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Caldeirão da Bolsa

Sector privado acompanhará corte dos salários no Estado

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Sector privado acompanhará corte dos salários no Estado

por Automech » 21/11/2010 20:04

artista Escreveu:
Ainda assim, volto a dizer, que tenho dúvidas sobre o assunto, e que por princípio também acho que o estado não se deve meter (a não ser como regulador) na administração do sector privado!


Completamente de acordo Artista. Deixa-me só acrescentar que é com reguladores e não com pseudo reguladores que nunca vêm nada, nunca sabem nada e nunca descobrem nada.

E já agora que não sejam constituídos por pessoas acabadas de sair das empresas que vão regular.
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Re: Sector privado acompanhará corte dos salários no Estado

por artista_ » 21/11/2010 20:01

sombrio Escreveu:O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou na sexta-feira que toda a actividade económica portuguesa deve seguir uma política de "contenção e disciplina" salarial para que a competitividade do País não seja prejudicada.

[/url][/quote]

Por acaso tenho algumas dúvidas se o ministro terá ou não alguma coisa que se pronunciar sobre as politicas das empresas privadas... até há pouco tempo a minha resposta seria clara, "não têm nada a ver com o assunto", mas depois do "episódio BPN" passei a ter dúvidas! É que o estado enterrou lá uns poucos de submarinos (agora é a unidade de medida não é? :mrgreen: )... pois é, sector privado, mas todos nós é que pagámos!!!

Ainda assim, volto a dizer, que tenho dúvidas sobre o assunto, e que por princípio também acho que o estado não se deve meter (a não ser como regulador) na administração do sector privado!

abraços

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por Automech » 21/11/2010 20:00

Elias Escreveu:Já agora um esclarecimento: quando escrevi que a sugestão era patética estava a referir-me à sugestão do ministro e não à do carf (fonix que hoje está a sair-me tudo mal... :evil: )


LOLOLOLOL, eu percebi Elias :wink:
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por Automech » 21/11/2010 19:59

artista Escreveu:[
Não concordo contigo quando dizes que o sector privado não tem responsabilidades nesta crise, tem tantas como o público... se alguém pode ter mais responsabilidades é o governo, ou a classe política, mas quem votou neles fomos todos nós, os do público e os do privado!


Artista, o peso do sector público na economia subiu de 29 para 45% nos ultimos 30 anos ( http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=386210 ).

Isto não é um número abstracto. Teve de ser financiado por mais impostos ou por endividamento que significam impostos no futuro.

Quanto aos votos só temos duas hipóteses: ou não votar ou votar no que acreditamos ser o menos mau. Eu já fiz ambas as coisas. :wink:
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por Elias » 21/11/2010 19:56

AutoMech Escreveu:
Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:
carf2007 Escreveu:Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.


Mas Carf, isso pode ser visto por outro prisma. Os salários são um custo logo redução de custos pode ser (não só, mas também) redução de salários. :wink:


Eu não vejo em que é que a redução dos salários dos privados beneficia o Estado (a menos que o propósito seja o de reduzir as pressões inflacionistas).

Aliás, a sugestão é patética, pois o Estado acaba por ser prejudicado: basta ver que reduzindo-se o salário, reduz-se automaticamente o IRS cobrado e a TSU associada, pelo que a receita do Estado diminui, contrariando os objectivos de redução do défice. Faria mais sentido apelar ao aumento dos salários dos privados para aumentar a colecta 8-)


O Carf estava a falar de uma empresa não lucrativa (que eu assumi privada) e que tem de reduzir custos. Os salários são, entre outros, um dos custos. Aí não tem nada a ver com o interesse do estado.


Já agora um esclarecimento: quando escrevi que a sugestão era patética estava a referir-me à sugestão do ministro e não à do carf (fonix que hoje está a sair-me tudo mal... :evil: )
 
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por Automech » 21/11/2010 19:55

Elias Escreveu:
AutoMech Escreveu:
carf2007 Escreveu:Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.


Mas Carf, isso pode ser visto por outro prisma. Os salários são um custo logo redução de custos pode ser (não só, mas também) redução de salários. :wink:


Eu não vejo em que é que a redução dos salários dos privados beneficia o Estado (a menos que o propósito seja o de reduzir as pressões inflacionistas).

