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Caldeirão da Bolsa

Aumento do preço dos transportes

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 29/12/2010 23:34

Já agora os dados dos números de passageiros.

Parece que o "comboinho" ainda transporta 16 milhões de passageiros por ano, evidenciando mesmo uma tendência de aumento.

(o lado esquerdo do quadro refere-se aos autocarros e a metade direita é dos eléctricos)
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por Elias » 29/12/2010 23:30

Encontrei este quadro no site da Carris em http://www.carris.pt/fotos/editor2/indi ... e_2009.pdf

Como se pode ver, ao passo que nos autocarros a receita provém principalmente dos passes (que representam 68% da receita), no caso dos eléctricos os utentes que tiram bilhete a bordo representam 65% das receitas, com tendência para aumentar rapidamente nos últimos anos. As receitas provenientes de pré-comprados nos eléctricos têm vindo a cair progressivamente.

Olhando para estes números é fácil de perceber que há aqui possibilidade de encaixar umas massas jeitosas. Por isso continuo a achar que o objectivo desta medida é a de aumentar a receita. Aliás, como os turistas vão continuar a comprar o bilhete a bordo, a % de receitas resultante de bilhetes continuará a aumentar.

Aliás, se o objectivo fosse o de agradar aos turistas com o very typical, então era mais interessante reintroduzir a figura do cobrador a bordo. Mas não, porque senão lá se ia a receita.
 
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por pdcarrico » 29/12/2010 17:37

Mares Escreveu:Vamos a uma comparação:

Portugal (Lisboa):
- SM 450 euros / bilhete 1,50 -> 300 passagens.
- Aumento de 1,45 para 1,50 --> +3,4% (Inflação prevista 2,1%)
--> aumento acima da inflação de 1,3% --> 61,9% acima da inflação.

Brasil (Salvador):
- SM 500 reais / bilhete 2,50 -> 200 passagens
- Aumento de 2,30 para 2,50 --> +8,7% (Inflação prevista 5,3%).
--> aumento acima da inflação de 3,4%. --> 64,1% acima da inflação.

O problema é que no Brasil não há descontos nos pré-comprados nem existem passes. Ou seja uma pessoa que more num bairro pobre e periférico e tenha para isso de tomar dois autocarros nos dois sentidos, gastará 10 reais por dia em transportes - quase metade do rendimento se ganhar o salário mínimo.

Aliás muita gente já negocia com a entidade patronal a deslocação inclusa no salário justamente porque o peso no salário do transporte é enorme. Nem toda a gente consegue negociar isso, e quando assim é, dos 500 reais de salário que recebe, 200 podem ficar para transportes!

Transportes esses que não têm nem metade da qualidade dos que conheço em Portugal.
Pedro Carriço
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por Mares » 29/12/2010 17:17

Elias Escreveu: Mares,

Concordo com o que escreves, não há nada de mal na vontade de diferenciação (eu apenas constato que existe).

A questão essencial para mim é se faz sentido haver transportes públicos e quem deve pagar por eles (o utilizador ou o contribuinte)?

1 abraço,
Elias


Elias,

também constatamos que: Portugal é um país pobre (não temos dúvidas em relação a isso), mas com ~2 pessoas para cada carro (em 11º lugar a nível mundial, como já referído num outro post); com uma balança de importações muito deficitária (na qual contribuem negativamente a importação de carros e combustíveis); com impacto negativo no meio ambiente (que terá custos acrescídos e que todos irão pagar); requerendo investimentos acrescídos em estradas (que também todos pagarão), etc, etc.

Financiar algo com o dinheiro do contribuinte poderá ser uma atitude sensata e inteligente. Assim como sou a favor do papel polarizador/regulador/aumentar a competição pela parte do Estado.

O que sou contra, é o contribuinte ser financiador de opções erradas e pouco inteligentes. Vêr o Estado tomar atitudes "neo-liberais", irresponsáveis e penalizadoras daqueles que menos ganham e que sustentam o crescimento do país.

