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Caldeirão da Bolsa

Adivinha-se uma Brutal Recessão em Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 30/9/2010 17:15

Manu Escreveu:Daí a minha solução passar pela reorganização de serviços, eventualmente, redução de trabalhadores.

Isto com o intuito de aumentar a produtividade.


Porquê?

O sector privado em Portugal não é produtivo (e a tendência para o abstencionismo é enorme).

Para aumentar a produtividade (per capita) e o PIB é preciso, por exemplo, reestruturar o RSI (o que aparentemente já está a ser feito) e o subsídio de desemprego (eu por mim substituia-o por um "subsídio de incentivo de regresso ao mercado de trabalho" - o que eu defendo em exacto já escrevi noutro tópico - porque actualmente e na conjuntura actual, ele faz quase o oposto e transporta as pessoas para um sistema em que "sobrevivem" sem trabalhar).

É preciso cultivar outra mentalidade, uma questão de fundo, uma mudança de paradigma no modo de vida dos portugueses: temos de nos tornar "mais alemães" e menos "mediterrânicos". Sim, eu sei que isto é fácil de dizer mas mais difícil de executar. Mas tem de ser feito um esforço para alterar a mentalidade tuga (confesso que para já tudo o que vejo - embora relativamente adequado e necessário, são medidas para resolver o problema no imediato... o que falta? uma verdadeira atitude pedagógica!). Porque no fundo é o que estamos a pagar: não é os erros do político x ou y mas os erros de todos nós como sociedade/povo, o que obviamente inclui os políticos (mas não se extingue aí).


Já agora, uma listagem do GDP(PPP) por hora de trabalho:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_co ... our_worked

Os salários em Portugal são baixos porque têm de ser baixos. Não há razão para serem altos quando produzimos menos que quase todo o mundo (a Europa em particular) desenvolvido...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por pvg80713 » 30/9/2010 17:00

http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT10YR:IND


divída Portuguesa a 10 anos a DESCER quase 4 % ! !
 
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por Quico » 30/9/2010 16:57

Manu Escreveu:Antes da crise financeira tanto a Espanha como a Irlanda tinham superavit

Nem isso as salvou.


Como disse à uns dias o Atomez, quem me dera a mim a crise da Irlanda.

Não te esqueças que o lixou por completo as contas públicas irlandesas foram dois valentes "bailouts" feitos a bancos que, à beira do BPP, este parece uma pequena mercearia. :mrgreen:
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por Xitonhane » 30/9/2010 16:56

sim, eu percebo porque nao é aconselhavel ter um superavit, mas neste caso em concreto queria demonstrar que os espanhois tiveram uma boa politica orçamental coincidente com o ciclo economico que atravessavam...uma PO contraciclica,tal como deve ser e nao pró ciclica...
um superavit orçamental significa uma ineficiente utilizacao dos recursos disponiveis...mas la esta,era so para dar o exemplo:)
 
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por caiadoferrao » 30/9/2010 16:55

NFS Escreveu:Acho que a posição do Elias é a correcta, visto a maioria das pessoas só sabe dizer mal mas não sabe bem porquê.

Certamente que isto esta mal, que há despesa a mais, que existe coisas a corrigir, mas só é uma opinião importante se for algo de concreto e não dizer apenas:

"Há organismos a mais e vamos cortar" e quando se pergunta quais, a resposta é: "Não sei quais mas sei que há porque um pai de um amigo trabalha num deles e disse".

Isto não ajuda em nada, até pode ser mentira, o bom Português gosta de ver tudo a arder e dizer sempre mal.

As opiniões devem ser fundamentadas e com dados concretos para que seja possível distinguir uma opinião credível de um bitaite.


E, justamente, há um instrumento que procura responder a este problema: o orçamento de base zero.
 
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por Manu » 30/9/2010 16:53

Daí a minha solução passar pela reorganização de serviços, eventualmente, redução de trabalhadores.

Isto com o intuito de aumentar a produtividade.
 
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por MarcoAntonio » 30/9/2010 16:48

Manu Escreveu:Em meu entender estas medidas não vão resolver o problema, só o vão adiar.

Os ordenados em Portugal são menores que os dos Países mais desenvolvidos, logo não é um problema de salários altos, é sim um problema de despesas não produtivas. E essas vão continuar.


Essa não é a forma correcta de avaliar o problema. Não podes olhar para os salários como valores nominais mas em relação ao produzido...

Portugal tem salários baixos em relação a outros países desenvolvidos... e também tem um PIB per capita bem inferior!


