[Off Topic]CP - Comboios de Portugal
Esqueci-me da fonte (de qualquer das formas vi que o PequenoInvest já se antecipou)
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Econom ... id=1667375

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Econom ... id=1667375
CP é a empresa pública com mais cargos de chefia
No conjunto das empresas públicas, a CP é a que tem mais cargos de chefia. O Diário Económico fez as contas e concluiu que nos comboios de Portugal há um chefe para 16 tralhadores.
Só em salários para pagar aos chefes, a CP gasta por mês quase um milhão de euros, perto de 700 mil em remunerações propriamente ditas e cerca de 100 mil euros em despesas de representação.
Cada chefe da CP ganha em média 3500 euros, incluindo despesas de representação.
A empresa pública dos Comboios de Portugal tem 196 chefes para 3200 trabalhadores.
A CP é, assim, a empresa pública com mais chefias. Um chefe por cada grupo de 16 pessoas, já que a média das restantes empresas do Estado fixa-se nos 60 trabalhadores por chefia.
Além do número de chefes, a CP destaca-se também por ter
quatro assessores só para o Conselho de Administração que ganham por mês mais de 4000 euros brutos e um extra de 2700 euros para despesas de representação.
Os dados tinham sido pedidos pelo PSD, que através do Parlamento enviou um requerimento a todas as empresas públicas. A CP foi a última a responder.
Ainda de acordo com o Diário Económico, a seguir à CP neste ranking de empresas com maior número de chefias surge em segundo lugar a TAP.
A transportadora aérea nacional tem 171 chefes com uma média salarial de 4500 euros por mês.
Em terceiro lugar, surge a REFER que tem 158 quadros de chefias para cerca de 3500 funcionários, o que resulta em um chefe por cada 22 trabalhadores.
Na REFER,em média as chefias ganham cerca de 6300 euros por mês.
Há mais de dois meses que o PSD espera resposta à pergunta que dirigiu ao Governo sobre se vai dar orientações às empresas públicas para reduzirem os cargos de chefia.
Cá está a notícia:
"CP é a empresa pública com maior número de chefes por trabalhador
Um chefe para 16 trabalhadores. É este o rácio que se encontra na CP, a empresa pública portuguesa com mais cargos de comando: 196 chefes para 3.200 trabalhadores. Em média, cada responsável ganha 3.500 euros.
O Diário Económico fez as contas e avança que a CP gasta quase um milhão de euros por mês, em salários com estes chefes: 700 mil em remunerações propriamente ditas e cerca de 100 mil euros em despesas de representação.
A empresa merece ainda destaque por ter quatro assessores só para o Conselho de Administração, a auferir mais de quatro mil euros brutos por mês e extras de 2.700 euros para despesas de representação.
A média das empresas do Estado é de um chefe por 60 trabalhadores. A seguir à CP, é a TAP que tem maior número de chefias: 171, com uma média salarial de 4.500 euros por mês. A REFER é terceira, com 158 chefes, com salários médios de 6.300 euros."
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=222992
"CP é a empresa pública com maior número de chefes por trabalhador
Um chefe para 16 trabalhadores. É este o rácio que se encontra na CP, a empresa pública portuguesa com mais cargos de comando: 196 chefes para 3.200 trabalhadores. Em média, cada responsável ganha 3.500 euros.
O Diário Económico fez as contas e avança que a CP gasta quase um milhão de euros por mês, em salários com estes chefes: 700 mil em remunerações propriamente ditas e cerca de 100 mil euros em despesas de representação.
A empresa merece ainda destaque por ter quatro assessores só para o Conselho de Administração, a auferir mais de quatro mil euros brutos por mês e extras de 2.700 euros para despesas de representação.
A média das empresas do Estado é de um chefe por 60 trabalhadores. A seguir à CP, é a TAP que tem maior número de chefias: 171, com uma média salarial de 4.500 euros por mês. A REFER é terceira, com 158 chefes, com salários médios de 6.300 euros."
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=222992
- Mensagens: 1397
- Registado: 24/7/2009 12:13
- Localização: 16
PequenoInvest Escreveu:Segundo a TSF e por causa das contas públicas foi noticiado que há 1 director para cada 16 funcionários
Muito cacique para pouco índio.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
Cartago Technical Analysis - Blog
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
Cartago Technical Analysis - Blog
- Mensagens: 3056
- Registado: 20/1/2008 20:32
- Localização: Lisboa
Eu uso transportes na zona de Lisboa e acho que se podia melhorar nalguns aspectos:
1. É preciso tirar um doutoramento para perceber todos os tarifários e combinações possíveis.
2. O intervalo entre os vários comboios do metro é demasiado demorado fora das horas de ponta.
3. Não há articulação entre os autocarros e as paragens de metro para fazer chegar as pessoas às suas urbanizações e quando há demoram uma eternidade.
4. No metro não se criaram parques suficientemente grandes para permitir que as pessoas deixem o carro à porta da cidade e andem de metro. Os parques de Odivelas e do Sr. Roubado são um belíssimo exemplo da miopia em termos de transportes.
5. No metro e autocarros não há informação sobre quanto tempo leva para chegar o próximo, algo básico nos dias de hoje noutras cidades europeias.
Assim de repente é isto, mas há certamente mais...
1. É preciso tirar um doutoramento para perceber todos os tarifários e combinações possíveis.
2. O intervalo entre os vários comboios do metro é demasiado demorado fora das horas de ponta.
3. Não há articulação entre os autocarros e as paragens de metro para fazer chegar as pessoas às suas urbanizações e quando há demoram uma eternidade.
4. No metro não se criaram parques suficientemente grandes para permitir que as pessoas deixem o carro à porta da cidade e andem de metro. Os parques de Odivelas e do Sr. Roubado são um belíssimo exemplo da miopia em termos de transportes.
5. No metro e autocarros não há informação sobre quanto tempo leva para chegar o próximo, algo básico nos dias de hoje noutras cidades europeias.
Assim de repente é isto, mas há certamente mais...
