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Caldeirão da Bolsa

Memórias de um Portugal Respeitado

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 25/5/2010 22:54

mcarvalho Escreveu:Caro Marco

nunca resolverás nada se não acreditares que é possível e estiveres preparado para isso..


Nunca resolverás nada aludindo a excepções e sem enfrentar os verdadeiros problemas e que são dominantes na Economia e Sociedade portuguesa.

Passar muito tempo a falar de supostas boas excepções sem sequer ter uma atitude crítica sobre o facto dessas excepções serem (sempre) boas não só é um exercício alienante como faz parte de um processo de negação.

Aliás, é curioso que no espaço de umas duas horas é o segundo tópico que por vias diversas tenta dizer que não estamos assim tão mal...

O problema é quando se tenta analisar melhor o que é dito ou se apresentam números globais!


mcarvalho Escreveu:Tens de ter exemplos e valores que te orientem..positivamente,,,


Mais? Tenho sido dos participantes mais activos em muitos tópicos recentes sobre a situação que Portugal atravessa e tenho dado a minha opinião em muitas matérias.

Também tenho notado, nesses debates, a enorme resistência a qualquer tipo de mudança...


mcarvalho Escreveu:vamos esquecer a caca dos políticos e politiqueiros
e fazer renascer a esperança na sociedade civil..


Dou de barato que não tens lido com atenção o que eu tenho escrito. É minha clara e explícita opinião de que o problema não são apenas os políticos e politiqueiros mas todos os portugueses como um todo e que esse discurso de atirar a fava para os políticos é parte do problema.

Em Portugal ninguém tem culpa de nada, é sempre dos outros: para os cidadãos é dos políticos, para os empregados é do patrão, para o patrão é dos empregados, para os privados é da função pública, para a função pública é dos privados. A culpa é dos professores, dos polícias... e imagine-se até pouco dos ladrões (como se viu num tópico recente)!


mcarvalho Escreveu:se assim não for .. os nossos filhos não têm futuro


Eu não tenho preocupações apocalípticas. É uma perda de tempo...

O que me preocupa é que tipo de futuro vão ter e por isso é que me preocupo em remar no sentido da resolução dos problemas e perder pouco tempo a mencionar excepções, que por vezes até de boas têm pouco!


mcarvalho Escreveu:se calhar era esse o objectivo dos crápulas e vigaristas que levaram país a este estado


Eu penso que é exagerado chamar crápula e vigarista ao português em geral. Mas tem falhas que convém que reveja urgentemente sem dúvida...

Esse exercício de revisão e auto-crítica é para todos, que atirar a fava para terceiros e desresponsabilizar-se de tudo é um desporto que em Portugal só tem um competidor: o Futebol.

Já deve ter raízes na lenda do D. Sebastião!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por carf2007 » 25/5/2010 22:36

MarcoAntonio Escreveu:
latrinaxxl Escreveu:penso que a iniciativa era colocar coisas positivas e não criticas e pessimismo :?


Acredito que sim...

Mas nem todos temos a mesma opinião sobre o exercício mais útil para este momento que atravessamos!

Aliás, este exercício de nos pormos a adorar o que supostamente fazemos bem não é novo (nem aqui no forum nem em termos genéricos). E eu entendo que é do que menos precisamos neste momento, só serve para distrair, para distorcer a nossa visão sobre nós próprios e para atrasar a resolução de problemas estruturais e culturais do país...

Tanto mais que a positividade de determinadas coisas apresentadas como positivas é discutível!



Se tivessem 2 filhos, um engenheiro a trabalhar e viver bem, o outro abandonou os estudos ainda no liceu e anda metido na droga. Como pais a vossa atenção ia para ajudar o eng. a obter um mestrado ou recuperar o drogado ???

Para a maioria penso que a resposta será óbvia, em relação ao país passa-se o mesmo, temos que dar prioridade a corrigir o que está mal.
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por mcarvalho » 25/5/2010 22:35

Caro Marco

nunca resolverás nada se não acreditares que é possível e estiveres preparado para isso..

Tens de ter exemplos e valores que te orientem..positivamente,,,

vamos esquecer a caca dos políticos e politiqueiros
e fazer renascer a esperança na sociedade civil..

se assim não for .. os nossos filhos não têm futuro

se calhar era esse o objectivo dos crápulas e vigaristas que levaram país a este estado

Relê por favor o primeiro testemunho e que seja um guia

abraço

mcarvalho


http://www.youtube.com/watch?v=aoAYrg-An0c
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por carf2007 » 25/5/2010 22:30

Portugal situa-se no nível intermédio do Índice Europeu do Consumidor dos Serviços de Saúde;

É o melhor da Europa na área da e-saúde

Bruxelas, 29 de Setembro, 2009

Portugal melhora a sua posição no que se refere à orientação dos doentes entre os
sistemas de saúde europeus no Euro Health Consumer Index (Índice Europeu do
Consumidor dos Serviços de Saúde – EHCI) para o ano 2009, divulgado hoje em
Bruxelas. O EHCI 2009, um inquérito anual aos cuidados de saúde europeus, classificou
Portugal em 21º lugar de entre um total de 33 países, com 632 pontos. A Holanda
ganha o primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo totalizando 875 pontos, seguida
da Dinamarca (819), da recém-chegada Islândia (811) e da Áustria (795).

