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Caldeirão da Bolsa

Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por lmmj » 23/7/2010 16:49

No meu Hospital não tem sido norma entrarem a meio da consulta mas sim no fim, muitas vezes estão é nas entradas de pisos.
Quanto a proibirem a entrada nos hospitais públicos, não digo sim nem não pois não afectam o que vou prescrever se cá vierem, mas colegas que se deixem influenciar por até se poderiam encontrar com eles fora e seriam aliciados para almoços e jantares, que até pode ter pior efeito e poderia conduzir a processos menos transparentes.
Normalmente não tenho problemas de falar com os DPM nos corredores se estiver com algum tempo pois não tenho nada a esconder.
Agora, é óbvio que sou contra as histórias dos cruzeiros e viagens e outras prendas caras => é de salientar que com a crise e as histórias de médicos que têm vindo a público, que aceitam esses "brindes", as empresas farmacêuticas agora ficam-se muito pelas esferográficas, de certo modo a crise tem diminuído as ofertas das empresas farmacêuticas por necessidade de cortes das mesmas, logo a crise económica não trouxe só coisa más, espero que a moralização da saúde se mantenha mesmo quando a crise acabar, para bem de todos.
 
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por moppie85 » 23/7/2010 16:45


"Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???



Claro que receberam.
Já te disse que se fores a um delegado (n é qq um que te pode tratar disso) e pedires um patrocinio para ir a um congresso (que grande parte das vezes são até organizados pelas farmaceuticas), se houver interesse da farmaceutica, até são capazes de te pagar a viagem.
Normalmente, o patrocionio passa mais pela inscrição nos congressos, sendo o pagamento da estadia + viagem paga pelo participante.

Ainda por cima usas a palavra "nunca" (que é temporal). Admito que tenha existido - aliás, as noticias colocadas por alguns mostram que existe ilegalidades cometidas e "viagens" e "bónus" pagos. Mas esses devem ser punidos, tal como quando alguém foge aos impostos deve ser punido (algo q n acontece em Portugal...).

Mas o que afirmo e continuo a afirmar que não é quando estás à frente dos doentes, de outra meia dúzia de DPMs e dos funcionário de balcão que estas coisas acontecem. Tal como tu se fores trabalhar num banco, não vais planear assaltar o banco à frente dos teus colegas e clientes.

Aliás, estamos, como já me começo a repetir, a sair da parte da função do DPM. Estamos a partir para as ilegalidades cometidas e não para a função do DPM em si.

EDIT (carreguei no enviar antes de acabar de ler a mensagem)

Cuidado que aquilo por lá não está assim tão bem, alias no algarve já viste quantos médicos espanhois la estão? Com a nossa falta de médicos eles é que tem vindo para cá


Cada vez menos.
A maior parte dos espanhois que ves, não são espanhois - são latino-americanos.

Há uns anos, o que disseste era verdade.
Actualmente, com a falta de médicos que também existe em Espanha, muitos estão a regressar ao seu país (embora continuem a existir espanhois a trabalhar em portugal).
Editado pela última vez por moppie85 em 23/7/2010 17:04, num total de 1 vez.
 
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por AlphaDraconisEP » 23/7/2010 16:38

carf2007 Escreveu:
Flugufrelsarinn Escreveu:
carf2007 Escreveu:
Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Pois, mas se a outra marca oferecesse a estadia em Barcelona em vez de Tomar, talvez alguns médicos acabassem naturalmente por trocar de marca ...

No caso de um aparelho talvez seja indiferente, mas quando se trata de medicamentos ...



Por acaso a oferta veio à posteriori do acordo de compra, por isso não sabia... quer dizer já fazia ideia que ia ter um regalo mas sinceramente nem discuti sobre isso...No fundo o interesse era meu caso comprasse um chaço mais trabalho ia ter

Agora aquilo tb varia um pouco com o preço do equipamento que havia um 8 vezes mais caro (que era impecável)que aposto que tinha uma viagem para a malásia, com um gajo para limpar-me o rabo a acompanhar-me caso o comprasse...

Mas um equipamento de ergometria sim são peanuts..
Agora acredita que a maior mama está na área de equipamento (mas do caro) mas esse tipo de mama só está ao alcance de chefes de serviço...depois eles é que podem distribuir umas migalhas


Infelizmente isso é pratica comum em quase todos os departamentos de compras, conheço diretor de compras que ao comprar uma frota automovel teve direito a um para ele. Quem diz carros diz qualquer outra aquisição, se os Directores de compras fossem honestos, recusavam as ofertas e pediam antes um desconto ...