CP perde milhões de passageiros, a maioria na Grande Lisboa
13.09.2010 - 11:03 Por Carlos Cipriano
publico.pt
Apesar da crise, os portugueses continuam a preferir o automóvel. Por pura opção, por falta de alternativa, ou por resposta à aposta governamental nas estradas e auto-estradas, o certo é que a CP perde clientes. Foram menos 4,4 milhões de pessoas que, entre 2008 e 2009 compraram bilhetes de comboio ou passes naquela empresa. Uma tendência que se agravou no primeiro semestre deste ano, com a transportadora pública a atrair menos 5,8 milhões de passageiros do que em 2008.
A queda acontece quando são cada vez mais os passageiros a viajar no Alfa Pendular e nos Intercidades. E quando a CP Porto não pára de crescer, com cada vez mais gente a usar os suburbanos na periferia da Invicta, região onde, com uma ligeira excepção, provocada pela quebra de clientes da STCP, tem visto aumentar o número de utilizadores do transporte público.
Quem está a perder gente é a CP Lisboa e a CP Regional. Porquê? "Temos estado a assistir a um crescimento desenfreado das áreas urbanizadas, o que faz com que muita gente deixe de ter acesso fácil às estações", diz José Manuel Viegas, especialista em Transportes. Os concelhos da primeira coroa de Lisboa (Amadora, Oeiras e Loures) perderam população, mas quem de lá sai não vai para dentro da capital, mas sim para mais longe.
"Independentemente de questões de qualidade de serviço da CP, colocam-se questões de urbanização", diz este professor catedrático do Instituto Superior Técnico. Os antigos utilizadores da Linha de Sintra e de Cascais, e alguns da da Azambuja (que serve estações do concelho do Loures), agora vão de carro para Lisboa e não sobre carris porque já não podem ir a pé apanhar o comboio ou porque não têm estacionamento junto às estações. Em contrapartida, as novas acessibilidades rodoviárias são um convite irrecusável para se pegar no carro e ir a acelerar desde a periferia até aos congestionamentos de entrada da cidade.
"A CP sozinha não consegue. É pôr as autarquias a pagar os custos. Elas hoje só têm as receitas das urbanizações. O pagamento das indemnizações de serviço público é feito pelo Orçamento do Estado. Se 50 por cento desse custo tivesse de ser pago pela autarquias, algumas decisões de urbanizações, se calhar, não teriam sido as mesmas". Ou seja, isto só acontece porque é o Governo nacional a pagar a factura, conclui José Manuel Viegas.
Uma forma de minimizar estes problemas é o rebatimento às estações deixar de ser feito por autocarros grandes, por vezes articulados, que levam muita gente, mas têm dificuldade em mover-se no trânsito e demoram muito tempo. Em alternativa, deveriam ser usados autocarros pequenos e com elevada frequência, para alimentar as estações.
Manuel Tão, investigador em Transportes da Universidade do Algarve, corrobora estas opiniões e acrescenta que o forte investimento nas redes viárias tem sido acompanhado de um "subinvestimento cumulativo" na ferrovia. Ou seja, o caminho-de-ferro sofre as consequências de anos e anos de não-investimento em grande parte da sua rede, agravado por um subinvestimento conjuntural (decisão recente de travar as obras de modernização na rede convencional).
"Nestes últimos cinco anos houve um investimento sem precedentes em infra-estruturas rodoviárias", diz este especialista. E enumera: duplicação do IP5 e sua conversão na A25, conclusão da A23, conclusão da A17 mais a A29 (segunda auto-estrada Lisboa-Porto), inauguração da A24, da A11 e da A7, conclusão da segunda auto-estrada Sintra (Alcabideche)-Lisboa(Pontinha).
"Mesmo que todas venham a ter portagem, o que poderá levar a uma transferência para o modo ferroviário, o que é certo é que nos últimos cinco anos a estrutura rodoviária de Portugal equiparou-se à de um país como a Alemanha". Logo, conclui Manuel Tão, não surpreende a reduzida procura pelos serviços da CP.
Ferrovia sem rede
O certo é que esta empresa se centra também numa oferta assente em itinerários em vez de tirar partido do efeito de rede. A CP deixou de oferecer comboios à escala nacional e centrou-se nas suas linhas de Intercidades e na gestão dos suburbanos de Lisboa e do Porto. O serviço regional foi sendo esquecido, reduzido e até "canibalizado" em favor dos suburbanos e do longo curso. Prova disso é a frequente ausência de ligações entre uns serviços e outros, com as unidades de negócio a trabalhar de costas voltadas em vez de terem uma oferta integrada que tire partido das suas sinergias.O resultado de uma gestão baseada em "mini-CPs", especializadas em segmentos de mercado distintos, leva à multiplicação dos transbordos, não por motivos técnicos, mas sim comerciais, o que faz algumas viagens parecerem autênticas odisseias. Irá alguém do Bombarral para Espinho, tendo de apanhar cinco comboios? Ou de Vilar Formoso para Valadares, se tiver que viajar em quatro composições? Ou do Barreiro para Portimão, com dois transbordos e três comboios?
A isto junta-se um tarifário labiríntico, que penaliza quem faz transbordos: cada troço é pago como uma viagem isolada, em vez de ser considerado uma parte de um trajecto mais longo desde a estação de origem até ao destino final. E há, claro, a ausência de bilheteiras universais, que faz com que, por exemplo, na estação de Oeiras não se possa comprar um bilhete para o Porto. Ou que na região urbana da Invicta a maioria das estações não venda um simples bilhete para Coimbra.
O preço dos combustíveis
Manuel Tão chama ainda a atenção para o preço dos combustíveis, que, na alta, é favorável à procura do modo ferroviário. Em 2008, o barril de petróleo chegou aos 150 dólares, mas hoje está nos 80 dólares. E embora a desvalorização do euro tenha, em parte, contrabalançado essa descida, a verdade é que, sem o espectro de uma crise nos combustíveis, as pessoas vão preferindo o automóvel. Mas o professor alerta: "A vulnerabilidade a mais aumentos do crude mantém-se, dadas as necessidades crescentes na procura mundial ditadas pela China e pela Índia".
