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Caldeirão da Bolsa

ADSE - o sorvedouro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por _urbanista_ » 27/5/2010 1:07

Um dos factores que fez aumentar a despesa foi o aumento da eficiência do SNS. Mais hospitais, mais técnicos, mais meios de diagnostico (caros) ...O tempo de espera reduziu radicalmente logo mais pessoas recorrem ao SNS, etc etc
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por moppie85 » 27/5/2010 1:01

mais_um Escreveu:ainda sobre o sistema de saude de Singapura:

Singapore's health financing system combines universal medical savings accounts with supplementary programs to protect the poor and address potential market failures in health financing. The results have been impressive, with low costs, excellent health outcomes, and full consumer choice of providers and quality of care.

http://rru.worldbank.org/documents/publ ... 050803.pdf



Vê também o holandês que também é dado como um sistema mto bom.
 
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por moppie85 » 27/5/2010 0:51

Elias Escreveu:
moppie85 Escreveu:evoluiu da mesma forma?


Sim.

moppie85 Escreveu:toda a população tem acesso ao SNS.


Já era assim em 1995. Não mudou.

moppie85 Escreveu:apenas um subgrupo tem acesso a ambos os sistemas, sendo contabilizados EM AMBOS.


moppie85 Escreveu:quem tem ADSE usa maioritariamente este sistema de saúde em deterimento do SNS, não deixando no entanto de ser divisor (para atingires os valores per capita) no SNS; além do mais não estão contabilizados os descontos feitos pelos FP para a ADSE pelos trabalhadores do estado - apenas a despesa - logo não estou a entender o que queres dizer que é uma comparação legitima...


os critérios de contabilização não mudaram.
O número de beneficiários da ADSE aumentou cerca de 5% entre 1995 e 2008.
O número de beneficiários do SNS (= população portuguesa) aumentou cerca de 5% no mesmo período.Se a base aumentou em igual proporção, e se todos os outros pressupostos se mantiveram inalterados, seria legítimo esperar que os custos por beneficiário evoluíssem da mesma forma... ou não?


Desse ponto de vista, sim - os gastos aumentaram maiores de forma percentual, o que não siginifica que os custos sejam superiores aos do SNS.

Não te podes esquecer de saber qual a comparticipação dos FPs para o bolo (1,5% do ordenado bruto) que não é contabilizado nas despesas - o saldo entre o que é descontado para a ADSE e a despesa efectuada é que é realmente o "gasto" total (uma vez que os FPs contribuem quer para a ADSE quer para o SNS).

Depois, estamos a falar de coisas diferentes - eu refiro-me à diferença de gastos dos 2 sistemas e tu referes-te à variação percentual do valor gasto.

Imagina que tens 10 milhoes de portugueses, 2milhões dos quais são beneficiários de ADSE.

Por simplificação, vamos "fingir" que esses 2 milhões nunca usam o SNS.

Logo, na realidade, tens 8milhões a recorrer ao SNS exclusivamente e 2milhões a recorrer ao ADSE (e nota que não estamos a contar com os 1,5% de desconto de ordenado).

Assim, se cada um gastar na realidade 1000euro, terás:

Para a ADSE:

Gasto per capita: 1000€

Para o SNS:

Gasto per capita: 800€ (pq colocas a totalidade da população).


Penso que a comparação mais legitima, seria, se se conseguisse, ver qual dos sistemas gasta de facto mais dinheiro ao estado, tendo em conta estas "diferenças".
 
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por mais_um » 27/5/2010 0:37

ainda sobre o sistema de saude de Singapura:

Singapore's health financing system combines universal medical savings accounts with supplementary programs to protect the poor and address potential market failures in health financing. The results have been impressive, with low costs, excellent health outcomes, and full consumer choice of providers and quality of care.

http://rru.worldbank.org/documents/publ ... 050803.pdf

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por moppie85 » 27/5/2010 0:35

mais_um Escreveu:
moppie85 Escreveu:Mais_um,

Estive a ler o estudo (não ao pormenor), mas não lhe dou importancia.

Dou mais importancia à evolução das mortalidades/morbilidades que como poderás ver através dos dados da OMS estamos muito bem.

