Governo quer ligar salário à produtividade do trabalho
Mares Escreveu:a "politica do betão" já vem de vários governos passados.
É um facto indesmentível, apesar de considerar que há 25 anos provavelmente se justificaria.
Aquilo que dizes dos particulares e dos bancos emprestarem sobretudo para compra de imóveis está correcto do meu ponto de vista.
abraço
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
migluso Escreveu:Mares Escreveu:podemos estar a desviar do assunto principal, produtividade e salários, com a questão do investimento público Vs investimento privado...
Tem tudo a ver.
Na medida em que o Estado canalizou e pretende continuar a canalizar os seus investimentos para o sector da construção civil e obras públicas, os empresários investem nos meios de produção que satisfaçam essa procura. A poupança que a economia gera é utilizada em investimento pouco produtivo.
Muito do excesso de equipamento de construção foi enviado para Angola, senão veríamos os parques das empresas cheios de máquinas. Há um excesso de oferta instalada neste sector e o Estado tem uma grande quota de responsabilidade neste facto.
O Estado esteve na origem e impulsionou este modelo de crescimento.
xxxxxxxx
Migluso,
a "politica do betão" já vem de vários governos passados.
Da mesma forma, não só o governo, mas também o povo portugês embarcou na ideia de que aplicar no imobiliário sería o melhor investimento, já que eram considerados "investimento seguro".
Grande parte do endividamento que os particulares tem hoje, está associado ao tal crédito à habitação. Tal como referí antes, ... se um casal tivesse utilizado esse dinheiro em implementar um negócio próprio, possivelmente o retorno sería maior, tanto para eles como para o País. Mas infelizmente, não existe esse espírito empreendedor entre o povo e a aversão ao risco é enorme. Por outro lado, os bancos preferíram dar o dinheiro para a compra da casa do que incentivar a criação do negócio prórpio. Hoje vêmos um país com áreas enormes abandonadas, importando todo tipo de produtos, pois nós por aqui desaprendemos de até produzirmos o que comêmos...
Abraço,
Mares.
Mares Escreveu:podemos estar a desviar do assunto principal, produtividade e salários, com a questão do investimento público Vs investimento privado...
Tem tudo a ver.
Na medida em que o Estado canalizou e pretende continuar a canalizar os seus investimentos para o sector da construção civil e obras públicas, os empresários investem nos meios de produção que satisfaçam essa procura. A poupança que a economia gera é utilizada em investimento pouco produtivo.
Muito do excesso de equipamento de construção foi enviado para Angola, senão veríamos os parques das empresas cheios de máquinas. Há um excesso de oferta instalada neste sector e o Estado tem uma grande quota de responsabilidade neste facto.
O Estado esteve na origem e impulsionou este modelo de crescimento.
EDIT: Reencaminho-te para um post antigo.
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... ht=#769920
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Energias Renováveis:
Pontos a favor:
1) Geração de emprego (parte dele qualificado)
2) Dinamização da industria nacional.
3) Dimimuição da importação de combust. fósseis.
4) Energia "verde".
5) Diversificação da matriz energética.
Pontos contra:
1) Iniciativa estatal
2) Subsídios exagerados. (concordo contigo).
Envolvimento de capital privado e investigação pelas universidades. Salários indexados à eficiência e no aumento da produção de energia.
Abraço,
Mares
Pontos a favor:
1) Geração de emprego (parte dele qualificado)
2) Dinamização da industria nacional.
3) Dimimuição da importação de combust. fósseis.
4) Energia "verde".
5) Diversificação da matriz energética.
Pontos contra:
1) Iniciativa estatal
2) Subsídios exagerados. (concordo contigo).
Envolvimento de capital privado e investigação pelas universidades. Salários indexados à eficiência e no aumento da produção de energia.
Abraço,
Mares
Mares Escreveu:Dou-te um exemplo, devêmos investír nas renováveis? Sim, por vários motivos (diminuir a dependência com os fósseis importados, diminuir a "pegada de carbono", etc). Para isso é pedido ao português comum que pague mais pela energia que consome, visto que parte é para financiar novas fontes de energia menos poluentes.
Bem, em princípio tudo bem, pelo bem de Portugal, por uma consciência ecológica,... Mas, passados alguns anos, a EDPR acaba por ser privatizada... Aí o Estado arrecada o dinheiro da venda e utiliza-o para "tapar" mais uns buracos na (má) administração. No final, o português "idiota" pagou e nada recebeu...
Eu sou a 100% a favor das renováveis e 100% contra a subsidiação. Ou seja, acho que a energia de fontes renováveis deve ser vendida tendo em conta o custo de produção (que é elevado, como sabemos).
Até agora o que se tem visto é que as renováveis só sobrevivem à pála de subsídios e por isso dificilmente se pode considerar um "bom investimento"...
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migluso Escreveu:Mares Escreveu:
Olá Migluso,
gostei muito do teu post. É uma postura correcta e que deverá ser debatida e aproveitada.
Abraço,
Mares.
Olá Mares,
Obrigado pelo comentário simpático.
Esta questão foi, indirectamente, debatida nas últimas eleições legislativas.
