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Caldeirão da Bolsa

Falência da Republica Portuguesa iminente?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Deixa Falir..........

por rasteiro » 8/11/2010 21:29

eu só espero é de quando chegar essa altura, eu ter os meus Euritos em casa fechados a sete chaves, para depois os gastar noutro pais da zona euro.
por isso por enquanto é só os especuladores a fazerem o seu trabalho.


Abraços
 
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por Wakaru » 8/11/2010 20:03

A única safa de portugal é esperar que o ouro chegue a 4000, vender tudo por 50 mi milhões, meter 12 de lado para recomprar o outro quando estiver abaixo de 1000 e usar o resto para pagar dívida.
 
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por Automech » 8/11/2010 17:18

pocoyo Escreveu:O secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, disse hoje que a dívida das empresas de transportes ascende a cerca de 10 mil milhões de euros, afirmando que este tema é uma "preocupação muito séria".


Tenho ideia que isto não está incluído na dívida publica uma vez que são empresas publicas 'autónomas'. Alguém pode confirmar ?
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Re: Estilo Rui Santos

por Krupper » 8/11/2010 17:08

ebalves Escreveu:Deixo aos administradores a capacidade de elaborarem mais questionários deste genéro. Pode não servir para nada, tal como os do Rui Santos, mas sempre dá para aferir da sensibilidade dos foristas.


E qual é o objectivo disso? :roll:
 
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Estilo Rui Santos

por eba » 8/11/2010 17:02

Acho apropriado neste sign of times fazer-se um questionário estilo Rui Santos pergunta:
Assim deveriam os administradores deste forum colocar perguntas tipo:
1) acha que os juros atingem os 7%?
2) acha que passam os 7%?
3) acha que descem para 3%?

Deixo aos administradores a capacidade de elaborarem mais questionários deste genéro. Pode não servir para nada, tal como os do Rui Santos, mas sempre dá para aferir da sensibilidade dos foristas.

Cumps,

EA
 
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por pocoyo » 8/11/2010 16:38

pocoyo Escreveu:A este propósito, deu como exemplos a Linha de Leixões, que "tem, em média, três passageiros por circulação", e a Linha de Leste, em que "cada passageiro custa 120 a 130 euros".

In Jornal de negocios


Já mandou fechar aquilo ou tem medo da forte contestação dos três passageiros. :)
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FT: Para Portugal "não é uma missão impossível" es

por kanes » 8/11/2010 16:37

O Financial Times dedica hoje uma página a analisar a crise financeira em Portugal. Conclui que "não é uma missão impossível" o País recuperar a confiança dos mercados e assim escapar ao FMI e assinala que, para José Sócrates, a luz ao fundo do túnel nunca se vai apagar.
“O País mais pobre da Europa Ocidental está a ser forçado a pagar mais para pedir dinheiro emprestado, sendo que as últimas medidas de austeridade mostram ainda poucos sinais de serem suficientes para retirar Portugal da linha de fogo”.

É desta forma que o "Financial Times" inicia um artigo de análise sobre a difícil situação em que Portugal se encontra. A reportagem de uma página do jornal britânico recorda os últimos desenvolvimentos da crise em Portugal, faz um perfil de José Sócrates e contém um artigo sobre a evolução dos juros da dívida pública.

O FT salienta que Portugal e a Irlanda estão agora na linha da frente da luta pela sobrevivência do euro, sendo que a justificação para a situação de Portugal, segundo o jornal, deve-se aos resultados piores do que o esperado da execução orçamental nos primeiros nove meses do ano e a crise política em torno da aprovação do Orçamento.

Se antes a ideia de que a Zona Euro poderia fragmentar-se era apelidada de “absurda”, agora é apenas classificada de “improvável”, diz o FT, assinalando que o impacto positivo da aprovação do Orçamento em Portugal foi anulada pelo objectivo de Berlim e Paris em obrigarem os investidores a partilharem os custos de um resgate de um país do euro em dificuldades.

“Os mercados tendem a classificar as pequenas economias de vulneráveis”, disse o economista Vítor Bento ao FT, estimando que “vamos ter um ano de 2011 difícil”.

O jornal salienta que se Portugal e a Irlanda recorrerem à ajuda do fundo da UE e do FMI, tal pode originar uma nova crise à escala global, mas que há alternativas a este cenário.

