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Caldeirão da Bolsa

Câmara de Lisboa ocultou gastos de 228 mil € com visita Papa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 21/11/2010 18:03

Luzes, câmaras... poupar!

21.11.2010 - 15:40 Por Victor Ferreira, com José Faria, Maria José Santana, Nuno P. Chorão e Tolentino de Nóbrega
publico.pt

Muitas autarquias decidiram rever consumos em época natalícia. Juntámos as contas de 42 municípios, que vão cortar no total 1,7 milhões de euros nas iluminações de rua. Algumas cidades adoptam mesmo um "apagão" em nome da contenção.

Se o Natal fosse um filme realizado por autarcas, então este ano não se ouviria o tradicional "luzes, câmara, acção!" no arranque de cada cena. A palavra de ordem em 2010 é poupar nas iluminações de Natal. Contas feitas para 42 municípios indicam que o corte ronda os 36 por cento, com uns a cortar mais, outros a cortar nada e uns poucos até a aumentarem o investimento.

Crise para ali, crise para acolá, é dela o papel principal nesta história que, em rigor, ninguém sabe quanto custa produzir, porque são 308 municípios do país e as contas tornam-se difíceis de fazer. Mas, por amostra, dá para ter uma ideia. Recolhidos os dados relativos à maioria das capitais de distrito e outras cidades de diferentes dimensões e de norte a sul e ilhas, verifica-se que nestas câmaras se vai gastar menos 1,7 milhões de euros em iluminações do que em 2009.

Às escuras no Facebook

O cenário corresponde àquilo que a plateia pede - contenção em hora de aperto. Os ecos desse apelo chegaram rapidamente ao Facebook, que nasceu como uma rede social na Internet e já se transformou numa espécie de ágora virtual onde se defendem todo o tipo de causas. Na manhã de 10 de Outubro de 2010 (10/10/10), às 8h36, nasceu um grupo cujo nome de baptismo não deixa dúvidas: "Srs. presidentes das câmaras - Este ano não queremos luzes de Natal!" Há dois dias, havia 4478 "facebookianos" a apoiarem esta causa. Não serão muitos, mas servem perfeitamente de amostra para "medir" vontades.

A dificuldade em apurar quanto gasta o país todo com as iluminações de Natal estende-se às estimativas de quanto vale este mercado. Uma estimativa do ano passado apontava para os nove milhões de euros - mas este número vinha de dentro da empresa Castros, que domina o mercado nacional com uma quota acima dos 50 por cento [leia a reportagem associada em link]. Avaliações independentes não existem, o que há são decisões camarárias que podem dar uma ideia aproximada de quanto podem custar as iluminações em cidades pequenas, médias e grandes.

Pobres mas não falidos

"Estamos pobres, mas não estamos falidos", diz o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores. Assim, justifica os 30.000 euros que vão ser gastos com os motivos luminosos. A autarquia prevê gastar menos 22.000 euros do que em 2009. Moita Flores, independente eleito pelo PSD e que recentemente anunciou que este é o seu último mandato, mantém este investimento, ao contrário do seu homólogo de Évora, José Ernesto de Oliveira (PS), que conduziu o seu executivo à decisão de não gastar um cêntimo com as luzes de Natal nas ruas. Moita Flores argumenta que as iluminações são uma maneira de dar "sentido à quadra".

Esta semântica natalícia terá mais significado para o comércio dito tradicional, na sua batalha com as grandes superfícies e shoppings, como assinalava o presidente da União de Associações do Comércio e Serviços, Vasco Mello. "É sempre importante que haja iluminações de Natal nas zonas comerciais, porque trazem vida e público a essas zonas e são uma particularidade que não existe nos outros espaços, como nos centros comerciais", dizia este responsável, em 2009, ao PÚBLICO.

No estado depressivo em que a economia nacional se encontra, cada português estará disposto a cortar seis por cento, em média, nos seus gastos pelo Natal, dizia há uma semana a consultora Deloitte. Se isto for verdade, então restam, em média, 575 euros na carteira de cada português que vá às compras. Já se adivinha uma luta renhida por este dinheiro entre as grandes superfícies e o comércio de rua, que, este ano, vai estar literalmente às escuras em concelhos como Castelo Branco, Guarda e Loures, pela primeira vez em muitos anos.

