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Caldeirão da Bolsa

Reino Unido X Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por CrashXXI » 20/4/2010 13:25

Para pôr os pontos nos "ís"

O ministro alemão das Finanças rejeita frontalmente as comparações que diversos economistas têm feito entre a Grécia e Portugal ou Espanha. Em entrevista à revista “Der Spiegel”, Wolfgang Schaeuble diz que essas comparações não são fundadas e correm o risco de apenas servirem os interesses de especuladores menos escrupulosos.

“Creio que esses economistas ainda não perceberam que estão a alimentar os negócios de especuladores com intenções duvidosas”, afirma o ministro, para logo sublinhar que “a situação da Grécia não pode ser comparada de todo com nenhum outro país”.

Em Atenas, explica, “há problemas recorrentes com os números (relativos ao endividamento) e devíamos questionar-nos se as autoridades estatísticas europeias não deveriam ter reparado neles antes”.
...


in JN 10100420
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Crash
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por sargotrons » 20/4/2010 12:48

Se os certificados de aforro tivessem juros a metade dos juros das obrigacoes, o estado conseguia angariar muito dinheiro e equilibrar o mercado das obrigacoes diminuindo a oferta.
Eu comprava!
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por Razao_Pura » 20/4/2010 12:47

Eu proponho que se abra um fundo de donativos para salvar Portugal!
Vamos todos contribuir para pagar o calote do país.

É necessário um plano mais abrangente do que o PEC para resolver o nosso problema e não se fará sem o envolvimento de todo o país. É necessário que as pessoas se convençam que vamos ter que fazer alguns sacrifícios para pagar a crise. Isto não dará votos mas tem que ser feito. Apertar o cinto, vamos lá.

R.P.
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por ja vou » 20/4/2010 12:38

nunofaustino Escreveu:Já agora, vocês acham que é injusto se Portugal falir? Ou seja, que a culpa é dos Ingleses, dos Americanos e dos Alemães que não nos vieram ajudar?

Pelo que li neste e noutros tópicos parece que nós somos inocentes e que a culpa disto estar a acontecer a Portugal é dos outros...

Um abr
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a culpa é sempre dos especuladores sem escrupulos...

nunca é de uma cambada de parolos que mal junta uns tostões vai logo correr a gastar tudo em maquinaria alemã ou francesa
 
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por nunofaustino » 20/4/2010 12:30

Já agora, vocês acham que é injusto se Portugal falir? Ou seja, que a culpa é dos Ingleses, dos Americanos e dos Alemães que não nos vieram ajudar?

Pelo que li neste e noutros tópicos parece que nós somos inocentes e que a culpa disto estar a acontecer a Portugal é dos outros...

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Bruxelas acusa bancos de empurrar Portugal para a falência

por ambgoncalves » 20/4/2010 11:48

Portugal e Grécia têm culpas directas na derrocada da confiança dos investidores nas respectivas dívidas nacionais, mas os grandes bancos de investimento mundiais e os fundos de alto risco (hedge funds), que especulam sobre o valor da dívida pública dos países e lucram com isso, também não saem bem na fotografia. Segundo a Comissão Europeia, estas empresas estão a contribuir para o descarrilamento das taxas de juro, agravando a situação financeira já de si debilitada dos governos e respectivas economias.

Fonte oficial do comissário europeu dos Serviços Financeiros, Michel Barnier, explicou ao i que "não nos cabe a nós dizer quais as instituições envolvidas [de forma activa, nos negócios com a dívida pública e com derivados para cobertura do risco]", mas aponta o dedo aos "grandes bancos de investimento e hedge funds" que estão a alimentar a instabilidade dos mercados.

Segundo a sua porta-voz, Michel Barnier "acredita fortemente que precisamos de pôr um ponto final a anos de escuridão, opacidade e comportamento secreto" na área dos derivados.

Um dos maiores bancos do mundo, o Citigroup, anunciou ontem lucros de 3,7 mil milhões de euros no primeiro trimestre, o melhor resultado desde o início da crise financeira - o ressurgimento do mercado das obrigações foi um dos factores-chave nos bons resultados do banco.