Aliás, a sugestão é patética, pois o Estado acaba por ser prejudicado: basta ver que reduzindo-se o salário, reduz-se automaticamente o IRS cobrado e a TSU associada, pelo que a receita do Estado diminui, contrariando os objectivos de redução do défice. Faria mais sentido apelar ao aumento dos salários dos privados para aumentar a colecta 8-)


O Carf estava a falar de uma empresa não lucrativa (que eu assumi privada) e que tem de reduzir custos. Os salários são, entre outros, um dos custos. Aí não tem nada a ver com o interesse do estado.
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por Elias » 21/11/2010 19:52

AutoMech Escreveu:
carf2007 Escreveu:Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.


Mas Carf, isso pode ser visto por outro prisma. Os salários são um custo logo redução de custos pode ser (não só, mas também) redução de salários. :wink:


Eu não vejo em que é que a redução dos salários dos privados beneficia o Estado (a menos que o propósito seja o de reduzir as pressões inflacionistas).

Aliás, a sugestão é patética, pois o Estado acaba por ser prejudicado: basta ver que reduzindo-se o salário, reduz-se automaticamente o IRS cobrado e a TSU associada, pelo que a receita do Estado diminui, contrariando os objectivos de redução do défice. Faria mais sentido apelar ao aumento dos salários dos privados para aumentar a colecta 8-)
 
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por artista_ » 21/11/2010 19:50

Elias Escreveu:
artista,

pessoalmente não vejo com bons olhos qualquer modelo de progressões automáticas e sou 100% a favor de um sistema que premeie o mérito. Acontece que tal sistema dificilmente vingará num país como o nosso onde não existe uma cultura de mérito, antes uma cultura do favor e da amizade.

Enquanto não houver uma cultura de mérito, dificilmente haverá motivação para uma maior produtividade.


Ok Elias, parece que pensamos da mesma forma, talvez haja uma pequena diferença entre nós. Parece-me que tu associas os problemas identificados mais ao sector público do que ao privado, eu acho que os problemas existem de igual forma nos dois sectores!!

Não concordo contigo quando dizes que o sector privado não tem responsabilidades nesta crise, tem tantas como o público... se alguém pode ter mais responsabilidades é o governo, ou a classe política, mas quem votou neles fomos todos nós, os do público e os do privado!

abraço

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por Automech » 21/11/2010 19:48

carf2007 Escreveu:Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.


Mas Carf, isso pode ser visto por outro prisma. Os salários são um custo logo redução de custos pode ser (não só, mas também) redução de salários. :wink:
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por Elias » 21/11/2010 19:48

artista Escreveu:Além disso acho que as palavras do Elias também são algo ofensivas para muitos funcionários públicos (dos que estão realmente no quadro), porque deixou a idéia de que são todos pouco produtivos!!


artista,

tens toda a razão naquilo que escreves, pois acho que generalizei de forma abusiva e quiçá ofensiva para quem não o merece.

De facto o que eu deveria ter escrito (tendo em conta aquilo que realmente tinha em mente no momento em que escrevi esse post) era algo como isto:

"Talvez a partir do dia em que na função pública deixe de haver postos de trabalho assegurados para o resto da vida haja um aumento de produtividade nesse sector".

Fica feita a devida rectificação, com um pedido de desculpas a todos os que injustamente foram visados pela formulação infeliz do post anterior :)

1 abraço,
Elias
 
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por Automech » 21/11/2010 19:47

Elias Escreveu:Os privados pagam os seus impostos e de resto o Estado deve abster-se de interferir nos rendimentos, salários e demais contabilidade dos privados.


200% de acordo. O empresário arrisca o seu dinheiro com perspectiva de obter rentabilidade, gerando trabalho, quando podia enfiar o dinheiro num depósito a prazo e nem sequer montar negócio nnehum.

O estado a única coisa que tem de fazer é sair da frente.

Criar legislação simples e clara, sem complicações e excepções à excepção, por a justiça a funcionar (para que quem produz e vende, também seja capaz de receber), penalizar concorrência desleal e cartéis (com reguladores fortes) e eliminar ao máximo as burocracias.

Hoje para montar uma micro empresa é um sem número de exigências inacreditáveis, tanto gerais como contabilidade, higiene no trabalho etc., como especificas em cada actividade, com legislação avulsa quase impossível de reunir e entender por um pequeno empresário.

