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Caldeirão da Bolsa

PSD quer desempregados a fazer trabalho gratuito 3dias/sem

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 17/5/2010 18:39

MKlop Escreveu:Cancros sociais? ´Se te referes ao desemprego todos concordamos que é um grande problema. Mas se te referes ao subsídio de desmprego relembro que se trata de um direito, um apoio ganho com os descontos. (como já referi, mesmo sabendo-se das várias burlas que por aí andam...).


Ao que eu me refiro é a isto, a dispersão dos recursos em Portugal é paradoxal: se a diferença de vencimento entre altos cargos, determinadas elites sociais e algum trabalho qualificado para trabalho não qualificiado e classes mais baixas é grande (segundo alguns estudos dos mais elevados da Europa) já a diferença entre os rendimentos dentro das classes menos favorecidas é muito pequena e argumentavelmente - e certamente pontualmente ou com certa frequência - invertida.

Alguém com um baixo rendimento encontra-se neste dilema: deixar de produzir e viver das ajudas do Estado, passando também a ter menos despesas (por exemplo de transporte) e obtendo ainda mais ajudas (ao ponto de ter isenções) noutros custos (por exemplo, se tiver um filho numa escola) ou trabalhar, ter um rendimento bruto mais elevado mas também ter mais despesas e custos mais elevados para as mesmas coisas.

Para uma faixa relevante da população, no actual cenário de apoios versus salários, não compensa trabalhar!


MKlop Escreveu:Pareces mais preocupado em "castigar" todos os desempregados do que com a real melhoria de "serviços" que se possam obter...


Isto parece-me um completo non-sense. Porventura trabalhar é um castigo quando se recebe algo em troca?


O que está aqui em causa é:

> Desincentivar a fuga voluntária ao mercado de trabalho;

> Dar algo em troca do apoio recebido para ajudar a suportar o sistema, num contexto de crise económica, de cortes e redução da despesa.

Assim, o sistema terá melhores condições para ajudar quem realmente precisa dado que criará melhores condições de sustentação. E promoverá o regresso à vida activa daqueles que se acomodaram no sistema, potenciando a productividade do país!

Em lado algum se está a defender retirar o direito ao apoio e se alguma coisa se está a fazer é a promover a sobrevivência dos apoios a longo-prazo...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 17/5/2010 18:43, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por PJBM2 » 17/5/2010 18:34

bboniek00 Escreveu:
QuimPorta Escreveu:Mas porque não contratar em vez de "ocupar"?! Se existe um serviço que pode ser levado acabo por um desempregado, porquê não contrata-lo para esse serviço?!


De facto eu tambem nao compreendo porque nao se faria um contrato. Assim se poderia suspender o pagamento do SD atee ao fim desse contrato.

O SD ee, como o prooprio nome indica, de "desemprego". Para "emprego" existe a noc,ao de "salaario" ou "remunerac,ao".

Atee parece, ao fim e ao cabo, que existem postos de trabalho nao ocupados... devem see-lo e devidamente remunerados.

Tambem aparece a ideia que quem estaa desempregado atee "estaa melhor" do que quem estaa empregado: a soluc,ao ee o que nos espera, mais pessoas desempregadas. Muitas destas raapidamente mudarao de opiniao logo que percam o seu posto de trabalho.

Ee, no seu maaximo esplendor, a mentalidade tuga.


Há países como a Índia onde não existe o subsídio de desemprego. Lá, quando se fica desempregado, existe o sistema de trabalho por comida. Ou seja, para susbsistir, tens de trabalhar em prol da comunidade.

És obrigado a isso? Não, mas a sociedade também não é obrigada a te manter se não trabalhares.
Paulo Moreira
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por Eco Tretas » 17/5/2010 18:33

MarcoAntonio Escreveu:
Eco Tretas Escreveu:Pela amostra que eu conheço, a taxa de desemprego e apoiados pelo RSI baixava rapidamente pelo menos um ponto percentual (1 em cada 10 desempregados)!!!


Isso são 10%...

Já agora, estou - por várias razões - a favor da medida (embora o tempo me pareça discutível). Mas sublinho, incluindo os do RSI, não apenas os que estão pelo subsídio de desemprego. o que de resto parece-me que já está na proposta!

