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Caldeirão da Bolsa

Na Grécia foi/é assim… E em Portugal, como será?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Mares » 16/1/2011 15:11

[quote="artista] Relativamente a isso, supondo que os valores que referes são verdadeiros, parecem-me pouco abonatórios para quem gere este país. Indicam que gastam o mínimo com o ensino, pagam os salários aos funcionários e pouco mais... ou mesmo e mais nada porque só os gastos "correntes" (água, eletricidade, gás, alimentação, obras de conservação renovação, material de escritório, etc) deverão representar os 5%, o que quererá dizer não se gasta nada em investigação, serviços de apoio, etc...

Enfim, fico com algumas dúvidas em relação a esses números...

[/quote]

Artista,

esses dados estão na refência que coloquei.
Concordo quando dizes que "pouco abonatórios para quem gere este país". Discordo com o que dizes "Indicam que gastam o mínimo com o ensino".

Deixo a seguir o artigo completo para que não fiques com dúvidas.

Abraço,

Mares.

Ensino Secundário tem oito alunos por professor
É melhor rácio de alunos por professor dos países da OCDE


Mais de 95% dos gastos com a educação no Básico e Secundário em Portugal são com o pessoal, especialmente com os docentes. Todavia, o bom número de alunos por professor não tem reflexo na dimensão das turmas.

O melhor rácio de alunos por professor dos mais de 30 países analisados num relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), relativo ao ano de 2006, pertence a Portugal. Segundo o documento ontem divulgado, no Ensino Secundário, temos um professor por cada oito alunos inscritos, enquanto que os Estados Unidos da América têm um docente por cada 16 alunos, a Alemanha um por cada 15 e a França um por cada 12. O México é o país com o pior desempenho com perto de 30 alunos por cada professor a tempo inteiro.

No Ensino Básico, Portugal ocupa o segundo lugar com um professor para cada 11 alunos, apenas superado pela Hungria com um para 10. No que diz respeito à pré-primária, estamos no meio da tabela com 15 alunos por professor e nas universidades públicas portuguesas existe um docente para cada 13 alunos, um dos melhores desempenhos do estudo.

No entanto, estes bons rácios de professor por aluno não encontram um paralelo na dimensão das turmas, onde Portugal ocupa um lugar mediano com 18,6 alunos por cada turma no Ensino Básico e 22,5 alunos no 2.º Ciclo. Refira-se, por exemplo, que a Suíça, com apenas um professor para cada 12 alunos no Secundário, consegue ter turmas de apenas 19 alunos.

Uma explicação para este fenómeno poderia passar pelo facto de os professores portugueses passarem pouco tempo do seu horário de trabalho a ensinar na sala de aula, mas, de acordo com o estudo, Portugal é o terceiro país onde os professores mais ensinam: 60% do tempo total na Primária e 50% no Secundário.

Apesar de o número de professores não se reflectir nas turmas, reflecte-se bem nos gastos totais. Portugal é o país que gasta a maior percentagem do orçamento dedicado à Educação com o pessoal, um pouco mais de 95%, sendo que 85% dos gastos no Básico e 81% no Secundário são exclusivamente com professores. A título de exemplo, diga-se que a Finlândia apenas gasta 65% do seu orçamento com o pessoal, alocando os restantes recursos financeiros para a investigação e serviços de apoio como materiais, alimentação, alojamento ou transporte.

O estudo refere, ainda, que, apesar de Portugal ser um dos países do estudo com menor Produto Interno Bruto(PIB) "per capita", os salários dos professores estão ao nível de países com um PIB "per capita" bastante superior. O relatório salienta que Portugal gastou, em 2005, cerca de 5,7% do PIB na Educação: 1,4% no Ensino Superior e os restantes 3,7% nos outros graus de ensino.

Um outro aspecto interessante revelado pelo estudo é o facto de os alunos portugueses entre os 12 e 14 anos dedicarem 15% da sua carga horária ao estudo de línguas estrangeiras. Um valor superior ao tempo dispendido com a própria Língua Portuguesa (11%).

Por último, o trabalho realça a pouco autonomia que é dada às escolas portuguesas, com o poder central a tomar 57% das decisões e restando aos estabelecimentos pouco mais do que a escolha dos manuais de entre os previamente seleccionados por Lisboa.

