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Caldeirão da Bolsa

Câmara de Lisboa ocultou gastos de 228 mil € com visita Papa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 20/10/2010 22:02

Já agora, aqui fica um apanhado das espécies em vias de extinção em Portugal (é um resumo retirado de um livro que menciona mais de 500 espécies ameaçadas!):

http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9c ... o#Portugal


Mamíferos

* Lobo-ibérico
* Lince-ibérico
* Foca-monge-do-mediterrâneo
* Golfinho (Sado)

Aves

* Quebra-ossos
* Abutre-do-egito
* Cegonha-preta
* Condor-da-Califórnia (este está praticamente extinto).
* Aguia Imperial
* Pica-pau-de-cabeça-amarela
* bicho-de-trinta-e-uma-patas

Peixes

* Lampreia-de-riacho
* Lampreia-de-rio
* Boga-portuguesa
* Salmão-do-atlântico
* Tabijuriã-brasileiro

Répteis

* Lagartixa-da-montanha
* Cobra-lisa-europeia
* Osga-turca
* Tartaruga marinha

Anfíbios

* Salamandra-lusitânica
* Tritão-palmado


E note-se que o que escrevi não deve ser desvirtuado para sugerir uma falta de cultura. Eu não disse em parte alguma que não devemos respeitar a natureza. O que eu estou a discutir é o investimento de um milhão de euros para salvar uma espécie e compará-lo com outros investimentos...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por xtech » 20/10/2010 22:01

Elias Escreveu:
Não confundamos um TGV (que é um investimento, independentemente de se concordar com ele ou não) com luzes de Natal.

Iluminação de Natal não é investimento. É consumo puro, despesismo que não traz qualquer retorno financeiro. Acho que é justamente nessas coisas que se deve cortar.


Entre uma coisa e outra, prefiro a iluminação de natal, porque não endivida os meus filhos.

E não concordo que o TGV seja um investimento e a iluminação de natal não. Provavelmente uma cidade bem iluminada no natal é mais agradável, inclusivamente para quem lá queira ir dar uma volta.

Pata Hari Escreveu:Marco, a natureza é património a preservar e preservavel. Valor que claramente não faz parte da nossa (falta de) cultura. No caso, é um investimento numa espécie que, com carinho e cuidado, se reproduzirá, não será a fundo perdido sequer.

Iluminação de Natal, por muitas voltas que dês, é consumo puro.


E a preservação do património cultural?

Agora, eu acho que não deve haver exagero na "dose" de iluminação. Mantê-la como sendo apenas simbólica. Se nos lembrarmos do verdadeiro valor de Natal, vemos que não é tempo de grandes sumptuosidades, mas de simplicidade e, parafraseando a Pata, "carinho e cuidado" com a espécie humana.
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 21:54

Um é um gasto com as pessoas, outro um gasto com a natureza. Um tem por objectivo termos uma natureza melhor, outro o objectivo de termos um espaço urbano melhor.

Com carinho podemos preservar as espécies que quisermos desde o Urso Panda ao Lince Ibérico enquanto diariamente se extinguem outras, algumas que desconhecemos ou conhecemos muito mal.

E já era assim antes do Homem cá chegar...

Aliás, falando de hominídeos, já se extinguirem uns tantos. Por onde andamos agora em terras lusas já por aqui passou o Homo sapiens neanderthalensis. Não houve, contudo, carinho suficiente por parte do Homo Sapiens Sapiens para o preservar!

:wink:


Um milhão para o lince ibérico para preservar uma espécie (em portugal há um sem número de espécies em perigo de extinção ou com populações já muito reduzidas) ou um milhão para iluminar as ruas da cidade no fim do ano... vai dar ao mesmo.
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por Pata-Hari » 20/10/2010 21:44

Marco, a natureza é património a preservar e preservavel. Valor que claramente não faz parte da nossa (falta de) cultura. No caso, é um investimento numa espécie que, com carinho e cuidado, se reproduzirá, não será a fundo perdido sequer.

Iluminação de Natal, por muitas voltas que dês, é consumo puro.
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por MarcoAntonio » 20/10/2010 21:37

Tudo espremido, acho que vai dar tudo ao mesmo. Respeito bastante a natureza mas acabo por não ver grande diferença entre gastar um milhão com o lince ibérico ou um milhão com a iluminação de natal (o facto de um ter apoio comunitário e outro não tem que ver certamente com a natureza do investimento e sim, são investimentos em sentido lato, pois no segundo caso, sem ajuda comunitária creio que seria bastante mais difícil aparecer o dinheiro. Porquê? Porque um é gasto "com as pessoas" e o outro um gasto "com a natureza".