Deixo-te o link para a base de dados, no caso de quereres brincar um pouco: http://www.euro.who.int/en/what-we-do/d ... ne-version


sim, o estudo aponta 3 aspectos positivos, um é o que tu referiste, outro é o transplante de rins e o 3º é que 4 milhões de pessoas podem marcar consultas pela internet... :mrgreen: :mrgreen:


lol
acho mais importante os medicos do centro de saúde poderem referenciar os doentes directamente para os hospitais, como agora já acontece.

Quanto a indicadores de saúde, penso que o indicador importante é, e sempre será, a mortalidade e a morbilidade.

É melhor um sistema "mais rápido" com mortalidades maiores ou mais lento com mortalidades menores?


PS: além disso são comparados sistemas completamente diferentes. P.e. o sistema de saúde holandês é baseado num sistema semi-privado, sendo que todos os beneficiários pagam por ano, obrigatoriamente, 1600€ para um seguro de saúde.
 
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por Elias » 27/5/2010 0:34

moppie85 Escreveu:evoluiu da mesma forma?


Sim.

moppie85 Escreveu:toda a população tem acesso ao SNS.


Já era assim em 1995. Não mudou.

moppie85 Escreveu:apenas um subgrupo tem acesso a ambos os sistemas, sendo contabilizados EM AMBOS.


Já era assim em 1995. Não mudou.

moppie85 Escreveu:quem tem ADSE usa maioritariamente este sistema de saúde em deterimento do SNS, não deixando no entanto de ser divisor (para atingires os valores per capita) no SNS; além do mais não estão contabilizados os descontos feitos pelos FP para a ADSE pelos trabalhadores do estado - apenas a despesa - logo não estou a entender o que queres dizer que é uma comparação legitima...


os critérios de contabilização não mudaram.
O número de beneficiários da ADSE aumentou cerca de 5% entre 1995 e 2008.
O número de beneficiários do SNS (= população portuguesa) aumentou cerca de 5% no mesmo período.Se a base aumentou em igual proporção, e se todos os outros pressupostos se mantiveram inalterados, seria legítimo esperar que os custos por beneficiário evoluíssem da mesma forma... ou não?
Editado pela última vez por Elias em 27/5/2010 0:37, num total de 1 vez.
 
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por MarcoAntonio » 27/5/2010 0:32

mais_um Escreveu:Quase todos estão à frente dos EUA. :mrgreen: :mrgreen:


Pois, lá isso é verdade. A referência não foi lá muito feliz. Mas se bem me lembro também estava à frente do Reino Unido e outros países europeus, foi um estudo que passou aqui pelo forum e era mais recente que o do WHO...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por mais_um » 27/5/2010 0:29

moppie85 Escreveu:Mais_um,

Estive a ler o estudo (não ao pormenor), mas não lhe dou importancia.

Dou mais importancia à evolução das mortalidades/morbilidades que como poderás ver através dos dados da OMS estamos muito bem.

Deixo-te o link para a base de dados, no caso de quereres brincar um pouco: http://www.euro.who.int/en/what-we-do/d ... ne-version


sim, o estudo aponta 3 aspectos positivos, um é o que tu referiste, outro é o transplante de rins e o 3º é que 4 milhões de pessoas podem marcar consultas pela internet... :mrgreen: :mrgreen:
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por moppie85 » 27/5/2010 0:29

Elias Escreveu:
moppie85 Escreveu:Todos pertencem ao SNS, incluindo os beneficiáros de ADSE, pelo que embora seja evidente o aumento de ambos, não penso ser licito fazer essa comparação directa.


A comparação é legítima na medida em que a base populacional evoluiu na mesma dimensão em ambos os universos.

E também é de referir que o envelhecimento populacional não afectou só os beneficiários da ADSE, mas sim toda a população.


ermm

evoluiu da mesma forma?
toda a população tem acesso ao SNS.
apenas um subgrupo tem acesso a ambos os sistemas, sendo contabilizados EM AMBOS.

quem tem ADSE usa maioritariamente este sistema de saúde em deterimento do SNS, não deixando no entanto de ser divisor (para atingires os valores per capita) no SNS; além do mais não estão contabilizados os descontos feitos pelos FP para a ADSE pelos trabalhadores do estado - apenas a despesa - logo não estou a entender o que queres dizer que é uma comparação legitima...
 