O povo escolheu o programa de governo que apresentou um plano de investimento em obras públicas com recurso a endividamento.
Concluindo, os portugueses escolheram precisamente o inverso do que eu julgo ser necessário, adiando o problema para as gerações seguintes.
Felizmente, os credores são mais "amigos" dos jovens, das crianças e dos bebes que a nossa classe política.
abraço
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Olá migluso,
podemos estar a desviar do assunto principal, produtividade e salários, com a questão do investimento público Vs investimento privado...
O Estado não poderá substituír-se à iniciativa privada, mas poderá fomentar investimentos que elevem a produtividade nacional (dítos bons investimentos), consequentemente os salários e existir um retorno para "todos".
O que tem acontecído é que os "bons investimentos" também saem dos bolsos dos portuguêses (Portugal Telecom, EDP, renováveis,...) e quando existe retorno (lucros) eles voltam para o Estado para fechar outros buracos na má gestão, no desperdício, nos prémios dos gestores e até para garantir os "direitos adquirídos".
Dou-te um exemplo, devêmos investír nas renováveis? Sim, por vários motivos (diminuir a dependência com os fósseis importados, diminuir a "pegada de carbono", etc). Para isso é pedido ao português comum que pague mais pela energia que consome, visto que parte é para financiar novas fontes de energia menos poluentes.
Bem, em princípio tudo bem, pelo bem de Portugal, por uma consciência ecológica,... Mas, passados alguns anos, a EDPR acaba por ser privatizada... Aí o Estado arrecada o dinheiro da venda e utiliza-o para "tapar" mais uns buracos na (má) administração. No final, o português "idiota" pagou e nada recebeu...
Abraço,
Mares.
Mares Escreveu:
Olá Migluso,
gostei muito do teu post. É uma postura correcta e que deverá ser debatida e aproveitada.
Abraço,
Mares.
Olá Mares,
Obrigado pelo comentário simpático.
Esta questão foi, indirectamente, debatida nas últimas eleições legislativas.
O povo escolheu o programa de governo que apresentou um plano de investimento em obras públicas com recurso a endividamento.
Concluindo, os portugueses escolheram precisamente o inverso do que eu julgo ser necessário, adiando o problema para as gerações seguintes.
Felizmente, os credores são mais "amigos" dos jovens, das crianças e dos bebes que a nossa classe política.
abraço
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Elias Escreveu:Repara: o facto de haver uma baixa cultura de empreendedorismo significa que a maioria das pessoas está disponível / interessada em trabalhar por conta de outrem. O "mercado" (patrões) sabe isso e por isso paga pouco, porque sabe que as pessoas vão aceitar esse salário. Se houvesse mais empreendedores, haveria menos gente disponível para trabalhar para outros logo os salários a pagar teriam de subir.
Não estou a dizer que esta é a chave do problema, mas parece-me ser uma das parcelas da equação.
1 abraço,
Elias
O mercado paga pouco porque hoje vivemos numa economia global e competimos com países e economias mais eficazes e com custos mais baixos.
Os ordenados só devem subir em função do aumento da procura no mercado e crescimento económico, havendo então necessidade de procura de mais mão-de-obra e gerando assim mais emprego.
Dado que na ultima década a procura tem diminuído face ao alargamento de novos mercados competitivos e com custos mais baixos, logo os ordenados não podem subir, estagnam e com o tempo ocorre uma diminuição indirecta natural devido á inflação dos preços e aumento de impostos.
Foi assim a ultima década em Portugal e parece-me natural e evidente que vamos passar mais uma década pelo menos em que os nossos salários vão estagnar ou diminuir no pior caso.
Eu não vejo problema da relação da produtividade com o salário, sinto que o principio é correcto, mas tudo depende da forma e métodos que vão utilizar para avaliação.
Na realidade avaliação da produtividade é já há muito utilizada no meio privado de acordo com o interesse da empresa e das condições do mercado ao contrário do sector publico.
Receio é que esta discussão politica termine como muitas outras em que no final gera más leis e em pseudo-reformas.
Elias Escreveu:Mares Escreveu:R: Não sei o que vêm primeiro....se é a produtividade ou se são os salários baixos.... (é como o ovo e a galinha)
Será? Penso que tu próprio deste a resposta:Mares Escreveu:Outro aspecto tem a vêr com a nossa disposição a corrermos riscos, isto é, sermos empreendedores. Isso deverá fazer parte da nossa formação. Deverá haver maior facilidade de empréstimo pelos bancos para a criação de empresas. O que vimos até agora é que era mais fácil um casal conseguir um emprestimo de 150 mil euros para comprar uma casa, do que pegar nesse dinheiro e o aplicar num negócio. Além disso, os pais induziram nos filhos que um futuro bom era estudarem e serem "doutores". Isso foi mais um erro. Desprezámos quem trabalhava em detrimento de quem usa um fato.
Repara: o facto de haver uma baixa cultura de empreendedorismo significa que a maioria das pessoas está disponível / interessada em trabalhar por conta de outrem. O "mercado" (patrões) sabe isso e por isso paga pouco, porque sabe que as pessoas vão aceitar esse salário. Se houvesse mais empreendedores, haveria menos gente disponível para trabalhar para outros logo os salários a pagar teriam de subir.
