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Caldeirão da Bolsa

Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por moppie85 » 23/7/2010 15:44

ilusion Escreveu:
moppie85 Escreveu:
AlphaDraconisEP Escreveu:Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???
Respondo como tu fizeste a minha primeira afirmação...., só se for a unica classe que não aceita.

Acho que tu é que não te estás a dar com os DPM certos


Prémios / Prendas há sempre.

Um dos últimos livros que recebi custa € 156,00 (c /IVA € 165,36) - já agora fica o nome "Harrison - Principles of Internal Medicine." (aliás, foi a coisa mais cara que recebi até hoje).

Se agradeci? Sim. Poupei 150€ que iria gastar, o que é bastante bom.
Se não é uma benesse (que aliás não estava à espera)? É.
Se vou mudar as minhas prescrições por causa do livro? Não vou.

Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito. Como já disse, há interacção com os laboratórios nesses casos, mas não é feito com base no que prescreves ou não. Pessoalmente sei lá ao fim de um ano se prescrevi 400 caixas de Ben-U-Ron ou 100 ou 150?! Eu prescrevo as que acho melhor.
A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.


Eu também agradecia que me pagassem muita coisa, mas lá esta, não pagam. E mais uma vez digo: não falo de cor. Tenho familiares médicos e eles bem me dizem para onde vão assistir a congressos e coisas tal. Por isso não tente atirar areia para os olhos. E com isto não estou a dizer que os médicos são comprados. Sei que alguns o são. Espero que não a maioria. Ha bons e maus médicos. Mas lá está. Falou de lhe oferecerem livros. Porque haveriam eles de lhe oferecer livros? Qual o interesse deles? Ninguem dá nada a ninguem sem interesse. Isso de madres teresas de calcutá ja acabou à muito tempo. E mais. Continuo a dizer que a minha luta se é que lhe posso chamar isso, não é contra os médicos, mas já que insiste no assunto, acha que os médicos ganham pouco comparado com o nível da nossa sociedade portuguesa? Os outros tem de comprar para se actualizarem. Os dos mais bem pagos tem as coisas oferecidas. Isto das Ordens é muito PODER.



Assim já é outro tipo de conversa.
Eu também gostaria de muita coisa - começando por pagar menos impostos e receber um ordenado como deve ser. Olhe, trocava o meu livro e as canetas por isso.

Já lhe disse - tem conhecidos (que agora são familiares) médicos. Eu sou um. Não vale a pena inventar. Claro que vão para o estrangeiro para os seus congressos e patrocinados MUITAS vezes por farmaceuticas. Aliás, foi algo que coloquei em todos os posts. Mas já repeti imensas vezes que NÃO há qualquer contra-partida e, se existir, deve ser investigada e denunciada.

Falou de lhe oferecerem livros. Porque haveriam eles de lhe oferecer livros? Qual o interesse deles? Ninguem dá nada a ninguem sem interesse.


Como é óbvio.
Eles têm interesse em que eu me lembre que a farmaceutica X me deu o livro. É uma forma de condicionamento do pensamento, como já referi atrás.
Não são inocentes - o objectivo do DPM, sejamos realistas, não é fundamentalmente "informar" - isso é um colateral. O interesse é promover a venda do produto pelo qual está responsável. Assim como quando a TMN lhe dá uma "capa" para o télemovel e um papel com tarifários, não está a querer "informá-lo", está a querer "vender o produto". Isto não quer dizer que vá a correr comprar um telemovel da TMN, se bem me entendo, embora seja aliciado para tal.


Continuo a dizer que a minha luta se é que lhe posso chamar isso, não é contra os médicos, mas já que insiste no assunto, acha que os médicos ganham pouco comparado com o nível da nossa sociedade portuguesa?


Está a fugir do tema da questão, mas já abordei este tema diversas vezes aqui no fórum.
Acho que o médico é mal pago pela responsabilidade que assume. Acho que os sindicatos não souberam negociar as carreiras e deixaram-se ser "comidos" por essa ideia de que um médicoo é MUITO bem pago. Não é verdade. Basta ver a diferença de um ordenado na privada e no público, e basta ver porque é que os médicos estão a reformar-se e a ir trabalhar para a privada - no público são mal pagos.
Aliás, é por isso é que inventaram a famosa "exxclusividade" - para tentar equilibrar um pouco as coisas.

Por outro lado, basta ver vários exemplos que temos de outras profissões:

- o canalizador que esteve na minha casa 1h30m e levou-me perto de 500€.

- o mecânico que me fez uma revisão ao carro e levou-me 300€

- a empregada a dias que me leva 6€/h de trabalho

etc., etc., etc.

Se acho que na generalidade o povo português ganha bem? Não
Se acho que o que é pago aos médicos (q demoram 11 anos a estudar + a responsabilidade que têm), é justo? Não
Se acho que comparado com os restantes trabalhadores portugueses são bem pagos? Não.

Isto das Ordens é muito PODER.


Outra vez fora do tema da conversa.
De qualquer forma, peço que esclareça.
Posso concordar ou discordar, conforme o que quer dizer com o "PODER".
 
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por ilusion » 23/7/2010 15:43

carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Uma coisa é a farmaceutica oferecer uma viagem e estadia de 3 dias, em que são 3 dias de congresso e nos tempos livres os medicos irem passear e à noite irem pra discoteca, etc ... Isso é normalissímo.

Outra coisa é oferecerem alojamento e estadia de 7 dias quando o congresso é apenas de 3. E ainda pagarem os divertimentos extras.


Isso é apenas a ponta do "iceberg". Por alguma coisa as industrias farmaceuticas tem anualmente lucros de muitos milhoes.
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por AlphaDraconisEP » 23/7/2010 15:42

Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Neste caso creio que há quem possa chamar de tentativa de corrupção por parte do DPM.
Se influênciar na prescrição do medicamento será da parte do médico também.

Claro podem me oferecer viagens para receitar um medicamento, eu aceito e depois não prescrevo :twisted:


Seria uma atençãozinha do vendedor se fosses comprar com o teu dinheiro o produto e o vendedor te oferecesse um livro, inscrições, alojamento, seja lá o que for.
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por carf2007 » 23/7/2010 15:39

moppie85 Escreveu:Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Uma coisa é a farmaceutica oferecer uma viagem e estadia de 3 dias, em que são 3 dias de congresso e nos tempos livres os medicos irem passear e à noite irem pra discoteca, etc ... Isso é normalissímo.

Outra coisa é oferecerem alojamento e estadia de 7 dias quando o congresso é apenas de 3. E ainda pagarem os divertimentos extras.
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por AlphaDraconisEP » 23/7/2010 15:35

moppie85 Escreveu:
AlphaDraconisEP Escreveu:Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???
Respondo como tu fizeste a minha primeira afirmação...., só se for a unica classe que não aceita.

Acho que tu é que não te estás a dar com os DPM certos


Prémios / Prendas há sempre.

Um dos últimos livros que recebi custa € 156,00 (c /IVA € 165,36) - já agora fica o nome "Harrison - Principles of Internal Medicine." (aliás, foi a coisa mais cara que recebi até hoje).

Se agradeci? Sim. Poupei 150€ que iria gastar, o que é bastante bom.
Se não é uma benesse (que aliás não estava à espera)? É.
Se vou mudar as minhas prescrições por causa do livro? Não vou.

Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito. Como já disse, há interacção com os laboratórios nesses casos, mas não é feito com base no que prescreves ou não. Pessoalmente sei lá ao fim de um ano se prescrevi 400 caixas de Ben-U-Ron ou 100 ou 150?! Eu prescrevo as que acho melhor.


Hum, nem respondeste a pergunta..., ainda que todos saibamos que a resposta é a mesma que te dei a tua pergunta no outro post.

Já agora.. uma prenda ..um livro de 100-150€..., dá muito jeito sim, já poupaste :).
Tu podes não saber...mas os DPM tem pelo menos uma ideia do que receitas-te.
Talvez mereças outro livro daqui a uns dias..., talvez não.

moppie85 Escreveu:A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.


Não sabem o que prescreves??? tu ainda acredito que não pois podes nem ligar a isso, mas eles sabem muito bem como conseguir ter uma ideia se estas a ir no caminho certo.
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por carf2007 » 23/7/2010 15:34

moppie85 Escreveu:Deixe-e colocar o negrito noutra área que se esqueceu de colocar:


"A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade."



:lol: :lol: :lol: :lol:

Não me faça rir !!!

Então o laboratório ia dizer "Sim nós cometemos uma ilegalidade, oferecemos dinheiro aos médicos." ?

:lol: :lol: :lol: :lol:
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por ilusion » 23/7/2010 15:32

mais_um Escreveu:
O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014



Caro Mais um,

Mais um excelente artigo. Provas é o que não faltam. Mas há algumas pessoas, entendam-se médicos sabe-se lá porque continuam a dizer que não existem.
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por ilusion » 23/7/2010 15:30

moppie85 Escreveu:
carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:
Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito.


