Bruxelas defende que bancos devem falir...
Posso levantar 200.000€ para pôr debaixo do colchão?
E depois não me vêem com maluqueiras que estou a "lavar" o dinheiro?
EDIT: Começo a ficar preocupado! se o bancos não oferecem garantia e se os governos lavam as mãos como pilatos então não resta outra alternativa (tal como em 1929) senão guardar a massa debaixo do colchão!
Estes "gajos" são loucos!
E depois não me vêem com maluqueiras que estou a "lavar" o dinheiro?
EDIT: Começo a ficar preocupado! se o bancos não oferecem garantia e se os governos lavam as mãos como pilatos então não resta outra alternativa (tal como em 1929) senão guardar a massa debaixo do colchão!
Estes "gajos" são loucos!
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É pura demagogia, pois o que o Estado pôs lá (cerca de 4 mil milhões através da CGD) foi via empréstimo e não está certamente contabilizado no défice. Não foi dinheiro a fundo perdido. Só será a fundo perdido caso o BPN não consiga devolver, mas isso são contas futuras.
Aliás, o Estado nem sequer aumentou o capital do BPN. Apenas agora é que pondera aumentar o capital do BPN em 400 milhões antes de vender. Em resultado disso terá que forçosamente aumentar o seu valor de venda dos tais 180 milhões, senão aí é que se concretiza imediatamente uma perda para os cofres públicos.
Tal como esta questão, a questão dos bancos pagarem poucos impostos é também falso e demagógico, pois a tributação dos bancos tem que ser vista de forma agregada, enquanto grupo, e não de forma individual, pelas razões que já expliquei por aí noutro tópico (acho que dedicado especialmente a essa questão).
Aliás, o Estado nem sequer aumentou o capital do BPN. Apenas agora é que pondera aumentar o capital do BPN em 400 milhões antes de vender. Em resultado disso terá que forçosamente aumentar o seu valor de venda dos tais 180 milhões, senão aí é que se concretiza imediatamente uma perda para os cofres públicos.
Tal como esta questão, a questão dos bancos pagarem poucos impostos é também falso e demagógico, pois a tributação dos bancos tem que ser vista de forma agregada, enquanto grupo, e não de forma individual, pelas razões que já expliquei por aí noutro tópico (acho que dedicado especialmente a essa questão).
alexandre7ias Escreveu:Milhões injectados no BPN davam para tapar buraco orçamental, diz Louçã
11h36m
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, criticou hoje, quinta-feira, o Orçamento do Estado de "consenso" entre PS e PSD, considerando que prejudica a economia portuguesa e que "cava um buraco cada vez mais fundo" de desemprego.
"A economia em 2011, com este orçamento, ficará muito pior do que este ano, ou seja, vamos cavando um buraco cada vez mais fundo. E isso significa um aumento do desemprego e sobretudo desempregados, idosos e pobres mais desprotegidos", disse Francisco Louçã.
Em vésperas da discussão na Assembleia da República do Projecto de Lei do BE para Combater a Precariedade Laboral, Francisco Louçã esteve hoje no Centro de Emprego da Amadora, onde criticou PS e PSD por construírem um orçamento de recessão que não estimula a economia nacional e que vai aumentar o desemprego.
"A proposta do PSD, que dizia que não aumentava os impostos e agora já quer aumentar, que dizia que não aceitava que o IVA aumentasse e já quer aumentar, faz parte de um consenso entre o PS e o PSD que prejudica a economia portuguesa", adiantou.
Quanto ao investimento do governo de mais 400 milhões de euros no BPN, anunciado hoje, quinta-feira, pela imprensa, Francisco Louçã garante que com este reforço o total do dinheiro investido pelo Estado neste banco daria para cobrir "o buraco orçamental de todo o país".
"Já vai chegar a cinco mil milhões. É o total do buraco orçamental de todo o país", disse, criticando o governo por fazer "tudo o que for preciso para proteger a falcatrua financeira e tudo o que for necessário para estrangular uma economia que tem cada vez mais dificuldades".
"O governo corta 500 milhões de euros nos abonos de família, na acção social escolar e no apoio aos desempregados, mas vai pôr quatrocentos milhões agora a acrescentar ao muito que já pôs no BPN, que é um banco que não tem qualquer viabilidade porque foi falido pela falcatrua dos seus donos", adiantou.