Não estou a dizer que esta é a chave do problema, mas parece-me ser uma das parcelas da equação.
1 abraço,
Elias
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Elias,
o que eu quis dizer é que: os baixos salários levam à baixa produtividade (desmotivação). Por sua vez, a desmotivação (baixa produtividade) leva a empresas ineficientes e por sua vez não poderem pagar bons salários. Então é a questão da "pesacadinha com o rabo na boca".
Existe no mercado, muito "patrão" que só o é porque não sabe fazer mais nada... Seguiu o negócio do pai, foi um pouquinho mais ambicioso, "passa a perna" a este e aquele, se puder foge ao fisco e se o contabilista lhe disser "ó pá, compra um carro e coloca em Leasing, pois assim abates nos lucros", então ele vai e compra um Ferrari

É claro que não são todos assim....
Quanto a alguns serem empreendedores, isso não iría diminuir em muito a oferta de mão de obra disponível. O que iría acontecer sería aumentar o nível de competição, produção de mais bens e com isso poderíamos, pelo menos em parte, reduzir o nosso défice no comércio com o exterior...
Abraço e até amanhã.
Mares.
Mares Escreveu:R: Não sei o que vêm primeiro....se é a produtividade ou se são os salários baixos.... (é como o ovo e a galinha)
Será? Penso que tu próprio deste a resposta:
Mares Escreveu:Outro aspecto tem a vêr com a nossa disposição a corrermos riscos, isto é, sermos empreendedores. Isso deverá fazer parte da nossa formação. Deverá haver maior facilidade de empréstimo pelos bancos para a criação de empresas. O que vimos até agora é que era mais fácil um casal conseguir um emprestimo de 150 mil euros para comprar uma casa, do que pegar nesse dinheiro e o aplicar num negócio. Além disso, os pais induziram nos filhos que um futuro bom era estudarem e serem "doutores". Isso foi mais um erro. Desprezámos quem trabalhava em detrimento de quem usa um fato.
Repara: o facto de haver uma baixa cultura de empreendedorismo significa que a maioria das pessoas está disponível / interessada em trabalhar por conta de outrem. O "mercado" (patrões) sabe isso e por isso paga pouco, porque sabe que as pessoas vão aceitar esse salário. Se houvesse mais empreendedores, haveria menos gente disponível para trabalhar para outros logo os salários a pagar teriam de subir.
Não estou a dizer que esta é a chave do problema, mas parece-me ser uma das parcelas da equação.
1 abraço,
Elias
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migluso Escreveu:Na minha opinião a baixa produtividade da economia portuguesa deve-se à falta de qualidade do capital e ao reduzido volume de bens de capital.
Os custos unitários do trabalho não são, na minha opinião, a causa da baixa produtividade da nossa economia.
Como se aumenta a qualidade do capital e o volume de bens de capital?
O primeiro é com educação, formação e incentivo ao espírito empreendedor. Um bom ambiente político, fiscal, judicial e social é fundamental. Tudo o que o nosso Estado não tem.
O segundo é com investimento, que para ser sustentável deve advir de poupança e não exclusivamente de dívida, como foi feito pelo sector público e empresarial. Também aqui o Estado tem enormes responsabilidades. Quase todo o investimento feito foi com recurso ao crédito e os bens de capital adquiridos foram vocacionados para o sector da construção civil, que por sua vez gera bens não transaccionáveis.
Portanto, e não querendo dizer que a sociedade civil não tem a sua responsabilidade, pode-se concluir que o Estado é o principal responsável pelo facto de 25 anos depois da adesão à então C.E.E., Portugal ter níveis de produtividade deprimentes.
Capital e bens de capital são a solução.
EDIT: A medida proposta pelo Governo é uma idiotice como bem escreveu o AutoMech. Mais uma intromissão do governo que, com toda a certeza, vai ser contraproducente para o desenvolvimento de capital e investimento em bens de capital.
xxxxx
Olá Migluso,
gostei muito do teu post. É uma postura correcta e que deverá ser debatida e aproveitada.
Abraço,
Mares.
Elias Escreveu:Mares Escreveu:Ola Elias,
achei interessante esta noticia. Ve o que ainda ontem falamos:
Elias: "É claro que podemos mandar estes princípios todos para o galheiro e estabelecer por decreto que os salários são iguais para toda a gente. Acabam-se as desigualdades e ficamos todos bem (e é claro que uma opção dessas tem consequências para a nossa economia, mas isso agora não interessa nada)".
Mares: "Nem concordo contigo, nem discordo. Parece-me que, se nivelarmos por cima teríamos consequências bem mais graves, do que nivelarmos pela nossa produtividade. Mas claro, que tem muita gente que irá discordar."
Tens mais algum comentario a fazeres?
Olá Mares,
Desculpa só responder agora mas estive ausente uma grande parte da tarde.
Eu acho que os salários devem reflectir a produtividade, mas não acho que isso possa acontecer por decreto. Quem determina a produtividade é o mercado (que vai premiar o bom desempenho de alguém) e não o Estado ou um qualquer chefe com base em critérios discricionários, muitas vezes subjectivos e arbitrários.
