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Caldeirão da Bolsa

Armando Vara a caminho da Camargo Corrêa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 22/9/2010 18:53

AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:Por exemplo, pensas que o Paulo Azevedo é nomeado presidente da Sonae pela sua larga experiencia profissional ou por ser filho do dono?


Agora podia-te responder como tu respondeste para o Vara. Não conheço o Paulo Azevedo, não conheço o seu trabalho e não acho bem que estejas a insinuar (pelo menos foi o que me pareceu) que se tornou presidente da Sonae por ser filho do Belmiro.

mais_um Escreveu:Estou mesmo a ver-te com um filho desempregado e com a possibilidade de arranjar um emprego para ele através de um amigo e nao o fazeres. :lol: :lol: :lol:


Se o fizer não deixo de estar a cometer um crime. Atenção que eu estou a falar de casos em que há favorecimento (ou seja, vários candidatos a uma função)


Calma aí, parece-me que há aqui alguma confusão.

Um privado (seja ele o Belmiro ou o amigo do Automech) pode contratar quem ele entender sem qualquer concurso. E o Automech pode meter uma cunha para o filho junto do amigo. É tratamento de favor mas não é crime nenhum porque aqui ninguém está obrigado a abrir concurso.

No caso das funções do Estado é muito diferente, porque não se pode contratar com base em meras preferências pessoais.
 
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por OLDMAN » 22/9/2010 18:43

Razao_Pura Escreveu:Só falta vir aqui o Mechanic dirigindo-se ao mais-um e dizer-lhe:

"Armando?.... és tu?... aqui no caldeirão?"


Já agora parece-me que a dúvida sobre a pertineência do Vara ter sido contratado pela Camargo para orientar a divisão dos negócios dessa empresa em Angola e Moçambique, é absolutamente descabida.
Vê-se logo que foi pela longa carreira que fez, e a experiência acumulada, na prática do suborno, uma vez que esses países têm taxas muito elevadas de corrupção, como todos sabem. Vai ser uma grande mais valia para a Camargo concerteza. Grande aquisição.

R.P.


:lol: :lol: :lol:
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por Automech » 22/9/2010 18:37

mais_um Escreveu:
Discordo, ser ministro não é um emprego, é um cargo politico. Mas já agora explica-nos o que ele fez de mal como ministro.

Considerar emprego ou não é irrelevante. Para mim é trabalho e sujeito a avaliação da sociedade. Talvez tenha nascido daí parte da nossa divergência.

mais_um Escreveu:Certo, mas essa é a opinião do jornalista e não a tua, o quero saber a tua.


A minha opinião é exactamente a da notícia. Criou uma fundação, que escapa ao escrutínio público e organizava campanhas de prevenção rodoviária para o Estado.

Independentemente da formalidade e de não haver ou não indícios de crime, há uma intenção (obscura) por trás porque poderia ter sido o ministério a fazer as ditas campanhas. Eu não confio num politico que cria uma fundação para fazer coisas que pode fazer através do ministério.

mais_um Escreveu:Imagina o seguinte, estás a construir uma casa e há uma denuncia sobre o processo de licenciamento, há um investigação e as autoridades concluem que não se passou nada de errado. No jornal local pode sair a noticia de duas formas, qual delas é que consideras adequada, a que não se conseguiu provar nenhuma irregularidade, ou que o processo cumpriu todos os preceitos legais?


Noticias é uma coisa. Opinião é outra. Eu não estou a dar notícias, estou a dar a minha opinião com base em indícios que são públicos (como por exemplo ter criado uma fundação para fazer algo que o ministério poderia fazer.

mais_um Escreveu:A opinião podes ter sempre, tu até podes ter a opinão que eu sou um grande bandido, mesmo não me conhecendo, tu podes dizer que achas que eu sou um bandido mas não podes afirmar que eu sou um bandido porque não o podes provar, essa é a diferença.
.

Eu não disse que o Vara é um bandido (nem o MST foi tão longe...). Digo que é alguém em quem não confio, o percurso profissional é estranho (como o MST refere) e quanto ao trabalho de governante deixou muito a desejar. Nada mais do que isso. Muito menos inveja. Aliás, mal seria se eu tivesse inveja dum tipo como o Vara.

mais_um Escreveu:No caso do Pinto da Costa e noutros (nos EUA acontece com alguma frequencia)tu sabes que foi cometido um crime mas como as provas nao puderam ser usadas ele sai em liberdade, no caso do Vara (fundação) não foi isso que se passou, dai eu insistir na diferença das situações, mas tu colocas tudo no mesmo saco, espero que nunca venhas a estar na mesma situação.


Quando há, por exemplo, determinadas regras sobre as despesas públicas e se arranja uma forma de as contornar (legalmente) nada de ilegal aconteceu. Mas houve um espírito por detrás que intencionalmente ultrapassou o espírito da lei. Não é crime formal mas para mim é crime moral. E um crime moral, na minha escala de princípios, é tão crime como o crime formal.

mais_um Escreveu:Humm..parece-me que estás equivocado, estás a confundir uma situação que é crime com uma situação em que é "cunha", como é óbvio a cunha pode ser por ser um familiar, um amigo, da mesma cor partidaria ou por ser uma gaja boa que dá umas quecas :lol: :lol: , mas isso em si não configura crime. Pode ser criticavel do ponto de vista social mas não mais do que isso.



