Paulo Pinto: "Os Mercados estão manipulados"
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Atomez Escreveu:Quando aparece alguém a dizer "os mercados estão manipulados" é porque não os consegue manipular.
ou melhor, é porque está farto de perder $ nos mercados...


Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Quando aparece alguém a dizer "os mercados estão manipulados" é porque não os consegue manipular.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
LTCM Escreveu:
O mais interessante é que na corretora onde trabalha (é sócio?) também existe isto:Pairs Trading
A DIF Broker adquiriu os direitos de utilização dos algoritmos e de um programa de trading ... um sistema de negociação automático de estratégias de ‘’market neutral’’ ...
... mais uma inovação da DIF Broker, uma corretora diferente, a oferta dos mais avançados algoritmos de negociação e programas proprietários ...
Pela boca morre o peixe.
Ele que invista no incremento dos seus algoritmos se teme ser batido por outros que "manipulam" o mercado.
Resina Escreveu:Estes sistemas fazem-me cá uma confusão...
Cada vez mais são maquinas e sistemas informaticos que colocam as ordens, quando acontecem erros é o desastre total...
Por isso é que hoje em dia colocar stops, há sempre quem os consiga saber para fazer a cotação disparar e depois lançar as ordens livremente... (seja para baixo ou para cima)...
O mercado anda a caminhar para um caminho pouco interessante, isto é se o que é dito for verdade.
Podia refutar, ponto por ponto, os argumentos do Broker PP contra o HFT (não AT), mas não vale a pena o interesse é diminuto.
Digo só isto:
No mercado os players têm de se conseguir adaptar se não o fizerem vão à falência – sobrevivência do mais forte.
Não há que ter medo do HFT à medida que mais players copiam esse tipo de estratégia o Alpha deixa de ser tão generoso, logo a estratégia vencedora dos anos 200X certamente não será a dos anos 201X, ainda por cima a SEC está a apontar-lhes o caminho de Londres e Tóquio o que os torna bem menos rentáveis.
Nem tudo é negativo: O HFT coloca os preço dos activos o mais próximo possível do seu “justo valor” e muitas vezes se não fossem eles não havia liquidez no mercado.
E agora algo completamente contrário.

...there are tightwads who work for hedge funds.
Justin Evans walks to work every day from his home near Central Park. He never takes a taxi, because he wants to save the $8. For lunch, he eats $6 sandwiches from the deli. “I’m a value investor, even to the point of how I live my life,” he says. “I consistently try to convince my wife that we are poor.” The top 1 percent of any industry makes “obscene amounts of money,” Evans says. But most of the guys he knows are the “cheapest guys you’ll ever meet. It’s the ones who’ve drunk the Kool-Aid and think this will last forever, who spend money on watches and cars and other things to impress the girl who wouldn’t date him in high school. It’s a giant poker game, and they’re all passing around the same pile of chips. When the music stops, there won’t be enough chips for everyone.”
in http://nymag.com/
É mais forte do que ele. Sempre que vai jantar fora, Paulo Pinto, de 54 anos, corretor da Bolsa, faz vários cálculos. Não que precise de contar os trocos para saber se pode pedir o prato mais caro. As contas, aliás, não têm nada a ver com ele. É o negócio que lhe concentra todas as atenções. Olha à sua volta, vê quantas mesas estão ocupadas, calcula o número de pratos servidos nessa noite, multiplica pelo preço médio e subtrai o que estima serem os ordenados dos empregados, para perceber se o restaurante é ou não viável. A operação demora poucos segundos e já nem sequer é consciente. Não escolhe hora, nem local, e muito menos precisa de um pretexto. "Simplesmente está sempre a acontecer. Mesmo se eu estivesse numa ilha isolada das Caraíbas. Não consigo parar de pensar em termos financeiros", explica.