Na região do Porto, Matosinhos gastará 185 mil euros, menos 20 mil do que no ano passado, e a iluminação de Natal da cidade da Maia não custará mais de 14 mil euros. Vila Nova de Gaia vai ser o município que mais reduz, gastando pouco mais de 20 mil euros. Este valor corresponde a pouco mais de 15 por cento do valor despendido em 2009. Já na cidade do Porto o investimento previsto pode ser de menos de 100 mil euros, quando no ano passado foram gastos 300 mil euros para acrescentar luzes natalícias às artérias da cidade. Quando menos é mais

O corte de verbas mais ou menos generalizado na iluminação não significa menos gastos. Em Viseu, por exemplo, a autarquia vai gastar menos 60 mil em luzes, canalizando parte desta verba para aumentar o número de cabazes distribuídos pelos cidadãos mais necessitados do concelho. Era isto que o pretendente ao trono português, D. Duarte Pio, defendia na sua própria página no Facebook. A ideia de "dar de comer a quem tem fome", em vez de gastos sumptuosos em iluminações era uma "belíssima iniciativa da sociedade civil", noticiava a revista Sábado, há precisamente um mês, fazendo eco das palavras do líder da causa monárquica em Portugal. Viseu, que tanto reclama ser o berço do primeiro rei português, faz-lhe a vontade.

A falta de patrocínios obriga este ano a Câmara de Lisboa a dispensar a gigantesca árvore de Natal que se tornou habitual nos últimos anos. Mesmo assim, a capital é de longe a mais gastadora em encomendas de luzes, tendo aprovado uma factura de 846 mil euros. São menos 230 mil que em 2009. Paradoxalmente, este ano haverá mais avenidas e ruas iluminadas (49) do que no ano passado. E assim se demonstra que menos pode ser mais.

Na amostra de 42 municípios analisados [ver infografia ao lado], também surgem autarquias mais temerárias que até aprovaram uma despesa superior à de 2009. Viana do Castelo, a norte, ou Tomar na região centro, tencionam gastar mais, mas neste "campeonato" o primeiro lugar vai para Aveiro, onde se vai despender para cima do dobro - mais 106 por cento para ser mais exacto. Esta percentagem é, porém, enganadora, pois, em termos absolutos, Aveiro vai investir uns míseros 31.000 euros - uma das facturas mais baixas desta amostra -, quando no ano passado a despesa tinha sido de 15.000. O problema é que as críticas dos comerciantes à "fraca iluminação" de 2009 foram tantas que o executivo decidiu subir a parada em 2010.

O caso de Aveiro é útil para destacar o nó górdio das contas nacionais, isto é, a dificuldade de apurar com exactidão quanto é que o país gasta, de facto, com as luzinhas de Natal nas cidades. Isto porque, dos 31.000 euros a pagar, a Câmara de Aveiro cobre apenas um terço, ficando o resto a cargo da associação de comerciantes e de uma associação que promove a modernização e a revitalização do centro urbano de Aveiro. A partilha de despesas entre diferentes entidades - sobretudo entre aquelas que representam os principais interessados neste tipo de animação urbana - é muito comum.

A factura energética

Outra despesa, bem diferente e que não entra sequer nestas contas, é o consumo de electricidade. Este custo é muitas vezes assumido pelas autarquias - que inscrevem a despesa no apoio que dão às animações de Natal. São custos "irrelevantes", quando comparados com o consumo de electricidade do sistema normal de iluminação pública, diz a associação ambientalista Quercus, mas nem foi preciso a crise para haver esforços de contenção - o que se consegue sobretudo com o recurso a lâmpadas mais eficientes.

As empresas que fornecem a iluminação já perceberam que têm de adaptar os seus produtos a esta exigência. Mas há cidades que nem assim se deixarão conquistar este ano. Palmela, Torres Vedras, Mealhada, Cantanhede, Mangualde, Mirandela não vão gastar qualquer euro com a iluminação natalícia.
 
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por Elias » 7/11/2010 2:18

Crise leva a cortar nas luzes de Natal
6 de Novembro, 2010

Muitas cidades e vilas do país vão ter este ano um Natal menos iluminado, já que a maioria das autarquias ou reduziu ou eliminou mesmo os gastos com as iluminações natalícias

Benavente, no distrito de Santarém, respondeu ao apelo lançado no Facebook «Senhore Presidente de Câmara - Este Ano Não Queremos Luzes de Natal» e decidiu, por unanimidade, não disponibilizar verbas para ornamentos e luzes de Natal já que «os tempos são difíceis e é necessário cortar no que realmente não é prioritário».

