Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)
AlphaDraconisEP Escreveu:moppie85 Escreveu:AlphaDraconisEP Escreveu:moppie85, acabas por estar a te justificar quando inicialmente a questão nem era relativamente aos médicos, quanto mais a ti.
Nem todos aqui estamos contra os DPM mas sim pela forma como realizam a sua função já que isso tem levado a abusos e ilegalidades e lesam os interesses do Estado e dos doentes.
Infelizmente devia haver algumas regras que dificultasse a corrupção.
Nah, eu só me justifiquei (pessoalmente) quando as questões foram dirigidas directamenre a mim (como por exemplo o dito livro).
Quanto ao resto, o que propões? É que as regras já existem... o problema é quem não as cumpre (como aliás, é o maior problema neste país em relação a quase tudo).
Bem verdade, o problema é a alma de "espertalhão" que os portugueses possuem sempre em quer contornar as regras.
Tenho algumas ideias que oportunamente deixarei aqui, por hora necessito do meu tempo para os meus investimentos gerarem comida.
BT
Como seria de esperar, eis que surgem novas noticias daquilo que eu continuo a considerar apenas mais um "buraco" no SNS.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1652574
É tudo malta séria....
moppie85 Escreveu:AlphaDraconisEP Escreveu:moppie85, acabas por estar a te justificar quando inicialmente a questão nem era relativamente aos médicos, quanto mais a ti.
Nem todos aqui estamos contra os DPM mas sim pela forma como realizam a sua função já que isso tem levado a abusos e ilegalidades e lesam os interesses do Estado e dos doentes.
Infelizmente devia haver algumas regras que dificultasse a corrupção.
Nah, eu só me justifiquei (pessoalmente) quando as questões foram dirigidas directamenre a mim (como por exemplo o dito livro).
Quanto ao resto, o que propões? É que as regras já existem... o problema é quem não as cumpre (como aliás, é o maior problema neste país em relação a quase tudo).
Bem verdade, o problema é a alma de "espertalhão" que os portugueses possuem sempre em quer contornar as regras.
Tenho algumas ideias que oportunamente deixarei aqui, por hora necessito do meu tempo para os meus investimentos gerarem comida.
BT
Vive uma vida de cada vez.
Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)
agany Escreveu:ilusion Escreveu:Hoje numa ida ao hospital fiquei "parvinho" quando reparei enquanto estava a espera de ser atendido numa consulta, a quantidade enorme de delegados de propaganda médica que "acariciavam" os SRS DOUTORES, e sim com letra maiuscula porque eles gostam de ser apaparicados, com produtos novos, prendas, etc... É incrivel o tempo "perdido" por esses médicos a "atender" esses DPM.
As minhas questões são as seguintes:
Porque raio existem esses DMP?
Que benificio trazem aos doente?
Que ganham eles em troca?
Eu tenho a minha opinião pessoal até porque um amigo meu é um desses DPM, tenho familiares ligados às farmácias, mas gostaria de confrontar com outras opiniões...
A primeira coisa que faria, perante àquela situação, era protestar alto e em bom som e pedia também, o Livro de Reclamações.
Agora, vir para aqui fazer queixinhas, falar mal dos Delegados, dos médicos, etc, etc.
Quem cala consente e os cobardes também fazem falta.![]()
Nota: os portugueses são dos povos que menos reclamam.
Caro "amiguinho"
Mas quem és tu para falar em cobarde quando nem me conheçes? És como o bruxo de guimarães? Deve ser. Mas queres que te diga mais? Não te devo qualquer justificação e além disso o forum não foi criado para falar de mim, mas sim dessa praga dos DPM.
Depois de tantas linhas, queria só acrescentar, qunado repetem a ideia de que prejudicados são os doente e o estadoo seguinte:
Trabalho no sector público e nunca recebi um euro do estado para ir a um congresso, (algo de básico em qualquer empresa que se preze), nem para realizar nenhum curso , onde aprendo técnicas para aplicar nos meus doentes.
Já paguei uma parte da minha formação do meu bolso, outra parte significativa foi patrocinada pelas farmacêuticas.
Em nenhum momento o facto de me terem pago alguma coisa, mudou a minha prescrição.
Para mim o estado é dos mais beneficiados, pois tem outros a pagar aquilo que é a sua obrigação, e os meus doentes beneficiaram da minha formação.Acrescento que quem decide á maioria dos medicamentos dentro do hospital são comissões e não médicos individualmente.
Agora é óbvio que no meio disto tudo, há quem se aproveite, há quem cometa crimes, que devem ser denunciados.
Mas o estado é o pai divorciado que não paga a pensão mas que quer continuar a chamar-lhe de filho.
Aquilo que vai acontecer (e pelas decisões politicas que se adivinham) é que quem quiser ser operado com determinada técnica, vai ter de ir ao privado, porque está curso o assassinato do SNS
Trabalho no sector público e nunca recebi um euro do estado para ir a um congresso, (algo de básico em qualquer empresa que se preze), nem para realizar nenhum curso , onde aprendo técnicas para aplicar nos meus doentes.
Já paguei uma parte da minha formação do meu bolso, outra parte significativa foi patrocinada pelas farmacêuticas.
Em nenhum momento o facto de me terem pago alguma coisa, mudou a minha prescrição.
Para mim o estado é dos mais beneficiados, pois tem outros a pagar aquilo que é a sua obrigação, e os meus doentes beneficiaram da minha formação.Acrescento que quem decide á maioria dos medicamentos dentro do hospital são comissões e não médicos individualmente.
Agora é óbvio que no meio disto tudo, há quem se aproveite, há quem cometa crimes, que devem ser denunciados.
Mas o estado é o pai divorciado que não paga a pensão mas que quer continuar a chamar-lhe de filho.