Ontem, o secretário de Estado do Orçamento, Emanuel Santos, observou à TSF que "o apetite dos mercados não desaparece e há sempre tentações para atingir outros países". Para o governante, "o objectivo dos mercados é o lucro" e "portanto, se a Grécia não lhes chega, eles preparam-se para tentar colar à Grécia situações que não são iguais para tirarem partido dos spreads mais elevados", disse, referindo-se implicitamente a Portugal.

Os produtos financeiros problemáticos servem para cobrir os supostos riscos associados a outros activos - por exemplo, os CDS (Credit Default Swap) são muito usados para cobrir o risco das dívidas públicas, sobretudo as dos países mais fragilizados com a crise financeira e económica, como Grécia e Portugal. Estes seguros (CDS) cobrem o risco de incumprimento ou mesmo de falência das nações. O problema (para os contribuintes) é que, em muitos casos, quanto maior o risco e quanto pior estiver o país, mais ganham os investidores. Portanto, existem incentivos crescentes em fazer descarrilar os Estados. Portugal e Grécia acabam por ser os elos mais fracos da zona euro.

"Há neste momento duas verdades, duas metades do problema. A primeira: nós temos culpa porque nos pusemos a jeito com a evolução da situação económica nos últimos anos. Mas há outra: os inimigos do euro andam aí e há muitas pessoas que estão interessadas no fim da moeda única", constata Filipe Garcia, economista da consultora IMF.

Como e quando vai actuar a Comissão? O processo será complexo: "Temos de ver como é que os CDS estão a ser usados", refere a porta-voz de Barnier. Depois, "em Junho, faremos a nossa proposta sobre os derivados [CDS]", mas só em Outubro avançaremos com uma proposta autónoma que olhará especificamente para as vendas a descoberto [short selling] e outros aspectos em torno dos CDS".

A posição europeia terá de ser calibrada com os interesses da própria indústria e, sobretudo, com a vontade política do Reino Unido que, em Abril, provocou o adiamento dos avanços na regulação sobre os hedge funds. E terá de ser discutida com os restantes países mais ricos, nas próximas reuniões do G20. Uma acontecerá em Junho, no Canadá, outra em Novembro, Coreia do Sul.

Portugal e Grécia voltaram ontem a sentir grande hostilidade dos mercados, com os respectivos spreads [risco dos países] a disparar (ver texto ao lado) e a dificultar o financiamento da actividade interna. Há investidores, economistas e comentadores internacionais que acusam os países de terem cavado a sua própria sepultura nos últimos anos. Viveram a crédito e evoluíram pouco em termos económicos. Agora, que chegou a hora de pagar a factura, muitos levantam dúvidas sobre o músculo financeiro dessas nações e sobre a capacidade de irem ao mercado pedir emprestado.

A Grécia está bastante mal (os juros que estão a pedir ao país são exorbitantes), tendo Atenas aberto já a porta a uma possível utilização do pacto salvamento providenciado pela União Europeia e FMI. Segundo muitos especialistas, a Grécia está à beira da falência e Portugal já esteve mais longe.

A última investida foi de Simon Johnson. O antigo economista-chefe do FMI e colunista do "The New York Times", diz que Portugal vai ser "o próximo problema global". O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, ripostou: "São comentários reveladores de ignorância e que ilustram o preconceito céptico em relação ao euro". Em entrevista do "Jornal de Negócios", Johnson voltou à carga, acusando o governo de estar "em negação".

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por Lion_Heart » 20/4/2010 2:01

Sinceramente ao ler noticias destas e depois os posts ficou admirado como muita gente ainda não percebe como funciona o Mundo!

Depois da Grécia era obvio que o ataque ia ser a Portugal. Só nao sabia quem estava na lua.

O ataque é por todos os lados a começar pelos anglo saxonicos.