Quanto ao efeito das luzes, eu creio que ele já está "incorporado" (Elias, isso de dizeres que os comerciantes queixam-se sempre não é indicador de nada, na verdade é perfeitamente admissível que sem luzes estivessem pior do que com luzes). A questão será mais o que acontece se ela não existir... e sim, creio que deixar de iluminar as ruas teria efeitos (nomeadamente para os espaços comerciais pois as pessoas tenderiam a ir - ainda mais do que o que já vão - para os centros comerciais que nesse período também estão todos embelezados). As pessoas gostam, as crianças gostam, faz parte do "espírito natalício", cria ambiente, é algo que as pessoas esperam encontrar e se não encontrarem, reagirão e comentarão de forma negativa.

Eu sou a favor da iluminação mas com contenção. Se a economia está em crise, justifica-se que se gaste menos com a iluminação. Não creio que faça sentido simplesmente acabar com a iluminação (nem tão pouco creio que seja essa a vontade das pessoas). Algo semelhante se aplica aos fogos de artifício das passagens de ano.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 20/10/2010 21:23

mais_um Escreveu:Acaba-se com Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, qual é o retorno que dá? Puro despesismo..... :roll: :roll:


É provável que não dê qualquer retorno e que a população de lince-ibérico nem sequer tenha viabilidade em Portugal, devido à proximidade genética entre os (poucos) indivíduos. Quanto a ser despesismo puro sem retorno directo, concordo contigo.

Mas gostaria de chamar a atenção para o seguinte: o Centro Nacional de Recuperação do Lince-ibérico foi construído no âmbito do Plano de acção para a conservação do Lince-Ibérico em Portugal, o qual por sua vez decorre da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, que foi adoptada em 2001, conforme previsto pela Lei de Bases do Ambiente.

Eu aceito que qualquer pessoa questione a utilidade do Centro Nacional de Recuperação do Lince-ibérico, mas nesse caso irei perguntar a essa pessoa o que pensa da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade - não estou a pedir uma opinião sobre o documento em si, mas apenas uma opinião genérica: faz sentido existir uma tal estretégia, faz sentido pensarmos em conservação da natureza ou devemos abdicar disso completamente, porque há coisas mais importantes? Se faz sentido, quais devem ser os critérios? Mais do que questionar este centro ou qualquer outro, acho que se deve questionar a Estratégia na qual esse projecto se enquadra.

Ah e já agora convém dizer que o projecto de recuperação do habitat do lince-ibérico, orçado em cerca de um milhão de euros, é financiado em 75% por fundos comunitários (fonte), o que mostra que isso é algo que a UE valoriza e apoia; já no caso da iluminação natalícia de Lisboa, que também é de cerca de um milhão de euros, não me consta que haja comparticipação comunitária :P
 
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por Elias » 20/10/2010 21:06

mais_um Escreveu:Epá, esta tua frase é tão valida como alguém dizer que o dinheiro que se gasta no ICN e a manter os parques e reservas naturais é puro despesismo. Devia-se acabar com eles.


Errado.
O ICNB tem uma missão, atribuições e estatutos definidos por portaria (http://www.dre.pt/pdf1sdip/2007/04/08300/28562860.PDF). Os parques e reservas foram criados por lei.

Acho perfeitamente legítimo que alguém diga que não devia haver áreas protegidas, mas para isso acontecer não basta escrevê-lo no orçamento: é preciso mudar a lei.

No caso das câmaras, que eu saiba não faz parte da sua missão nem das suas atribuições organizar as iluminações de Natal. A título de exemplo deixo aqui link para o site da CM Lisboa com as atribuições do departamento de iluminação, não fala em iluminações festivas ou natalícias: http://www.cm-lisboa.pt/?idc=25&idi=31693

Nota que no caso das iluminações estamos a falar de orçamentos anuais e não de legislação.

mais_um Escreveu:Que tu não gostes de iluminações de Natal, até compreendo, agora tu és apenas um em 10 milhões, há muitas pessoas que gostam de iluminações/decorações de Natal, por isso é que elas são feitas, quer por privados quer por organismos publicos, na rua, nos CC e em casa!


Vamos lá mais devagar.
Eu em parte alguma disse que não gostava de iluminações de Natal.
Acho que são bonitas e alegram a época festiva.
Apenas questionei se não faria sentido cortar esse custo numa época de apertar cinto (isto a propósito da notícia de que a CM Évora se prepara para cancelar a iluminação este Natal).

É bonito? É.
E se não houver dinheiro, faz-se na mesma? :roll:

mais_um Escreveu:O BCP gastou uma pipa de massa numa arvore de Natal enorme, pelos vistos eles consideraram que dava retorno.


Está bem, mas o BCP é uma empresa PRIVADA. E sobre a forma como os privados gastam o seu dinheiro eu não faço quaisquer considerações. Como aliás nada teria a dizer se me viesses aqui demonstrar que quem paga as iluminações de Natal são as associações de comerciantes e não as câmaras.

mais_um Escreveu:Em relação às ruas está provado que aumenta o consumo


Ai está? Isso é algum estudo?

mais_um Escreveu:Não sei, mas sei que as cidades ficam bem mais tristes sem a iluminação de Natal, eu gosto de ver Lisboa iluminada pelo Natal, assim como os meus filhos, todos os anos vamos a Lisboa à noite num sabado passear com eles pela baixa. É uma epoca especial.