Das autarquias questionadas pela Lusa, a maioria referiu contudo que vai manter as iluminações como forma de dinamizar o comércio tradicional, mas com cortes substanciais nos valores destinados a esse fim, obrigando a reduzir o período de duração e os locais a ornamentar.

Uma contenção que se reflete nas empresas que habitualmente prestam este serviço aos municípios. Jorge Castro, da Castros, Iluminações Festivas, disse à Lusa que a sua empresa, que este Natal vai enfeitar as cidades de Lisboa, Porto e Cascais, vai enfrentar a redução do volume de encomendas com «criatividade, apostando em materiais mais leves, mais fáceis de instalar e que permitam redução de custos, procurando outros segmentos de mercado».

O recurso à , desde 2004, tem ajudado a empresa a conquistar mercado e a aposta no mercado externo apresenta «um potencial de crescimento», disse.

Os cortes mais significativos, da ordem dos 200 000 euros em relação a 2009, ocorrem precisamente em Lisboa e no Porto, com a capital a destinar 846 000 euros à iluminação da cidade e a autarquia portuense a reservar um orçamento bem mais modesto, de cerca de 100 000 euros.

«Independentemente das medidas de racionalização de recursos, foi feito um esforço no sentido de encontrar uma solução com dignidade e o maior nível de abrangência possível, dando especial atenção à Baixa da cidade», disse à Lusa Cristina Pinto, da PortoLazer.

Coimbra destinou também 100 000 euros para as iluminações de Natal, que este ano acenderão uma semana mais tarde que o habitual (a 8 de Dezembro) para poupar nos gastos com energia, e conseguiu negociar com a empresa vencedora do concurso uma redução de 10 por cento nos custos.

No Algarve, Albufeira vai investir 70 000 euros, bastante abaixo do valor gasto em 2009 (290 000 euros), por querer canalizar verbas para áreas prioritárias como a educação e a acção social.

Faro destinará igualmente cerca de 70 000 euros às iluminações de Natal, fazendo um corte de 40 por cento a um valor que já em 2009 tinha sido reduzido em 50 por cento, podendo no futuro passar a ornamentar apenas a praça central do município.

«Mais vale dar de comer a quem tem fome do que gastar dinheiro em foguetes ou fogo de artifício», disse à Lusa o presidente da autarquia, Macário Correia.

Já o presidente da câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, quer poupar os 150 000 euros habitualmente gastos em iluminações natalícias, propondo que apenas seja enfeitada a Praça do Giraldo, «sala de visitas» da cidade.

Santarém destina este ano uma verba de 30 000 euros às iluminações de Natal, um corte de 50 por cento em relação ao valor médio gasto nos anos anteriores, enquanto Bragança optou por lançar um concurso que tem por valor base 50 000 euros, sensivelmente o mesmo que gastou em 2009, por querer manter as principais ruas do centro histórico iluminadas como forma de dinamizar o comércio tradicional.

Lusa / SOL
 
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por Elias » 27/10/2010 17:34

Direito de Resposta: Câmara de Lisboa ocultou gastos de 228 mil euros

27.10.2010 - 09:58

Na sequência da publicação no PÚBLICO, de 20 de Outubro de 2010, do artigo com o título Visita do Papa - Câmara ocultou gastos de 228 mil euros, venho, ao abrigo do Direito de Resposta, previsto no artigo 24 da Lei de Imprensa, esclarecer o seguinte:

É falso que a Câmara Municipal de Lisboa tenha ocultado ou sequer pudesse ocultar as verbas dispendidas por ocasião da visita de Sua Santidade o Papa Bento XVI a Lisboa.

A contabilidade municipal é pública e, no caso concreto, as verbas foram aliás publicitadas pela própria autarquia, que as inscreveu no Portal dos Contratos Públicos.

É também falso que a Câmara Municipal de Lisboa, e em particular o seu presidente, alguma vez tivessem dito que o apoio à visita papal não implicaria custos. Pelo contrário, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou repetidamente antes da realização da visita que a câmara estava "a fornecer toda a colaboração solicitada do ponto de vista logístico e operacional", in Diário Económico de 20 de Abril de 2010.