Portanto, se na escolha de vários candidatos a uma câmara for escolhida a tipa que foi para a cama com o entrevistador e não a que tem mais habilitação para a função (assumindo que dar quecas não faz parte do job description) tu entendes que não é crime ?


mais_um Escreveu:Por exemplo, pensas que o Paulo Azevedo é nomeado presidente da Sonae pela sua larga experiencia profissional ou por ser filho do dono?


Agora podia-te responder como tu respondeste para o Vara. Não conheço o Paulo Azevedo, não conheço o seu trabalho e não acho bem que estejas a insinuar (pelo menos foi o que me pareceu) que se tornou presidente da Sonae por ser filho do Belmiro.

mais_um Escreveu:Estou mesmo a ver-te com um filho desempregado e com a possibilidade de arranjar um emprego para ele através de um amigo e nao o fazeres. :lol: :lol: :lol:


Se o fizer não deixo de estar a cometer um crime. Atenção que eu estou a falar de casos em que há favorecimento (ou seja, vários candidatos a uma função)
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por Razao_Pura » 22/9/2010 18:33

Só falta vir aqui o Mechanic dirigindo-se ao mais-um e dizer-lhe:

"Armando?.... és tu?... aqui no caldeirão?"


Já agora parece-me que a dúvida sobre a pertineência do Vara ter sido contratado pela Camargo para orientar a divisão dos negócios dessa empresa em Angola e Moçambique, é absolutamente descabida.
Vê-se logo que foi pela longa carreira que fez, e a experiência acumulada, na prática do suborno, uma vez que esses países têm taxas muito elevadas de corrupção, como todos sabem. Vai ser uma grande mais valia para a Camargo concerteza. Grande aquisição.

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por radiohead » 22/9/2010 17:54

mais_um Escreveu:
radiohead Escreveu:O vara não pode fazer o mesmo com recursos que são de TODOS.

E quais são os recursos que são de TODOS que ele vai gerir na Camargo em Africa?...... :lol: :lol: :lol:

radiohead Escreveu:Mas enfim, já se percebeu que és capaz de dizer qualquer coisa para defender o PS LOL


Estás um bocado confuso, não?


não estamos a falar de cunhas? como achas que ele chegou à camargo?
não explicaram já aqui as ligações entre a camargo e a cimpor? entre a cimpor e a caixa (ESTADO)?
diz-me só uma coisa, como achas que ele chegou ao bcp? não foi porque a caixa tomou de assalto o banco?
a cimpor também não está nas mãos do estado? então porque foi mário lino para um tacho (já tendo idade para se retirar) no conselho fiscal? é o mario lino que percebe muito de fiscalização e o vara de cimentos, pois claro.

em relação à outra afirmação, pq dizes que estou confundido?

@oldman: disse o belmiro como podia ter dito outro dono de uma empresa é exemplificativo. Estava em maiusculas para realçar o sentido de posse do individuo.
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por OLDMAN » 22/9/2010 17:01

radiohead Escreveu:O Belmiro pode pôr o rato mickey como CEO da sua empresa, foi ELE que a criou,...


:shame: foi...

radiohead Escreveu:...foi ELE que a Pagou, ...


também :shame: foi...

radiohead Escreveu:...é ELE o dono....


só em parte :roll:

Nota: estou a admitir que usaste o "ELE" por excesso, sem que pretendesses referir-te a um ser superior... um Deus (qualquer que seja)... :lol:
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por mais_um » 22/9/2010 16:49

radiohead Escreveu:O vara não pode fazer o mesmo com recursos que são de TODOS.

E quais são os recursos que são de TODOS que ele vai gerir na Camargo em Africa?...... :lol: :lol: :lol:

radiohead Escreveu:Mas enfim, já se percebeu que és capaz de dizer qualquer coisa para defender o PS LOL


Estás um bocado confuso, não?
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por radiohead » 22/9/2010 16:38

mais_um Escreveu:Estou mesmo a ver-te com um filho desempregado e com a possibilidade de arranjar um emprego para ele através de um amigo e nao o fazeres. :lol: :lol: :lol:


...mas compreendes que existe uma diferença entre as situações que apontaste no sector privado e um responsável PÚBLICO, que gere dinheiro de TODOS, ou não?
O Belmiro pode pôr o rato mickey como CEO da sua empresa, foi ELE que a criou, foi ELE que a Pagou, é ELE o dono.

O vara não pode fazer o mesmo com recursos que são de TODOS.

Mas enfim, já se percebeu que és capaz de dizer qualquer coisa para defender o PS LOL
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por mais_um » 22/9/2010 16:25

AutoMech Escreveu:
Tu estás a defender que não há motivos para dizer se ele trabalha bem ou não (porque não conheces o seu trabalho). Nesse o escrutínio da sua função enquanto ministro tem de fazer parte da conversa. Pelo menos é um trabalho.


Discordo, ser ministro não é um emprego, é um cargo politico. Mas já agora explica-nos o que ele fez de mal como ministro.