R: Tal como já lí num dos posts anteriores, é uma regra de mercado as pessoas receberem pela sua produtividade, pelo lucro que geram. Se tudo estivesse bem na economia portuguêsa, não faría nenhum sentido estarmos discutindo isso aqui. Infelizmente não é assim.
Como diz o Migluso: "educação, formação e incentivo ao espírito empreendedor. Um bom ambiente político, fiscal, judicial e social é fundamental. Tudo o que o nosso Estado não tem."
Infelizmente a realidade é diferente e vêmos que é preciso haver uma "terapia de choque". Como podêmos acelerar este processo? Por educação, mudança de mentalidades ou por decreto? As duas primeiras exigem vários anos e mudar a cultura de um povo é algo muito difícil, senão quase impossível. Então o que fazer?
Na minha opinião é então preciso uma "terapia de choque". As pessoas precisam sentir a necessidade de progredír, terem espírito empreendedor, existír capital de risco e as pessoas estarem dispostas a assumírem riscos. Infelizmente, dentro da nossa sociedade criou-se a cultura da aversão ao risco. Vou dar alguns exemplos ridículos da mentalidade do nosso povo, mas que são a pura realidade: "ahh, Vou comprar uma casa, para não pagar aluguer",... "vou comprar no supermercado pois lá irei poupar uns centavos (pq tereí de dar esse dinheiro ao velho da esquina?)",... "tem muita gente que enriquece, mas não deverá ser com o seu suor (inveja)",..."depois da casa, em seguída vou comprar um carro novo",... "se tivermos dinheiro, vamos ao de férias ao Brasil, senão podemos ir para a Serra da Estrela",..."Se o nosso filho não entrar na universidade A, ele concorre para a B (não interessa para o quê que serve... o que interessa é que ele tenha um canudo",... "Quando o meu filho se formar, o tio dele arranja-lhe um emprego",...."o engenheiro da câmera é a pessoa indicada para lhe darmos o projecto da nossa casa nova",...
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O facto de em Portugal termos (em média) salários baixos é uma consequência directa do nosso baixo nível de produtividade.
R: Não sei o que vêm primeiro....se é a produtividade ou se são os salários baixos.... (é como o ovo e a galinha)
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O facto de em Portugal termos uma grande desigualdade de rendimentos (que se traduz na existência de muitos casos de salários altos) é uma consequência directa do nosso elevado nível de corrupção e da cultura do favor, que valoriza a amizade mais do que o mérito.
R: As empresas privadas precisam de serem lucrativas. Mas o lucro não é distribuído por todos os colaboradores. Isso leva à desmotivação das estruturas mais baixas. Um empresário que valoriza a amizade, é um empresário morto....
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Soluções para isto?
Penso que é importante por um lado aumentarmos o nosso nível de produtividade (genericamente falando) e por outro lado reduzirmos o nível de corrupção existente. Acontece que ambos os aspectos são contrários à cultura dominante (que premeia a mediocridade e favorece o "conhecimento") e por isso não acredito que as coisas mudem nos próximos anos, pois as questões culturais podem levar uma geração ou mais a mudar.
R: A produtividade só pode ser aumentada pela educação. Mas não é educação somente pelo nível de instrução académico, mas sim pelo profissionalismo, pelo grau de envolvimento do trabalhador com o seu posto de trabalho. Ao mesmo tempo, o trabalhador tem de se sentir respeitado e seu trabalho valorizado. Ele deverá ser envolvído nos objectívos da empresa e deverá participar nos lucros e na gestão/organização da empresa ou do seu posto de trabalho.
Outro aspecto tem a vêr com a nossa disposição a corrermos riscos, isto é, sermos empreendedores. Isso deverá fazer parte da nossa formação. Deverá haver maior facilidade de empréstimo pelos bancos para a criação de empresas. O que vimos até agora é que era mais fácil um casal conseguir um emprestimo de 150 mil euros para comprar uma casa, do que pegar nesse dinheiro e o aplicar num negócio. Além disso, os pais induziram nos filhos que um futuro bom era estudarem e serem "doutores". Isso foi mais um erro. Desprezámos quem trabalhava em detrimento de quem usa um fato.
E outras tantas coisas.....
O nível de corrupção também tem a vêr com o nosso nível de formação cívica. É necessário criar a cultura de denunciar o clientelismo e o favorecimento ilícito. Quem nunca ouviu um exemplo de corrupção? E quem denuncia? Então é preciso mudar. Estamos numa fase em que tudo isso poderá ser posto em causa e haver sim uma "terapia de choque". As mudanças ocorrem sim, precisamos de acreditar nisso.
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1 abraço,
Elias
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Olá Elias,
estás desculpado (

Para começar, gostei muito do comentário do Migluso. Parte do meu entendimento sobre este assunto, acredito que parte já esteja no post dele. Qualquer das formas, tentando passar para as minhas palavras, vou comentar mais pontualmente o teu post, colocando os meus pontos de vista no meio do teu texto.
Abraço,
Mares.
