A austeridade é uma ideia perigosa
Não tou muito por dentro, mas o buraco financeiro da banca portuguesa não é só de crédito malparado dos consumidores pois não? eles investiram foi em produtos que ou não percebiam ou altamente especulativos, e tal como o resto deram-se mal...certo? É que milhares de milhoes de euros ñao podem ser só crédito malparado...
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Em Portugal em particular, sugerir que a Austeridade é uma ideia perigosa é uma sugestão terrivel e poderosamente perigosa...
Consumidores e esbanjadores natos como somos e cronicamente improdutivos, isto é música para o ouvido dos portugueses por forma a que estes continuem alegremente com os seus hábitos e costumes munidos de uma "justificação sonante".

Consumidores e esbanjadores natos como somos e cronicamente improdutivos, isto é música para o ouvido dos portugueses por forma a que estes continuem alegremente com os seus hábitos e costumes munidos de uma "justificação sonante".

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
AutoMech Escreveu:Deve-se responsabilizar exclusivamente um construtor de automóveis quando um gajo se espeta a 200 ?
Esta analogia não é lá muito feliz.
Mas colocando-a de outra forma: Se fosses um vendedor de automóvel, venderias um Ferrari a prestações a uma pessoa que não te prova que tem possibilidade em te pagar?
Paulo Moreira
Paulo Moreira Escreveu:AutoMech Escreveu:Embora os bancos tenham sido (muito) agressivos não me parece correcto branquearmos a irresponsabilidade de pessoas, adultos e com cabeça para pensar, como se de crianças se tratassem.
Mas essas pessoas não são desresponsbilizadas. Aliás, são as primeiras a sofrer as consequências ao perderem tudo.
A discussão nisto tudo é que os bancos não andam a perder o que deveriam perder, ou seja, não assumiram a sua quota de responsabilidade.
E quem acaba por pagar no fim é o contribuinte.
Sim, mas a discussão teve origem no que tu disseste:
"O nível de endividamento a que se chegou foi permitido pelos bancos e mercados. Eles é que deveriam pagar a maior parte da factura."
Foi permitido mas não foi obrigado.
Deve-se responsabilizar exclusivamente um construtor de automóveis quando um gajo se espeta a 200 ?
AutoMech Escreveu:Embora os bancos tenham sido (muito) agressivos não me parece correcto branquearmos a irresponsabilidade de pessoas, adultos e com cabeça para pensar, como se de crianças se tratassem.
Mas essas pessoas não são desresponsbilizadas. Aliás, são as primeiras a sofrer as consequências ao perderem tudo.
A discussão nisto tudo é que os bancos não andam a perder o que deveriam perder, ou seja, não assumiram a sua quota de responsabilidade.
E quem acaba por pagar no fim é o contribuinte.
Paulo Moreira
Paulo Moreira Escreveu:A alternativa à cobrança de juros altos é sempre a não concessão do crédito sem ter as devidas garantias.
Não vamos agora colocar os bancos na posição de vitímas pois não?
Tadinhos dos bancos...
Não. O que estou a querer dizer é que os bancos, como qualquer agente económico (os seus clientes, por exemplo), agem em função das condicionantes que os rodeiam. Se estas forem "viciadas", tipicamente por políticas governamentais bem intencionadas, eles terão tanta responsabilidade como o resto dos agentes económicos (clientes, governos e já agora quem os elegeu: os eleitores,...).
Agora essa de não se preocuparem com garantias é da sua própria responsabilidade. Por isso os estados deveriam-nos deixar falir, dando sempre a prioridade à protecção do dinheiro dos depositantes. Assim dariam o "sinal" correcto ao sistema - "Se te portas mal, lixas-te!" - em vez de andar em bail-outs.
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Paulo Moreira Escreveu:Quando uma pessoa não cumpre as suas obrigações acaba por perder tudo a favor do banco.
Este problema foi muito agravado por causa dos bancos porque emprestaram dinheiro que não tinham (fictício) e a taxas de juro muito baixas vendendo a ilusão que isto se manteriam eternamente.
É evidente que há muito boa gente que abusou.
Paulo Moreira Escreveu:A alternativa à cobrança de juros altos é sempre a não concessão do crédito sem ter as devidas garantias.
Não vamos agora colocar os bancos na posição de vitímas pois não?
Não, não vamos colocar os bancos em situação de vitimas. Mas é bom recordar que pedir emprestado (a taxas de credito ao consumo) para ir de férias ou para ter o ultimo modelo de plasma foi uma verdadeira aberração e duma irresponsabilidade enorme.
E o mesmo para quem deveria ter comprado um T2 mas optou por comprar um T3 porque 'a prestação é baixa e nada me pode acontecer' ou para comprar um Audi quando o mais acertado era ter comprado Renault.
Embora os bancos tenham sido (muito) agressivos não me parece correcto branquearmos a irresponsabilidade de pessoas, adultos e com cabeça para pensar, como se de crianças se tratassem.
Quico Escreveu:Pois claro...
Se o meu amigo gerisse um banco ia cobrar taxas de juro de 20%, com os bancos centrais a imporem taxas de juro de 2%, certo?
A sua concorrência até batia palmas e dava-lhe uma medalha de mérito.
A alternativa à cobrança de juros altos é sempre a não concessão do crédito sem ter as devidas garantias.
Não vamos agora colocar os bancos na posição de vitímas pois não?
Paulo Moreira
Pois claro...
Se o meu amigo gerisse um banco ia cobrar taxas de juro de 20%, com os bancos centrais a imporem taxas de juro de 2%, certo?
A sua concorrência até batia palmas e dava-lhe uma medalha de mérito.
Se o meu amigo gerisse um banco ia cobrar taxas de juro de 20%, com os bancos centrais a imporem taxas de juro de 2%, certo?
A sua concorrência até batia palmas e dava-lhe uma medalha de mérito.