AutoMech Escreveu:Quanto à Fundação:


Sabe-se que, enquanto governante, cria uma fundação privada - Fundação para a Prevenção e Segurança - que, escapando ao escrutínio público, organizava campanhas de prevenção rodoviária para o Estado. O escândalo força-o a deixar o Governo. Nenhuma irregularidade foi provada.


http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... id=1404305

Repara que eu deixei intencionalmente a frase "Nenhuma irregularidade foi provada."


Certo, mas essa é a opinião do jornalista e não a tua, o quero saber a tua, já agora outro jornalista, por acaso do mesmo jornal utilizou outra expressão:

a Procuradoria-Geral da República arquivou o processo, reconhecendo que Vara não violou a lei



Como vês há muitas formas de induzir a opinão das pessoas, na que tu utilizaste é induzido que ele fez algo de errado mas não se coseguiu provar, na 2ª é induzido que ele não fez nada de errado, qual delas é que tu consideras adequada?

Imagina o seguinte, estás a construir uma casa e há uma denuncia sobre o processo de licenciamento, há um investigação e as autoridades concluiem que não se passou nada de errado. No jornal local pode sair a noticia de duas formas, qual delas é que consideras adequada, a que não se conseguiu provar nenhuma irregularidade, ou que o processo cumpriu todos os preceitos legais?

AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:
Já agora se não sabes, o Pinto da Costa não foi considerado culpado porque as escutas telefonicas não são validas em crimes com penas maximas de cadeia inferior ou igual a 3 anos.



Ora aí está! Um formalismo da lei que faz toda a diferença entre potencialmente culpar alguém ou não.

O crime pode ter existido. A prova é que só é válida dependendo da pena máxima.

Agora isso não me impede de ter uma opinião sobre se o crime ocorreu ou não.


A opinão podes ter sempre, tu até podes ter a opinão que eu sou um grande bandido, mesmo não me conhecendo, tu podes dizer que achas que eu sou um bandido mas não podes afirmar que eu sou um bandido porque não o podes provar, essa é a diferença.

No caso do Pinto da Costa e noutros (nos EUA acontece com alguma frequencia)tu sabes que foi cometido um crime mas como as provas nao puderam ser usadas ele sai em liberdade, no caso do Vara (fundação) não foi isso que se passou, dai eu insistir na diferença das situações, mas tu colocas tudo no mesmo saco, espero que nunca venhas a estar na mesma situação.


AutoMech Escreveu:
Na maioria dos casos sim. Tráfico de influências ou favorecimento.


Humm..parece-me que estás equivocado, estás a confundir uma situação que é crime com uma situação em que é "cunha", como é obvio a cunha pode ser por ser um familiar, um amigo, da mesma cor partidaria ou por ser uma gaja boa que dá umas quecas :lol: :lol: , mas isso em si não configura crime. Pode ser criticavel do ponto de vista social mas não mais do que isso.

Por exemplo, pensas que o Paulo Azevedo é nomeado presidente da Sonae pela sua larga experiencia profissional ou por ser filho do dono? Tal como aconteceu com a Jeronimo Martins. Nesse aspecto, o Champalimaud fez algo que não é habitual em Portugal, considerou que os filhos não tinham capacidade para gerir o imperio criado por si e vendeu-o.

Estou mesmo a ver-te com um filho desempregado e com a possibilidade de arranjar um emprego para ele através de um amigo e nao o fazeres. :lol: :lol: :lol:
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por Automech » 22/9/2010 15:18

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Em primeiro lugar eu penso que ele foi um péssimo ministro e aquilo que tentou fazer com a fundação foi algo menos ortodoxo, pelos meus princípios.


Não estamos a trocar impressões sobre se ele foi bom ou mau ministro, até porque nem aqueceu o lugar como ministro.

Já agora explica o que ele fez menos ortodoxo com a fundação que vai contra os teus princípios.


Tu estás a defender que não há motivos para dizer se ele trabalha bem ou não (porque não conheces o seu trabalho). Nesse o escrutínio da sua função enquanto ministro tem de fazer parte da conversa. Pelo menos é um trabalho.

Quanto à Fundação:


Sabe-se que, enquanto governante, cria uma fundação privada - Fundação para a Prevenção e Segurança - que, escapando ao escrutínio público, organizava campanhas de prevenção rodoviária para o Estado. O escândalo força-o a deixar o Governo. Nenhuma irregularidade foi provada.


http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... id=1404305

Repara que eu deixei intencionalmente a frase "Nenhuma irregularidade foi provada."

mais_um Escreveu:
Já agora se não sabes, o Pinto da Costa não foi considerado culpado porque as escutas telefonicas não são validas em crimes com penas maximas de cadeia inferior ou igual a 3 anos.



Ora aí está! Um formalismo da lei que faz toda a diferença entre potencialmente culpar alguém ou não.

O crime pode ter existido. A prova é que só é válida dependendo da pena máxima.

Agora isso não me impede de ter uma opinião sobre se o crime ocorreu ou não.

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Vulgarmente conhecido por cunha. Mas é tão habitual que as pessoas acham natural...


Não respondeste à minha pergunta, consideras que é crime ou não?