Abraço,

Mares.

ps- repara que temos 1,86 portuguêses por cada carro e temos 2,8 elementos por família (em 2001). Temos então o carro do Zé Mané para ir trabalhar, o segundo carro da Maria José (mulher do Zé Mané) para levar a(s) criança(s) à escola. E quando o Zé Maria (filho do Zé Mané com a Maria José) tiver 18 anos, ganha a sua "autonomia" com o presente de um carro oferecído pelos papás (claro que ele continuará a viver em casa dos pais até aos 30...).
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por mais_um » 29/12/2010 17:05

Elias Escreveu:Ou então porque não eliminar dos autocarros e dos eléctricos a possibilidade de comprar o bilhete dentro do transporte?


Não sei se há algum impedimento legal para tal, mas para mim era uma solução.

Há cidades europeias que não tens a hipotese de comprar bilhete dentro do meio de transporte (autocarro e/ou electrico)e não foi por isso que sendo turista não utilizei os transportes publicos.

Elias Escreveu:
Mais uma vez digo, nada tenho contra o aumento das tarfias de bordo, mas acho tudo isto uma farsa (será que o objectivo é o de sacar mais dinheiro aos turistas que vão, invariavelmente, continuar a comprar a tarifa de bordo?)

Certo mas dai a deduzir que há descriminação com a população portuguesa em relação aos turistas (também há turistas portugueses... :mrgreen: :mrgreen: ).....

Elias Escreveu:Imagina que a carreira 35, por exemplo, era mais usada por turistas que as restantes carreiras. Faria sentido, em tua opinião, onerar a tarifa de bordo dessa carreira em particular?


Se a lei permitisse, porque não? Isto do ponto de vista do operador, claro, mas já encontras situações semelhantes, em que os residentes não pagam ou tem um valor inferior em relação aos restantes utilizadores (por exemplo em museus).
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por Elias » 29/12/2010 16:38

mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:O que continua a não fazer qualquer sentido para mim é isso não ser aplicado também nos autocarros. Ou seja, introduzir esta diferenciação a pretexto da ocorrência dos turistas.


Estás "bloqueado", mas o que tem a ver os autocarros com os electricos? Já agora porque não introduzir tambem nos comboios e no metro a possibilidade de comprar o bilhete dentro do meio de transporte?


Ou então porque não eliminar dos autocarros e dos eléctricos a possibilidade de comprar o bilhete dentro do transporte?

Mais uma vez digo, nada tenho contra o aumento das tarfias de bordo, mas acho tudo isto uma farsa (será que o objectivo é o de sacar mais dinheiro aos turistas que vão, invariavelmente, continuar a comprar a tarifa de bordo?)

Imagina que a carreira 35, por exemplo, era mais usada por turistas que as restantes carreiras. Faria sentido, em tua opinião, onerar a tarifa de bordo dessa carreira em particular?
 
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por mais_um » 29/12/2010 16:32

Elias Escreveu:O que continua a não fazer qualquer sentido para mim é isso não ser aplicado também nos autocarros. Ou seja, introduzir esta diferenciação a pretexto da ocorrência dos turistas.


Estás "bloqueado", mas o que tem a ver os autocarros com os electricos? Já agora porque não introduzir tambem nos comboios e no metro a possibilidade de comprar o bilhete dentro do meio de transporte?

Nos autocarros não tens esse problema, basta estares numa paragem de autocarros para perceberes que nao é habitual os utilizadores comprarem bilhetes ao motorista.
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por Elias » 29/12/2010 16:28

mais_um Escreveu:Com o tarifario ainda em vigor, poupas 10 centimos para fazer uma viagem no electrico, caso compres o cartão para os bilhetes pré comprados. Consideras que a diferença é suficiente motivadora para alguém que não conhece Lisboa vá dirigir-se a um ponto de venda?

No meu caso não foi e eramos 4, ou seja 40 centimos. Então para os estrangeiros garantidamente que não é.

Agora como a diferença é maior pode ser que seja motivador, mas tenho sérias duvidas.


Disseste muito bem: PODE SER.

Mas como escrevi anteriormente até dou de barato o aumento da tarifa de bordo para desincentivar a compra a bordo.

O que continua a não fazer qualquer sentido para mim é isso não ser aplicado também nos autocarros. Ou seja, introduzir esta diferenciação a pretexto da ocorrência dos turistas.
 