Qual a razão porque as farmaceuticas organizam congressos nas caraibas, malasia e outros destinos exotios ? Fica mais barato do que em Lisboa ou Algarve ? Lá é mais fácil passar as informações ? Os oradores são naturais de lá ?

Em 8/5/2009:


"Parece não haver limites para a imaginação da indústria farmacêutica quando se trata de seduzir os médicos portugueses. Imagine um jantar numa ilha paradisíaca em que todos os comensais se vestem de piratas. Foi mesmo assim, à pirata, o final da aventura científica de dezenas de médicos portugueses na Malásia. Uma aventura que meteu passeios de barco, praia e «shows» com danças orientais, avança a TVI.

A TVI convidou um grupo de médicos a recordar a história, mas a memória deste congresso na Malásia é um assunto delicado. Os médicos dizem que não se lembram de nada. Nem a reportagem fotográfica, em CD, que o laboratório J. Neves distribuiu como recordação aos clínicos que levou à Malásia, numa viagem de oito dias que terminou nesse tal jantar pirata, parece avivar-lhes a memória. E não consta que andem a tomar os medicamentos errados....

Congresso, praia e... pirataria

Vamos então ao programa que foi distribuído aos médicos pelo laboratório J. Neves. A comitiva, com cerca de 40 médicos, saiu de Lisboa no dia 4 de Novembro de 2008, onde de facto decorria um congresso internacional de Ginecologia.

Os médicos só chegaram ao outro lado do Mundo na madrugada do dia seguinte e foram transportados para um hotel de cinco estrelas. A tarde foi deixada livre para actividades particulares.

Ao terceiro dia, de manhã, o laboratório organizou uma visita à cidade. Após o almoço, a tarde ficou livre até ao jantar no Restaurante Saloma, após o qual todos desfrutaram de um «show» de danças típicas.

A manhã do quarto dia foi livre, mas, à tarde, novo avião, rumo a Langkawi, uma ilha a 700 quilómetros de distância do congresso. Os médicos foram alojados no Pelangi, um hotel-praia de cinco estrelas, típico dos pacotes turísticos de luxo.


O programa em Langkawi durou quatro noites e cinco dias. O dia 8 de Novembro foi inteiramente livre para actividades de carácter particular, como por exemplo uma banhoca na praia do hotel

No dia 9 regressou a acção, com um passeio em barco de recreio pela orla marítima da ilha. Foi uma boa oportunidade para conhecer praias com nomes exóticos, canseira compensada com um almoço de «barbecue».

«Médicos pagaram a própria viagem»

A administração do laboratório J. Neves recusou qualquer entrevista à TVI, mas enviou um comunicado escrito. Esse documento afirma que os médicos pagaram eles próprios a viagem à ilha de Langkawi, tendo viajado às 17h00 do dia 7 de Novembro e regressado ao meio-dia do dia seguinte.

Presume-se, pois, que os médicos tenham decidido interromper o congresso e gastar dinheiro para ir jantar com os funcionários do laboratório a 700 quilómetros de distância.

Torna-se é difícil imaginar onde arranjaram tempo para o passeio de barco documentado em fotografias.

E também não se percebe, sendo a explicação tão fácil para o laboratório, porque é que ela se revelou tão difícil para os próprios médicos. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html



Em 15/5/2009:

"Na última semana, a TVI revelou como muitos congressos médicos são afinal simples disfarce para actividades turísticas. A Ordem dos Médicos (OM) já fez queixa ao Ministério Público (MP), mas a verdade é que há mais de um ano e meio que o MP apreendeu documentação sobre o assunto, mas o processo nunca mais andou.

A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade.

Médicos pagos para ouvir delegados

Também na última semana, noutro caso, a Sanofi-Aventis, a segunda companhia farmacêutica que mais factura em Portugal, «comprou» visitas médicas. Não foram os delegados de informação médica a visitar os médicos, mas o contrário.

No fim, a tarefa do médico foi avaliar se esse vendedor conseguiu comprometê-lo a receitar esses remédios. A empresa declara que só contratou os médicos porque está preocupada com a formação científica dos seus profissionais.:lol:

Tudo se passou na quinta-feira, no Hotel Porto Palácio. Estava prevista a participação de 54 médicos, compareceram 50 de três especialidades: Cardiologia, Medicina Interna e Clínica-Geral. Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis.

Avaliar a capacidade dos vendedores

A TVI teve acesso ao planeamento dos encontros e à grelha de avaliação com que os médicos classificaram os funcionários da Aventis. Os prescritores, entre outras coisas, avaliaram a capacidade dos vendedores para obterem um compromisso deles, no sentido de receitarem medicamentos da empresa, como o Plavix, primeiro medicamento do ranking de vendas português, que facturou 70 milhões de euros no ano passado e o Relmus e Triapin, que facturaram cerca de 4 milhões cada um. O Estado investiu nestes produtos 47 milhões de euros e os doentes 31 milhões em pagamentos directos na farmácia.

A Indústria farmacêutica treina os delegados para obterem compromissos de prescrição. É na busca desses compromissos que normalmente os delegados oferecem a médicos o patrocínio para congressos, viagens turísticas disfarçadas de congressos e outras ofertas, umas legais, outras na fronteira da legalidade e outras ainda manifestamente corruptas, como a oferta de dinheiro vivo.


Sem promessas...

Neste caso, a TVI pode assegurar que os delegados da Sanofi-Aventis não prometeram rigorosamente nada aos médicos, nem o pagamento de 450 euros foi objecto das conversas. Estava era previsto que os delegados recebessem uma lista com a identificação dos médicos participantes, útil para eles em visitas médicas futuras, mas tal também não aconteceu durante a semana.

A empresa não disponibilizou ninguém para uma entrevista, mas enviou um comunicado, informado que «a sanofi-aventis iniciou há quatro meses um programa de formação dos seus delegados com o objectivo de fornecer a melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos que comercializa».

Para isso, contratou uma empresa de formação, chamada Chetochine, e foi esta a solicitar «o apoio de médicos como garantia de qualidade da transmissão da melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos».

A legislação portuguesa proíbe a indústria farmacêutica de oferecer dinheiro a médicos, mas abre a porta ao pagamento de honorários pela participação activa deles em acções de formação ou promoção de medicamentos, desde que isso não implique contrapartidas nas receitas. A Sanofi-Aventis mostra-se segura da legalidade desta visitas médicas invertidas e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu investigar o assunto, para tirar a limpo se os médicos violaram ou não alguma das suas obrigações para com o Estado. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html


Deixe-e colocar o negrito noutra área que se esqueceu de colocar:

"Esse documento afirma que os médicos pagaram eles próprios a viagem à ilha de Langkawi, tendo viajado às 17h00 do dia 7 de Novembro e regressado ao meio-dia do dia seguinte."

"A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade."

Teve acesso, mas não mostra os documentos, nem as transcrições.

"Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis."

Acho mal... a mim ainda não me ofereceram um destes.
Avaliava-os todos em mto bom - era bom para eles e bom para mim.


Continuando, agora mais a sério:

1 - Para estarem nesse congresso, se são funcionários de um hospital, tiveram de apresentar um documento com o congresso ao Director de Serviço, que teve de aprovar a ida.

2 - Se estiveram de férias, óptimo. São livres de fazer o que bem lhes apetecer

3 - As viagens foram pagas pelos médicos. Acho bem.

4 - Os médicos contratados para falar. É uma realidade. Aliás foi algo que eu já referi em pelo menos 2 posts. E é natural que assim seja. Dou muito mais crédito a um colega que teve a minha formação e, que, tendo alguma experiência e conhecimento dos meus problemas, do que alguém a quem é dado uma ensaboadela sobre o produto (independentemente de quão boa ter sido a ensaboadela). Da mesma forma se quero que algum DPM "entenda" o ponto de vista médico, tenho de arranjar alguém que esteja desse lado da barricada.

5 - Se não foram ao congresso e pediram dispensa para tal, devem ter um processo disciplinar. Aliás, isso deveria ser prática normal - se vai a um congresso é para ir ao congresso.

6 - "A Indústria farmacêutica treina os delegados para obterem compromissos de prescrição. É na busca desses compromissos que normalmente os delegados oferecem a médicos o patrocínio para congressos, viagens turísticas disfarçadas de congressos e outras ofertas, umas legais, outras na fronteira da legalidade e outras ainda manifestamente corruptas, como a oferta de dinheiro vivo."

Eles podem treinar os DPM para o que quiserem. O que importa é se há, de facto, prejuizo propositado e sem justificação para os doentes (e para o Estado q tb contribui). Além do mais, isto é a opinião do jornalista e não é baseado em qualquer fonte.

8 - Neste caso, a TVI pode assegurar que os delegados da Sanofi-Aventis não prometeram rigorosamente nada aos médicos, nem o pagamento de 450 euros foi objecto das conversas. Estava era previsto que os delegados recebessem uma lista com a identificação dos médicos participantes, útil para eles em visitas médicas futuras, mas tal também não aconteceu durante a semana.

