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Caldeirão da Bolsa

Rosas para ti, LEANDRO FILIPE

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 22/4/2010 22:22

BYPASS Escreveu:É impressão minha ou os valores desta sociedade estão todos trocados?
Será possível que para culpa preliminar, seja o porteiro o primeiro responsável a ser falado e relativamente aos que receberam as queixas anteriores e pouco fizeram e aos que lhe batiam repetidamente, ainda nada em concreto se fale?

No minimo revoltante...


Eu também diria que "a corda tende a partir pelo lado mais fraco"... não conheço a escola mas em muitas não há condições para apenas uma pessoa conseguir verificar a legitimidade de todas as entradas e saídas numa escola! De qualquer forma sem conhecer bem as coisas é difícil emitir uma opinião válida, e o que vem na nos media é muito pouco!

abraços

artista
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por BYPASS » 22/4/2010 22:11

22 Abril 2010 - 12h21
Por não ter evitado saída de grupo de alunos
Porteiro da escola de Leandro alvo de processo
Um dos porteiros da escola de Leandro, a criança de 12 anos que morreu afogada no rio Tua, vai ser alvo de um processo disciplinar, determinou o inquérito conduzido pela autarquia a que agência Lusa teve esta quinta-feira acesso.

A escola EB 2/3 Luciano Cordeiro tem dois porteiros e aquele que se encontrava de serviço à hora de almoço a 2 de Março poderá vir a ser sancionado disciplinarmente por não ter evitado a saída do grupo de alunos que acabou na morte de Leandro.

O funcionário, que depende hierarquicamente da autarquia, incorre numa sanção disciplinar que poderá levar à aplicação da sanção mais grave, a expulsão da Função Pública, por ter resultado a morte de um aluno.

O porteiro já tinha sido identificado no inquérito realizado pelo Ministério da Educação que ilibou a escola de responsabilidades e não encontrou motivo para procedimento disciplinar daqueles que dependem diretamente do Ministério, ou seja docentes e dirigentes.

Como o pessoal não docente está integrado nos quadros municipais, o Ministério remeteu certidões à autarquia para que agisse em conformidade o que levou à realização de novo inquérito, cujas conclusões são conhecidas esta quinta-feira.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 47D68CB83A


É impressão minha ou os valores desta sociedade estão todos trocados?
Será possível que para culpa preliminar, seja o porteiro o primeiro responsável a ser falado e relativamente aos que receberam as queixas anteriores e pouco fizeram e aos que lhe batiam repetidamente, ainda nada em concreto se fale?

No minimo revoltante...
 
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por assunoadr » 28/3/2010 1:16

Infelizmente não é de uma novela que se trata.

São factos reais, só possíveis perante a inépcia dos adultos, de gente que se sente confortável em acreditar apenas no que lhes interessa acreditar.

Uma ignorância que vai ao ponto de se desvalorizarem acontecimentos tão escandalosamente óbvios como a violência nas escolas, mesmo quando se revelam da forma mais trágica possível. A morte de uma criança de 12 anos.

Com o seu acto desesperado, o Leandro conseguiu que a maioria das pessoas acordassem para uma realidade que lhes passava despercebida ou que era desvalorizada em muitas escolas (evidenciando também, entre elas, grandes diferenças na gestão das relações entre os alunos e no exercício da autoridade). Ainda assim, há quem insista em ignorar os factos e desdramatizar aquilo que já é tão evidente para a maioria. No entanto:

1) Os pais, os alunos e os profissionais de educação ficaram muito mais atentos e sensibilizados para a violência nas escolas;

2) Foram criadas linhas de apoio às vítimas de Bullying;

3) O Ministério da Educação reforçou a autoridade dos directores de escolas e agrupamentos;

4) Os casos de bullying passaram a ser denunciados com maior frequência;

5) Os órgãos de comunicação social andam em cima de dos acontecimentos relacionados com o bullying;

6) Proliferam os eventos que tratam o tema do bullying;

7) Pede-se que se faça justiça.