E voces ainda discutem dividas dos EUA e UK para que?
Mesmo se estiverem em pior situação que nós eles são os ricos e poderosos ( e isto é como na banca, quem paga é o pobre) , portanto já sabem quem vai pagar.

Portugal, Grecia são os Lehman Brothers as ovelhas a sacrificar pois são os fracos e pobres.

O resto é conversa.

O UK e USA são demasiado grandes para falir como muitos gostam de dizer.

Por isso podem estar descansado que até existir um bailout a Portugal isto não para.

E depois temos uma UE que não existe, não funciona .
Os especuladores e economistas ja perceberam isso portanto agora é so dar nos mais fracos um de cada vez e ir lucrando.

Se a Europa não defende os seus,...
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por mcarvalho » 20/4/2010 1:46

Portugal pode sair do euro?
Os alertas sobre a situação da economia portuguesa têm-se multiplicado. O Governo repudia os avisos mas os mercados levam-nos a sério. Portugal poderá ter que sair da Zona Euro? E se o fizesse, o que aconteceria? O Negócios analisou as consequências.

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Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt


Os alertas sobre a situação da economia portuguesa têm-se multiplicado. O Governo repudia os avisos mas os mercados levam-nos a sério. Portugal poderá ter que sair da Zona Euro? E se o fizesse, o que aconteceria? O Negócios analisou as consequências.

Ao longo de quatro páginas, o Negócios analisa hoje na edição nas bancas as razões dos alertas que surgem de todo o lado, a sua credibilidade e as suas consequências.

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=420473
Crise orçamental
Reino Unido pode seguir-se à Grécia
Há quem diga que a Grécia é um caso de excepção. Que como não conseguiu sanear as suas finanças públicas, precisa agora de inundar o mercado com obrigações do tesouro para financiar o seu excessivo défice orçamental. Mas há muitas vozes que apontam outros nomes no mapa como sendo os sucessores de Atenas. As opiniões dividem-se.

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http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=420341

Telegraph
"É Portugal, e não a Grécia, que coloca o maior problema existencial à Zona Euro"
A conclusão é do editor de Economia Internacional do "Telegraph", o jornal de referência com maior tiragem no Reino Unido. O artigo está a suscitar controvérsia, com o autor a ser acusado de fazer uma análise enviesada.
 
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por mais_um » 20/4/2010 0:45

Atomez Escreveu:
mais_um Escreveu:
Num grupo de 14 países da União Europeia, Portugal surge como o quarto que menos gastou para socorrer o sector financeiro: cerca de 2,4% do PIB, revela o "Regional Economic Outlook" divulgado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesta lista, o Reino Unido surge como o país que mais gastou para salvar o sector financeiro: 20,2% do PIB.

Se calhar isso quer dizer é que eles têm um sector finaneiro que se veja, e nós não...


Não me parece que seja por isso, já que estamos a falar de ajudas em função do PIB de cada pais e não em valor absoluto.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por atomez » 20/4/2010 0:26

mais_um Escreveu:
Num grupo de 14 países da União Europeia, Portugal surge como o quarto que menos gastou para socorrer o sector financeiro: cerca de 2,4% do PIB, revela o "Regional Economic Outlook" divulgado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesta lista, o Reino Unido surge como o país que mais gastou para salvar o sector financeiro: 20,2% do PIB.

Se calhar isso quer dizer é que eles têm um sector finaneiro que se veja, e nós não...
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por mais_um » 20/4/2010 0:09

Expat Escreveu:Eu proponho irmos todos ao site do Telegraph e reclamar pela falta de espelhos no UK.
Eles tem um problema ao nivel do nosso mas nao tem espelhos em casa .E em vez de arrumarem a casa primeiro, saem com estas noticias para ver se nao repararamos no escandalo da GS que esta a acontecer quase em simultaneo.
Eu resido por aqui e o que vejo e uma sociedade cheia de problemas e dividas e se sairem de Londres entao e uma verdadeira desgraca.
Abraco
http://www.telegraph.co.uk/finance/comm ... l-too.html