Administrador da sociedade corretora Dif Broker, Paulo Pinto assume que não é uma pessoa calma. Gosta de viver em tensão, sempre com o pé no acelerador. Funciona ao mesmo ritmo com que os índices de mercado sobem ou descem. Mal acorda, ainda o Sol está longe de nascer, por volta das 05h30, ouve as notícias, liga-se à Internet e consulta, no terminal da Bolsa que tem em casa, como anda o valor do ouro ou a negociação das moedas. Antes das 8h já está no escritório, de onde só sai pelo menos 12 horas depois. Sempre sem comer. O 'almoço' é às 20h30. Parece cansativo? Paulo Pinto garante que a sua vida nada tem de extraordinário. Nem mesmo o facto de não gostar de tirar férias ou de achar que "a reforma é uma coisa que não faz muito sentido". "Não é que eu não desejasse ser capaz de desligar, mas não é possível, porque o mundo também não pára."
in http://aeiou.expresso.pt/gente-que-nunc ... ga=f573837
Editado pela última vez por LTCM em 3/4/2010 14:00, num total de 2 vezes.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
Resina Escreveu:Estes sistemas fazem-me cá uma confusão...
Cada vez mais são maquinas e sistemas informaticos que colocam as ordens, quando acontecem erros é o desastre total...
Por isso é que hoje em dia colocar stops, há sempre quem os consiga saber para fazer a cotação disparar e depois lançar as ordens livremente... (seja para baixo ou para cima)...
O mercado anda a caminhar para um caminho pouco interessante, isto é se o que é dito for verdade.
Muito bem visto Resina..... Por isso é que eu cada vez menos uso as stop's em alguns titulos já muito viciados ...
AC Investor Blog
www.ac-investor.blogspot.com -
Análises Técnicas de activos cotados em Wall Street. Os artigos do AC Investor podem também ser encontrados diariamente nos portais financeiros, Daily Markets, Benzinga, Minyanville, Solar Feeds e Wall Street Pit, sendo editor e contribuidor. Segue-me também no Twitter : http://twitter.com/#!/ACInvestorBlog e subscreve a minha newsletter.
www.ac-investor.blogspot.com -
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Estes sistemas fazem-me cá uma confusão...
Cada vez mais são maquinas e sistemas informaticos que colocam as ordens, quando acontecem erros é o desastre total...
Por isso é que hoje em dia colocar stops, há sempre quem os consiga saber para fazer a cotação disparar e depois lançar as ordens livremente... (seja para baixo ou para cima)...
O mercado anda a caminhar para um caminho pouco interessante, isto é se o que é dito for verdade.
Cada vez mais são maquinas e sistemas informaticos que colocam as ordens, quando acontecem erros é o desastre total...
Por isso é que hoje em dia colocar stops, há sempre quem os consiga saber para fazer a cotação disparar e depois lançar as ordens livremente... (seja para baixo ou para cima)...
O mercado anda a caminhar para um caminho pouco interessante, isto é se o que é dito for verdade.
Se não podes vencê-los, o melhor mesmo é juntares-te a eles!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
Estás a referir-te a esta frase:
Repara que ele colocou a palavra trading entre aspas.
Mesmo que ele se tenha esquecido de corrigir um erro no artigo repara que aquilo que ele critica “high frequency trading” é completamente diferente do sistema de trading que a corretora utiliza.
Segundo o TAAB Group, o “trading” algorítmico nos Estados Unidos representou 70% do volume negociado em 2009 e teve origem em 2% das empresas de corretagem e de investimento.
Repara que ele colocou a palavra trading entre aspas.
Mesmo que ele se tenha esquecido de corrigir um erro no artigo repara que aquilo que ele critica “high frequency trading” é completamente diferente do sistema de trading que a corretora utiliza.
- Mensagens: 598
- Registado: 9/2/2010 6:36
O broker Paulo Pinto tem muitos anos de Bolsa, ainda me lembro dele dos tempos do E.T. , se alguma vez ganhou dinheiro a negociar não sei, mas a baralhada entre enumerações de “high frequency trading” no lugar de “algorithmic trading” não me inspiram confiança nenhuma.