Está-se a tentar fazer algo para que as coisas mudem porque cada vez há mais gente sensibilizada para este problema e que tem a coragem de manifestar o seu descontentamento (o contrário de fingir que nada de extraordinário se passou).

Não se podem ignorar os factos, deixando que as crianças continuem a ser agredidas e outras se transformem em marginais precisamente no local onde deveriam aprender a conviver em sociedade.

Combater a violência, exigir a imposição da ordem e da disciplina, reclamar por justiça, consciencializar os "distraídos" para a gravidade dos crimes que se desenrolam mesmo nas suas barbas sem darem por nada, é um dever de todos nós. É difícil de entender porque é que a denúncia sistemática da violência incomoda tanto.




Neste tópico foram postadas notícias sobre o caso do Leandro e de bullying das mais variadas fontes. É evidente que algumas das noticias não se basearam em reportagens feitas no local mas antes na retransmissão de informações das agências de notícias, por isso as diferenças de qualidade são bastante óbvias.

Vale a pena distinguir entre os testemunhos das testemunhas identificadas e que surgiram logo no inicio, nomeadamente as que foram entrevistadas numa manifestação com centenas de pessoas, e os daquelas que apenas foram identificadas na sequência dos inquéritos realizados.

Os artigos do Jornal de Noticias e do Correio da Manhã (apesar dos rótulos) foram, sob qualquer ponto de vista, dos melhores.

A ligação entre as novelas e a divulgação de crimes, acidentes, guerras, crises económicas, fome, miséria e todo o tipo de desgraças que infelizmente grassam no nosso Mundo, não me pareceu adequada. As novelas tratam de realidade virtual pelo que seria mais apropriado colocá-las no mesmo cabaz do que publicações como a Caras, a Lux, a Maria ou outra do género.

Não vejo onde é que esteja a semelhança entre o Crime e o Correio da Manhã. De qualquer modo, se tivesse identificado um artigo de interesse no jornal o Crime, tê-lo-ia postado também.


Dou por terminado o meu contributo para este tópico.

Boa noite,

AA
 
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por PGGM » 27/3/2010 13:23

Este tópico tornou-se agora oficialmente num suplemento do "Crime" ou do "Correio da Manhã". Há pessoas que simplesmente gostam de novelas, mesmo num fórum sobre Bolsa.
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por assunoadr » 27/3/2010 12:31

Leandro não vás, por favor”

Irmão gémeo de Leandro não aguentou a dor e desmaiou. Pais estavam inconsoláveis e choravam convulsivamente sobre o caixão da criança.

video:

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 00181&h=11

AA
 
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por assunoadr » 26/3/2010 22:34

Criança que esteve desaparecida no Rio Tua foi hoje sepultada


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Boa noite

AA
 
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por assunoadr » 26/3/2010 19:13

Friday, March 26, 2010

O sacrificio de Leandro não pode ter sido em vão

O menino Leandro pode finalmente descansar. Deus o abençoe! E a sua família pode velá-lo e visitar-lhe a campa. A família pobre de dinheiro e pobre de poder que em lugar do esquecimento e da humilhação da atribuição de culpas, merecia um telefonema de condolências dos mais altos responsáveis do País, lamentando a morte e garantindo que aprenderam e que o menino não morreu em vão.Mas, na campa, Leandro não fica só. Com ele fica a verdade do que sofreu, enterrada pelo sistema que não assume as culpas e passa-as para o próprio, de 12 anos, cujo corpo chocava com os punhos e pés dos coitados dos rufias de 17 e 18 anos das turmas dos CEFs!).....


http://joaomaduro.blogspot.com/2010/03/ ... e-ter.html


AA
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por assunoadr » 26/3/2010 18:26

Leandro: autarquia ajudou a fazer o funeral

Família e amigos cumpriram a última homenagem ao menino que foi encontrado no rio Tua