Que é o normal em todas as situações. Há publicidade mas não há qualquer tentativa de "suborno" com dinheiro vivo ou com recompensas pela prescrição.

9 - O congresso na malásia não foi em Portugal porque foi um congresso internacional...

10 - "A legislação portuguesa proíbe a indústria farmacêutica de oferecer dinheiro a médicos, mas abre a porta ao pagamento de honorários pela participação activa deles em acções de formação ou promoção de medicamentos, desde que isso não implique contrapartidas nas receitas. A Sanofi-Aventis mostra-se segura da legalidade desta visitas médicas invertidas e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu investigar o assunto, para tirar a limpo se os médicos violaram ou não alguma das suas obrigações para com o Estado"

É exactamente o que disse.
Se houve dinheiro por baixo da mesa, investigue-se.
Nada mais fácil. O MS tem as prescrições dos médicos por nome, pode fazer essa investigação com facilidade.
Se se provar que houve marosca, tratem do assunto.


Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.


Caro carf2007,

Como se pode ver não há volta a dar. Eles é que sabem. Têm sempre razão e como sabem que neste país onde reina as influências, a corrupção ao mais alto nível (é so ler as noticias) nada é possivel provar (incrivel o apito dourado por ex) apenas mudam o nome às coisas. Honorários podem dar, dinheiro é que não. Ridiculo.
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por mais_um » 23/7/2010 15:29

O Tribunal Judicial da Figueira da Foz condenou ontem Maria F., médica do centro de saúde local, a uma pena de 2700 euros de multa, ou 120 dias de prisão, considerando-a autora de um crime de corrupção passiva para acto lícito.
(PUBLICO.PT)

A juíza entendeu ter-se provado que, entre Dezembro de 1996 e Setembro de 1997, dois laboratórios farmacêuticos abriram créditos em agências de viagens, num valor global de 5858 euros, a título de comparticipação de despesas de estudo ou deslocações de Maria F. a congressos científicos. Créditos que esta médica utilizou numa viagem de férias à Tunísia e converteu em dinheiro, depositado na respectiva conta bancária, deduzidos 10 por cento de comissão que uma das agências cobrava pela conversão.

O tribunal alicerçou a convicção de que os créditos lançados pelos laboratórios farmacêuticos estão relacionados com a prescrição de medicamentos por eles comercializados. "Sendo o lucro o escopo dos laboratórios, não é credível que os mencionados créditos constituíssem acções caritativas. Mais, os laboratórios não concedem benefícios a todos os médicos ou a todos os médicos por igual", prossegue a sentença, recordando que, de acordo com as testemunhas ouvidas, as empresas farmacêuticas têm acesso aos fármacos e respectivas quantidades receitados pelos médicos, através dos dados compilados por uma multinacional do sector, cruzados com informações prestadas pelas farmácias.

Durante o julgamento, Maria F. alegou que utilizara o dinheiro que resultou da conversão dos créditos na deslocação a outros congressos, que não os inicialmente previstos. A juíza considerou que esta explicação não era convincente, por não corresponder ao procedimento habitual de médicos e laboratórios em relação a congressos. Admitiu que Maria F. terá ido a outros congressos, mas à custa de rendimentos que não os créditos em causa.

A juíza explicou que o caso em apreço, de corrupção para acto lícito, punido com pena de prisão até dois anos ou multa de 240 dias nos termos do artigo 373 do Código Penal (CP), diz exclusivamente respeito à aceitação, por parte de um funcionário público, de uma vantagem, a troco de qualquer acto ou omissão não contrários aos deveres do cargo. Não estava, portanto, em causa a adequação da prescrição, nem sequer a questão de saber se esta variava em função do suborno. Aquilo que o art. 373 do CP pretende desde logo evitar é que o funcionário se substitua ao Estado e manipule o seu aparelho, prejudicando a legalidade administrativa.

Diferente situação é a dos quatro médicos que, juntamente com dez trabalhadores de dois laboratórios, estão a ser julgados, noutro processo, por corrupção passiva para acto ilícito. Neste segundo caso, a acusação considera que os médicos prescreveram medicamentos em função do suborno, contra o interesse dos doentes.

O advogado de Maria F. afirmou ter acreditado na absolvição da constituinte e admitiu recorrer da sentença.

http://www.publico.pt/Sociedade/medica- ... cito_78014

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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

por ilusion » 23/7/2010 15:25

moppie85 Escreveu:
ilusion Escreveu:
Caro "amigo",

Primeiro tente não insultar as pessoas com "ignorancia" ou coisa que o valha. Discuta ideias se conseguir sem insultar, pois tal é um sinal de fraca inteligência.



Do dicionário de Português:

ignorante
adj. 2 gén. s. 2 gén.
adj. 2 gén. s. 2 gén.
1. Que ignora.
2. Que não tem instrução. O que não sabe bastante da sua profissão.

Que eu saiba por enquanto ser ignorante num assunto como o "amigo" é em relação ao funcionamento da Propaganda médica, em Português, ainda não é qualquer insulto. Estamos perante uma realidade - o "amigo" é ignorante sobre o tema e pensa que sabe muito.

Interessante que apenas respondeu a algo que não é qualquer insulto. Está a tentar pegar por algum lado para fingir que debate ideias e fazer-se de ofendido?


Em segundo as prendas a que se refere (blocos e canetas) bem, eu vi acontecer à minha frente trocas de outros materiais bastante diferentes do que esta a falar. Mais, inclusive deram a medicos (meus amigos) que nada tinham a ver com o produto que andavam a "vender". Por isso quem não deve saber bem do que esta a falar é o "amigo".


Interessante.
Ainda bem que o ""amigo" bem viu" - aliás, é uma expressão acusatória que aperece muito nas novelas para lançar as suspeitas sob as personagens que, normalmente, até estão inocentes. "Eu bem vi que foi o Bruno que matou a Maria!! Eu vi, eu vi, eu vi! Tive uma manhã no hospital e os os DPM e os médicos a conspirarem contra mim! Eles, os malvados! Querem viajar à minha pala! Eu vi "trocas"!

Tenha paciência.


O senhor abre um tópico referindo que "passou no hospital". (algo que deve fazer todos os dias, como é óbvio), viu primeiro toneladas de DPM (os malvados!), e que andam a fazer "trocas" de produtos que andavam nada tinha a ver com o que andavam a vender.

Interessante... 1º porque os delegados estão designados para meia dúzia de produtos e dirigem-se aos médicos que, de facto, o "podem" prescrever. Um DPM que faça publicidade à "Cerelac" não vai à cirurgia oferecer "trocas".

O que normalmente fazem quando lá vão é, como disse dar amostras de produtos, oferecer canetas, lápis, autocolantes, imans, um ou outro livro e pouco mais que isso.

Acho piada que refira essas "malditas trocas" e depois nem menciona o que foi.

Pergunto-me também, se no fim de ver os "malditos" CPM, foi falar com o seu médico sobre a visita que tanto achou mal e onde houve essas trocas, ou se fez um sorriso e ficou calado.
É mais fácil inventar nas costas, certo?



Também me ri de ter "amigos médicos".
Com certeza que por ter amigos médicos, sabe mais que eu que sou um. É o natural. Quando não se tem conhecimento tem-se sempre um "amigo" de preferência da área que diz que acontece, ou que viu, e que, comprova tudo o que vimos numa manhã (nos 10 min que normalmente esse encontro demora) no hospital. É curioso...



E mais uma vez vem com a ideia de que o DPM é um mediador. A comparação que o "amigo" fez até teria alguma lógica no caso de o médico ser o cliente final, no entanto como é facil chegar lá ele apenas é um intermediário que condiciona os seus pacientes (e muitas vezes o obriga) a escolher por determinado produto.


Caro "amigo". O DPM é aquilo que o próprio nome indica uma pessoa delegada pelo laboratório para fazer "propaganda médica". Um mediador é alguém pago pela companhia para fazer propaganda aos seus produtos e vendê-los. Tem razão nessa parte - é que o mediador vai com intenção não só de propaganda, mas também de venda, o que não é o caso do DPM.

Novamente, "amigo" (e insisto em por tal e qual o "amigo" como escreveu para o tratar da mesma forma que me tratou e não se sentir insultado por não saber português), demonstra que respondeu sem ler o que escrevi.

Quem decide o que o doente vai tomar é o médico, sim.
Não faria sentido fazer-se propaganda a quem não tem poder decisório. Por isso é que a propaganda vai aos médicos (que é quem decide o medicamento a tomar) e às farmácias (que é quem os disponibiliza - o grossista).

Da mesma forma que a "dodot" faz os seus contactos comerciais com o pingo doce (o retalhista) e com quem decide (os pais da criança). Realmente são uns abusadores! Deviam ir ter com o consumidor final, que é, de facto, o bébé!

Vou repetir outra vez para o "amigo" que não me importo nada de passar a responsabilidade da prescrição para o doente e, com ela, a responsabilidade criminal e profissional com que acarreto todas as vezes que faço uma prescrição.