Uma das razões que, segundo a CP, explicam a aparente perda de passageiros é a transferência entre títulos de transporte. Houve pessoas que compravam bilhetes nos suburbanos e passaram a comprar os passes, sobretudo nas zonas suburbanas "e em resultado das políticas sociais implementadas nos últimos anos, de que são exemplo os passes com desconto para estudantes". Um passe é um único título, mas pode representar 44 viagens de ida e volta.
A CP, num e-mail enviado ao Cidades, refere ainda a crise e o desemprego como um motivo que reduz o número de deslocações das pessoas. Quem está desempregado deixa de viajar todos os dias entre casa e o trabalho. E quando há menos dinheiro viaja-se menos em lazer. E para justificar os maus resultados do primeiro semestre de 2010, a empresa recorda as "várias greves efectuadas pelos sindicatos, que tiveram efeitos, nalguns casos, na redução da oferta de transporte".
Em suma, "a CP tem perfeita noção de que há uma quebra de passageiros, que a preocupa e que está a monitorizar e a analisar em permanência". Essa análise, explica, incide sobre "diversas ordens de factores sociais, económicos, demográficos e culturais que podem esta a contribuir para esta situação". Ou seja, aparentemente o problema será sempre exterior e não da própria empresa.
13.09.2010 - 11:03 Por Carlos Cipriano
publico.pt
Apesar da crise, os portugueses continuam a preferir o automóvel. Por pura opção, por falta de alternativa, ou por resposta à aposta governamental nas estradas e auto-estradas, o certo é que a CP perde clientes. Foram menos 4,4 milhões de pessoas que, entre 2008 e 2009 compraram bilhetes de comboio ou passes naquela empresa. Uma tendência que se agravou no primeiro semestre deste ano, com a transportadora pública a atrair menos 5,8 milhões de passageiros do que em 2008.
A queda acontece quando são cada vez mais os passageiros a viajar no Alfa Pendular e nos Intercidades. E quando a CP Porto não pára de crescer, com cada vez mais gente a usar os suburbanos na periferia da Invicta, região onde, com uma ligeira excepção, provocada pela quebra de clientes da STCP, tem visto aumentar o número de utilizadores do transporte público.
Quem está a perder gente é a CP Lisboa e a CP Regional. Porquê? "Temos estado a assistir a um crescimento desenfreado das áreas urbanizadas, o que faz com que muita gente deixe de ter acesso fácil às estações", diz José Manuel Viegas, especialista em Transportes. Os concelhos da primeira coroa de Lisboa (Amadora, Oeiras e Loures) perderam população, mas quem de lá sai não vai para dentro da capital, mas sim para mais longe.
"Independentemente de questões de qualidade de serviço da CP, colocam-se questões de urbanização", diz este professor catedrático do Instituto Superior Técnico. Os antigos utilizadores da Linha de Sintra e de Cascais, e alguns da da Azambuja (que serve estações do concelho do Loures), agora vão de carro para Lisboa e não sobre carris porque já não podem ir a pé apanhar o comboio ou porque não têm estacionamento junto às estações. Em contrapartida, as novas acessibilidades rodoviárias são um convite irrecusável para se pegar no carro e ir a acelerar desde a periferia até aos congestionamentos de entrada da cidade.
"A CP sozinha não consegue. É pôr as autarquias a pagar os custos. Elas hoje só têm as receitas das urbanizações. O pagamento das indemnizações de serviço público é feito pelo Orçamento do Estado. Se 50 por cento desse custo tivesse de ser pago pela autarquias, algumas decisões de urbanizações, se calhar, não teriam sido as mesmas". Ou seja, isto só acontece porque é o Governo nacional a pagar a factura, conclui José Manuel Viegas.
Uma forma de minimizar estes problemas é o rebatimento às estações deixar de ser feito por autocarros grandes, por vezes articulados, que levam muita gente, mas têm dificuldade em mover-se no trânsito e demoram muito tempo. Em alternativa, deveriam ser usados autocarros pequenos e com elevada frequência, para alimentar as estações.
Manuel Tão, investigador em Transportes da Universidade do Algarve, corrobora estas opiniões e acrescenta que o forte investimento nas redes viárias tem sido acompanhado de um "subinvestimento cumulativo" na ferrovia. Ou seja, o caminho-de-ferro sofre as consequências de anos e anos de não-investimento em grande parte da sua rede, agravado por um subinvestimento conjuntural (decisão recente de travar as obras de modernização na rede convencional).
"Nestes últimos cinco anos houve um investimento sem precedentes em infra-estruturas rodoviárias", diz este especialista. E enumera: duplicação do IP5 e sua conversão na A25, conclusão da A23, conclusão da A17 mais a A29 (segunda auto-estrada Lisboa-Porto), inauguração da A24, da A11 e da A7, conclusão da segunda auto-estrada Sintra (Alcabideche)-Lisboa(Pontinha).
"Mesmo que todas venham a ter portagem, o que poderá levar a uma transferência para o modo ferroviário, o que é certo é que nos últimos cinco anos a estrutura rodoviária de Portugal equiparou-se à de um país como a Alemanha". Logo, conclui Manuel Tão, não surpreende a reduzida procura pelos serviços da CP.
Ferrovia sem rede
O certo é que esta empresa se centra também numa oferta assente em itinerários em vez de tirar partido do efeito de rede. A CP deixou de oferecer comboios à escala nacional e centrou-se nas suas linhas de Intercidades e na gestão dos suburbanos de Lisboa e do Porto. O serviço regional foi sendo esquecido, reduzido e até "canibalizado" em favor dos suburbanos e do longo curso. Prova disso é a frequente ausência de ligações entre uns serviços e outros, com as unidades de negócio a trabalhar de costas voltadas em vez de terem uma oferta integrada que tire partido das suas sinergias.O resultado de uma gestão baseada em "mini-CPs", especializadas em segmentos de mercado distintos, leva à multiplicação dos transbordos, não por motivos técnicos, mas sim comerciais, o que faz algumas viagens parecerem autênticas odisseias. Irá alguém do Bombarral para Espinho, tendo de apanhar cinco comboios? Ou de Vilar Formoso para Valadares, se tiver que viajar em quatro composições? Ou do Barreiro para Portimão, com dois transbordos e três comboios?