São 10% de desempregados. Se 1 em cada 10 desempregados deixar de ser desempregado, então passamos a ter 9% de desempregados (descida de um ponto percentual, como referi). Mas também tens razão, dado que 10% de 10% é um ponto percentual...

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por bboniek33 » 17/5/2010 18:32

MKlop Escreveu:
... (truncado)

Trabalhar temporáriamente num Tribunal..num Hospital, numa Escola, num Centro de Saúde, etc..etc.. com que eficiência? Como se regularizariam as relações entre "obrigados" e trabalhadores permanentes? E daqueles com as Leis de Trabalho da República?

(como é que as chefias articulariam toda essa massa de pessoas? Quem exerce funções de chefia sabe muito bem que às vezes mais vale serem-se poucos mas bons...[aqui o "bons" refere-se à noção de responsabilidade dos que seriam obrigados])

O país não pode manter-se numa condição de previdência permanente, como esteve nos anos 80 e 90, mas não devemos ser reaccionários caindo para o outro lado...

Esta opção poderá muito bem acabar por tirar possibilidades de emprego a outros (incluindo empresas).


Exactamente. Se o trabalho existe (isto ee, nao tem que ser inventado), estaa a ser produzido por alguem que tiraraa essa func,ao a um outro desempregado.
O enquadramento seraa, como referiu, um quebra-cabec,as e tambem teria que ser garantida a contagem de tempo para efeitos de reformas. As leis nao estao laa muito coerentes... mas sempre existem e sao para ser observadas. Nao se chega ali aa Lapa ou a S.Bento e se poe a inventar modelos.

Existem muitos desempregados que procuram "Programas Ocupacionais" (pesquisem informac,ao) para nao estarem desocupados. Sao indiviiduos com sentido de brio pessoal e social. Ee sempre assim: tambem existem os que estao empregados e passam o dia a coc,ar a micose ou a passear com o carro da firma. Nao vamos agora dizer que os que teem emprego sao uma cambada de malandros...

Caa para mim o Paiis ainda precisa de uma taxa de desemprego maior para que um maior nuumero de cidadaos sinta na pele o problema do Desemprego, da sua verdadeira violencia no homem normal, e deixem de ver um desempregado como um energumeno aa conta da Sociedade.
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por MKlop » 17/5/2010 18:28

MarcoAntonio Escreveu:
MKlop Escreveu:Esta opção poderá muito bem acabar por tirar possibilidades de emprego a outros (incluindo empresas).


Este argumento é um clássico. A verdade é que qualquer coisa que faças tem sempre a possibilidade/probabilidade de ter efeitos negativos e este é um dos efeitos negativos frequentes. Dificilmente consegues divizar uma medida que não prejudique outra coisa qualquer e retirar emprego num qualquer outro lado é um resultado banal.

Tu próprio, se criares uma empresa ou empregares-te pelo método normal, estás potencialmente a colocar alguém no desemprego num qualquer outro sítio. O que por si não justifica que não devas criar uma empresa ou empregar-te!


O que é relevante é se a medida no seu todo é positiva ou negativa, se os efeitos positivos suplantam os efeitos negativos. A minha opinião, ainda que empírica, é que neste caso e indo mexer com um dos nossos maiores cancros sociais é que compensa... de largo!


Quando é o Estado a retirar a possibilidade de expansão de particulares/empresas não me parece que seja o melhor para a economia. Isto sim é que me parece básico...!

Cancros sociais? ´Se te referes ao desemprego todos concordamos que é um grande problema. Mas se te referes ao subsídio de desmprego relembro que se trata de um direito, um apoio ganho com os descontos. (como já referi, mesmo sabendo-se das várias burlas que por aí andam...).

Pareces mais preocupado em "castigar" todos os desempregados do que com a real melhoria de "serviços" que se possam obter...
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por Elgenedy » 17/5/2010 18:20

MarcoAntonio Escreveu:Sim, há pessoas com dificuldades (mas que terão a continuação de apoio com estas medidas, caso aprovadas).