Eu concordo com tudo o que escreves, nomeadamente sobre as ruas ficarem mais tristes sem iluminação.

Mas repara como o teu discurso mudou: há bocado defendias a iluminação de Natal pelo facto de em muitos casos não ser financiada pelas autarquias mas sim por privados (associações de comerciantes). Aliás se assim fosse eu nada teria a dizer, como já referi. No entanto, não apresentaste um único caso em que isso aconteça - pelo contrário várias notícias que aqui foram colocadas mostram que quem financia isso são as autarquias. Com verbas muitas vezes exorbitantes. A partir desse momento largaste o argumento racional do financiamento por privados e passaste ao argumento emocional - "é bonito ver as luzes, as ruas ficam tristes sem luzes, gosto de ir ver as luzes com os meus filhos, etc".

Para que fique claro: eu não tenho nada contra as luzes natalícias; e não tenho nada contra que tu gostes de luzes natalícias. Mas nesse caso peço-te que digas logo que as luzes de Natal devem continuar porque tu gostas delas e porque as achas bonitas, mesmo que sejam pagas com dinheiros públicos; mesmo que a CM Lisboa gaste um milhão de euros (ou dois ou três), para ti é importante que as luzes continuem, custem o que custarem - e eu respeitarei a tua opinião. Não vamos é misturar as coisas :wink:

1 abraço,
Elias
Editado pela última vez por Elias em 20/10/2010 21:27, num total de 1 vez.
 
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por Pata-Hari » 20/10/2010 20:48

Elias, tudo a favor da produtividade. Já sabes que a escuridão torna as pessoas tristes. Não queremos malta triste. Estamos a pagar agora o consumo do passado. E enquanto não nos queixamos do modo como os gastos são feitos e apenas do tamanho da conta, nada muda.
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por mais_um » 20/10/2010 20:28

Elias Escreveu:pois, amsfsma, essa é exactamente a minha teoria, e é por isso que penso que deveria ser um custo a abater já que não se trata de um investimento mas sim de uma mera despesa...


Para ti é um custo que não representa investimento, mas há pessoas que consideram um investimento porque tem retorno.

Acaba-se com Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, qual é o retorno que dá? Puro despesismo..... :roll: :roll:

Isto da malta olhar só para o seu umbigo......
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por mais_um » 20/10/2010 20:23

Elias Escreveu:Iluminação de Natal não é investimento. É consumo puro, despesismo que não traz qualquer retorno financeiro. Acho que é justamente nessas coisas que se deve cortar.


Epá, esta tua frase é tão valida como alguém dizer que o dinheiro que se gasta no ICN e a manter os parques e reservas naturais é puro despesismo. Devia-se acabar com eles.

Que tu não gostes de iluminações de Natal, até compreendo, agora tu és apenas um em 10 milhões, há muitas pessoas que gostam de iluminações/decorações de Natal, por isso é que elas são feitas, quer por privados quer por organismos publicos, na rua, nos CC e em casa!

Se tem retorno, não sei, assim como não sei se manter o ICN, e os parques e reservas naturais dá lucro.

O BCP gastou uma pipa de massa numa arvore de Natal enorme, pelos vistos eles consideraram que dava retorno.

Em relação às ruas está provado que aumenta o consumo, poderás dizer se esse consumo justifica os custos? Não sei, mas sei que as cidades ficam bem mais tristes sem a iluminação de Natal, eu gosto de ver Lisboa iluminada pelo Natal, assim como os meus filhos, todos os anos vamos a Lisboa à noite num sabado passear com eles pela baixa. É uma epoca especial.
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por Automech » 20/10/2010 19:47

Elias, atenção que eu não defendi as iluminações. Apenas quis chamar a atenção para o facto de tu dizeres que é uma despesa e não um investimento e logo deve ser abolida, o que para mim não é a justificação neste caso das luzes (nem em nenhuma despesa ou investimento de uma câmara).

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pois, amsfsma, essa é exactamente a minha teoria, e é por isso que penso que deveria ser um custo a abater já que não se trata de um investimento mas sim de uma mera despesa...
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por fatimafaria » 20/10/2010 18:33

Pois mas no inverno a noite comeca ás 17horas, e alem disso na semana do natal muitas lojas abrem mais tarde para poderem fechar mais tarde
 
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por Elias » 20/10/2010 18:14

AutoMech Escreveu:Elias, os orçamentos das câmaras não podem ser vistos meramente na perspectiva de investimento / retorno.


Pois não. Mas em alturas de contenção orçamental é preciso ver quais as despesas que são por assim dizer, dispensáveis.