Sim, tenho um amigo meu a trabalhar em Londres e ele só me conta desgraças, diz que está bem pior que Portugal e sem alguém tem duvidas, os numeros falam por si:

Num grupo de 14 países da União Europeia, Portugal surge como o quarto que menos gastou para socorrer o sector financeiro: cerca de 2,4% do PIB, revela o "Regional Economic Outlook" divulgado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesta lista, o Reino Unido surge como o país que mais gastou para salvar o sector financeiro: 20,2% do PIB.
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por sargotrons » 20/4/2010 0:01

Nao se esquecam que esta' a haver campanha eleitoral no UK e a Uniao Europeia e' o assunto favorito de discussao!
Não faz mal!...
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por Expat » 19/4/2010 23:47

Eu proponho irmos todos ao site do Telegraph e reclamar pela falta de espelhos no UK.
Eles tem um problema ao nivel do nosso mas nao tem espelhos em casa .E em vez de arrumarem a casa primeiro, saem com estas noticias para ver se nao repararamos no escandalo da GS que esta a acontecer quase em simultaneo.
Eu resido por aqui e o que vejo e uma sociedade cheia de problemas e dividas e se sairem de Londres entao e uma verdadeira desgraca.
Abraco
http://www.telegraph.co.uk/finance/comm ... l-too.html
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por mais_um » 19/4/2010 23:15

Crise orçamental
Reino Unido pode seguir-se à Grécia
Há quem diga que a Grécia é um caso de excepção. Que como não conseguiu sanear as suas finanças públicas, precisa agora de inundar o mercado com obrigações do tesouro para financiar o seu excessivo défice orçamental. Mas há muitas vozes que apontam outros nomes no mapa como sendo os sucessores de Atenas. As opiniões dividem-se.

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Carla Pedro
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Há quem diga que a Grécia é um caso de excepção. Que como não conseguiu sanear as suas finanças públicas, precisa agora de inundar o mercado com obrigações do tesouro para financiar o seu excessivo défice orçamental. Mas há muitas vozes que apontam outros nomes no mapa como sendo os sucessores de Atenas. As opiniões dividem-se.

Portugal, Espanha, Irlanda, Reino Unido, Hungria... e vários outros países têm sido identificados como potenciais seguidores da Grécia no pódio das dificuldades. Com efeito, “quem será o próximo?” é uma das perguntas mais ouvidas nos últimos tempos e que é de imediato associada ao país que poderá seguir-se à Grécia no aperto das contas públicas e na eventual necessidade de um resgate.

E hoje, além da Hungria e Portugal (que Stiglitz diz que pode ser o próximo Lehman Brothers), também o Reino Unido esteve sob as luzes dos holofotes.

O “The Guardian” publica hoje um trabalho sobre as dificuldades com que o Reino Unido – às portas de eleições – se depara actualmente. E além das medidas que poderão, ou não, ser adoptadas depois de conhecida a composição do Parlamento, já em inícios de Maio, são também salientadas questões como a possibilidade de o país enfrentar um longo período de retoma lenta ou de ser... a próxima Grécia.

Esta não é a primeira vez que se fala na possibilidade de os britânicos serem quem está actualmente na pior situação depois de Atenas. Ainda na semana passada, Pierre-Olivier Beffy, do Exane BNP, disse que o Reino Unido poderá ser “a próxima preocupação do mercado”.

“A situação britânica é pior do que a de Portugal, Espanha ou Itália. O défice orçamental no Reino Unido está nos 11,8% do PIB – quase tão elevado como os 12,9% da Grécia”, sublinhou Beffy, citado pelo “London Evening Standard”.

Economia britânica repleta de incertezas

As incertezas em torno das perspectivas para a economia britânica são passadas a pente fino num estudo publicado este mês por Bill Martin, do Centre for Business Research da Universidade de Cambridge, e citadas hoje pelo “The Guardian”.

