Adivinha-se uma Brutal Recessão em Portugal
MarcoAntonio Escreveu:Ora nem mais. E é por isso que eu falo dos produtos alimentares: nós até temos boas condições meteorológicas, uma costa considerável, etc. Qual é a necessidade de termos um déficit tremendo em produtos alimentares?
Eu confesso que não sei onde está a origem do problema mas constato que, por exemplo, nas frutos e no peixe não é assim tão raro ver produtos estrangeiros com preço inferior.
Geralmente procuro comprar produtos nacionais ainda que sejam ligeiramente superiores (até porque teoricamente são colhidos à menos tempo, etc). Mas lembro-me de uma situação bizarra antes do Verão em que as cebolas portuguesas estavam a 1.80€ e as espanholas a 60 centimos.
Até comentei com a senhora da mercearia e acabei mesmo por levar as espanholas porque há limites para tudo... E as cebolas estavam boas e tinham qualidade idêntica.
Não sei se o problema cá é não termos escala, se é estarmos dependentes de subsídios o que nos torna mais aversos ao risco, se é a burocracia do estado que não permite que as empresas de desenvolvam, se são os empresários que querem ganhar tudo de uma assentada.
Não sei realmente mas é de facto inaceitável ter deficit nesse aspecto.
MarcoAntonio Escreveu:
Eu tenho defendido que este é um problema para ser resolvido por todos, sector privado e sector público. E isso funciona para os dois lados...
Por mais que custe a quem verá o seu salário reduzido, cortes progressivos e a partir dos 1500 euros não me parece que tenha algo de criticável no actual contexto!
Absolutamente de acordo.
Eu, que sou um crítico a toda à linha deste governo (à excepção da estratégia para a energia), fiquei bastante surpreendido pela positiva com estas medidas.
cumps
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Por acaso já tinha ouvido falar do aumento de administradores dos hospitais e da quantidade de assinaturas necessárias para comprar seja o que fôr, sendo que nem dinheiro têm para o papel higiénico.
Se o governo caisse, mesmo que fosse com uma rasteira, não se perdia nada. O 5 de Outubro pode ser uma boa oportunidade para iniciar a IV República e rever todo o funcionamento do aparelho de estado.
Se o governo caisse, mesmo que fosse com uma rasteira, não se perdia nada. O 5 de Outubro pode ser uma boa oportunidade para iniciar a IV República e rever todo o funcionamento do aparelho de estado.
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Neste momento nem sei, a vontade é mesmo ir para a rua, ou melhor para o estrangeiro....
O problema não é baixar o ordenado, é a sensação de injustiça.
Se o esforço é de todos OK, mas como podemos ver tantas fraudes, tanta gente que não paga impostos, e depois exigir esforços destes.
Trabalho num hospital onde o numero de administradores aumentou de 5 para 24, e eu trabalho mais e ganho menos que há 8 anos (com as correcções da inflação)
http://aeiou.expresso.pt/nao-da-para-tr ... es=f606228
O problema não é baixar o ordenado, é a sensação de injustiça.
Se o esforço é de todos OK, mas como podemos ver tantas fraudes, tanta gente que não paga impostos, e depois exigir esforços destes.
Trabalho num hospital onde o numero de administradores aumentou de 5 para 24, e eu trabalho mais e ganho menos que há 8 anos (com as correcções da inflação)
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Com todo o respeito pelos funcionários públicos (em certa medida até se pode entender que os tenho defendido no forum face a muitos ataques desproporcionados/desinformados) não creio que haja razões para reclamar tendo em conta os moldes dos cortes e a conjuntar económica nacional.
Eu tenho defendido que este é um problema para ser resolvido por todos, sector privado e sector público. E isso funciona para os dois lados...
Por mais que custe a quem verá o seu salário reduzido, cortes progressivos e a partir dos 1500 euros não me parece que tenha algo de criticável no actual contexto!
(nota: efectivamente todos vão ter ainda um "corte" adicional de 1% indirecto via desconto para a CGA)
Eu tenho defendido que este é um problema para ser resolvido por todos, sector privado e sector público. E isso funciona para os dois lados...
Por mais que custe a quem verá o seu salário reduzido, cortes progressivos e a partir dos 1500 euros não me parece que tenha algo de criticável no actual contexto!
(nota: efectivamente todos vão ter ainda um "corte" adicional de 1% indirecto via desconto para a CGA)
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 30/9/2010 20:54, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
vitcosta Escreveu:Não admito perder ordenado com TJV
BASTA , GOVERNO ABAIXO
caríssimo, sei que é muito complicado perder salário, mas sabe o que acontece com a malta do privado? tem ido aos magotes para a RUA em virtude dos sucessivos aumentos de impostos para sustentar a despesa estatal!
qual é que prefere?

