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Caldeirão da Bolsa

MIRA AMARAL: primeiro a despesa, depois os impostos....!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por PPalma » 14/10/2010 14:07

No caso Português o superavit seria bom para reduzir a divida externa até níveis confortareis para depois se poder voltar ao défice.
 
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por T1ag0 » 14/10/2010 10:09

Percebo o que queres dizer, realmente à que admitir que no meu último post me contradisse um pouco. Aquilo que eu tentei faer passar é que durante um período de crescimento económico, onde a confiança reina, se o estado conseguir aumentar suas receitas (porque o rendimento é maior etc...) e mantiver as despesas baixas, poderá, em tempos de crise, ajudar de forma muito mais qualificada a economia, para que a recessão seja ultrapassada mais facilmente.
O que me parece que se passa em Portugal é que, com também não há grande crescimento económico à 10 anos, enão é impossível ter agora capacidade de apoiar a economia (ainda para mais com UE a fazer pressão). Mas o facto de querer ajustar as contas durante a recessão não me parece que seja a melhor política (mas deve ser a única possível tendo em conta os mercados).
 
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por Automech » 14/10/2010 9:56

T1ag0 Escreveu:Uma economia perde muitos recursos a pagar juros das sua dívidas ao exterior. Seja o Governo, o Sistema Bancário ou as famílias.


Isto não tem nada a ver com ter superavit. A não ser que a tua ideia seja utilizar o superavit para abater a dívida publica. Aí já é outra questão.

T1ag0 Escreveu:Um Governo que em períodos de crescimento registe superavits fomenta a poupança, ajudando acima de tudo o Sistema Bancário.


Esta não percebi Tiago. Se eu podia ficar com 20.000 euros liquidos por ano, mas fico apenas com 19.000 euros (porque o estado fica-me com 1.000 a mais de impostos do que seria necessário), como é que isso está a fomentar a poupança ?



T1ag0 Escreveu:O crescimento da economia não terá que ser feito necessáriamente pelos Gastos Públicos.


É mau sinal quando assim é...

T1ag0 Escreveu:Se os Bancos não não tiverem necessidade de ir ao mercado de capitais, poderá emprestar aos consumidores a preços mais baixos, fomentando o consumo.

Queres formentar o consumo, mas ao mesmo tempo defendes que o estado fique com mais do que precisa, evitando precisamente que esse dinheiro seja utilizado para consumo das familias ou investimento das empresas.


T1ag0 Escreveu:Ao falar de orçamentos com superavits, não estou claramente a defender orçamentos de "cinto apertado", apenas orçamentos que deixem a economia fluir sem grande intervenção do estado.

Mas para isso não é preciso superavit. Aliás, um défice de 1 ou 2% numa economia que esteja a crescer saudavelmente não é problema rigorosamente nenhum.



É preciso nunca esquecer que o dinheiro que o estado tem vem dos vários impostos e contribuições.

Há um video interessante que a Pata deixou noutro tópico.

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... hp?t=74734
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por T1ag0 » 14/10/2010 9:33

AutoMech Escreveu:
T1ag0 Escreveu:É estranho ver o governo a insistir em aumentar os impostos. Os impostos vão colocar o país em recessão o que vai provocar uma respectiva queda da receita fiscal. O governo espera obter uma receita fiscal superior de onde?
Uma teoria económica (essencialmente nórdica) é fazer orçamentos "poupados" em alturas de crescimento de forma a obter superavits para, em alturas de crise, seja possível fazer orçamentos despesistas. Isso certamente não vai acontecer em Portugal (não há dinheiro nem liberdade cambial), logo para sair da crise, a esmagadora maioria terá que ser cortada na despesa e esperar uma onda de crescimento que contagie Portugal.


Tiuago, orçamentos com superavit são um erro porque retiram recursos da economia.

Orçamento zero (que já inclui serviço da dívida) já é suficiente, dando margem para politicas mais despesistas se forem necessárias.


Uma economia perde muitos recursos a pagar juros das sua dívidas ao exterior. Seja o Governo, o Sistema Bancário ou as famílias. Um Governo que em períodos de crescimento registe superavits fomenta a poupança, ajudando acima de tudo o Sistema Bancário. O crescimento da economia não terá que ser feito necessáriamente pelos Gastos Públicos. Se os Bancos não não tiverem necessidade de ir ao mercado de capitais, poderá emprestar aos consumidores a preços mais baixos, fomentando o consumo.
Ao falar de orçamentos com superavits, não estou claramente a defender orçamentos de "cinto apertado", apenas orçamentos que deixem a economia fluir sem grande intervenção do estado.
 