O estudo, intitulado “Reequilibrar a economia britânica”, analisa o desempenho da economia do Reino Unido entre 1995 e 2010 e traça dois cenários possíveis. No primeiro, tudo irá correr bem: o país sairá rapidamente da recessão, com as exportações a beneficiarem da desvalorização de cerca de 30% da libra esterlina desde 2007. Além disso, as subidas modestas dos preços das acções e das casas, bem como a crise da banca em processo de dissipação, contribuirão para sustentar este panorama.

Mas há um outro cenário bem menos cor-de-rosa, que realça as fraquezas do lado da oferta, incluindo a falta de crédito, o que impedirá que o Reino Unido aproveite o facto de ter uma moeda mais barata. Neste cenário apresentado por Bill Martin e divulgado pelo “The Guardian”, a economia britânica crescerá apenas a uma média de 0,9% e o défice orçamental manter-se-á nos 11% do PIB em 2014.

Grécia não é assim tão diferente...

E o jornal britânico cita uma outra voz preocupada: a de Dylan Grice, estratega do Société Générale. De acordo com uma nota de análise de Grice, nenhum governo calculou ainda o verdadeiro custo do fornecimento de cuidados de saúde e do pagamento de pensões a uma população em envelhecimento, ou sabe qual o encargo para as futuras gerações das parcerias público-privadas.

Segundo Grice, a maturidade da dívida grega é tanto um problema como o é esta questão para outros países ocidentais. Além disso, está previsto que o défice orçamental da Grécia em 2010 seja inferior ao dos EUA, Irlanda ou Reino Unido, por exemplo.

Apesar de o Reino Unido beneficiar de uma longa maturidade para a sua dívida, o que elimina parte das pressões de curto prazo que se colocam às obrigações governamentais, o certo é que o seu défice orçamental é muito elevado e a economia está bastante desequilibrada, num contexto de um sistema financeiro disfuncional, salienta o estratega, citado pelo “The Guardian”.

Mas a verdade é que o pressuposto de que os EUA, Japão e Reino Unido são demasiado grandes para irem abaixo pode... ir por água abaixo. “Se pode acontecer na Grécia, também pode acontecer em qualquer outro lugar, pois a Grécia não é um país assim tão diferente dos restantes”, advertiu Dylan Grice na sua análise.

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=420473

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por mcarvalho » 19/4/2010 22:00

e.. em quem acredita quem empresta o dinheiro?

e quem precisa do dinheiro .. o que é faz?

Que interessa dizer que este é burro .. que o que aquele diz é um disparate?

Isso tem aumentado o crédito de quem as diz e de Portugal?
e diminuido o risco e os juros?

estas asneiradas do pior ministro fazem algum sentido?

cada vez que ele responde referem-se sempre à noticia
e essa é fica cada vez mais vincada.. e a resposta serve de chacota e aumenta o descrédito..

é como o ex ministro palhaço da informação iraquiano
 
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por Marco Martins » 19/4/2010 21:44

E se Portugal e Espanha falirem? Não ficará a Europa em maus lençóis? Se isso acontecer, acho que os US e UK ficarão igualmente mal...
Afinal de contas, quais são os principais mercados desses países? :lol:
 
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por Marco Martins » 19/4/2010 21:16

JMHP Escreveu:Joseph Stiglitz põe a hipótese de Portugal ou Espanha falirem
(...)
Esta observação deste economista que foi assessor do Presidente Bill Clinton e que é muito crítico da actual globalização comercial e financeira (e particularmente do sistema financeiro) segue-se a várias referências na imprensa internacional à situação financeira portuguesa.
(...)


Este assessor não fará parte daqueles que o Bill Clinton lamenta ter acreditado? :lol:

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=420387


Tudo me parece que se encaminha para retirarem alguns países do Euro (inclusive Portugal) para que assim possam desvalorizar a moeda e sanearem as contas públicas...

Portugal se for esperto, terá de ser o primeiro (pois os seguintes não terão apoios) a negociar isso com a Europa para assim conseguir garantir apoios para que se possa reestruturar...

Quanto será que custa alterar a moeda de um país?
 