“Se Sócrates e outros líderes da União Europeia conseguirem convencer os mercados que os seus planos de austeridade vão ser implementados e produzir os resultados desejados, a confiança vai regressar gradualmente”, refere o FT, assinalando que “pelo menos para Portugal esta não é uma missão impossível”.

Recorda o FT que Sócrates tem um historial de implementação de reformas, mesmo que tenha tardado em reconhecer a necessidade de apaziguar os mercados de dívida com a apresentação de “medidas de austeridade drásticas”.

Depois de apresentar três programas de austeridade em sete meses, agora “os mercados querem ver resultados”, diz o FT, que cita o CEO do BPI, Fernando Ulrich, que mostrou confiança que Portugal irá recuperar a confiança e credibilidade dos mercados se nos próximos anos conseguir reduzir o défice.

“A luz ao fundo do túnel nunca se vai apagar”

Recordando várias citações efectuadas pelo primeiro-ministro português sobre a crise, o FT lembra que Sócrates repetiu por diversas vezes que “Portugal não precisa de ajuda” e revela que se em 2008 o primeiro-ministro português aprendeu a ver a cotação do petróleo no seu telemóvel, agora utiliza o aparelho para ver as “yields” das obrigações do Tesouro.

A análise do FT a Portugal inclui um artigo onde Bill Blain, da Matrix Corporate Capital, afirma que o risco de as “yields” da dívida portuguesa subirem para níveis insustentáveis “é muito real”, e também um perfil de José Sócrates.

No artigo, Sócrates é classificado como “o líder que trabalha obstinadamente para impulsionar as energias nacionais”, sendo que o FT destaca a “confiança, optimismo e auto-confiança” como as principais qualidades de Sócrates.

“Um atleta entusiasta, corredor de maratonas e descrito por um designer de moda como o político mais bem vestido do país, o primeiro-ministro exala uma energia combativa, que caiu melhor aos eleitores durante o primeiro mandato”, acrescenta o FT.

FT cita Sócrates a afirmar que “temos que responder de forma convincente a cada desafio”, pois “se ficarmos sentados simplesmente a queixarmo-nos, estamos perdidos”.

Conclui o FT que, para Sócrates, “a luz ao fundo do túnel nunca se vai apagar”. Isto depois de recordar que em Portugal está a circular um “e-mail” com a seguinte mensagem: “Face à situação actual das nossas contas públicas e como medida de contenção de despesas, a luz ao fundo do túnel vai ser desligada até nova ordem”.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=452549
 
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por pocoyo » 8/11/2010 16:34

Dívida das empresas do sector dos transportes ascende a cerca de 10 mil milhões de euros


O secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, disse hoje que a dívida das empresas de transportes ascende a cerca de 10 mil milhões de euros, afirmando que este tema é uma "preocupação muito séria".


"Temos um conjunto de operadores [de transporte] altamente endividado", afirmou o secretário de Estado, na sessão de abertura do IX seminário Transporte Ferroviário -- Uma Solução Sustentável e Competitiva para a Mobilidade, a decorrer em Lisboa.

Correia da Fonseca afirmou que a dívida das empresas de transportes totaliza cerca de "10 mil milhões de euros", o que afirmou ser "uma preocupação muito séria".

O secretário de Estado considera que "algo está errado na gestão do sistema de transportes desde há 40 anos" e defende que as receitas das operações das empresas de transportes "têm de cobrir os custos, o que significa que os operadores de transporte não deverão endividar-se".

Correia da Fonseca disse que o transporte ferroviário é o "mais eficiente, desde que tenha passageiros".

A este propósito, deu como exemplos a Linha de Leixões, que "tem, em média, três passageiros por circulação", e a Linha de Leste, em que "cada passageiro custa 120 a 130 euros".

O secretário de Estado disse que querer levar o comboio ou o metro a zonas que não garantam o número necessário de passageiros é "desperdiçar dinheiro dos contribuintes".

Durante a sua intervenção, Correia da Fonseca destacou também o que considerou ser um "vício terrível", que consiste no facto de as câmaras municipais aproveitarem as obras das empresas de transporte ferroviário para fazerem requalificação urbana.

"A requalificação urbana é uma responsabilidade das autarquias", sublinhou.