Vários deputados do Bloco de Esquerda estiveram hoje numa acção "contra o desemprego" nos centros de emprego do distrito de Lisboa onde, segundo dados do BE, estão inscritos mais de 100 mil pessoas.
DEMAGOGIA!
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Milhões injectados no BPN davam para tapar buraco orçamental, diz Louçã
11h36m
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, criticou hoje, quinta-feira, o Orçamento do Estado de "consenso" entre PS e PSD, considerando que prejudica a economia portuguesa e que "cava um buraco cada vez mais fundo" de desemprego.
"A economia em 2011, com este orçamento, ficará muito pior do que este ano, ou seja, vamos cavando um buraco cada vez mais fundo. E isso significa um aumento do desemprego e sobretudo desempregados, idosos e pobres mais desprotegidos", disse Francisco Louçã.
Em vésperas da discussão na Assembleia da República do Projecto de Lei do BE para Combater a Precariedade Laboral, Francisco Louçã esteve hoje no Centro de Emprego da Amadora, onde criticou PS e PSD por construírem um orçamento de recessão que não estimula a economia nacional e que vai aumentar o desemprego.
"A proposta do PSD, que dizia que não aumentava os impostos e agora já quer aumentar, que dizia que não aceitava que o IVA aumentasse e já quer aumentar, faz parte de um consenso entre o PS e o PSD que prejudica a economia portuguesa", adiantou.
Quanto ao investimento do governo de mais 400 milhões de euros no BPN, anunciado hoje, quinta-feira, pela imprensa, Francisco Louçã garante que com este reforço o total do dinheiro investido pelo Estado neste banco daria para cobrir "o buraco orçamental de todo o país".
"Já vai chegar a cinco mil milhões. É o total do buraco orçamental de todo o país", disse, criticando o governo por fazer "tudo o que for preciso para proteger a falcatrua financeira e tudo o que for necessário para estrangular uma economia que tem cada vez mais dificuldades".
"O governo corta 500 milhões de euros nos abonos de família, na acção social escolar e no apoio aos desempregados, mas vai pôr quatrocentos milhões agora a acrescentar ao muito que já pôs no BPN, que é um banco que não tem qualquer viabilidade porque foi falido pela falcatrua dos seus donos", adiantou.
Vários deputados do Bloco de Esquerda estiveram hoje numa acção "contra o desemprego" nos centros de emprego do distrito de Lisboa onde, segundo dados do BE, estão inscritos mais de 100 mil pessoas.
joao5 Escreveu:AutoMech Escreveu:amsfsma Escreveu:Os bancos em risco de falência deviam ter sido nacionalizados a preço de mercado bolsista, os depositantes indemnizados de acordo com a lei, reequilibrada a situação financeira reprivatizados se houvesse mercado para os mesmos.
Mas isso foi o que aconteceu ao BPN...
Excepto que a parte do reequilíbrio financeiro nunca vai acontecer.
Não, não foi o que aconteceu ao BPN. No BPN os depositantes receberam TUDO e não a indemnização (aqui há um limite de 100 k e para alguns não era suficiente, e por isso...)
Agora ao reler o post do amsfsma é que percebi que ele defendia o reembolso até ao limite legal. No entanto isso é apenas para os casos de falência e não de nacionalizações.
AutoMech Escreveu:amsfsma Escreveu:Os bancos em risco de falência deviam ter sido nacionalizados a preço de mercado bolsista, os depositantes indemnizados de acordo com a lei, reequilibrada a situação financeira reprivatizados se houvesse mercado para os mesmos.
Mas isso foi o que aconteceu ao BPN...
Excepto que a parte do reequilíbrio financeiro nunca vai acontecer.
Não, não foi o que aconteceu ao BPN. No BPN os depositantes receberam TUDO e não a indemnização (aqui há um limite de 100 k e para alguns não era suficiente, e por isso...)
Krupper Escreveu:kpt Escreveu:Krupper Escreveu:Um banco menor? Tu é que não deves estar recordado da dimensão do Lehmans Brothers...
Penso que no seu subconsciente não estava o facto de o Lehman ser um banco menor, porque de facto era de enorme dimensão.
Aquilo que deveria querer dizer é que o Lehman não era um banco comercial mas sim de investimento, ou seja, a percepção que se tem, ainda que possa ser errada, é que a falência de um banco comercial é pior do que a de um banco de investimento, pois o banco comercial tende a ter um volume de depósitos muito superior, uma influência muito mais directa na economia real do dia-a-dia e no financiamento da mesma e o risco implícito num banco de investimento é, à partida e em teoria, superior ao de um banco comercial.