Aquilo que vai acontecer (e pelas decisões politicas que se adivinham) é que quem quiser ser operado com determinada técnica, vai ter de ir ao privado, porque está curso o assassinato do SNS
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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)
ilusion Escreveu:Hoje numa ida ao hospital fiquei "parvinho" quando reparei enquanto estava a espera de ser atendido numa consulta, a quantidade enorme de delegados de propaganda médica que "acariciavam" os SRS DOUTORES, e sim com letra maiuscula porque eles gostam de ser apaparicados, com produtos novos, prendas, etc... É incrivel o tempo "perdido" por esses médicos a "atender" esses DPM.
As minhas questões são as seguintes:
Porque raio existem esses DMP?
Que benificio trazem aos doente?
Que ganham eles em troca?
Eu tenho a minha opinião pessoal até porque um amigo meu é um desses DPM, tenho familiares ligados às farmácias, mas gostaria de confrontar com outras opiniões...
A primeira coisa que faria, perante àquela situação, era protestar alto e em bom som e pedia também, o Livro de Reclamações.
Agora, vir para aqui fazer queixinhas, falar mal dos Delegados, dos médicos, etc, etc.
Quem cala consente e os cobardes também fazem falta.

Nota: os portugueses são dos povos que menos reclamam.
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DPM passou a DIM
A designação "Delegados de Propaganda Médica" foi substituída por Delegados de Informação Médica - DIM
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Elias Escreveu:A propósito de pagamento de viagens...
Reparei nesta notícia que saiu hoje no Público
http://www.publico.pt/Sociedade/um-esca ... 448634?p=1
e achei interessante o facto de no final se referir explicitamente qual foi a farmacêutica que convidou a jornalista para ir ao congresso.
Esse é outro que acontece (e que não se vê muito alarido).
Não há muito tempo a EDP (peço desculpa se me engano mas tenho 99,9% de certeza que foi a EDP) pagou a n jornalistas uma visita à Expo2010.
Pessoalmente não acho mal (provavelmente se a EDP n tivesse convidado, não tinham lá ido e n ttinham realizado o trabalho jornalistico).
O que acho mal, é o jornalista ter-se deixado influenciar no seu trabalho.
Pela leitura "rápida" do artigo, vi que ele acabou por fazer publicidade a um principio activo - ipilimumab - que está a ser desenvolvido exactamente pela farmaceutica que o convidou.
Acredito que seja até um bom produto, mas acho esquisito que o jornalista apenas tenha referido aquele produto. E acho desnecessário tanto texto para abordar apenas uma vertente do tratamento e ignorar outras que foram, de certeza, abordadas.
É a tal tentativa de "compensar" a oferta que já referi anteriormente...
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AlphaDraconisEP Escreveu:moppie85, acabas por estar a te justificar quando inicialmente a questão nem era relativamente aos médicos, quanto mais a ti.
Nem todos aqui estamos contra os DPM mas sim pela forma como realizam a sua função já que isso tem levado a abusos e ilegalidades e lesam os interesses do Estado e dos doentes.
Infelizmente devia haver algumas regras que dificultasse a corrupção.
Nah, eu só me justifiquei (pessoalmente) quando as questões foram dirigidas directamenre a mim (como por exemplo o dito livro).
Quanto ao resto, o que propões? É que as regras já existem... o problema é quem não as cumpre (como aliás, é o maior problema neste país em relação a quase tudo).
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Elias Escreveu:A propósito de pagamento de viagens...
Reparei nesta notícia que saiu hoje no Público
http://www.publico.pt/Sociedade/um-esca ... 448634?p=1
e achei interessante o facto de no final se referir explicitamente qual foi a farmacêutica que convidou a jornalista para ir ao congresso.
Deve ser engano do artigo:p Eles não fazem isso..
moppie85, acabas por estar a te justificar quando inicialmente a questão nem era relativamente aos médicos, quanto mais a ti.
Nem todos aqui estamos contra os DPM mas sim pela forma como realizam a sua função já que isso tem levado a abusos e ilegalidades e lesam os interesses do Estado e dos doentes.
Infelizmente devia haver algumas regras que dificultasse a corrupção.
Nem todos aqui estamos contra os DPM mas sim pela forma como realizam a sua função já que isso tem levado a abusos e ilegalidades e lesam os interesses do Estado e dos doentes.
Infelizmente devia haver algumas regras que dificultasse a corrupção.
Editado pela última vez por AlphaDraconisEP em 25/7/2010 13:44, num total de 1 vez.
Vive uma vida de cada vez.
A propósito de pagamento de viagens...
Reparei nesta notícia que saiu hoje no Público
http://www.publico.pt/Sociedade/um-esca ... 448634?p=1
e achei interessante o facto de no final se referir explicitamente qual foi a farmacêutica que convidou a jornalista para ir ao congresso.
Reparei nesta notícia que saiu hoje no Público
http://www.publico.pt/Sociedade/um-esca ... 448634?p=1
e achei interessante o facto de no final se referir explicitamente qual foi a farmacêutica que convidou a jornalista para ir ao congresso.
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ilusion Escreveu:moppie85 Escreveu:ejadias Escreveu:Os DIM são importantes na divulgação de novos medicamentos e terapêuticas , no entanto, o que se verifica é que as visitas se realizam com o intuito de aliciamento para a prescrição de determinada marca e quem disser o contrário não está a ser realista.
Por dia o médico apenas pode receber um determinado numero de DIM e em datas marcadas, na realidade o que acontece é que para fazer o "jeitinho" o médico atende 5 ou 6 delegados das 9 às 10.30 e depois despacha 14 consultas em outra hora e meia, porque tem de sair às 12h para ir dar consulta a outro lado.
Não quero dizer com isto que todos os profissionais se portam assim, isto é como em todas as áreas. Há bons e maus profissionais.
Os laboratórios sabem que quantidade de um medicamento se vendeu numa determinada zona num determinado periodo de tempo, daí aos prémios por objectivos é um passo (ao que chegámos).
Se consigo provar alguma coisa do que digo?
Fácil é falar e encontrar exemplos de aliciamento, mais difícil é prová-lo. Lembram -se do Pequito/bayer, e da recente história dos ginecologistas que foram passear à malásia á conta da J NEVES? Lembram-se como acabou tudo? O sistema está muito bem montado e é difícil chegar a provar alguma coisa.