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... 81&page=-1
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por Xitonhane » 16/1/2011 15:08

Essa questão do ensino,não tenho muito conhecimento, mas há uns tempos atrás li um estudo onde Portugal era um dos países da OCDE que canalizava maiores recursos,em termos relativos do PIB, para a educação básica e secundária, e onde o output era incrivelmente mau...uma lástima...em comparação com outros países que com menos fazem mais
 
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por artista_ » 16/1/2011 14:16

Mares Escreveu:
artista Escreveu: Também não tenho certezas mas penso que não chega aos 70%... e convém não esquecer que o problema maior reside no fato (escrito assim fica mesmo mal mas!) de grande parte dessa massa salarial ser para pagar a quem não produz (pensões, subsidio de desemprego, rendimento social de inserção, etc)!

Tenho a idéia que para os salários são por volta dos 25% do orçamento de estado! Mas seria interessante alguém colocar aqui os valores correctos... se ninguém o fizer sou capaz de os procurar mais tarde agora não tenho tempo!

abraços

artista


"Mais de 95% dos gastos com a educação no Básico e Secundário em Portugal são com o pessoal, especialmente com os docentes."


"Portugal é o país que gasta a maior percentagem do orçamento dedicado à Educação com o pessoal, um pouco mais de 95%, sendo que 85% dos gastos no Básico e 81% no Secundário são exclusivamente com professores. A título de exemplo, diga-se que a Finlândia apenas gasta 65% do seu orçamento com o pessoal, alocando os restantes recursos financeiros para a investigação e serviços de apoio como materiais, alimentação, alojamento ou transporte."

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... id=1011181


Mares, estes números têm pouco a ver com o meu comentário, são respeitantes apenas aos gastos com o Ensino.

Relativamente a isso, supondo que os valores que referes são verdadeiros, parecem-me pouco abonatórios para quem gere este país. Indicam que gastam o mínimo com o ensino, pagam os salários aos funcionários e pouco mais... ou mesmo e mais nada porque só os gastos "correntes" (água, eletricidade, gás, alimentação, obras de conservação renovação, material de escritório, etc) deverão representar os 5%, o que quererá dizer não se gasta nada em investigação, serviços de apoio, etc...

Enfim, fico com algumas dúvidas em relação a esses números...

De qualquer forma o que eu tinha abordado era a percentagem do orçamento de estado que vai para pagar salários...

abraços

artista
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por Mares » 16/1/2011 2:05

artista Escreveu: Também não tenho certezas mas penso que não chega aos 70%... e convém não esquecer que o problema maior reside no fato (escrito assim fica mesmo mal mas!) de grande parte dessa massa salarial ser para pagar a quem não produz (pensões, subsidio de desemprego, rendimento social de inserção, etc)!

Tenho a idéia que para os salários são por volta dos 25% do orçamento de estado! Mas seria interessante alguém colocar aqui os valores correctos... se ninguém o fizer sou capaz de os procurar mais tarde agora não tenho tempo!

abraços

artista


"Mais de 95% dos gastos com a educação no Básico e Secundário em Portugal são com o pessoal, especialmente com os docentes."


"Portugal é o país que gasta a maior percentagem do orçamento dedicado à Educação com o pessoal, um pouco mais de 95%, sendo que 85% dos gastos no Básico e 81% no Secundário são exclusivamente com professores. A título de exemplo, diga-se que a Finlândia apenas gasta 65% do seu orçamento com o pessoal, alocando os restantes recursos financeiros para a investigação e serviços de apoio como materiais, alimentação, alojamento ou transporte."

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... id=1011181
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NA IRLANDA FOI ASSIM...

por Icaro00 » 16/1/2011 1:51

IRLANDA
Antes do FMI a Irlanda começou por cortar nos ordenados ( entre 5% e 10%, incluindo uma redução de 20% no salário do primeiro-ministro)

CORTES pós-FMI
- Cerca de 24.750 (7%) funcionários públicos vão ser despedidos
- cortes no subsídio de desemprego,
- cortes no abono de família,
- cortes nas pensões,
- cortes no salário mínimo, de 8,65 para 7,65 ( -12,5%)
- Corte 20% ordenado ministros
cortes de benefícios e de gastos com saúde e educação.