LOL :mrgreen: pois o desconto é que era, mas de qualquer forma o carro dele deve ter sido paga pela central compras, bastou aumentar uns euros a cada carro ;)
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por mais_um » 23/7/2010 16:38

moppie85 Escreveu:Não é pelo médico prescrever X ou Y que o dinheiro não é gasto em compra de medicamentos.


Podes gastar menos (o doente e o estado), esse é o principio de introdução dos genericos.
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por moppie85 » 23/7/2010 16:36

mais_um Escreveu:
moppie85 Escreveu:
mais_um Escreveu:
O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014



Como diz aí, corrupção.
Estamos a falar do papel dos DPMs e da sua função ou daqueles que abusam e violam a Lei vulgo cometem crimes?


Não tenho forma de estatisticamente afirmar qual a percentagem de medicamentos é prescrita em função de interesses comerciais, agora que eles existem existem, mas como todas as formas de corrupção são de muito dificil prova, afirmar que não existem e que são praticas passadas parece-me de uma ingenuidade imensa.

Nota que não estou a afirmar que a classe medica é toda ou a maioria aberta a estes esquemas, pelo contrario tenho a melhor impressão da maior parte dos medicos que conheço, no entanto há maças podres como em todas as profissões.


Eu não disse que não existem.
Disse que o papel deles não é esse.
Agora é como tudo - o papel dos políticos também é governar e muitos em vez de governar, "governam-se".

O eu ver algum DPM oferecer um livro ou uma caneta ou até a patrocionar um congresso, não vejo mal.
O eu ver trafulhice (que normalmente é escondida e não é feita à frente dos doentes nem dos colegas), acho mal.
Mas como disse, essa não é a função do DPM; isso é uma "perversão" da sua função.

O papel do DPM não me parece mal, o que é errado é os abusos que eventualmente são feitos "à pala" dos doentes e dos contribuintes (pq o estado tb paga).
 
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por AlphaDraconisEP » 23/7/2010 16:32

moppie85 Escreveu:

Hum, nem respondeste a pergunta..., ainda que todos saibamos que a resposta é a mesma que te dei a tua pergunta no outro post.



Faz a pergunta clara que eu respondo.
Garanto que respondo.


"Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???
Respondo como tu fizeste a minha primeira afirmação...., só se for a unica classe que não aceita. "

Eis a pergunta :)

moppie85 Escreveu:
Já agora.. uma prenda ..um livro de 100-150€..., dá muito jeito sim, já poupaste :).
Tu podes não saber...mas os DPM tem pelo menos uma ideia do que receitas-te.
Talvez mereças outro livro daqui a uns dias..., talvez não.


Não têm qualquer noção. Até porque o que prescrevo não é passado com as minhas vinhetas. Uma vez que ainda estou em formação, as receitas são passadas pelo tutor.

Se podem saber? Só se perguntarem nas farmácias, e mesmo assim, é uma informação empírica... ou então se violarem a Lei, mas aí é outra conversa.

Quanto a receber mais um livro ou não. Não estou preocupado. Se receber óptimo, se não receber e estiver interessado compro. É como disse, rara é a coisa que me oferecem que dá jeito.

Pois mas informação empirica ajuda muito ;). Pois a parte de violarem a lei é um dos aspectos que não concordo.

moppie85 Escreveu:Aliás, a seguir ao livro, a coisa mais interessante que recebi foi um modelo de uma artéria com artrosclerose, que facilita explicar aos mais velhotes o que é isso de "gordura no sangue" e as implicações que isso tem.

Essa prenda até já não me parece nada mal. :), bem util para o doente.

moppie85 Escreveu:Se eu estiver interessado em ganhar dinheiro, há formas bem mais legais e fáceis de o fazer - basta mudar-me para o país dos nostros hermanos (a 50 km), para pagar menos impostos e receber bem mais.

Cuidado que aquilo por lá não está assim tão bem, alias no algarve já viste quantos médicos espanhois la estão? Com a nossa falta de médicos eles é que tem vindo para cá :).

moppie85 Escreveu:
A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.


Não sabem o que prescreves??? tu ainda acredito que não pois podes nem ligar a isso, mas eles sabem muito bem como conseguir ter uma ideia se estas a ir no caminho certo.


Não sabem o que prescreves.
Nem os médicos "apontam" o que prescrevem (embora haja muitos que têm os seus genéricos favoritos - algo que também já referi anteriormente).

Normalmente quando vem um delegado é costume dizer-se que sim que se prescreve, mesmo não prescrevendo. Eles sabem disso, nós sabemos disso e todos fingimos que não sabemos que o outro sabe.