Olá,

Para mim este é o ponto chave desta medida: é das poucas propostas efectuadas recentemente que efectivamente combate alguns problemas, sem prejudicar quem de facto precisa.

Quem está numa situação complicada, continua a receber a ajuda, mas os restantes são desmotivados a manterem os subsídios quando não precisam: a ideia de ficar a receber para nada fazer, diminui.

MarcoAntonio Escreveu:Qualquer coisa que seja mexer com a mentalidade tuga vingente tem elevadíssima probabilidade de ser uma coisa positiva!


Adorei este comentário :)

Só é pena que seja tão verdadeiro...

Cumprimentos,

Elgenedy
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por mfsr1980 » 17/5/2010 18:19

Mais importante que pôr os desempregados a trabalhar é pôr o pessoal das prisões a tapar buracos nas estradas.
 
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por Quimporta » 17/5/2010 18:19

MarcoAntonio Escreveu:
Bem, neste momento não podem (e antes existia uma regra de 2 para 1).


Isso não me parece argumento... O Estado cria a leis que necessita... E tanto quanto sei os contratos a prazo no Estado não estão proibidos...

Naturalmente que aumentar os funcionários públicos levantaria muitas vozes preocupadas, mas lá está, os graus de liberdade do Estado são inúmeros, desde criar as próprias empresas de trabalho temporário para prestar-se serviço a si próprio (lembrei-me desta... mas podem haver outras).

MarcoAntonio Escreveu:Ah, já agora: só o facto da medida (aparentemente) ter muita contestação faz-me pensar que é realmente uma boa medida. Qualquer coisa que seja mexer com a mentalidade tuga vingente tem elevadíssima probabilidade de ser uma coisa positiva!


Aí não podemos estar mais de acordo...
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por MarcoAntonio » 17/5/2010 18:19

MKlop Escreveu:Esta opção poderá muito bem acabar por tirar possibilidades de emprego a outros (incluindo empresas).


Este argumento é um clássico. A verdade é que qualquer coisa que faças tem sempre a possibilidade/probabilidade de ter efeitos negativos e este é um dos efeitos negativos frequentes. Dificilmente consegues divizar uma medida que não prejudique outra coisa qualquer e retirar emprego num qualquer outro lado é um resultado banal.

Tu próprio, se criares uma empresa ou empregares-te pelo método normal, estás potencialmente a colocar alguém no desemprego num qualquer outro sítio. O que por si não justifica que não devas criar uma empresa ou empregar-te!


O que é relevante é se a medida no seu todo é positiva ou negativa, se os efeitos positivos suplantam os efeitos negativos. A minha opinião, ainda que empírica, é que neste caso e indo mexer com um dos nossos maiores cancros sociais é que compensa... de largo!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 17/5/2010 18:20, num total de 1 vez.
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por MarcoAntonio » 17/5/2010 18:14

Atomez Escreveu:Trabalho à borla aumenta o PIB?

Não me parece.


O trabalho não é à borla e há efeitos possíveis secundários que com elevada probabilidade aumentarão mesmo o PIB (como por exemplo, incentivar mais as pessoas procurar emprego ou empregarem-se a elas próprias).

Tem ainda a potencialidade de reduzir a fraude, promovendo mais justiça social e melhor distribuição dos sacríficios para ultrapassar a crise.

Na verdade, acho mesmo este actualmente um dos pontos mais pertinentes e que muito contribuiu para chegarmos ao ponto a que chegamos (é caso para dizer, como tenho filhos em escolas públicas: "eu bem os vejo"). E curiosamente ainda há dias estava a falar com um TOC que me descrevia uma situação de um cliente dele que fechou a empresa (que até dava um lucrozeco) para voluntariamente auto se desempregar.

Compensava-lhe mais...
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por MKlop » 17/5/2010 18:13

MarcoAntonio Escreveu:Outra coisa: criar uma estrutura para procurar emprego para as pessoas é mais uma estrutura para suportar e mais uma fonte de despesas. Creio que colocar as pessoas em trabalhos temporários/parciais é muito menos exigente, mais prático e rápido de implementar (embora confesse que é coisa que estou a intuir) e que irá resultar numa maior procura (voluntária) de trabalho fixo, bem como uma potencial redução das situações fraudulentas!