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por Mares » 29/12/2010 16:25

pdcarrico Escreveu:Não tem que ver com a carris mas só para terem uma noção de como os problemas são relativos. Aqui em Salvador os transportes aumentaram de 2,30 reais/viagem (cerca de 1,03 euros) para 2,50 (1,13 euros). Os autocarros não tem uma fracção da qualidade dos daí e não há transporte público alternativo a não ser o taxi e autocarros especiais que são mais caros.

O aumento é igual para quem paga a tarifa a bordo ou pré-comprado (o preço é igual). Os transportes são privados (por concessão do município, que aprova discricionariamente os aumentos que foram nos últimos três anos acima do índice oficial de inflação - IPCA). Fica por perceber o que ganha a prefeitura com esse presente para os operadores privados.

Os transportes públicos são quase exclusivamente usados pela faixa de população que aufere de 1 a 3 salários mínimos (a maioria ganha 1 SM). O salário mínimo aqui é de cerca de 500 reais (225 euros).

Não existem passes sociais, sendo que determinadas classes têm transporte gratuito, como idosos, militares, polícia e alguns outros.


Vamos a uma comparação:

Portugal (Lisboa):
- SM 450 euros / bilhete 1,50 -> 300 passagens.
- Aumento de 1,45 para 1,50 --> +3,4% (Inflação prevista 2,1%)
--> aumento acima da inflação de 1,3% --> 61,9% acima da inflação.

Brasil (Salvador):
- SM 500 reais / bilhete 2,50 -> 200 passagens
- Aumento de 2,30 para 2,50 --> +8,7% (Inflação prevista 5,3%).
--> aumento acima da inflação de 3,4%. --> 64,1% acima da inflação.

Agora as diferenças:
- Um trabalhador em Portugal com 3 SM (~1400 euros) passa a andar de carro. No Brasil, um trabalhador em com 3 SM (1500 reais) continua a andar de "ônibus" :-)

- Os "ônibus" no Brasil tem motorista e cobrador, enquanto que em Portugal só tem motorista:
- Pelo lado positivo temos que no Brasil em relação a Portugal, o dobro de empregos gerados na actividade.
- Pelo lado negativo, temos um valor maior no preço da passagem no Brasil, já que ~30% da estrutura de custos deve-se a custos com pessoal (ficando 24% para os combustíveis, fonte IMTT).

Como se costuma dizer, seja em Portugal ou no Brasil,... "o mexilhão é quem paga...."
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por mais_um » 29/12/2010 16:23

Elias Escreveu:A resposta deste-a tu próprio num post de hoje às 0h00m,


Não me expliquei bem, quando perguntei onde está o problema, estava a referir-me ao tentar resolver a disfunção existente.


Elias Escreveu:
Ou seja, se são sobretudo os turistas que compram o título a bordo, e se não há grandes alternativas (porque os pontos de venda são escassos e não estão junto às paragens), qual é a expectativa de que a situação efectivamente se altere depois da subida de preços?


Como chegaste à conclusão que os pontos de venda são escassos?

Com o tarifario ainda em vigor, poupas 10 centimos para fazer uma viagem no electrico, caso compres o cartão para os bilhetes pré comprados. Consideras que a diferença é suficiente motivadora para alguém que não conhece Lisboa vá dirigir-se a um ponto de venda?

No meu caso não foi e eramos 4, ou seja 40 centimos. Então para os estrangeiros garantidamente que não é.

Agora como a diferença é maior pode ser que seja motivador, mas tenho sérias duvidas.
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por Elias » 29/12/2010 16:07

mais_um Escreveu:Num determinado meio de transporte, neste caso os electricos, foi detectado que o tarifário existente, criava disfunções no seu normal funcionamento, esse tarifário foi alterado para tentar corrigir essas disfunções, onde está o problema?


A resposta deste-a tu próprio num post de hoje às 0h00m,

À dois anos fui fazer a viagem de electrico entre a Estrela e a Graça, com os miudos e verifiquei o problema, os utilizadores são quase só turistas, basta passar na Baixa junto às paragens para se verificar que assim é.

Agora duvido é que os turistas mudem o comportamento. É que alem do bilhete pre comprado tem que pagar o cartão de suporte.


Ou seja, se são sobretudo os turistas que compram o título a bordo, e se não há grandes alternativas (porque os pontos de venda são escassos e não estão junto às paragens), qual é a expectativa de que a situação efectivamente se altere depois da subida de preços?
 