Mares Escreveu:Ola Elias,
achei interessante esta noticia. Ve o que ainda ontem falamos:
Elias: "É claro que podemos mandar estes princípios todos para o galheiro e estabelecer por decreto que os salários são iguais para toda a gente. Acabam-se as desigualdades e ficamos todos bem (e é claro que uma opção dessas tem consequências para a nossa economia, mas isso agora não interessa nada)".
Mares: "Nem concordo contigo, nem discordo. Parece-me que, se nivelarmos por cima teríamos consequências bem mais graves, do que nivelarmos pela nossa produtividade. Mas claro, que tem muita gente que irá discordar."
Tens mais algum comentario a fazeres?
Olá Mares,
Desculpa só responder agora mas estive ausente uma grande parte da tarde.
Eu acho que os salários devem reflectir a produtividade, mas não acho que isso possa acontecer por decreto. Quem determina a produtividade é o mercado (que vai premiar o bom desempenho de alguém) e não o Estado ou um qualquer chefe com base em critérios discricionários, muitas vezes subjectivos e arbitrários.
O facto de em Portugal termos (em média) salários baixos é uma consequência directa do nosso baixo nível de produtividade.
O facto de em Portugal termos uma grande desigualdade de rendimentos (que se traduz na existência de muitos casos de salários altos) é uma consequência directa do nosso elevado nível de corrupção e da cultura do favor, que valoriza a amizade mais do que o mérito.
Soluções para isto?
Penso que é importante por um lado aumentarmos o nosso nível de produtividade (genericamente falando) e por outro lado reduzirmos o nível de corrupção existente. Acontece que ambos os aspectos são contrários à cultura dominante (que premeia a mediocridade e favorece o "conhecimento") e por isso não acredito que as coisas mudem nos próximos anos, pois as questões culturais podem levar uma geração ou mais a mudar.
1 abraço,
Elias
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Eu sou suspeito porque considero este um dos melhores pensadores de assuntos económicos da actualidade, mas julgo que estas duas lições fazem falta a todos os portugueses, mas principalmente aos políticos.
http://www.youtube.com/watch?v=0Q75g4m5Y2Q
http://www.youtube.com/watch?v=323hASob ... re=related
http://www.youtube.com/watch?v=0Q75g4m5Y2Q
http://www.youtube.com/watch?v=323hASob ... re=related
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Na minha opinião a baixa produtividade da economia portuguesa deve-se à falta de qualidade do capital e ao reduzido volume de bens de capital.
Os custos unitários do trabalho não são, na minha opinião, a causa da baixa produtividade da nossa economia.
Como se aumenta a qualidade do capital e o volume de bens de capital?
O primeiro é com educação, formação e incentivo ao espírito empreendedor. Um bom ambiente político, fiscal, judicial e social é fundamental. Tudo o que o nosso Estado não tem.
O segundo é com investimento, que para ser sustentável deve advir de poupança e não exclusivamente de dívida, como foi feito pelo sector público e empresarial. Também aqui o Estado tem enormes responsabilidades. Quase todo o investimento feito foi com recurso ao crédito e os bens de capital adquiridos foram vocacionados para o sector da construção civil, que por sua vez gera bens não transaccionáveis.
Portanto, e não querendo dizer que a sociedade civil não tem a sua responsabilidade, pode-se concluir que o Estado é o principal responsável pelo facto de 25 anos depois da adesão à então C.E.E., Portugal ter níveis de produtividade deprimentes.
Capital e bens de capital são a solução.
EDIT: A medida proposta pelo Governo é uma idiotice como bem escreveu o AutoMech. Mais uma intromissão do governo que, com toda a certeza, vai ser contraproducente para o desenvolvimento de capital e investimento em bens de capital.
Os custos unitários do trabalho não são, na minha opinião, a causa da baixa produtividade da nossa economia.
Como se aumenta a qualidade do capital e o volume de bens de capital?
O primeiro é com educação, formação e incentivo ao espírito empreendedor. Um bom ambiente político, fiscal, judicial e social é fundamental. Tudo o que o nosso Estado não tem.
O segundo é com investimento, que para ser sustentável deve advir de poupança e não exclusivamente de dívida, como foi feito pelo sector público e empresarial. Também aqui o Estado tem enormes responsabilidades. Quase todo o investimento feito foi com recurso ao crédito e os bens de capital adquiridos foram vocacionados para o sector da construção civil, que por sua vez gera bens não transaccionáveis.
Portanto, e não querendo dizer que a sociedade civil não tem a sua responsabilidade, pode-se concluir que o Estado é o principal responsável pelo facto de 25 anos depois da adesão à então C.E.E., Portugal ter níveis de produtividade deprimentes.
Capital e bens de capital são a solução.
EDIT: A medida proposta pelo Governo é uma idiotice como bem escreveu o AutoMech. Mais uma intromissão do governo que, com toda a certeza, vai ser contraproducente para o desenvolvimento de capital e investimento em bens de capital.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Vejamos:
Mexia, ou outros CEO ou getores podem ter bonus milionários devido à sua "gestão"...
Então uma empresa não avança e progride pela vontade dos seus colaboradores ?
Prefere-se ter colaboradores em pé de guerra e desmotivados ?