Tenho esperança com com a centralização das receitas no centro de conferência da maia e com a informatização das receitas se consigam detetar certos abusos de prescrição dos médicos e certos abusos na cedêcia de medicamentos por parte das farmácias.
Já colocaram aqui o exemplo que referiste da J Neves. E eu já dei a minha opinião sobre o assunto.
Quanto a como tudo acabou (e não conhecendo o caso em pormenor), acabou como tudo acaba neste país: em banho maria. O que pode ser mau quer para a acusação (no caso de eles serem culpados de algum crime), quer para a defesa (no caso de serem inocentes).
Quanto a provar é o mais fácil de ser fazer. Basta verificar as prescrições do médico e ver se está a haver "contra-partidas" ilegais... um indivíduo que sistematicamente prescreva medicamento X, acima da "normalidade" do seu uso é suspeito. Pode sempre ser inspeccionado e inquirido sobre o assunto.
Quanto ao papel dos DPM, poderias dizer que a solução seria acabar com eles. Não me parece. O que aconteceria é que aqueles que quisessem prevaricar, fá-lo-iam na mesma. Em vez de ser um DPM, seria um "gajo qualquer do laboratório" que daria "uma palavrinha ao sr. dr.".
Quanto ao modo em como são "recompensados" pelas vendas também me põe um pco de confusão. Preferia que fosse um salário fixo. Quantas vezes já ouvi a pressão do "porque as vendas baixaram" ou a outra curiosa das 10 caixas no Algarve? Muitas. Mas por outro lado, qual seria a forma que utilizarias para distinguir o "bom aliciante" do "mau aliciante"?
Quanto à centralização de receitas, eu espero o mesmo. Espero isso e espero que as receitas falsificadas (não passadas pelo médico, mas passadas por pessoas que lhe desviam as vinhetas e falsificam assinaturas), sejam apanhadas e bem multadas. Não é a primeira vez que colegas se queixam de falsificação de receitas.
Aliás, isto é um problema muito discutido, especialmente com a atribuição de vinhetas aos novos médicos que, para estupidez das estupidezes, têm de ir no meio da consulta, à procura do tutor, para lhe buscar uma assinatura e uma vinheta para uma receita. Ou faz isso, ou faz como muitos fazem: com o conhecimento do tutor e com as vinhetas por ele cedidas, falsificam a assinatura e assinam como outra pessoa.
Pessoalmente, penso que seria de atribuir logo as vinhetas para que esta pouca vergonha não acontecesse (e o controlo pudesse ser mais apertado).
Outra forma seria ter de ser cada médico a dirigir-se à ARS para buscar as vinhetas, para não haver hospitais a "encomendarem" as vinhetas para os clínicos. Já agora também punham alguma forma anti-falsificação das mesmas... Tenho colegas que agora em vez de assinarem a receita 2 vezes, ja a assinam 3 vezes: uma do genérico, uma da receita e uma sobre a receita e a vinheta.
No meu pais falsificar assinaturas antes era crime, punido com pena de prisão, mas pelos vistos deixou de ser.
O meu pai conseguiu fazer um contrato com a Clix um ano depois de ter morrido.
Fiz queixa à policia, dei a cópia do contrato com a assinatura falsa e o número do agente da clix (pq para receberem as comissões têm de colocar no contrato o número de agente).
Ou seja, o que a investigação tinha de fazer era ir a Clix e perguntar quem era o agente com aquele número.
Até hoje (já passou mais de um ano), nada.
Por isso, dizeres que no teu país a falsificação de assinatura é crime, é capaz de ser verdade na teoria porque na prática, nem com a papinha feita são apanhados, senão vejamos:
- Assinatura mal falsificada
- Pessoa que "assinou" já tinha falecido há mais de 12 meses da data do contrato
- Cópia do contrato entregue à policia (nem tiveram de ser eles a arranjar), assim como cópia do BI (em que se via que a assinatura era falsa) e certidão de óbito (portanto nem tinham necessidade de averiguar se a assinatura era verdadeira e era a pessoa que tinha contratado que estava a tentar burlar).
Não consigo imaginar um caso mais fácil de investigar e mesmo assim, já la vai mais de um ano.
É até prescrever...
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moppie85 Escreveu:ejadias Escreveu:Os DIM são importantes na divulgação de novos medicamentos e terapêuticas , no entanto, o que se verifica é que as visitas se realizam com o intuito de aliciamento para a prescrição de determinada marca e quem disser o contrário não está a ser realista.
Por dia o médico apenas pode receber um determinado numero de DIM e em datas marcadas, na realidade o que acontece é que para fazer o "jeitinho" o médico atende 5 ou 6 delegados das 9 às 10.30 e depois despacha 14 consultas em outra hora e meia, porque tem de sair às 12h para ir dar consulta a outro lado.
Não quero dizer com isto que todos os profissionais se portam assim, isto é como em todas as áreas. Há bons e maus profissionais.
Os laboratórios sabem que quantidade de um medicamento se vendeu numa determinada zona num determinado periodo de tempo, daí aos prémios por objectivos é um passo (ao que chegámos).
Se consigo provar alguma coisa do que digo?
Fácil é falar e encontrar exemplos de aliciamento, mais difícil é prová-lo. Lembram -se do Pequito/bayer, e da recente história dos ginecologistas que foram passear à malásia á conta da J NEVES? Lembram-se como acabou tudo? O sistema está muito bem montado e é difícil chegar a provar alguma coisa.
Tenho esperança com com a centralização das receitas no centro de conferência da maia e com a informatização das receitas se consigam detetar certos abusos de prescrição dos médicos e certos abusos na cedêcia de medicamentos por parte das farmácias.
Já colocaram aqui o exemplo que referiste da J Neves. E eu já dei a minha opinião sobre o assunto.
Quanto a como tudo acabou (e não conhecendo o caso em pormenor), acabou como tudo acaba neste país: em banho maria. O que pode ser mau quer para a acusação (no caso de eles serem culpados de algum crime), quer para a defesa (no caso de serem inocentes).