A isto junta-se um tarifário labiríntico, que penaliza quem faz transbordos: cada troço é pago como uma viagem isolada, em vez de ser considerado uma parte de um trajecto mais longo desde a estação de origem até ao destino final. E há, claro, a ausência de bilheteiras universais, que faz com que, por exemplo, na estação de Oeiras não se possa comprar um bilhete para o Porto. Ou que na região urbana da Invicta a maioria das estações não venda um simples bilhete para Coimbra.
O preço dos combustíveis
Manuel Tão chama ainda a atenção para o preço dos combustíveis, que, na alta, é favorável à procura do modo ferroviário. Em 2008, o barril de petróleo chegou aos 150 dólares, mas hoje está nos 80 dólares. E embora a desvalorização do euro tenha, em parte, contrabalançado essa descida, a verdade é que, sem o espectro de uma crise nos combustíveis, as pessoas vão preferindo o automóvel. Mas o professor alerta: "A vulnerabilidade a mais aumentos do crude mantém-se, dadas as necessidades crescentes na procura mundial ditadas pela China e pela Índia".
Uma das razões que, segundo a CP, explicam a aparente perda de passageiros é a transferência entre títulos de transporte. Houve pessoas que compravam bilhetes nos suburbanos e passaram a comprar os passes, sobretudo nas zonas suburbanas "e em resultado das políticas sociais implementadas nos últimos anos, de que são exemplo os passes com desconto para estudantes". Um passe é um único título, mas pode representar 44 viagens de ida e volta.
A CP, num e-mail enviado ao Cidades, refere ainda a crise e o desemprego como um motivo que reduz o número de deslocações das pessoas. Quem está desempregado deixa de viajar todos os dias entre casa e o trabalho. E quando há menos dinheiro viaja-se menos em lazer. E para justificar os maus resultados do primeiro semestre de 2010, a empresa recorda as "várias greves efectuadas pelos sindicatos, que tiveram efeitos, nalguns casos, na redução da oferta de transporte".
Em suma, "a CP tem perfeita noção de que há uma quebra de passageiros, que a preocupa e que está a monitorizar e a analisar em permanência". Essa análise, explica, incide sobre "diversas ordens de factores sociais, económicos, demográficos e culturais que podem esta a contribuir para esta situação". Ou seja, aparentemente o problema será sempre exterior e não da própria empresa.
- Mensagens: 35428
- Registado: 5/11/2002 12:21
- Localização: Barlavento
Elias Escreveu:Moody’s atribui rating A3 à CP
06 Setembro 2010 | 18:55
Alexandra Noronha - anoronha@negocios.pt
Agência de notação financeira justifica "rating" com dependência governamental e défice crónico.
A Moody’s atribuiu hoje um rating A3 à CP, adiantando que o a empresa tem um Outlook “estável” para o futuro. Segundo a agência de notação americana, o “rating” da operadora ferroviária assenta sobretudo no facto de ser uma empresa pública, com “alta probabilidade de receber apoios governamentais”.
É a primeira vez que a Moody’s atribui “rating” à CP, cujo crédito a Moody’s coloca em 17 numa escala de 1 a 21 em termos de risco.
A agência diz que cerca de 20% das receitas da empresa são provenientes do Estado, e realça que tem um “quase monopólio” das operações ferroviárias em Portugal, sendo que, segundo a agência a empresa tem uma presença forte nas regiões de Lisboa e Porto.
No entanto, a Moody’s recorda que a empresa tem uma dívida elevada e não é rentável.
Acho que até uma criança de 5 anos conseguiria chegar a esta conclusão da Moody's.... pena é que o governo tenha uma mentalidade inferior a 5 anos e ainda não consiga perceber que uma evolução para um TGV apenas será viável se souberem mudar toda a (des)política da CP.
- Mensagens: 6450
- Registado: 7/4/2007 17:13
- Localização: Algarve
Moody’s atribui rating A3 à CP
06 Setembro 2010 | 18:55
Alexandra Noronha - anoronha@negocios.pt
Agência de notação financeira justifica "rating" com dependência governamental e défice crónico.
A Moody’s atribuiu hoje um rating A3 à CP, adiantando que o a empresa tem um Outlook “estável” para o futuro. Segundo a agência de notação americana, o “rating” da operadora ferroviária assenta sobretudo no facto de ser uma empresa pública, com “alta probabilidade de receber apoios governamentais”.
É a primeira vez que a Moody’s atribui “rating” à CP, cujo crédito a Moody’s coloca em 17 numa escala de 1 a 21 em termos de risco.
A agência diz que cerca de 20% das receitas da empresa são provenientes do Estado, e realça que tem um “quase monopólio” das operações ferroviárias em Portugal, sendo que, segundo a agência a empresa tem uma presença forte nas regiões de Lisboa e Porto.
No entanto, a Moody’s recorda que a empresa tem uma dívida elevada e não é rentável.
06 Setembro 2010 | 18:55
Alexandra Noronha - anoronha@negocios.pt
Agência de notação financeira justifica "rating" com dependência governamental e défice crónico.
A Moody’s atribuiu hoje um rating A3 à CP, adiantando que o a empresa tem um Outlook “estável” para o futuro. Segundo a agência de notação americana, o “rating” da operadora ferroviária assenta sobretudo no facto de ser uma empresa pública, com “alta probabilidade de receber apoios governamentais”.
É a primeira vez que a Moody’s atribui “rating” à CP, cujo crédito a Moody’s coloca em 17 numa escala de 1 a 21 em termos de risco.
A agência diz que cerca de 20% das receitas da empresa são provenientes do Estado, e realça que tem um “quase monopólio” das operações ferroviárias em Portugal, sendo que, segundo a agência a empresa tem uma presença forte nas regiões de Lisboa e Porto.
No entanto, a Moody’s recorda que a empresa tem uma dívida elevada e não é rentável.
- Mensagens: 35428
- Registado: 5/11/2002 12:21
- Localização: Barlavento
Nem de propósito...