Mentir não me parece nada correcto. :(

moppie85 Escreveu:Lembro-me de um episódio caricato em que perguntaram ao meu tutor se prescrevia um medicamento x. Eu bem que sabia que ele raramente prescrevia aquele medicamento (até pq não tem mtos doentes que iriam beneficiar do mesmo).
E ele respondeu: Prescrevo sim! e responde a DPM: "Esquisito, todos dizem o mesmo, mas no Algarve só vendemos 10 caixas no último mês. Deve ser as farmácias que andam a trocar por outro genérico. Não se podem esquecer de trancar a receita!"

A única forma que eles têm de saber é indo perguntar às farmácias (que normalmente não ligam muito a quem prescreveu a menos que seja numa terriola) ou através do volume de vendas na região.

Claro que se eu for o unico pediatra do Algarve, é fácil aferirem que a maioria dos medicamentos mais "específicos" foram passados por mim.
Agora, p.e. em MGF em Lisboa, é impossivel descobrirem quem passou o quê, a não ser que dados que supostamente são confidenciais sejam vendidos.


Se a Farmácia tiver um DPM "amigo" eles tomam mais atenção a quem prescreve :), mas sim é muito mais dificil de se saber, mas não tanto que não se saiba :)

Agora essa das 10 caixas em todo o Algarve :mrgreen: :mrgreen: morri de rir
Gostava de ser mosca e ter assisitido :)
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por moppie85 » 23/7/2010 16:31

ilusion Escreveu:
carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Uma coisa é a farmaceutica oferecer uma viagem e estadia de 3 dias, em que são 3 dias de congresso e nos tempos livres os medicos irem passear e à noite irem pra discoteca, etc ... Isso é normalissímo.

Outra coisa é oferecerem alojamento e estadia de 7 dias quando o congresso é apenas de 3. E ainda pagarem os divertimentos extras.


Isso é apenas a ponta do "iceberg". Por alguma coisa as industrias farmaceuticas tem anualmente lucros de muitos milhoes.


lol

Não é por aí!
Se não vender um, vende o outro.
Não é pelo médico prescrever X ou Y que o dinheiro não é gasto em compra de medicamentos.

A saúde é e sempre foi um negócio gerador de milhões.
Basta ver que uma simples operação a um joelho, custa 700€ em Portugal (e muito mais no estrangeiro).

A culpa dos medicamentos serem mais caros é até nossa.
Os medicamentos são introduzidos cá antes de serem introduzidos em outros países por preços mais baixos. Lembro-me de ter tido uma aula sobre este assunto.
Basicamente, e peço desculpa nos erros que esteja eventualmente a cometer, quando o medicamento é introduzido num país X a farmaceutica propõe um preço de venda. Normalmente, começam pelos países que aceitam os preços mais elevados e depois vão indo para os outros. Se a memória não me falha, em Portugal, o preço de mercado é colocado baseado no preço de introdução da frança, itália, espanha e outro, pelo que é introduzido a preços mais elevados.
Depois, os preços só são revistos em períodos de meia duzia de anos, permitindo que durante esse tempo, estejamos a pagar bem mais que outros países pelo mesmo medicamento.
Para ser honesto, não me recordo na totalidade do processo de introdução. Lembro-me do Prof Vaz Carneiro (que é um dos maiores "combatentes" contra a "imoralidade" da actuação das farmaceuticas e de alguns médicos que vão na cantiga) referir isto numa aula que tivemos exactamente para "avisar" dos truques utilizados pela industria farmaceutica para aumentar os lucros.

Aliás, nós também, como dizia ele, não nos podemos esquecer que é graças a essa indústria que temos os tratamentos que temos hoje - se não fossem esses "lucros" que falas, não haveria investigação médica, não existia vacinas, não existia metade dos fármacos que hoje existem.

Nós falamos muito dos lucros das farmaceuticas, mas esquecemos das 1000 drogas que eles entretanto estudaram (e que custam fortunas a desenhar) e deram buraco.

Eles não podem viver sem nós e nós sem eles, o que não impede a possibilidade da pessoa ser integra ou ser burlão. Aí já entramos na opção de cada um.
 
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por mais_um » 23/7/2010 16:29

Médicos «piratas»: viagem de festa à Malásia não foi a única
Congresso turístico a Aruba, em 2007, teve como contrapartida receitar remédios do laboratório que patrocinava viagens. Ordem dos Médicos promete mão pesada


Por: Redacção /Carlos Enes | 29-05-2009 22: 58

Médicos «pagos» em vales de compras Congresso de médicos na Malásia acaba em «pirataria»

A maioria dos médicos e acompanhantes que fizeram uma viagem a uma ilha da Malásia, onde se divertiram vestidos de piratas, foi a mais congressos turísticos patrocinados pela mesma empresa de medicamentos.