Assim já percebo a ideia.
Pronto, o kpt, leu-me os pensamentos

kpt Escreveu:Krupper Escreveu:Um banco menor? Tu é que não deves estar recordado da dimensão do Lehmans Brothers...
Penso que no seu subconsciente não estava o facto de o Lehman ser um banco menor, porque de facto era de enorme dimensão.
Aquilo que deveria querer dizer é que o Lehman não era um banco comercial mas sim de investimento, ou seja, a percepção que se tem, ainda que possa ser errada, é que a falência de um banco comercial é pior do que a de um banco de investimento, pois o banco comercial tende a ter um volume de depósitos muito superior, uma influência muito mais directa na economia real do dia-a-dia e no financiamento da mesma e o risco implícito num banco de investimento é, à partida e em teoria, superior ao de um banco comercial.
Assim já percebo a ideia.

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Krupper Escreveu:Nunooo Escreveu:Mcmad Escreveu:Mais vale tarde do que nunca. De qualquer forma quer-me parecer que a UE ja verificou que sai « mais caro» segurar a banca..
Realmente a memoria das pessoas é realmente curta! Parece que os politicos da UE já se esqueceram das consequencias devastadoras que advieram da falencia de um banco menor, como era o caso do Lehman Brothers.
Agora imagine-se o que era deixar falir um banco de maiores dimensões!
Um banco menor? Tu é que não deves estar recordado da dimensão do Lehmans Brothers...
Krupper, à escala americana era um banco menor, comparado com os Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, JP Morgan......
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Krupper Escreveu:Um banco menor? Tu é que não deves estar recordado da dimensão do Lehmans Brothers...
Penso que no seu subconsciente não estava o facto de o Lehman ser um banco menor, porque de facto era de enorme dimensão.
Aquilo que deveria querer dizer é que o Lehman não era um banco comercial mas sim de investimento, ou seja, a percepção que se tem, ainda que possa ser errada, é que a falência de um banco comercial é pior do que a de um banco de investimento, pois o banco comercial tende a ter um volume de depósitos muito superior, uma influência muito mais directa na economia real do dia-a-dia e no financiamento da mesma e o risco implícito num banco de investimento é, à partida e em teoria, superior ao de um banco comercial.
Nunooo Escreveu:Mcmad Escreveu:Mais vale tarde do que nunca. De qualquer forma quer-me parecer que a UE ja verificou que sai « mais caro» segurar a banca..
Realmente a memoria das pessoas é realmente curta! Parece que os politicos da UE já se esqueceram das consequencias devastadoras que advieram da falencia de um banco menor, como era o caso do Lehman Brothers.
Agora imagine-se o que era deixar falir um banco de maiores dimensões!
Um banco menor? Tu é que não deves estar recordado da dimensão do Lehmans Brothers...

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Mcmad Escreveu:Mais vale tarde do que nunca. De qualquer forma quer-me parecer que a UE ja verificou que sai « mais caro» segurar a banca..
Realmente a memoria das pessoas é realmente curta! Parece que os politicos da UE já se esqueceram das consequencias devastadoras que advieram da falencia de um banco menor, como era o caso do Lehman Brothers.
Agora imagine-se o que era deixar falir um banco de maiores dimensões!
Se o Deutsche Bank ou o Commerzbank tivessem em vias de falir gostava de ver o que diria a União Europeia.
Seria o desmoronar de toda a economia Europeia e as repercussões a nível global também seriam enormes.
Acho bem que os bancos possam falir mas para que isso possa acontecer sem sobressaltos gigantes há que implementar as devidas medidas para que os bancos não atinjam um tamanho tal ao ponto de colocar em risco todo o sistema, tal como aconteceria na Europa se falisse um daqueles bancos que referi, ou tal como aconteceria em Portugal se falisse um dos 4 grandes (BCP, CGD, BPI, BES).
Tão importante quanto assegurar a estabilidade de todo o sistema financeiro os depositantes deviam ter todas as garantias e mais algumas de que o seu dinheiro, na totalidade ou em grande medida, estaria assegurado!
Pior que um banco falir é de seguida falirem milhares de famílias e empresas por perderem os seus capitais. É um desastre completo a nível económico e social!