Quanto à alta velocidade ferroviária, o secretário de Estado afirmou que o projecto coloca "uma grande expectativa no projecto", acrescentando que "será um marco fundamental no sentido da integração de Portugal nos mercados ibérico e europeu".

In Jornal de negocios
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por mais_um » 8/11/2010 16:02

Elias Escreveu:Juros das obrigações do tesouro a 10 anos renovam máximo para os 6,902 por cento

08.11.2010 - 14:16 Por Rosa Soares, Paulo Miguel Madeira
publico.pt

As taxas de juro da dívida portuguesa estão a subir, com o prazo de 10 anos a renovar novo máximo nos 6,902 por cento, bem acima dos 6,622 por cento do início da manhã.

O spread ou prémio que os investidores exigem para comprar obrigações portuguesas face às alemãs volta a aumentar, atingindo, ao início da tarde, os 451,1 pontos base.

Esta nova subida contrasta com a tendência de estabilização que parecia evidenciar-se no final da semana passada e está no nível mais alto desde a criação da moeda única.

Os juros mantêm-se, assim, relativamente próximos dos sete por cento, valor que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse justificar uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Notícia actualizada às 14:50


No Big o melhor que há é a 6,59%. Onde é que se pode comprar OT portuguesas com essas yields?
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por Elias » 8/11/2010 15:55

Juros das obrigações do tesouro a 10 anos renovam máximo para os 6,902 por cento

08.11.2010 - 14:16 Por Rosa Soares, Paulo Miguel Madeira
publico.pt

As taxas de juro da dívida portuguesa estão a subir, com o prazo de 10 anos a renovar novo máximo nos 6,902 por cento, bem acima dos 6,622 por cento do início da manhã.

O spread ou prémio que os investidores exigem para comprar obrigações portuguesas face às alemãs volta a aumentar, atingindo, ao início da tarde, os 451,1 pontos base.

Esta nova subida contrasta com a tendência de estabilização que parecia evidenciar-se no final da semana passada e está no nível mais alto desde a criação da moeda única.

Os juros mantêm-se, assim, relativamente próximos dos sete por cento, valor que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse justificar uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Notícia actualizada às 14:50
 
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por migluso » 8/11/2010 0:34

mais_um Escreveu:... por isso é muito complicado os defaults de Estados.


Lê as primeiras linhas e as últimas da primeira página. Depois vê o quadro a partir da 5.ª pág.
http://mitpress.mit.edu/books/chapters/ ... chapm1.pdf
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por Elias » 8/11/2010 0:29

mais_um Escreveu:Como já referi, a unica coisa garantida é a morte. :wink:


Quando chegamos a este mundo, não temos nada.

Quando partimos, nada levamos.

Entre estas duas fases, há o IRS :mrgreen:
 
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por mais_um » 8/11/2010 0:24

migluso Escreveu:Não quero acreditar que isso vá acontecer com Portugal, atenção. Mas, na minha opinião, não é totalmente correcto dizer que é capital garantido.


Como já referi, a unica coisa garantida é a morte. :wink:

Mas mais facilmente o Estado atrasa os pagamentos externos (como fez a Russia) do que suspende o pagamento de CA e CT, já que são uma infima parte da divida publica.

Mesmo a Argentia está com probelmas, bem recentemente um tribunal americano congelou muito dinheiro que o banco cnetral argentino colocou nos EUA porque há um credor que não aceitou a renogociaão da divida e quer receber o dinheiro na totalidade, por isso é muito complicado os defaults de Estados.
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por migluso » 8/11/2010 0:17

mais_um Escreveu:
A Russia não faliu, atrasou o pagamento da divida externa 90 dias, depois continuou a pagar (penso eu).


Julgo que sim, também. Mas não deixa de ser um default.
"In finance, default occurs when a debtor has not met his or her legal obligations according to the debt contract, e.g. has not made a scheduled payment..."
http://en.wikipedia.org/wiki/Default_(finance)

Mas é óbvio que tens razão num ponto. Um país não fecha como acontece com uma empresa. Mas pode não pagar as suas dívidas.

Não quero acreditar que isso vá acontecer com Portugal, atenção. Mas, na minha opinião, não é totalmente correcto dizer que é capital garantido.

cumps
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por mais_um » 8/11/2010 0:11

migluso Escreveu:A história está repleta de incumprimentos de Estados. Argentina, Russia, etc...
Para além disso, vivendo nós inseridos na zona euro e não tendo o nosso Estado as impressoras para criar dinheiro, parece-me que um default de Portugal é ainda mais fácil de acontecer do que na Argentina e Russia dado que, tendo estes países a política monetária ao seu dispor, preferiram entrar em default do que arruinarem as suas moedas e arriscar entrar numa espiral hiperinflacionista.