AutoMech Escreveu:Há despesas que não têm retorno mas que fazem parte daquilo que se espera duma câmara municipal.


Eu não sei o que é que tu esperas duma câmara municipal. Acho legítimo que digas que esperas uma iluminação de Natal muito bonita.

Eu aqui na zona preferia que investissem menos em iluminações de Natal e mais na conservação e limpeza da via pública. Por mim até podiam não ter iluminação nenhuma, se fosse esse o preço a pagar para poder ter uma via pública impecavelmente conservada. Mas isto sou eu...

Quanto ao resto da população: não sei o que espera a maioria da sociedade de uma câmara municipal; não acho legítimo presumir que a maioria espera iluminações muito bonitas (tal como não acho legítimo presumir o contrário).

AutoMech Escreveu:Senão como é que medimos, por exemplo, o retorno da construção dum jardim. Como é que o consideramos investimento ?


É um bom exemplo. De facto poderia defender-se que não valeria a pena fazer jardins, porque não dão dinheiro.

Pensando assim de uma forma genérica, eu penso que uma câmara deve investir naquilo que a população valoriza. Se a população valoriza as iluminações natalícias mais do que os espaços verdes, que posso eu dizer? Venham as luzes de Natal e os fogos de artifício...:roll:

AutoMech Escreveu:Eu não estou a defender as luzes (embora se possa defender que em Lisboa há muita gente que vem ver as iluminações de Natal, mas não sei se isso leva a um aumento da facturação do comercio).


Não sabes tu nem sabe ninguém.
O que eu sei é que todos os anos há iluminações de Natal e todos os anos passam reportagens na TV a entrevistarem os comerciantes, os quais todos os anos aparecem com a ladainha do "ai isto vai tudo muito mal".
É muito raro haver uma entrevista com um comerciante que diga que o negócio vai bem (excepto em sectores muito específicos ou inovadores).

Há outra questão sobre esta coisa dos comerciantes: as lojas do comércio tradicional abrem apenas de DIA (a maioria fecha às 19 horas) ao passo que as luzes apenas acende de NOITE. E agora eu pergunto: se as luzes estão acesas sobretudo quando as lojas estão fechadas e apagadas quando as lojas estão abertas, exactamente em que medida é que as luzes atraem compradores para o comércio tradicional? 8-)
 
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por fatimafaria » 20/10/2010 18:12

Elias Escreveu:
amsfsma Escreveu:Essa de serem as Associações de Comerciantes a pagarem a iluminação pública típica do Natal se acontece em algum lugar é uma raridade. Geralmente são as Câmaras a pagar...


pois, amsfsma, essa é exactamente a minha teoria, e é por isso que penso que deveria ser um custo a abater já que não se trata de um investimento mas sim de uma mera despesa...
Em leiria os comerciantes atraves da associacao contribuem para a despesa com as iluminacoes de natal. A camara aqui á uns 3 ou 4 anos reduziu o numero de ruas a iluminar e os comerciantes dessas ruas queixaram-se que venderam muito menos, e por isso voltaram a contribuir e a iluminar essas ruas. Se o comercio de rua já se queixa dos CC levarem tudo, se nada se fizer entao mais vale realmente acabar com ele. Eu pessoalmente prefiro mil vezes andar de loja em loja na rua do que estar enfiada dentro de um CC. Isto e como aquele anuncio:
Podia fazer as compras de natal sem iluminacao das ruas?. Podia. Mas nao era a mesma coisa.
 
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por Automech » 20/10/2010 17:57

Elias Escreveu:
amsfsma Escreveu:Essa de serem as Associações de Comerciantes a pagarem a iluminação pública típica do Natal se acontece em algum lugar é uma raridade. Geralmente são as Câmaras a pagar...


pois, amsfsma, essa é exactamente a minha teoria, e é por isso que penso que deveria ser um custo a abater já que não se trata de um investimento mas sim de uma mera despesa...


Elias, os orçamentos das câmaras não podem ser vistos meramente na perspectiva de investimento / retorno.

Há despesas que não têm retorno mas que fazem parte daquilo que se espera duma câmara municipal. Senão como é que medimos, por exemplo, o retorno da construção dum jardim. Como é que o consideramos investimento ?

Eu não estou a defender as luzes (embora se possa defender que em Lisboa há muita gente que vem ver as iluminações de Natal, mas não sei se isso leva a um aumento da facturação do comercio).
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Tooca mas ee a acabar com esta despesa desnecessaaria !

por bboniek33 » 20/10/2010 16:52

Se ha crise, ha crise...

Afinal continua a palhac,ada.
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por Elias » 20/10/2010 16:40

amsfsma Escreveu:Essa de serem as Associações de Comerciantes a pagarem a iluminação pública típica do Natal se acontece em algum lugar é uma raridade. Geralmente são as Câmaras a pagar...


pois, amsfsma, essa é exactamente a minha teoria, e é por isso que penso que deveria ser um custo a abater já que não se trata de um investimento mas sim de uma mera despesa...
 