Eu diria que cada depositante deveria receber em troca uma garantida, um colateral dado pelo Banco. Por exemplo, os bancos seriam obrigados a titularizar todos os seus créditos concedidos e cada depositante recebia como garantia um título de crédito no montante do seu depósito. Seria também importante que esses créditos titularizados, em caso de insolvência do banco, não pudessem entrar para a massa insolvente e seria como se o banco não tivesse esses créditos, ou seja, para garantir que os depositantes nunca ficariam sem os seus títulos de crédito.
Desta forma, os depositantes, após esgotadas todas as formas de recuperação dos seus depósitos (indemnizações dos fundos de garantia, etc), tinham sempre como salvaguarda os títulos de crédito.
Caso os depositantes fossem indemnizados pelo fundo de garantia então os títulos de crédito retornariam para a massa insolvente do Banco.
Quando falo de títulos de crédito outras hipóteses são possíveis, como penhor sobre acções, obrigações e outros activos do banco.
Seria o desmoronar de toda a economia Europeia e as repercussões a nível global também seriam enormes.
Acho bem que os bancos possam falir mas para que isso possa acontecer sem sobressaltos gigantes há que implementar as devidas medidas para que os bancos não atinjam um tamanho tal ao ponto de colocar em risco todo o sistema, tal como aconteceria na Europa se falisse um daqueles bancos que referi, ou tal como aconteceria em Portugal se falisse um dos 4 grandes (BCP, CGD, BPI, BES).
Tão importante quanto assegurar a estabilidade de todo o sistema financeiro os depositantes deviam ter todas as garantias e mais algumas de que o seu dinheiro, na totalidade ou em grande medida, estaria assegurado!
Pior que um banco falir é de seguida falirem milhares de famílias e empresas por perderem os seus capitais. É um desastre completo a nível económico e social!
Eu diria que cada depositante deveria receber em troca uma garantida, um colateral dado pelo Banco. Por exemplo, os bancos seriam obrigados a titularizar todos os seus créditos concedidos e cada depositante recebia como garantia um título de crédito no montante do seu depósito. Seria também importante que esses créditos titularizados, em caso de insolvência do banco, não pudessem entrar para a massa insolvente e seria como se o banco não tivesse esses créditos, ou seja, para garantir que os depositantes nunca ficariam sem os seus títulos de crédito.
Desta forma, os depositantes, após esgotadas todas as formas de recuperação dos seus depósitos (indemnizações dos fundos de garantia, etc), tinham sempre como salvaguarda os títulos de crédito.
Caso os depositantes fossem indemnizados pelo fundo de garantia então os títulos de crédito retornariam para a massa insolvente do Banco.
Quando falo de títulos de crédito outras hipóteses são possíveis, como penhor sobre acções, obrigações e outros activos do banco.
amsfsma Escreveu:Os bancos em risco de falência deviam ter sido nacionalizados a preço de mercado bolsista, os depositantes indemnizados de acordo com a lei, reequilibrada a situação financeira reprivatizados se houvesse mercado para os mesmos.
Mas isso foi o que aconteceu ao BPN...
Excepto que a parte do reequilíbrio financeiro nunca vai acontecer.
Re: Bruxelas defende que bancos devem falir...
alexandre7ias Escreveu:Bruxelas defende que bancos devem falir em vez de serem salvos pelos Governos
E prender os gestores responsáveis em caso de fraudes e manipulações.
Afinal com uma crise desta dimensão os responsáveis foram só o Madoff e o Oliveira e Costa ?
Um abraço
ml
"Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade."
Elmer Letterman"
Elmer Letterman"
Nem percebo o porquê de se ter que afirmar que os bancos devem poder falir!
O que foi feito com o dinheiro dos contribuintes foi criminoso.
O que a Comissão Europeia já devia ter feito era legislar no sentido de limitar o "tamanho" dos bancos de forma a que estes possam "falir" sem por em causa o "sistema".
Os bancos em risco de falência deviam ter sido nacionalizados a preço de mercado bolsista, os depositantes indemnizados de acordo com a lei, reequilibrada a situação financeira reprivatizados se houvesse mercado para os mesmos.
Ser accionista de um banco, ser depositante de um banco que por necessidade de liquidez oferece juros mais altos que outros tem os seus riscos e cada um deve assumi-los, não deve ser o contribuinte a fase-lo.
Os Estados salvaram a banca e quem é que agora salva os Estado que por essa tomada de riscos vê-se em situação de falência? Os extraterrestres?
