Falência da Republica Portuguesa iminente?
Artigo interessante e objectivo:
O default inevitável?
por João Oliveira Rendeiro
Os ânimos políticos estão incendiados por causa do Orçamento do Estado para 2011. Argumenta-se, com verdade, que na ausência de uma aprovação - ainda que com a abstenção do PSD - os mercados financeiros internacionais reagiriam muito negativamente. Os juros pedidos a Portugal subiriam de uns já exorbitantes 6% para os níveis actualmente pagos pelos gregos.
Infelizmente, muita desta discussão não faz apelo aos factos mais elementares. De acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) em Basileia, a dívida bruta total de Portugal é de cerca de 350 mil milhões de euros, ou 210% do PIB - muito superior ao total da dívida bruta da Grécia, que representa cerca de 150% do PIB.
É muito importante salientar que, do total de 350 mil milhões de dívida bruta de Portugal, 190 mil milhões de euros (55%) correspondem a dívida do sector bancário e 60 mil milhões (17%) a dívida directa do sector empresarial. A dívida pública portuguesa corresponde a cerca de 100 mil milhões de euros (28%) do referido total de 350 mil milhões.
Resulta desde logo claro que, quando se discute a eventual aprovação do Orçamento e o seu impacto no preço da dívida pública, se está a considerar uma parte (28%) do problema, certamente uma parte muito importante e visível, que porventura até marca o preço do todo. Mas não se pode deixar de considerar que é uma parte, tendo-se de atender ao que se está a passar na componente mais importante, isto é, nos 190 mil milhões de euros da dívida bruta dos bancos portugueses.
O que se conhece em matéria de financiamento do sistema financeiro português é que, desde Fevereiro do corrente ano, a única fonte de financiamento é o Banco Central Europeu (BCE). Em finais de Agosto o BCE já representava em contratos de recompra "repo" de curto prazo cerca de 50 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 25% do total da dívida bruta dos bancos portugueses. Entretanto espera-se que este montante continue a subir. Por outras palavras, os bancos e os investidores internacionais, pelo fecho de linhas e não renovação de "repo" e títulos vencidos, estão a concentrar no BCE o risco de crédito da banca portuguesa, constituindo-se este a breve trecho credor único.
Põe-se a este propósito uma questão muito relevante, pois em algum momento a sra. Merkel vai perguntar ao sr. Trichet como é que o apoio de liquidez - supostamente de curto prazo - vai ser quadrado. Isto é, por outras palavras, como e quando serão os bancos portugueses outra vez financiados pelos bancos internacionais para repagar estes 50 mil milhões ao Banco Central Europeu.
Voltamos então ao tema central da questão: tem ou não a economia portuguesa condições de pagar aos seus credores dado o montante da sua dívida e as suas perspectivas de crescimento?
O economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, há muito tempo (2006), num estudo sobre o ajustamento de Portugal no quadro da União Monetária, concluiu que, para se restabelecer a competitividade de Portugal - perante a impossibilidade de desvalorização competitiva -, os salários teriam de ser reduzidos 20%, ou seja, quatro vezes mais que o ajustamento pedido no Orçamento do Estado de 2011.
Sucede que o impacto, por metade que fosse, de um tal corte no rendimento disponível levaria a uma descida brutal na capacidade das famílias e das empresas de cumprir as suas obrigações - nomeadamente no crédito à habitação - e as imparidades no sistema financeiro seriam de tal ordem que o deixaria em evidente insolvência e a exigir importantes aumentos de capital para as instituições que o pudessem fazer.
Chegou assim Portugal a uma situação que Alan Greenspan classificaria como "conondrum" mas o Zé Povinho traduziria por "preso por ter cão, preso por não ter". Isto é, as medidas para restabelecer a competitividade, os equilíbrios orçamentais e o défice externo são de tal ordem que a solvabilidade do sistema financeiro está em risco, mas a opção de nada fazer também não é opção.
É assim cristalino por que razão os mercados internacionais estão fechados a Portugal e porque me parece evidente que não vão reabrir - independentemente do Orçamento.