É totalmente falso que a Câmara Municipal de Lisboa tenha comparticipado nos custos do altar como insidiosamente o PÚBLICO escreve. Nem tal comparticipação lhe foi solicitada.

Os pagamentos à Multilem referem-se ao aluguer de tendas para acolher o coro e a comunicação social e ao aluguer e colocação de dois ecrãs (na Praça do Município e na Rua Augusta). Por fim, é nosso entendimento que é dever do Município, enquanto capital do País, colaborar na medida das suas possibilidades em eventos desta natureza, com esta dimensão e importância. E também é dever de laicidade respeitar a liberdade religiosa e ter uma relação positiva com as diferentes confissões.

António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa


N.D.: Na resposta à solicitação da jornalista autora do artigo sobre os custos da visita do Papa para a autarquia, a Câmara de Lisboa mencionou apenas dois dos sete ajustes directos efectuados com empresas privadas.
 
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por PequenoInvest » 26/10/2010 20:37

Na Rua Garrett já lá estão desde a semana passada...
 
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por Elias » 26/10/2010 20:32

Hoje ao passar na rua Morais Soares, em Lisboa, verifiquei que já estão a pendurar as iluminações de Natal.

Já não basta o dinheirão que se vai gastar com estas decorações, ainda por cima são colocadas DOIS MESES antes das festas. Para além dos encargos com a colocação, o facto de as iluminações estarem acesas mais tempo vai representar um gasto adicional em electricidade.

Penso que numa época de contenção, e a manterem-se as iluminações de Natal, penso que seria apropriado reduzir o período ao "mínimo indispensável", digamos por exemplo de 6 de Dezembro a 6 de Janeiro.

Haja dinheiro! :shock:
 
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por PequenoInvest » 26/10/2010 12:06

Notícia hoje no público:

"Fim de ano com fogo-de-artifício em Lisboa vai custar à Câmara perto de 290 mil euros".

Isto a juntar às luzes de natal... mais de 1 milhão de euros gastos em porcaria!!! :evil:
 
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Haja bom senso!

por Perigoso Neoliberal » 23/10/2010 16:02

amsfsma Escreveu:Parece que o assunto aqui (visita do papa, iluminação do Natal) tem a ver a apenas com a legitimidade de ser o Estado (neste caso a Câmara de Lisboa ou as câmaras) a usar o dinheiro dos contribuintes para pagar despesas que deviam ser da responsabilidade das pessoas interessadas em contribuir para as actividades que lhes dizem alguma coisa ou que lhes dão lucros...

Faz-me impressão o meu dinheiro ser usado pelo Estado para financiar religião e mesmo desporto profissional...especialmente num momento de crise...momento que para a maioria só se revelou agora mas que para os mais atentos já há muito de vinha a "construir" na sequência destes comportamentos de que o Estado deve apoiar "tudo"...

O Estado tem que deixar de ser o patrocinador de tudo o que mexe...porque isso tem servido de pretexto para espoliar o contribuinte líquido em favor de projectos e actividades que devem ser desenvolvidos por quem deles beneficia...


Tiraste-me as palavras da boca.

Aproveito para acrescentar um exemplo concreto de algo que ninguém se lembrou neste tópico:

Um amigo meu, chamemos-lhe FV, tem uma micro-empresa. Em 2009, foi contratado por um município para elaborar um estudo de que a câmara necessita para cumprir uma lei da República. A factura venceu em Jan/10.

Após várias insistências, lá pagaram o valor equivalente ao IVA, de forma que a empresa do FV pudesse cumprir as suas obrigações fiscais (pois é, para quem não sabe ou não se lembra, o Estado não quer saber se a factura foi paga ou não, exige que se devolva o valor do IVA da factura emitida).

O restante ainda não foi pago, apesar dos vários telefonemas e até uma reunião com o presidente da câmara. Esse dinheiro em falta representa nada mais nada menos do que os salários do FV e do sócio para vários meses.

Certamente, o referido município vai "investir" em iluminações natalícias.