Os documentos internos do Laboratório J. Neves indiciam que essas viagens obrigavam os profissionais de saúde a receitar centenas de embalagens, das grandes, de antibióticos, anti-inflamatórios e outros medicamentos sensíveis.

O bastonário da Ordem dos Médicos já disse que, se isso se confirmar e provar, os colegas serão punidos por corrupção para acto ilícito.

Os médicos ficam divertidos vestidos de piratas, mas o problema é mais sério... e pode ter consequências na saúde pública.

O laboratório J. Neves continua a publicar comunicados a negar os factos, mas a administração voltou a rejeitar o convite da TVI para uma entrevista no sentido de melhor esclarecer este caso.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html



Não vale a pena continuar a colocar exemplos, como já foi referido esta situação pode acontecer (e acontece) em qualquer profissão, só que neste caso há 2 prejudicados, um é o doente e outro é o Estado.
A questão é que normalmente as pessoas não questionam o medico, 1º porque é a sua saude e 2ª por desconhecimento.

Um exemplo claro o Nimed e o Jabasulide (são identicos). Inicialmente o meu medico receitava-me NImed, até que um dia um amigo meu , DPM, disse-me que o Jabasulide era identico só que custava um terço do Nimed, no entanto o Nimed vendia 5 x mais que o Jabasulide, a partir dai, sempre que o medico queria passar-me Nimed eu pedia Jabasulide (isto já foi à uns anos). Agora imaginem quantos medicamentos é que estariam na mesma situação e o custo acrescido que isso representava para os doentes e Estado.
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por MNFV » 23/7/2010 16:27

Tenho um amigo veterinário e deve ser + ou - a mesma coisa, excepto na escala e volume de negócio.

Resumindo, já jantei uma ou duas vezes à pala das farmaceuticas de animais :lol: Tive que gramar uns congressos pseudo-cientificos a acompanhar o meu amigo, que se resumem a 1-2 horas de publicidade disfarçada de gráficos falaciosos e coloridos e depois uma bela jantarada, em hoteis agradáveis.

Aos congressos ajantarados vai quem quer (e leva quem quer), e comprar aos gajos tb compra quem quer :arrow: Business as Usual.

A perte positiva é que normalente há a palestra comercial, mas para disfarçar metem lá um ou dois oradores interessantes, então a malta aproveita e vai-se encontrando para beber uns copos.

Enquanto assim for...
Editado pela última vez por MNFV em 23/7/2010 16:36, num total de 1 vez.
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por carf2007 » 23/7/2010 16:24

amsfsma Escreveu:Os DPM perturbam o normal funcionamento dos serviços públicos de saúde motivo pelo qual deviam ser proibidos de serem recebidos no horário e respectivas instalações!
Nem é preciso mencionar a possibilidade de corrupção.


Exacto. também já tinha referido isso.

Agora ocorreu-me uma questão. Porque nunca vi DPM nos consultorios e hospitais privados a entrarem a meio das consultas ? Só nos públicos.
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por carf2007 » 23/7/2010 16:18

moppie85 Escreveu:
carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Uma coisa é a farmaceutica oferecer uma viagem e estadia de 3 dias, em que são 3 dias de congresso e nos tempos livres os medicos irem passear e à noite irem pra discoteca, etc ... Isso é normalissímo.

Outra coisa é oferecerem alojamento e estadia de 7 dias quando o congresso é apenas de 3. E ainda pagarem os divertimentos extras.


Acontece.
Acho errado.
Acho por um motivo - é que o tempo em que lá estão (e repito se não estiverem de férias, pq se tiverem para mim tanto me faz fez, como se me fez faz), é descontado no tempo de formação. Portanto, se estão para se formarem é uma coisa, se estão para "gozar" dias que deviam estar em formação a passear, deviam ser punidos.
O que acontece muitas vezes, é que o congresso são 3 dias e o médico mete 2 dias de férias (para fazer os 5 dias da semana) e goza a semana inteira. Aí não acho mal.

Pessoalmente até poderiam oferecer uma vivenda e um bruto mercedes, desde que EU não prejudicasse os meus doentes na terapêutica que prescrevo (pela escolha de um medicamento mais caro p.e., em prejuizo do doente).


Moppie85 Quando tiveres mais uns anos de experiência, volta aqui ao forum e diz-nos se as farmaceuticas não oferecem já o pacote de 5 ou 7 dias com tudo incluído. ok ?
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por moppie85 » 23/7/2010 16:16

AlphaDraconisEP Escreveu:
Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Neste caso creio que há quem possa chamar de tentativa de corrupção por parte do DPM.
Se influênciar na prescrição do medicamento será da parte do médico também.