E, claro, reduzir o peso do estado para que os impostos possam ser também reduzidos. É imoral retirar mais de 50% a alguém trabalha ou que investe num negócio, como acontece hoje em dia.
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por artista_ » 21/11/2010 19:43

Fazes muito bem em meter a colherada AutoMech! :)

Sim, com o que dizes concordo, a questão é que o que o Elias escreveu dá a ideia que os funcionários públicos têm todos um emprego para a vida e produzem pouco e isso há muitos anos que deixou de ser verdade para muitos deles... embora o termo funcionário público, no sentido correcto do termo, seja apenas referente aos que estão no quadro da função pública, os "outros" (provavelmente centenas de milhares) são metidos normalmente no mesmo saco, e trabalham com condições muito piores, e não estou a falar só do vencimento!!

Além disso acho que as palavras do Elias também são algo ofensivas para muitos funcionários públicos (dos que estão realmente no quadro), porque deixou a idéia de que são todos pouco produtivos!!

Abraços

artista
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por Elias » 21/11/2010 19:37

artista Escreveu:Quando estava a escrever o post anterior lembrei-me de algo que também era para acrescentar mas depois esqueci-me...

Ontem jantei com uma série de amigos meus no jantar das "olimpiadas do Desporto" (?) organizado pelo sindicado dos bancários, o meu irmão, a minha cunhada e muitos dos meus amigos são bancários. O meu irmão já me tinha dito que já há alguns anos que os salários de quem está a entrar agora já não são o mesmo que até há poucos anos atrás. Ontem nesse jantar todos falaram disso, dizendo que há 15/20 anos atrás, quando eles entraram para a profissão, ganhava-se muito mais dinheiro e subia-se na carreira muito mais facilmente, hoje as coisas estão muito diferentes...

É por isso que eu digo, "pensar que numa crise a coisa só toca a alguns é um erro!"... enfim, haverá uns poucos a quem pouco lhes toca, ou pelo menos isso não lhes altera minimamente o seu modo de vida dado os elevados rendimentos que auferem! Destes não tenho nada contra, antes pelo contrário, os que o conseguem de uma forma honesta e com mérito!!!

abraços

artista


artista,

pessoalmente não vejo com bons olhos qualquer modelo de progressões automáticas e sou 100% a favor de um sistema que premeie o mérito. Acontece que tal sistema dificilmente vingará num país como o nosso onde não existe uma cultura de mérito, antes uma cultura do favor e da amizade.

Enquanto não houver uma cultura de mérito, dificilmente haverá motivação para uma maior produtividade.
 
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por Elias » 21/11/2010 19:33

artista Escreveu:Olá Elias devo dizer-te que esta parte que citei me surpreendeu um bocado vindo de ti!

Há muita coisa que está mal no estado, mas não sei se uma empresa pode, por exemplo, manter um funcionário 15 anos com sucessivos contratos a prazo (alguns apenas a tempo parcial) como fez comigo e com mais cerca de 30 mil pessoas que desempenham as mesmas funções que eu!


artista, sabes a resposta tão bem como eu: formalmente não pode, na prática há muitas maneiras de dar a volta à lei, por exemplo com recibos verdes, com "falsos recibos verdes", com contratos a prazo sucessivos em que se mete um período de "descanso" pelo meio... enfim, a imaginação é o limite para os esquemas que se podem criar.

Este é o país onde as leis não se cumprem. Este é o país dos esquemas, basta descobrir um esquema para contornar a lei, mesmo que formalmente ela esteja a ser cumprida.

artista Escreveu:Acho que há muito chegámos aquela situação de "em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão"! Penso que o melhor que cada um tem a fazer é compreender onde estamos metidos e ser o mais sensato possível... e o mais importante de tudo, viver a vida com o que ela nos der! Eu, desde algum tempo para cá, tenho-me preparado para viver com menos 20 a 30% do que ganhava (sim que agora já ganho menos), tudo o que vier é lucro!


Não digo o contrário, mas sempre defendi e continuo a defender que o Estado não deve meter o bedelho nos negócios do sector privado.

Os privados pagam os seus impostos e de resto o Estado deve abster-se de interferir nos rendimentos, salários e demais contabilidade dos privados. E contudo, a toda a hora vemos interferências do Estado nesta matéria: ele é golden shares, ele é regulamentação de preços, ele é bocas que a PT deve pagar os dividendos pela tabela do próximo ano, ele é bocas de que os privados devem baixar salários (aqui há tempos era o Cavaco sobre os salários dos gestores e agora o Teixeira sobre salários em geral). Será que o Estado não consegue respeitar o negócio dos outros? Será que tem de estar sempre a engendrar esquemas para ir sacar dinheiro aos privados?

artista Escreveu:Quanto á notícia em si sinceramente não tenho uma opinião muito fundamentada. Parece-me que baixar os salários não será a resposta na grande maioria dos casos, assumindo que isso é sequer permitido. De qualquer forma com a crise do país vão acabar por haver ajustes em vários sectores, há muito tempo que digo que esta crise tocará a todos, de uma forma ou de outra e que é um erro pensar que estes ou aqueles é que são os principais culpados, ou aqueles que têm de ser penalizados...


artista nota que eu não estou a dizer que os funcionários públicos é que são culpados ou que eles é que devem ser penalizados.