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por amsfsma » 20/10/2010 16:38

Essa de serem as Associações de Comerciantes a pagarem a iluminação pública típica do Natal se acontece em algum lugar é uma raridade. Geralmente são as Câmaras a pagar...
 
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por Elias » 20/10/2010 16:33

Esta frase diz tudo:

Câmara substituiu-se aos comerciantes e paga para tornar cidade mais atractiva, com decorações que surpreendem ano após ano.
 
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por mais_um » 20/10/2010 16:26

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Para já muitsa vezes quem paga não é a autarquia mas sim as associações de comerciantes


Ah são?

Olha que esta notícia (que é de ontem) sugere que quem paga isto é a Câmara. Acho muito estranho que não haja qualquer referência às associações que referes (aliás em 2008 houve contrapartidas publicitárias mas como correu mal em 2009 a CML abandonou a ideia). E estamos a falar de quase um milhão de euros!

Lisboa: Iluminações de Natal vão custar perto de 846 mil euros

19.10.2010 - 20:26 Por Lusa


A Câmara de Lisboa vai adjudicar a concepção do projecto de iluminações de Natal deste ano por quase 846 mil euros, valor que será pago na totalidade apenas no próximo ano.

A proposta do vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes, foi aprovada hoje na assembleia municipal, com os votos favoráveis do PS, do BE e dos seis deputados independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas do PS) e com as abstenções do PSD e do CDS. O PCP, o PEV e o MPT votaram contra.

Segundo o documento, foi realizado um concurso público de concepção das iluminações, ganho pelo agrupamento J.C. Decaux Portugal, Mobiliário Urbano e Publicidade/Castros, Iluminações Festivas, que apresentou uma proposta “com o valor de 699 125 euros, ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor de 21 por cento”.

Com essa soma, acrescenta a proposta, perfazem-se quase 846 mil euros, não havendo lugar a nenhum pagamento ainda este ano.

No ano passado, as iluminações da quadra festiva foram adjudicadas às mesmas empresas por mais de um milhão de euros.

Durante a discussão, parte da oposição mostrou-se preocupada com o montante investido, devido à actual conjuntura de crise, e com a possibilidade de a iluminação natalícia exibir logótipos e slogans de patrocinadores.

Em 2008, as iluminações foram pagas por empresas, que ocuparam com publicidade espaços como o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.

José Sá Fernandes acabou por reconhecer que o resultado foi “péssimo” e em 2009 as luzes acenderam-se sem as contrapartidas publicitárias, já que as propostas recebidas foram consideradas “excessivas”.

Apesar de não ter desistido da ideia, o vereador explicou que a proposta hoje aprovada não tem “publicidade associada”, embora tenha colocado a possibilidade de haver um concurso para patrocínios.

Nesse caso, afirmou, a câmara analisará se as propostas são excessivas.



E no Porto também a Câmara que paga na íntegra, conforme podes ver nesta notícia

Natal na cidade do Porto

No Porto, as iluminações de Natal representam um investimento de cerca de 500 mil euros, suportado exclusivamente pela autarquia.


E já agora em Faro:

No Algarve, a Câmara de Faro vai gastar 140 mil euros


(as duas últimas citações vêm daqui: http://diario.iol.pt/sociedade/iluminac ... -4071.html - a notícia refere outros casos)

Por isso parece-me que a questão das associações de comerciantes financiarem as iluminações de Natal, tal como sugeres, não é regra, pelo menos nas principais cidades.


mais_um Escreveu:depois o retorno que dá é o mesmo que dá as decorações de Natal nos CC, serve para atrair clientes...


Ah serve? Então porque é que os comerciantes se continuam a queixar que aquilo vai tudo muito mal?

Consegues referir casos concretos em que a iluminação tenha comprovadamente trazido retornos ou aumentos de clientes?


Elias vais deculpar-me mas não tenho tempo para explicar-te marketing (nem sou especialista), mas deixo aqui alguns exemplos:

Milhares de luzes fazem da noite dia
2008-11-25
JOAQUIM FORTE
Iluminações de Natal no centro da cidade custam aos cofres do município mais de 100 mil euros. Câmara substituiu-se aos comerciantes e paga para tornar cidade mais atractiva, com decorações que surpreendem ano após ano.

As iluminações de Natal na cidade de Guimarães custam cerca de 100 mil euros ao município. O investimento municipal foi a solução encontrada para ultrapassar a falta de adesão dos comerciantes. Sem ele, a cidade ficaria mais despida na quadra natalícia.

São aos milhares as luzes que enfeitam o centro da cidade de Guimarães. Quem sai à noite e passeia pelas principais artérias fica com a impressão de que o dia não acabou.