Claro podem me oferecer viagens para receitar um medicamento, eu aceito e depois não prescrevo :twisted:


Seria uma atençãozinha do vendedor se fosses comprar com o teu dinheiro o produto e o vendedor te oferecesse um livro, inscrições, alojamento, seja lá o que for.


E isso acontece muitas vezes.
Não promessas de prescrever medicamento X, mas ires pedir um patrocionio à empresa X e até não receitares medicamentos da empresa...
 
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por amsfsma » 23/7/2010 16:15

Os DPM perturbam o normal funcionamento dos serviços públicos de saúde motivo pelo qual deviam ser proibidos de serem recebidos no horário e respectivas instalações!
Nem é preciso mencionar a possibilidade de corrupção.
 
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por carf2007 » 23/7/2010 16:12

mais_um Escreveu:
Sete pessoas acusadas

Médicos e gestores de empresa pronunciados por crimes de corrupção em Coimbra

O Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra pronunciou pela prática de crimes de corrupção e falsificação de documentos sete pessoas, incluindo três médicos do Centro Hospitalar de Coimbra, dois gestores e dois funcionários administrativos da unidade de saúde.
Em causa estão alegadas contrapartidas no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos (Paulo Ricca)

Em causa estão alegadas contrapartidas, através do pagamento de viagens de recreio a médicos e familiares, no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos.

O principal arguido era na altura director de serviço e presidente dos júris que adjudicavam o fornecimento dos implantes, que em 2004 atingiram um valor de 1,2 milhões de euros. Os dispositivos permitem recuperar a audição a pacientes e o Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) é um centro de referência nacional nesse tipo de intervenção.

Na decisão instrutória, a juíza confirma a acusação do Ministério Público, da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e para acto lícito pelos três médicos e de corrupção activa com prejuízo do comércio internacional por dois gestores de empresas fornecedoras de equipamentos, um deles de nacionalidade suíça. Por crime de falsificação de documento são pronunciados o principal arguido e dois funcionários administrativos do CHC.

O principal arguido, representado pelo advogado Rodrigo Santiago, apresentou recurso da decisão instrutória para o Tribunal da Relação. No recurso, o arguido requer a nulidade do inquérito, alegando que não foi inquirido, nem pela Polícia Judiciária, nem pelo Ministério Público, da factualidade referente ao crime de falsificação de documento. Segundo o advogado, também na fase de instrução o arguido não foi inquirido sobre esse facto.

Fonte judicial explicou à Lusa que o recurso poderá subir em separado para a Relação de Coimbra, e, findos os prazos para alguma eventual contestação à decisão instrutória, o processo deverá seguir para julgamento.

O principal arguido e o irmão dirigiram durante anos o departamento de implantes auditivos do CHC, o que lhes permitiu integrar os júris dos concursos e criar relações de proximidade com os representantes de uma empresa australiana, através da filial de Basileia e da distribuidora em Portugal. Enquanto membros do júri, chegaram a beneficiar a referida empresa, que de outra forma seria liminarmente excluída por não cumprir cabalmente requisitos do caderno de encargos, segundo a acusação do Ministério Público.

“Fizeram-no como contrapartida de dádivas indevidamente recebidas e na expectativa de outras idênticas poderem receber”, acrescenta, frisando que essas vantagens foram recebidas pelo menos de Junho de 2003 a Outubro de 2004.

Segundo a juíza de instrução, “o que está em causa na acusação não são as simples viagens dos médicos a congressos ou acções de formação, mas sim deslocações mais longas (...) ou meras viagens de recreio sem efectiva valia científica, e ainda despesas com viagens de outros familiares dos médicos, como filhas e netas”.

Os sete arguidos aguardam em liberdade o julgamento com a medida de coacção de termo de identidade e residência.

http://www.publico.pt/Sociedade/medicos ... ra_1405495



Mais 3 apanhados :shock: Continuam a ser casos isolados. Nada de especial.
:wink:
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por moppie85 » 23/7/2010 16:12

carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Uma coisa é a farmaceutica oferecer uma viagem e estadia de 3 dias, em que são 3 dias de congresso e nos tempos livres os medicos irem passear e à noite irem pra discoteca, etc ... Isso é normalissímo.

Outra coisa é oferecerem alojamento e estadia de 7 dias quando o congresso é apenas de 3. E ainda pagarem os divertimentos extras.