Prefere-se ter gestores a ganharem milhoes de euros e os seus colaboradores a serem despedidos e "obrigados" a aceitar remunerações humilhantes ?
Sabem, se onde eu estu passasse a ter 1/3 do ordenado que tenho e deixa-se de ter o prémio anual podem querer que "borrifava-me" para aquilo.E como eu, todos os que lá estão.
E então, a empresa ganhava com isso ?
É bom pensar nas consequÊncias de revolta e IMPRODUTIVIDADE que isso pode gerar.
Mas eu sugiro a Socrates que cria um PIDE para depois controlar a rebelião.
Mexia, ou outros CEO ou getores podem ter bonus milionários devido à sua "gestão"...
Então uma empresa não avança e progride pela vontade dos seus colaboradores ?
Prefere-se ter colaboradores em pé de guerra e desmotivados ?
Prefere-se ter gestores a ganharem milhoes de euros e os seus colaboradores a serem despedidos e "obrigados" a aceitar remunerações humilhantes ?
Sabem, se onde eu estu passasse a ter 1/3 do ordenado que tenho e deixa-se de ter o prémio anual podem querer que "borrifava-me" para aquilo.E como eu, todos os que lá estão.
E então, a empresa ganhava com isso ?
É bom pensar nas consequÊncias de revolta e IMPRODUTIVIDADE que isso pode gerar.
Mas eu sugiro a Socrates que cria um PIDE para depois controlar a rebelião.
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Pata-Hari Escreveu:Exactamente, Elias. Existem sistemas feitos à medida para facilitar esse tipo de descriminação. Pior, não existe modo de garantir que a avaliação é feita modo correcto ou justo.
Nalgumas funções é extremamente difícil. Eu o melhor que tive foi durante vários anos uma empresa em que tinha uma lista de objectivos concretos e escritos, acordados com o meu chefe e que estavam em linha com os objectivos da empresa.
E não eram apenas objectivos de resultados imediatos. Incluíam coisas como prospecção de novos canais, desenvolvimento pessoal, relacionamento interpessoal, etc.
Claro que a avaliação posterior (nos critérios não objectivos) acaba por ser subjectivo mas era feita olhos nos olhos, à moda anglo saxónica.
A única critica que fiz ao sistema de avaliação foi a de ser feita apenas 1 vez por ano e não haver feedback, por exemplo trimestral ou semestral (eu preocupava-me em ver a lista periodicamente mas havia colegas que só se lembravam da coisa no fim do ano).
Não há sistemas perfeitos mas com imaginação consegue-se alguma coisa decente para a maioria das funções.
Agora a ideia do governo é uma perfeita idiotice, realmente.
a proposta de que os salários sejam função da produtividade de cada trabalhador acenta num princípio correcto.
contudo pode haver efectivamente, e há neste caso, uma grande distância entre um conceito teórico a determinadas aplicações práticas.
se o governo lançou esta ideia , acho que devemos pedir ou esperar que ele diga como pretende determinar a variável da produtividade de cada um. eu estou curioso.
contudo pode haver efectivamente, e há neste caso, uma grande distância entre um conceito teórico a determinadas aplicações práticas.
se o governo lançou esta ideia , acho que devemos pedir ou esperar que ele diga como pretende determinar a variável da produtividade de cada um. eu estou curioso.
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Re: Governo quer ligar salário à produtividade do trabalho
Elias Escreveu:artista Escreveu:é muito difícil avaliar trabalhadores!
Sem dúvida.
De qualquer forma é bom não esquecer que os sistemas de avaliação estão particularmente enviesados pelo facto de estar em causa o recebimento de dinheiro (seja através de prémios ou aumentos). Quer dizer, sabe-se que tem tiver melhores avaliações vai ser beneficiado do ponto de vista monetário.
Exactamente, eu não o disse mas era a isso mesmo que me estava a referir!
Elias Escreveu:Em certos sítios (nomeadamente no sector privado) existe uma indexação dos aumentos aos resultados das avaliações. Por outro lado, existe uma intenção declarada de "nivelar" os salários dos que ganham menos pelos que ganham mais. Juntando estes dois ingredientes, chegamos facilmente a uma situação em que quem tem os melhores vencimentos é sistematicamente penalizado nas avaliações, de modo a não ser aumentado, sendo as melhores avaliações dadas a quem tem menos; por esta via matam-se dois coelhos duma cajadada: por um lado vai-se fazendo o tal nivelamento (por via das avaliações), reduzindo o descontentamento dos que ganham menos; por outro lado, e como os aumentos são percentuais, ao dar 2% de aumento (por exemplo) a um colaborador que ganha menos, o acréscimo salarial em valor absoluto é menor, o que significa menor aumento de custos.
Isso já não sei, conheço mal o sistema de avaliações do sector privado... ainda assim parece-me que se for como descreves teremos um sistema pouco motivador, ou não?!
abraço
artista
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Simplesmente brilhante , Sócrates sabia o que estava a fazer quando se rodeio de muitos assessores , isto e fruto de muito trabalho digamos que da quantidade nasce a qualidade .