E eu pergunto aos foristas: sendo o dinheiro algo finito e escasso, qual de vocês, no lugar deste presidente de câmara, daria prioridade ao "investimento" nas iluminações natalícias?
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por Elias » 23/10/2010 10:26

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:Não te sei responder no imediato, vou ter de procurar essa informação. Posso fazê-lo se tiveres interesse.


Sim, tinha algum interesse.


Aqui fica então alguma informação. A maioria do dinheiro gasto em conservação veio de projectos LIFE Natureza ou LIFE Ambiente, que têm uma comparticipação comunitária que varia entre os 50 e os 75%.

Projectos LIFE em Portugal
O programa LIFE financiou 118 projectos em Portugal nos últimos 14 anos. Sessenta e três desses projectos centram-se na inovação ambiental e 55 na conservação da natureza. Há neste momento 26 projectos LIFE em curso, representando um investimento total de 35 milhões de euros, dos quais 20 milhões de euros provenientes da Comunidade Europeia.


Fonte: http://ec.europa.eu/environment/life/co ... _jul07.pdf

Nas ultimas duas páginas deste site encontras alguns quadros com os projectos LIFE em curso em Portugal. Para cada projecto indica-se o montante total e a comparticipação comunitária.

Como poderás ver, a lista de projectos não se resume a espécies "acarinhadas". Aliás alguns projectos são dirigidos a locais e à sua biodiversidade e não a espécies concretas. E dos que respeitam a espécies concretas, nem sequer o projecto do lince ibérico é o mais dispendioso.

Para uma lista mais completa de projectos LIFE em Portugal e no estrangeiro tens o site: http://ec.europa.eu/environment/life/pr ... /index.cfm
 
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por amsfsma » 20/10/2010 23:02

Parece que o assunto aqui (visita do papa, iluminação do Natal) tem a ver a apenas com a legitimidade de ser o Estado (neste caso a Câmara de Lisboa ou as câmaras) a usar o dinheiro dos contribuintes para pagar despesas que deviam ser da responsabilidade das pessoas interessadas em contribuir para as actividades que lhes dizem alguma coisa ou que lhes dão lucros...

Faz-me impressão o meu dinheiro ser usado pelo Estado para financiar religião e mesmo desporto profissional...especialmente num momento de crise...momento que para a maioria só se revelou agora mas que para os mais atentos já há muito de vinha a "construir" na sequência destes comportamentos de que o Estado deve apoiar "tudo"...

O Estado tem que deixar de ser o patrocinador de tudo o que mexe...porque isso tem servido de pretexto para espoliar o contribuinte líquido em favor de projectos e actividades que devem ser desenvolvidos por quem deles beneficia...
 
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por Elias » 20/10/2010 22:56

Sim, é verdade, os coelhos sofreram muito com epidemias, mas essas epidemias são fenómenos relativamente recentes (décadas de 80 e 90) ao passo que o declínio do lince já vem de muito longe...
 
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por radiohead » 20/10/2010 22:55

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por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:52

Sobre o Urso Panda, a propósito da visão antropocêntrica da preservação da natureza, o seu contexto na evolução das espécies e discussão sobre os recursos gastos no envidamento desses esforços (mesmo no ambito da preservação da natureza):

Conservation

The Giant Panda is an endangered species, threatened by continued habitat loss and by a very low birthrate, both in the wild and in captivity.[20]

The Giant Panda has been a target for poaching by locals since ancient times and by foreigners since it was introduced to the West. Starting in the 1930s, foreigners were unable to poach Giant Pandas in China because of the Second Sino-Japanese War and the Chinese Civil War, but pandas remained a source of soft furs for the locals. The population boom in China after 1949 created stress on the pandas' habitat, and the subsequent famines led to the increased hunting of wildlife, including pandas. During the Cultural Revolution, all studies and conservation activities on the pandas were stopped. After the Chinese economic reform, demand for panda skins from Hong Kong and Japan led to illegal poaching for the black market, acts generally ignored by the local officials at the time.

Though the Wolong National Nature Reserve was set up by the PRC government in 1958 to save the declining panda population, few advances in the conservation of pandas were made, due to inexperience and insufficient knowledge of ecology. Many believed that the best way to save the pandas was to cage them. As a result, pandas were caged at any sign of decline, and suffered from terrible conditions. Because of pollution and destruction of their natural habitat, along with segregation due to caging, reproduction of wild pandas was severely limited. In the 1990s, however, several laws (including gun control and the removal of resident humans from the reserves) helped the chances of survival for pandas. With these renewed efforts and improved conservation methods, wild pandas have started to increase in numbers in some areas, even though they still are classified as a rare species.