As pessoas é que têm de resolver os seus problemas. Esta atitude de que o Estado tem de resolver os problemas todos e andar a segurar o cidadão como se fossem meninos da pré-escola é uma das bases (entre outras) daquele meu último comentário.

Sim, há pessoas com dificuldades (mas que terão a continuação de apoio com estas medidas, caso aprovadas). E há pessoas que simplesmente se acomodam e o cenário actual simplesmente incentiva a que se acomodem!



Isso é, quanto a mim, uma visão muito simplista do assunto.

Trabalhar temporáriamente num Tribunal..num Hospital, numa Escola, num Centro de Saúde, etc..etc.. com que eficiência? Como se regularizariam as relações entre "obrigados" e trabalhadores permanentes? E daqueles com as Leis de Trabalho da República?

(como é que as chefias articulariam toda essa massa de pessoas? Quem exerce funções de chefia sabe muito bem que às vezes mais vale serem-se poucos mas bons...[aqui o "bons" refere-se à noção de responsabilidade dos que seriam obrigados])

O país não pode manter-se numa condição de previdência permanente, como esteve nos anos 80 e 90, mas não devemos ser reaccionários caindo para o outro lado...

Esta opção poderá muito bem acabar por tirar possibilidades de emprego a outros (incluindo empresas).
Editado pela última vez por MKlop em 17/5/2010 18:14, num total de 1 vez.
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por bboniek33 » 17/5/2010 18:07

QuimPorta Escreveu:Mas porque não contratar em vez de "ocupar"?! Se existe um serviço que pode ser levado acabo por um desempregado, porquê não contrata-lo para esse serviço?!


De facto eu tambem nao compreendo porque nao se faria um contrato. Assim se poderia suspender o pagamento do SD atee ao fim desse contrato.

O SD ee, como o prooprio nome indica, de "desemprego". Para "emprego" existe a noc,ao de "salaario" ou "remunerac,ao".

Atee parece, ao fim e ao cabo, que existem postos de trabalho nao ocupados... devem see-lo e devidamente remunerados.

Tambem aparece a ideia que quem estaa desempregado atee "estaa melhor" do que quem estaa empregado: a soluc,ao ee o que nos espera, mais pessoas desempregadas. Muitas destas raapidamente mudarao de opiniao logo que percam o seu posto de trabalho.

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por atomez » 17/5/2010 18:07

Trabalho à borla aumenta o PIB?

Não me parece.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por otangas » 17/5/2010 18:04

karnuss Escreveu:
otangas Escreveu: Sabia que com pouco mais de 1 ano de trabalho, pode estar até 57 meses a receber o subsídio de desemprego?


Onde é que foi buscar essa informação? É que para receber tanto tempo o SD é preciso ter descontado bastante! Com um ano de descontos, quando muito terá direito a 9 meses, no máximo (assumo que está a falar de alguém com idade inferior a 30 anos). Pode ver aqui:

http://www1.seg-social.pt/left.asp?03.07.01.04.03


Estive à procura online, mas não encontrei. Mas, tal como disse, trata-se de informação presente no Expresso desta semana (eventualmente no próprio suplemento ExpressoEmprego).
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por MarcoAntonio » 17/5/2010 18:04

Outra coisa: criar uma estrutura para procurar emprego permanente para as pessoas é mais uma estrutura para suportar e mais uma fonte de despesas. Creio que colocar as pessoas em trabalhos temporários/parciais é muito menos exigente, mais prático e rápido de implementar (embora confesse que é coisa que estou a intuir) e que irá resultar numa maior procura (voluntária) de trabalho fixo, bem como uma potencial redução das situações fraudulentas!

As pessoas é que têm de resolver os seus problemas. Esta atitude de que o Estado tem de resolver os problemas todos e andar a segurar o cidadão como se fossem meninos da pré-escola é uma das bases (entre outras) daquele meu último comentário.