Na maioria dos casos sim. Tráfico de influências ou favorecimento.
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por mais_um » 22/9/2010 14:24

AutoMech Escreveu:
Em primeiro lugar eu penso que ele foi um péssimo ministro e aquilo que tentou fazer com a fundação foi algo menos ortodoxo, pelos meus princípios.


Não estamos a trocar impressões sobre se ele foi bom ou mau ministro, até porque nem aqueceu o lugar como ministro. Já agora explica o que ele fez menos ortodoxo com a fundação que vai contra os teus principios.

AutoMech Escreveu:Um simples exemplo: alguém que ganhe um concurso publico por ter subornado outra pessoa, fez um bom trabalho (ganhou o concurso publico), mas à conta duma ilegalidade. Não se podem dissociar as duas coisas.

Mais uma vez estás a misturar alhos com bugalhos.



AutoMech Escreveu:Volto a responder com o que já anteriormente tinha dito:

"Há opiniões que se formam sem ser necessário o formalismo dum transito em julgado."

O Pinto da Costa também é completamente inocente...


Registo que continuas a colocar no mesmo patamar alguém que é julgado e que não é considerado culpado ou que é considerado culpado mas ainda pode recorrer com alguém que nem sequer a julgamento foi.


Já agora se não sabes, o Pinto da Costa não foi considerado culpado porque as escutas telefonicas não são validas em crimes com penas maximas de cadeia inferior ou igual a 3 anos.


AutoMech Escreveu:O que é que isso tem a ver com o artigo de opinião sobre o Vara ? Eu penso que o artigo está bem escrito e mostra muitas das dúvidas sobre o Vara. Só isso.


Duvidas? No teu caso são certezas.

AutoMech Escreveu:Então estamos de acordo. É por pensar pela minha cabeça que não fico à espera dum formalismo para formar opinião.



Nunca disse que era necessário um formalismo para formar opinião.



AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:Não sou especialista em direito mas não me parece, consideras um crime de trafico de influencias pedir a um familiar teu que arrange emprego para a tua mulher ou filhos, por exemplo?


Vulgarmente conhecido por cunha. Mas é tão habitual que as pessoas acham natural...


Não respondeste à minha pergunta, consideras que é crime ou não?
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por Automech » 22/9/2010 14:01

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:A sentença do Isaltino ainda não transitou em julgado, logo ainda é inocente. Repara que eu quando dei estes exemplos, meti-os no mesmo saco (intencionalmente) e disse que não me interessa de são culpados ou não.


Tu podes fazer o que quiseres, mas comparar a situação do Isaltino, que foi condenado em 1ª e 2ª instancia com a situação do Vara (nem sabemos se vai a julgamento ou não,) nos meus padrões parece-me intelectualmente desonesto.


O que me interessa apontar é que, neste momento, formalmente, o Isaltino é inocente. O que não me impede de eu formar um juízo de valor dele, assim como faço do Vara, mesmo nunca tendo tido nenhum processo.

mais_um Escreveu:Parece-me que o tema do topico não é o Isaltino, já há um topico para falar dele, a questão é se o Vara sabe fazer alguma coisa ou não, entretanto levaram o tema para a sua honestidade (respeitando os principios da democracia e de um estado de direito ainda não lhe podem apontar qualquer crime)


Em primeiro lugar eu penso que ele foi um péssimo ministro e aquilo que tentou fazer com a fundação foi algo menos ortodoxo, pelos meus princípios.

E em segundo lugar aquilo se se faz, não raras vezes, está ligado com a honestidade da própria pessoa.
Um simples exemplo: alguém que ganhe um concurso publico por ter subornado outra pessoa, fez um bom trabalho (ganhou o concurso publico), mas à conta duma ilegalidade. Não se podem dissociar as duas coisas.


mais_um Escreveu:Estás a referir-te a fundação para a prevenção rodoviaria? Provavelemtne estás a referir-te a esta noticia:

Mas antes do fim do ano viu-se forçado a pedir a demissão ao surgirem notícias sobre alegadas irregularidades cometidas pela Fundação para a Prevenção e Segurança, que fundara no ano anterior, quando era secretário de Estado. As irregularidades nunca foram provadas já em 2005, a Procuradoria-Geral da República arquivou o processo, reconhecendo que Vara não violou a lei.
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx? ... _id=618369



Volto a responder com o que já anteriormente tinha dito:

"Há opiniões que se formam sem ser necessário o formalismo dum transito em julgado."

O Pinto da Costa também é completamente inocente...

mais_um Escreveu:O MST já devia ter um pouco de tento na lingua , já que também foi vitima de calunias e de boatos espalhados pela net, se não sabes ele foi acusado de plagio no livro Equador, inclusive o Publico chegou a publicar um artigo sobre o assunto e que depois deu nisto:


O que é que isso tem a ver com o artigo de opinião sobre o Vara ? Eu penso que o artigo está bem escrito e mostra muitas das dúvidas sobre o Vara. Só isso.


mais_um Escreveu:Um dos problemas que existe em Portugal é a incapacidade e/ou preguiça da maior parte da população analisar os factos e pensarem pela sua cabeça. O texto que coloquei em cima é um exemplo claro disso assim como muitos dos comentários que são escritos por esses foruns, incluindo este. A maior parte das pessoas compram ideias feitas, pensar e analisar dá muito trabalho. No caso do MST, para muita gente ele fez plagio no Equador embora ele esteja inocente no assunto (eu estou à vontade para o afirmar, porque não gosto dele, não sou suspeito mas defendo que a verdade dos factos deve ser esclarecida independentemente de gostarmos das pessoas ou não). É isso que eu tento fazer com a minha participação em muitos temas neste forum.