In 2006, scientists reported that the number of pandas living in the wild may have been underestimated at about 1,000. Previous population surveys had used conventional methods to estimate the size of the wild panda population, but using a new method that analyzes DNA from panda droppings, scientists believe that the wild panda population may be as large as 3,000.[20] Although the species is still endangered, it is thought that the conservation efforts are working. As of 2006, there were 40 panda reserves in China, compared to just 13 reserves two decades ago.[9]

The Giant Panda is among the world's most adored and protected rare animals, and is one of the few in the world whose natural inhabitant status was able to gain a UNESCO World Heritage Site designation. The Sichuan Giant Panda Sanctuaries, located in the southwest Sichuan province and covering seven natural reserves, were inscribed onto the World Heritage List in 2006.[50][51]

Not all conservationists agree that the money spent on conserving pandas is money well spent. Chris Packham has argued that breeding pandas in captivity is "pointless" because "there is not enough habitat left to sustain them".[52] Packham argues that the money spent on pandas would be better spent elsewhere,[52] and has said that he would "eat the last panda if I could have all the money we have spent on panda conservation put back on the table for me to do more sensible things with,"[53] though he has apologized for upsetting people who like pandas.[54] He points out that "The panda is possibly one of the grossest wastes of conservation money in the last half century."[53]


http://en.wikipedia.org/wiki/Giant_Panda#Conservation


E Elias, sobre o lince ibérico, o Wikipédia reporta praticamente o oposto (ele está em parte ameaçado, para além de factores antropogénicos - como a intervenção humana nos espaços que ele habita/habitava - pela falta de presas):

The Iberian lynx is a critically endangered species.[1] The Iberian lynx is the world's most threatened species of cat, and the most threatened carnivore in Europe.[10]

Studies conducted in March 2005 have estimated the number of surviving Iberian lynx to be as few as 100, which is down from about 400 in 2000[11] and down from 4,000 in 1960.[12] If the Iberian lynx were to become extinct, it would be the first big cat species to do so since Smilodon populator 10,000 years ago.

The only breeding populations are in Spain, and were thought to be only living in the Doñana National Park and in the Sierra de Andújar, Jaén. However, in 2007, Spanish authorities announced that they had discovered a previously unknown population in Castilla - La Mancha (Central Spain).[13] It was later announced that there were around 15 individuals there.[14]

The Iberian lynx and its habitat are fully protected and are no longer legally hunted. Its critical status is mainly due to habitat loss, poisoning, road casualties, feral dogs and poaching. Its habitat loss is due mainly to infrastructure improvement, urban and resort development and tree monocultivation, which serves to break the lynx's distribution area. In addition, the lynx prey population of rabbits is also declining due to diseases like myxomatosis and hemorrhagic pneumonia.[15]


http://en.wikipedia.org/wiki/Iberian_Lynx#Population

Não há coelhos selvagens que cheguem para os linces ibéricos...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por mais_um » 20/10/2010 22:50

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Em relação às ruas está provado que aumenta o consumo


Ai está? Isso é algum estudo?



Sim é:
(embora o estudo seja no brasil não deve ser muito diferente de cá)

Ambientação é um item de atração e de encantamento dos clientes
A importância do ambiente para atrair clientes é reconhecida pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), que espera um incremento de 7% nas vendas registradas no último bimestre de 2009 em relação ao ano passado. Em pesquisa realizada pela entidade em 2008, 37% dos entrevistados responderam que a decoração é o item que mais os encantam em uma loja. "Ela tem uma função decisiva, remetendo ao clima da época, fazendo com que o visitante tenha vontade de comprar e se sinta comprometido com a data", lembra Vilson Noer, presidente da CDL da Capital.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=11488



Já estás convencido? :mrgreen:
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por Elias » 20/10/2010 22:47

mais_um Escreveu:Um abraço (e amigos como dantes :) )


Oh meu caro amigo, isso nunca esteve em causa! :)

1 abraço,
Elias
 
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por radiohead » 20/10/2010 22:47

MarcoAntonio Escreveu:Por onde andamos agora em terras lusas já por aqui passou o Homo sapiens neanderthalensis.