O homem esta a ser empurrado (,a intervenção na Grécia ou Irlanda foi precedida de negociações) e o código do trabalho faz parte do pacote, os estudos necessários para ligar o salário à qualidade do trabalho ,é algo que só predestinado poderia imaginar , isto vai deixar paralisados a rapaziada de Bruxelas e do FMI .
O homem esta a ser empurrado (,a intervenção na Grécia ou Irlanda foi precedida de negociações) e o código do trabalho faz parte do pacote, os estudos necessários para ligar o salário à qualidade do trabalho ,é algo que só predestinado poderia imaginar , isto vai deixar paralisados a rapaziada de Bruxelas e do FMI .
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ferradura Escreveu:Desculpem, mas começo a pensar que as pessoas e os portugueses são estupidos como as portas.
Produtividade é um conceito que não existe com se que fazer passar, e que não mede trabalho, mas sim custos e gnahos.
Nada tem haver com pessoas nem com o que fazem
Produtividade=Preço de venda / preço de produção.
O problema é que os jornalistas, que não passam de boys dos patroes e governos, andam a enganar as pessoas, com a mania de associar isso ao trabalhador.
Digam-me uma coisa:
Um taxista de Paris guia mais rápido (tipo 300KMh) do que um de lisboa (tipo 1Km/h), sim porque num taxista o que mede a tal suposta produtividade aldrabada, é isso ?
E um médico em Portugal, opera mais devagar que um Françes ?
E um piloto da TAP, voa mais lentamente que um da air france ?
E um caixa de supermercado de paris, passa as compras mais rápido ?
ALias, para todos estes exemplos, ganham mais que em Portugal...
Enfim, os jornalistas são outra classe que fazem as jogadas dos patroes e são manietados como simples fantoches, e meninos de coro que obdecem ...que tristeza os nossos jornalistas...
Produtividade tem haver com as decisoes de alto nível e não tamto com o trabalhador.
Exemplo:
Quero abrir uma empresa de abrir valas de esgotos.
Posso comprar uma escavadora contratar uma pessoa e abriri 20 valas por dia, ou posso contratar 20 trabalhadores para o fazer.
a produtividade teve haver com a decisão do patrao, que foi estupido e optou pela via errada.
Que visão facciosa.
É verdade que a produtividade depende, e muito, das lideranças e dos bens de capital ao dispor do trabalhador.
Mas então não se mede a diferença entre trabalhadores? Não há trabalhadores que possam, com o mesmo equipamento, produzir vinte peças e outros apenas 15? Não há trabalhadores que, com o mesmo equipamento, produzem bens com mais qualidade que outros trabalhadores? Então isto não tem influência na produtividade?
Nos processo produtivos propriamente ditos (e não nos departamentos comerciais ou de marketing, onde os preços podem influenciar a produtividade), as empresas medem, por norma, a produtividade dos trabalhadores com base em critérios de quantidade e qualidade, e não de preço. Basta falar com empresários para perceber isto.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Ola Elias,
achei interessante esta noticia. Ve o que ainda ontem falamos:
Elias: "É claro que podemos mandar estes princípios todos para o galheiro e estabelecer por decreto que os salários são iguais para toda a gente. Acabam-se as desigualdades e ficamos todos bem (e é claro que uma opção dessas tem consequências para a nossa economia, mas isso agora não interessa nada)".
Mares: "Nem concordo contigo, nem discordo. Parece-me que, se nivelarmos por cima teríamos consequências bem mais graves, do que nivelarmos pela nossa produtividade. Mas claro, que tem muita gente que irá discordar."
Tens mais algum comentario a fazeres?
Abraco,
Mares
ps- desculpa a falta de acentuacao, mas meu note hoje esta maluco...
achei interessante esta noticia. Ve o que ainda ontem falamos:
Elias: "É claro que podemos mandar estes princípios todos para o galheiro e estabelecer por decreto que os salários são iguais para toda a gente. Acabam-se as desigualdades e ficamos todos bem (e é claro que uma opção dessas tem consequências para a nossa economia, mas isso agora não interessa nada)".
Mares: "Nem concordo contigo, nem discordo. Parece-me que, se nivelarmos por cima teríamos consequências bem mais graves, do que nivelarmos pela nossa produtividade. Mas claro, que tem muita gente que irá discordar."
Tens mais algum comentario a fazeres?
Abraco,
Mares
ps- desculpa a falta de acentuacao, mas meu note hoje esta maluco...
Re: Governo quer ligar salário à produtividade do trabalho
artista Escreveu:é muito difícil avaliar trabalhadores!
Sem dúvida.
De qualquer forma é bom não esquecer que os sistemas de avaliação estão particularmente enviesados pelo facto de estar em causa o recebimento de dinheiro (seja através de prémios ou aumentos). Quer dizer, sabe-se que tem tiver melhores avaliações vai ser beneficiado do ponto de vista monetário.