Contudo, não me revejo na demagogia barata do ministro quando ele sugere que o privado também deve baixar os salários. Isto é conversa da treta. Desde quando é que os privados têm responsabilidade pela situação a que se chegou?

O Ernâni Lopes falava há tempos em vídeo que aqui coloquei que só há três parcelas que contam para a despesa do Estado, a saber: juros da dívida, custos com pessoal e prestações sociais. O Estado tem de resolver este problema e cabe aos governantes encontrar soluções para isso.

Este país andou muitos anos numa orgia gastadora, o Estado andou a viver acima das suas possibilidades. Muitas famílias andaram a viver acima das suas possibilidades.

Agora é preciso apertar o cinto. É chato? É. É justo que alguns paguem pelo desperdício de outros? Não, não é. Eu fico revoltado.

Alternativas...?
 
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por Automech » 21/11/2010 19:30

artista Escreveu:
Elias Escreveu:...tal como acontece no privado e como de resto acontece aos funcionários públicos em diversos países europeus? Talvez a partir do dia em que os funcionários públicos perceberem que o seu posto de trabalho já não está assegurado para o resto da vida comecem a preocupar-se um pouco mais com aquilo que produzem...


Olá Elias devo dizer-te que esta parte que citei me surpreendeu um bocado vindo de ti!

Há muita coisa que está mal no estado, mas não sei se uma empresa pode, por exemplo, manter um funcionário 15 anos com sucessivos contratos a prazo (alguns apenas a tempo parcial) como fez comigo e com mais cerca de 30 mil pessoas que desempenham as mesmas funções que eu!


Artista, deixa-me só meter a colherada aqui.

Esta história dos contratos a prazo anos a fio e os falsos recibos verdes são simplesmente uma reacção das empresas (e infelizmente do próprio estado) à rigidez da legislação laboral.

É incompreensível neste país que um tipo, quando passa a efectivo, não possa praticamente ser despedido (quem acreditar nas balelas do PCP, BE e sindicatos é ingénuo).

A completa liberalização do mercado de trabalho acabava imediatamente com estas situações e só viria proteger os bons trabalhadores, abrindo lugares onde hoje está pessoal que não quer trabalhar e que não podem ser despedidos.

Há maus empresários que iriam usar isto com abuso ? Sim, no curto prazo. Porque no longo prazo empresa má apenas retém maus funcionários (porque os outros vão-se embora para sítios melhores) e empresário mau + funcionários maus = falência.
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por artista_ » 21/11/2010 19:30

Quando estava a escrever o post anterior lembrei-me de algo que também era para acrescentar mas depois esqueci-me...

Ontem jantei com uma série de amigos meus no jantar das "olimpiadas do Desporto" (?) organizado pelo sindicado dos bancários, o meu irmão, a minha cunhada e muitos dos meus amigos são bancários. O meu irmão já me tinha dito que já há alguns anos que os salários de quem está a entrar agora já não são o mesmo que até há poucos anos atrás. Ontem nesse jantar todos falaram disso, dizendo que há 15/20 anos atrás, quando eles entraram para a profissão, ganhava-se muito mais dinheiro e subia-se na carreira muito mais facilmente, hoje as coisas estão muito diferentes...

É por isso que eu digo, "pensar que numa crise a coisa só toca a alguns é um erro!"... enfim, haverá uns poucos a quem pouco lhes toca, ou pelo menos isso não lhes altera minimamente o seu modo de vida dado os elevados rendimentos que auferem! Destes não tenho nada contra, antes pelo contrário, os que o conseguem de uma forma honesta e com mérito!!!

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por jeso » 21/11/2010 19:29

carf2007 Escreveu:Não vejo nenhuma vantagem para o estado ou para o país. Se reduzirem os salários, reduzem os descontos para a Seg. Social e do IRS, ou seja, menos impostos, já para não falar de um possível menor consumo e menor produtividade.

Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.