IMPOSTOS
Mantém-se o IRS nos (imagine-se) 12,5%
- IVA passa para 23% e em 2014 para 24%
- Novo imposto sobre imóveis que o governo quer implantar vai custar à maioria dos donos de imóveis cerca de 200 euros por ano até 2014.
- Novas taxas ambientais aos combustíveis
OUTROS
- Aumento da idade de reforma
- Passam a estar isentos do IRS aqueles que ganham até € 18.300 por ano. Com o pacote, passa a ser tributado quem recebe € 15.300. O total de isentos (45% dos trabalhadores) cairá para 35%.

No total, os cortes nos gastos do governo vão arrecadar 10 bilhões de euros e os aumentos nos impostos vão adicionar mais 5 bilhões de euros. O ministro das Finanças, Brian Lenihan, afirmou que os cortes de gastos vão se concentrar nas áreas responsáveis pelos maiores gastos do governo: pagamento, previdência social e bem-estar social


Bone negócios, Eduardo
 
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por Icaro00 » 16/1/2011 1:48

A entrada do FMI a ter de ser feita deve ser feita o mais rapidamente possível, porque senão estamos a gastar dinheiro, aliás a deitar dinheiro fora e este é um bem muito escasso hoje em dia. Vejamos o que está a acontecer ao dinheiro poupado com os cortes salariais
De acordo com o titular da pasta das Finanças, a redução na massa salarial da Função Pública e dos trabalhadores do sector empresarial do Estado, contestada em toda a linha pelas estruturas sindicais, deverá permitir uma poupança de mil milhões de euros. O valor, justificou Teixeira dos Santos, é alcançado porque a medida se alarga a todas as empresas participadas maioritariamente por capitais públicos. (RTP)

Portugal terá de pagar mais 13 por cento nos juros da dívida (808 milhões de euros) do que previa no OE deste ano. Para 2011, o executivo estava a contar que os encargos decorrentes dos custos da dívida chegassem aos 6326 milhões de euros. 7132 milhões de euros

Como se pode perceber, a previsão de mais-valia no OE realizada com o corte dos ordenados já se "esfumou" em cerca de 80%.

Será que os juros não vão subir mais? Será que os chineses vão continuar a comprar divida portuguesa? e se comprarem a que preço? e com que condições? não estaremos a abrir mão do nosso futuro nessas negociações??? Que venha o FMI JÁ... enquanto ainda temos algum poder de negociação e não hipotecamos todo o nosso "futuro"

bons negócios, Eduardo
 
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por artista_ » 15/1/2011 17:16

pdcarrico Escreveu:
Xitonhane Escreveu:Muito o português gosta de "atenuantes". Pessoalmente sou contra a descida dos salários na função pública, até que nem resolve nada, apenas desmotiva, revolta,etc..o que era necessário eram cortes de outro género, obter poupança através de uma maior eficiência de serviços.


Eu não estou certo destes valores, mas tenho noção de já ter lido algures que mais de 70% do orçamento vai para a massa salarial. Se for verdade, não há forma eficiente de cortar despesa sem uma de duas coisas - ou cortar salários ou despedir funcionários públicos.

Naturalmente que podem ser perseguidos objectivos de poupança diferentes, mas acreditar que estes são suficientes para atingir sustentabilidade das contas públicas, parece-me muita ingenuidade.


Também não tenho certezas mas penso que não chega aos 70%... e convém não esquecer que o problema maior reside no fato (escrito assim fica mesmo mal mas!) de grande parte dessa massa salarial ser para pagar a quem não produz (pensões, subsidio de desemprego, rendimento social de inserção, etc)!

Tenho a idéia que para os salários são por volta dos 25% do orçamento de estado! Mas seria interessante alguém colocar aqui os valores correctos... se ninguém o fizer sou capaz de os procurar mais tarde agora não tenho tempo!

abraços

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por pdcarrico » 15/1/2011 16:39

Xitonhane Escreveu:Muito o português gosta de "atenuantes". Pessoalmente sou contra a descida dos salários na função pública, até que nem resolve nada, apenas desmotiva, revolta,etc..o que era necessário eram cortes de outro género, obter poupança através de uma maior eficiência de serviços.


Eu não estou certo destes valores, mas tenho noção de já ter lido algures que mais de 70% do orçamento vai para a massa salarial. Se for verdade, não há forma eficiente de cortar despesa sem uma de duas coisas - ou cortar salários ou despedir funcionários públicos.