A Russia não faliu, atrasou o pagamento da divida externa 90 dias, depois continuou a pagar (penso eu).
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por migluso » 7/11/2010 23:57

mais_um Escreveu:Bom, parece-me que há alguma confusão com a historia de incumprimento/default de um Estado. Um Estado não é uma empresa que fecha as portas e vende-se os activos e o que se consegue entrega-se aos credores e nunca mais existe. Já tivemos casos de Estados que nacionalizarem bens e passado decadas restituiram tudo aos herdeiros com juros (republica Checa, por exemplo) ou os Suiços com a historia do ouro dos Judeus. Estamos a falar de Estados e não de empresas.

Num estado de direito, os CA e os CT estão sempre garantidos, como estão os depositos a prazo até 50 ou 100 mil €. Aliás mais facilmente levantas os CA ou CT do que é accionada a garantia dos DP.


A história está repleta de incumprimentos de Estados. Argentina, Russia, etc...
Para além disso, vivendo nós inseridos na zona euro e não tendo o nosso Estado as impressoras para criar dinheiro, parece-me que um default de Portugal é ainda mais fácil de acontecer do que na Argentina e Russia dado que, tendo estes países a política monetária ao seu dispor, preferiram entrar em default do que arruinarem as suas moedas e arriscar entrar numa espiral hiperinflacionista.
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por mais_um » 7/11/2010 23:50

migluso Escreveu:Mas não pode garantir capital em caso de incumprimento da república. Neste caso extremo e pouco provável, quem tem prioridade no reembolso? Os detentores de obrigações do tesouro ou de certificados do tesouro?


Bom, parece-me que há alguma confusão com a historia de incumprimento/default de um Estado. Um Estado não é uma empresa que fecha as portas e vende-se os activos e o que se consegue entrega-se aos credores e nunca mais existe. Já tivemos casos de Estados que nacionalizarem bens e passado decadas restituiram tudo aos herdeiros com juros (republica Checa, por exemplo) ou os Suiços com a historia do ouro dos Judeus. Estamos a falar de Estados e não de empresas.

Num estado de direito, os CA e os CT estão sempre garantidos, como estão os depositos a prazo até 50 ou 100 mil €. Aliás mais facilmente levantas os CA ou CT do que é accionada a garantia dos DP.
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por migluso » 7/11/2010 23:31

mais_um Escreveu: Entre os certificado e as OT, optei pelos certificados por ter garantia de capital se a qualquer momento precisar do dinheiro, algo que não acontece com as OT.


Pelo que entendo garante capital em qualquer momento, independentemente da data de resgate.

Mas não pode garantir capital em caso de incumprimento da república. Neste caso extremo e pouco provável, quem tem prioridade no reembolso? Os detentores de obrigações do tesouro ou de certificados do tesouro?
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por mais_um » 7/11/2010 23:09

AutoMech Escreveu:Obrigado ao mais_um e ao Supermann pela paciência nas explicações.

Estive a ver o simulador e realmente não me sinto confortável com o dinheiro 'empatado' tantos anos, uma vez que a saída antecipada implica remuneração bastante inferior (o que é natural, claro).


Penso que é de opinião geral que só é bom investimento com um prazo minimo de 5 anos. Entre os certificado e as OT, optei pelos certificados por ter garantia de capital se a qualquer momento precisar do dinheiro, algo que não acontece com as OT.
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por Automech » 7/11/2010 0:44

Obrigado ao mais_um e ao Supermann pela paciência nas explicações.

Estive a ver o simulador e realmente não me sinto confortável com o dinheiro 'empatado' tantos anos, uma vez que a saída antecipada implica remuneração bastante inferior (o que é natural, claro).
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Re: :)

por Supermann » 6/11/2010 21:32

AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:
amon_CALD Escreveu:Obviamente que se pode adquirir OTS! E já o fazem os bancos Portugueses, financiam-se a um 1% no banco central europeu e compram divida portuguesa a 7%. Ganham 5% limpinhos! Logo o financiamento é indirecto só não o ve quem não quer! Independentemente do produto utilizado Portugal pode canalizar poupança através dos certificados de aforro, não o faz, porque isso pressionaria os bancos privados a subirem a taxa, mas isso não interessa!