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... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Eu sou contratado da função pública... trabalho que nem um Mouro...
a minha casa é gerida com gde rigor.
Confesso estar a perder a paciência, não tolero mais estes gajos, governo abaixo, seja em Fev , Março ou Abril..
Quero lá saber das pressões dos mercados... das ameaças de instabilidade...
Ouvi alguém comentar e concordo:
ESTE PM É POLITICAMENTE INIMPUTÁVEL, EU ATÈ DIRIA QUE É INIMPUTAVEL DE TODO
Dê por onde der, não se pode ter alguém que como PM mente descaradamente, e na verdade pouco mudou.
Não admito perder ordenado com TJV
BASTA , GOVERNO ABAIXO
a minha casa é gerida com gde rigor.
Confesso estar a perder a paciência, não tolero mais estes gajos, governo abaixo, seja em Fev , Março ou Abril..
Quero lá saber das pressões dos mercados... das ameaças de instabilidade...
Ouvi alguém comentar e concordo:
ESTE PM É POLITICAMENTE INIMPUTÁVEL, EU ATÈ DIRIA QUE É INIMPUTAVEL DE TODO
Dê por onde der, não se pode ter alguém que como PM mente descaradamente, e na verdade pouco mudou.
Não admito perder ordenado com TJV
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Exactamente, na última década os salários versus produtividade evoluiram melhor em Portugal do que na Alemanha. Subir mais os salários do que sobe a produtividade já é a receita que está a ser aplicada... e não funciona!
Aliás, já tinhamos visto isso aí noutro tópico com dados que o migluso retirou do Eurostat...
Aliás, já tinhamos visto isso aí noutro tópico com dados que o migluso retirou do Eurostat...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
já agora sublinho a ideia do Marco António com números:
De acordo com a OCDE, desde 2000, os custos unitários do trabalho em Portugal aumentaram 20 pontos percentuais face à Alemanha. Esta continua a ganhar competitividade face a Portugal e face a toda a zona euro. E, infelizmente, o mesmo também acontece na Polónia e na República Checa onde os ganhos de competitividade são ainda mais acentuados que os registados na Alemanha. No sector industrial, desde 2005, os custos unitários de trabalho na Polónia baixaram (repito, baixaram) 10 pontos percentuais. Na República Checa, no mesmo período, aumentaram 6 pontos, mas menos que na Alemanha (+10 pts pct.) e muito menos que na média da Zona Euro (+14,5 pts pct.).

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Pois eu acho que isso é wishful thinking... vamos lá subir os salários que a malta começa a produzir.
Curioso: a malta não diz que os funcionários públicos ganham muito e produzem pouco? Ué... a lógica deixou de funcionar?
(eu não estou a concordar, estou só a sublinhar duas ideias opostas que tendem a ser defendidas pelas pessoas em geral)
É preciso começar a trabalhar mais (reduzir feriados, por exemplo e alterar o seu mapa... coisa a que a malta, apesar do país produzir pouco e ter dos piores mapas de feriados da europa, se opõe ferozmente) e produzir mais... e depois aumentar os salários em conformidade.
Curioso: a malta não diz que os funcionários públicos ganham muito e produzem pouco? Ué... a lógica deixou de funcionar?
(eu não estou a concordar, estou só a sublinhar duas ideias opostas que tendem a ser defendidas pelas pessoas em geral)
É preciso começar a trabalhar mais (reduzir feriados, por exemplo e alterar o seu mapa... coisa a que a malta, apesar do país produzir pouco e ter dos piores mapas de feriados da europa, se opõe ferozmente) e produzir mais... e depois aumentar os salários em conformidade.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Lion_Heart Escreveu:Pensem agora é como e quem vai produzir bens transacionaveis e para exportação.
E ja agora produzir para consumo interno .
Nós não precisamos de exportar. Se for para consumo interno já resolvemos o problema...
Afinal, só em produtos alimentares nós perdemos mais de mil milhões de euros em 5 meses. Nem para comer produzimos (e se fosse porque somos especialistas noutras coisas que compensassem).
E eu creio que se deve precisamente começar por aí...
Lion_Heart Escreveu:Nao admito importar 80% da batata e arroz sendo nós um País do mediterraneo.