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/leand ... -4071.html

Centenas de pessoas juntaram-se à dor da família no funeral de Leandro

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... id=1528948


Centenas de pessoas participaram esta manhã no funeral de Leandro

http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais ... io+tua.htm


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por artista_ » 26/3/2010 12:44

mais_um Escreveu:
otangas Escreveu:
Confesso que não entendo como é que todos fomos enganados pela morte do Leandro. Todos, eu incluído. Todos engolimos sem pestanejar a primeira e 'definitiva' versão que nos foi apresentada pela imprensa para a morte do jovem de doze anos, apresentado como exemplo limite das consequências do bullying. A saber: a) que Leandro, farto de ser sovado e maltratado pelos colegas da escola; b) por quem já havia sido seriamente espancado um ano antes; c) e incapaz de se defender; d) saiu pela porta principal da escola de Mirandela que frequentava, sem que ninguém o interceptasse, e declarando "não aguento mais, vou-me atirar ao rio": e) o que fez, suicidando-se no Tua; f) sem que a escola tenha tido depois uma só palavra para com a família. Ora, segundo o "Diário de Notícias" desta terça-feira, citando fontes da escola e da PSP e amigos e testemunhas do acto de Leandro, o que realmente terá acontecido foi: a) Leandro era, ele próprio, um miúdo dado a provocações e confrontos, o que terá estado na origem do incidente ocorrido há um ano, quando insultou outros alunos; b) os quais, aliás, não eram da sua escola, mas sim de outra escola de Mirandela; c) no dia fatal, não saiu da escola pela porta da frente, que estaria sempre vigiada, mas sim através das grades exteriores; d) não se quis suicidar, mas apenas tomar banho no rio, tendo sido levado pela corrente; f) e logo no dia seguinte o presidente do conselho executivo da escola falou com a mãe de Leandro, dando-lhe os sentimentos e colocando-se à disposição dela. Ou seja: a fazer fé na segunda e corrigida versão, todos fomos levados ao engano. E porquê? Pois, o que dói é a resposta a esta pergunta.

Fomos levados ao engano, porque a nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis. E porque, entre procurar a verdade da história além das aparências, esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões, ou optar logo pela versão mais trágica e chocante, escolheu esta sem hesitar.

fonte: http://clix.expresso.pt/miguel-sousa-tavares=s23491


Opinião do Miguel Sousa Tavares, que vale o que vale. Eu não faço juízos sobre o que desconheço nem pretendo entrar em qualquer discussão sobre este assunto.


Vamos aguardar a conclusão das investigações, no entanto há (supostos)factos que não fazem sentido, nomeadamente ele despir-se antes de se atirar ao rio e o ter saltado a grade para sair da escola (e então os outros 9 alunos que sairam com ele, também saltaram as grades???)

Numa coisa estou de acordo com o MST, a comunicação social é responsavel por esta desinformação constante, estou curioso de comparar a noticia com o resultado do inquerito com a 1ª noticia sobre o caso.


Pois, mas ele próprio, MST, é também responsável por essa mesma desinformação, fala quase sempre com opiniões, muitas vezes muito mal fundamentadas mas como ele próprio diz "a opinião é livre, mas tem uma assinatura"... obviamente que tem em muito boa conta a sua própria opinião, e duvido que se aperceba sequer que muitas vezes essa opinião é muito mal fundamentada! :)

Este senhor disse, por exemplo, que "os professores, os inúteis mais bem pagos deste país"... que eu saiba nunca pediu desculpa nem disse o contrário, pelo que presumo que ainda pense da mesma forma! Obviamente que uma pessoa que pensa assim e nem sequer apresenta argumentos para isto não merece da minha parte o mínimo respeito! Para mim vejo-o como alguém com uma personalidade muito forte que sabe ser mediático, este artigo agora é mais uma forma de o ser... mas do ser mediático ao ser coerente, sensato, e inteligente nos assuntos que aborda vai uma distância colossal, isso pressuporia, entre outras coisas, que por vezes se escusasse a dar a sua opinião porque não conhece bem o assunto em questão (eu nunca o vi fazer isso, alguém o viu?!), algo que António Vitorino e Marcelo Rebelo de Sousa fazem com frequência...