Acontece.
Acho errado.
Acho por um motivo - é que o tempo em que lá estão (e repito se não estiverem de férias, pq se tiverem para mim tanto me faz fez, como se me fez faz), é descontado no tempo de formação. Portanto, se estão para se formarem é uma coisa, se estão para "gozar" dias que deviam estar em formação a passear, deviam ser punidos.
O que acontece muitas vezes, é que o congresso são 3 dias e o médico mete 2 dias de férias (para fazer os 5 dias da semana) e goza a semana inteira. Aí não acho mal.

Pessoalmente até poderiam oferecer uma vivenda e um bruto mercedes, desde que EU não prejudicasse os meus doentes na terapêutica que prescrevo (pela escolha de um medicamento mais caro p.e., em prejuizo do doente).
 
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por mais_um » 23/7/2010 16:10

moppie85 Escreveu: é impossivel descobrirem quem passou o quê, a não ser que dados que supostamente são confidenciais sejam vendidos.


sim, é mesmo isso que acontece e não é ilegal:

as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014

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por AlphaDraconisEP » 23/7/2010 16:09

moppie85 Escreveu:
Continuo a dizer que a minha luta se é que lhe posso chamar isso, não é contra os médicos, mas já que insiste no assunto, acha que os médicos ganham pouco comparado com o nível da nossa sociedade portuguesa?


Está a fugir do tema da questão, mas já abordei este tema diversas vezes aqui no fórum.
Acho que o médico é mal pago pela responsabilidade que assume. Acho que os sindicatos não souberam negociar as carreiras e deixaram-se ser "comidos" por essa ideia de que um médicoo é MUITO bem pago. Não é verdade. Basta ver a diferença de um ordenado na privada e no público, e basta ver porque é que os médicos estão a reformar-se e a ir trabalhar para a privada - no público são mal pagos.


Ganham mal :mrgreen: :mrgreen: visto dessa forma ganhamos todos muito mal, ou seja "The sky is the limit" não será antes que o privado cobra demais???, bem um copo pode estar meio cheio de água e não deixa de estar meio vazio também :P




moppie85 Escreveu:Aliás, é por isso é que inventaram a famosa "exxclusividade" - para tentar equilibrar um pouco as coisas.


Por outro lado, basta ver vários exemplos que temos de outras profissões:

- o canalizador que esteve na minha casa 1h30m e levou-me perto de 500€.

- o mecânico que me fez uma revisão ao carro e levou-me 300€

- a empregada a dias que me leva 6€/h de trabalho

etc., etc., etc.

Tenho a certeza a maioria dos canalizadores e mecânicos por conta de outrem bem como a maioria das empregadas domesticas ganham mais do que um médico :mrgreen: hahahah (estou a ser irónico)


moppie85 Escreveu:Se acho que na generalidade o povo português ganha bem? Não
Se acho que o que é pago aos médicos (q demoram 11 anos a estudar + a responsabilidade que têm), é justo? Não
Se acho que comparado com os restantes trabalhadores portugueses são bem pagos? Não.

Também não foi obrigado a ser médico, pois não?
A maioria dos portugueses ganha mal, principalmente por a maioria dos médicos ganha bem :)
O bem ou mal é muito relativo.
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por carf2007 » 23/7/2010 16:09

Flugufrelsarinn Escreveu:
carf2007 Escreveu:
Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Pois, mas se a outra marca oferecesse a estadia em Barcelona em vez de Tomar, talvez alguns médicos acabassem naturalmente por trocar de marca ...

No caso de um aparelho talvez seja indiferente, mas quando se trata de medicamentos ...



Por acaso a oferta veio à posteriori do acordo de compra, por isso não sabia... quer dizer já fazia ideia que ia ter um regalo mas sinceramente nem discuti sobre isso...No fundo o interesse era meu caso comprasse um chaço mais trabalho ia ter

Agora aquilo tb varia um pouco com o preço do equipamento que havia um 8 vezes mais caro (que era impecável)que aposto que tinha uma viagem para a malásia, com um gajo para limpar-me o rabo a acompanhar-me caso o comprasse...

Mas um equipamento de ergometria sim são peanuts..
Agora acredita que a maior mama está na área de equipamento (mas do caro) mas esse tipo de mama só está ao alcance de chefes de serviço...depois eles é que podem distribuir umas migalhas


Infelizmente isso é pratica comum em quase todos os departamentos de compras, conheço diretor de compras que ao comprar uma frota automovel teve direito a um para ele. Quem diz carros diz qualquer outra aquisição, se os Directores de compras fossem honestos, recusavam as ofertas e pediam antes um desconto ...
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por mais_um » 23/7/2010 16:07

Sete pessoas acusadas

Médicos e gestores de empresa pronunciados por crimes de corrupção em Coimbra

O Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra pronunciou pela prática de crimes de corrupção e falsificação de documentos sete pessoas, incluindo três médicos do Centro Hospitalar de Coimbra, dois gestores e dois funcionários administrativos da unidade de saúde.
Em causa estão alegadas contrapartidas no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos (Paulo Ricca)

Em causa estão alegadas contrapartidas, através do pagamento de viagens de recreio a médicos e familiares, no âmbito de concursos públicos para o fornecimento de implantes auditivos.