Na última década, os salários em Portugal evoluiram mais rapido que na média europeia quando tendo em conta a evolução da produtividade.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Manu » 30/9/2010 16:46

Antes da crise financeira tanto a Espanha como a Irlanda tinham superavit

Nem isso as salvou.
 
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por MarcoAntonio » 30/9/2010 16:43

Xitonhane Escreveu:Se nao me engano o governo do aznar...chegaram ate ter um superavit orçamental...mas tou a falar por alto nao tenho a certeza....


Segundo a maior parte dos economistas, superavit não é aconselhável (um déficit moderado e sustentável é saudável e melhor para a economia segundo o mainstream dos economistas).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Manu » 30/9/2010 16:38

Em meu entender estas medidas não vão resolver o problema, só o vão adiar.

Os ordenados em Portugal são menores que os dos Países mais desenvolvidos, logo não é um problema de salários altos, é sim um problema de despesas não produtivas. E essas vão continuar.

Quanto à rubrica dos vencimentos a forma correcta de a cortar seria a de reduzir o nº de trabalhadores e não o seu vencimento.

Com menos era possível fazer o mesmo e até mais. Falta melhor organização e menos clientelismo.
 
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por Xitonhane » 30/9/2010 16:32

Bem disse o meu velho, quando Zapatero chegou ao poder, que os nuestros hermanos iam chorar pelo Aznar outra vez
 
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por Quico » 30/9/2010 16:22

Xitonhane Escreveu:Se nao me engano o governo do aznar...chegaram ate ter um superavit orçamental...mas tou a falar por alto nao tenho a certeza....


Pois... mas o simpático Sapatero tratou logo do "problema", distribuindo benesses que, por sinal, trata agora de retirar!
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por Xitonhane » 30/9/2010 16:15

Se nao me engano o governo do aznar...chegaram ate ter um superavit orçamental...mas tou a falar por alto nao tenho a certeza....
 
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por Quico » 30/9/2010 16:05

Xitonhane Escreveu:o problema é que andamos a trocar os ciclos económicos todos...quando tinhamos que ter uma politica orçamental mais restritiva,na altura em que cresciamos, nao o fizemos, agora que tinhamos que ter uma PO expansionista, estamos endividados ate aos cabelos....


Mas alguém alguma vez viu um governo (sobretudo português, ou mesmo lá fora...) cortar despesa e reestruturar o estado em clima de crescimento económico? Ou seja sem ser obrigado? :lol:

Quanto mais deres ao estado, mais os seus dirigentes vão inventar mais coisas em que intervir, e por conseguinte gastar. (Daí a falácia do "quantos mais de nós pagarmos impostos, menos teremos que pagar.")

Qualquer estado, como qualquer instrumento social de poder, quer sempre mais poder. Até ser obrigado a recuar! O resto são balelas utópicas...

Mas a esquerda prefere sempre a utopia à realidade. :roll:
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por Xitonhane » 30/9/2010 15:56

o problema é que andamos a trocar os ciclos económicos todos...quando tinhamos que ter uma politica orçamental mais restritiva,na altura em que cresciamos, nao o fizemos, agora que tinhamos que ter uma PO expansionista, estamos endividados ate aos cabelos....
 
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por Fenicio » 30/9/2010 15:50

Camisa Roxa Escreveu:PS: onde andam os keynesianos a estas horas? os que diziam que a despesa pública é a salvação para as crises?

há com cada toino que só visto!


Calma lá, não vamos confundir (novamente!) as coisas.

Uma coisa é diminuir as despesas do governo, cortar (ou ao menos diminuir) as regalias e mordomias, tornar o estado mais dinâmico e menos "obeso", o que se procura é um estado mais leve e eficiente e não um cabide de emprego para quase a metade da população economicamente activa de Portugal.

Outra coisa é cortar nos investimentos, e é neste ponto que eu discordo. Em época de crise é errado cortar nos investimentos, pois este corte trará apenas ainda mais recessão e desemprego.

Em época de crise as empresas tendem a gastar e a investir menos, e é precisamente neste momento que o governo deve aparecer no sentido de dinamizar a economia, seja através de investimentos directos (a construção de uma barragem, um troço de auto-estrada, a construção de um pólo industrial com isenção de alguns impostos, etc.) ou indirectos, através de incentivos fiscais, whatever.

Cortar nas "despesas" sim, cortar nos "investimentos" não.