O mais interessante é que na corretora onde trabalha (é sócio?) também existe isto:
O mais interessante é que na corretora onde trabalha (é sócio?) também existe isto:
Pairs Trading
A DIF Broker adquiriu os direitos de utilização dos algoritmos e de um programa de trading ... um sistema de negociação automático de estratégias de ‘’market neutral’’ ...
... mais uma inovação da DIF Broker, uma corretora diferente, a oferta dos mais avançados algoritmos de negociação e programas proprietários ...
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
Paulo Pinto: "Os Mercados estão manipulados"
Por Paulo Pinto
http://www.dif.pt/web/pt_pt/blog-pp
Nos últimos meses, os mercados têm levantado dificuldades acrescidas em termos de “trading” de curto prazo aos profissionais do sector e aos investidores em geral, levando frequentemente a situações em que as oscilações atingem mais de 1% em pouco tempo, e fazendo com que os stops sejam atingidos para retomar depois o caminho contrário. A análise técnica, instrumento que reflecte o simples compromisso entre a oferta e a procura, tem sido pouco eficiente em resultado de movimentos que se podem considerar anómalos.
Ao ler um relatório da empresa americana TAAB penso ter encontrado o motivo das minhas dúvidas quanto aos méritos da análise técnica no investimento para o século XXI.
O problema (porque disso se trata), envolve 2% dos intervenientes no mercado e chama-se “high frequency trading”, ou negociação de alta frequência.
Segundo o TAAB Group, o “trading” algorítmico nos Estados Unidos representou 70% do volume negociado em 2009 e teve origem em 2% das empresas de corretagem e de investimento. Nos Estados Unidos, existem cerca de 20.000 empresas neste sector, mas só 2 % representam os tais 70% do volume.
“High frequency trading” são sistemas informáticos que actuam em milionésimos de segundo, tendo por base modelos quantitativos, para intervir nos mercados de acções, e futuros. Estes sistemas computorizados são capazes de “ler” os preços do mercado e transmitir milhares de ordens por segundo (não é erro), introduzindo, cancelando e reintroduzindo ordens consoante as alterações do mercado, sem intervenção humana.
Estes sistemas configuram, no nosso entender, manipulação de mercado, pelo menos por quatro razões:
1 – O investidor tem que pagar o “feed” da bolsa para ter preços em tempo real. Independentemente de ser já uma das maiores aberrações o investidor ter que pagar para obter as cotações que se estão a fazer antes de poder negociar, a realidade é que quando esse preço lhe chega, ele já deu origem a intervenções de 2% dos participantes do mercado, que puderam actuar nos tais milionésimos de segundo. Existe manipulação quando alguns intervenientes no mercado beneficiam de condições especiais.
2 – Estas empresas utilizando “high frequency” tiveram 21 mil milhões de lucros em 2008, o que demonstra claramente que existe uma vantagem competitiva. Todos se recordam como a Goldman Sachs levou a tribunal o seu antigo programador Aleynikov por roubo de segredos de “trading”, porque acredita que, se a sua concorrência tiver acesso à mesma programação a sua vantagem competitiva com origem na velocidade e eficiência das ordens seria diminuída de forma significativa.
3 – Na verdade, a velocidade de negociação destes sistemas distorce a realidade do mercado, sendo possível agora de modo electrónico fazer aquilo que foi proibido manualmente a “traders” e investidores, ou seja, o lançamento e posterior anulação de ordens no sistema, por configurar manipulação de mercado. Como referimos, um sistema deste tipo pode introduzir e cancelar milhares de ordens por segundo.