Qualdo a despensa estiver vazia somos alimentados a... soro :-s
Editado pela última vez por jeso em 21/11/2010 19:32, num total de 1 vez.
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por artista_ » 21/11/2010 19:19

Elias Escreveu:...tal como acontece no privado e como de resto acontece aos funcionários públicos em diversos países europeus? Talvez a partir do dia em que os funcionários públicos perceberem que o seu posto de trabalho já não está assegurado para o resto da vida comecem a preocupar-se um pouco mais com aquilo que produzem...


Olá Elias devo dizer-te que esta parte que citei me surpreendeu um bocado vindo de ti!

Há muita coisa que está mal no estado, mas não sei se uma empresa pode, por exemplo, manter um funcionário 15 anos com sucessivos contratos a prazo (alguns apenas a tempo parcial) como fez comigo e com mais cerca de 30 mil pessoas que desempenham as mesmas funções que eu!

Acho que há muito chegámos aquela situação de "em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão"! Penso que o melhor que cada um tem a fazer é compreender onde estamos metidos e ser o mais sensato possível... e o mais importante de tudo, viver a vida com o que ela nos der! Eu, desde algum tempo para cá, tenho-me preparado para viver com menos 20 a 30% do que ganhava (sim que agora já ganho menos), tudo o que vier é lucro!

Quanto á notícia em si sinceramente não tenho uma opinião muito fundamentada. Parece-me que baixar os salários não será a resposta na grande maioria dos casos, assumindo que isso é sequer permitido. De qualquer forma com a crise do país vão acabar por haver ajustes em vários sectores, há muito tempo que digo que esta crise tocará a todos, de uma forma ou de outra e que é um erro pensar que estes ou aqueles é que são os principais culpados, ou aqueles que têm de ser penalizados...

por agora fico-me por aqui...

abraços

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por carf2007 » 21/11/2010 19:13

Não vejo nenhuma vantagem para o estado ou para o país. Se reduzirem os salários, reduzem os descontos para a Seg. Social e do IRS, ou seja, menos impostos, já para não falar de um possível menor consumo e menor produtividade.

Como disse o Elias, se a empresa é lucrativa não necessita cortar salarios, devia era aumentar como fez a Auto Europa. Se não é lucrativa que reduza custos ou aumente as vendas até se tornar lucrativa, se não consegue tornar-se lucrativa que feche as portas.
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por Elias » 21/11/2010 18:26

Isto faz-me muita confusão... e por várias razões:

Para começar, o sector privado não pode cortar salários unilateralmente (o Código do Trabalho não o permite), por isso escrever que o sector privado vai acompanhar os salários parece-me uma conversa algo fantasiosa.

Em segundo, se uma empresa lucrativa cortar salários, quem ganha são os seus patrões. Mas uma empresa lucrativa (ao contrário do que acontece com o Estado) não tem necessidade de cortar salários, porque a contenção não é necessária, logo um corte de salários apenas poderá ter impacto negativo na produtividade devido a uma maior insatisfação resultante da incompreensão de tais medidas.

Por fim, se o senhor ministro defende que deve haver "solidariedade" do sector privado para com o sector público, e que o sector privado deve poder baixar salários, e se realmente está tão preocupado com a produtividade e com a competitividade, então que tal equiparar totalmente a função pública ao sector privado e permitir que na função pública também possa haver despedimentos, tal como acontece no privado e como de resto acontece aos funcionários públicos em diversos países europeus? Talvez a partir do dia em que os funcionários públicos perceberem que o seu posto de trabalho já não está assegurado para o resto da vida comecem a preocupar-se um pouco mais com aquilo que produzem...
 
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Sector privado acompanhará corte dos salários no Estado

por sombrio » 21/11/2010 18:16

Sector privado acompanhará corte dos salários no Estado

João Duque defende que em alguns sectores da actividade económica a redução dos salários vai aumentar a competitividade.

João Duque considera que o sector privado vai acompanhar a redução dos salários na Administração Pública.

"Vamos esperar, mas eu admito que vai acontecer uma mímica daquilo que aconteceu na administração pública", afirmou ontem o economista, na Nazaré, onde participou na Universidade de Outono da Federação Distrital de Leiria da JS.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou na sexta-feira que toda a actividade económica portuguesa deve seguir uma política de "contenção e disciplina" salarial para que a competitividade do País não seja prejudicada.


fonte:

http://economico.sapo.pt/noticias/sector-privado-acompanhara-corte-dos-salarios-no-estado_104898.html
 
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