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por mais_um » 27/5/2010 0:28

MarcoAntonio Escreveu:Tenho algumas reservas em me basear num único estudo. Estes estudos são bastante subjectivos e estão muito dependentes dos critérios considerados e respectivos pesos atribuidos...

Sim, tens razão, também penso da mesma forma,

MarcoAntonio Escreveu:tenho a vaga memória de um outro com um ou dois anos que também colocava Portugal bastante bem (recordo-me que aparecia à frente dos Estados Unidos).


Quase todos estão à frente dos EUA. :mrgreen: :mrgreen:
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por moppie85 » 27/5/2010 0:24

Mais_um,

Estive a ler o estudo (não ao pormenor), mas não lhe dou importancia.

Dou mais importancia à evolução das mortalidades/morbilidades que como poderás ver através dos dados da OMS estamos muito bem.

Deixo-te o link para a base de dados, no caso de quereres brincar um pouco: http://www.euro.who.int/en/what-we-do/d ... ne-version
 
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por MarcoAntonio » 27/5/2010 0:21

Elias Escreveu:O gráfico não permite concluir grande coisa sobre esse assunto, pois apenas tem números sobre a população activa. Acontece que tanto a ADSE como o SNS abrangem a totalidade da população...


O que eu estou a dizer é que a faixa dos 50+ anos passa dos ~21% para os 27/28% em menos de uma década. Inclusivamente pasade uma percentagem inferior à da população activa para superior.

Presumo que em 2008~2010 já deverá andar perto dos 30% ...
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Re: ADSE - o sorvedouro

por mais_um » 27/5/2010 0:21

MAV8 Escreveu:
Bem ou mal os cuidados de saúde aumentam e isso é marcante num sistema como a ADSE.


Não só na ADSE como nos restantes sistemas, SNS, seguradoras, etc.. Não só cá em Portugal como no restante mundo desenvolvido. Na saude ninguém discute preço....

Li em tempos que o sistema de Singapura tem conseguido ter custos substancialmente inferiores aos dos restantes paises devido à forma original que tem. Basicamente cada cidadão tem uma conta corrente, o dinheiro que não gastar passa para a conta corrente dos filhos, está bem explicado em:

http://www.ncpa.org/pub/st203?pg=5
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por Elias » 27/5/2010 0:17

MarcoAntonio Escreveu:Mas não da mesma forma. Repara no meu post que tem o gráfico anexo...


O gráfico não permite concluir grande coisa sobre esse assunto, pois apenas tem números sobre a população activa. Acontece que tanto a ADSE como o SNS abrangem a totalidade da população...
 
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por MarcoAntonio » 27/5/2010 0:14

Elias Escreveu:E também é de referir que o envelhecimento populacional não afectou só os beneficiários da ADSE, mas sim toda a população.


Mas não da mesma forma. Repara no meu post que tem o gráfico anexo...
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por Elias » 27/5/2010 0:13

moppie85 Escreveu:Todos pertencem ao SNS, incluindo os beneficiáros de ADSE, pelo que embora seja evidente o aumento de ambos, não penso ser licito fazer essa comparação directa.


A comparação é legítima na medida em que a base populacional evoluiu na mesma dimensão em ambos os universos.

E também é de referir que o envelhecimento populacional não afectou só os beneficiários da ADSE, mas sim toda a população.
 
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por moppie85 » 27/5/2010 0:07

Elias Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Eu prefiro 50x ver Portugal bem colocado no ranking dos sistemas de saude a vê-lo bem colocado no ranking de telemóveis ou veículos per capita.


De acordo, mas não deixa de ser gritante a disparidade entre ADSE e SNS no que à evolução do custo médio por beneficiário diz respeito...


Todos pertencem ao SNS, incluindo os beneficiáros de ADSE, pelo que embora seja evidente o aumento de ambos, não penso ser licito fazer essa comparação directa.
 
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por MarcoAntonio » 27/5/2010 0:04

mais_um Escreveu:Humm...infelizmente parece-me que é mais facil veres um porco a andar de bicicleta do que veres portugal ao mesmo nivel na saude do que está em telemoveis.....