Naturalmente que podem ser perseguidos objectivos de poupança diferentes, mas acreditar que estes são suficientes para atingir sustentabilidade das contas públicas, parece-me muita ingenuidade.
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por zekinha1 » 15/1/2011 16:24

O problema que eu vejo e que muitas das medidas implementadas nos outros países pela entrada do FMI já foram cá estão em vigor. Se eles vierem para cá, nem quero imaginar o que poderá acontecer!
 
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por artista_ » 15/1/2011 16:14

Por acaso encontrei outra notícia mais antiga que fala em 30 mil professores afectados!

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... a-em-marco

abraços

artista
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por artista_ » 15/1/2011 16:09

Xitonhane Escreveu:Muito o português gosta de "atenuantes". Pessoalmente sou contra a descida dos salários na função pública, até que nem resolve nada, apenas desmotiva, revolta,etc..o que era necessário eram cortes de outro género, obter poupança através de uma maior eficiência de serviços.


E vão haver muitos mais cortes do género dos que falas, embora grande parte dos mesmos sejam agora de uma forma desesperada e cega...

Ainda ontem vi no Correio da Manhã (na versão on-line não encontro) que a fenprof estima que no próximo ano lectivo ficarão de fora entre 30 a 40 mil professores... para estes o problema será bem maior que uma redução de 3,5%, ou mesmo 10%, no salário!

Noutras áreas deverá haver cortes também, tudo o que for possível vão cortar!

Muitos destes cortes são necessários tendo em conta a situação do país, mas se tivessem "acordado" a tempo teriam começado a cortar à mais tempo, isso evitaria que se cortasse tanto e de uma forma tão radical!!!

bom fim-de-semana

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por Xitonhane » 15/1/2011 15:33

Muito o português gosta de "atenuantes". Pessoalmente sou contra a descida dos salários na função pública, até que nem resolve nada, apenas desmotiva, revolta,etc..o que era necessário eram cortes de outro género, obter poupança através de uma maior eficiência de serviços.
 
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por pdcarrico » 15/1/2011 0:44

vitcosta Escreveu:Eu posso falar pelo sector da saúde, em fevereiro de 2011 vai-se reformar um número recorde de médicos, 110.
Todos graduados e chefes de serviço com elevada experiência.

Os cortes salariais de 10%, já levaram a uma debandada de muitos profissionais para o sector privado (por agora apenas os melhores) médicos por volta dos 40 anos, no topo da sua produtividade, mas que são a base dos hospitais públicos.

Mais cortes indescriminados no ordenado, vai levar a que as ofertas se estendam a outros segmentos.
Há gente que trabalha pouco? Despeçam-nos, mas é preciso dar condições e ânimo a quem trabalha seriamente.

No SNS ficam os mais velhos, com poucos anos para a reforma e os mais novos (sem alternativas). Se quiserem ser tratdos a uma coisa simples tudo bem,tipo uma hérnia, mas se quiserem ser operados a um esofago ou um pâncreas não vai haver ninguém para o fazer.

Se amputarmos 2 ou 3 pessoas base de um serviço, são afectados uma dezena de jovens médicos e afectada a formação de um serviço em uma década.

Mas isto para mim só vai de encontro ao que se pretende, enterrar o SNS, alimentar o sistema privado e todos nós quando precisarmos vamos ter de pagar e a sério

Todos ficam contentes, o estado paga menos, os privados ganham mais e ...adivinhem quem se lixa...

os cortes se forem indecriminados vão ter consequências que vão durar gerações


O que dizes é lógico, provavelmente é certo mas ainda assim é inconsequente. Primeiro o Estado teria dificuldades óbvias a concluir sobre a produtividade dos médicos. Como tu próprio dizes, um médico de valor não passa só por ser um médico com muitas consultas. É aquele que transfere experiência aos colegas, mas como aferir isso? E ainda que fosse fácil, depois o Estado não conseguiria facilmente despedir esses tais maus profissionais.

A realidade é que o sistema público não pode concorrer com o privado pela via do salário, e só pode ser concorrencial por outras questões, como por exemplo os hospitais públicos terem boas redes de contactos com as Universidades e terem (ainda) algum prestígio.