Alguns ainda continuam por ai a passear-se...
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por mais_um » 20/10/2010 22:42

Elias Escreveu:Acho perfeitamente legítimo que alguém diga que não devia haver áreas protegidas, mas para isso acontecer não basta escrevê-lo no orçamento: é preciso mudar a lei.


Se é esse o motivo há muitas mais para mudar, já que os institutos e afins foram criados por portarias e leis, que vão ser mudadas para os extinguir.

Resumindo, o facto de ser necessário alterar leis ou portarias não serve de desculpa para não se considerar despesismo.

Elias Escreveu:No caso das câmaras, que eu saiba não faz parte da sua missão nem das suas atribuições organizar as iluminações de Natal. A título de exemplo deixo aqui link para o site da CM Lisboa com as atribuições do departamento de iluminação, não fala em iluminações festivas ou natalícias: http://www.cm-lisboa.pt/?idc=25&idi=31693

Nota que no caso das iluminações estamos a falar de orçamentos anuais e não de legislação.


E? A vinda do Papa também não deve estar incluida nas obrigações da CML e no entanto também foi gasto dinheiro nisso.

É melhor fechar o país, passarmos a andar rotos e descalços como antigamente para não se gastar dinheiro.
Isto começa a ser demasiado mesquinho....


Elias Escreveu:E se não houver dinheiro, faz-se na mesma? :roll:


Como é obvio não, é uma decisão que deve ser tomada pesando os prós e contras, agora que tem influencia no comportamento da população tem.
Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:O BCP gastou uma pipa de massa numa arvore de Natal enorme, pelos vistos eles consideraram que dava retorno.

Está bem, mas o BCP é uma empresa PRIVADA. E sobre a forma como os privados gastam o seu dinheiro eu não faço quaisquer considerações. Como aliás nada teria a dizer se me viesses aqui demonstrar que quem paga as iluminações de Natal são as associações de comerciantes e não as câmaras.



O que está em causa e com a qual eu discordo é esta tua afirmação:

Elias Escreveu:Iluminação de Natal não é investimento. É consumo puro, despesismo que não traz qualquer retorno financeiro. Acho que é justamente nessas coisas que se deve cortar


Iluminação de Natal É investimento e tem retorno finaceiro, independentemente de quem paga (foi por isso que eu referi o caso do BCP e dos promotores dos CC, se não desse retorno não o faziam.)

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Em relação às ruas está provado que aumenta o consumo


Ai está? Isso é algum estudo?

É uma constatação de um facto, referido pelos comerciantes e a prova é que não vês nenhum CC que o não faça.

Elias Escreveu:Mas repara como o teu discurso mudou: há bocado defendias a iluminação de Natal pelo facto de em muitos casos não ser financiada pelas autarquias mas sim por privados (associações de comerciantes).


Escrevi que existia iluminação de natal que também é paga pelos comerciantes, nunca escrevi que isso é o motivo pelo qual eu defendo a iluminação de Natal

Defendo a iluminação de Natal se não colocar em causa coisas mais importantes, independentemente de quem paga. Se uma autarquia diz que ou tem dinheiro para a iluminação de natal ou para o leite escolar, como é obvio escolho o leite.

Elias Escreveu:A partir desse momento largaste o argumento racional do financiamento por privados e passaste ao argumento emocional - .


Epá, eu não larguei nenhum argumento racional, continuo com o mesmo e já o provei, a iluminação de Natal dá retorno, ponto. Se é suficiente para pagar os custo? Aparentemente é já que os privados continuam a faze-lo.

Um abraço (e amigos como dantes :) )

Alexandre Santos
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por Elias » 20/10/2010 22:39

MarcoAntonio Escreveu:
Elias Escreveu:Não te sei responder no imediato, vou ter de procurar essa informação. Posso fazê-lo se tiveres interesse.


Sim, tinha algum interesse.


Ok, eu vou procurar.

Amanhã estou fora todo o dia mas sexta ou sábado espero poder colocar aqui algo sobre esse assunto.
 
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:36

Elias Escreveu:Não te sei responder no imediato, vou ter de procurar essa informação. Posso fazê-lo se tiveres interesse.