A principal atracção é a enorme árvore de Natal 'plantada' no Largo do Toural, que atrai multidões, à noite, quando se acendem as milhentas luzinhas - brancas, vermelhas, azuis, verdes, amarelas…

"A árvore é muito interessante, é assim que a cidade marca, que chama mais gente", diz José Guimarães, dono de uma rede de lojas de moda na cidade.

As iluminações beneficiam o comércio local, que se queixa dos maus negócios, mas os comerciantes, desde 2001, não pagam para iluminar a cidade. Até esse ano, foi a Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) que assumiu as iluminações de Natal, com apoio da Câmara Municipal.

"Os comerciantes começaram a fechar os bolsos e começou a ser impossível pagar a empreitada. Houve até um ano em que a cidade ficou quase sem iluminações de Natal e, desde então, a autarquia decidiu chamar a si o projecto", lembra Adriana Tavares, da ACIG.

Este ano, por exemplo, a Câmara adjudicou as iluminações pelo preço de 95mil euros, sem IVA. "Só no final do período de ligação (9 de Janeiro de 2009), será possível apurar o custo do consumo eléctrico correspondente", informa o presidente da Câmara.

"Os comerciantes são individualistas, gostam de beneficiar das campanhas mas não aderem", acusa José Guimarães. "Desde que a Câmara assumiu isto, as coisas melhoraram, caso contrário era impossível iluminar a cidade. A ACIG não tem força nem verbas", conclui este comerciante, salientando, porém, que as iluminações devem ser acompanhadas por "animação comercial".

http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/co ... id=1049305



Iluminação - comerciantes na expectativa de que as vendas aumentem

Natal apaga crise em Lisboa
Lisboa nunca teve um Natal com tanta luz. Para os comerciantes, a chegada do brilho e da cor da Quadra Natalícia surgem como uma ajuda decisiva para animar as vendas num ano de crise. São três milhões de euros que este ano serão gastos para iluminar as principais artérias da capital já a partir de sábado, pelas 17h30, com inauguração no Rossio. E mais dois milhões para acender a árvore do Parque Eduardo VII a partir do dia 22. No total, são cinco milhões de euros, investimento em exclusivo do sector privado. Cabe à autarquia a atribuição de 200 mil euros para as juntas de freguesia iluminarem as ruas mais emblemáticas dos seus bairros.

Os milhões gastos em Lisboa não encontram paralelo em outras cidades. No Porto, o investimento é de meio milhão de euros. Em Coimbra atinge os 150 mil euros. Na ilha da Madeira ultrapassa os 500 mil euros e em Ponta Delgada, Açores, ronda os 300 mil euros. A soma dos custos em 15 das 18 capitais de distrito do Continente é de 6,6 milhões de euros, mas destes 5,2 são destinados à capital.

Em Lisboa as luzes de Natal aparecerão em forma de ‘Contos de Luz’, com a participação de grupos de animação de rua, divulgou a empresa Multimedia Outdoors Portugal.

O anúncio de uma iluminação de arromba faz com que na Baixa pombalina os lojistas aguardem com o entusiasmo o acender das luzes. Maria Alzira Gonçalves, gerente da loja de tecidos Londres Salão, não tem dúvida de que as luzes levam mais movimento à Baixa.

Luís Alves, gerente da Casa Macário (vinhos, cafés e chocolates), é da mesma opinião e a loja com 95 anos está agora aberta todos os dias até às 21h00.

Também no Chiado, a partir de sábado e até 31 de Dezembro mais de cem lojas vão estar abertas até às 20h00 aos dias úteis e domingos e até às 23h00 aos sábados.

PORTUGUESES VÃO GASTAR A MENOS 4,8%

As famílias portuguesas vão moderar as compras este ano, estimando-se uma quebra de 4,8% face aos gastos efectuados no ano passado. O estudo da empresa de prestação de serviços ao cliente Deloitte refere que 77% dos inquiridos declarou que tem hoje um poder de compra inferior ao do ano passado e que o rendimento disponível para as compras de Natal é igualmente mais reduzido. Num outro estudo, a Associação de Defesa do Consumidor, DECO, alerta para as empresas que omitem as taxas de juro em vigor ou que referem valores inferiores aos praticados nas compras a crédito.

OEIRAS

O Dia de São Martinho marcou o arranque das luzes no concelho de Oeiras. Estão iluminadas as zonas históricas e artérias comerciais.

FARO

A capital do Algarve ilumina-se no próximo sábado. Para já, os enfeites são poucos, mas vão ser colocadas 800 mil lâmpadas em 77 ruas.

AMADORA

A autarquia investiu 200 mil euros. Segundo o vice-presidente, Gabriel Oliveira, a iluminação colhe o agrado dos comerciantes.

PORTIMÃO

Começou ontem a ser montada, na alameda da República, uma árvore com 19 metros de altura.