Parece-me, em conclusão, perfeitamente óbvio que o default será uma peça central para esta quadratura do círculo e para isso nos temos todos de preparar. O default pode ser muito ruidoso ou pouco ruidoso - nessa matéria teremos sempre a ajuda dos que não pretendem que os casos marginais contagiem o euro.
http://www.ionline.pt/conteudo/86759-o- ... inevitavel
O default inevitável?
por João Oliveira Rendeiro
Os ânimos políticos estão incendiados por causa do Orçamento do Estado para 2011. Argumenta-se, com verdade, que na ausência de uma aprovação - ainda que com a abstenção do PSD - os mercados financeiros internacionais reagiriam muito negativamente. Os juros pedidos a Portugal subiriam de uns já exorbitantes 6% para os níveis actualmente pagos pelos gregos.
Infelizmente, muita desta discussão não faz apelo aos factos mais elementares. De acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) em Basileia, a dívida bruta total de Portugal é de cerca de 350 mil milhões de euros, ou 210% do PIB - muito superior ao total da dívida bruta da Grécia, que representa cerca de 150% do PIB.
É muito importante salientar que, do total de 350 mil milhões de dívida bruta de Portugal, 190 mil milhões de euros (55%) correspondem a dívida do sector bancário e 60 mil milhões (17%) a dívida directa do sector empresarial. A dívida pública portuguesa corresponde a cerca de 100 mil milhões de euros (28%) do referido total de 350 mil milhões.
Resulta desde logo claro que, quando se discute a eventual aprovação do Orçamento e o seu impacto no preço da dívida pública, se está a considerar uma parte (28%) do problema, certamente uma parte muito importante e visível, que porventura até marca o preço do todo. Mas não se pode deixar de considerar que é uma parte, tendo-se de atender ao que se está a passar na componente mais importante, isto é, nos 190 mil milhões de euros da dívida bruta dos bancos portugueses.
O que se conhece em matéria de financiamento do sistema financeiro português é que, desde Fevereiro do corrente ano, a única fonte de financiamento é o Banco Central Europeu (BCE). Em finais de Agosto o BCE já representava em contratos de recompra "repo" de curto prazo cerca de 50 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 25% do total da dívida bruta dos bancos portugueses. Entretanto espera-se que este montante continue a subir. Por outras palavras, os bancos e os investidores internacionais, pelo fecho de linhas e não renovação de "repo" e títulos vencidos, estão a concentrar no BCE o risco de crédito da banca portuguesa, constituindo-se este a breve trecho credor único.
Põe-se a este propósito uma questão muito relevante, pois em algum momento a sra. Merkel vai perguntar ao sr. Trichet como é que o apoio de liquidez - supostamente de curto prazo - vai ser quadrado. Isto é, por outras palavras, como e quando serão os bancos portugueses outra vez financiados pelos bancos internacionais para repagar estes 50 mil milhões ao Banco Central Europeu.
Voltamos então ao tema central da questão: tem ou não a economia portuguesa condições de pagar aos seus credores dado o montante da sua dívida e as suas perspectivas de crescimento?
O economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, há muito tempo (2006), num estudo sobre o ajustamento de Portugal no quadro da União Monetária, concluiu que, para se restabelecer a competitividade de Portugal - perante a impossibilidade de desvalorização competitiva -, os salários teriam de ser reduzidos 20%, ou seja, quatro vezes mais que o ajustamento pedido no Orçamento do Estado de 2011.
Sucede que o impacto, por metade que fosse, de um tal corte no rendimento disponível levaria a uma descida brutal na capacidade das famílias e das empresas de cumprir as suas obrigações - nomeadamente no crédito à habitação - e as imparidades no sistema financeiro seriam de tal ordem que o deixaria em evidente insolvência e a exigir importantes aumentos de capital para as instituições que o pudessem fazer.
Chegou assim Portugal a uma situação que Alan Greenspan classificaria como "conondrum" mas o Zé Povinho traduziria por "preso por ter cão, preso por não ter". Isto é, as medidas para restabelecer a competitividade, os equilíbrios orçamentais e o défice externo são de tal ordem que a solvabilidade do sistema financeiro está em risco, mas a opção de nada fazer também não é opção.
É assim cristalino por que razão os mercados internacionais estão fechados a Portugal e porque me parece evidente que não vão reabrir - independentemente do Orçamento.
Parece-me, em conclusão, perfeitamente óbvio que o default será uma peça central para esta quadratura do círculo e para isso nos temos todos de preparar. O default pode ser muito ruidoso ou pouco ruidoso - nessa matéria teremos sempre a ajuda dos que não pretendem que os casos marginais contagiem o euro.
http://www.ionline.pt/conteudo/86759-o- ... inevitavel
Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Eu também estou de acordo com afirmação do Mais_um, mas aquilo não são intenções de políticos portugueses ou gregos... São alemães e franceses.