Infelizmente um bom médico que se motive por dinheiro não vai naturalmente cair no serviço público. Mas provavelmente já não caía antes. Porque a realidade é que quem escolhe carreira por dinheiro vai sempre preferir medicina privada. Antes e depois da austeridade.
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por MarcoAntonio » 15/1/2011 0:26

Na estimativa anterior só estou a considerar os activos (sem contar reformas/pensões). Contabilizando com esses, provavelmente o valor dobra ou algo assim (talvez mais até do que dobrar porque embora sejam em número inferior no total, a distribuição não é a mesma porque entre pensões/reformas existem muito mais individuos no topo da carreira, naturalmente, e logo com vencimentos mais altos).

Se se incluir todos, possivelmente vai para os 500 a 1000 milhões de euros ou coisa semelhante. Mas enfim, isto é só uma estimativa (a ordem de grandeza dos valores contudo não deverá estar mal de todo).

Se estiver mais ou menos correcta, seria uma medida com impacto semelhante ao do corte de vencimento implementado em 2010 para os vencimentos superiores a 1500 euros.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Lion_Heart » 15/1/2011 0:22

MarcoAntonio Escreveu:
marciop Escreveu:Alguém me sabe dizer qual seria a receita aproximada caso o estado decidisse cortar o 13º14º meses aos funcionários públicos que auferissem rendimentos superiores a 2500€??


Atirando uma estimativa para o ar, talvez qualquer coisa algures entre 100 e 500 milhões de euros.

Estou a assumir que serão menos de 10% do universo de funcionários públicos os que auferem mais de 2500 euros (são cerca de 50%, números redondos, os que auferem mais de 1500 euros) e uma média de 3000 e tal euros para esse sub-grupo.



Nao e so a esses que devera ser cortado.

Tem que ser a todos os reformados com pensoes acima desses valor.

E acabar com acumulaçoes de reforma
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por Lion_Heart » 15/1/2011 0:16

Pata-Hari Escreveu:Lion, isso não é nada ainda.


Ai pois não é de certeza.

Mas é como digo , mas vale de uma so vez que aos bocados.

Assim será possivel recomeçar , se for devagar morre de vez (descida continua dos ratings) que é o que tem vindo a acontecer. Se tivessemos pedido ajuda logo a seguir a Grecia se calhar os nossos ratings seriam os mesmos de hoje em dia.

Andamos aqui a aguentar ja tivemos varias descidas de rating no Pais e na banca.
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por MarcoAntonio » 15/1/2011 0:11

marciop Escreveu:Alguém me sabe dizer qual seria a receita aproximada caso o estado decidisse cortar o 13º14º meses aos funcionários públicos que auferissem rendimentos superiores a 2500€??


Atirando uma estimativa para o ar, talvez qualquer coisa algures entre 100 e 500 milhões de euros.

Estou a assumir que serão menos de 10% do universo de funcionários públicos os que auferem mais de 2500 euros (são cerca de 50%, números redondos, os que auferem mais de 1500 euros) e uma média de 3000 e tal euros para esse sub-grupo.
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por Pata-Hari » 15/1/2011 0:10

Lion, isso não é nada ainda.
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por marciop » 14/1/2011 23:54

Alguém me sabe dizer qual seria a receita aproximada caso o estado decidisse cortar o 13º14º meses aos funcionários públicos que auferissem rendimentos superiores a 2500€??
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por Lion_Heart » 14/1/2011 23:52

Pata-Hari Escreveu:Há uma questão que não foi abordada. Com a entrada do FMI, haverá uma quase inevitável queda de ratings pelas agências. E essa queda significa mais custos automáticos no crédito à banca e consequentemente às empresas. E esse efeito é extremamente nefasto.


Pata isso é verdade , será inevitavel mas sabes que ja esta a acontecer hoje em dia.

Temos spreads em credito habitação ja a rondar 2, 3 ,4 % e as pme na ordem dos 7 a 10%.

Ja são valores quase insuportaveis se as pessoas fossem racionais.

Mas agora o mal esta feito e tem que se erradicar de
uma vez por todas ( o que vai ser quase impossivel mesmo com o FMI). Sem FMI é o desastre total, esta mais que provado que o Estado NAO consegue reduzir custos.

Por outro lado ja sabes que a banca é co-responsavel pelo estado a que chegou Portugal.

Não só pelas relações mais que promiscuas mas também porque sempre foi mais facil emprestar ao Estado que aos particulares.

Os banqueiros nunca foram tão ricos e poderosos como nestes ultimos 20 anos.


Todos temos que mudar.