ALMADA

O Cristo Rei vai ter quatro anjos de luz, com 70 metros de altura, já a partir de sábado.

LUZES DA QUADRA NATALÍCIA

São poucas as autarquias que abusam no orçamento para a iluminação de Natal. A excepção é Lisboa, cujo financiamento privado faz disparar os gastos para os cinco milhões de euros.

VIANA DO CASTELO

Custo 2007: Não disponível

Custo 2008: 25 mil euros

Áreas a iluminar: 16 ruas, 13 no centro histórico

Acende: 12 Dezembro

Apaga: 7 Janeiro

VILA REAL

Custo 2007: 40 mil euros

Custo 2008: 40 mil euros

Áreas a iluminar: 20 ruas e estradas

Acende: 1 Dezembro

Apaga: 4 Janeiro

BRAGANÇA

Informação não disponível

BRAGA

Custo 2007: 65 mil euros

Custo 2008: 65 mil euros

Áreas a iluminar: 10 ruas e principais entradas

Acende: Não definido

Apaga: 4 Janeiro

PORTO

Custo 2007: 500 mil euros

Custo 2008: 500 mil euros

Áreas a iluminar: Baixa e principais ruas de comércio

Acende: Não definido

Apaga: 4 Janeiro

VISEU

Custo 2007: 82 mil euros

Custo 2008: 90 mil euros

Áreas a iluminar: 25 ruas do centro e envolventes

Acende: 28 Novembro

Apaga: 7 Janeiro

AVEIRO

Custo 2007: Não disponível

Custo 2008: 30 mil euros

Áreas a iluminar: 20 ruas e canal

Acende: 1 Dezembro

Apaga: 4 Janeiro

GUARDA

Custo 2007: Não disponível

Custo 2008: 70 mil euros

Áreas a iluminar: 10 ruas do centro

Acende: 8 Dezembro

Apaga: 7 Janeiro

COIMBRA

Custo 2007: 150 mil euros

Custo 2008: 150 mil euros

Áreas a iluminar: Centro histórico, ruas comerciais

Acende: 1 Dezembro

Apaga: 6 Janeiro

LEIRIA

Custo 2007: 75 mil euros

Custo 2008: 75 mil euros

Áreas a iluminar: 20 ruas do centro

Acende: 1 Dezembro

Apaga: 6 Janeiro

CASTELO BRANCO

Custo 2007: 18 mil euros

Custo 2008: 15 mil euros

Áreas a iluminar: 15 ruas do centro da cidade

Acende: 1 Dezembro

Apaga: 6 Janeiro

SANTARÉM

Atrasado - em fase de concurso

LISBOA

Custo 2007: 406 mil euros

Custo 2008: 5 milhões euros (financiamento privado)

Áreas a iluminar: 39 ruas e árvore gigante

Acende: 15 Novembro

Apaga: 6 Janeiro

SETÚBAL

Custo 2007: 45 mil euros

Custo 2008: 65 mil euros

Áreas a iluminar: Principais ruas

Acende: 21 Novembro

Apaga: 6 Janeiro

PORTALEGRE

Custo 2007: 32 mil euros

Custo 2008: 26 mil euros

Áreas a iluminar: 15 ruas

Acende: 30 Dezembro

Apaga: 6 Janeiro

ÉVORA

Custo 2007: 130 mil euros

Custo 2008: 130 mil euros

Áreas a iluminar: 17 ruas do centro histórico

Acende: Último fim-de-semana de Novembro

Apaga: 6 Janeiro

BEJA

Informação não disponível

FARO

Custo 2007: 120 mil euros

Custo 2008: 140 mil euros

Áreas a iluminar: 77 ruas

Acende: 15 Novembro

Apaga: 4 Janeiro


http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 5C52987CBA

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por Elias » 20/10/2010 16:13

mais_um Escreveu:Para já muitsa vezes quem paga não é a autarquia mas sim as associações de comerciantes


Ah são?

Olha que esta notícia (que é de ontem) sugere que quem paga isto é a Câmara. Acho muito estranho que não haja qualquer referência às associações que referes (aliás em 2008 houve contrapartidas publicitárias mas como correu mal em 2009 a CML abandonou a ideia). E estamos a falar de quase um milhão de euros!

Lisboa: Iluminações de Natal vão custar perto de 846 mil euros

19.10.2010 - 20:26 Por Lusa


A Câmara de Lisboa vai adjudicar a concepção do projecto de iluminações de Natal deste ano por quase 846 mil euros, valor que será pago na totalidade apenas no próximo ano.

A proposta do vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes, foi aprovada hoje na assembleia municipal, com os votos favoráveis do PS, do BE e dos seis deputados independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas do PS) e com as abstenções do PSD e do CDS. O PCP, o PEV e o MPT votaram contra.