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por mais_um » 29/12/2010 16:02

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:Pode estar bem enquadrada, o que não faz sentido é introduzir uma diferenciação entre as tarifas de eléctrico e autocarro.


Porque é que não faz sentido?


Achas que devemos tratar melhor os turistas do que tratamos os nossos próprios cidadãos?

Achas que faz sentido aumentar o preço de uma determinada carreira de autocarro, só porque é mais frequentada por turistas e queremos assegurar um nível de serviço superior nessa carreira em particular?


Humm...não percebo a tua duvida, há preços distintos por ser turista ou não, no mesmo tipo transporte? Não me parece que haja.

Os preços são identicos para o mesmo tipo de transporte independentemente da motivação para a utilização? Sim são.

No electrico, no metro, nos comboios, nos barcos, os preços são identicos independentemente da motivação para a sua utilização, não há qualquer tipo de descriminação.

Num determinado meio de transporte, neste caso os electricos, foi detectado que o tarifário existente, criava disfunções no seu normal funcionamento, esse tarifário foi alterado para tentar corrigir essas disfunções, onde está o problema?
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por Elias » 29/12/2010 15:48

mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:Pode estar bem enquadrada, o que não faz sentido é introduzir uma diferenciação entre as tarifas de eléctrico e autocarro.


Porque é que não faz sentido?


Achas que devemos tratar melhor os turistas do que tratamos os nossos próprios cidadãos?

Achas que faz sentido aumentar o preço de uma determinada carreira de autocarro, só porque é mais frequentada por turistas e queremos assegurar um nível de serviço superior nessa carreira em particular?
 
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por mais_um » 29/12/2010 15:46

Elias Escreveu:Pode estar bem enquadrada, o que não faz sentido é introduzir uma diferenciação entre as tarifas de eléctrico e autocarro.


Porque é que não faz sentido?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por Elias » 29/12/2010 15:36

Mares Escreveu:
Elias Escreveu:Mares, concordo com quase tudo o que escreveste, apenas me parece que a principal razão para o aumento do uso do transporte particular não reside no aumento do preço dos transportes públicos, mas sim na vontade de diferenciação.


Elias,

ao Estado cabe o papel polarizador de "vontades" em maior benifício de todos. Tem mecânismos e poder para induzir mudanças de comportamentos.

A "vontade de diferenciação" existe e não tem mal nenhum. Mas como tudo, também tem um preço, ao qual o indivíduo não é alheio aos custos/benefícios.

Penalizar o interesse público em favor do interesse particular não é uma atitude inteligente/sensata.

Abraço,

Mares.


Mares,

Concordo com o que escreves, não há nada de mal na vontade de diferenciação (eu apenas constato que existe).

A questão essencial para mim é se faz sentido haver transportes públicos e quem deve pagar por eles (o utilizador ou o contribuinte)?

1 abraço,
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por pdcarrico » 29/12/2010 15:33

Não tem que ver com a carris mas só para terem uma noção de como os problemas são relativos. Aqui em Salvador os transportes aumentaram de 2,30 reais/viagem (cerca de 1,03 euros) para 2,50 (1,13 euros). Os autocarros não tem uma fracção da qualidade dos daí e não há transporte público alternativo a não ser o taxi e autocarros especiais que são mais caros.

O aumento é igual para quem paga a tarifa a bordo ou pré-comprado (o preço é igual). Os transportes são privados (por concessão do município, que aprova discricionariamente os aumentos que foram nos últimos três anos acima do índice oficial de inflação - IPCA). Fica por perceber o que ganha a prefeitura com esse presente para os operadores privados.

Os transportes públicos são quase exclusivamente usados pela faixa de população que aufere de 1 a 3 salários mínimos (a maioria ganha 1 SM). O salário mínimo aqui é de cerca de 500 reais (225 euros).

Não existem passes sociais, sendo que determinadas classes têm transporte gratuito, como idosos, militares, polícia e alguns outros.
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por Mares » 29/12/2010 13:08

mfsr1980 Escreveu:O problema é que o Estado já não têm dinheiro para financiar transportes públicos e então, quanto maior fôr o aumento dos transportes, menor terá de ser apoio do Estado.