Eu faço o diagnóstico e digo ao doente "agora vá escolher o melhor para si" e passo a não ser responsabilizado pelas escolhas do doente. Por mim, tudo bem.

A partir do momento em que EU sou responsável pelo medicamento que o doente toma, EU decido o que é melhor para o meu doente, tendo em conta a sua situação. Se ele não concordar, pode sempre perguntar porquê, discordar, não levantar a receita, ir a outro médico e até fazer uma queixa na Ordem.


Primeiro, já lhe disse que não vou discutir as questões dos médicos, porque se fosse teria muitos panos para mangas.
Segundo, quando falo em "amigos" e "familiares" faço-o porque não será de nenhum interesse para eles em serem divulgados os seus nomes, bem como para a questão fundamental se é o Fernando, o José ou o Pedro.
Terceiro, ninguém (ao contrário do que o SR DOUTOR está a insinuar) conheçe tudo. Aliás foi com o objectivo de debater o Papel dos DPM que foi criado o forum. Se não consegue perceber isso tem de ter mais umas aulas.
Quarto, foram aqui apresentados vários casos REAIS de situações REAIS, com pacientes REAIS. Não se fala do que se desconhece. Fala-se do que se vivencia.
Quinto, leia por exemplo o caso que referi anteriormente do atleta de judo que faleceu porque os médicos consideraram os sintomas como sendo ora gastroentrite ora apenas stress quando no fundo se tratava de cancro do estomago. Diga-me lá já que sabe tudo. O que acontece a esses médicos que realizaram maus diagnosticos e que provavelmente receitaram farmacos desaconselhados? Falam muito vocês médicos. Falam sempre é com o rei na barriga e brincam com a vida das pessoas. Ganhem vergonha.
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Calculo

por Iniciado » 23/7/2010 15:22

Calculo que este meu post vá provocar alguma controversia.
E delegadas de PM,conheço algumas e todas são bastante insinuantes, conseguem pôr a cabecita do medico a andar á roda (a mim tambem pôem)
Mas claro o medico não tem a culpa.
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por moppie85 » 23/7/2010 15:22

carf2007 Escreveu:
moppie85 Escreveu:
Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito.


Qual a razão porque as farmaceuticas organizam congressos nas caraibas, malasia e outros destinos exotios ? Fica mais barato do que em Lisboa ou Algarve ? Lá é mais fácil passar as informações ? Os oradores são naturais de lá ?

Em 8/5/2009:


"Parece não haver limites para a imaginação da indústria farmacêutica quando se trata de seduzir os médicos portugueses. Imagine um jantar numa ilha paradisíaca em que todos os comensais se vestem de piratas. Foi mesmo assim, à pirata, o final da aventura científica de dezenas de médicos portugueses na Malásia. Uma aventura que meteu passeios de barco, praia e «shows» com danças orientais, avança a TVI.

A TVI convidou um grupo de médicos a recordar a história, mas a memória deste congresso na Malásia é um assunto delicado. Os médicos dizem que não se lembram de nada. Nem a reportagem fotográfica, em CD, que o laboratório J. Neves distribuiu como recordação aos clínicos que levou à Malásia, numa viagem de oito dias que terminou nesse tal jantar pirata, parece avivar-lhes a memória. E não consta que andem a tomar os medicamentos errados....

Congresso, praia e... pirataria

Vamos então ao programa que foi distribuído aos médicos pelo laboratório J. Neves. A comitiva, com cerca de 40 médicos, saiu de Lisboa no dia 4 de Novembro de 2008, onde de facto decorria um congresso internacional de Ginecologia.

Os médicos só chegaram ao outro lado do Mundo na madrugada do dia seguinte e foram transportados para um hotel de cinco estrelas. A tarde foi deixada livre para actividades particulares.

Ao terceiro dia, de manhã, o laboratório organizou uma visita à cidade. Após o almoço, a tarde ficou livre até ao jantar no Restaurante Saloma, após o qual todos desfrutaram de um «show» de danças típicas.

A manhã do quarto dia foi livre, mas, à tarde, novo avião, rumo a Langkawi, uma ilha a 700 quilómetros de distância do congresso. Os médicos foram alojados no Pelangi, um hotel-praia de cinco estrelas, típico dos pacotes turísticos de luxo.


O programa em Langkawi durou quatro noites e cinco dias. O dia 8 de Novembro foi inteiramente livre para actividades de carácter particular, como por exemplo uma banhoca na praia do hotel

No dia 9 regressou a acção, com um passeio em barco de recreio pela orla marítima da ilha. Foi uma boa oportunidade para conhecer praias com nomes exóticos, canseira compensada com um almoço de «barbecue».

«Médicos pagaram a própria viagem»

A administração do laboratório J. Neves recusou qualquer entrevista à TVI, mas enviou um comunicado escrito. Esse documento afirma que os médicos pagaram eles próprios a viagem à ilha de Langkawi, tendo viajado às 17h00 do dia 7 de Novembro e regressado ao meio-dia do dia seguinte.

Presume-se, pois, que os médicos tenham decidido interromper o congresso e gastar dinheiro para ir jantar com os funcionários do laboratório a 700 quilómetros de distância.

Torna-se é difícil imaginar onde arranjaram tempo para o passeio de barco documentado em fotografias.

E também não se percebe, sendo a explicação tão fácil para o laboratório, porque é que ela se revelou tão difícil para os próprios médicos. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html



Em 15/5/2009:

"Na última semana, a TVI revelou como muitos congressos médicos são afinal simples disfarce para actividades turísticas. A Ordem dos Médicos (OM) já fez queixa ao Ministério Público (MP), mas a verdade é que há mais de um ano e meio que o MP apreendeu documentação sobre o assunto, mas o processo nunca mais andou.

A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade.

Médicos pagos para ouvir delegados

Também na última semana, noutro caso, a Sanofi-Aventis, a segunda companhia farmacêutica que mais factura em Portugal, «comprou» visitas médicas. Não foram os delegados de informação médica a visitar os médicos, mas o contrário.

No fim, a tarefa do médico foi avaliar se esse vendedor conseguiu comprometê-lo a receitar esses remédios. A empresa declara que só contratou os médicos porque está preocupada com a formação científica dos seus profissionais.:lol:

Tudo se passou na quinta-feira, no Hotel Porto Palácio. Estava prevista a participação de 54 médicos, compareceram 50 de três especialidades: Cardiologia, Medicina Interna e Clínica-Geral. Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis.

Avaliar a capacidade dos vendedores

A TVI teve acesso ao planeamento dos encontros e à grelha de avaliação com que os médicos classificaram os funcionários da Aventis. Os prescritores, entre outras coisas, avaliaram a capacidade dos vendedores para obterem um compromisso deles, no sentido de receitarem medicamentos da empresa, como o Plavix, primeiro medicamento do ranking de vendas português, que facturou 70 milhões de euros no ano passado e o Relmus e Triapin, que facturaram cerca de 4 milhões cada um. O Estado investiu nestes produtos 47 milhões de euros e os doentes 31 milhões em pagamentos directos na farmácia.

A Indústria farmacêutica treina os delegados para obterem compromissos de prescrição. É na busca desses compromissos que normalmente os delegados oferecem a médicos o patrocínio para congressos, viagens turísticas disfarçadas de congressos e outras ofertas, umas legais, outras na fronteira da legalidade e outras ainda manifestamente corruptas, como a oferta de dinheiro vivo.


Sem promessas...

Neste caso, a TVI pode assegurar que os delegados da Sanofi-Aventis não prometeram rigorosamente nada aos médicos, nem o pagamento de 450 euros foi objecto das conversas. Estava era previsto que os delegados recebessem uma lista com a identificação dos médicos participantes, útil para eles em visitas médicas futuras, mas tal também não aconteceu durante a semana.

A empresa não disponibilizou ninguém para uma entrevista, mas enviou um comunicado, informado que «a sanofi-aventis iniciou há quatro meses um programa de formação dos seus delegados com o objectivo de fornecer a melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos que comercializa».

Para isso, contratou uma empresa de formação, chamada Chetochine, e foi esta a solicitar «o apoio de médicos como garantia de qualidade da transmissão da melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos».

A legislação portuguesa proíbe a indústria farmacêutica de oferecer dinheiro a médicos, mas abre a porta ao pagamento de honorários pela participação activa deles em acções de formação ou promoção de medicamentos, desde que isso não implique contrapartidas nas receitas. A Sanofi-Aventis mostra-se segura da legalidade desta visitas médicas invertidas e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu investigar o assunto, para tirar a limpo se os médicos violaram ou não alguma das suas obrigações para com o Estado. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html


Deixe-e colocar o negrito noutra área que se esqueceu de colocar:

"Esse documento afirma que os médicos pagaram eles próprios a viagem à ilha de Langkawi, tendo viajado às 17h00 do dia 7 de Novembro e regressado ao meio-dia do dia seguinte."

"A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade."

Teve acesso, mas não mostra os documentos, nem as transcrições.

"Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis."

Acho mal... a mim ainda não me ofereceram um destes.
Avaliava-os todos em mto bom - era bom para eles e bom para mim.