"O labiríntico tarifário da CPComboios
Viajar de comboio pelo país pode dar muito trabalho e a culpa é da manta de retalhos em que a transportadora ferroviária se transformou. CP Lisboa, CP Porto, CP Regional e CP Longo Curso trabalham com tarifários e horários que nem sempre são integrados. Imaginámos diferentes viagens para mostrar as dificuldades dos passageiros. Por Carlos Cipriano
O senhor Manuel foi emigrante e quis reviver com a neta a viagem de dez horas que fez do Bombarral para Vilar Formoso, quando tentou o "salto" para a França em 1968. Pensando que hoje a coisa era mais rápida, nem consultou horários e apresentou-se na estação do Bombarral para o comboio das oito da manhã.
Aventurou-se e demorou 14 horas. A viagem que, 40 anos antes, realizara com um único transbordo teve de ser feita agora com - pasme-se! - cinco comboios.
Eis a aventura: primeiro, um comboio para as Caldas da Rainha, onde mudou para outra composição que o deixou no meio dos arrozais do Mondego num apeadeiro chamado Bifurcação de Lares. Ali apanhou um suburbano vindo da Figueira da Foz para Coimbra e depois outro comboio para a Guarda onde, pela última vez, mudou para o regional para Vilar Formoso. E, como se não bastasse o tempo de viagem e os transbordos, o bilhete vendido pela CP foi mais caro, porque resultou do somatório de todas estas viagens: 23,65 euros. Mais do que os 20 euros de uma viagem de Lisboa para Vilar Formoso em comboio directo. Ou seja: na CP viajar 220 quilómetros em vários regionais (por falta de alternativa) é mais dispendioso do que uma viagem directa de 434 quilómetros.
O senhor Silva vive em Queluz e quis visitar um colega em Torres Vedras. Há anos que não viajava de comboio em Portugal, mas pareceu-lhe esta a melhor opção, já que a tinha logo ali, bem perto de casa. A primeira surpresa foi logo na estação de Queluz. Que não podia comprar um bilhete directo para Torres, dizem-lhe na bilheteira. Que desembolsasse primeiro 1,20 euros até ao Cacém e que comprasse lá o bilhete para o outro comboio (mais 3,15 euros) para Torres Vedras.
Mas afinal isto é só uma viagem de 50 quilómetros, pensou. Era seu desejo comprar o bilhete de ida e volta, mas lá teve de adquirir novo título para o seu destino. Já no regresso perguntou se lhe podiam vender os dois bilhetes em Torres Vedras, mas o ferroviário perguntou-lhe para quê, se podia vender um único bilhete directo. O senhor Silva espantou-se: para a ida teve de comprar dois bilhetes, mas para a volta já podia fazer a viagem com um só?
Que confusão. Como se não bastasse demorar uma hora e meia para fazer 50 quilómetros a passo de caracol, ainda teve de ouvir uma explicação sobre as "unidades de negócio" da CP. Que ali em Torres, aquilo era a CP Regional, mas que em Queluz era a CP Lisboa.
E é esta a história que teria para contar, se o senhor Silva existisse. A personagem, como todas as que viajam em comboio neste texto, não é real. Ao contrário da esquizofrenia a que os passageiros da CP estão sujeitos, que é bem real e a razão destas viagens que imaginámos.
O casal Gonçalves vive em Lisboa e resolveu passar o fim-de-semana em Beja. Optou pelo comboio. De Entrecampos ao destino foram só 2h10 de viagem, num Intercidades ao preço de 11,50 euros por pessoa. Mas já o regresso foi uma verdadeira surpresa: uma automotora desconfortável a tremelicar pela planície até Casa Branca, onde o casal apanhou, aliviado, o Intercidades vindo de Évora para Lisboa. Ao todo demorou mais tempo do que na ida, viajou num comboio de categoria inferior e teve um transbordo. Por isso pagou 14,40 euros, ou seja, mais 2,90 euros do que na ida.
Tarifa não quilométrica
A Rute, que queria ir de Coimbra ao Porto, também se surpreendeu quando o revisor do comboio regional lhe pediu mais 3,50 euros para revalidar o bilhete. A Rute estava em Coimbra e o Alfa Pendular estava atrasado devido a um problema com um passageiro. Encontrou uma amiga que ia apanhar o regional para Aveiro e nem pensou duas vezes, julgando que o seu bilhete era mais do que suficiente para viajar no vagaroso regional até à Invicta. Na Suíça, um país com a dimensão de Portugal onde estivera, podia-se apanhar um comboio a qualquer hora porque as tarifas são quilométricas e não é preciso marcação de lugar.
Mas não. Na CP um bilhete de 15 euros não permite viajar num comboio onde só se paga 8,10 euros.
Também o Vítor ficou espantado quando descobriu que para viajar de Guimarães para Lisboa pagaria 21,65 euros, quando em sentido contrário tinha pago 20,50 euros. Com a diferença de que agora tinha de apanhar um comboio que parava em todo o lado até Campanhã e demorava mais uma hora na vinda no que na ida. E o João, que queria ir de Estarreja para Azambuja (ambas estações da linha do Norte), teve de se aventurar em três comboios porque, apesar de viajar no principal eixo ferroviário do país, não tinha ligações directas.
Paremos então com as personagens fictícias com dificuldades que qualquer passageiro real pode sentir e passemos ao mundo que existe. Viajar de comboio pelo país pode dar muito trabalho e a culpa é da manta de retalhos em que a transportadora ferroviária de Portugal se transformou, quando foi dividida em quatro unidades de negócio - CP Lisboa, CP Porto, CP Regional e CP Longo Curso. Há bilheteiras diferentes nas estações e os gabinetes de apoio ao cliente rejeitam reclamações ou pedidos de informação que não sejam da sua unidade de negócios.
"A lógica da CP em unidades de negócios era no sentido da privatização. Essa situação originou que as unidades trabalhassem de forma autónoma e as forças integradoras não conseguiram vencer essa força autónoma", diz o presidente da CP, Cardoso dos Reis.
A verdade é que cada unidade de negócios funciona como uma "mini CP" e tem a sua própria frota de material circulante e quadro de pessoal (maquinistas e revisores). José Rafael Nascimento, professor de Marketing no Instituto Superior de Comunicação Empresarial, diz que estas situações vividas pelos passageiros da CP contrariam o paradigma da conveniência, em que as empresas procuram prestar serviços completos e integrados aos seus clientes, o que não é o caso do transporte ferroviário em Portugal, com um tarifário incompreensível e uma exploração baseada em percursos.