Sim, há pessoas com dificuldades (mas que terão a continuação de apoio com estas medidas, caso aprovadas). E há pessoas que simplesmente se acomodam e o cenário actual simplesmente incentiva a que se acomodem!
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por MarcoAntonio » 17/5/2010 17:56

QuimPorta Escreveu:Mas porque não contratar em vez de "ocupar"?! Se existe um serviço que pode ser levado acabo por um desempregado, porquê não contrata-lo para esse serviço?!


Bem, neste momento não podem (e antes existia uma regra de 2 para 1).

E eu não digo que não existam outras soluções, mas esta parece-me menos má do que o cenário corrente e no contexto actual justificada.

Iria ter um efeito de reduzir a fraude, iria impor mais justiça social (dado que muitos dos que não trabalham estão melhor que outros que trabalham e é - em certos casos - já matéria de opção pessoal) e incentivar um regresso ao trabalho.

Também não vejo onde é que esteja o trabalhar à borla quando se está a receber do Estado por estar em casa e ainda ter custos reduzidos em muita coisa (por exemplo, um desempregado ou dependente do RSI para além de receber dinheiro do Estado ainda tem mais uma data de coisas pagas se por exemplo tiver um filho na Escola). Quem trabalha, além de ter despesas inerentes de quem trabalha (como transporte) ainda tem de pagar despesas que o outro não tem.

A verdade é que por estes valores serem relativamente elevados em Portugal enquanto os salários de quem traalha são relativamente baixos (ambos em comparação com a média europeia) é que estar em casa passou a ser uma opção para muitos!

É preciso mudar mentalidades e é necessário começar por algum lado. Este parece-me um bom (tanto mais que não se trata de cortar pelo que quem realmente precisa, irá continuar a receber).



Ah, já agora: só o facto da medida (aparentemente) ter muita contestação faz-me pensar que é realmente uma boa medida. Qualquer coisa que seja mexer com a mentalidade tuga vingente tem elevadíssima probabilidade de ser uma coisa positiva!
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por karnuss » 17/5/2010 17:55

otangas Escreveu: Sabia que com pouco mais de 1 ano de trabalho, pode estar até 57 meses a receber o subsídio de desemprego?


Onde é que foi buscar essa informação? É que para receber tanto tempo o SD é preciso ter descontado bastante! Com um ano de descontos, quando muito terá direito a 9 meses, no máximo (assumo que está a falar de alguém com idade inferior a 30 anos). Pode ver aqui:

http://www1.seg-social.pt/left.asp?03.07.01.04.03
 
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por MKlop » 17/5/2010 17:51

otangas Escreveu:
MKlop Escreveu:Todos os cidadãos que recebem o subsídio de desemprego efectuaram pagamentos ao Estado para receber este(s) apoios. Porquê recriminar as pessoas que não conseguem um emprego?


Concordo parcialmente. Ainda este fim-de-semana li no Expresso que temos o 2º subsídio de desemprego mais "generoso" da união europeia. Sabia que com pouco mais de 1 ano de trabalho, pode estar até 57 meses a receber o subsídio de desemprego? Obviamente nessa situação não se pode falar em "dever" do Estado ajudar esses cidadãos.

Ao defender esta proposta do PSD, não estava obviamente a falar de pessoas que trabalharam durante 10/15/20 anos e se vêm actualmente numa situação complicada, falava de quem pouco ou nada trabalhou durante a vida mas que recebe o subsídio de desemprego (porque as regras actuais o permitem!).

MKlop Escreveu:(sabendo-se de antemão que muitos cidadãos abusaram e vão abusar, provavelmente, da "boa vontade" do Estado: mas esse problema prende-se com ineficácia na fiscalização e com a ineficácia na Educação de crianças e adultos, que não os ensinou o valor do contrato social a que nos obriga a cidaddania...).


100% de acordo. Mas há que ser realista e saber que a fiscalização não chega a todo o lado, e que existem sempre 1001 maneiras de "fugir" desse bicho que é ter que voltar a trabalhar, quando se está a receber o subsídio de desemprego (sabia que 40% das pessoas que o recebem, nunca mais voltam ao mercado de trabalho português?).