4 – A velocidade é ainda um factor de manipulação, porque permite aquilo que se designa por “front running”. Este é dos pontos mais importantes porque aqueles que colocam ordens no sistema para fecho de posições de compra ou de venda estão expostos ao risco de mercado antes de receberem a confirmação da execução, enquanto os que dão liquidez ao mercado colocando ordens para comprar ou vender estão sujeitos ao risco de verem as suas ordens ficarem no mercado enquanto o preço se afasta. A velocidade dos sistemas de “high frequency trading” tem como objectivo permitir que as suas ordens sejam executadas antes, das ordens daqueles que não têm essa capacidade.
O pior é que os sistemas de “high frequency trading” podem vir a tornar-se ainda mais conhecidos por razões piores. Alguns participantes indirectos com sistemas de “high frequency trading” (hedge funds, por exemplo), fazem-no através de “clearing members” (instituições membros das bolsas com capacidade para liquidar), entidades que são responsáveis pelos “tardes” executados nas bolsas através da sua associação às câmaras de compensação. Assume-se que nestas condições existam estruturas de gestão do risco, quer ele seja de crédito quer ele seja de negociação, como forma de segurança. Existem dois tipos de acordo com estas instituições: o acesso supervisionado (sponsored access) e o acesso não supervisionado (unfiltered sponsored access). O sistema com filtro é obviamente mais lento que o outro e é por isso certamente menos utilizado.
Com o intuito de manter ou obter negócio em período de crise, muitas serão as instituições tentadas em facilitar, até porque não existe regulamentação sobre este assunto.
O risco existe se por qualquer razão o sistema ficar “maluco” (trata-se de um algoritmo) por motivos técnicos. Apesar dos participantes serem responsáveis pela integridade dos seus sistemas, a realidade é que a todos os níveis em todos os sectores já houve perda de informação ou adulteração de bits e bytes.
Nos mercados é conhecido o erro de 2002 da Bear Stearns que com uma ordem de 4 mil milhões fez baixar o índice Dow Jones em 100 pontos quando a ordem era “só'” de 4 milhões.
Em 2007, na Morgan Stanley, uma compra de 10.8 milhões foi transformada em 10.8 mil milhões. Sempre que existe um erro deste tipo são negociados muitos outros milhões de títulos por simpatia com o movimento original, porque são induzidos nesse erro.
A crise que vivemos demonstra que os níveis de risco nas grandes instituições financeiras não foram reduzidos e, pelo contrário, foram aumentados como comprovam os resultados dos grandes bancos de investimento Americanos.[/img]
http://www.dif.pt/web/pt_pt/blog-pp
Nos últimos meses, os mercados têm levantado dificuldades acrescidas em termos de “trading” de curto prazo aos profissionais do sector e aos investidores em geral, levando frequentemente a situações em que as oscilações atingem mais de 1% em pouco tempo, e fazendo com que os stops sejam atingidos para retomar depois o caminho contrário. A análise técnica, instrumento que reflecte o simples compromisso entre a oferta e a procura, tem sido pouco eficiente em resultado de movimentos que se podem considerar anómalos.
Ao ler um relatório da empresa americana TAAB penso ter encontrado o motivo das minhas dúvidas quanto aos méritos da análise técnica no investimento para o século XXI.
O problema (porque disso se trata), envolve 2% dos intervenientes no mercado e chama-se “high frequency trading”, ou negociação de alta frequência.
Segundo o TAAB Group, o “trading” algorítmico nos Estados Unidos representou 70% do volume negociado em 2009 e teve origem em 2% das empresas de corretagem e de investimento. Nos Estados Unidos, existem cerca de 20.000 empresas neste sector, mas só 2 % representam os tais 70% do volume.
“High frequency trading” são sistemas informáticos que actuam em milionésimos de segundo, tendo por base modelos quantitativos, para intervir nos mercados de acções, e futuros. Estes sistemas computorizados são capazes de “ler” os preços do mercado e transmitir milhares de ordens por segundo (não é erro), introduzindo, cancelando e reintroduzindo ordens consoante as alterações do mercado, sem intervenção humana.
