu:Se há classe laboral de quem não consigo ter pena é dos médicos. Sei que têm uma profissão muito importante e que trabalham muitas horas. Mas, na imensa maioria dos casos, têm uma coisa que mais ninguém tem: um TAXIMETRO.

Cada hora que um médico trabalha está a ser pago. Se faz um banco de 24h está a ser pago, se faz cirurgias ao fim de semana para recuperação de listas está a ser pago. Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana.

Há falta de médicos em portugal e a ordem dos médicos ainda tem a lata de não querer abrir mais vagas nas universidades... Não querem proletarizar a profissão... pois claro... E não querem que haja desemprego na classe... mas por que raio há-de haver uma classe sem desemprego? Porque é que não há-de haver um estímulo saudável à concorrência?

enfim, suspeito que este post irá contribuir para a ira de muitos... paciencia...


IRA? não. Aquilo que dizes é o que maioria pensa.

Mas tenho 38 anos (ainda não tenho filhos)
Acabei a parte principal da minha formação há apenas 3 anos.

6 anos de faculdade+ 2 estagio + 6 anos especialidade.

a ser escravo dos hospitais neste tempo todo(não é para ter pena, mas é verdade)

Isto tudo depois de ser o melhor aluno de todas as escolas por onde passei , ter entrado na faculdade com a média mais alta do país, ter perdido noites, fins de semanas, abdicado de festas e férias a vida toda para estudar e com o esforço grande dos meus pais que me sustentaram grande parte da minha vida... mas claro que nada disto conta... interessa é malhar neste gajos que ganham muito...

Tenho agora pena de não ter seguido o exemplo dos boys e ter-me licenciado num Domingo á tarde, esta visto que seria mais apreciado por todos

Sim porque eu também conheço muito malandro que ganha 1000 euros, e ganha muito, não fazem nada e pouco pensam.

Os meus 2500 são merecidos e suados, gostem ou não...e a eles teria direito pois são o fruto de um trabalho intenso ..e qualquer corte de 3, 5 ou 10% é injusto...em quem trabalha e sempre cumpriu com todas as obrigações fiscais e sociais.

Estão a malhar ao meio (classe média) e é em cima e em baixo que esta o problema, nos gestores de meia tigela, filhinhos do papa que ganham milhões e no deliquente do RSI..

mas quando esta classe media se fartar , isto vai mesmo abaixo.

Estou como um politico dizia no FS.

"Estou muito orgulho pelo civismo que o povo português demonstra"

O mesmo será dizer, tenho orgulho no meu povo ser
C ORNO MANSO
 
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por BYPASS » 27/1/2011 18:24

paulop2009 Escreveu:Se há classe laboral de quem não consigo ter pena é dos médicos. Sei que têm uma profissão muito importante e que trabalham muitas horas. Mas, na imensa maioria dos casos, têm uma coisa que mais ninguém tem: um TAXIMETRO.

Cada hora que um médico trabalha está a ser pago. Se faz um banco de 24h está a ser pago, se faz cirurgias ao fim de semana para recuperação de listas está a ser pago. Outras profissões em que também se trabalha muito, ninguém recebe um tostão por noitadas ou fins de semana.

Há falta de médicos em portugal e a ordem dos médicos ainda tem a lata de não querer abrir mais vagas nas universidades... Não querem proletarizar a profissão... pois claro... E não querem que haja desemprego na classe... mas por que raio há-de haver uma classe sem desemprego? Porque é que não há-de haver um estímulo saudável à concorrência?

enfim, suspeito que este post irá contribuir para a ira de muitos... paciencia...


Proletarizar a profissão?
Vê o exemplo dos tarefeiros e no dia em que necessitares de uma opinião baseada na experiência, mudas logo de opinião!

Chego à conclusão que há gente muito satisfeita com os cortes salariais na função pública.
Pois, os que descontam exactamente o que ganham é que são uns chupistas...
 
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