Qual foi a parte que não percebeste? Tu como particular podes comprar certificados do tesouro (em outubro a taxa era 6,1%, as OT foram leiloadas a 4,04% no prazo de 4 anos e 5,13% no prazo de 8 anos), eu comprei, tu compraste?


Mais_um, eu nunca liguei a CT, CA, etc por isso não estranhes a pergunta básica. Tu podes desfazer-te dos CTs a qualquer momento ? Se sim, como ? É como as OT ?


É igual as OT mas melhor (isto na perspectiva daquele gajo que nao gosta de risco nenhum... aqui nao existe o risco da taxa de juro, apenas o risco de falencia)... nao existe risco de perda de capital como nas OT's. O problema está que só recebes os ajustamentos dos cupões ao 5 e 10 ano...

O "subsídio" da não eprda de capital tinha de vir de algum lado :lol:

Como já disseram, não perdes capital como nas OT's. O IGCP a cada mes fixa a taxa a pagar aos CT's no mes seguinte com base nas OT's do mes que passou (é uma média) ...

Depois o "cupão" recebes no 1º 2 3 e 4 ano recebes o equivalente á taxa de 1 ano aquando da subscrição. No 5 ano recebes o cupão do 5º ano acrescido do diferencial que já recebeste com aquilo que terias direito com a Yield a 5 anos e não a 1 ano.

~depois no 6 7 8 e 9 passase a mesma coisa e no 10 ano fazem novamente o ajustamento de valores
 
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por migluso » 6/11/2010 21:09

AurioI Escreveu:Segundo o FMI, 15,5% da riqueza gerada em Portugal no próximo ano terá de ser utilizada a pagar empréstimos, acima dos 11,6% do PIB utilizados este ano para amortizar dívida. O Fundo considera o valor "elevado".


Chegamos a um ponto onde mais dívida não representa mais crescimento.

A dívida terá que servir para nos fornecer oxigénio enquanto fazemos as reformas estruturais necessárias.

Esqueçamos o crescimento durante 1 ou 2 anos. Ele aparecerá naturalmente e será mais sustentado se fizermos o que tem que ser feito.

Este report que o LTCM postou tem um âmbito mais global, mas explica bem, do meu ponto de vista, as razões pelas quais eu penso que a Europa saíra desta crise mais forte que os seus concorrentes directos, nomeadamente EUA e Japão.

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... hp?t=74987
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por migluso » 6/11/2010 20:43

RiscoCalculado Escreveu: Suponho que a tua linha de raciocínio seja algo do género : se os devedores de alguns países tiverem mais dificuldade em se endividar então deixam de o fazer e logo deixam de importar mais do que exportam ....


Devia ter respondido logo a esta frase.
Não me estava a referir a isso, mas como tu mais à frente dizes, no longo prazo seria uma inevitabilidade a tendência para o equilíbrio da balança comercial.

Eu sou a favor de uma redução da dívida e dos défices porque considero ser a única forma de crescer sustentadamente.
Os valores atingidos não permitem uma fuga para a frente, contraindo mais dívida. É necessário arrepiar caminho.

RiscoCalculado Escreveu:Na última década criou-se um desequílibrio enorme e acumulou-se uma dívida brutal. Face a estas circunstâncias, se de repente a UE se desresponsabilizar da situação criada e decidir responsabilizar a 100% os credores seremos conduzidos a uma situação explosiva (penso eu) ...


Pelo que percebi, o que está em cima da mesa é a responsabilização futura (a partir de 2013, 2014 ou 2015, não sei) dos credores privados.
Os Tratados Europeus eram bem claros. Os credores, agências de rating, etc... é que mediram mal os riscos. No entanto, a burocracia europeia segurou o sistema porque o projecto europeu é demasiado ambicioso para cair na primeira contrariedade séria que lhe surge.
Deixar bem claro como funcionará no futuro contribuirá, na minha opinião, para repor justiça no sistema e para maior transparência.

RiscoCalculado Escreveu:Na minha opinião, no entanto, muito antes de isso acontecer, porque a dimensão da contracção necessária seria brutal, já teria ocorrido o caos social.