Quanto a provar é o mais fácil de ser fazer. Basta verificar as prescrições do médico e ver se está a haver "contra-partidas" ilegais... um indivíduo que sistematicamente prescreva medicamento X, acima da "normalidade" do seu uso é suspeito. Pode sempre ser inspeccionado e inquirido sobre o assunto.
Quanto ao papel dos DPM, poderias dizer que a solução seria acabar com eles. Não me parece. O que aconteceria é que aqueles que quisessem prevaricar, fá-lo-iam na mesma. Em vez de ser um DPM, seria um "gajo qualquer do laboratório" que daria "uma palavrinha ao sr. dr.".
Quanto ao modo em como são "recompensados" pelas vendas também me põe um pco de confusão. Preferia que fosse um salário fixo. Quantas vezes já ouvi a pressão do "porque as vendas baixaram" ou a outra curiosa das 10 caixas no Algarve? Muitas. Mas por outro lado, qual seria a forma que utilizarias para distinguir o "bom aliciante" do "mau aliciante"?
Quanto à centralização de receitas, eu espero o mesmo. Espero isso e espero que as receitas falsificadas (não passadas pelo médico, mas passadas por pessoas que lhe desviam as vinhetas e falsificam assinaturas), sejam apanhadas e bem multadas. Não é a primeira vez que colegas se queixam de falsificação de receitas.
Aliás, isto é um problema muito discutido, especialmente com a atribuição de vinhetas aos novos médicos que, para estupidez das estupidezes, têm de ir no meio da consulta, à procura do tutor, para lhe buscar uma assinatura e uma vinheta para uma receita. Ou faz isso, ou faz como muitos fazem: com o conhecimento do tutor e com as vinhetas por ele cedidas, falsificam a assinatura e assinam como outra pessoa.
Pessoalmente, penso que seria de atribuir logo as vinhetas para que esta pouca vergonha não acontecesse (e o controlo pudesse ser mais apertado).
Outra forma seria ter de ser cada médico a dirigir-se à ARS para buscar as vinhetas, para não haver hospitais a "encomendarem" as vinhetas para os clínicos. Já agora também punham alguma forma anti-falsificação das mesmas... Tenho colegas que agora em vez de assinarem a receita 2 vezes, ja a assinam 3 vezes: uma do genérico, uma da receita e uma sobre a receita e a vinheta.
No meu pais falsificar assinaturas antes era crime, punido com pena de prisão, mas pelos vistos deixou de ser.
ejadias Escreveu:Os DIM são importantes na divulgação de novos medicamentos e terapêuticas , no entanto, o que se verifica é que as visitas se realizam com o intuito de aliciamento para a prescrição de determinada marca e quem disser o contrário não está a ser realista.
Por dia o médico apenas pode receber um determinado numero de DIM e em datas marcadas, na realidade o que acontece é que para fazer o "jeitinho" o médico atende 5 ou 6 delegados das 9 às 10.30 e depois despacha 14 consultas em outra hora e meia, porque tem de sair às 12h para ir dar consulta a outro lado.
Não quero dizer com isto que todos os profissionais se portam assim, isto é como em todas as áreas. Há bons e maus profissionais.
Os laboratórios sabem que quantidade de um medicamento se vendeu numa determinada zona num determinado periodo de tempo, daí aos prémios por objectivos é um passo (ao que chegámos).
Se consigo provar alguma coisa do que digo?
Fácil é falar e encontrar exemplos de aliciamento, mais difícil é prová-lo. Lembram -se do Pequito/bayer, e da recente história dos ginecologistas que foram passear à malásia á conta da J NEVES? Lembram-se como acabou tudo? O sistema está muito bem montado e é difícil chegar a provar alguma coisa.
Tenho esperança com com a centralização das receitas no centro de conferência da maia e com a informatização das receitas se consigam detetar certos abusos de prescrição dos médicos e certos abusos na cedêcia de medicamentos por parte das farmácias.
Já colocaram aqui o exemplo que referiste da J Neves. E eu já dei a minha opinião sobre o assunto.
Quanto a como tudo acabou (e não conhecendo o caso em pormenor), acabou como tudo acaba neste país: em banho maria. O que pode ser mau quer para a acusação (no caso de eles serem culpados de algum crime), quer para a defesa (no caso de serem inocentes).
Quanto a provar é o mais fácil de ser fazer. Basta verificar as prescrições do médico e ver se está a haver "contra-partidas" ilegais... um indivíduo que sistematicamente prescreva medicamento X, acima da "normalidade" do seu uso é suspeito. Pode sempre ser inspeccionado e inquirido sobre o assunto.
Quanto ao papel dos DPM, poderias dizer que a solução seria acabar com eles. Não me parece. O que aconteceria é que aqueles que quisessem prevaricar, fá-lo-iam na mesma. Em vez de ser um DPM, seria um "gajo qualquer do laboratório" que daria "uma palavrinha ao sr. dr.".
Quanto ao modo em como são "recompensados" pelas vendas também me põe um pco de confusão. Preferia que fosse um salário fixo. Quantas vezes já ouvi a pressão do "porque as vendas baixaram" ou a outra curiosa das 10 caixas no Algarve? Muitas. Mas por outro lado, qual seria a forma que utilizarias para distinguir o "bom aliciante" do "mau aliciante"?
Quanto à centralização de receitas, eu espero o mesmo. Espero isso e espero que as receitas falsificadas (não passadas pelo médico, mas passadas por pessoas que lhe desviam as vinhetas e falsificam assinaturas), sejam apanhadas e bem multadas. Não é a primeira vez que colegas se queixam de falsificação de receitas.
Aliás, isto é um problema muito discutido, especialmente com a atribuição de vinhetas aos novos médicos que, para estupidez das estupidezes, têm de ir no meio da consulta, à procura do tutor, para lhe buscar uma assinatura e uma vinheta para uma receita. Ou faz isso, ou faz como muitos fazem: com o conhecimento do tutor e com as vinhetas por ele cedidas, falsificam a assinatura e assinam como outra pessoa.