Em seis categorias, que abrangem 38 indicadores de desempenho, Portugal obteve 632 pontos,
num total possível de 1000. Em termos gerais, Portugal apresenta um desempenho fraco no
Acesso e nos Tempos de Espera, mas um desempenho muito bom quanto à introdução de
ferramentas de suporte electrónico, como sejam a marcação de consultas online e a informação
clínica aos doentes, em que Portugal, de facto, atinge a pontuação mais elevada da Europa.
Portugal está bem classificado quanto à mortalidade infantil e ao número de transplantes renais.

“Desde o início do estudo comparativo, em 2006, Portugal tem sido afectado por problemas no
acesso e tempos de espera aos cuidados de saúde”, afirma o Arne Björnberg, Director do EHCI.
“Todavia, é fascinante observar que Portugal tem sido capaz de ultrapassar os países mais ricos
da Europa Ocidental através do uso estratégico de TI (Tecnologias de Informação) para melhorar
o acesso e a prestação de cuidados de saúde”.

http://www.healthpowerhouse.com/images/ ... rtugal.pdf
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por MarcoAntonio » 25/5/2010 22:24

latrinaxxl Escreveu:penso que a iniciativa era colocar coisas positivas e não criticas e pessimismo :?


Acredito que sim...

Mas nem todos temos a mesma opinião sobre o exercício mais útil para este momento que atravessamos!

Aliás, este exercício de nos pormos a adorar o que supostamente fazemos bem não é novo (nem aqui no forum nem em termos genéricos). E eu entendo que é do que menos precisamos neste momento, só serve para distrair, para distorcer a nossa visão sobre nós próprios e para atrasar a resolução de problemas estruturais e culturais do país...

Tanto mais que a positividade de determinadas coisas apresentadas como positivas é discutível!
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por latrinaxxl » 25/5/2010 22:22

penso que a iniciativa era colocar coisas positivas e não criticas e pessimismo :?
No jogo da bolsa, as mãos fracas e fortes estão sempre a perder, quem ganha sempre é a "casa" (corretoras e bancos).
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por carf2007 » 25/5/2010 22:22

BULIM123 Escreveu:Eu conheço um páis, onde existe lista de espera para tratamento do cancro da mama, por exemplo.


O tempo de espera para cirurgia oncológica ficou, pela primeira vez, abaixo dos 30 dias. A descida recorde foi registada em 2009, ano em que a lista de inscritos diminuiu para 3515 e as operações subiram para 40 833, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira e citado pela Lusa.

«Em 2009, mantém-se a diminuição do número de utentes inscritos e do tempo de espera», pode ler-se. Também reduziu para menos de um terço os utentes inscritos em lista de espera que foram operados depois dos tempos recomendados, refere o relatório do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).

Entre 2005 e 2009, a lista de espera para cirurgia baixou 17,5 por cento, uma descida que se acentuou entre 2008, em que foram operados 4094, e 2009, ano em que 3515 doentes foram submetidos a intervenção cirúrgica, o que totaliza uma diferença de 14,1 por cento.

A descida do número de doentes em lista de espera deveu-se ao aumento da produção cirúrgica, que duplicou entre 2005, em que se realizou 20 125 operações, e 2009, com 40 833 cirurgias feitas.

A mediana do tempo de espera situava-se nos 28 dias em 2009, contra 36 dias em 2008 (menos 22,2 por cento). Nos últimos cinco anos essa descida foi de 64,6 por cento, uma vez que em 2006 a espera para uma intervenção cirúrgica era de 79 dias.

Doentes oncológicos com problemas na próstata são os que mais esperam

A cirurgia ao cancro da próstata foi a que registou a maior mediana de tempo de espera no universo dos doentes operados em 2009 (35 dias), enquanto os doentes operados ao cancro do cólon e recto e da região torácica esperaram 17 dias.

O Algarve foi a única região do país que aumentou a mediana do tempo de espera, tendo subido de 27 dias em 2008 para 59 dias em 2009.