Então estamos de acordo. É por pensar pela minha cabeça que não fico à espera dum formalismo para formar opinião.




mais_um Escreveu:Não sou especialista em direito mas não me parece, consideras um crime de trafico de influencias pedir a um familiar teu que arrange emprego para a tua mulher ou filhos, por exemplo?


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por bolo » 22/9/2010 12:16

mais_um Escreveu:Uma coisa é ter uma opinão, outra coisa é fazer uma acusação. Eu vejo duas mulheres de mãos dadas e penso provavelmente são lesbicas, outra é apontar-lhes o dedo e dizer aquelas mulheres são lesbicas.


o que tu queres sei eu
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por bolo » 22/9/2010 12:14

Elias Escreveu:Eu sei... se a justiça fosse célere haveria menos necessidade de "julgamentos populares"... :roll:


uma justiça célere, com os direitos e garantias que pretende defender hoje e com a quantidade de casos, é um serviço caro, muito caro. e neste momento dinheiro de sobra é coisa que não abunda, por isso...

mas sim é um dos pontos vitais para uma boa saúde de uma sociedade.
Editado pela última vez por bolo em 22/9/2010 12:19, num total de 1 vez.
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por carrancho » 22/9/2010 10:53

mais_um Escreveu:
AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:
Agora se fez algo criticavel para o ter não sei, tu sabes?


Usando este tipo de argumento tu quase nunca vais formar opinião de nada, a não ser que o assunto passe pelos tribunais e transite em julgado.



Uma coisa é ter uma opinão, outra coisa é fazer uma acusação. Eu vejo duas mulheres de mãos dadas e penso provavelmente são lesbicas, outra é apontar-lhes o dedo e dizer aquelas mulheres são lesbicas.


E então? Qual o problema? São mais difíceis de engatar, mas quando se consegue vêm aos pares! :)

A Sabrina a cantar tanto boys, boys, boys... não deve ser lésbica nem dificil de engatar! :mrgreen:

<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/rZuzwMCr5OY?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/rZuzwMCr5OY?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>
Abraço,
Carrancho
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por mais_um » 22/9/2010 10:51

SMALL1969 Escreveu:
mais_um Escreveu:
SMALL1969 Escreveu:Já em relação a alguns homens mais ricos que não fizeram curso, acrescento uma coisa que te estás a esquecer: É que eles também não fingiram que os fizeram, ao contrário do Vara.


O Vara não fingiu, ele tem um curso, tem um certificado e provavelmente deve ter também o diploma. :lol:

Agora se fez algo criticavel para o ter não sei, tu sabes?


Não sei, mas também não apostava o meu testículo direito.


Eu nem o direito nem o esquerdo! :lol: :lol:
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por mais_um » 22/9/2010 10:50

tugatuga11 Escreveu:Fica uma pergunta: para uma empresa prosperar o tráfico de influencias e conhecimentos é necessário? :mrgreen:

Essa é uma pergunta "manhosa" já que estás a misturar algo ilegal (trafico de influencias) com conhecimentos que não tem nada de ilegal. Inclusive nos EUA a actividade de lobbying é legal.

Mas respondendo à tua pergunta, ser necessário não, mas não seria a mesma coisa... :lol: :lol: :lol:
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por SMALL1969 » 22/9/2010 10:49

mais_um Escreveu:
SMALL1969 Escreveu:Já em relação a alguns homens mais ricos que não fizeram curso, acrescento uma coisa que te estás a esquecer: É que eles também não fingiram que os fizeram, ao contrário do Vara.


O Vara não fingiu, ele tem um curso, tem um certificado e provavelmente deve ter também o diploma. :lol:

Agora se fez algo criticavel para o ter não sei, tu sabes?


Não sei, mas também não apostava o meu testículo direito.
 
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A e tal

por Iniciado » 22/9/2010 10:42

Ah e tal...... meter uma cunha para empregar uma pessoa desde que seja de familia.....tá tudo bem...lol
Portugal no seu melhor :lol:
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por mais_um » 22/9/2010 10:41

AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:
Agora se fez algo criticavel para o ter não sei, tu sabes?


Usando este tipo de argumento tu quase nunca vais formar opinião de nada, a não ser que o assunto passe pelos tribunais e transite em julgado.



Uma coisa é ter uma opinão, outra coisa é fazer uma acusação. Eu vejo duas mulheres de mãos dadas e penso provavelmente são lesbicas, outra é apontar-lhes o dedo e dizer aquelas mulheres são lesbicas.
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por mais_um » 22/9/2010 10:34

AutoMech Escreveu:A sentença do Isaltino ainda não transitou em julgado, logo ainda é inocente. Repara que eu quando dei estes exemplos, meti-os no mesmo saco (intencionalmente) e disse que não me interessa de são culpados ou não.