Pessoalmente, penso que seria de atribuir logo as vinhetas para que esta pouca vergonha não acontecesse (e o controlo pudesse ser mais apertado).
Outra forma seria ter de ser cada médico a dirigir-se à ARS para buscar as vinhetas, para não haver hospitais a "encomendarem" as vinhetas para os clínicos. Já agora também punham alguma forma anti-falsificação das mesmas... Tenho colegas que agora em vez de assinarem a receita 2 vezes, ja a assinam 3 vezes: uma do genérico, uma da receita e uma sobre a receita e a vinheta.
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Os DIM são importantes na divulgação de novos medicamentos e terapêuticas , no entanto, o que se verifica é que as visitas se realizam com o intuito de aliciamento para a prescrição de determinada marca e quem disser o contrário não está a ser realista.
Por dia o médico apenas pode receber um determinado numero de DIM e em datas marcadas, na realidade o que acontece é que para fazer o "jeitinho" o médico atende 5 ou 6 delegados das 9 às 10.30 e depois despacha 14 consultas em outra hora e meia, porque tem de sair às 12h para ir dar consulta a outro lado.
Não quero dizer com isto que todos os profissionais se portam assim, isto é como em todas as áreas. Há bons e maus profissionais.
Os laboratórios sabem que quantidade de um medicamento se vendeu numa determinada zona num determinado periodo de tempo, daí aos prémios por objectivos é um passo (ao que chegámos).
Se consigo provar alguma coisa do que digo?
Fácil é falar e encontrar exemplos de aliciamento, mais difícil é prová-lo. Lembram -se do Pequito/bayer, e da recente história dos ginecologistas que foram passear à malásia á conta da J NEVES? Lembram-se como acabou tudo? O sistema está muito bem montado e é difícil chegar a provar alguma coisa.
Tenho esperança com com a centralização das receitas no centro de conferência da maia e com a informatização das receitas se consigam detetar certos abusos de prescrição dos médicos e certos abusos na cedêcia de medicamentos por parte das farmácias.
Por dia o médico apenas pode receber um determinado numero de DIM e em datas marcadas, na realidade o que acontece é que para fazer o "jeitinho" o médico atende 5 ou 6 delegados das 9 às 10.30 e depois despacha 14 consultas em outra hora e meia, porque tem de sair às 12h para ir dar consulta a outro lado.
Não quero dizer com isto que todos os profissionais se portam assim, isto é como em todas as áreas. Há bons e maus profissionais.
Os laboratórios sabem que quantidade de um medicamento se vendeu numa determinada zona num determinado periodo de tempo, daí aos prémios por objectivos é um passo (ao que chegámos).
Se consigo provar alguma coisa do que digo?
Fácil é falar e encontrar exemplos de aliciamento, mais difícil é prová-lo. Lembram -se do Pequito/bayer, e da recente história dos ginecologistas que foram passear à malásia á conta da J NEVES? Lembram-se como acabou tudo? O sistema está muito bem montado e é difícil chegar a provar alguma coisa.
Tenho esperança com com a centralização das receitas no centro de conferência da maia e com a informatização das receitas se consigam detetar certos abusos de prescrição dos médicos e certos abusos na cedêcia de medicamentos por parte das farmácias.
Saudações Bolsistas
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ilusion Escreveu:carf2007 Escreveu:mais_um Escreveu:Sete pessoas acusadas
Médicos e gestores de empresa pronunciados por crimes de corrupção em Coimbra
O Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra pronunciou pela prática de crimes de corrupção e falsificação de documentos sete pessoas, incluindo três médicos do Centro Hospitalar de Coimbra, dois gestores e dois funcionários administrativos da unidade de saúde.
Em causa estão alegadas contrapartidas no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos (Paulo Ricca)
Em causa estão alegadas contrapartidas, através do pagamento de viagens de recreio a médicos e familiares, no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos.
O principal arguido era na altura director de serviço e presidente dos júris que adjudicavam o fornecimento dos implantes, que em 2004 atingiram um valor de 1,2 milhões de euros. Os dispositivos permitem recuperar a audição a pacientes e o Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) é um centro de referência nacional nesse tipo de intervenção.
Na decisão instrutória, a juíza confirma a acusação do Ministério Público, da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e para acto lícito pelos três médicos e de corrupção activa com prejuízo do comércio internacional por dois gestores de empresas fornecedoras de equipamentos, um deles de nacionalidade suíça. Por crime de falsificação de documento são pronunciados o principal arguido e dois funcionários administrativos do CHC.
O principal arguido, representado pelo advogado Rodrigo Santiago, apresentou recurso da decisão instrutória para o Tribunal da Relação. No recurso, o arguido requer a nulidade do inquérito, alegando que não foi inquirido, nem pela Polícia Judiciária, nem pelo Ministério Público, da factualidade referente ao crime de falsificação de documento. Segundo o advogado, também na fase de instrução o arguido não foi inquirido sobre esse facto.
Fonte judicial explicou à Lusa que o recurso poderá subir em separado para a Relação de Coimbra, e, findos os prazos para alguma eventual contestação à decisão instrutória, o processo deverá seguir para julgamento.
O principal arguido e o irmão dirigiram durante anos o departamento de implantes auditivos do CHC, o que lhes permitiu integrar os júris dos concursos e criar relações de proximidade com os representantes de uma empresa australiana, através da filial de Basileia e da distribuidora em Portugal. Enquanto membros do júri, chegaram a beneficiar a referida empresa, que de outra forma seria liminarmente excluída por não cumprir cabalmente requisitos do caderno de encargos, segundo a acusação do Ministério Público.
“Fizeram-no como contrapartida de dádivas indevidamente recebidas e na expectativa de outras idênticas poderem receber”, acrescenta, frisando que essas vantagens foram recebidas pelo menos de Junho de 2003 a Outubro de 2004.