Nunca vi o novo programa dele nem tensiono ver mas o que me têm dito (e não são professores :) ) é que ele é completamente manietado pelos entrevistados... a ser verdade não me surpreende, ele parece bom a falar sozinho, sem ter de argumentar com niguém, se o tiver de fazer apenas num pequeno número de assuntos que conhece bem o conseguirá fazer...

Quanto ao assunto Leandro, continuo à espera de conclusões finais sobre o assunto, agradeço mais uma vez ao AA que não tem deixado cair o tópico e espero que este caso, quaisquer que sejam as conclusões a que se cheguem, sirva pelo menos para todos reflectirmos sobre a violência nas escolas e nas sociedades, e sobre tudo o que está por trás dela...

abraços

artista
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por mais_um » 26/3/2010 11:43

otangas Escreveu:
Confesso que não entendo como é que todos fomos enganados pela morte do Leandro. Todos, eu incluído. Todos engolimos sem pestanejar a primeira e 'definitiva' versão que nos foi apresentada pela imprensa para a morte do jovem de doze anos, apresentado como exemplo limite das consequências do bullying. A saber: a) que Leandro, farto de ser sovado e maltratado pelos colegas da escola; b) por quem já havia sido seriamente espancado um ano antes; c) e incapaz de se defender; d) saiu pela porta principal da escola de Mirandela que frequentava, sem que ninguém o interceptasse, e declarando "não aguento mais, vou-me atirar ao rio": e) o que fez, suicidando-se no Tua; f) sem que a escola tenha tido depois uma só palavra para com a família. Ora, segundo o "Diário de Notícias" desta terça-feira, citando fontes da escola e da PSP e amigos e testemunhas do acto de Leandro, o que realmente terá acontecido foi: a) Leandro era, ele próprio, um miúdo dado a provocações e confrontos, o que terá estado na origem do incidente ocorrido há um ano, quando insultou outros alunos; b) os quais, aliás, não eram da sua escola, mas sim de outra escola de Mirandela; c) no dia fatal, não saiu da escola pela porta da frente, que estaria sempre vigiada, mas sim através das grades exteriores; d) não se quis suicidar, mas apenas tomar banho no rio, tendo sido levado pela corrente; f) e logo no dia seguinte o presidente do conselho executivo da escola falou com a mãe de Leandro, dando-lhe os sentimentos e colocando-se à disposição dela. Ou seja: a fazer fé na segunda e corrigida versão, todos fomos levados ao engano. E porquê? Pois, o que dói é a resposta a esta pergunta.

Fomos levados ao engano, porque a nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis. E porque, entre procurar a verdade da história além das aparências, esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões, ou optar logo pela versão mais trágica e chocante, escolheu esta sem hesitar.

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Vamos aguardar a conclusão das investigações, no entanto há (supostos)factos que não fazem sentido, nomeadamente ele despir-se antes de se atirar ao rio e o ter saltado a grade para sair da escola (e então os outros 9 alunos que sairam com ele, também saltaram as grades???)

Numa coisa estou de acordo com o MST, a comunicação social é responsavel por esta desinformação constante, estou curioso de comparar a noticia com o resultado do inquerito com a 1ª noticia sobre o caso.
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por otangas » 26/3/2010 11:21