Ora nem mais. E é por isso que eu falo dos produtos alimentares: nós até temos boas condições meteorológicas, uma costa considerável, etc. Qual é a necessidade de termos um déficit tremendo em produtos alimentares?
Lion_Heart Escreveu:Ou importar peixe com o tamanho da nossa costa
E carnes e so on so on.
Exactamente...
Portanto, para já devemos começar a produzir para nós. E se der para exportar também, tanto melhor!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
JMHP Escreveu:Não consigo perceber esta argumentação e de que forma a fundamentas.•
Os números são categoricamente demonstrados pelo PIB (basta comparar com outros países europeus onde o Estado tem pesos semelhantes).
JMHP Escreveu:Eu pela minha experiência profissional e por ser gestor de uma empresa industrial para exportação de componentes automóvel com cerca de 60 colaboradores, não considero válida essa afirmação.
Eu não vou discutir casos particulares. Não tem qualquer interesse... muito menos pegando numa empresa com 60 colaboradores. Ou um sector que fosse... estamos aqui a falar em termos gerais e médios e não nas excepções (pouco interessa para o caso se a tua empresa é uma dessas excepções ou não).
JMHP Escreveu:Conheço muito bem outros sectores da industrial que também revelam comportamentos idênticos aos nossos e tenho a firme convicção que grande parte dos políticos, jornalistas e que determinada opinião pública populista possui uma ideia errada em relação á performance da industria portuguesa nomeadamente de exportação.
A performance da nossa exportação mede-se em milhões de euros (ronda os 3 mil, mensais). Tal como se mede a da importação (ronda os 4 mil e tal): temos uma performance negativa de mais de mil milhões de euros mensais (dos quais, 80% ocorre com, note-se bem, para a Espanha e Alemanha, países onde os vencimentos médios são superiores aos nossos, por sinal).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 30/9/2010 20:19, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Essa história do Keynes teve a sua razão de ser, mas que não se pode aplicar no nosso modelo.
Quanto a ter Superavit , até seria o ideal para nós para podermos reduzir a divida que temos.
A Irlanda se excluírem os problemas bancários é um paraíso ao pé de Portugal.
Eu sou a favor do investimento de facto, mas sou contra o mau investimento, acho que temos que separar as aguas.
Agora gostaria de deixar uma pergunta:
Será melhor ter um OE mau ou,
Não ter nenhum?
Se não houver OE o Estado entra em duodécimos sobre o OE anterior, e não pode gastar mais.
Com um OE mau, gasta o que quer e daqui a seis meses temos o IVA a 25 % e mais uns pozinhos nas outras coisas.
Penso que seria uma coisa a meditar tendo em conta os bons exemplos dados pelos sucessivos governos nos últimos 25 anos.
Quanto a ter Superavit , até seria o ideal para nós para podermos reduzir a divida que temos.
A Irlanda se excluírem os problemas bancários é um paraíso ao pé de Portugal.
Eu sou a favor do investimento de facto, mas sou contra o mau investimento, acho que temos que separar as aguas.
Agora gostaria de deixar uma pergunta:
Será melhor ter um OE mau ou,
Não ter nenhum?
Se não houver OE o Estado entra em duodécimos sobre o OE anterior, e não pode gastar mais.
Com um OE mau, gasta o que quer e daqui a seis meses temos o IVA a 25 % e mais uns pozinhos nas outras coisas.
Penso que seria uma coisa a meditar tendo em conta os bons exemplos dados pelos sucessivos governos nos últimos 25 anos.
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Camisa Roxa Escreveu:Fenicio Escreveu:Camisa Roxa Escreveu:Já percebi que continuas mesmo a confundir os conceitos. Então estás praí a dizer que ainda andam por aí senhores do início do século XX a pregarem EXACTAMENTE as mesmas coisas que o Keynes pregava há quase 1 século atrás?
Achas sinceramente que as teorias económicas não evoluem e acompanham o passo do tempo?
O Krugman foi influenciado pelas ideias do Keynes (http://krugman.blogs.nytimes.com/), veja lá aquilo o que ele defende (de certeza que não é abrir e fechar buracos!) e então podemos voltar a falar nisso.
olha, agora há keynesianos e neo-keynesianos, é isso?
o que é facto é que mesmo o investimento público tem um multiplicador negativo
PS: sobre o Krugman, já muito foi dito e esse então é um megalómano: quer triliões e triliões de gastos para sair da recessão; se isso não chegar é porque os gastos foram insuficientes e deve-se gastar ainda mais...