Continuando, agora mais a sério:

1 - Para estarem nesse congresso, se são funcionários de um hospital, tiveram de apresentar um documento com o congresso ao Director de Serviço, que teve de aprovar a ida.

2 - Se estiveram de férias, óptimo. São livres de fazer o que bem lhes apetecer

3 - As viagens foram pagas pelos médicos. Acho bem.

4 - Os médicos contratados para falar. É uma realidade. Aliás foi algo que eu já referi em pelo menos 2 posts. E é natural que assim seja. Dou muito mais crédito a um colega que teve a minha formação e, que, tendo alguma experiência e conhecimento dos meus problemas, do que alguém a quem é dado uma ensaboadela sobre o produto (independentemente de quão boa ter sido a ensaboadela). Da mesma forma se quero que algum DPM "entenda" o ponto de vista médico, tenho de arranjar alguém que esteja desse lado da barricada.

5 - Se não foram ao congresso e pediram dispensa para tal, devem ter um processo disciplinar. Aliás, isso deveria ser prática normal - se vai a um congresso é para ir ao congresso.

6 - "A Indústria farmacêutica treina os delegados para obterem compromissos de prescrição. É na busca desses compromissos que normalmente os delegados oferecem a médicos o patrocínio para congressos, viagens turísticas disfarçadas de congressos e outras ofertas, umas legais, outras na fronteira da legalidade e outras ainda manifestamente corruptas, como a oferta de dinheiro vivo."

Eles podem treinar os DPM para o que quiserem. O que importa é se há, de facto, prejuizo propositado e sem justificação para os doentes (e para o Estado q tb contribui). Além do mais, isto é a opinião do jornalista e não é baseado em qualquer fonte.

8 - Neste caso, a TVI pode assegurar que os delegados da Sanofi-Aventis não prometeram rigorosamente nada aos médicos, nem o pagamento de 450 euros foi objecto das conversas. Estava era previsto que os delegados recebessem uma lista com a identificação dos médicos participantes, útil para eles em visitas médicas futuras, mas tal também não aconteceu durante a semana.

Que é o normal em todas as situações. Há publicidade mas não há qualquer tentativa de "suborno" com dinheiro vivo ou com recompensas pela prescrição.

9 - O congresso na malásia não foi em Portugal porque foi um congresso internacional...

10 - "A legislação portuguesa proíbe a indústria farmacêutica de oferecer dinheiro a médicos, mas abre a porta ao pagamento de honorários pela participação activa deles em acções de formação ou promoção de medicamentos, desde que isso não implique contrapartidas nas receitas. A Sanofi-Aventis mostra-se segura da legalidade desta visitas médicas invertidas e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu investigar o assunto, para tirar a limpo se os médicos violaram ou não alguma das suas obrigações para com o Estado"

É exactamente o que disse.
Se houve dinheiro por baixo da mesa, investigue-se.
Nada mais fácil. O MS tem as prescrições dos médicos por nome, pode fazer essa investigação com facilidade.
Se se provar que houve marosca, tratem do assunto.


Do resto, por mim até podiam ter ido para o Tibete, desde que o Congresso fosse sério.
Quanto ao irem passear, acho ridiculo.
Tu se fores uma semana com conhecimento do teu chefe para Espanha para fazer qq coisa (até pode ser um trabalho simples), estás lá e aproveitas o tempo livre para passear, estás a cometer alguma infracção? Não me parece.
 
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por carf2007 » 23/7/2010 15:15

Flugufrelsarinn Escreveu:No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...


Pois, mas se a outra marca oferecesse a estadia em Barcelona em vez de Tomar, talvez alguns médicos acabassem naturalmente por trocar de marca ...

No caso de um aparelho talvez seja indiferente, mas quando se trata de medicamentos ...
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por carf2007 » 23/7/2010 15:08

moppie85,

Uma curiosidade ...

Se aparecer-lhe um paciente adulto a queixar-se de uma ligeira dor de cabeça, e o Doutor resolver prescrever-lhe uma embalagem de ácido acetilsalicilico, penso que não há diferenças entre por exemplo, o da farmacêutica Bayer (Aspirina) ou o da Sterling (AAS), ambos são 500mg de ácido acetilsalicilico. Assim sendo, como prescreve ? hoje Bayer, amanhã Sterling ? O mais económico para o paciente ? Sempre Bayer devido à maior publicidade e impacto da marca ? Bayer porque o DPM é um tipo simpático ?
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por flugufrelsarinn » 23/7/2010 15:03

No meu caso pela compra de um aparelho de ergometria onde tive direito a 2 inscrições e alojamento em congressos. 1 em tomar outro em lisboa...sou um corrupto

Mas aposto que se comprasse doutra marca ofereciam algo parecido...99,9 % de certeza

É natural que isso aconteça... é a chamada atençãozinha do vendedor...

Por isso ter recebido um livro de 135 euros até pode ser por algo realmente banal...
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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

por mais_um » 23/7/2010 15:01

moppie85 Escreveu:é que o mediador vai com intenção não só de propaganda, mas também de venda, o que não é o caso do DPM.



Sim, sim....como se isso fosse verdade...

O DPM ganha comissões em função das vendas dos produtos que faz propaganda.

O trabalho do DPM é convencer os medicos a receitarem o seu produto em detrimento de outro produto da concorrência.

Como o fazem é outra história. E claro que a receptividade para este tipo intervenção depende sempre dos principios eticos dos médicos.


DELEGADO DE INFORMAÇÃO MÉDICA (M/F)

Zona: Coimbra

Descrição da empresa
O nosso parceiro é um prestigiado Laboratório Multinacional de Medicamentos Genéricos. Dada a sua política de expansão, pretende reforçar os seus quadros com o recrutamento de um Delegado de Informação Médica (M/F):

Função
Reportando ao Chefe Regional de Vendas da Zona Centro, será responsável por apresentar e divulgar produtos, através de contactos, visitas regulares e reuniões, em canal ambulatório e farmácia, a fim de assegurar o cumprimento dos objectivos comerciais.

Perfil
• 12º ano ou Licenciatura;
• Experiência mínima de 2 anos como Delegado de Informação Médica e em Genéricos;
• Conhecimentos de Inglês;
• Pro-activo, dinâmico, demonstrando iniciativa e forte orientação para a obtenção de resultados;• Excelente capacidade de comunicação.

http://www.empregos.org/view_job.php?sb_id=18935

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

por rcostab » 23/7/2010 14:42

moppie85 Escreveu:
ilusion Escreveu:
Caro "amigo",

Primeiro tente não insultar as pessoas com "ignorancia" ou coisa que o valha. Discuta ideias se conseguir sem insultar, pois tal é um sinal de fraca inteligência.



Do dicionário de Português:

ignorante
adj. 2 gén. s. 2 gén.
adj. 2 gén. s. 2 gén.
1. Que ignora.
2. Que não tem instrução. O que não sabe bastante da sua profissão.

Que eu saiba por enquanto ser ignorante num assunto como o "amigo" é em relação ao funcionamento da Propaganda médica, em Português, ainda não é qualquer insulto. Estamos perante uma realidade - o "amigo" é ignorante sobre o tema e pensa que sabe muito.

Interessante que apenas respondeu a algo que não é qualquer insulto. Está a tentar pegar por algum lado para fingir que debate ideias e fazer-se de ofendido?


Em segundo as prendas a que se refere (blocos e canetas) bem, eu vi acontecer à minha frente trocas de outros materiais bastante diferentes do que esta a falar. Mais, inclusive deram a medicos (meus amigos) que nada tinham a ver com o produto que andavam a "vender". Por isso quem não deve saber bem do que esta a falar é o "amigo".


Interessante.
Ainda bem que o ""amigo" bem viu" - aliás, é uma expressão acusatória que aperece muito nas novelas para lançar as suspeitas sob as personagens que, normalmente, até estão inocentes. "Eu bem vi que foi o Bruno que matou a Maria!! Eu vi, eu vi, eu vi! Tive uma manhã no hospital e os os DPM e os médicos a conspirarem contra mim! Eles, os malvados! Querem viajar à minha pala! Eu vi "trocas"!

Tenha paciência.


O senhor abre um tópico referindo que "passou no hospital". (algo que deve fazer todos os dias, como é óbvio), viu primeiro toneladas de DPM (os malvados!), e que andam a fazer "trocas" de produtos que andavam nada tinha a ver com o que andavam a vender.

Interessante... 1º porque os delegados estão designados para meia dúzia de produtos e dirigem-se aos médicos que, de facto, o "podem" prescrever. Um DPM que faça publicidade à "Cerelac" não vai à cirurgia oferecer "trocas".

O que normalmente fazem quando lá vão é, como disse dar amostras de produtos, oferecer canetas, lápis, autocolantes, imans, um ou outro livro e pouco mais que isso.

Acho piada que refira essas "malditas trocas" e depois nem menciona o que foi.