Tenho algumas reservas em me basear num único estudo. Estes estudos são bastante subjectivos e estão muito dependentes dos critérios considerados e respectivos pesos atribuidos...

O WHO por exemplo em 2000 colocava Portugal mt bem classificado (é certo que o Estudo já tem uns anos valentes) e tenho a vaga memória de um outro com um ou dois anos que também colocava Portugal bastante bem (recordo-me que aparecia à frente dos Estados Unidos).


Ver por exemplo aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Healthcare_in_Europe

Se encontrar o outro a que fiz referência coloco também...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: ADSE - o sorvedouro

por MAV8 » 26/5/2010 23:59

Elias Escreveu:Tenho andado de roda dos dados da PORDATA e de facto aparecem coisas interessantes. Há pouco encontrei este quadro chamado ADSE: despesa por beneficiário. Suponho que se trate de valores anuais, ou seja, quanto custa ao Estado, por ano, manter um beneficiário.

Confesso que fiquei chocado com estes valores. Não por causa da ordem de grandeza, mas sim porque na maioria dos anos o aumento da despesa média em valor percentual anda pelos dois dígitos e nalguns casos passa os 20%. Por exemplo, em 2002 aumentou 27%! É verdade que em 2003 reduziu bastante, mas a partir de 2004 os aumentos anuais (em percentagem) foram de 19%, 20%, 10%, -0.4% e 3,9%.

Olhando para o final do milénio anterior, verifica-se que o problema dos aumentos gordos da despesa já vinha de trás, basta ver que em 1998 o aumento foi de 25% e em 2001 foi de 14,5%. Na prática, em apenas 13 anos (1995 a 2008) a despesa média por beneficiário triplicou.

Não percebo como foi possível chegar aqui e, mais grave, apesar as medidas de austeridade e do abrandamento registado 2005, a verdade é que o valor médio continua a aumentar.

Alguém encontra explicações para estes aumentos brutais?


A meu ver basta procurar os preços das consultas médicas de 13 anos atrás com as de hoje para se retirarem algumas conclusões sobre esta despesa.

Exemplificando: não me lembro de pagar 15 contos por uma consulta na altura do escudo mas hoje é banal a mesma chegar aos 100 euros (especialistas) ou 70,00 - 80,00 clinica geral. A inflação na medicina foi muito superior à media dos restantes serviços.

Também as análises e exames pedidas pelos médicos aumentaram grandemente quer em número quer em preço.

Por último, os médicos são neste momento os melhores comerciais do país, vendem medicamentos, análises, exames, consultas a colegas (vai ter de ir ao especialista tal...), cirurgias entre outras coisas... no fundo passaram a ser uma área de negócio como todas as outras, o marketing chegou lá e aumentou de uma forma multiplicadora as "necessidades".

Aliás o marketing é isso mesmo, criar necessidades que antes não existiam.

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por mais_um » 26/5/2010 23:57

MarcoAntonio Escreveu:Eu prefiro 50x ver Portugal bem colocado no ranking dos sistemas de saude a vê-lo bem colocado no ranking de telemóveis ou veículos per capita.


Humm...infelizmente parece-me que é mais facil veres um porco a andar de bicicleta do que veres portugal ao mesmo nivel na saude do que está em telemoveis.....

Sistema de saúde português é dos piores
Estudo divulgado em Bruxelas aponta tempos de espera elevados
2009-09-29
célia marques azevedo, Correspondente em Bruxelas
O sistema de saúde português está entre os piores da Europa. Tempos de espera elevados e falta de acesso rápido ao médico de família atiram Portugal para o 25.º lugar entre 33 países europeus. O melhor exemplo é a Holanda.

O mais recente índice europeu do consumidor e dos cuidados de saúde elaborado pelo "Health Consumer Powerhouse", com o apoio da Comissão Europeia, mostra que Portugal não foi além dos 574 pontos em mil possíveis, o que o coloca na 25.ª posição, atrás de países como a Macedónia, a Croácia ou a Espanha.

O estudo foi feito a partir de 38 indicadores de qualidade, nos quais os países podem obter bom, médio ou insuficiente, distribuídos por seis categorias: os direitos dos pacientes e a informação, e-Saúde, o tempo de espera por tratamento, os resultados do tratamento, a variedade e alcance dos serviços prestados e o acesso à medicação.