Em certos sítios (nomeadamente no sector privado) existe uma indexação dos aumentos aos resultados das avaliações. Por outro lado, existe uma intenção declarada de "nivelar" os salários dos que ganham menos pelos que ganham mais. Juntando estes dois ingredientes, chegamos facilmente a uma situação em que quem tem os melhores vencimentos é sistematicamente penalizado nas avaliações, de modo a não ser aumentado, sendo as melhores avaliações dadas a quem tem menos; por esta via matam-se dois coelhos duma cajadada: por um lado vai-se fazendo o tal nivelamento (por via das avaliações), reduzindo o descontentamento dos que ganham menos; por outro lado, e como os aumentos são percentuais, ao dar 2% de aumento (por exemplo) a um colaborador que ganha menos, o acréscimo salarial em valor absoluto é menor, o que significa menor aumento de custos.
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Andam a brincar aa produtividadezinha...
Taaaabemm...
Por gestores de cordel, alguns mal sabem ler, a fazer avaliacao da "qualidade" e da "produtividade" onde, em muitos casos, nao passa apenas pela contagem de Unidades de Producao, parece-me um exerciicio ditado ao falhanco. Parece estar tudo de acordo quanto ao ajuste do salario/vencimento em funcao do meerito: essa discussao jaa tem mais de 150 anos. O problema ee aplicar esse conceito num ambiente em que a gestao por objectivos, a definicao de objectivos por trabalhador, avaliacao de desempenho sao geralmente feitas com base em simpatias, a subjectividade mais incompetente. No sector puublico as avaliacoes jaa provaram a incapacidade das chefias em aplicar o processo de forma minimamente objectiva: desde chefes que dao vantagem a elementos "do outro sexo", a rapazinhos e rapariguinhas da sua cor poliitica... uma chachada.
O sistema ee, como disse de iniicio, seguido em muitos paiises e com sucesso, incentivando a produtividade pelo menor absentismo, maior rigor e entreajuda, espiirito de equipa onde este ee instrumental, permitindo definir necessidades individuais de formacao profissional, enfim, princiipios jaa pouco discutidos pelos especialistas na mateeria.
Agora AQUI ??? Neste ambiente em que cao-come-cao, em que o indiviiduo para sobreviver (i.e. ver o seu contrato precaario renovado) trepa pelas costas do colega, em que uma percentagem elevadiissima de gestores ee tecnicamente inqualificada, acadeemicamente iletrados, uns empiiricos sem instrucao... por esta gente a aplicar um processo de Avaliacao de Meerito ?
Nao brinquemos aos empregos, porque quase toda a populacao vive disso.
A UE devia era impor reformas aa organizacao administrativa do Estado. Vao-me dizer que eles (UE) nao se podem meter nisso. Taaabemmm entao estejam calados, nada percebem da nossa estrutura social, ou percebem e querem por os Andrees deste paiis a fazer omoletes sem ovos.
Por ultimo... se o Governo ligasse as suas remuneracoes e benesses aa sua proopria produtividade... iam desde ministros a chefes de gabinete fazer jardinagem para os jardins dos Jeroonimos com o ordenado miinimo.
Brinquem, brinquem... vao ver o tombo que levam.
Por gestores de cordel, alguns mal sabem ler, a fazer avaliacao da "qualidade" e da "produtividade" onde, em muitos casos, nao passa apenas pela contagem de Unidades de Producao, parece-me um exerciicio ditado ao falhanco. Parece estar tudo de acordo quanto ao ajuste do salario/vencimento em funcao do meerito: essa discussao jaa tem mais de 150 anos. O problema ee aplicar esse conceito num ambiente em que a gestao por objectivos, a definicao de objectivos por trabalhador, avaliacao de desempenho sao geralmente feitas com base em simpatias, a subjectividade mais incompetente. No sector puublico as avaliacoes jaa provaram a incapacidade das chefias em aplicar o processo de forma minimamente objectiva: desde chefes que dao vantagem a elementos "do outro sexo", a rapazinhos e rapariguinhas da sua cor poliitica... uma chachada.
O sistema ee, como disse de iniicio, seguido em muitos paiises e com sucesso, incentivando a produtividade pelo menor absentismo, maior rigor e entreajuda, espiirito de equipa onde este ee instrumental, permitindo definir necessidades individuais de formacao profissional, enfim, princiipios jaa pouco discutidos pelos especialistas na mateeria.
Agora AQUI ??? Neste ambiente em que cao-come-cao, em que o indiviiduo para sobreviver (i.e. ver o seu contrato precaario renovado) trepa pelas costas do colega, em que uma percentagem elevadiissima de gestores ee tecnicamente inqualificada, acadeemicamente iletrados, uns empiiricos sem instrucao... por esta gente a aplicar um processo de Avaliacao de Meerito ?
Nao brinquemos aos empregos, porque quase toda a populacao vive disso.
A UE devia era impor reformas aa organizacao administrativa do Estado. Vao-me dizer que eles (UE) nao se podem meter nisso. Taaabemmm entao estejam calados, nada percebem da nossa estrutura social, ou percebem e querem por os Andrees deste paiis a fazer omoletes sem ovos.
Por ultimo... se o Governo ligasse as suas remuneracoes e benesses aa sua proopria produtividade... iam desde ministros a chefes de gabinete fazer jardinagem para os jardins dos Jeroonimos com o ordenado miinimo.
Brinquem, brinquem... vao ver o tombo que levam.

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