Incompreensível? Há razões - às quais os clientes da CP são alheios - que podem explicar esta forma de gestão. A transportadora pública, ao contrário do que acontece com as suas congéneres europeias, não tem um contrato de prestação de serviços com o Estado. Em cada ano, o governo atribui verbas residuais a título de indemnizações compensatórias para a empresa. Como o serviço regional é o que dá mais prejuízo, a CP prefere vender percursos a aplicar uma tarifação quilométrica, mais justa e mais compreensível para os passageiros. É por isso que uma viagem com diversos transbordos (e são tantos num país tão pequeno como Portugal) um cliente da CP está a pagar uma nova viagem sempre que muda de um comboio para outro. Desde Dezembro de 2009, por exemplo, a CP acabou com os comboios directos desde o Barreiro para o Algarve e obriga os passageiros a apanhar duas composições e a pagar mais caro.
Algo que, como refere Nélson Oliveira, engenheiro com pós-graduação em caminhos-de-ferro, "não acontece noutras redes estrangeiras de referência [SNCF em França, RENFE em Espanha, DB na Alemanha e Trenitália] onde os horários dos comboios mais lentos são conjugados com os dos rápidos para assegurar a função de recolectores e distribuidores".
Para este especialista, também presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro, "as unidades de negócios centram-se na procura dos melhores resultados financeiros, o que nem sempre resulta em favor de um melhor serviço, pois numa exploração conjunta os benefícios de uns compensavam os prejuízos de outros". Um exemplo: como os regionais dão prejuízo, cada vez há menos oferta, "mas se os horários destes fossem conjugados com os dos comboios rápidos, como eram dantes, os regionais traziam passageiros para os serviços de longo curso, e o prejuízo era compensado".
Nélson Oliveira,
engenheiro"
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/2 ... 640942.htm
"O labiríntico tarifário da CPComboios
Viajar de comboio pelo país pode dar muito trabalho e a culpa é da manta de retalhos em que a transportadora ferroviária se transformou. CP Lisboa, CP Porto, CP Regional e CP Longo Curso trabalham com tarifários e horários que nem sempre são integrados. Imaginámos diferentes viagens para mostrar as dificuldades dos passageiros. Por Carlos Cipriano
O senhor Manuel foi emigrante e quis reviver com a neta a viagem de dez horas que fez do Bombarral para Vilar Formoso, quando tentou o "salto" para a França em 1968. Pensando que hoje a coisa era mais rápida, nem consultou horários e apresentou-se na estação do Bombarral para o comboio das oito da manhã.
Aventurou-se e demorou 14 horas. A viagem que, 40 anos antes, realizara com um único transbordo teve de ser feita agora com - pasme-se! - cinco comboios.
Eis a aventura: primeiro, um comboio para as Caldas da Rainha, onde mudou para outra composição que o deixou no meio dos arrozais do Mondego num apeadeiro chamado Bifurcação de Lares. Ali apanhou um suburbano vindo da Figueira da Foz para Coimbra e depois outro comboio para a Guarda onde, pela última vez, mudou para o regional para Vilar Formoso. E, como se não bastasse o tempo de viagem e os transbordos, o bilhete vendido pela CP foi mais caro, porque resultou do somatório de todas estas viagens: 23,65 euros. Mais do que os 20 euros de uma viagem de Lisboa para Vilar Formoso em comboio directo. Ou seja: na CP viajar 220 quilómetros em vários regionais (por falta de alternativa) é mais dispendioso do que uma viagem directa de 434 quilómetros.
O senhor Silva vive em Queluz e quis visitar um colega em Torres Vedras. Há anos que não viajava de comboio em Portugal, mas pareceu-lhe esta a melhor opção, já que a tinha logo ali, bem perto de casa. A primeira surpresa foi logo na estação de Queluz. Que não podia comprar um bilhete directo para Torres, dizem-lhe na bilheteira. Que desembolsasse primeiro 1,20 euros até ao Cacém e que comprasse lá o bilhete para o outro comboio (mais 3,15 euros) para Torres Vedras.
Mas afinal isto é só uma viagem de 50 quilómetros, pensou. Era seu desejo comprar o bilhete de ida e volta, mas lá teve de adquirir novo título para o seu destino. Já no regresso perguntou se lhe podiam vender os dois bilhetes em Torres Vedras, mas o ferroviário perguntou-lhe para quê, se podia vender um único bilhete directo. O senhor Silva espantou-se: para a ida teve de comprar dois bilhetes, mas para a volta já podia fazer a viagem com um só?
Que confusão. Como se não bastasse demorar uma hora e meia para fazer 50 quilómetros a passo de caracol, ainda teve de ouvir uma explicação sobre as "unidades de negócio" da CP. Que ali em Torres, aquilo era a CP Regional, mas que em Queluz era a CP Lisboa.
E é esta a história que teria para contar, se o senhor Silva existisse. A personagem, como todas as que viajam em comboio neste texto, não é real. Ao contrário da esquizofrenia a que os passageiros da CP estão sujeitos, que é bem real e a razão destas viagens que imaginámos.
O casal Gonçalves vive em Lisboa e resolveu passar o fim-de-semana em Beja. Optou pelo comboio. De Entrecampos ao destino foram só 2h10 de viagem, num Intercidades ao preço de 11,50 euros por pessoa. Mas já o regresso foi uma verdadeira surpresa: uma automotora desconfortável a tremelicar pela planície até Casa Branca, onde o casal apanhou, aliviado, o Intercidades vindo de Évora para Lisboa. Ao todo demorou mais tempo do que na ida, viajou num comboio de categoria inferior e teve um transbordo. Por isso pagou 14,40 euros, ou seja, mais 2,90 euros do que na ida.