Deixa cá ver... os alemães e franceses, os tais que resolveram estipular multas pesadas para quem violasse o pacto de estabilidade e que resolveram não as aplicar quando dois dos primeiros países a entrar em incumprimento foram a Alemanha e a França? É desses alemães e franceses que estás a falar?
Esses mesmo... Tem piada, mas são eles que ditam e orientam as regras.
Poix... como dizia ontem a MFL, "quem paga é quem manda"...
Também me lembrei dessa...

JMHP Escreveu:Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Eu também estou de acordo com afirmação do Mais_um, mas aquilo não são intenções de políticos portugueses ou gregos... São alemães e franceses.
Deixa cá ver... os alemães e franceses, os tais que resolveram estipular multas pesadas para quem violasse o pacto de estabilidade e que resolveram não as aplicar quando dois dos primeiros países a entrar em incumprimento foram a Alemanha e a França? É desses alemães e franceses que estás a falar?
Esses mesmo... Tem piada, mas são eles que ditam e orientam as regras.
Poix... como dizia ontem a MFL, "quem paga é quem manda"...
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Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Eu também estou de acordo com afirmação do Mais_um, mas aquilo não são intenções de políticos portugueses ou gregos... São alemães e franceses.
Deixa cá ver... os alemães e franceses, os tais que resolveram estipular multas pesadas para quem violasse o pacto de estabilidade e que resolveram não as aplicar quando dois dos primeiros países a entrar em incumprimento foram a Alemanha e a França? É desses alemães e franceses que estás a falar?
Esses mesmo... Tem piada, mas são eles que ditam e orientam as regras.

JMHP Escreveu:Eu também estou de acordo com afirmação do Mais_um, mas aquilo não são intenções de políticos portugueses ou gregos... São alemães e franceses.
Deixa cá ver... os alemães e franceses, os tais que resolveram estipular multas pesadas para quem violasse o pacto de estabilidade e que resolveram não as aplicar quando dois dos primeiros países a entrar em incumprimento foram a Alemanha e a França? É desses alemães e franceses que estás a falar?

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Elias Escreveu:"ficou decidido a intenção" é giro - mas concordo com o mais_um - uma declaração de intenções não tem força de lei. E vindo de políticos cheira a demagogia...
Eu também estou de acordo com afirmação do Mais_um, mas aquilo não são intenções de políticos portugueses ou gregos... São alemães e franceses, o eixo que tem o poder na EU.
E como dizia e citando ontem o ex-juiz do Tribunal de Contas Carlos Moreno durante o programa Negócios da Semana.... «O que tem de ser, tem muita força»
Editado pela última vez por JMHP em 5/11/2010 1:40, num total de 1 vez.
Re: :)
mais_um Escreveu:JMHP Escreveu:No último conselho europeu, que teve lugar em Bruxelas na passada sexta-feira, Berlim propôs que os investidores assumam perdas na dívida de países que recorram ao fundo de estabilização da União Europeia, caso este assuma carácter permanente a partir de 2013.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=452171
Humm...uma coisa é propor outra é ser aceite, o que não foi, não andas atento à imprensa?..
Tu andas muito atarefado a responder aos posts e são tantos que perdes alguma precisão na leitura... ora lé bem o que eu escrevi:
«Segundo a decisão da cimeira Europeia realizada na 6ªfeira passada, ficou decidido a intenção de o risco da divida publica passar a ser também suportado pelos investidores e instituições privadas.»

Re: :)
JMHP Escreveu:No último conselho europeu, que teve lugar em Bruxelas na passada sexta-feira, Berlim propôs que os investidores assumam perdas na dívida de países que recorram ao fundo de estabilização da União Europeia, caso este assuma carácter permanente a partir de 2013.
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Humm...uma coisa é propor outra é ser aceite, o que não foi, não andas atento à imprensa?..

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: :)
Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Estás interessado em comprar divida publica nacional?!... Talvez o teu instinto patriótico ajude.