Segundo a juíza de instrução, “o que está em causa na acusação não são as simples viagens dos médicos a congressos ou acções de formação, mas sim deslocações mais longas (...) ou meras viagens de recreio sem efectiva valia científica, e ainda despesas com viagens de outros familiares dos médicos, como filhas e netas”.
Os sete arguidos aguardam em liberdade o julgamento com a medida de coacção de termo de identidade e residência.
http://www.publico.pt/Sociedade/medicos ... ra_1405495
Mais 3 apanhadosContinuam a ser casos isolados. Nada de especial.
Carf2007,
Cada vez admiro mais a sua subtileza
Eu admiro é não dizer nada de jeito...
Como em todas as profissões, há quem viole a Lei.
Posso pegar em qualquer profissão por aí, correr uma pesquisa do google e colocar aqui suspeitas que aparecerem.
De se notar que nenhum médico tem capacidade para fazer um negócio desses - tem de ser o gestor hospitalar a fazê-lo, portanto essa corrupção ultrapassa em larga escala os DPMs.
Interessante ter ido buscar um exemplo que, de facto não serve para nada...
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ilusion Escreveu:moppie85 Escreveu:
Hum, nem respondeste a pergunta..., ainda que todos saibamos que a resposta é a mesma que te dei a tua pergunta no outro post.
Faz a pergunta clara que eu respondo.
Garanto que respondo.Já agora.. uma prenda ..um livro de 100-150€..., dá muito jeito sim, já poupaste.
Tu podes não saber...mas os DPM tem pelo menos uma ideia do que receitas-te.
Talvez mereças outro livro daqui a uns dias..., talvez não.
Não têm qualquer noção. Até porque o que prescrevo não é passado com as minhas vinhetas. Uma vez que ainda estou em formação, as receitas são passadas pelo tutor.
Se podem saber? Só se perguntarem nas farmácias, e mesmo assim, é uma informação empírica... ou então se violarem a Lei, mas aí é outra conversa.
Quanto a receber mais um livro ou não. Não estou preocupado. Se receber óptimo, se não receber e estiver interessado compro. É como disse, rara é a coisa que me oferecem que dá jeito.
Aliás, a seguir ao livro, a coisa mais interessante que recebi foi um modelo de uma artéria com artrosclerose, que facilita explicar aos mais velhotes o que é isso de "gordura no sangue" e as implicações que isso tem.
Se eu estiver interessado em ganhar dinheiro, há formas bem mais legais e fáceis de o fazer - basta mudar-me para o país dos nostros hermanos (a 50 km), para pagar menos impostos e receber bem mais.moppie85 Escreveu:A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.
Não sabem o que prescreves??? tu ainda acredito que não pois podes nem ligar a isso, mas eles sabem muito bem como conseguir ter uma ideia se estas a ir no caminho certo.
Não sabem o que prescreves.
Nem os médicos "apontam" o que prescrevem (embora haja muitos que têm os seus genéricos favoritos - algo que também já referi anteriormente).
Normalmente quando vem um delegado é costume dizer-se que sim que se prescreve, mesmo não prescrevendo. Eles sabem disso, nós sabemos disso e todos fingimos que não sabemos que o outro sabe.
Lembro-me de um episódio caricato em que perguntaram ao meu tutor se prescrevia um medicamento x. Eu bem que sabia que ele raramente prescrevia aquele medicamento (até pq não tem mtos doentes que iriam beneficiar do mesmo).
E ele respondeu: Prescrevo sim! e responde a DPM: "Esquisito, todos dizem o mesmo, mas no Algarve só vendemos 10 caixas no último mês. Deve ser as farmácias que andam a trocar por outro genérico. Não se podem esquecer de trancar a receita!"
A única forma que eles têm de saber é indo perguntar às farmácias (que normalmente não ligam muito a quem prescreveu a menos que seja numa terriola) ou através do volume de vendas na região.
Claro que se eu for o unico pediatra do Algarve, é fácil aferirem que a maioria dos medicamentos mais "específicos" foram passados por mim.
Agora, p.e. em MGF em Lisboa, é impossivel descobrirem quem passou o quê, a não ser que dados que supostamente são confidenciais sejam vendidos.
Começa a tocar em assuntos importantes:
- começa a confirmar que o interesse das DPM é apenas o de "aliçiar" o médico a prescrever determinado medicamento;
- que eles pagam por determinados "favores" como por exemplo servirem de oradores em suas causas;
- que é ainda muito "novo" para "compensar" ser aliçiado. Daqui a uns anos veremos.[/quote]
- O interesse dos DPM claro que é esse. É para isso que são pagos. Não são agentes autruístas que por ai andam.
- Eu n me importo que "paguem" os favores que quiserem a quem lhes apetecer a partir do momento em que não haja prejuizo especialmente do bolso do doente e do Estado. Como já disse anteriormente, a maior luta que eu identifico até nem é marca vs genérico, mas sim genérico vs genérico. Posso estar enganado, mas é a precepção que tenho.
- Não sou novo para compensar ser aliciado. Aliás, é de pequenino que se torce o pepino. Comecei a ser "aliciado" (como refere) ainda era estudante.
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carf2007 Escreveu:mais_um Escreveu:Sete pessoas acusadas
Médicos e gestores de empresa pronunciados por crimes de corrupção em Coimbra
O Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra pronunciou pela prática de crimes de corrupção e falsificação de documentos sete pessoas, incluindo três médicos do Centro Hospitalar de Coimbra, dois gestores e dois funcionários administrativos da unidade de saúde.
Em causa estão alegadas contrapartidas no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos (Paulo Ricca)
Em causa estão alegadas contrapartidas, através do pagamento de viagens de recreio a médicos e familiares, no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos.
O principal arguido era na altura director de serviço e presidente dos júris que adjudicavam o fornecimento dos implantes, que em 2004 atingiram um valor de 1,2 milhões de euros. Os dispositivos permitem recuperar a audição a pacientes e o Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) é um centro de referência nacional nesse tipo de intervenção.