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por JMHP » 19/4/2010 18:13

Joseph Stiglitz põe a hipótese de Portugal ou Espanha falirem

O prestigiado economista Joseph Stiglitz não exclui a hipótese de Portugal ou a Espanha acabarem por falir, apesar de agora se estar a organizar o salvamento financeiro da Grécia.



Sitglitz, professor na universidade de Colúmbia, fez esta observação durante uma entrevista ao diário espanhol El País, quando falava da dificuldade em encontrar uma solução para a actual situação em Espanha, onde o desemprego oficial roça os 20 por cento e que está perante o dilema de aumentar, ou não, impostos.

Esta observação deste economista que foi assessor do Presidente Bill Clinton e que é muito crítico da actual globalização comercial e financeira (e particularmente do sistema financeiro) segue-se a várias referências na imprensa internacional à situação financeira portuguesa.

Também hoje, um artigo de opinião no diário britânico Telegraph questiona se a Alemanha também vai ter de financiar Portugal. A comparação do peso das dívidas públicas portuguesa e grega é contrastada com o peso das dívidas dos respectivos sectores privados, e o país não sai muito bem na imagem.

A dívida pública nacional deverá representar este ano 86 por cento do PIB, enquanto a grega representará 124 por cento. Mas a dívida provada nacional era 239 por cento do PIB em 2008, face a 129 da grega, de acordo com um analista do Deutsche bank citado no Telegraph.

Na sexta-feira, o país era já tinha sido apresentado no diário The New York Times como o próximo alvo dos mercados. Num artigo intitulado “Preocupações com a dívida mudam para Portugal, motivadas pela subida das taxas das obrigações”, dizia-se que os especuladores dos mercados estavam agora a avançar em direcção “a mais um pequeno membro da perturbada zona monetária europeia”, depois de a Grécia estar aparentemente em vias de ultrapassar a sua crise imediata, através da ajuda dos outros membros da zona euro e do FMI.

No dia anterior, Simon Jonhson, ex-economista chefe do FMI, dizia que “o próximo grande problema global” seria Portugal. Considerava mesmo que até agora o país só tem conseguido estar fora do centro das atenções apenas graças à Grécia, e que estes dois países estão piores do que a Argentina em 2001. Outro economista de nomeada, Nouriel Roubini, dizia também que Portugal e a Grécia poderiam ter de abandonar a zona euro.

Hoje as taxas de juro cobradas nos mercados financeiros pela compra de seguros contra incumprimento da dívida pública portuguesa subiram 19 pontos-base (0,19 por cento), fazendo disparar para 151 pontos base a margem sobre os juros cobrados para os produtos do mesmo tipo sobre a dívida do Estado alemão – que são os mais baixos da Europa.

Euro em causa

Sitglitz recebeu um Nobel da Economia em 2001 e tornou-se uma vedeta por ser muito crítico da actual globalização comercial e financeira, particularmente do papel do sistema financeiro, e ter sido dos poucos que anteciparam a crise internacional que se desencadeou em 2008. Na entrevista que o El País publica hoje mantém a linha de pensamento que o tornou muito admirado sobretudo na Europa, mas actualizada à luz das mais recentes consequências da crise internacional.

Agora, diz que o euro “corre o risco de desaparecer se não se gerar uma onda de solidariedade e não se puserem em marcha soluções institucionais”. Chega a esta conclusão a partir do que aconteceu na crise asiática da segunda metade dos anos 1990, em que as economias de vários países foram caindo sucessivamente às mãos dos mercados financeiros internacionais.

“O problema é evidente, mas a lentidão e a debilidade da resposta questionam a sobrevivência do euro. Os mercados não são propriamente uma fonte de sabedoria: são predadores, muitas vezes são estúpidos, são completamente imprevisíveis, e se a Alemanha e a Europa não procurarem soluções podem provocar estragos”, afirma a certa altura.