Sim, tinha algum interesse.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 20/10/2010 22:33

MarcoAntonio Escreveu:És capaz de sumarizar os milhões gastos nas preservações de espécies em Portugal?


Não te sei responder no imediato, vou ter de procurar essa informação. Posso fazê-lo se tiveres interesse.

Mas desde já posso referir que a maioria dos grandes projectos de conservação (que é desses que estamos a falar) são feitos ao abrigo de programas LIFE / Natureza com financiamento comunitário - tal como aliás acontece com o do lince.
 
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:32

És capaz de sumarizar os milhões gastos nas preservações de espécies em Portugal?
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por Elias » 20/10/2010 22:28

MarcoAntonio Escreveu:Esta coisa de salvar determinadas espécies na verdade revela também uma boa dose de egoísmo e egocentrismo humano porque muita dessa preservação (para não dizer praticamente toda) é feita pelo Homem e para o Homem. Este escolhe umas quantas espécies pelas quais tem especial carinho (não foi por acaso que escolhi mais atrás o Urso Panda) enquanto se vai borrifando para outras pelas quais não tem qualquer carinho.


Marco isso que escreves é uma visão muito distorcida da realidade.

Para começar, o lince é um predador de topo e os predadores de topo são especialmente importantes para garantir o equilíbrio das cadeias alimentares - quando os predadores desaparecem, também o equilíbrio fica ameaçado. Daí que os predadores de topo mereçam especial importância.

Em segundo lugar, convém lembrar que o lince ibérico tem sido muito mediatizado e por isso tens ouvido falar mais dele do que de outras espécies que igualmente têm sido objecto de projectos de conservação. Com efeito, há diversas outras espécies igualmente ameaçadas que têm muito menos visibilidade (ou deverei dizer muitíssimo menos) e que têm igualmente sido objecto de financiamentos importantes para efeitos de conservação.
 
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:25

Pata-Hari Escreveu:Marco, gastar luz, por muito que tentes esticar o conceito, é dificilmente argumentavel como servindo ao que quer que seja. É gasto, consumo. Por muito que isso te dê meia hora de felicidade e independentemente do custo. A não ser que o argumento seja sustentar a EDP.

Proteger uma espécie e a natureza, sustentar o meio ambiente, não é comparável a gastar luz. Nem acredito que estejas a defender a semelhança ou que a vejas.


É notável que o teu post passe completamente ao lado de tudo o que escrevi...

:lol:
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por Pata-Hari » 20/10/2010 22:23

Marco, gastar luz, por muito que tentes esticar o conceito, é dificilmente argumentavel como servindo ao que quer que seja. É gasto, consumo. Por muito que isso te dê meia hora de felicidade e independentemente do custo. A não ser que o argumento seja sustentar a EDP.

Proteger uma espécie e a natureza, sustentar o meio ambiente, não é comparável a gastar luz. Nem acredito que estejas a defender a semelhança ou que a vejas.
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:17

Acho que deve existir uma estratégia de conservação da natureza, com moderação e ponderação. Como deve existir uma estratégia de embelezamento dos espaços urbanos que habitamos com moderação e ponderação (o que vai desde preservar o património imobiliário a iluminar as ruas no período natalício).

Sou totalmente a favor da criação de reservas naturais e até a favor do envidamento de esforços para preservar espécies. Mas esses investimentos devem ser contextualizados e comparados com outros investimentos que o Homem considera relevantes...

Esta coisa de salvar determinadas espécies na verdade revela também uma boa dose de egoísmo e egocentrismo humano porque muita dessa preservação (para não dizer praticamente toda) é feita pelo Homem e para o Homem. Este escolhe umas quantas espécies pelas quais tem especial carinho (não foi por acaso que escolhi mais atrás o Urso Panda) enquanto se vai borrifando para outras pelas quais não tem qualquer carinho.

É uma perspectiva marcadamente antropocêntrica da preservação da natureza!
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por Elias » 20/10/2010 22:08

MarcoAntonio Escreveu:E note-se que o que escrevi não deve ser desvirtuado para sugerir uma falta de cultura. Eu não disse em parte alguma que não devemos respeitar a natureza. O que eu estou a discutir é o investimento de um milhão de euros para salvar uma espécie e compará-lo com outros investimentos...


Mas achas que deve haver uma estratégia para a conservação da natureza? Se sim, com que critérios?
 
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