Na decisão instrutória, a juíza confirma a acusação do Ministério Público, da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e para acto lícito pelos três médicos e de corrupção activa com prejuízo do comércio internacional por dois gestores de empresas fornecedoras de equipamentos, um deles de nacionalidade suíça. Por crime de falsificação de documento são pronunciados o principal arguido e dois funcionários administrativos do CHC.
O principal arguido, representado pelo advogado Rodrigo Santiago, apresentou recurso da decisão instrutória para o Tribunal da Relação. No recurso, o arguido requer a nulidade do inquérito, alegando que não foi inquirido, nem pela Polícia Judiciária, nem pelo Ministério Público, da factualidade referente ao crime de falsificação de documento. Segundo o advogado, também na fase de instrução o arguido não foi inquirido sobre esse facto.
Fonte judicial explicou à Lusa que o recurso poderá subir em separado para a Relação de Coimbra, e, findos os prazos para alguma eventual contestação à decisão instrutória, o processo deverá seguir para julgamento.
O principal arguido e o irmão dirigiram durante anos o departamento de implantes auditivos do CHC, o que lhes permitiu integrar os júris dos concursos e criar relações de proximidade com os representantes de uma empresa australiana, através da filial de Basileia e da distribuidora em Portugal. Enquanto membros do júri, chegaram a beneficiar a referida empresa, que de outra forma seria liminarmente excluída por não cumprir cabalmente requisitos do caderno de encargos, segundo a acusação do Ministério Público.
“Fizeram-no como contrapartida de dádivas indevidamente recebidas e na expectativa de outras idênticas poderem receber”, acrescenta, frisando que essas vantagens foram recebidas pelo menos de Junho de 2003 a Outubro de 2004.
Segundo a juíza de instrução, “o que está em causa na acusação não são as simples viagens dos médicos a congressos ou acções de formação, mas sim deslocações mais longas (...) ou meras viagens de recreio sem efectiva valia científica, e ainda despesas com viagens de outros familiares dos médicos, como filhas e netas”.
Os sete arguidos aguardam em liberdade o julgamento com a medida de coacção de termo de identidade e residência.
http://www.publico.pt/Sociedade/medicos ... ra_1405495
Mais 3 apanhadosContinuam a ser casos isolados. Nada de especial.
Carf2007,
Cada vez admiro mais a sua subtileza

moppie85 Escreveu:
Hum, nem respondeste a pergunta..., ainda que todos saibamos que a resposta é a mesma que te dei a tua pergunta no outro post.
Faz a pergunta clara que eu respondo.
Garanto que respondo.Já agora.. uma prenda ..um livro de 100-150€..., dá muito jeito sim, já poupaste.
Tu podes não saber...mas os DPM tem pelo menos uma ideia do que receitas-te.
Talvez mereças outro livro daqui a uns dias..., talvez não.
Não têm qualquer noção. Até porque o que prescrevo não é passado com as minhas vinhetas. Uma vez que ainda estou em formação, as receitas são passadas pelo tutor.
Se podem saber? Só se perguntarem nas farmácias, e mesmo assim, é uma informação empírica... ou então se violarem a Lei, mas aí é outra conversa.
Quanto a receber mais um livro ou não. Não estou preocupado. Se receber óptimo, se não receber e estiver interessado compro. É como disse, rara é a coisa que me oferecem que dá jeito.
Aliás, a seguir ao livro, a coisa mais interessante que recebi foi um modelo de uma artéria com artrosclerose, que facilita explicar aos mais velhotes o que é isso de "gordura no sangue" e as implicações que isso tem.
Se eu estiver interessado em ganhar dinheiro, há formas bem mais legais e fáceis de o fazer - basta mudar-me para o país dos nostros hermanos (a 50 km), para pagar menos impostos e receber bem mais.moppie85 Escreveu:A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.
Não sabem o que prescreves??? tu ainda acredito que não pois podes nem ligar a isso, mas eles sabem muito bem como conseguir ter uma ideia se estas a ir no caminho certo.
Não sabem o que prescreves.
Nem os médicos "apontam" o que prescrevem (embora haja muitos que têm os seus genéricos favoritos - algo que também já referi anteriormente).
Normalmente quando vem um delegado é costume dizer-se que sim que se prescreve, mesmo não prescrevendo. Eles sabem disso, nós sabemos disso e todos fingimos que não sabemos que o outro sabe.
Lembro-me de um episódio caricato em que perguntaram ao meu tutor se prescrevia um medicamento x. Eu bem que sabia que ele raramente prescrevia aquele medicamento (até pq não tem mtos doentes que iriam beneficiar do mesmo).
E ele respondeu: Prescrevo sim! e responde a DPM: "Esquisito, todos dizem o mesmo, mas no Algarve só vendemos 10 caixas no último mês. Deve ser as farmácias que andam a trocar por outro genérico. Não se podem esquecer de trancar a receita!"
A única forma que eles têm de saber é indo perguntar às farmácias (que normalmente não ligam muito a quem prescreveu a menos que seja numa terriola) ou através do volume de vendas na região.
Claro que se eu for o unico pediatra do Algarve, é fácil aferirem que a maioria dos medicamentos mais "específicos" foram passados por mim.
Agora, p.e. em MGF em Lisboa, é impossivel descobrirem quem passou o quê, a não ser que dados que supostamente são confidenciais sejam vendidos.[/quote]
Começa a tocar em assuntos importantes:
- começa a confirmar que o interesse das DPM é apenas o de "aliçiar" o médico a prescrever determinado medicamento;
- que eles pagam por determinados "favores" como por exemplo servirem de oradores em suas causas;
- que é ainda muito "novo" para "compensar" ser aliçiado. Daqui a uns anos veremos.
mais_um Escreveu:Médicos «piratas»: viagem de festa à Malásia não foi a única
Congresso turístico a Aruba, em 2007, teve como contrapartida receitar remédios do laboratório que patrocinava viagens. Ordem dos Médicos promete mão pesada
Por: Redacção /Carlos Enes | 29-05-2009 22: 58
Médicos «pagos» em vales de compras Congresso de médicos na Malásia acaba em «pirataria»
A maioria dos médicos e acompanhantes que fizeram uma viagem a uma ilha da Malásia, onde se divertiram vestidos de piratas, foi a mais congressos turísticos patrocinados pela mesma empresa de medicamentos.