Ok, vamos lá avançar "passo - a - passo":
Perguntaste, há uns posts atrás, onde é que agora estavam os keynesianos, aqueles que defendem o "abrir e fechar buracos", como referiste.
Pois eu lhe digo que esses keynesianos aos quais fizeste referência já estão mortos e enterrados há pelo menos 50 ou 60 anos. O que existe hoje em dia é uma nova geração de economistas que foram e continuam a ser influenciados pelas ideias do Keynes, dentre eles podemos destacar o Krugman, o Roubini, o Stiglitz, e tantos outros.
Aquilo que estás praí a dizer simplesmente não faz sentido! Volto a repetir, informa-te bem acerca dos economistas que chamas de keynesianos, e então poderemos voltar a falar novamente sobre este assunto.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
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Fenicio Escreveu:Camisa Roxa Escreveu:Já percebi que continuas mesmo a confundir os conceitos. Então estás praí a dizer que ainda andam por aí senhores do início do século XX a pregarem EXACTAMENTE as mesmas coisas que o Keynes pregava há quase 1 século atrás?
Achas sinceramente que as teorias económicas não evoluem e acompanham o passo do tempo?
O Krugman foi influenciado pelas ideias do Keynes (http://krugman.blogs.nytimes.com/), veja lá aquilo o que ele defende (de certeza que não é abrir e fechar buracos!) e então podemos voltar a falar nisso.
olha, agora há keynesianos e neo-keynesianos, é isso?
o que é facto é que mesmo o investimento público tem um multiplicador negativo
PS: sobre o Krugman, já muito foi dito e esse então é um megalómano: quer triliões e triliões de gastos para sair da recessão; se isso não chegar é porque os gastos foram insuficientes e deve-se gastar ainda mais...

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Camisa Roxa Escreveu:Fenicio Escreveu:Calma lá, não vamos confundir (novamente!) as coisas.
Uma coisa é diminuir as despesas do governo, cortar (ou ao menos diminuir) as regalias e mordomias, tornar o estado mais dinâmico e menos "obeso", o que se procura é um estado mais leve e eficiente e não um cabide de emprego para quase a metade da população economicamente activa de Portugal.
Outra coisa é cortar nos investimentos, e é neste ponto que eu discordo. Em época de crise é errado cortar nos investimentos, pois este corte trará apenas ainda mais recessão e desemprego.
Em época de crise as empresas tendem a gastar e a investir menos, e é precisamente neste momento que o governo deve aparecer no sentido de dinamizar a economia, seja através de investimentos directos (a construção de uma barragem, um troço de auto-estrada, a construção de um pólo industrial com isenção de alguns impostos, etc.) ou indirectos, através de incentivos fiscais, whatever.
Cortar nas "despesas" sim, cortar nos "investimentos" não.
Andas a confundir as coisas, CamisaRoxa, e não é de hoje.
se ainda me lembro do que estudei na faculdade o que o Keynes dizia era que o Estado devia gastar nem que fosse abrir e fechar buracos; se abrir e fechar buracos é investimento público ok siga
Já percebi que continuas mesmo a confundir os conceitos. Então estás praí a dizer que ainda andam por aí senhores do início do século XX a pregarem EXACTAMENTE as mesmas coisas que o Keynes pregava há quase 1 século atrás?
Achas sinceramente que as teorias económicas não evoluem e acompanham o passo do tempo?
O Krugman foi influenciado pelas ideias do Keynes (http://krugman.blogs.nytimes.com/), veja lá aquilo o que ele defende (de certeza que não é abrir e fechar buracos!) e então podemos voltar a falar nisso.
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Fenicio Escreveu:Calma lá, não vamos confundir (novamente!) as coisas.
Uma coisa é diminuir as despesas do governo, cortar (ou ao menos diminuir) as regalias e mordomias, tornar o estado mais dinâmico e menos "obeso", o que se procura é um estado mais leve e eficiente e não um cabide de emprego para quase a metade da população economicamente activa de Portugal.
Outra coisa é cortar nos investimentos, e é neste ponto que eu discordo. Em época de crise é errado cortar nos investimentos, pois este corte trará apenas ainda mais recessão e desemprego.
Em época de crise as empresas tendem a gastar e a investir menos, e é precisamente neste momento que o governo deve aparecer no sentido de dinamizar a economia, seja através de investimentos directos (a construção de uma barragem, um troço de auto-estrada, a construção de um pólo industrial com isenção de alguns impostos, etc.) ou indirectos, através de incentivos fiscais, whatever.
Cortar nas "despesas" sim, cortar nos "investimentos" não.