Resumindo: Se 1) fosse a descrição do problema seria talvez aceitável (mesmo assim com muitas reticências) supor que talvez a dificuldade no acesso ao crédito levasse à resolução do défice da balança comercial, ainda que isso pudesse implicar alguns sacrifícios.
Mas sendo 2) a verdadeira descrição parece-me completamente irrealista pensar que a dificuldade no acesso ao crédito conduzisse a outra coisa que não ao caos económico e social.


Estou de acordo com a análise que fizeste à microestrutura do mercado de crédito. De facto, é assim que funciona.

A dificuldade de acesso ao crédito está-nos a obrigar a fazer os ajustamentos necessários.

Repara que o nosso problema foi claramente identificado em 2002 ou mesmo antes. Como os mercados não nos penalizaram até agora, os políticos não atacaram o problema.
Portanto, acesso ao crédito mais restrito e mais caro parece ser a única forma de fazermos o que tem de ser feito.

Ao contrário da Irlanda, o problema português não tem origem no sistema bancário.
Apesar da dívida dos privados ser elevadíssima e o ajustamento inevitável, parece que o mercado não vê grandes imparidades nos activos dos bancos para o real valor de mercado desses mesmos activos.

Isto significa que o encarecimento do crédito se deve exclusivamente ao aumento do risco da República e não do sector privado. Este "apanha" por tabela.

cumps
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por AurioI » 6/11/2010 16:22

...Analistas estão preocupados com o valor de dívida que Portugal terá de refinanciar na primeira metade de 2011.

Os juros da dívida nacional bateram máximos históricos esta semana, mas o mercado teme que o primeiro semestre do próximo ano seja ainda mais difícil.

De acordo com dados do IGCP, Portugal tem de pagar obrigatoriamente aos credores 25,6 mil milhões de euros em Obrigações e Bilhetes do Tesouro que vencem em 2011, sendo que 19,7 mil milhões serão até Junho. Mas o contexto político que Portugal vai viver nesses primeiros meses do ano, com o Presidente da República inibido de convocar eleições até Março, quando toma posse, poderá alimentar o nervosismo dos mercados, o que seria fatal para o País e aumenta os riscos de ser necessário recorrer à ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

Portugal além de emitir dívida para financiar estes títulos cuja maturidade vence em 2011, terá de fazer face às suas necessidades líquida de financiamento que, no próximo ano, ascendem a 10,74 mil milhões de euros, dos quais 10,51 mil milhões são para financiar o défice, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano. O que tornará a dependência dos mercados internacionais ainda maior.

Segundo o FMI, 15,5% da riqueza gerada em Portugal no próximo ano terá de ser utilizada a pagar empréstimos, acima dos 11,6% do PIB utilizados este ano para amortizar dívida. O Fundo considera o valor "elevado".

"A execução do Orçamento e o reinicio das pressões de financiamento em 2011 deverão pesar nos ‘spreads'", referiram ontem numa nota aos clientes os analistas do Nomura. Por isso, o banco recomenda cortar a exposição a dívida nacional, apesar de reconhecer que a escalada dos juros esta semana foi exagerada, "particularmente agora que o OE foi aprovado". Também o Citigroup avisou, num relatório divulgado ontem, que "as significativas necessidades de financiamento colocarão pressão em todos os emitentes que estarão activos" no primeiro semestre.

Fonte: Diário Económico
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por RiscoCalculado » 6/11/2010 11:42

migluso Escreveu:Aqui estamos em desacordo. Um sistema como o nosso pressupõe que os indivíduos sejam responsabilizados pelas suas acções. O que tu defendes representa corromper o sistema. Paga o justo pelo pecador. É o princípio do fim do capitalismo. Neste caso não seriam os países devedores a sair do euro, seria a Alemanha, Holanda e outros como eles.
EDIT: Eu entendi nas tuas palavras, e é a este entendimento que respondo, que responsabilizar os credores leva a que países como Portugal e Grécia optem por sair do Euro.