Tu podes fazer o que quiseres, mas comparar a situação do Isaltino, que foi condenado em 1ª e 2ª instancia com a situação do Vara (nem sabemos se vai a julgamento ou não,) nos meus padrões parece-me intelectualmente desonesto.

AutoMech Escreveu:Há opiniões que se formam sem ser necessário o formalismo dum transito em julgado. Mesmo que o Isaltino ganhe o recurso, eu já formei uma opinião sobre a sua honestidade. Pouco me importam as habilidades processuais, que é aquilo de que o pais tem vivido...


Parece-me que o tema do topico não é o Isaltino, já há um topico para falar dele, a questão é se o Vara sabe fazer alguma coisa ou não, entretanto levaram o tema para a sua honestidade (respeitando os principios da democracia e de um estado de direito ainda não lhe podem apontar qualquer crime)

AutoMech Escreveu:Ele sabe fazer algumas coisas, sim. O trabalho como governante mostrou a sua obra. Então a Fundação para a prevenção rodoviária foi um trabalho notável realmente.
Foi aliás por isso que coloquei o artigo do MST que aponta pistas interessantes sobre a capacidade de trabalho do senhor.


Estás a referir-te a fundação para a prevenção rodoviaria? Provavelemtne estás a referir-te a esta noticia:

Mas antes do fim do ano viu-se forçado a pedir a demissão ao surgirem notícias sobre alegadas irregularidades cometidas pela Fundação para a Prevenção e Segurança, que fundara no ano anterior, quando era secretário de Estado. As irregularidades nunca foram provadas já em 2005, a Procuradoria-Geral da República arquivou o processo, reconhecendo que Vara não violou a lei.
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx? ... _id=618369



O MST já devia ter um pouco de tento na lingua , já que também foi vitima de calunias e de boatos espalhados pela net, se não sabes ele foi acusado de plagio no livro Equador, inclusive o Publico chegou a publicar um artigo sobre o assunto e que depois deu nisto:

Rui Araújo é o actual Provedor do Leitor
Tomou posse a 1 de Janeiro de 2006

A FRASE A MAIS (PARTE II)
Por Rui Araújo

O leitor Miguel Sousa Tavares escreveu ao provedor por causa de um artigo publicado na edição de 25 de Outubro passado.
O provedor solicitou esclarecimentos às jornalistas Joana Gorjão Henriques e Bárbara Reis.
Eis a continuação da análise do caso.

PROVEDOR: As jornalistas que assinam o texto sobre MST não correm risco de estar a ‘amplificar e difundir uma calúnia’?
RESPOSTA DAS JORNALISTAS: Não. Isso poderia acontecer se tivéssemos publicado uma notícia apenas sobre a acusação no blogue.

COMENTÁRIO DO PROVEDOR: O problema é justamente o “apenas”. A acusação do blogue merecia no mínimo ser confirmada (designadamente através da comparação entre os dois textos). E as jornalistas não recortaram a “informação”. Aceitaram como verídicas as acusações anónimas. É uma atitude que o provedor define como pouco rigorosa e nada isenta.

PROVEDOR: Como justificam as jornalistas do PÚBLICO a afirmação: ‘Há muitas ideias parecidas e frases praticamente iguais’?
RESPOSTA: Retirada do contexto como o fez MST na sua crónica no ‘Expresso’, esta frase pode ser usada para o que se quiser. Acontece que ela aparece no contexto da descrição do blogue, não se referindo aos livros, mas ao conteúdo do blogue.
Essa frase é a última de um parágrafo de 12 linhas que descrevem, sucintamente, o conteúdo do blogue. O parágrafo é o seguinte: O blogue, que diz ser não de um único autor mas de vários, abre com a frase: “Nem todos estamos na disposição para ser enganados. Quando compramos um livro, devemos exigir que ele seja autêntico.” E a seguir, faz oito transcrições de excertos de Equador seguidas de oito traduções de ‘Freedom at Midnight’, todos com indicação de páginas mas com muitos parêntesis que indicam que alguma coisa foi cortada, não se sabendo se muitas ou poucas palavras. Há muitas ideias parecidas e frases praticamente iguais.
Ou seja, o PÚBLICO descreve o blogue e destaca dois factos:
A. A tese do blogue é a de plágio e, para defender essa tese, há no blogue “ideias parecidas e frases praticamente iguais”,
B. E há também “muitos parêntesis que indicam que alguma coisa foi cortada” pelos autores do blogue, escrevemos nós. Para sublinhar a importância do que estes parêntesis podem ter, acrescentamos ainda que não se sabe se os cortes foram de muitas ou de poucas palavras. “(...) todos com indicação de páginas mas com muitos parêntesis que indicam que alguma coisa foi cortada, não se sabendo se muitas ou poucas palavras.”