Ao "obrigar" pessoas a prestar serviços aos Estado, passa a existir uma maior "justiça" social perante quem actualmente trabalha e vê os seus impostos aumentar, enquanto que quem recebe o subsídio praticamente não perde regalias e poucos "novos" sacrifícios têm que fazer.


Pelo que me apercebo uma boa parte do subsidio está, em vários casos, a ser gasta com cursos profissionalizantes ou de equiparação muito duvidosa a graus académicos baixos que muito pouco valorizam realmente as pessoas. Ao mesmo tempo que lhes resta um muito magro cheque descontado dessas "formações"... Tenho dúvidas que os subsídios sejam realmente bem aproveitados.

Concordo que tem que haver uma visão realista: mas obrigar as pessoas a estas colocações não me parece nada útil ao País. Quantas farão o trabalho de bom grado? Beneficiarão das mesmas regalias, e dos mesmos direitos, que os trabalhadores com contrato? Como se evitarão os abusos?

Estamos a falar de que tipo de "trabalho"? Limpezas? Colaborações nos tribunais, na Educação, na Saúde, na Segurança? nos 4 últimos tem que haver uma noção de profissionalismo, dedicação e responsabilidade de ambas as partes.

Não pondo de parte que haverão, se houver visão para tal, boas oportunidades, quer para os Serviços quer para os "obrigados", para se obterem bons resultados e boas experiências para currículos...mas calcule-se o nível global da maior parte dos desempregados...

E relativamente às instituiçoes de apoio social sou peremptóriamente contra pois mantenho a opinião de que apenas devem colaborar verdadeiro Voluntários.

Não sabia desse valor percentual do não-retorno da massa trabalhadora (os 40%)- e percebo o seu alcance-, mas mantenho que devemos acima de tudo garantir a todos os cidadãos que o Subsídio de Desemprgo é um apoio disponível a quem o necessitar e não uma penitência.

As pessoas têm que ser educadas para a cidadania e não "curvadas" por causa dos maus desígnios dos (des)Governos. Por mais frustante que nos pareça quando nos é descontado uma substancial percentagem dos nosso ganhos. Refuto assim a noção de justiça social que referiu.
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por Quimporta » 17/5/2010 17:39

MarcoAntonio Escreveu:Já agora, estou - por várias razões - a favor da medida (embora o tempo me pareça discutível).


Marco, a ideia parece-me sensata. Ainda que justificados, RSI e SD cerceiam a iniciativa das pessoas.

Mas porque não contratar em vez de "ocupar"?! Se existe um serviço que pode ser levado acabo por um desempregado, porquê não contrata-lo para esse serviço?!
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por Negocios Mendes » 17/5/2010 17:36

Eco Tretas Escreveu:Pela amostra que eu conheço, a taxa de desemprego e apoiados pelo RSI baixava rapidamente pelo menos um ponto percentual (1 em cada 10 desempregados)!!!

É uma ideia realista, e não populista. Conheço alguns que deixariam de justificar os empregos paralelos (empregadas de limpeza) e os biscates rapidamente!

Ecotretas


Estou totalmente de acordo com o Eco Tretas.
Parece-me muito boa ideia porque há muita gente em Portugal a "chu par" dinheiro dos contribuintes sem fazer nada aos olhos do estado mas ao mesmo tempo com empregos paralelos.
Tenho a certeza que muitas pessoas com a obrigaçao de realizar algum trabalho semanal (1 ou 2 horas já bastavam, cada 2 dias), certamente deixariam de estar na lista do RSI... porque simplesmente nao lhes compensava.

Quanto a ideia de trabalhar a borla, sinceramente nao acredito que o estado obrigue ninguem a trabalhar a borla senao fosse por alguma razao que os obrigasse... e essa razao parece-me ser o subsidio de desemprego. Se assim é, acho muito bem que as pessoas que recebem o subsidio de desemprego possam trabalhar em prol da sociedade, porque o valor é pago sim ou sim.
Cumprimentos,
Alex Tomás
 
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por MarcoAntonio » 17/5/2010 17:34

Eco Tretas Escreveu:Pela amostra que eu conheço, a taxa de desemprego e apoiados pelo RSI baixava rapidamente pelo menos um ponto percentual (1 em cada 10 desempregados)!!!