E se é para mudar que seja de uma só vez.
Editado pela última vez por Lion_Heart em 15/1/2011 0:06, num total de 1 vez.
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por Icaro00 » 14/1/2011 23:30

oi Pata - sem dúvida, ainda hoje temos mais 1 corte no rating da dívida grega BB+, pareceria impossível em 2008. Mas como o dinheiro vem do FMI e não dos mercados pouco efeito tem, certo? O problema está de facto para as empresas e por isso a BOLSA normalmente sofre...

Bons negócios, Eduardo
 
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por Pata-Hari » 14/1/2011 23:01

Há uma questão que não foi abordada. Com a entrada do FMI, haverá uma quase inevitável queda de ratings pelas agências. E essa queda significa mais custos automáticos no crédito à banca e consequentemente às empresas. E esse efeito é extremamente nefasto.
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por Icaro00 » 14/1/2011 22:51

Vit costa - não falo da "prevenção" falo de R.O.U.B.O. roubo isto é, existem médicos que deveriam estar a trabalhar e pura e simplesmente não estão apesar de estar a ganhar como se estivessem, nada tem a ver com "prevenção". Há 1 Hospital neste país em que 1 médico contratado fez tantas consultas como toda a restante equipe junta... existwe3m Urgências em que a partir de uma certa hora só ficam a trabalhar os "miúdos" os outros vão dormir (a ganhar), muitos desses dormir a casa (para isso, paguem "prevenção"), mas como disse este espaço não é para atacar esta área do funcionalismo público.
Existem cumpridores e até aqueles que fazem muito mais do que deveriam pela miséria de ordenado que recebem e esses deveriam receber alguma espécie de bónus e os que não cumprem deveriam ser castigados (estamos de acordo, mas esses bónus ficam para os directores e amigos... não para os cumpridores.
Por curiosidade, mudemos para Enfermagem: como é possível que a partir de Janeiro deste ano (2011), seja dado um acréscimo de ordenado a enfermeiros gestores e apenas a estes - chefes mais 200€ e supervisores mais 300€, enquanto os restantes enfermeiros ou seja aqueles que ganham pouco (um enf licenciado ganha cerca de 1000€/mês em inicio de carreira), aqueles que estão no terreno a trabalhar não ganhem nada sendo os únicos licenciados que não ganham como tal neste país… Enfim uns ganham para estar em casa a dormir (em horas extraordinárias) e outros estudam 16 anos e ganham 1000€ de ordenado. (ver NOTICIA Jornal Digital - greve enfermeiros 27 a 29 Jan 201) - "Guadalupe Simões, considera que a proposta da tutela é «vergonhosa» e «põe em causa a dignidade da profissão de enfermagem», alertando para que a ideia seria descer o salário dos profissionais em início de carreira, dos actuais 1020 euros para 995 euros no futuro...

De facto tem de se CORTAR, mas não de forma indiscriminada, não pagando menos de 1000€ a um licenciado, nem pagando a meia dúzia que manda para ver se conseguem cala toda uma classe…
Podíamos também pegar noutros grupos nesta área (saúde) que vamos encontrar outras incoerências, mas como disse este não é o espaço para discutir isso, mas podemos fazê-lo em privado caso queira… pois acho que a comunidade que cá vem não tem interesse particular neste assunto.

Serra Lapa
– tens toda a razão… grande parte do problema está em continuar a “alimentar” todo um grupo de Boys, criando fundações, instituições e companhias limitadas em que se paguem ordenados fabulosos e em que são criados contratos fabulosos para “amigos de amigos”.
Quanto à falta de investidores privados, é como tudo na vida – dêem-lhes condições. Vejamos Grécia corta nos impostos sobre o turismo para dinamizar 1 dos principais motores da sua economia. Irlanda sobe impostos a “torto-e-a-direito”, mas não mexe nos impostos sobre as empresas, pois foi esse um dos fortes motivos para que as multinacionais fossem criar empresas nesse país.
Colégios – atenção que as contas feitas de forma independente mostram que sai mais barato um aluno de um colégio como são chamadas ou uma Escola com contrato de Associação como deveriam ser chamadas. Reparemos que os pais só não pagam do 5º ao 9º ano e que as contas do estado não são feitas levando em conta os edifícios sua compra e manutenção, pois se assim fosse será fácil verificar que 1 aluno numa escola com contrato de associação que faça do 1ºao 12º ano é mais barato e ainda por cima se verifica que no ranking das melhores escolas se encontra apenas 1escola pública nas 10 primeiras desse ranking. Será que é assim tão mau esse contrato ou será que nos estão a atirar areia aos olhos.
Temos de desconfiar de TUDO o que os políticos nos dizem pois acredito que por exemplo esta situação das escolas com contratos de associação é uma daquelas situações em que se atira um cordeiro aos lobos para os calares enquanto se tenta poupar o resto da ”manada” (boys).