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por Automech » 14/10/2010 8:58

T1ag0 Escreveu:É estranho ver o governo a insistir em aumentar os impostos. Os impostos vão colocar o país em recessão o que vai provocar uma respectiva queda da receita fiscal. O governo espera obter uma receita fiscal superior de onde?
Uma teoria económica (essencialmente nórdica) é fazer orçamentos "poupados" em alturas de crescimento de forma a obter superavits para, em alturas de crise, seja possível fazer orçamentos despesistas. Isso certamente não vai acontecer em Portugal (não há dinheiro nem liberdade cambial), logo para sair da crise, a esmagadora maioria terá que ser cortada na despesa e esperar uma onda de crescimento que contagie Portugal.


Tiuago, orçamentos com superavit são um erro porque retiram recursos da economia.

Orçamento zero (que já inclui serviço da dívida) já é suficiente, dando margem para politicas mais despesistas se forem necessárias.
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por e-finance » 13/10/2010 23:03

Começo a achar que uma vinda do FMI neste momento seria bom para Portugal, senão vejamos, este orçamento vai asfixiar as PMEs que são o maior empregador de Portugal. Vamos condenar a nossa economia a uma morte lenta. Vamos ter cada vez menos contribuintes para cada vez mais estado.
Como não existem perspectivas de crescimento os juros não vão baixar. Parece-me que não há escapatória, quanto mais cedo vier o FMI melhor.

Cumps.
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por AC Investor Blog » 13/10/2010 22:57

LOAMIL Escreveu:Uma boa forma de cortar na despesa era retirar-lhe a ele e a outros como ele, a reforma choruda (250.000 euros/ano) que recebe, desde os 56 anos, por ter trabalhado meia dúzia de meses na CGD.

Um abraço
ml


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por T1ag0 » 13/10/2010 22:55

É estranho ver o governo a insistir em aumentar os impostos. Os impostos vão colocar o país em recessão o que vai provocar uma respectiva queda da receita fiscal. O governo espera obter uma receita fiscal superior de onde?
Uma teoria económica (essencialmente nórdica) é fazer orçamentos "poupados" em alturas de crescimento de forma a obter superavits para, em alturas de crise, seja possível fazer orçamentos despesistas. Isso certamente não vai acontecer em Portugal (não há dinheiro nem liberdade cambial), logo para sair da crise, a esmagadora maioria terá que ser cortada na despesa e esperar uma onda de crescimento que contagie Portugal.
 
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por LOAMIL » 13/10/2010 22:51

Uma boa forma de cortar na despesa era retirar-lhe a ele e a outros como ele, a reforma choruda (250.000 euros/ano) que recebe, desde os 56 anos, por ter trabalhado meia dúzia de meses na CGD.

Um abraço
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por Marco Martins » 13/10/2010 22:33

É claro que isso não interessa ao governo!!
Vão cortar a torto e a direito, e o Zé-Povinho é que se vai "lixar", pois os tubarões continuam em poleiros e com todas as mordomias!!!

Digam-me quantos administradores vão ser dispensados, ou quantos organismos públicos serão encerrados, ou quantos ex-presidentes vão ficar sem seguranças em todas as suas casas, sem motorista, e sem despesas pagas?
 
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MIRA AMARAL: primeiro a despesa, depois os impostos....!

por Pata-Hari » 13/10/2010 22:09

Mira Amaral
"Aprovar um mau orçamento não livra Portugal dos sarilhos externos"
13 Outubro 2010 | 20:12
Lusa
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O ex-ministro Mira Amaral defendeu hoje que a não aprovação do Orçamento põe em causa a credibilidade externa, mas "aprovar um orçamento só por aprovar não livra Portugal dos sarilhos externos".
Em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação do livro "E depois da crise?", no Porto, Mira Amaral realçou que "se for [aprovado] um mau orçamento os mercados externos também castigam", apelando aos dois maiores partidos, PS e PSD, "para que tenham juízo e façam um orçamento razoável".

O antigo ministro da Indústria considerou a "dimensão externa" como a maior preocupação da não aprovação do OE2011, considerando que "poria em causa a credibilidade externa que é precisa como de pão para a boca".

Ainda assim, sustentou, "se [o OE] for mau, o país também será penalizado". Para Mira Amaral, "se a situação se agravar ainda mais é melhor que o FMI [Fundo Monetário Internacional] entre em cena, porque quando entra em cena dá um abalo às medidas que estão a ser tomadas e permite baixar as taxas de juro que o país está a pagar".

O economista defendeu que "quando se está a pagar taxas de juro de quase sete por cento, se calhar era melhor ter um acordo com o FMI, porque ajudava a credibilizar [o país] no plano externo".

Mira Amaral defendeu que o "Governo, que não tem maioria absoluta, tem que negociar no Parlamento com outro partido a viabilização do Orçamento" e considerou que "o PSD não é responsável por esta situação".

Neste contexto, acrescentou, "o PSD tem todo o direito de pôr as suas condições".

Defendendo que a discussão tem que ser feita pelo lado da despesa, frisou: "Primeiro tem que se esgotar a discussão do lado da despesa para se cumprir o défice. Só quando estiver esgotado, se passaria à discussão sobre o aumento dos impostos."
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