Segundo o documento, foi realizado um concurso público de concepção das iluminações, ganho pelo agrupamento J.C. Decaux Portugal, Mobiliário Urbano e Publicidade/Castros, Iluminações Festivas, que apresentou uma proposta “com o valor de 699 125 euros, ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor de 21 por cento”.

Com essa soma, acrescenta a proposta, perfazem-se quase 846 mil euros, não havendo lugar a nenhum pagamento ainda este ano.

No ano passado, as iluminações da quadra festiva foram adjudicadas às mesmas empresas por mais de um milhão de euros.

Durante a discussão, parte da oposição mostrou-se preocupada com o montante investido, devido à actual conjuntura de crise, e com a possibilidade de a iluminação natalícia exibir logótipos e slogans de patrocinadores.

Em 2008, as iluminações foram pagas por empresas, que ocuparam com publicidade espaços como o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.

José Sá Fernandes acabou por reconhecer que o resultado foi “péssimo” e em 2009 as luzes acenderam-se sem as contrapartidas publicitárias, já que as propostas recebidas foram consideradas “excessivas”.

Apesar de não ter desistido da ideia, o vereador explicou que a proposta hoje aprovada não tem “publicidade associada”, embora tenha colocado a possibilidade de haver um concurso para patrocínios.

Nesse caso, afirmou, a câmara analisará se as propostas são excessivas.



E no Porto também a Câmara que paga na íntegra, conforme podes ver nesta notícia

Natal na cidade do Porto

No Porto, as iluminações de Natal representam um investimento de cerca de 500 mil euros, suportado exclusivamente pela autarquia.


E já agora em Faro:

No Algarve, a Câmara de Faro vai gastar 140 mil euros


(as duas últimas citações vêm daqui: http://diario.iol.pt/sociedade/iluminac ... -4071.html - a notícia refere outros casos)

Por isso parece-me que a questão das associações de comerciantes financiarem as iluminações de Natal, tal como sugeres, não é regra, pelo menos nas principais cidades.


mais_um Escreveu:depois o retorno que dá é o mesmo que dá as decorações de Natal nos CC, serve para atrair clientes...


Ah serve? Então porque é que os comerciantes se continuam a queixar que aquilo vai tudo muito mal?

Consegues referir casos concretos em que a iluminação tenha comprovadamente trazido retornos ou aumentos de clientes?
 
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por mais_um » 20/10/2010 16:03

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:
Humm...não é verdade, mas alguém que seja especialista em marketing que te explique....

Sabes que os promotores dos Centros Comerciais gostam de deitar dinheiro fora, por isso é que gastam dinheiro em decorações de natal.....


Não estava a referir-me à ilumninação dos centros comerciais, que obviamente é feita com o objectivo de atrair gente para aqueles espaços.

Estava a referir-me às iluminações das ruas colocadas pelas autarquias, pois era disso que se estava a falar. Podes dizer-me que retorno é que isso dá?


Para já muitsa vezes quem paga não é a autarquia mas sim as associações de comerciantes, depois o retorno que dá é o mesmo que dá as decorações de Natal nos CC, serve para atrair clientes...mas alguém de marketing que te explique
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por JMHP » 20/10/2010 16:03

mais_um Escreveu:
Elias Escreveu:

Iluminação de Natal não é investimento. É consumo puro, despesismo que não traz qualquer retorno financeiro. Acho que é justamente nessas coisas que se deve cortar.


Humm...não é verdade, mas alguém que seja especialista em marketing que te explique....

Sabes que os promotores dos Centros Comerciais gostam de deitar dinheiro fora, por isso é que gastam dinheiro em decorações de natal.....


Mas nesses são eles que pagam essa despesas ou não?!

Na minha autarquia as despesas de iluminação do Natal são a dividir entre associação do comercio com contribuição dos logistas e a camara municipal. A dimensão de cada contribuição eu não conheço mas sei que TODOS contribuem para o orçamento.
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por Elias » 20/10/2010 16:00

mais_um Escreveu:
Humm...não é verdade, mas alguém que seja especialista em marketing que te explique....

Sabes que os promotores dos Centros Comerciais gostam de deitar dinheiro fora, por isso é que gastam dinheiro em decorações de natal.....


Não estava a referir-me à ilumninação dos centros comerciais, que obviamente é feita com o objectivo de atrair gente para aqueles espaços.

Estava a referir-me às iluminações das ruas colocadas pelas autarquias, pois era disso que se estava a falar. Podes dizer-me que retorno é que isso dá?
 
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por mais_um » 20/10/2010 15:57

Elias Escreveu:

Iluminação de Natal não é investimento. É consumo puro, despesismo que não traz qualquer retorno financeiro. Acho que é justamente nessas coisas que se deve cortar.


Humm...não é verdade, mas alguém que seja especialista em marketing que te explique....

Sabes que os promotores dos Centros Comerciais gostam de deitar dinheiro fora, por isso é que gastam dinheiro em decorações de natal.....
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