Pergunto-me também, se no fim de ver os "malditos" CPM, foi falar com o seu médico sobre a visita que tanto achou mal e onde houve essas trocas, ou se fez um sorriso e ficou calado.
É mais fácil inventar nas costas, certo?



Também me ri de ter "amigos médicos".
Com certeza que por ter amigos médicos, sabe mais que eu que sou um. É o natural. Quando não se tem conhecimento tem-se sempre um "amigo" de preferência da área que diz que acontece, ou que viu, e que, comprova tudo o que vimos numa manhã (nos 10 min que normalmente esse encontro demora) no hospital. É curioso...



E mais uma vez vem com a ideia de que o DPM é um mediador. A comparação que o "amigo" fez até teria alguma lógica no caso de o médico ser o cliente final, no entanto como é facil chegar lá ele apenas é um intermediário que condiciona os seus pacientes (e muitas vezes o obriga) a escolher por determinado produto.


Caro "amigo". O DPM é aquilo que o próprio nome indica uma pessoa delegada pelo laboratório para fazer "propaganda médica". Um mediador é alguém pago pela companhia para fazer propaganda aos seus produtos e vendê-los. Tem razão nessa parte - é que o mediador vai com intenção não só de propaganda, mas também de venda, o que não é o caso do DPM.

Novamente, "amigo" (e insisto em por tal e qual o "amigo" como escreveu para o tratar da mesma forma que me tratou e não se sentir insultado por não saber português), demonstra que respondeu sem ler o que escrevi.

Quem decide o que o doente vai tomar é o médico, sim.
Não faria sentido fazer-se propaganda a quem não tem poder decisório. Por isso é que a propaganda vai aos médicos (que é quem decide o medicamento a tomar) e às farmácias (que é quem os disponibiliza - o grossista).

Da mesma forma que a "dodot" faz os seus contactos comerciais com o pingo doce (o retalhista) e com quem decide (os pais da criança). Realmente são uns abusadores! Deviam ir ter com o consumidor final, que é, de facto, o bébé!

Vou repetir outra vez para o "amigo" que não me importo nada de passar a responsabilidade da prescrição para o doente e, com ela, a responsabilidade criminal e profissional com que acarreto todas as vezes que faço uma prescrição.

Eu faço o diagnóstico e digo ao doente "agora vá escolher o melhor para si" e passo a não ser responsabilizado pelas escolhas do doente. Por mim, tudo bem.

A partir do momento em que EU sou responsável pelo medicamento que o doente toma, EU decido o que é melhor para o meu doente, tendo em conta a sua situação. Se ele não concordar, pode sempre perguntar porquê, discordar, não levantar a receita, ir a outro médico e até fazer uma queixa na Ordem.


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por ilusion » 23/7/2010 14:38

moppie85 Escreveu:
AlphaDraconisEP Escreveu:Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???
Respondo como tu fizeste a minha primeira afirmação...., só se for a unica classe que não aceita.

Acho que tu é que não te estás a dar com os DPM certos


Prémios / Prendas há sempre.

Um dos últimos livros que recebi custa € 156,00 (c /IVA € 165,36) - já agora fica o nome "Harrison - Principles of Internal Medicine." (aliás, foi a coisa mais cara que recebi até hoje).

Se agradeci? Sim. Poupei 150€ que iria gastar, o que é bastante bom.
Se não é uma benesse (que aliás não estava à espera)? É.
Se vou mudar as minhas prescrições por causa do livro? Não vou.

Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito. Como já disse, há interacção com os laboratórios nesses casos, mas não é feito com base no que prescreves ou não. Pessoalmente sei lá ao fim de um ano se prescrevi 400 caixas de Ben-U-Ron ou 100 ou 150?! Eu prescrevo as que acho melhor.
A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.


Eu também agradecia que me pagassem muita coisa, mas lá esta, não pagam. E mais uma vez digo: não falo de cor. Tenho familiares médicos e eles bem me dizem para onde vão assistir a congressos e coisas tal. Por isso não tente atirar areia para os olhos. E com isto não estou a dizer que os médicos são comprados. Sei que alguns o são. Espero que não a maioria. Ha bons e maus médicos. Mas lá está. Falou de lhe oferecerem livros. Porque haveriam eles de lhe oferecer livros? Qual o interesse deles? Ninguem dá nada a ninguem sem interesse. Isso de madres teresas de calcutá ja acabou à muito tempo. E mais. Continuo a dizer que a minha luta se é que lhe posso chamar isso, não é contra os médicos, mas já que insiste no assunto, acha que os médicos ganham pouco comparado com o nível da nossa sociedade portuguesa? Os outros tem de comprar para se actualizarem. Os dos mais bem pagos tem as coisas oferecidas. Isto das Ordens é muito PODER.
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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

por moppie85 » 23/7/2010 14:33

ilusion Escreveu:
Caro "amigo",

Primeiro tente não insultar as pessoas com "ignorancia" ou coisa que o valha. Discuta ideias se conseguir sem insultar, pois tal é um sinal de fraca inteligência.



Do dicionário de Português:

ignorante
adj. 2 gén. s. 2 gén.
adj. 2 gén. s. 2 gén.
1. Que ignora.
2. Que não tem instrução. O que não sabe bastante da sua profissão.

Que eu saiba por enquanto ser ignorante num assunto como o "amigo" é em relação ao funcionamento da Propaganda médica, em Português, ainda não é qualquer insulto. Estamos perante uma realidade - o "amigo" é ignorante sobre o tema e pensa que sabe muito.

Interessante que apenas respondeu a algo que não é qualquer insulto. Está a tentar pegar por algum lado para fingir que debate ideias e fazer-se de ofendido?


Em segundo as prendas a que se refere (blocos e canetas) bem, eu vi acontecer à minha frente trocas de outros materiais bastante diferentes do que esta a falar. Mais, inclusive deram a medicos (meus amigos) que nada tinham a ver com o produto que andavam a "vender". Por isso quem não deve saber bem do que esta a falar é o "amigo".


Interessante.
Ainda bem que o ""amigo" bem viu" - aliás, é uma expressão acusatória que aperece muito nas novelas para lançar as suspeitas sob as personagens que, normalmente, até estão inocentes. "Eu bem vi que foi o Bruno que matou a Maria!! Eu vi, eu vi, eu vi! Tive uma manhã no hospital e os os DPM e os médicos a conspirarem contra mim! Eles, os malvados! Querem viajar à minha pala! Eu vi "trocas"!

Tenha paciência.


O senhor abre um tópico referindo que "passou no hospital". (algo que deve fazer todos os dias, como é óbvio), viu primeiro toneladas de DPM (os malvados!), e que andam a fazer "trocas" de produtos que andavam nada tinha a ver com o que andavam a vender.

Interessante... 1º porque os delegados estão designados para meia dúzia de produtos e dirigem-se aos médicos que, de facto, o "podem" prescrever. Um DPM que faça publicidade à "Cerelac" não vai à cirurgia oferecer "trocas".

O que normalmente fazem quando lá vão é, como disse dar amostras de produtos, oferecer canetas, lápis, autocolantes, imans, um ou outro livro e pouco mais que isso.

Acho piada que refira essas "malditas trocas" e depois nem menciona o que foi.

Pergunto-me também, se no fim de ver os "malditos" CPM, foi falar com o seu médico sobre a visita que tanto achou mal e onde houve essas trocas, ou se fez um sorriso e ficou calado.
É mais fácil inventar nas costas, certo?



Também me ri de ter "amigos médicos".
Com certeza que por ter amigos médicos, sabe mais que eu que sou um. É o natural. Quando não se tem conhecimento tem-se sempre um "amigo" de preferência da área que diz que acontece, ou que viu, e que, comprova tudo o que vimos numa manhã (nos 10 min que normalmente esse encontro demora) no hospital. É curioso...



E mais uma vez vem com a ideia de que o DPM é um mediador. A comparação que o "amigo" fez até teria alguma lógica no caso de o médico ser o cliente final, no entanto como é facil chegar lá ele apenas é um intermediário que condiciona os seus pacientes (e muitas vezes o obriga) a escolher por determinado produto.


Caro "amigo". O DPM é aquilo que o próprio nome indica uma pessoa delegada pelo laboratório para fazer "propaganda médica". Um mediador é alguém pago pela companhia para fazer propaganda aos seus produtos e vendê-los. Tem razão nessa parte - é que o mediador vai com intenção não só de propaganda, mas também de venda, o que não é o caso do DPM.

Novamente, "amigo" (e insisto em por tal e qual o "amigo" como escreveu para o tratar da mesma forma que me tratou e não se sentir insultado por não saber português), demonstra que respondeu sem ler o que escrevi.

Quem decide o que o doente vai tomar é o médico, sim.
Não faria sentido fazer-se propaganda a quem não tem poder decisório. Por isso é que a propaganda vai aos médicos (que é quem decide o medicamento a tomar) e às farmácias (que é quem os disponibiliza - o grossista).

Da mesma forma que a "dodot" faz os seus contactos comerciais com o pingo doce (o retalhista) e com quem decide (os pais da criança). Realmente são uns abusadores! Deviam ir ter com o consumidor final, que é, de facto, o bébé!