O principal arguido era na altura director de serviço e presidente dos júris que adjudicavam o fornecimento dos implantes, que em 2004 atingiram um valor de 1,2 milhões de euros. Os dispositivos permitem recuperar a audição a pacientes e o Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) é um centro de referência nacional nesse tipo de intervenção.

Na decisão instrutória, a juíza confirma a acusação do Ministério Público, da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito e para acto lícito pelos três médicos e de corrupção activa com prejuízo do comércio internacional por dois gestores de empresas fornecedoras de equipamentos, um deles de nacionalidade suíça. Por crime de falsificação de documento são pronunciados o principal arguido e dois funcionários administrativos do CHC.

O principal arguido, representado pelo advogado Rodrigo Santiago, apresentou recurso da decisão instrutória para o Tribunal da Relação. No recurso, o arguido requer a nulidade do inquérito, alegando que não foi inquirido, nem pela Polícia Judiciária, nem pelo Ministério Público, da factualidade referente ao crime de falsificação de documento. Segundo o advogado, também na fase de instrução o arguido não foi inquirido sobre esse facto.

Fonte judicial explicou à Lusa que o recurso poderá subir em separado para a Relação de Coimbra, e, findos os prazos para alguma eventual contestação à decisão instrutória, o processo deverá seguir para julgamento.

O principal arguido e o irmão dirigiram durante anos o departamento de implantes auditivos do CHC, o que lhes permitiu integrar os júris dos concursos e criar relações de proximidade com os representantes de uma empresa australiana, através da filial de Basileia e da distribuidora em Portugal. Enquanto membros do júri, chegaram a beneficiar a referida empresa, que de outra forma seria liminarmente excluída por não cumprir cabalmente requisitos do caderno de encargos, segundo a acusação do Ministério Público.

“Fizeram-no como contrapartida de dádivas indevidamente recebidas e na expectativa de outras idênticas poderem receber”, acrescenta, frisando que essas vantagens foram recebidas pelo menos de Junho de 2003 a Outubro de 2004.

Segundo a juíza de instrução, “o que está em causa na acusação não são as simples viagens dos médicos a congressos ou acções de formação, mas sim deslocações mais longas (...) ou meras viagens de recreio sem efectiva valia científica, e ainda despesas com viagens de outros familiares dos médicos, como filhas e netas”.

Os sete arguidos aguardam em liberdade o julgamento com a medida de coacção de termo de identidade e residência.

http://www.publico.pt/Sociedade/medicos ... ra_1405495

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por moppie85 » 23/7/2010 16:06


Hum, nem respondeste a pergunta..., ainda que todos saibamos que a resposta é a mesma que te dei a tua pergunta no outro post.



Faz a pergunta clara que eu respondo.
Garanto que respondo.

Já agora.. uma prenda ..um livro de 100-150€..., dá muito jeito sim, já poupaste :).
Tu podes não saber...mas os DPM tem pelo menos uma ideia do que receitas-te.
Talvez mereças outro livro daqui a uns dias..., talvez não.


Não têm qualquer noção. Até porque o que prescrevo não é passado com as minhas vinhetas. Uma vez que ainda estou em formação, as receitas são passadas pelo tutor.

Se podem saber? Só se perguntarem nas farmácias, e mesmo assim, é uma informação empírica... ou então se violarem a Lei, mas aí é outra conversa.

Quanto a receber mais um livro ou não. Não estou preocupado. Se receber óptimo, se não receber e estiver interessado compro. É como disse, rara é a coisa que me oferecem que dá jeito.
Aliás, a seguir ao livro, a coisa mais interessante que recebi foi um modelo de uma artéria com artrosclerose, que facilita explicar aos mais velhotes o que é isso de "gordura no sangue" e as implicações que isso tem.

Se eu estiver interessado em ganhar dinheiro, há formas bem mais legais e fáceis de o fazer - basta mudar-me para o país dos nostros hermanos (a 50 km), para pagar menos impostos e receber bem mais.

moppie85 Escreveu:A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.


Não sabem o que prescreves??? tu ainda acredito que não pois podes nem ligar a isso, mas eles sabem muito bem como conseguir ter uma ideia se estas a ir no caminho certo.[/quote]

Não sabem o que prescreves.
Nem os médicos "apontam" o que prescrevem (embora haja muitos que têm os seus genéricos favoritos - algo que também já referi anteriormente).