Tarifa não quilométrica
A Rute, que queria ir de Coimbra ao Porto, também se surpreendeu quando o revisor do comboio regional lhe pediu mais 3,50 euros para revalidar o bilhete. A Rute estava em Coimbra e o Alfa Pendular estava atrasado devido a um problema com um passageiro. Encontrou uma amiga que ia apanhar o regional para Aveiro e nem pensou duas vezes, julgando que o seu bilhete era mais do que suficiente para viajar no vagaroso regional até à Invicta. Na Suíça, um país com a dimensão de Portugal onde estivera, podia-se apanhar um comboio a qualquer hora porque as tarifas são quilométricas e não é preciso marcação de lugar.
Mas não. Na CP um bilhete de 15 euros não permite viajar num comboio onde só se paga 8,10 euros.
Também o Vítor ficou espantado quando descobriu que para viajar de Guimarães para Lisboa pagaria 21,65 euros, quando em sentido contrário tinha pago 20,50 euros. Com a diferença de que agora tinha de apanhar um comboio que parava em todo o lado até Campanhã e demorava mais uma hora na vinda no que na ida. E o João, que queria ir de Estarreja para Azambuja (ambas estações da linha do Norte), teve de se aventurar em três comboios porque, apesar de viajar no principal eixo ferroviário do país, não tinha ligações directas.
Paremos então com as personagens fictícias com dificuldades que qualquer passageiro real pode sentir e passemos ao mundo que existe. Viajar de comboio pelo país pode dar muito trabalho e a culpa é da manta de retalhos em que a transportadora ferroviária de Portugal se transformou, quando foi dividida em quatro unidades de negócio - CP Lisboa, CP Porto, CP Regional e CP Longo Curso. Há bilheteiras diferentes nas estações e os gabinetes de apoio ao cliente rejeitam reclamações ou pedidos de informação que não sejam da sua unidade de negócios.
"A lógica da CP em unidades de negócios era no sentido da privatização. Essa situação originou que as unidades trabalhassem de forma autónoma e as forças integradoras não conseguiram vencer essa força autónoma", diz o presidente da CP, Cardoso dos Reis.
A verdade é que cada unidade de negócios funciona como uma "mini CP" e tem a sua própria frota de material circulante e quadro de pessoal (maquinistas e revisores). José Rafael Nascimento, professor de Marketing no Instituto Superior de Comunicação Empresarial, diz que estas situações vividas pelos passageiros da CP contrariam o paradigma da conveniência, em que as empresas procuram prestar serviços completos e integrados aos seus clientes, o que não é o caso do transporte ferroviário em Portugal, com um tarifário incompreensível e uma exploração baseada em percursos.
Incompreensível? Há razões - às quais os clientes da CP são alheios - que podem explicar esta forma de gestão. A transportadora pública, ao contrário do que acontece com as suas congéneres europeias, não tem um contrato de prestação de serviços com o Estado. Em cada ano, o governo atribui verbas residuais a título de indemnizações compensatórias para a empresa. Como o serviço regional é o que dá mais prejuízo, a CP prefere vender percursos a aplicar uma tarifação quilométrica, mais justa e mais compreensível para os passageiros. É por isso que uma viagem com diversos transbordos (e são tantos num país tão pequeno como Portugal) um cliente da CP está a pagar uma nova viagem sempre que muda de um comboio para outro. Desde Dezembro de 2009, por exemplo, a CP acabou com os comboios directos desde o Barreiro para o Algarve e obriga os passageiros a apanhar duas composições e a pagar mais caro.
Algo que, como refere Nélson Oliveira, engenheiro com pós-graduação em caminhos-de-ferro, "não acontece noutras redes estrangeiras de referência [SNCF em França, RENFE em Espanha, DB na Alemanha e Trenitália] onde os horários dos comboios mais lentos são conjugados com os dos rápidos para assegurar a função de recolectores e distribuidores".
Para este especialista, também presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro, "as unidades de negócios centram-se na procura dos melhores resultados financeiros, o que nem sempre resulta em favor de um melhor serviço, pois numa exploração conjunta os benefícios de uns compensavam os prejuízos de outros". Um exemplo: como os regionais dão prejuízo, cada vez há menos oferta, "mas se os horários destes fossem conjugados com os dos comboios rápidos, como eram dantes, os regionais traziam passageiros para os serviços de longo curso, e o prejuízo era compensado".
Nélson Oliveira,
engenheiro"
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/2 ... 640942.htm
- Mensagens: 1397
- Registado: 24/7/2009 12:13
- Localização: 16
Eu falei no carro... mas mesmo com o autocarro que por vezes é mais pontual que os comboios há ainda várias diferenças:
1 - São mais baratos que o comboio
2 - No caso de atraso do passageiro devolvem-te o dinheiro ou possibilitam que troques o bilhetes por outro. Nos comboios não te devolvem o valor (no máximo acho que vai até 50%) e se quiseres trocar tens que pagar uma taxa altíssima e depois a diferença se for para um comboio de nível superior (isto percebo, não percebo é a taxa).
1 - São mais baratos que o comboio
2 - No caso de atraso do passageiro devolvem-te o dinheiro ou possibilitam que troques o bilhetes por outro. Nos comboios não te devolvem o valor (no máximo acho que vai até 50%) e se quiseres trocar tens que pagar uma taxa altíssima e depois a diferença se for para um comboio de nível superior (isto percebo, não percebo é a taxa).
- Mensagens: 1397
- Registado: 24/7/2009 12:13
- Localização: 16
Re: Re
Bolsa Escreveu:A razão para os aumentos é simples, li em qualquer lado nos últimos tempos que o Alfa e o Intercidades estavam a perder muitos passageiros, como temos gestores do melhor que há em vez de recuperar os passageiros com incentivos (preços, horários, conforto, etc..), não, mata-se logo a galinha dos ovos de ouro e resolve-se da maneira mais fácil, aumenta-se os preços e já está, ou estaria não fossem eles perderem mais passageiros ainda com os aumentos.
Cump.s e B.N.
Eu para a administração da CP tinha um bom remédio:
por cada ano de resultados negativos cada um dos senhores administradores seria obrigado a assistir a uma semana inteira do campeonato do mundo de ranchos focloricos (se é que isso existe).
seriam obrigados a assistir dia apos dia as actuaçoes de todos os participantes.
garanto que ou os gajos ficavam surdos ou começavam a fazer melhor trabalho.