Ena! Então agora comprar dívida pública é um acto patriótico? Essa linha de argumentação é aquilo a que eu costumo chamar chantagem emocional e passa, no caso em apreço, por jogar a cartada do factor emocional para tentar sacar algum![]()
Acontece que:
- eu não acho que comprar dívida pública (nomeadamente para consertar as asneiras que outos andaram a fazer) seja um acto de patriotismo;
- acredito num mercado livre e nas normas de mercado e por acaso considero que há opções mais interessantes no mercado para aplicar o meu património;
- estarei permanentemente disponível para rever a minha posição se as condições que o Estado oferece se tornarem interessantes e competitivas.
Para mim não, mas para algumas pessoas parece fazer sentido ou poderá ser algo ligado com patriotismo, dado que estão disponíveis para assumir o risco de investir na divida publica de países com grau de default cada vez maior.
Editado pela última vez por JMHP em 5/11/2010 1:23, num total de 1 vez.
Re: :)
JMHP Escreveu:Estás interessado em comprar divida publica nacional?!... Talvez o teu instinto patriótico ajude.
Ena! Então agora comprar dívida pública é um acto patriótico? Essa linha de argumentação é aquilo a que eu costumo chamar chantagem emocional e passa, no caso em apreço, por jogar a cartada do factor emocional para tentar sacar algum

Acontece que:
- eu não acho que comprar dívida pública (nomeadamente para consertar as asneiras que outos andaram a fazer) seja um acto de patriotismo;
- acredito num mercado livre e nas normas de mercado e por acaso considero que há opções mais interessantes no mercado para aplicar o meu património;
- estarei permanentemente disponível para rever a minha posição se as condições que o Estado oferece se tornarem interessantes e competitivas.
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Re: :)
mais_um Escreveu:JMHP Escreveu:Segundo a decisão da cimeira Europeia realizada na 6ªfeira passada, ficou decidido a intenção de o risco da divida publica passar a ser também suportado pelos investidores e instituições privadas.
Fonte?
Não andas atento à impressa?!... Resumidamente foi o que os jornais e telejornais informaram e ainda á pouco vi dois ex-ministros das finanças comentarem essa decisão na RTPN.
Esse é o principal motivo que está a motivar as subidas dos juros de hoje de financiamento das dividas publicas de Portugal, Grécia e Irlanda, levando inclusive ao afastamento de fundos soberanos.
"As decisões dos fundos soberanos ajudam a explicar a subida dos juros da dívida da Grécia, Irlanda e Portugal, consideradas as economias mais fracas da Zona Euro", escreve o jornal britânico.
O "Financial Times" acrescenta ainda que o sentimento do mercado em relação aos mercados da dívida dos países periféricos começou a enfraquecer desde que os líderes da União Europeia anunciaram, na sexta-feira, que os investidores podem ter que assumir uma percentagem maior das perdas em futuros resgates.
No último conselho europeu, que teve lugar em Bruxelas na passada sexta-feira, Berlim propôs que os investidores assumam perdas na dívida de países que recorram ao fundo de estabilização da União Europeia, caso este assuma carácter permanente a partir de 2013.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=452171
Editado pela última vez por JMHP em 5/11/2010 1:16, num total de 3 vezes.
Re: :)
mais_um Escreveu:Elias Escreveu:mais_um Escreveu:A questão é que para prazos e produtos semelhantes o Estado oferece taxas melhores para os particulares do que para os institucionais. que eu saiba, 6,1 ainda é maior que 5,13.....
A questão é também: em caso de default, quem é que fica a arder primeiro?
Enquanto vivermos num estado de direito, os CT não tem o risco de entrar em default, já que as suas condições são lei.
Hum... e desde quando a lei neste país é cumprida? Ou por outra, se o Estado não cumprir, quais são as consequências para o Estado? Provavelmente nenhumas...
Ora curte esta notícia:
Estado demora 141 dias a pagar facturas a fornecedores
por Mariana de Araújo Barbosa, Publicado em 11 de Maio de 2010
O Estado português demora 141 a pagar as dívidas aos fornecedores, sendo o pior pagador do país, de acordo com o Índice de Pagamentos Europeus para Portugal (EPI), divulgado ontem em Lisboa.