Andas a confundir as coisas, CamisaRoxa, e não é de hoje.
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Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

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por Xitonhane » 30/9/2010 15:41

Entrei neste tópico já a meio, mas parece-me medidas sensatas...descer os salarios da funcao publica, todos os outros paises em risco o fizeram, caso Irlandes se nao tou enganado chega aos 20%, o aumento do IVA é uma boa medida, segundo os fiscalista era este imposto que devia ser o mais importante e nao o IRS,era a favor de uma descida do IRS mas dadas as circunstancias,tambem sou a favor de terminar com a ADSE, um sistema para todos, claro que aqui é preciso ter muitos"churros"...mas parecia-me inevitavel...quanto ao numero de deputados paises com a mesma dimensao populacional tem à volta do mesmo numero que nos...portanto nao era por ai...servia como exemplo, servia mas era outra historia
 
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por migluso » 30/9/2010 15:37

moppie85 Escreveu:
Mas a quem cabe fazer esse estudo? Ao povo ou ao Governo? E já o fez? Anunciou que o ia fazer?


Acho que se começou a estudar em 2001, conforme postei atrás.

Fizeram-se pelo menos 2 leis. Uma em 2004 e outra em 2007, que tb postei, que faz alterações à de 2004...

Na prática?!?!?

- O Estado faz nada ou o oposto do recomendado no Preâmbulo que postei.

- O Estado não cumpre a lei que criou. Uma VERGONHA

Sim, tenho vergonha de viver num Estado que não cumpre as leis que ele próprio cria.

cumps
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por Camisa Roxa » 30/9/2010 15:29

“The problem with socialism is that eventually you run out of other people’s money”.

Margaret Thatcher.
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por Camisa Roxa » 30/9/2010 15:14

querem ver o cúmulo da burocracia?

Documentação exigida aos pastores transumantes e a entregar quese exclusivamente pela net:«Para a instrução do licenciamento da área de pasto, cada produtor tem de entregar um formulário com descrição exaustiva da actividade e da exploração pecuária, a caracterização da Parcela Valorização Agrícola (gestão dos efluentes pecuários), uma Declaração de Responsabilidade Sanitária, uma Declaração de Responsabilidade pelos Animais e uma Declaração do Produtor (do proprietário da exploração onde se localizam os pastos). (…) Além destes documentos, cada o pastor está também obrigado a manter um registo de existências e deslocações, actualizado semanalmente, e onde devem constar, entre outros elementos, uma planta em escala não inferior a 1:25.000, indicando a localização das instalações da actividade pecuária e abrangendo um raio de um quilómetro, com a indicação da zona de protecção e da localização de outras edificações envolventes.»
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por Automech » 30/9/2010 15:07

NFS Escreveu:Acho que a posição do Elias é a correcta, visto a maioria das pessoas só sabe dizer mal mas não sabe bem porquê.

Certamente que isto esta mal, que há despesa a mais, que existe coisas a corrigir, mas só é uma opinião importante se for algo de concreto e não dizer apenas:

"Há organismos a mais e vamos cortar" e quando se pergunta quais, a resposta é: "Não sei quais mas sei que há porque um pai de um amigo trabalha num deles e disse".

Isto não ajuda em nada, até pode ser mentira, o bom Português gosta de ver tudo a arder e dizer sempre mal.

As opiniões devem ser fundamentadas e com dados concretos para que seja possível distinguir uma opinião credível de um bitaite.


Já agora NFS, nesta noticia

http://www.publituris.pt/2008/01/23/cs- ... o-turismo/

a uma dada altura é mencionado o seguinte:

Em Mesão Frio, no Douro, está em fase de licenciamento o CS Douro Marina Hotel, projecto PIN com 175 quartos e abertura prevista em 2010. Neste momento, para atribuição de licença é ainda preciso a consulta a 25 entidades, mas prevemos que em Março deva estar aprovado”.


Ora, como eu não sei quais são essas 25 entidades nem se são mesmo todas precisas, eu não tenho legitimidade para dizer que acho que é excessivo.

E no entanto acho que é excessivo. Mas o melhor é começar as minhas intervenções no forum com "O meu bitaite é que 25 entidades é excessivo". Assim já não tenho de justificar nada...
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por Automech » 30/9/2010 15:00

Camisa Roxa Escreveu:PS: onde andam os keynesianos a estas horas? os que diziam que a despesa pública é a salvação para as crises?

há com cada toino que só visto!


A malta ainda não se apercebeu que já não temos moeda própria nem controlamos taxas de juro...
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por Camisa Roxa » 30/9/2010 14:43

PS: onde andam os keynesianos a estas horas? os que diziam que a despesa pública é a salvação para as crises?

há com cada toino que só visto!
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por moppie85 » 30/9/2010 14:43

NFS Escreveu:Acho que a posição do Elias é a correcta, visto a maioria das pessoas só sabe dizer mal mas não sabe bem porquê.