Não falo em geral. Estou a falar de uma situação muito particular.
( Em geral claro que os credores devem ser responsabilizados a 100% pela sua decisão de emprestar não estando à espera de ser bailed out)
Estamos dentro de uma zona monetária sem hipótese de desvalorizar a moeda para ganhar competitividade quer face aos países integrantes quer face aos países exteriores à União ( uma vez q o Euro é uma moeda relativamente forte). Na última década criou-se um desequílibrio enorme e acumulou-se uma dívida brutal. Face a estas circunstâncias, se de repente a UE se desresponsabilizar da situação criada e decidir responsabilizar a 100% os credores seremos conduzidos a uma situação explosiva (penso eu) ...

migluso Escreveu:
RiscoCalculado Escreveu:

Ora, isto na minha opinião parte de uma concepção errada do sistema dinâmico do qual a nossa economia faz parte e logo da origem do problema. Tentarei fazer um post sobre este assunto logo que possível.


Não respondi antes porque estava à espera de desenvolvimento neste ponto. Espero que no fim-de-semana tenhas um pouco de tempo.


Vou dar algumas ideias :

Em primeiro lugar é preciso pensar na forma como os bancos gerem a sua folha de balanço.
Muitas vezes emprestam a longo prazo (a taxa variável : Euribor + spread) e depois vão-se financiando no mercado monetário em prazos mais curtos. Enquanto a taxa do financiamento que vão obtendo no monetário não se afasta muito da Euribor tudo corre bem . Mas numa situação em que o risco percepcionado pelos bancos estrangeiros leva a que o spread suba muito então temos o caldo entornado ( receber juros a Euribor+50bps ou 75 bps ou whatever, e pagar juros a Euribor + 300 ou 400bps não é sustentável). Se uma situação deste tipo perdura por muito tempo o acontecimento mais provável é a falência dos bancos nacionais (a não ser que o BCE dê uma ajudita como tem feito nos últimos tempos ).


Em segundo lugar a verdade é que mesmo que a "torneira" do crédito seja fechada o défice da balança comercial não é imediatamente anulado como muitos pensam . Na minha opinião quem julga isso está a pensar da seguinte forma :

1) os portugueses endividam-se junto do estrangeiro para comprar os bens e serviços A, B, C, D ( telemóveis , computadores, viagens de férias , automóveis , televisores) . Se deixarem de ter crédito , deixam de comprar os tais produtos A, B, C e D , as importações diminuem e a balança reequilabra-se.

Uma análise ao balanço do sistema bancário nacional no entanto rapidamente revela que este raciocínio não está correcto.
A fatia de leão do endividamento dos portugueses está no crédito à habitação. O crédito ao consumo representa apenas uma pequena fracção do crédito total concedido pelo sistema bancário ( uns míseros 15 ou 16 mil milhões de Euro por comparação a 113 mil milhões em crédito à habitação e 117 mil milhões a empresas não financeiras, em Agosto deste ano).
Ver por exemplo:
http://www.bportugal.pt/en-US/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/BolEstatistico/Publications/B.pdf
pgs 23 , 24 e 25

Uma descrição mais realista daquilo que se passa é:

2) Os portugueses importam bens e serviços ( combustível, telemóveis, computadores, carne, fruta , peixe, viagens de férias) muitas vezes a pronto pagamento até ( se não fosse esse o caso os valores de crédito ao consumo seriam muito mais elevados) , o que leva ao défice comercial.
Posteriormente (ou em simultâneo ) alguns portugueses ( particulares e empresas ) endividam-se para compra de habitação ( ou investimento ) e vão assim "buscar" o dinheiro que estava a sair do país (em excesso) por via das importações, dinheiro esse que acaba por ser aplicado em Portugal.
Ora, neste caso será que o cessar do crédito leva ao fim do défice comercial ? Não !!!!
Apenas impede que o € retorne a Portugal, o que levaria ao empobrecimento continuado, à recessão e ao desemprego. Eventualmente no longo prazo a contracção económica talvez levasse à diminução das importações e reequilíbrio da balança. Na minha opinião, no entanto, muito antes de isso acontecer, porque a dimensão da contracção necessária seria brutal, já teria ocorrido o caos social.


Resumindo: Se 1) fosse a descrição do problema seria talvez aceitável (mesmo assim com muitas reticências) supor que talvez a dificuldade no acesso ao crédito levasse à resolução do défice da balança comercial, ainda que isso pudesse implicar alguns sacrifícios.
Mas sendo 2) a verdadeira descrição parece-me completamente irrealista pensar que a dificuldade no acesso ao crédito conduzisse a outra coisa que não ao caos económico e social.
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