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Os bancos têm culpa sim, os responsáveis não mediram os riscos dos empréstimos que fizeram. Aliás começo cada vez a achar que devia haver séria e mais devia haver séria regulação relativamente à exposição dos bancos a certos produtos. Que os particulares o façam esse é problema deles. Agora os bancos ? Que no fundo brincam com o dinheiros dos depositantes ! Não concordo.
Paulo Moreira Escreveu:Este problema foi muito agravado por causa dos bancos porque emprestaram dinheiro que não tinham (fictício) e a taxas de juro muito baixas vendendo a ilusão que isto se manteriam eternamente.
Os bancos ou os bancos centrais (e as suas políticas monetárias)?
É que quando essas políticas formam implementadas, os que aplaudiam essas políticas ("sociais", criadoras de emprego e de poder de compra para "os mais necessitados") são os mesmos que criticam agora os bancos e os mercados.

É preciso não esquecer como começou o "subprime" (nas profundezas da "fantástica" era Clinton)...
Haja memória e honestidade intelectual.

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AutoMech Escreveu:Paulo Moreira Escreveu:Camisa Roxa Escreveu:a ideia perigosa não foi a austeridade, a ideia perigosa foi mesmo o endividamento, e parece que às vezes as pessoas se esquecem disso
Uma é consequência da outra.
O endividamento sempre houve e sempre haverá. O nível de endividamento a que se chegou foi permitido pelos bancos e mercados. Eles é que deveriam pagar a maior parte da factura.
Não é o que está a acontecer e o vídeo explica isto muito bem.
Paulo, não concordo nada com a opinião generalizada de que a culpa é apenas (ou sobretudo) dos bancos.
Os bancos não obrigaram ninguém a contrair empréstimos e choca-me a constante desresponsabilização que se quer fazer das pessoas, como se fossem crianças, que contraírem empréstimos sem terem condições para isso ou que não se preocuparam em pensar que maus dias poderiam vir (desemprego, subida de juros, etc.) .
É o mesmo que responsabilizar os construtores de automóveis pelos acidentes causados por excesso de velocidade, por produzirem carros que andam a 180 por exemplo.
Eu poderia ter comprado uma casa muito maior do que a que tenho. O banco permitia-me mas eu ignorei essa possibilidade. Idem para o carro que tenho. E muitas outras coisas.
AutoMech, pessoas irresponsáveis e a querer viver acima das suas possibilidades também sempre houve e sempre haverá.
Quando uma pessoa não cumpre as suas obrigações acaba por perder tudo a favor do banco.
Este problema foi muito agravado por causa dos bancos porque emprestaram dinheiro que não tinham (fictício) e a taxas de juro muito baixas vendendo a ilusão que isto se manteriam eternamente.
É evidente que há muito boa gente que abusou.
Mas quando existe um incumprimento, o que normalmente deveria acontecer é que os bancos deveriam ser responsabilizados e não foram. Simplesmente, foram salvos com o dinheiro dos contribuintes, incluindo daqueles, como tu e como eu, que foram moderados.
Eu, apenas tenho um pequeno empréstimo da habitação e que não amortizo porque a taxa de juro está tão baixa que não compensa. E no entanto, vou pagar também a crise.
Paulo Moreira
Só em Novembro faliram 10 Bancos nos USA.
Quantos faliram na Europa?
http://www.fdic.gov/bank/historical/bank/index.html
Quantos faliram na Europa?
http://www.fdic.gov/bank/historical/bank/index.html
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MathBox Escreveu:a questão é, e os bancos conseguem pagar a tal divida?? a meu ver não... então e agora? levamos os bancos todos a falencia? e depois?
No fundo o mexilhão é quem paga sempre, agora, pode pagar mais ou menos, mas pagar vai pagar sempre, eu ainda acredito que a austeridade leva a que o mexilhão pague menos.
Que grande caldeirada...