Já a Região de Lisboa destacou-se pela positiva, apresentando a maior descida, de 41 dias em 2008 para 27 dias em 2009.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/tvi24 ... -4071.html
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por MarcoAntonio » 25/5/2010 22:20

O dobro não são 11 nem 12, são 13%...
:mrgreen:

Quanto à outra citação, eu subentendo que ele refere-se a buracos noutras vias que não as Auto-Estradas e na verdade tendo a concordar (com base na minha experiência prática e avaliação).

Passamos a ter excelentes auto-estradas (que nalguns casos até eliminaram as alternativas e agora vamos ter de pagar para passar nos mesmos locais, só porque decidiram melhorar a estrada) e depois temos outras vias em muito mau estado.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por carf2007 » 25/5/2010 22:17

BULIM123 Escreveu:Eu conheço um País, onde em 2008 o desemprego era de 6,5% dos mais baixos da Europa, e onde hoje passa os 11%, DUPLICOU, pior seria impossivel.


Então e quando chegar aos 12% ?? :lol:

BULIM123 Escreveu:Eu conheço um País de Betão, e ond eos Auto-Estradas estão por pagar e cheios de obras e buracos por todo o lado.

Um pouco exagerado, as nossas auto-estradas no geral são novas e boas.
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Re: Orgulho em ser Portugues

por carf2007 » 25/5/2010 22:11

MarcoAntonio Escreveu:
carf2007 Escreveu:Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar.


Eu acho interessante valorizar o que temos de bom mas mais importante do que passar o tempo a sublinhar o que fazemos ou onde aparecemos primeiro, é muito mas muito mais importante reavaliarmos o que realmente devemos fazer e analisarmos criticamente o que é realmente bom...

Alguns dos exemplos citados não são necessariamente coisas boas, algumas delas são mesmo - pelo menos na minha opinião - responsáveis pela situação em que nos encontramos.

Eu peguei na produção de Energia via ondas do mar porque é simplesmente (pelo menos nos Estados Unidos onde já é utilizada) por larga margem a forma mais cara de produzir energia eléctrica (já contando com fortes ajudas estatais, mesmo acima da solar). Portanto, eu questiono até que ponto é um bom dado nós estarmos na vanguarda da investigação da obtenção de energia por um dos processos menos interessantes que existe actualmente em prática...

O inovador e o bom nem sempre andam de mãos dadas.

O panorama da Banca apresentado no texto é bastante cor-de-rosa e, na minha opinião, colide com a realidade. Talvez uma pesquisa por notícias relativamente recentes se perceba que a nossa Banca não é assim tão bestial!


carf2007 Escreveu:Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência.


Os casos pontuais são pouco importantes, quando se tratam de excepções. O realmente relevante é a situação global e o a situação global é que temos uma balança comercial com o exterior completamente desiquilibrada e que nos últimos anos piorou significativamente.

Para os casos de sucesso apontados, há muitos mais casos de insucesso e, em última instância, um insucesso global. E eu não creio que seja mencionando uns quantos casos de sucesso que se altera o rumo de Portugal...

Acho que a mudança tem de ser muito mais profunda e terá de passar por medidas e políticas severas, não por mera "motivação psicológica com base nuns quantos exemplos". Que de resto, como já disse, nem sempre são necessariamente bons exemplos... alguns até acho - para lá da aparência superficial - efectivamente maus e responsáveis em parte pela situação global em que nos encontramos.

Para fechar: não estou a ser (creio eu) demasiado crítico. O que eu acho é que quanto mais tempo nos pusermos a adorar o que supostamente fazemos bem, menos tempo gastaremos a corrigir o muito que fazemos mal e precisamos urgentemente de corrigir...


Eu concordo em parte. Só queria acrescentar que em relação à produção de energia a partir das ondas do mar, o sistema instalado em Vila do Conde Avariou e os investidores já desistiram do projecto.

Em relação aos bancos presumo que o autor do texto referia-se ao "sistema informático" e aos balcões, e eu nesse ponto acho que sim ... Quando surgiu a Nova Rede do BCP acho que foi um grande avanço em Portugal e talvez fosse uma das mais avançadas da Europa, mas não tenho a certeza, talvez haja alguem aqui mais conhecedor da matéria.
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por MERCW125 » 25/5/2010 22:02