No que se refere aos tempos de espera, Portugal é o único país que não cumpre a meta europeia de menos de sete dias para aceder ao especialista de um determinado tratamento, necessitando em média de até duas semanas para o concretizar. Portugal tem ainda má nota no acesso ao médico de família no próprio dia e nas cirurgias programadas que demoram mais de três meses, bem como no acesso a novos medicamentos para as doenças oncológicas. A nota é média no que respeita à comparticipação do Estado no valor dos medicamentos.

Portugal colhe boa classificação no que respeita a redução da taxa de mortalidade infantil e o número de transplantes de rins por milhão de habitantes. Noutro indicador, Portugal aparece bem classificado pelo facto de "quatro milhões de pessoas na região de Lisboa" poderem marcar consultas via Internet.

De resto, "há um contínuo declínio" no sistema de saúde português, bem como no espanhol e no grego, nota a organização que elaborou o estudo.

No topo da tabela aparece a Holanda, seguida da Dinamarca e da Islândia. Os três países colhem as melhores classificações, e no caso dos dois primeiros são lugares que repetem, já que no ano passado tinham obtido a mesma apreciação. A Holanda só está menos bem no que respeita aos tempos de espera por algumas consultas, terapias e cirurgias, mas não chegando a obter má nota em qualquer dos critérios. No extremo oposto estão a Bulgária, a Roménia e a Letónia.

O estudo divulgado ontem em Bruxelas abrangeu 33 países: 27 da União Europeia, a Suíça, a Islândia, a Noruega, a Croácia, a Macedónia e a Albânia.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... id=1375288



Estudo completo em:

http://www.healthpowerhouse.com/files/2 ... report.pdf
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por MarcoAntonio » 26/5/2010 23:56

LOL, só vi que tinhas postado o gráfico depois de colocar o meu...
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por MarcoAntonio » 26/5/2010 23:54

Tks, mais_um.

Confirma-se o envelhecimento e deixo ali em destaque um dado que nesta matéria me parece mt importante (pois é uma faixa etária crítica em termos de cuidados de saúde): o aumento significativo dos individuos de 50 anos ou mais (quem em 1996 eram taxa inferior à população activa e inverteram).

Esta tendência por certo que se prolonga por 2006, 2007, 2008...
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por Elias » 26/5/2010 23:50

MarcoAntonio Escreveu:Eu prefiro 50x ver Portugal bem colocado no ranking dos sistemas de saude a vê-lo bem colocado no ranking de telemóveis ou veículos per capita.


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por Elias » 26/5/2010 23:47

Aqui está. De 1996 a 2005 houve um aumento da idade média (mas aumentou a % de homens novos, ao passo que a % de mulheres mais novas caiu).
Anexos
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idades fp.PNG (56.3 KiB) Visualizado 2950 vezes
 
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por MarcoAntonio » 26/5/2010 23:45

Elias Escreveu:Não digo o contrário.

Nem sequer estou a sugerir que o aumento do custo dos exames (por via das tecnologias mais modernas) seja uma coisa má.

Mas é bom que vamos tendo noção de quais os custos (de entre todos os que compõem a despesa pública) que têm vindo a subir mais.


Entendo. Mas não creio que seja prioritário na realidade. Repara, ali está em causa cerca de mil milhões de euros: mesmo que cortes as despesas a metade, poupas 500 milhões de euros num ano.

Quase o triplo disso é o diferencial entre importações e exportações num só mês!

Mesmo a nível orçamental, eu se calhar preferia ir ver como reavaliar/remodelar o RSI e poupar esses 500 mil euros ao mesmo tempo que promoves mais trabalho/produção...

Repara inclusivamente que menores gastos com a saúde até terão precisamente o efeito inverso.


Não digo que não seja necessário fazer nada nesse sector. Apenas não considero tão prioritário quanto outros tendem a considerar: é uma questão de montantes e de efeitos directos e indirectos. Parece-me que temos problemas mais graves (como digo, até falho em ver aí um problema verdadeiramente grave dado que - desde que os gastos estejam em linha com melhores cuidados de saúde - essa despesa tem efeitos positivos que vão contrabalançar.

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