Normalmente quando vem um delegado é costume dizer-se que sim que se prescreve, mesmo não prescrevendo. Eles sabem disso, nós sabemos disso e todos fingimos que não sabemos que o outro sabe.

Lembro-me de um episódio caricato em que perguntaram ao meu tutor se prescrevia um medicamento x. Eu bem que sabia que ele raramente prescrevia aquele medicamento (até pq não tem mtos doentes que iriam beneficiar do mesmo).
E ele respondeu: Prescrevo sim! e responde a DPM: "Esquisito, todos dizem o mesmo, mas no Algarve só vendemos 10 caixas no último mês. Deve ser as farmácias que andam a trocar por outro genérico. Não se podem esquecer de trancar a receita!"

A única forma que eles têm de saber é indo perguntar às farmácias (que normalmente não ligam muito a quem prescreveu a menos que seja numa terriola) ou através do volume de vendas na região.

Claro que se eu for o unico pediatra do Algarve, é fácil aferirem que a maioria dos medicamentos mais "específicos" foram passados por mim.
Agora, p.e. em MGF em Lisboa, é impossivel descobrirem quem passou o quê, a não ser que dados que supostamente são confidenciais sejam vendidos.
 
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por flugufrelsarinn » 23/7/2010 16:01

carf2007 Escreveu:
Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Pois, mas se a outra marca oferecesse a estadia em Barcelona em vez de Tomar, talvez alguns médicos acabassem naturalmente por trocar de marca ...

No caso de um aparelho talvez seja indiferente, mas quando se trata de medicamentos ...



Por acaso a oferta veio à posteriori do acordo de compra, por isso não sabia... quer dizer já fazia ideia que ia ter um regalo mas sinceramente nem discuti sobre isso...No fundo o interesse era meu caso comprasse um chaço mais trabalho ia ter

Agora aquilo tb varia um pouco com o preço do equipamento que havia um 8 vezes mais caro (que era impecável)que aposto que tinha uma viagem para a malásia, com um gajo para limpar-me o rabo a acompanhar-me caso o comprasse...

Mas um equipamento de ergometria sim são peanuts..
Agora acredita que a maior mama está na área de equipamento (mas do caro) mas esse tipo de mama só está ao alcance de chefes de serviço...depois eles é que podem distribuir umas migalhas
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por mais_um » 23/7/2010 15:55

moppie85 Escreveu:
mais_um Escreveu:
O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014



Como diz aí, corrupção.
Estamos a falar do papel dos DPMs e da sua função ou daqueles que abusam e violam a Lei vulgo cometem crimes?


Não tenho forma de estatisticamente afirmar qual a percentagem de medicamentos é prescrita em função de interesses comerciais, agora que eles existem existem, mas como todas as formas de corrupção são de muito dificil prova, afirmar que não existem e que são praticas passadas parece-me de uma ingenuidade imensa.

Nota que não estou a afirmar que a classe medica é toda ou a maioria aberta a estes esquemas, pelo contrario tenho a melhor impressão da maior parte dos medicos que conheço, no entanto há maças podres como em todas as profissões.
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por moppie85 » 23/7/2010 15:52

carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:Deixe-e colocar o negrito noutra área que se esqueceu de colocar:


"A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade."



:lol: :lol: :lol: :lol:

Não me faça rir !!!

Então o laboratório ia dizer "Sim nós cometemos uma ilegalidade, oferecemos dinheiro aos médicos." ?

:lol: :lol: :lol: :lol:


Não me faças rir!
Se houve trafulhice, compete às autoridades investigar.
Até ser provado o oposto, não tenho razões para duvidar do que diz o laboratório.

Que há maroscas, há. Aliás, como em tudo. E repito, o mal não está na propaganda. O mal está na violação da Lei.
 
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por moppie85 » 23/7/2010 15:48

mais_um Escreveu:
O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014



Como diz aí, corrupção.
Estamos a falar do papel dos DPMs e da sua função ou daqueles que abusam e violam a Lei vulgo cometem crimes?
 
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por carf2007 » 23/7/2010 15:46

ilusion Escreveu:
mais_um Escreveu:
O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014



Caro Mais um,

Mais um excelente artigo. Provas é o que não faltam. Mas há algumas pessoas, entendam-se médicos sabe-se lá porque continuam a dizer que não existem.


Bahh !!! Isso são casos isolados. Não tem importância nenhuma. :wink:

No futebol afinal também não havia corrupção, foram todos absolvidos.

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