Eu conheço um País, onde não existe Justiça.
Eu conheço um páis, onde existe lista de espera para tratamento do cancro da mama, por exemplo.
Eu conheço, um País, onde existem reformas de 180 Euros, de pessoas que construiram a actual A-1, e fartaram-se de trabalhar uma vida inteira, e onde ainda nem sequer existia segurança Social.
Eu conheço um País, onde as forças de segurança, são agrdidas, injuriasdas todos os dias e os detidos, simplesmente são notificados para estarem presente no tribunal e aparecem se quiserem, pois se não aparecerem nada lhes acontece.
Eu conheço um País, onde em 2008 o desemprego era de 6,5% dos mais baixos da Europa, e onde hoje passa os 11%, DUPLICOU, pior seria impossivel.
Eu conheço um País de Betão, e ond eos Auto-Estradas estão por pagar e cheios de obras e buracos por todo o lado.
Eu conheço um País, onde os ex-combatentes t~em subsidios de 150 Euros, por ano, e onde são tratados, como coitadinhos, mereciam enorme respeito pelas gerações mais novas.
Eu conheço, um País, onde se dão perdões fiscais aos poderosos.
Eu conheço um País, onde são sempre os funcionários publicos e os trabalhadores por contra de outrém com ordenados inferiores a 1500 euros a pagar a crise.
Eu conheço, um País, onde a corrupção prolifera, e onde a impunidade impera.
Eu conheço um País, onde os Agricultores querem trabalhar e lhes pagam, para terem os terrenos de poesia.
Eu conheço um País, que só age quando existe uma catrastrfe, infelizmente.

Eu conheço um País, onde os politicos, são mais ditadores que o Salazar.
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Re: Orgulho em ser Portugues

por MarcoAntonio » 25/5/2010 22:01

carf2007 Escreveu:Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar.


Eu acho interessante valorizar o que temos de bom mas mais importante do que passar o tempo a sublinhar o que fazemos ou onde aparecemos primeiro, é muito mas muito mais importante reavaliarmos o que realmente devemos fazer e analisarmos criticamente o que é realmente bom...

Alguns dos exemplos citados não são necessariamente coisas boas, algumas delas são mesmo - pelo menos na minha opinião - responsáveis pela situação em que nos encontramos.

Eu peguei na produção de Energia via ondas do mar porque é simplesmente (pelo menos nos Estados Unidos onde já é utilizada) por larga margem a forma mais cara de produzir energia eléctrica (já contando com fortes ajudas estatais, mesmo acima da solar). Portanto, eu questiono até que ponto é um bom dado nós estarmos na vanguarda da investigação da obtenção de energia por um dos processos menos interessantes que existe actualmente em prática...

O inovador e o bom nem sempre andam de mãos dadas.

O panorama da Banca apresentado no texto é bastante cor-de-rosa e, na minha opinião, colide com a realidade. Talvez uma pesquisa por notícias relativamente recentes se perceba que a nossa Banca não é assim tão bestial!


carf2007 Escreveu:Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência.


Os casos pontuais são pouco importantes, quando se tratam de excepções. O realmente relevante é a situação global e o a situação global é que temos uma balança comercial com o exterior completamente desiquilibrada e que nos últimos anos piorou significativamente.

Para os casos de sucesso apontados, há muitos mais casos de insucesso e, em última instância, um insucesso global. E eu não creio que seja mencionando uns quantos casos de sucesso que se altera o rumo de Portugal...

Acho que a mudança tem de ser muito mais profunda e terá de passar por medidas e políticas severas, não por mera "motivação psicológica com base nuns quantos exemplos". Que de resto, como já disse, nem sempre são necessariamente bons exemplos... alguns até acho - para lá da aparência superficial - efectivamente maus e responsáveis em parte pela situação global em que nos encontramos.

Para fechar: não estou a ser (creio eu) demasiado crítico. O que eu acho é que quanto mais tempo nos pusermos a adorar o que supostamente fazemos bem, menos tempo gastaremos a corrigir o muito que fazemos mal e precisamos urgentemente de corrigir...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por mcarvalho » 25/5/2010 21:50

latrinaxxl Escreveu:a iniciativa é boa, mas penso que poderás ser chamado à atenção pelo título em maiúsculas.



obrigado amigo :wink:

foi um paste mas já está

abraço

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Orgulho em ser Portugues

por carf2007 » 25/5/2010 21:48

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveise os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.
E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.
Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há à anose anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).
É este o País em que também vivemos.

É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.
Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?
Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso In Revista Exportar
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por latrinaxxl » 25/5/2010 21:45

a iniciativa é boa, mas penso que poderás ser chamado à atenção pelo título em maiúsculas.
edit: resolvido :wink:
Editado pela última vez por latrinaxxl em 25/5/2010 21:58, num total de 1 vez.
No jogo da bolsa, as mãos fracas e fortes estão sempre a perder, quem ganha sempre é a "casa" (corretoras e bancos).
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Memórias de um Portugal Respeitado

por mcarvalho » 25/5/2010 21:37

Tal como o Jornal de Negócios.. solicitava a todos os amigos do Caldeirão que só colocassem neste post

factos , noticias ou estórias de que todos nos possamos orgulhar e que façam com que os nossos filhos e netos se orgulhem também..

um abraço

mcarvalho





MEMÓRIAS DE UM PORTUGAL RESPEITADO
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010

Luís Soares de Oliveira
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