"Todas as empresas que negoceiam com o Estado têm mais dificuldades. Mas mesmo sabendo que o Estado paga tarde as empresas preferem porque sabem que mais tarde ou mais cedo recebem", explica Luís Salvaterra, director geral da Intrum Justitia para Portugal e Espanha. A consultora apresentou os resultados do EPI - que analisou os hábitos de pagamento de empresas e consumidores de 25 países europeus - e concluiu que entre Janeiro e Março de 2010, Portugal continua na "cauda da Europa no que respeita ao índice de risco de pagamentos", apesar dos sinais ténues de recuperação económica. "O nível de apreensão é muito grande", justifica Luís Salvaterra, acrescentando que a tolerância das empresas é muito grande em relação aos atrasos e que, por isso, a situação tende a agravar-se.
"Em Portugal esta situação assume proporções alarmantes: 30% das empresas portuguesas inquiridas esperam em média 159 dias antes de enviar os créditos para uma empresa de gestão e recuperação de crédito", refere o relatório. A situação, analisa Luís Salvaterra, obriga a que algumas empresas se tornem financiadoras de outras, "desvirtuando na base o papel dos bancos".
Entre Janeiro e Março, o atraso nos pagamentos diminuiu um dia - de 19 para 18 dias - na Europa, ainda que a percentagem média de incobráveis tenha aumentado de 2,4% para 2,6%. No entanto, em Portugal este valor é ainda maior: 2,8% das dívidas são incobráveis, 0,2% acima da média europeia.
Em Setembro entra em vigor a nova lei de moratória, que prevê multas ao Estado em caso de atrasos no pagamento de serviços a fornecedores. "A lei é uma boa intenção, mas a realidade desmente-a. É impossível mudar até Setembro, de um prazo de 140 dias para 60 dias", considera o director-geral da Intrum Justitia, Luís Salvaterra.
http://www.ionline.pt/conteudo/59242-pi ... rnecedores
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Re: :)
JMHP Escreveu:Segundo a decisão da cimeira Europeia realizada na 6ªfeira passada, ficou decidido a intenção de o risco da divida publica passar a ser também suportado pelos investidores e instituições privadas.
Fonte?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:A questão é que para prazos e produtos semelhantes o Estado oferece taxas melhores para os particulares do que para os institucionais. que eu saiba, 6,1 ainda é maior que 5,13.....
A questão é também: em caso de default, quem é que fica a arder primeiro?
Segundo a decisão da cimeira Europeia realizada na 6ªfeira passada, ficou decidido a intenção de o risco da divida publica passar a ser também suportado pelos investidores e instituições privadas.
Estás interessado em comprar divida publica nacional?!... Talvez o teu instinto patriótico ajude.
mais_um Escreveu:Enquanto vivermos num estado de direito, os CT não tem o risco de entrar em default, já que as suas condições são lei.
Sim é verdade, mas quando o dinheiro acaba... vão-se os direitos!
Editado pela última vez por JMHP em 5/11/2010 1:03, num total de 2 vezes.
Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:A questão é que para prazos e produtos semelhantes o Estado oferece taxas melhores para os particulares do que para os institucionais. que eu saiba, 6,1 ainda é maior que 5,13.....
A questão é também: em caso de default, quem é que fica a arder primeiro?
Enquanto vivermos num estado de direito, os CT não tem o risco de entrar em default, já que as suas condições são lei.
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Re: :)
mais_um Escreveu:A questão é que para prazos e produtos semelhantes o Estado oferece taxas melhores para os particulares do que para os institucionais. que eu saiba, 6,1 ainda é maior que 5,13.....
A questão é também: em caso de default, quem é que fica a arder primeiro?
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Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Então estás a queixar-te das taxas que o Estado tem para os particulares porquê? É só para chatear?![]()
Vamos lá a ver: eu não ponho o meu nas mãos do Estado, pelas razões que já expliquei; no entanto o meu já lá foi parar através dos impostos e por isso sinto-me no direito de opinar: concretamente, defendo que o Estado faria melhor negócio para se financiar se oferecesse taxas mais atractivas ao público em geral (nomeadamente em C.A., por exemplo), em lugar de ter de emitir dívida a taxas elevadíssimas com prazos longuíssimos. A factura vem depois e chama-se juros da dívida.
A questão é que para prazos e produtos semelhantes o Estado oferece taxas melhores para os particulares do que para os institucionais. que eu saiba, 6,1 ainda é maior que 5,13.....
MAs se insistires a comparar alhos com bugalhos, continuas a discussão sozinho, já não dou masi para esse peditório!

Editado pela última vez por mais_um em 5/11/2010 0:49, num total de 1 vez.