Os documentos internos do Laboratório J. Neves indiciam que essas viagens obrigavam os profissionais de saúde a receitar centenas de embalagens, das grandes, de antibióticos, anti-inflamatórios e outros medicamentos sensíveis.
O bastonário da Ordem dos Médicos já disse que, se isso se confirmar e provar, os colegas serão punidos por corrupção para acto ilícito.
Os médicos ficam divertidos vestidos de piratas, mas o problema é mais sério... e pode ter consequências na saúde pública.
O laboratório J. Neves continua a publicar comunicados a negar os factos, mas a administração voltou a rejeitar o convite da TVI para uma entrevista no sentido de melhor esclarecer este caso.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html
Não vale a pena continuar a colocar exemplos, como já foi referido esta situação pode acontecer (e acontece) em qualquer profissão, só que neste caso há 2 prejudicados, um é o doente e outro é o Estado.
A questão é que normalmente as pessoas não questionam o medico, 1º porque é a sua saude e 2ª por desconhecimento.
Um exemplo claro o Nimed e o Jabasulide (são identicos). Inicialmente o meu medico receitava-me NImed, até que um dia um amigo meu , DPM, disse-me que o Jabasulide era identico só que custava um terço do Nimed, no entanto o Nimed vendia 5 x mais que o Jabasulide, a partir dai, sempre que o medico queria passar-me Nimed eu pedia Jabasulide (isto já foi à uns anos). Agora imaginem quantos medicamentos é que estariam na mesma situação e o custo acrescido que isso representava para os doentes e Estado.
Há mais barato que o Jabasulide.
http://www.infarmed.pt/prontuario/frame ... &y=0&rb1=0
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mais_um Escreveu:moppie85 Escreveu:Não é pelo médico prescrever X ou Y que o dinheiro não é gasto em compra de medicamentos.
Podes gastar menos (o doente e o estado), esse é o principio de introdução dos genericos.
Isso é semi-verdade.
Aceito essa comparação quando referes genérico vs de marca.
Mas temos de ter em atenção que:
- Nem todos os de marca têm genérico (pq ainda estão dentro do prazo da patente). Normalmente os mais caros sao aqueles que estão dentro da patente e que, portanto continuarias a gastar na mesma. (incuindo os medicamentos inovadores que têm preços proibitivos).
- Os medicamentos genéricos têm preço semelhante (tirando um ou outro que são mais caros) e o negócio nessa área é mto renhido. Os preços são semelhantes e o dinheiro é gasto na mesma.
O ganho está mais nas farmácias pq o desconto (através de ofertas) é feita através de amostras para venda gratuitas, o que diminui à farmácia o preço de aquisição. Aí é onde grande parte do lucro vai - convencer a farmácia a comprar o "nosso" genérico e a trocar os de marca pelo "nosso" genérico.
- Alguns dos medicamentos de marca têm a mesma empresa a fazer o genérico (que compete com os outros genéricos e com os de marca também).
- hoje em dia, quando prescreves qualquer medicamento (pelo menos nos CS), parece-te a dimensão da embalagem, a marca do genérico (sim! pq as pessoas pensam que os DPM das marcas são só das marcas, mas o mesmo se passa com os genéricos) e o preço, pelo que NORMALMENTE, repito, NORMALMENTE, o médico escolhe também em função do preço.
Sim, haveria uma poupança, mas o problema manter-se-ia.
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lmmj Escreveu:No meu Hospital não tem sido norma entrarem a meio da consulta mas sim no fim, muitas vezes estão é nas entradas de pisos.
Quanto a proibirem a entrada nos hospitais públicos, não digo sim nem não pois não afectam o que vou prescrever se cá vierem, mas colegas que se deixem influenciar por até se poderiam encontrar com eles fora e seriam aliciados para almoços e jantares, que até pode ter pior efeito e poderia conduzir a processos menos transparentes.
Normalmente não tenho problemas de falar com os DPM nos corredores se estiver com algum tempo pois não tenho nada a esconder.
Agora, é óbvio que sou contra as histórias dos cruzeiros e viagens e outras prendas caras => é de salientar que com a crise e as histórias de médicos que têm vindo a público, que aceitam esses "brindes", as empresas farmacêuticas agora ficam-se muito pelas esferográficas, de certo modo a crise tem diminuído as ofertas das empresas farmacêuticas por necessidade de cortes das mesmas, logo a crise económica não trouxe só coisa más, espero que a moralização da saúde se mantenha mesmo quando a crise acabar, para bem de todos.
Existem diversos médicos que só os atendem no fim da consulta e com x minutos para cada um , com um determinado máximo de DPM por dia.
O que já me parece razoavel.
Vive uma vida de cada vez.
moppie85 Escreveu:Disse que o papel deles não é esse.
Agora é como tudo - o papel dos políticos também é governar e muitos em vez de governar, "governam-se".
E de que maneira

moppie85 Escreveu:O eu ver algum DPM oferecer um livro ou uma caneta ou até a patrocionar um congresso, não vejo mal.
O eu ver trafulhice (que normalmente é escondida e não é feita à frente dos doentes nem dos colegas), acho mal.
Mas acredito que para não haver suspeitas sobre o profissional o melhor é não receber nada dos DPM, a não ser para uso do serviço .... e se calhar....... enfim
moppie85 Escreveu:Mas como disse, essa não é a função do DPM; isso é uma "perversão" da sua função.
O papel do DPM não me parece mal, o que é errado é os abusos que eventualmente são feitos "à pala" dos doentes e dos contribuintes (pq o estado tb paga).
Pois é exactamente essa a minha forma de pensar.
A sua forma de actuar deveria ser outra para impedir mais valias ilicitas.
Vive uma vida de cada vez.
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