Estes sistemas configuram, no nosso entender, manipulação de mercado, pelo menos por quatro razões:
1 – O investidor tem que pagar o “feed” da bolsa para ter preços em tempo real. Independentemente de ser já uma das maiores aberrações o investidor ter que pagar para obter as cotações que se estão a fazer antes de poder negociar, a realidade é que quando esse preço lhe chega, ele já deu origem a intervenções de 2% dos participantes do mercado, que puderam actuar nos tais milionésimos de segundo. Existe manipulação quando alguns intervenientes no mercado beneficiam de condições especiais.
2 – Estas empresas utilizando “high frequency” tiveram 21 mil milhões de lucros em 2008, o que demonstra claramente que existe uma vantagem competitiva. Todos se recordam como a Goldman Sachs levou a tribunal o seu antigo programador Aleynikov por roubo de segredos de “trading”, porque acredita que, se a sua concorrência tiver acesso à mesma programação a sua vantagem competitiva com origem na velocidade e eficiência das ordens seria diminuída de forma significativa.
3 – Na verdade, a velocidade de negociação destes sistemas distorce a realidade do mercado, sendo possível agora de modo electrónico fazer aquilo que foi proibido manualmente a “traders” e investidores, ou seja, o lançamento e posterior anulação de ordens no sistema, por configurar manipulação de mercado. Como referimos, um sistema deste tipo pode introduzir e cancelar milhares de ordens por segundo.
4 – A velocidade é ainda um factor de manipulação, porque permite aquilo que se designa por “front running”. Este é dos pontos mais importantes porque aqueles que colocam ordens no sistema para fecho de posições de compra ou de venda estão expostos ao risco de mercado antes de receberem a confirmação da execução, enquanto os que dão liquidez ao mercado colocando ordens para comprar ou vender estão sujeitos ao risco de verem as suas ordens ficarem no mercado enquanto o preço se afasta. A velocidade dos sistemas de “high frequency trading” tem como objectivo permitir que as suas ordens sejam executadas antes, das ordens daqueles que não têm essa capacidade.
O pior é que os sistemas de “high frequency trading” podem vir a tornar-se ainda mais conhecidos por razões piores. Alguns participantes indirectos com sistemas de “high frequency trading” (hedge funds, por exemplo), fazem-no através de “clearing members” (instituições membros das bolsas com capacidade para liquidar), entidades que são responsáveis pelos “tardes” executados nas bolsas através da sua associação às câmaras de compensação. Assume-se que nestas condições existam estruturas de gestão do risco, quer ele seja de crédito quer ele seja de negociação, como forma de segurança. Existem dois tipos de acordo com estas instituições: o acesso supervisionado (sponsored access) e o acesso não supervisionado (unfiltered sponsored access). O sistema com filtro é obviamente mais lento que o outro e é por isso certamente menos utilizado.
Com o intuito de manter ou obter negócio em período de crise, muitas serão as instituições tentadas em facilitar, até porque não existe regulamentação sobre este assunto.
O risco existe se por qualquer razão o sistema ficar “maluco” (trata-se de um algoritmo) por motivos técnicos. Apesar dos participantes serem responsáveis pela integridade dos seus sistemas, a realidade é que a todos os níveis em todos os sectores já houve perda de informação ou adulteração de bits e bytes.
Nos mercados é conhecido o erro de 2002 da Bear Stearns que com uma ordem de 4 mil milhões fez baixar o índice Dow Jones em 100 pontos quando a ordem era “só'” de 4 milhões.
Em 2007, na Morgan Stanley, uma compra de 10.8 milhões foi transformada em 10.8 mil milhões. Sempre que existe um erro deste tipo são negociados muitos outros milhões de títulos por simpatia com o movimento original, porque são induzidos nesse erro.
A crise que vivemos demonstra que os níveis de risco nas grandes instituições financeiras não foram reduzidos e, pelo contrário, foram aumentados como comprovam os resultados dos grandes bancos de investimento Americanos.[/img]
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