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Re: :)
mais_um Escreveu:Então estás a queixar-te das taxas que o Estado tem para os particulares porquê? É só para chatear?![]()
Vamos lá a ver: eu não ponho o meu nas mãos do Estado, pelas razões que já expliquei; no entanto o meu já lá foi parar através dos impostos e por isso sinto-me no direito de opinar: concretamente, defendo que o Estado faria melhor negócio para se financiar se oferecesse taxas mais atractivas ao público em geral (nomeadamente em C.A., por exemplo), em lugar de ter de emitir dívida a taxas elevadíssimas com prazos longuíssimos. A factura vem depois e chama-se juros da dívida.
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Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Existe só para quem não é cliente do BIG, como eu já sou, não existe para mim, mas CT a 6,1% existia para toda a gente, eu subscrevi, tu subscreveste?
Claro que não! Por várias razões, que enumero:
- ter o meu dinheiro empatado 10 anos não me parece uma opção interessante;
- uma taxa de 6% parece-me pouco atractiva quando é possível fazer o dobro ou o triplo investindo no mercado de acções;
- não me sinto totalmente confiante de que o Estado venha a saldar a sua dívida no tempo estabelecido (aliás a taxa elevada é um reflexo natural do risco de incumprimento).
Então estás a queixar-te das taxas que o Estado tem para os particulares porquê? É só para chatear?


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Re: :)
amon_CALD Escreveu:JMHP desde quando a captação da poupança, independentemente da capacidade do povo poupar (muito ou pouco) tem a ver com a taxa que o estado está a praticar com os aforradores? Desde quando eu como aforrador estarei a poupar com uma taxa citada pelo ELIAS (0.99%) sabendo eu que a taxa de inflação vai ser de 2,1%? Quem eu ando afinal a financiar, a divida de quem está entalado? Mas afinal a divida é publica ou privada? Porque razão terei eu de ceder o meu dinheiro a taxas baixas, quando o estado se financia a 7%, Mas porque terei de colocar uma divida fora, podendo colocar alguma cá dentro a preços mais atractivos? Eu sei bem porque é !! Mas gostava que esses economistas hipócritas, analistas do tacho, políticos salvadores com receita mágica que fundamentasse o sentido disto! Ninguém fala disto porque certamente não convém dizer que o estado está a financiar a dívida dos bancos!...
É possível comprar directamente no mercado dívida pública, tanto nacional como estrangeira. No entanto, os custos são elevados e a escolha é condicionada ao conhecimento de cada pessoa sobre este mercado. A opção mais ajustada para quem procura protecção e rendimento no Tesouro nos países, acaba por ser os fundos de investimento.
.......
Dívida nacional - Valorização nos prazos curtos
A expectativa para a evolução da dívida do Estado português não difere muito do cenário esperado para as economias europeias nos próximos meses. Estando Portugal inserido na Zona Euro, a sua dívida deverá também beneficiar da política monetária comum.
"As perspectivas de evolução da dívida pública de Portugal são de queda das taxas de juro, sobretudo nos prazos mais curtos em resultado das taxas de juro de curto prazo ditadas pelos cortes das taxas directoras do BCE", refere a economista-chefe do BPI, Cristina Casalinho.
Com efeito, as recentes descidas dos juros na Zona Euro são um dos factores a provocar a queda dos juros das obrigações do Tesouro (OT) português e, por conseguinte, a sua valorização.
É nos títulos com prazos mais curtos que essa queda é mais acentuada. Desde o início do ano, as "yields" (juros) das OT com maturidade a dois anos já desceram 124 pontos base, segundo dados disponíveis na agência Bloomberg, enquanto no prazo de cinco anos a queda situa-se nos 45 pontos base. Valor próximo da descida das "yields" da OT a dez anos, a qual atinge os 42 pontos base.
Já o economista do Santander Totta, Rui Constantino, considera que a ajuda financeira disponibilizada pelo Governo aos bancos nacionais levará o Estado a aumentar o número de emissões, acompanhando, desta forma, a tendência da generalidade dos países europeus.
Ainda que a dívida pública portuguesa possa apresentar perspectivas de valorização, há que ter em conta o seu maior risco em relação à dívida de outros países desenvolvidos, principalmente a Alemanha. O prémio de risco de Portugal é superior ao do estado alemão, a maior economia europeia, com os dois países a terem notações de "rating" distintas. São os prémios de risco dos Estados que explicam a diferença ao nível do "spread" da dívida pública portuguesa face à alemã, tida como referência na Europa.