Re
A razão para os aumentos é simples, li em qualquer lado nos últimos tempos que o Alfa e o Intercidades estavam a perder muitos passageiros, como temos gestores do melhor que há em vez de recuperar os passageiros com incentivos (preços, horários, conforto, etc..), não, mata-se logo a galinha dos ovos de ouro e resolve-se da maneira mais fácil, aumenta-se os preços e já está, ou estaria não fossem eles perderem mais passageiros ainda com os aumentos.
Cump.s e B.N.
Cump.s e B.N.
- Mensagens: 576
- Registado: 7/2/2005 18:06
Re: [Off Topic]CP - Comboios de Portugal
PequenoInvest Escreveu:"CP aumenta preços do Alfa e do Intercidades entre 2,5% e 8%
A CP - Comboios de Portugal vai aumentar os preços do Alfa Pendular e do Intercidades, num intervalo em que a subida mínima é de 2,5% e a maior de 8,11%. Em valor, segundo adiantou a operadora ao Negócios, a actualização das tarifas nos comboios de longo curso será entre 50 cêntimos e dois euros, tendo em conta os percursos e a classe (turística ou conforto) dos comboios.
O aumento entra em vigor a partir do próximo dia 1 de Fevereiro, sendo que a CP promete, em breve, ter os novos preços disponíveis no site (www.cp.pt), para serem consultados pelos passageiros."
Alguém percebe a razão deste aumento de preços?
Eu viajei para o Porto constatemente entre 2004 e 2009 pois a minha namorada era de lá.
O serviço está cada vez pior, os intercidades raramente chegam a horas e a qualidade dos mesmos deixam muuuito a desejar.
Obviamente que a partir do momento em que ela se mudou para Lx que deixei de ir de comboio e passei a viajar de carro. Fica ligeiramente mais caro mas pelo menos tenho conforto e liberdade.
Ontem cheguei 35 minutos atrasado ao trabalho devido a atrasos na linha de Sintra (ok, cuidados médicos a um passageiro), mas hoje cheguei 45 minutos devido à queda de uma catenária!
O mal disto tudo é não haver concorrência com a CP e eles terem poder fazer tudo o que lhes apetece sem qualquer tipo de consequência.
O inter-cidades não é confortável?
aquilo é um luxo !
E a simpatia dos revisores? sempre com um sorriso amigo ...
Agora a sério, a coisa mais engraçada que me lembro do inter-cidades foi uma viagem em que resolvi comprar bilhete de 1ª classe na esperança que fosse melhor.
E era, o revisor tinha uma série de amigos da aldeia dele nas carruagens de classe turistica e mandou tudo para a primeira classe.
Eu fiquei com uma simpática velhinha sentada na cadeira ao lado que tinha um gravador com o volume no maximo e veio todo o caminho a passar musica de ranchos focloricos ...
Foi especialmente bom porque na noite anterior não tinha pregado olho por causa de um stress qualquer na empresa

[Off Topic]CP - Comboios de Portugal
"CP aumenta preços do Alfa e do Intercidades entre 2,5% e 8%
A CP - Comboios de Portugal vai aumentar os preços do Alfa Pendular e do Intercidades, num intervalo em que a subida mínima é de 2,5% e a maior de 8,11%. Em valor, segundo adiantou a operadora ao Negócios, a actualização das tarifas nos comboios de longo curso será entre 50 cêntimos e dois euros, tendo em conta os percursos e a classe (turística ou conforto) dos comboios.
O aumento entra em vigor a partir do próximo dia 1 de Fevereiro, sendo que a CP promete, em breve, ter os novos preços disponíveis no site (www.cp.pt), para serem consultados pelos passageiros."
Alguém percebe a razão deste aumento de preços?
Eu viajei para o Porto constatemente entre 2004 e 2009 pois a minha namorada era de lá.
O serviço está cada vez pior, os intercidades raramente chegam a horas e a qualidade dos mesmos deixam muuuito a desejar.
Obviamente que a partir do momento em que ela se mudou para Lx que deixei de ir de comboio e passei a viajar de carro. Fica ligeiramente mais caro mas pelo menos tenho conforto e liberdade.
Ontem cheguei 35 minutos atrasado ao trabalho devido a atrasos na linha de Sintra (ok, cuidados médicos a um passageiro), mas hoje cheguei 45 minutos devido à queda de uma catenária!
O mal disto tudo é não haver concorrência com a CP e eles terem poder fazer tudo o que lhes apetece sem qualquer tipo de consequência.
A CP - Comboios de Portugal vai aumentar os preços do Alfa Pendular e do Intercidades, num intervalo em que a subida mínima é de 2,5% e a maior de 8,11%. Em valor, segundo adiantou a operadora ao Negócios, a actualização das tarifas nos comboios de longo curso será entre 50 cêntimos e dois euros, tendo em conta os percursos e a classe (turística ou conforto) dos comboios.
O aumento entra em vigor a partir do próximo dia 1 de Fevereiro, sendo que a CP promete, em breve, ter os novos preços disponíveis no site (www.cp.pt), para serem consultados pelos passageiros."
Alguém percebe a razão deste aumento de preços?
Eu viajei para o Porto constatemente entre 2004 e 2009 pois a minha namorada era de lá.
O serviço está cada vez pior, os intercidades raramente chegam a horas e a qualidade dos mesmos deixam muuuito a desejar.
Obviamente que a partir do momento em que ela se mudou para Lx que deixei de ir de comboio e passei a viajar de carro. Fica ligeiramente mais caro mas pelo menos tenho conforto e liberdade.
Ontem cheguei 35 minutos atrasado ao trabalho devido a atrasos na linha de Sintra (ok, cuidados médicos a um passageiro), mas hoje cheguei 45 minutos devido à queda de uma catenária!
O mal disto tudo é não haver concorrência com a CP e eles terem poder fazer tudo o que lhes apetece sem qualquer tipo de consequência.
- Mensagens: 1397
- Registado: 24/7/2009 12:13
- Localização: 16
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], ConnieHawley, Google [Bot], iniciado1, KAWA, malakas, Masterchief, OCTAMA, Pmart 1, Shimazaki_2, Tiago2006, trilhos2006, VALHALLA e 220 visitantes