Andas a confundir as coisas, CamisaRoxa, e não é de hoje.
se ainda me lembro do que estudei na faculdade o que o Keynes dizia era que o Estado devia gastar nem que fosse abrir e fechar buracos; se abrir e fechar buracos é investimento público ok siga
isto porque o Keynes assumia que o multiplicador do consumo estatal era positivo; hoje está provado que é negativo: um aumento dos gastos do Estado conduz a quebras no PIB se não a curto prazo, pelo menos a médio/longo prazo
Editado pela última vez por Camisa Roxa em 30/9/2010 19:38, num total de 1 vez.

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E voces a bater no mesmo.
O crescimento foi sempre feito na base do consumo e consequentemente no endividamento externo e no deficit da b. comercial.
Isso acabou!
Pensem agora é como e quem vai produzir bens transacionaveis e para exportação.
E ja agora produzir para consumo interno .
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Ou importar peixe com o tamanho da nossa costa
E carnes e so on so on.
O crescimento foi sempre feito na base do consumo e consequentemente no endividamento externo e no deficit da b. comercial.
Isso acabou!
Pensem agora é como e quem vai produzir bens transacionaveis e para exportação.
E ja agora produzir para consumo interno .
Nao admito importar 80% da batata e arroz sendo nós um País do mediterraneo.
Ou importar peixe com o tamanho da nossa costa
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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
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mais_um Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Os salários em Portugal são baixos porque têm de ser baixos. Não há razão para serem altos quando produzimos menos que quase todo o mundo (a Europa em particular) desenvolvido...
Humm... a questão da produtividade tem muito que se lhe diga, o desempenho do trabalhador não é o único factor e por vezes a falta de produtividade não depende do trabalhador, mas sim da gestão.
E já agora (e quanto a mim não menos importante) a legislação laboral em Portugal também não ajuda.
Sim, porque isso de dizer que as leis laborais são das mais avançadas da Europa é bazófia dos sindicatos. Só quem nunca trabalhou numa empresa é que acha que o nosso código laboral é flexível nessa matéria.
Tentar despedir um trabalhador efectivo que, de repente, amua com a empresa e decide começar a fazer de conta que trabalha é uma aventura digna de um livro do Kafka.
MarcoAntonio Escreveu:O sector privado em Portugal não é produtivo (e a tendência para o abstencionismo é enorme).
Não consigo perceber esta argumentação e de que forma a fundamentas.•
Eu pela minha experiência profissional e por ser gestor de uma empresa industrial para exportação de componentes automóvel com cerca de 60 colaboradores, não considero válida essa afirmação.
Não é o meu caso nem do sector e meio industrial que a minha empresa pertence.
Já recebi algumas visitas de consultores de empresas nacionais que ficaram quase escandalizados com as normas de exigência da empresa e do sector. Igualmente foram surpreendidos com a média salarial elevada dos nossos colaboradores em relação á média nacional.
Conheço muito bem outros sectores da industrial que também revelam comportamentos idênticos aos nossos e tenho a firme convicção que grande parte dos políticos, jornalistas e que determinada opinião pública populista possui uma ideia errada em relação á performance da industria portuguesa nomeadamente de exportação.
mais_um Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:O sector privado em Portugal não é produtivo (e a tendência para o abstencionismo é enorme).
Presumo que queiras dizer absentismo, certo?
LOL
Lapsus linguae.
Por sinal, também aquela tendência é considerável...

mais_um Escreveu:Humm... a questão da produtividade tem muito que se lhe diga, o desempenho do trabalhador não é o unico factor e por vezes a falta de produtividade não depende do trabalhador, mas sim da gestão.
Sim, claro. Totalmente de acordo... os empregadores e os gestores também são tugas, não são só os empregados/desempregados que são tugas.

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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:O sector privado em Portugal não é produtivo (e a tendência para o abstencionismo é enorme).
Presumo que queiras dizer absentismo, certo?

MarcoAntonio Escreveu:Os salários em Portugal são baixos porque têm de ser baixos. Não há razão para serem altos quando produzimos menos que quase todo o mundo (a Europa em particular) desenvolvido...
Humm... a questão da produtividade tem muito que se lhe diga, o desempenho do trabalhador não é o unico factor e por vezes a falta de produtividade não depende do trabalhador, mas sim da gestão.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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E se virmos bem para o que produzimos os salarios sao elevados...ou seja ja recebemos mal mas continuamos a ser bem pagos para o que produzimos...e paradoxal mas e verdade, nao é a toa que a generalidade dos economistas defende uma reducao salarial
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