COMENTÁRIO DO PROVEDOR: As palavras são sempre passíveis de múltiplas interpretações, mas no jornalismo os factos continuam a ser sagrados. Bárbara Reis e Joana Gorjão Henriques defendem que a frase “aparece no contexto da descrição do blogue, não se referindo aos livros, mas ao conteúdo do blogue”. Teriam publicitado, portanto, a tese caluniosa do blogue sem confirmar a veracidade das acusações. Seria grave do ponto de vista ético, mas a realidade é mais preocupante porquanto a frase (Há muitas ideias parecidas e frases praticamente iguais) não é apresentada como uma citação — não está colocada entre aspas e nem sequer é referido de que se trata de uma afirmação produzida pelo(s) autor(es) do blogue. Antes transparece como um julgamento das jornalistas, o que é inaceitável.
O provedor questiona, por outro lado, o facto de o PÚBLICO ter publicado acusações formuladas num blogue anónimo (sic) sem ter previamente confrontado as mesmas com a realidade dos factos. É uma opção incorrecta do ponto de vista ético e deontológico.

PROVEDOR: Quais são as “muitas ideias parecidas”?
RESPOSTA: As descrições históricas. O que aliás fica dito no nosso texto pelo próprio Sousa Tavares: “Sousa Tavares diz que há coincidências entre as obras, que são três ou quatro personagens históricas e factos históricos, ‘o que é absolutamente banal’ já que ‘Equador’ é um romance histórico e portanto as fontes também o são”.

COMENTÁRIO DO PROVEDOR: A explicação parece — mais uma vez — inaceitável: “descrições históricas” não são “ideias”, são factos, ponto final. O Rei D. Carlos I gostava do mar, de pintar e de caçar perdizes e foi assassinado em Lisboa no dia 1 de Fevereiro de 1908...

PROVEDOR: Quais são as “frases praticamente iguais”?
RESPOSTA: A. — “Todos os dias, despachava vinte quilos de comida, incluindo três frangos com o chá das cinco”.
“His appetite was such that he could consume twenty pounds of food in the course of a strenuous day or a couple of chickens as a tea-time snack”.

B. — “Sua Exaltada Excelência haveria de morrer, prostrado à mais incurável das doenças: o tédio»
(...).“His was a malady that plagued not a few of his surfeited fellow rulers. It was boredom. He died of it» (…).
C. — “Sir Buphinder Sing, O Magnífico, sétimo marajá de Patiala, não era o mais rico, mas era seguramente o mais imponente dos príncipes indianos, com o seu metro e noventa de altura e os seus cento e quarenta quilos de peso.
“Sir Bhupinder Singh, the Magnificent, the seventh Maharaja of Patiala (...). With his six-foot-four-inch frame, his 300 pounds (…).

D. — «(...) matou o seu primeiro tigre aos 8 anos e nunca mais parou – aos 40 tinha morto mil e quatrocentos tigres, cujas peles revestiam por inteiro todas as divisões do seu palácio. (...)»
«(...) bagged his first tiger at eight. By the time he was 35, the skins of the tigers he’d killed, stitched together, provided the reception rooms of his palace with what amounted to wall to wall carpeting. (…) The Maharaja of Gwalior killed over 1400 tigers in his lifetime… (…)».

COMENTÁRIO DO PROVEDOR: Na medida em que as jornalistas reconhecem que não leram o livro de Lapierre e Collins a fonte das citações só pode provir — mais uma vez — do blogue anónimo (entretanto desaparecido). Bárbara Reis e Joana Gorjão Henriques reconhecem, portanto, que o ex-blogue é uma fonte credível apesar de não terem confirmado a veracidade dos excertos. O provedor exclui peremptoriamente a hipótese de as duas jornalistas partilharem a opinião anónima do(s) autor(es) do blogue sem qualquer base factual que fundamente a mesma.

PROVEDOR: Joana Gorjão Henriques confirma os contactos com MST descritos pelo escritor? E o teor dos mesmos?
RESPOSTA: Não. Miguel Sousa Tavares, quando contactado por nós, não impôs qualquer condição para falar sobre o assunto, nem mesmo quando soube que não tínhamos lido “Freedom at Midnight” por estar fora do mercado. Quando perguntou se tínhamos lido “Freedom...” e lhe dissemos que não, MST emitiu uma opinião e disse que “os jornalistas deviam ler os dois livros e comparar”. Isso não é impor condições.
No fim da conversa telefónica, Miguel Sousa Tavares pediu aliás para ler a notícia antes de ser publicada. Dissemos que tal não era aceitável, mas propusemos voltar a falar mais tarde para lhe ler as citações que viessem a ser usadas no texto, o que foi aceite por MST.
E assim, como combinado, ligámos várias vezes a MST e, durante mais de uma hora, não conseguimos. MST não atendia. Mas esperámos. Passava das 21h quando MST nos telefonou e confirmou, connosco, as declarações que iríamos usar no texto a sair no dia seguinte.
E já agora, neste segundo contacto, o escritor foi informado de que tínhamos Equador à nossa frente.
Conclusão:
A tese de plágio é a tese do blogue, não a do PÚBLICO. A notícia do PÚBLICO não tem tese alguma.
Mas, não tendo a notícia do PÚBLICO tese alguma, faz duas coisas em relação ao conteúdo do blogue:
1. Chama a atenção para os parêntesis introduzidos nas citações reproduzidas no blogue – não se sabendo portanto se foram retiradas duas palavras ou 15 páginas entre uma determinada frase.
2. E coloca o editor de MST a alertar para a ambiguidade do início do blogue (os 2 parágrafos que resumem o início dos dois livros). MST refere-se extensamente – na carta a si enviada e no artigo do “Expresso”, ao facto de o blogue dizer que os dois livros “começam da mesma forma” e que basta ler “Equador” para ver que o seu livro “não começa assim”. É verdade.
Uma frase desse início do blogue vem na primeira pagina de “Equador” e a segunda parte da frase vem na pag. 15. Mas isso não é citação. Esse resumo é da autoria dos bloguistas.
E essa estratégia está desmacarada no nosso texto: “Embora estas frases iniciais do blogue não estejam entre aspas (como citação directa), António Lobato Faria, editor da Oficina do Livro (que publica Equador), diz que a intenção é que o leitor as leia como tal. Mais à frente, o(s) autor(es) põe(m) as citações de um e de outro livro, sendo que no segundo estão em inglês. “Só apresenta as 'provas’ quando as pessoas já foram manipuladas”, diz o editor”.
E por último, e repetindo-nos, a nossa notícia é sobre a acção judicial de MST, assunto que justificou um comunicado de imprensa da própria editora no dia 31.
A notícia é sobre um escritor que vendeu 270 mil exemplares ter decidido processar um anónimo que o acusa de plágio – editorialmente, é incontestável que isto é notícia.