O capitalismo não existe...o que existe é a privatização dos lucros e nacionalização das perdas...

O que foi feito com o dinheiro dos contribuintes foi criminoso.
O que a Comissão Europeia já devia ter feito era legislar no sentido de limitar o "tamanho" dos bancos de forma a que estes possam "falir" sem por em causa o "sistema".
Os bancos em risco de falência deviam ter sido nacionalizados a preço de mercado bolsista, os depositantes indemnizados de acordo com a lei, reequilibrada a situação financeira reprivatizados se houvesse mercado para os mesmos.
Ser accionista de um banco, ser depositante de um banco que por necessidade de liquidez oferece juros mais altos que outros tem os seus riscos e cada um deve assumi-los, não deve ser o contribuinte a fase-lo.
Os Estados salvaram a banca e quem é que agora salva os Estado que por essa tomada de riscos vê-se em situação de falência? Os extraterrestres?
O capitalismo não existe...o que existe é a privatização dos lucros e nacionalização das perdas...
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Bruxelas defende que bancos devem falir...
Bruxelas defende que bancos devem falir em vez de serem salvos pelos Governos
20h49m
Os bancos europeus em dificuldade deverão falir, em vez serem financiados com dinheiro dos contribuintes, defende a Comissão Europeia num documento revelado hoje, quarta-feira.
"Os bancos devem poder falir, como qualquer outra empresa", diz o documento, que apresenta iniciativas legislativas da Comissão a serem apresentadas até 2014.
Durante a recente crise financeira, os poderes públicos foram obrigados socorrer de uma série de bancos considerados "demasiado grandes para falir", porque isso arrastaria o conjunto do sistema financeiro.
Em 2009, as ajudas públicas ao sector financeiro atingiram o equivalente a 13% do Produto Interno Bruto da União Europeia (UE), aumentando a dívida pública e obrigando a maior parte dos Estados a lançar planos de austeridade para sanearem os orçamentos.
O comissário com o pelouro dos Serviços Financeiros, Michel Barnier, quer "evitar que os contribuintes paguem no lugar dos bancos".
Em declarações à imprensa, Barnier disse que "os bancos devem pagar os estragos que provocam. É o princípio do poluidor-pagador".
A Comissão não quer bancos "demasiados grandes para falirem", mas, de acordo com o comissário para os Serviços Financeiros, as falências devem ser preparadas e processadas sob controlo, para não desestabilizar o sistema financeiro.
Os bancos deverão por exemplo fazer 'testamentos', onde detalham como, em última instância, a liquidação dos activos pode ser organizada, mas também as acções prioritárias a tomar em situações menos desesperadas, para regular problemas de liquidez sem recurso a fundos públicos.
Se as dificuldades se materializarem, Bruxelas deseja que as autoridades de supervisão, organizadas eventualmente em 'colégio' para os grupos multinacionais, disponham de poderes de intervenção reais e possam recorrer a uma 'caixa de instrumentos' harmonizada entre os países.
Poderiam assim proibir aos bancos o pagamento de dividendos ou a realização de aquisições, obrigá-los a abandonarem actividades mais arriscadas, ou até modificar a estrutura social e substituir os dirigentes.
Segundo o documento da Comissão Europeia, deverá ser também contemplada a nomeação de um "administrador especial" para recuperar um banco em dificuldades, dispositivo que já existe em países como França, Espanha ou a Itália, mas que tem sido pouco utilizado.
Em último recurso, a autoridades deveriam poder organizar a compra de uma instituição financeira, a liquidação ordenada dos seus activos ou o recurso a um banco intermediário para actividades essenciais como a gestão dos depósitos ou dos créditos.
Para financiar tudo isto, a Comissão já propusera na primavera a criação de um "fundo de liquidação" em todos os Estados membros, financiado por contribuições dos bancos.
O dispositivo de gestão de crises respeitará a todos os bancos, nacionais como transnacionais, de retalho ou de investimento.
O grau de exigência deverá em todo o caso aumentar com a dimensão e os riscos assumidos, e as medidas serem proporcionais à situação.
Em todos os casos, os bancos terão "pessoas que os ajudarão a ser mais responsáveis, e por vezes que os obrigarão" a tomar medidas, resumiu Michel Barnier.
E também deixarão de poder beneficiar do 'risco moral', isto é, "da certeza que serão salvos" aconteça o que acontecer.
Só agora...


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