Lion Heart – só vai para a reforma aqueles que a “Lei” permite e a idade da reforma está a ser alterada de forma faseada, tal como será na Grécia e em outros países.


Bons negócios, Eduardo
 
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por SERRA LAPA » 14/1/2011 21:25

Todas a medidas atrás apontadas são válidas e merecem ser implementadas.

Os responsáveis políticos deveriam ler estes posts!

Acrescentaria um ponto que ainda não foi focado e que é um dos principais cancros da Economia Portuguesa:

- Falta de investidores privados e uma gigantesca teia de interesses que não cessam de roubar à custa dos contratos estatais.

Uma pouca vergonha sem fim.

-São esses António Borges, esses Júdices e outros que tais, que proclamam aos quatro ventos a iniciativa privada, mas extorquem milhões em avanças e assessorias do Estado-UM NOJO!

-São mais de um milhar de fundações que usufruem apenas esses estatuto para que os seus donos possam fugir com milhões de impostos - LADRÕES!

-São esses colégios privados que recebem milhões do Estado em comparticipações para encher o bolso dos seus proprietários - VIGARISTAS!

-São esses médicos que criam clínicas privadas , mas querem que o Estado lhe pague milhões em comparticipações -SALAFRÁRIOS!

-São subsídios e subsídios canalizados directamente para o bolso de quem apresenta projectos que custam 1/10 do que é orçamentado - USURPADORES!

-É tontearia da Segurança Social a dar subsídios a ladrões e preguiçosos -GATUNOS!

-São os presidentes de Câmara e de grandes Juntas de Freguesia a dar milhões a empreiteiros que posteriormente lhe fazem a casita, ou põe uns apartamentos em nome de alguém da família -CORRUPTOS!

Em conclusão o problema do país não se resolve com medidas económicas, resolve-se é com Justiça


Faça-se a Justiça funcionar e quintupliquem-se as cadeias e metam-se lá alguns, que de certeza o país melhora.
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por Lion_Heart » 14/1/2011 20:30

vitcosta Escreveu:Parece fácil ...

Eu posso falar pelo sector da saúde, em fevereiro de 2011 vai-se reformar um número recorde de médicos, 110.
Todos graduados e chefes de serviço com elevada experiência.

Os cortes salariais de 10%, já levaram a uma debandada de muitos profissionais para o sector privado (por agora apenas os melhores) médicos por volta dos 40 anos, no topo da sua produtividade, mas que são a base dos hospitais públicos.

Mais cortes indescriminados no ordenado, vai levar a que as ofertas se estendam a outros segmentos.
Há gente que trabalha pouco? Despeçam-nos, mas é preciso dar condições e ânimo a quem trabalha seriamente.

No SNS ficam os mais velhos, com poucos anos para a reforma e os mais novos (sem alternativas). Se quiserem ser tratdos a uma coisa simples tudo bem,tipo uma hérnia, mas se quiserem ser operados a um esofago ou um pâncreas não vai haver ninguém para o fazer.

Se amputarmos 2 ou 3 pessoas base de um serviço, são afectados uma dezena de jovens médicos e afectada a formação de um serviço em uma década.

Mas isto para mim só vai de encontro ao que se pretende, enterrar o SNS, alimentar o sistema privado e todos nós quando precisarmos vamos ter de pagar e a sério

Todos ficam contentes, o estado paga menos, os privados ganham mais e ...adivinhem quem se lixa...

os cortes se forem indecriminados vão ter consequências que vão durar gerações



Poderia discutir consigo vários pontos deste post.

Mas vou resumir ao que faria se fosse eu a mandar.

Em Portugal a idade da reforma é 65 anos . Logo as pessoas só se podiam reformar aos 65 anos. Eu vejo montes de gente com 50 e mais anos na reforma. Assim não existe País que aguente.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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