Se alguns Bancos falirem e os deixarem, o mexilhão não paga nada! O problema é se os inteligentes fizerem como na Irlanda... vamos segurar os Bancos e pagamos todos... com uma auseridadezita que so dura há 3 anos... e FMI... e mais algumas medidazitas... e aumentar impostos com mais austeridade...
O endividamento nunca foi um problema... se gerar crescimento.
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Paulo Moreira Escreveu:Camisa Roxa Escreveu:a ideia perigosa não foi a austeridade, a ideia perigosa foi mesmo o endividamento, e parece que às vezes as pessoas se esquecem disso
Uma é consequência da outra.
O endividamento sempre houve e sempre haverá. O nível de endividamento a que se chegou foi permitido pelos bancos e mercados. Eles é que deveriam pagar a maior parte da factura.
Não é o que está a acontecer e o vídeo explica isto muito bem.
Paulo, não concordo nada com a opinião generalizada de que a culpa é apenas (ou sobretudo) dos bancos.
Os bancos não obrigaram ninguém a contrair empréstimos e choca-me a constante desresponsabilização que se quer fazer das pessoas, como se fossem crianças, que contraírem empréstimos sem terem condições para isso ou que não se preocuparam em pensar que maus dias poderiam vir (desemprego, subida de juros, etc.) .
É o mesmo que responsabilizar os construtores de automóveis pelos acidentes causados por excesso de velocidade, por produzirem carros que andam a 180 por exemplo.
Eu poderia ter comprado uma casa muito maior do que a que tenho. O banco permitia-me mas eu ignorei essa possibilidade. Idem para o carro que tenho. E muitas outras coisas.
a questão é, e os bancos conseguem pagar a tal divida?? a meu ver não... então e agora? levamos os bancos todos a falencia? e depois?
No fundo o mexilhão é quem paga sempre, agora, pode pagar mais ou menos, mas pagar vai pagar sempre, eu ainda acredito que a austeridade leva a que o mexilhão pague menos.
No fundo o mexilhão é quem paga sempre, agora, pode pagar mais ou menos, mas pagar vai pagar sempre, eu ainda acredito que a austeridade leva a que o mexilhão pague menos.
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Camisa Roxa Escreveu:a ideia perigosa não foi a austeridade, a ideia perigosa foi mesmo o endividamento, e parece que às vezes as pessoas se esquecem disso
Uma é consequência da outra.
O endividamento sempre houve e sempre haverá. O nível de endividamento a que se chegou foi permitido pelos bancos e mercados. Eles é que deveriam pagar a maior parte da factura.
Não é o que está a acontecer e o vídeo explica isto muito bem.
Paulo Moreira
A austeridade é uma ideia perigosa
Não sei se conhecem, mas deixo aqui um vídeo sobre as políticas de austeridade lançadas pela maioria dos governos. Acho que falha em alguns pontos, no entanto não deixa de levantar algumas questões válidas.
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