No entanto, comparada com outros países europeus, como a Grécia, o risco da dívida nacional em relação à alemã é menor. A Grécia tem, actualmente, um "spread" acima do valor registado antes da adesão ao euro (ver pág. V).
Como investir
Há quatro formas de investir na dívida do Estado português. Directamente, através da compra de obrigações do Tesouro (OT) e bilhetes do Tesouro (BT). Indirectamente, por via dos certificados de aforro e fundos de investimento. Os certificados são os instrumentos de dívida mais procurados pelos portugueses, podendo ser adquiridos em qualquer estação dos Correios. Já as OT e os BT são transaccionados em pequenos lotes no segmento de retalho da bolsa nacional, mercado gerido pela Euronext Lisbon. Contudo, a sua negociação directa implica custos de negociação que podem ser elevados para um investidor privado. Aos particulares, será mais ajustado procurar exposição pela via dos fundos de investimento, embora não exista nenhum exclusivamente de dívida nacional. Os fundos diversificam.
Glossário
Obrigações do Tesouro
Valores mobiliários de médio e longo prazo, emitidos através de operações sindicadas, leilões ou por subscrição limitada. São o principal instrumento utilizado pelo Estado para financiar-se. As OT podem ser emitidas com prazos entre um e 50 anos, com ou sem cupão, taxa de juro fixa, amortizáveis no vencimento pelo seu valor nominal e possibilidade de destaque de direitos.
Bilhetes do Tesouro
Valores mobiliários de curto prazo com o valor unitário de um euro. São emitidos com prazos até um ano, colocados a desconto através de leilão ou subscrição limitada e reembolsáveis no vencimento pelo valor nominal.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=343076
amon_CALD Escreveu:.... Ouço todos os dias barbaridades, sobretudo aqueles que a salvação está no sector privado, quando foi o sector privado o samsuga deste país nestes ultimos 37 anos! Chega de financiamento da treta, o estado continua a financiar os filhos da chupeta, o maior chucha foi o sector privado
Estranho... Aos longo de 3 décadas de democracia o Estado foi alargando o seu domínio na economia e assim como no desenvolvimento do país, hoje consome mais de 50% dos recursos financeiros que o país ainda produz, apesar de possuir uma economia degradada e frágil...
No final são os privados os culpados e que arruínam o Estado...

Editado pela última vez por JMHP em 5/11/2010 0:55, num total de 4 vezes.
Re: :)
mais_um Escreveu:Existe só para quem não é cliente do BIG, como eu já sou, não existe para mim, mas CT a 6,1% existia para toda a gente, eu subscrevi, tu subscreveste?
Claro que não! Por várias razões, que enumero:
- ter o meu dinheiro empatado 10 anos não me parece uma opção interessante;
- uma taxa de 6% parece-me pouco atractiva quando é possível fazer o dobro ou o triplo investindo no mercado de acções;
- não me sinto totalmente confiante de que o Estado venha a saldar a sua dívida no tempo estabelecido (aliás a taxa elevada é um reflexo natural do risco de incumprimento).
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Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Hoje estás numa de demagogia![]()
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, os 5% é só para novos clientes, limitado a 25 mil € e com a duração de 2 meses, depois acaba......
Claro que é limitado, eu não disse o contrário. Mas que existe, existe
Existe só para quem não é cliente do BIG, como eu já sou, não existe para mim, mas CT a 6,1% existia para toda a gente, eu subscrevi, tu subscreveste?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: :)
mais_um Escreveu:Hoje estás numa de demagogia![]()
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, os 5% é só para novos clientes, limitado a 25 mil € e com a duração de 2 meses, depois acaba......
Claro que é limitado, eu não disse o contrário. Mas que existe, existe

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Re: :)
Elias Escreveu:mais_um Escreveu:Queres comparar produtos que podem ser movimentados ao fim de 3 meses com produtos a 10 anos??
Por acaso eu não acho a comparação assim tão descabida. Os depósitos a prazo têm taxas à roda de 2% mas vários bancos estão a oferecer depósitos a prazo promocionais com um prazo de 3 meses e taxas de 4% ou mesmo 5% (no caso da BIG). Por isso, SIM, é possível ter taxas atractivas com prazos curtos. Basta procurar
Hoje estás numa de demagogia



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