Certamente que isto esta mal, que há despesa a mais, que existe coisas a corrigir, mas só é uma opinião importante se for algo de concreto e não dizer apenas:

"Há organismos a mais e vamos cortar" e quando se pergunta quais, a resposta é: "Não sei quais mas sei que há porque um pai de um amigo trabalha num deles e disse".

Isto não ajuda em nada, até pode ser mentira, o bom Português gosta de ver tudo a arder e dizer sempre mal.

As opiniões devem ser fundamentadas e com dados concretos para que seja possível distinguir uma opinião credível de um bitaite.


Mas a quem cabe fazer esse estudo? Ao povo ou ao Governo? E já o fez? Anunciou que o ia fazer?
 
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por moppie85 » 30/9/2010 14:39

Pata-Hari Escreveu:Moppie, complementando o que eu tinha dito, aqui vão declarações exactamente no sentido do que eu escrevi e do que tu escreveste:

Catroga: Medidas são de "má qualidade" e não vão ser as últimas
30 Setembro 2010 | 11:04
Lusa
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São medidas "tomadas em estado de necessidade", "sem uma estratégia económica para o país" sem a preocupação em "redefinir prioridades na despesa pública corrente e na despesa pública de investimento".
O ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva Eduardo Catroga classificou hoje as medidas apresentadas na quarta feira pelo Governo como de "má qualidade em termos de crescimento económico" e advertiu que não vão ser "as últimas".

Em declarações à Lusa, Eduardo Catroga teceu várias críticas às medidas de austeridade económica apresentadas pelo primeiro ministro e pelo ministro das Finanças, que considerou "cegas".

São medidas "tomadas em estado de necessidade", "sem uma estratégia económica para o país" sem a preocupação em "redefinir prioridades na despesa pública corrente e na despesa pública de investimento", classificou Eduardo Catroga.

Isto porque, sublinhou, "o investimento público é necessário" e "um plano de austeridade tem de obedecer a uma estratégia económica, porque o grande problema do país é o crescimento económico".

Entre as medidas anunciadas por José Sócrates está a redução nos salários da Função Pública com valor acima dos 1.500 euros, o congelamento das pensões, promoções e progressões de carreira e a redução dos contratos a prazo.

O IVA é aumentado de 21 para 23 por cento, o investimento público é congelado até ao fim do ano e as empresas vão pagar mais impostos em 2011, estando a ser preparada uma revolução no regime de benefícios fiscais em sede de IRC.

Para Eduardo Catroga, "o Governo demorou tempo a perceber que o mundo tinha mudado" e "face à irresponsabilidade política acumulada ao longo dos últimos 10/15 anos" criou-se "um nível de endividamento público directo e indirecto explosivo".

Crítico em relação aos efeitos na redução da despesa esperados pelo Governo, Eduardo Catroga é taxativo:"Não estaria a falar a verdade se dissesse que são as últimas medidas de redução da despesa pública, infelizmente não vão ser".

Segundo Catroga, Portugal precisa "de um Estado eficiente e que seja sustentável e este não é uma coisa nem outra", pelo que é "preciso simplificar estruturas, simplificar a organização do Governo, simplificar a Assembleia da República, reduzir, otimizar direcções gerais, institutos, empresas municipais, regionais", defendeu.

Quanto ao aumento de impostos, é uma medida que merece também críticas por parte do economista, que defende ser sim necessário "alterar a estrutura" da carga fiscal. "Precisamos de uma reforma fiscal que mexa no peso relativo dos vários impostos e não que aumente a carga fiscal", sob pena de se penalizar o estímulo à economia, alertou.

"Até a OCDE, no relatório [apresentado esta semana], na parte que o Governo não lhe interessou salientar, fala na necessidade" de, "a ponderarem-se aumentos de impostos sobre o consumo, [estes] devem ser acompanhados de reduções de contribuições das empresas para a segurança social" de forma a "baixar os custos de produção, estimular as exportações" e "a criação de emprego", sustentou.

"Em resumo, foram tomadas tarde e a más horas e são de má qualidade, em termos de crescimento económico", concluiu Eduardo Catroga.


Exacto Pata.
Como dizia alguém ontem na TV: o que eles estão a fazer até um puto da primária fazia: desconta-se aqui, aumenta-se aqui até acertar as contas. Mas o trabalho de fundo, a estratégia económica, etc é pra depois.

Não me admiro que com este ritmo, a brincadeira se repita: descontar nos salários ou aumentar os impostos - que, no fundo, acaba por ser a mesma coisa - ir ao bolso do contribuinte por enepcia dos sucessivos governos.
 
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