Vou repetir outra vez para o "amigo" que não me importo nada de passar a responsabilidade da prescrição para o doente e, com ela, a responsabilidade criminal e profissional com que acarreto todas as vezes que faço uma prescrição.

Eu faço o diagnóstico e digo ao doente "agora vá escolher o melhor para si" e passo a não ser responsabilizado pelas escolhas do doente. Por mim, tudo bem.

A partir do momento em que EU sou responsável pelo medicamento que o doente toma, EU decido o que é melhor para o meu doente, tendo em conta a sua situação. Se ele não concordar, pode sempre perguntar porquê, discordar, não levantar a receita, ir a outro médico e até fazer uma queixa na Ordem.
 
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por carf2007 » 23/7/2010 14:30

moppie85 Escreveu:
Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito.


Qual a razão porque as farmaceuticas organizam congressos nas caraibas, malasia e outros destinos exotios ? Fica mais barato do que em Lisboa ou Algarve ? Lá é mais fácil passar as informações ? Os oradores são naturais de lá ?

Em 8/5/2009:

http://www.videos.iol.pt/consola.php?pr ... referer=1#

"Parece não haver limites para a imaginação da indústria farmacêutica quando se trata de seduzir os médicos portugueses. Imagine um jantar numa ilha paradisíaca em que todos os comensais se vestem de piratas. Foi mesmo assim, à pirata, o final da aventura científica de dezenas de médicos portugueses na Malásia. Uma aventura que meteu passeios de barco, praia e «shows» com danças orientais, avança a TVI.

A TVI convidou um grupo de médicos a recordar a história, mas a memória deste congresso na Malásia é um assunto delicado. Os médicos dizem que não se lembram de nada. Nem a reportagem fotográfica, em CD, que o laboratório J. Neves distribuiu como recordação aos clínicos que levou à Malásia, numa viagem de oito dias que terminou nesse tal jantar pirata, parece avivar-lhes a memória. E não consta que andem a tomar os medicamentos errados....

Congresso, praia e... pirataria

Vamos então ao programa que foi distribuído aos médicos pelo laboratório J. Neves. A comitiva, com cerca de 40 médicos, saiu de Lisboa no dia 4 de Novembro de 2008, onde de facto decorria um congresso internacional de Ginecologia.

Os médicos só chegaram ao outro lado do Mundo na madrugada do dia seguinte e foram transportados para um hotel de cinco estrelas. A tarde foi deixada livre para actividades particulares.

Ao terceiro dia, de manhã, o laboratório organizou uma visita à cidade. Após o almoço, a tarde ficou livre até ao jantar no Restaurante Saloma, após o qual todos desfrutaram de um «show» de danças típicas.

A manhã do quarto dia foi livre, mas, à tarde, novo avião, rumo a Langkawi, uma ilha a 700 quilómetros de distância do congresso. Os médicos foram alojados no Pelangi, um hotel-praia de cinco estrelas, típico dos pacotes turísticos de luxo.


O programa em Langkawi durou quatro noites e cinco dias. O dia 8 de Novembro foi inteiramente livre para actividades de carácter particular, como por exemplo uma banhoca na praia do hotel

No dia 9 regressou a acção, com um passeio em barco de recreio pela orla marítima da ilha. Foi uma boa oportunidade para conhecer praias com nomes exóticos, canseira compensada com um almoço de «barbecue».

«Médicos pagaram a própria viagem»

A administração do laboratório J. Neves recusou qualquer entrevista à TVI, mas enviou um comunicado escrito. Esse documento afirma que os médicos pagaram eles próprios a viagem à ilha de Langkawi, tendo viajado às 17h00 do dia 7 de Novembro e regressado ao meio-dia do dia seguinte.

Presume-se, pois, que os médicos tenham decidido interromper o congresso e gastar dinheiro para ir jantar com os funcionários do laboratório a 700 quilómetros de distância.

Torna-se é difícil imaginar onde arranjaram tempo para o passeio de barco documentado em fotografias.

E também não se percebe, sendo a explicação tão fácil para o laboratório, porque é que ela se revelou tão difícil para os próprios médicos. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html



Em 15/5/2009:

"Na última semana, a TVI revelou como muitos congressos médicos são afinal simples disfarce para actividades turísticas. A Ordem dos Médicos (OM) já fez queixa ao Ministério Público (MP), mas a verdade é que há mais de um ano e meio que o MP apreendeu documentação sobre o assunto, mas o processo nunca mais andou.

A TVI teve acesso a documentos que indiciam que o laboratório fazia ofertas aos médicos em vales de compras e até em dinheiro. O laboratório J. Neves respondeu por escrito, desmentindo qualquer ilegalidade.

Médicos pagos para ouvir delegados

Também na última semana, noutro caso, a Sanofi-Aventis, a segunda companhia farmacêutica que mais factura em Portugal, «comprou» visitas médicas. Não foram os delegados de informação médica a visitar os médicos, mas o contrário.

No fim, a tarefa do médico foi avaliar se esse vendedor conseguiu comprometê-lo a receitar esses remédios. A empresa declara que só contratou os médicos porque está preocupada com a formação científica dos seus profissionais.:lol:

Tudo se passou na quinta-feira, no Hotel Porto Palácio. Estava prevista a participação de 54 médicos, compareceram 50 de três especialidades: Cardiologia, Medicina Interna e Clínica-Geral. Cada um recebeu 450 euros por uma tarefa muito específica: avaliar, numa simulação de visita médica, os delegados de informação médica da multinacional farmacêutica Sanofi-Aventis.

Avaliar a capacidade dos vendedores

A TVI teve acesso ao planeamento dos encontros e à grelha de avaliação com que os médicos classificaram os funcionários da Aventis. Os prescritores, entre outras coisas, avaliaram a capacidade dos vendedores para obterem um compromisso deles, no sentido de receitarem medicamentos da empresa, como o Plavix, primeiro medicamento do ranking de vendas português, que facturou 70 milhões de euros no ano passado e o Relmus e Triapin, que facturaram cerca de 4 milhões cada um. O Estado investiu nestes produtos 47 milhões de euros e os doentes 31 milhões em pagamentos directos na farmácia.

A Indústria farmacêutica treina os delegados para obterem compromissos de prescrição. É na busca desses compromissos que normalmente os delegados oferecem a médicos o patrocínio para congressos, viagens turísticas disfarçadas de congressos e outras ofertas, umas legais, outras na fronteira da legalidade e outras ainda manifestamente corruptas, como a oferta de dinheiro vivo.


Sem promessas...

Neste caso, a TVI pode assegurar que os delegados da Sanofi-Aventis não prometeram rigorosamente nada aos médicos, nem o pagamento de 450 euros foi objecto das conversas. Estava era previsto que os delegados recebessem uma lista com a identificação dos médicos participantes, útil para eles em visitas médicas futuras, mas tal também não aconteceu durante a semana.

A empresa não disponibilizou ninguém para uma entrevista, mas enviou um comunicado, informado que «a sanofi-aventis iniciou há quatro meses um programa de formação dos seus delegados com o objectivo de fornecer a melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos que comercializa».

Para isso, contratou uma empresa de formação, chamada Chetochine, e foi esta a solicitar «o apoio de médicos como garantia de qualidade da transmissão da melhor informação sobre a correcta utilização dos medicamentos».

A legislação portuguesa proíbe a indústria farmacêutica de oferecer dinheiro a médicos, mas abre a porta ao pagamento de honorários pela participação activa deles em acções de formação ou promoção de medicamentos, desde que isso não implique contrapartidas nas receitas. A Sanofi-Aventis mostra-se segura da legalidade desta visitas médicas invertidas e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde decidiu investigar o assunto, para tirar a limpo se os médicos violaram ou não alguma das suas obrigações para com o Estado. "


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/medic ... -4071.html
Editado pela última vez por carf2007 em 23/7/2010 14:36, num total de 1 vez.
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por moppie85 » 23/7/2010 13:56

AlphaDraconisEP Escreveu:Posso acreditar que tu não recebas mas como no inicio deste post, existem bons e maus profissionais e apesar de nunca ter sido provado em tribunal, pergunto, será que nunca um colega teu ganhou viagem/prendas mais chorudas???
Respondo como tu fizeste a minha primeira afirmação...., só se for a unica classe que não aceita.

Acho que tu é que não te estás a dar com os DPM certos


Prémios / Prendas há sempre.

Um dos últimos livros que recebi custa € 156,00 (c /IVA € 165,36) - já agora fica o nome "Harrison - Principles of Internal Medicine." (aliás, foi a coisa mais cara que recebi até hoje).

Se agradeci? Sim. Poupei 150€ que iria gastar, o que é bastante bom.
Se não é uma benesse (que aliás não estava à espera)? É.
Se vou mudar as minhas prescrições por causa do livro? Não vou.