Isso são 10%...

Já agora, estou - por várias razões - a favor da medida (embora o tempo me pareça discutível). Mas sublinho, incluindo os do RSI, não apenas os que estão pelo subsídio de desemprego. o que de resto parece-me que já está na proposta!
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por otangas » 17/5/2010 17:26

MKlop Escreveu:Todos os cidadãos que recebem o subsídio de desemprego efectuaram pagamentos ao Estado para receber este(s) apoios. Porquê recriminar as pessoas que não conseguem um emprego?


Concordo parcialmente. Ainda este fim-de-semana li no Expresso que temos o 2º subsídio de desemprego mais "generoso" da união europeia. Sabia que com pouco mais de 1 ano de trabalho, pode estar até 57 meses a receber o subsídio de desemprego? Obviamente nessa situação não se pode falar em "dever" do Estado ajudar esses cidadãos.

Ao defender esta proposta do PSD, não estava obviamente a falar de pessoas que trabalharam durante 10/15/20 anos e se vêm actualmente numa situação complicada, falava de quem pouco ou nada trabalhou durante a vida mas que recebe o subsídio de desemprego (porque as regras actuais o permitem!).

MKlop Escreveu:(sabendo-se de antemão que muitos cidadãos abusaram e vão abusar, provavelmente, da "boa vontade" do Estado: mas esse problema prende-se com ineficácia na fiscalização e com a ineficácia na Educação de crianças e adultos, que não os ensinou o valor do contrato social a que nos obriga a cidaddania...).


100% de acordo. Mas há que ser realista e saber que a fiscalização não chega a todo o lado, e que existem sempre 1001 maneiras de "fugir" desse bicho que é ter que voltar a trabalhar, quando se está a receber o subsídio de desemprego (sabia que 40% das pessoas que o recebem, nunca mais voltam ao mercado de trabalho português?).

Ao "obrigar" pessoas a prestar serviços aos Estado, passa a existir uma maior "justiça" social perante quem actualmente trabalha e vê os seus impostos aumentar, enquanto que quem recebe o subsídio praticamente não perde regalias e poucos "novos" sacrifícios têm que fazer.
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Trabalhar aa Boorla ? Vee isso no PEC ? Nao vee...

por bboniek33 » 17/5/2010 17:22

Eco Tretas Escreveu:Pela amostra que eu conheço, a taxa de desemprego e apoiados pelo RSI baixava rapidamente pelo menos um ponto percentual (1 em cada 10 desempregados)!!!

É uma ideia realista, e não populista. Conheço alguns que deixariam de justificar os empregos paralelos (empregadas de limpeza) e os biscates rapidamente!

Ecotretas


Os biscates sao os offshores dos pobrezinhos... isto estaa cheio de economia paralela e pouco se fez para mudar esse estado de coisas.

Jaa existe uma figura (Plano Ocupacional) em que ee pago o Salaario Miinimo + Sub Transporte e Passe Social. Soo que os postos jaa estao mais do que utilizados...

A ideia, na sua forma abstracta, parece apelativa, concordo. Mas vai ee criar viicios no sistema; eiu prefiro viicios nos indiviiduos.

O que estes inuteis nao conseguem ee poor a Economia a andar... entao dao-se a ideias que colhem o apoio (emocional) da canzoada: isto ee o populismo.

Eles que vao buscar os meios aos amigos a quem enchem a paa. O maior subsidiado do Paiis ee o Centrao e o raio que os suporta.
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por pocoyo » 17/5/2010 17:20

Porquê só os que recebem o subsidio de desemprego e não os reformados (por velhice) com menos de 65 anos?
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por Quimporta » 17/5/2010 17:15

Parece-me demagógico dizer-se que o Estado estaria a querer trabalho "à borla". A retribuição seria o SD ou o RSI.

Só há uma subtileza que não entendo, e talvez alguém aqui tenha ideias: se se admite que o Estado pode "obrigar" os desempregados a trabalhar, porque não contrata-los pelo mesmo valor e designando as funções que quer que as pessoas desempenhem?!
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