COMENTÁRIO DO PROVEDOR: A jornalista Joana Gorjão Henriques agiu correctamente ao recusar facultar a Miguel Sousa Tavares o artigo antes da sua publicação.
A notícia — ao contrário do que afirmam as jornalistas do PÚBLICO —não se resume de forma alguma a um escritor que decidiu processar um anónimo que o acusa de plágio. A notícia contém afirmações não fundamentadas. Ao reproduzirem, por outro lado, as acusações de um anónimo (sem as confirmar!) escamotearam a calúnia e, do mesmo passo, importantizaram-na.
As jornalistas afirmam que “a tese de plágio é a tese do blogue, não a do PÚBLICO. A notícia do PÚBLICO não tem tese alguma”. Pode não ter, mas parece.
O PÚBLICO errou.

PS- Apesar de o site do PÚBLICO não permitir contactos electrónicos com o provedor (provedor@publico.pt) há mais de uma semana o tema do “plágio” suscitou alguns comentários, entre os quais 3 favoráveis à posição do provedor e 5 desfavoráveis.

A análise deste caso continua na próxima semana (já que as jornalistas em causa enviaram um protesto ao provedor).

http://static.publico.clix.pt/homepage/ ... AMais2.asp



Um dos problemas que existe em Portugal é a incapacidade e/ou preguiça da maior parte da população analisar os factos e pensarem pela sua cabeça. O texto que coloquei em cima é um exemplo claro disso assim como muitos dos comentários que são escritos por esses foruns, incluindo este. A maior parte das pessoas compram ideias feitas, pensar e analisar dá muito trabalho. No caso do MST, para muita gente ele fez plagio no Equador embora ele esteja inocente no assunto (eu estou à vontade para o afirmar, porque não gosto dele, não sou suspeito mas defendo que a verdade dos factos deve ser esclarecida independentemente de gostarmos das pessoas ou não). É isso que eu tento fazer com a minha participação em muitos temas neste forum.

AutoMech Escreveu:Tinha ideia que isso também configurava um crime de favorecimento ou eventualmente tráfico de influências.


Não sou especialista em direito mas não me parece, consideras um crime de trafico de influencias pedir a um familiar teu que arrange emprego para a tua mulher ou filhos, por exemplo?
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por tugatuga11 » 22/9/2010 9:16

Fica uma pergunta: para uma empresa prosperar o tráfico de influencias e conhecimentos é necessário? :mrgreen:
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por Automech » 22/9/2010 8:05

Pois, tocaste na ferida Elias. Já há vários anos que digo que a justiça é um dos grande problemas deste país porque acaba por ser onde vão parar (e demoram a ser resolvidos) muitos dos problemas transversais à nossa a sociedade (é um aparte).
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por Elias » 22/9/2010 7:58

Eu sei... se a justiça fosse célere haveria menos necessidade de "julgamentos populares"... :roll:
 
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por Automech » 22/9/2010 7:56

Certo Elias, por isso é que nas opiniões que vou formando recolho um misto do que vejo e ouço (até porque não conheço praticamente nenhuma figura pública pessoalmente nem trabalhei com elas).

Por exemplo no processo casa Pia foram condenados em primeira instância, mas eu ainda não consegui formar opinião formada sobre a sua culpabilidade.

Por outro lado o Isaltino também foi condenado em igual instância e para mim ele não é pessoa mais honesta do mundo.

No entanto, todos eles (Isaltino, Carlos Cruz, etc.) estão em igualdade de circunstancias (por enquanto inocentes até transito em julgado), do ponto de vista judicial.

A questão é que se nos cingirmos à formalidade, até um criminoso que tenha sido apanhado em flagrante delito pode estar inocente vários anos até ao transito em julgado da sua sentença, mas será absurdo que eu, na minha consciência, continue a considerar esse tipo como inocente.

Foi nesse sentido que quis argumentar com o mais_um.
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