Quanto às viagens (e não falo pelo antigamente, pq não sou desse tempo), é um mito. Como já disse, há interacção com os laboratórios nesses casos, mas não é feito com base no que prescreves ou não. Pessoalmente sei lá ao fim de um ano se prescrevi 400 caixas de Ben-U-Ron ou 100 ou 150?! Eu prescrevo as que acho melhor.
A intervenção das farmaceuticas não funciona assim. Não chegam ao pé de ti e dizem: "passa isto e ofereço-te uma viagem!". Já disse como funciona: podem organizar congressos, pagar a médicos que vão lá FALAR (apenas oradores), etc. Mas normalmente tem de ser o médico a pedir ao Serviço apoio (se interessar ao serviço que ele lá vá e houver verba), e ir procurar junto das farmaceuticas apoios, o que, como disse atrás NÃO IMPLICA que saibam o que este prescreveu ou não. Aliás, os dados que eles têm acesso é por região e não têm os dados individuais de prescrição de cada médico.
 
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por ilusion » 23/7/2010 13:13

carf2007 Escreveu:DPM = VENDEDOR.

Os médicos não deviam ser interrompidos por vendedores, no horário das consultas.

Poderia haver uma publicação para substituir os DPM, talvez mensal ou semanal por parte do Infarmed ou outra instituição do genero, sobre os novos lançamentos das farmaceuticas, ou uma publicação de cada farmaceutica, que seria distribuida aos médicos.

Quem se lixa é o paciente. O médico receita o medicamente que lhe vai dar a melhor viagem, depois a farmácia avia o que lhe dá mais lucro. :lol:


Para além de considerar as tuas análises na bolsa uteis concordo perfeitamente contigo. O problema para tal situação não existir é porque assim os médicos não eram tao "apaparicados" com mimos e prendas. Sabes como é? Ganham pouco. E já agora por falar em médicos. Sugiro a leitura deste blog de um atleta de judo que faleceu hoje e da extrema "sensibilidade" médica. Outra coisa engraçada é como é que tão poucos médicos (se é que há algum) a ser castigado por má práticas. Mas isso foge ao tópico.
http://ipponforlife-tiagoalves.blogspot.com/
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por carf2007 » 23/7/2010 12:38

DPM = VENDEDOR.

Os médicos não deviam ser interrompidos por vendedores, no horário das consultas.

Poderia haver uma publicação para substituir os DPM, talvez mensal ou semanal por parte do Infarmed ou outra instituição do genero, sobre os novos lançamentos das farmaceuticas, ou uma publicação de cada farmaceutica, que seria distribuida aos médicos.

Quem se lixa é o paciente. O médico receita o medicamente que lhe vai dar a melhor viagem, depois a farmácia avia o que lhe dá mais lucro. :lol:
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por ilusion » 23/7/2010 12:12

lmmj Escreveu:Há que relevar que muitos comentários aqui passaram de um exemplo para uma generalização. É óbvio que a corrupção em Portugal é transversal a várias profissões pois não é algo de profissão mas sim algo da nossa cultura portuguesa e ninguém escapa nem médicos, mas generalizar a partir de uma amostra é sempre perverso.
Só para escalarecer que actualmente já há ferramentas informáticas nos hospitais que permitem fazer a prescrição electrónica por genérico e que esta até está pré-definida e com preços, eu muitas digo os preços aos meus doentes.
É óbvio que aparecendo um DPM na consulta não é correcto ter uma atitude tipo "vai-te embora" pois o respeito para com o ser humano e com outras profissões é algo que deve ser mantido. Agora é óbvio que não paro consultas para receber e geralmente relembro-lhes que os doentes são sempre prioritários. Ouço sempre todos os DPM sempre que posso ou se não posso digo imediatamente que não dá. Raramente mudo a minha atitude de prescrição após a vinda deles. Quanto aos brindes, tenho recebido esferográficas e panfletos dos medicamentos, panfletos esses que por respeito nunca deito fora à frente deles e esferográficas que muitas das vezes passam para os auxiliares e secretário de serviço.


Ninguem os está a mandar embora. Não deviam era sequer permitir que eles lá fossem. Se querem receber informações acerca de um produto (o que acho sinceramente um absurdo) ate porque como já referi anteriormente na grande maioria dos casos esses DPM não possuem qualquer formação ao nível de saúde, seja eles de medicina, farmacia, etc etc e ainda porque eles apenas estao a vender a imagem que a farmaceutica quer que eles vendam.
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Re: Off topic - Delegados de Propaganda Médica (DPM)

por ilusion » 23/7/2010 12:06

moppie85 Escreveu:
ilusion Escreveu:Hoje numa ida ao hospital fiquei "parvinho" quando reparei enquanto estava a espera de ser atendido numa consulta, a quantidade enorme de delegados de propaganda médica que "acariciavam" os SRS DOUTORES, e sim com letra maiuscula porque eles gostam de ser apaparicados, com produtos novos, prendas, etc... É incrivel o tempo "perdido" por esses médicos a "atender" esses DPM.
As minhas questões são as seguintes:
Porque raio existem esses DMP?
Que benificio trazem aos doente?
Que ganham eles em troca?

Eu tenho a minha opinião pessoal até porque um amigo meu é um desses DPM, tenho familiares ligados às farmácias, mas gostaria de confrontar com outras opiniões...


Vou começar a dissecar os posts do inicio, sei que é um trabalho ingrato, mas lá tem de ser:

ilusion Escreveu:Hoje numa ida ao hospital fiquei "parvinho" quando reparei enquanto estava a espera de ser atendido numa consulta, a quantidade enorme de delegados de propaganda médica que "acariciavam" os SRS DOUTORES


1º No hospital? Devia ter ido ao centro de saúde que é onde eles mais andam.

2º Ficou surpreso por um acontecimento com que se deparou num dia. É mais que natural que cada Serviço escolha um dia para a recepção de DPM. Muitas vezes até, esses serviços têm uma reunião semanal em que um colega ou um DPM faz a apresentação de um estudo e de um produto (que normalmente o nome não nos interessa para nada a não ser que seja um medicamento sob patente).

É incrivel o tempo "perdido" por esses médicos a "atender" esses DPM.


É... novamente a ignorância a falar.
Não é pelas 2h (a que aliás, os médicos têm direito) que percam por semana, que o trabalho no hospital vai sair prejudicado. Aliás, se há sitio onde o trabalho não sai prejudicado é no hospital, visto que nenhum médico se vai embora sem ter o seu trabalho cumprido, nem que tenha de ficar mais 2, 3, 4h do que o que é pago (sim, pq essas horas extraordiárias em caso de ficar mais tempo não são pagas).



Porque raio existem esses DMP?



Para que raio serve um mediador de seguros? Para que serve um "distribuidor" de publicidade? Para que serve uma revista com publicidade? Para que serve um intervalo na TV?

Os DPM existem essencialmente com a função de publicitar. Os laboratórios não são burros e têm tudo estudado.

1º) É sabido que as pessoas têm maior abertura e escutam melhor uma pessoa do que um "papel". E é por isso que os laboratórios contratam os DPM. Se o papel fosse mais eficaz e compensasse mais que o DPM, não existia DPMs. Da mesma forma uma seguradora sabe que é mais provavel conseguir mais lucro ao contratar um mediador de seguros e pagar-lhe o ordenado que mandar publicidade para a casa das pessoas.

2º) As "prendas" (que normalmente não ultrapassam a caneta e os blocos de folhas de HTA). É sabido que se eu lhe der uma coisa, por mais insignificante que seja, a pessoa (e isto tb está mais que estudado), tem a tendência para tentar compensar pelo que recebeu. É por isso que essas "prendas" são dadas. Os laboratório não decidem que dão estas prendas do nada.

Que benificio trazem aos doente? Que ganham eles em troca?


Como em tudo, depende do DPM e do Médico.

Se te forem vender um seguro e dizerem que é mto bom, tu olhas e contratas logo sem dar uma vista de olhos às letrinhas pequeninas, provavelmente sais prejudicado.
Se ouvires os outros mediadores e no fim deres uma vista de olhos, tens uma maior probabilidade de hipóteses de escolher o melhor produto.

Da mesma forma se o médico acreditar no que o DPM diz e não tiver uma visão crítica, provavelmente o ganho para o doente é menor do que se o médico "estudar" e dissecar o que lhe é dito.



Caro "amigo",

Primeiro tente não insultar as pessoas com "ignorancia" ou coisa que o valha. Discuta ideias se conseguir sem insultar, pois tal é um sinal de fraca inteligência.

Em segundo as prendas a que se refere (blocos e canetas) bem, eu vi acontecer à minha frente trocas de outros materiais bastante diferentes do que esta a falar. Mais, inclusive deram a medicos (meus amigos) que nada tinham a ver com o produto que andavam a "vender". Por isso quem não deve saber bem do que esta a falar é o "amigo".
E mais uma vez vem com a ideia de que o DPM é um mediador. A comparação que o "amigo" fez até teria alguma lógica no caso de o médico ser o cliente final, no entanto como é facil chegar lá ele apenas é um intermediário que condiciona os seus pacientes (e muitas vezes o obriga) a escolher por determinado produto.
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