Olá mfsr1980,

a resposta ao Elias, vale tb para o teu comentário.

Abraço,

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por Mares » 29/12/2010 13:06

Elias Escreveu:Mares, concordo com quase tudo o que escreveste, apenas me parece que a principal razão para o aumento do uso do transporte particular não reside no aumento do preço dos transportes públicos, mas sim na vontade de diferenciação.


Elias,

ao Estado cabe o papel polarizador de "vontades" em maior benifício de todos. Tem mecânismos e poder para induzir mudanças de comportamentos.

A "vontade de diferenciação" existe e não tem mal nenhum. Mas como tudo, também tem um preço, ao qual o indivíduo não é alheio aos custos/benefícios.

Penalizar o interesse público em favor do interesse particular não é uma atitude inteligente/sensata.

Abraço,

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por mfsr1980 » 29/12/2010 2:28

O problema é que o Estado já não têm dinheiro para financiar transportes públicos e então, quanto maior fôr o aumento dos transportes, menor terá de ser apoio do Estado.
 
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por Elias » 29/12/2010 2:21

Mares, concordo com quase tudo o que escreveste, apenas me parece que a principal razão para o aumento do uso do transporte particular não reside no aumento do preço dos transportes públicos, mas sim na vontade de diferenciação.
 
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por Mares » 29/12/2010 2:16

Elias Escreveu:E acho também um piadão quando se usa o argumento do aumento do preço dos combustíveis para justificar subidas de preços de transportes (em geral), especialmente se tivermos em conta que as descidas do preço dos combustíveis não têm qualquer repercussão do preço desses mesmos transportes.


Elias,

a lógica que vejo é a seguinte:

aumento nos combustíveis ---> faz aumentar a inflação --> faz aumentar os salários...

Descida dos combustíveis ---> mantêm a inflação estável ---> e os salários não caem...

Nestes movimentos, fica sempre o resídual do aumento dos salários... Além disso, ocorre também que, com a diminuição dos custos (por exemplo nos combustíveis) justifica mais um aumento nos salários...

No final, o utilizador vê a passagem aumentar com a justificação do aumento dos combustíveis, mas não vê nenhum benifício quando o preço do combustível caí. Com isso, leva a alguns utilizadores a deixarem de usar os transp. públicos e passarem a usar o transporte partícular.

Sem prioridades, abandona-se o "interesse público" em favor de alguns "interesses particulares"...

Abraço,
Mares.
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por Mares » 29/12/2010 1:59

MarcoAntonio Escreveu:
Mares Escreveu:Da notícia retira-se que irá haver um aumento nos transportes públicos em cerca de 3,4% (de 1,45 para 1,50), bem acima da inflação prevista, (...)


A inflação não é a mesma em todos os sectores de actividade. A inflação é (representa) uma média!

Dado o comportamento dos custos da energia (combustiveis em particular) acho que a observação perde o sentido (ou está explicada).


Correcto. Por isso mesmo é que se fala das "duas galinhas" e da média... Até aí estamos de acordo.
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por Elias » 29/12/2010 1:59

E acho também um piadão quando se usa o argumento do aumento do preço dos combustíveis para justificar subidas de preços de transportes (em geral), especialmente se tivermos em conta que as descidas do preço dos combustíveis não têm qualquer repercussão do preço desses mesmos transportes.
 
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por Elias » 29/12/2010 1:54

MarcoAntonio Escreveu:Dado o comportamento dos custos da energia (combustiveis em particular) acho que a observação perde o sentido (ou está explicada).


Pois, eu acho sempre um piadão quando o aumento do preço dos combustíveis é usado como pretexto para aumentar transportes que funcionam a electricidade, como é o caso dos comboios, do metro e dos eléctricos. :lol:
 
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por MarcoAntonio » 29/12/2010 1:51

Mares Escreveu:Da notícia retira-se que irá haver um aumento nos transportes públicos em cerca de 3,4% (de 1,45 para 1,50), bem acima da inflação prevista, (...)


A inflação não é a mesma em todos os sectores de actividade. A inflação é (representa) uma média!

Dado o comportamento dos custos da energia (combustiveis em particular) acho que a observação perde o sentido (ou está explicada).
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