Assinala também o “paradoxo” de se ter dado aos bancos um “cheque em branco para os salvar”, e de agora se pôr à disposição da Grécia ajuda financeira “a um custo excessivo”. Não se pode “ganhar dinheiro à custa da família, como parece querer fazer a Europa”, rematou.

http://economia.publico.pt/Noticia/jose ... em_1432928
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por nunofaustino » 19/4/2010 15:44

Razão, o banco de Inglaterra imprime £ e o americano $. E nenhum dos dois tem parado de fazer Crtl+P...

Relativamente à outra questão, até podem ter alguma razão, mas a verdade é que na UE não há um líder. E por isso não se sabe o que vai acontecer quando (não é se, é quando) alguns países tiverem de aceder aos fundos de emergência da UE ou do IMF. Saem do Euro? E se ficam, quais as condições?

São estas indecisões que fazem com que os rumores e as opiniões de bancada anglo-saxónicas prevaleçam. Não há voz de comando na europa. Nem por parte do Durão Barroso nem por parte da presidência e muito menos por parte do BCE. Parece estar tudo à espera do 13 de Maio e de um novo milagre...

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por carf2007 » 19/4/2010 14:10

Razao_Pura Escreveu:Oi Nuno,

o UK também pode? não tinha noção disso. Pensei que era apenas a FED que impimia $$....

Eu tenho a mesma opinião do Emanuel dos Santos. Quando os analistas/media/políticos, etc. americanos se referem à União Europeia como "Desunião" Europeia em tom jocoso parece mesmo que a questão do euro valer mais que o dólar lhes está estalada.

Jokas

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Razao penso que houve aí uma confusão. O que o Nuno queria dizer é que EUA e UK podem emitir "Dinheiro", Dolares e Libras respectivamente como é obvio.
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por Razao_Pura » 19/4/2010 12:56

Oi Nuno,

o UK também pode? não tinha noção disso. Pensei que era apenas a FED que impimia $$....

Eu tenho a mesma opinião do Emanuel dos Santos. Quando os analistas/media/políticos, etc. americanos se referem à União Europeia como "Desunião" Europeia em tom jocoso parece mesmo que a questão do euro valer mais que o dólar lhes está estalada.

Jokas

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por nunofaustino » 19/4/2010 12:16

enquanto que o UK e os EUA podem emitir o $$ que quiserem Portugal não pode. Uma diferença do tamanho do mundo!

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por ambgoncalves » 19/4/2010 12:00

Emanuel dos Santos reage
Americanos "resolveram mal o sucesso do euro"

O objectivo dos mercados financeiros e de “um número elevado dos economistas” é o lucro, afirmou hoje Emanuel dos Santos. O secretário de Estado do orçamento reagia, à TSF, às declarações de Simon Johnson, que em entrevista ao Negócios acusou o Governo português de estar “em fase de negação”.

O ex-economista-chefe do FMI considera que Portugal será “empurrado” a fazer um ajustamento superior ao défice orçamental. Simon Johnson considera que o país deveria ter pronto um pacote de financiamento externo.

“O objectivo dos mercados é o lucro, é conseguirem margens mais elevadas”, afirmou hoje Emanuel dos Santos. “E portanto se a Grécia não lhes chega eles preparam-se para tentar colar à Grécia situações que não são iguais à Grécia para tirarem partido dos spreads mais elevados. Isto é indesmentível”, acrescentou.

Emanuel dos Santos afirma que alguns economistas americanos “resolveram mal o sucesso do Euro” e aproveitam as fragilidades da economia para se oporem à moeda única, que concorre com o dólar.

O Governo rejeita a necessidade de acelerar o processo de consolidação orçamental.

in Jornal de Negócios
 
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por karaya » 19/4/2010 11:36

Esse bifes deviam de olhar para a casa deles antes de virem falar da casa dos outros.Mais um a querer estar certo antes do devido tempo.
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por atomez » 19/4/2010 11:35

Gozem à vontade, mas a realidade é como é.

O artigo original é este:

Must Germany bail out Portugal too?

E os dados podem ser vistos neste relatório do FMI:

Portugal: Staff Report; Public Information Notice on the Executive Board Discussion;
and Statement by the Executive Director for Portugal
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