Confesso que não entendo como é que todos fomos enganados pela morte do Leandro. Todos, eu incluído. Todos engolimos sem pestanejar a primeira e 'definitiva' versão que nos foi apresentada pela imprensa para a morte do jovem de doze anos, apresentado como exemplo limite das consequências do bullying. A saber: a) que Leandro, farto de ser sovado e maltratado pelos colegas da escola; b) por quem já havia sido seriamente espancado um ano antes; c) e incapaz de se defender; d) saiu pela porta principal da escola de Mirandela que frequentava, sem que ninguém o interceptasse, e declarando "não aguento mais, vou-me atirar ao rio": e) o que fez, suicidando-se no Tua; f) sem que a escola tenha tido depois uma só palavra para com a família. Ora, segundo o "Diário de Notícias" desta terça-feira, citando fontes da escola e da PSP e amigos e testemunhas do acto de Leandro, o que realmente terá acontecido foi: a) Leandro era, ele próprio, um miúdo dado a provocações e confrontos, o que terá estado na origem do incidente ocorrido há um ano, quando insultou outros alunos; b) os quais, aliás, não eram da sua escola, mas sim de outra escola de Mirandela; c) no dia fatal, não saiu da escola pela porta da frente, que estaria sempre vigiada, mas sim através das grades exteriores; d) não se quis suicidar, mas apenas tomar banho no rio, tendo sido levado pela corrente; f) e logo no dia seguinte o presidente do conselho executivo da escola falou com a mãe de Leandro, dando-lhe os sentimentos e colocando-se à disposição dela. Ou seja: a fazer fé na segunda e corrigida versão, todos fomos levados ao engano. E porquê? Pois, o que dói é a resposta a esta pergunta.

Fomos levados ao engano, porque a nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis. E porque, entre procurar a verdade da história além das aparências, esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões, ou optar logo pela versão mais trágica e chocante, escolheu esta sem hesitar.

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por assunoadr » 26/3/2010 8:24

Retrospectiva dos factos que conduziram à morte de uma criança feliz


"Tragédia: Leandro era vítima de bullying há ano e meio

O menino que preferiu a morte a ser vítima em vida

As ruas da aldeia contam as histórias e os sonhos da criança. A escola esconde o sofrimento e as agressões de que, durante ano e meio, foi alvo.

O dia amanhece cedo na pequena aldeia de Cedainhos e o Sol teima em entrar por entre as brechas das janelas fechadas há quase duas semanas. Amália cerra os olhos e deixa as lágrimas correr, não quer ver a luz do dia. Desde a morte do filho que a vida parece já não ter sentido. Amália olha a fotografia de Leandro, de 12 anos, e continua sem entender. Como pode alguém ter feito o menino sofrer tanto? Que mal fizeram os colegas mais velhos da escola de Mirandela a Leandro que o levou a decidir atirar-se ao rio Tua? Como é que a escola nada fez? As perguntas que atormentam a cada segundo os pais da criança continuam sem resposta. A culpa pela morte de Leandro parece teimar em morrer solteira.

Em Cedainhos os caminhos de terra batida e os campos de pasto de erva viçosa escondem agora as histórias de infância e os sonhos do pequeno Leandro. Os cerca de cem habitantes, todos eles familiares da criança, relembram com saudade o menino da terra que gostava de futebol, de passear as vacas e as ovelhas e de correr descalço. 'Ele gostava de me chamar ‘Tintim’. Ao domingo de manhã batia à minha porta e íamos todos juntos jogar futebol para o campo. Ao final do dia vínhamos embora cansados de tanto brincar', recorda Jacinto, de 11 anos, primo do menino, enquanto os olhos grandes e brilhantes se inundam de lágrimas.

Leandro e o irmão gémeo, Márcio, nasceram a 27 de Outubro de 1997 numa manhã escura e chuvosa, igual ao dia em que o menino morreu. Toda a aldeia ficou em festa. Amália, que agora chora a morte do filho, na altura temeu não ter condições para tomar conta de duas crianças. 'A vida aqui é muito difícil. Vivemos, muitas vezes, apenas daquilo que a terra nos dá. A minha irmã temeu que o dinheiro não chegasse para alimentar os dois meninos', contou Luís Nunes, tio da criança.

Os anos passaram, Leandro e o irmão Márcio cresciam felizes. A irmã Ana, agora com nove anos, nasceu entretanto. 'Eles davam-se todos tão bem. No Inverno o Leandro pedia sempre para deixar a irmã dormir com ele e com o Márcio', conta Amália. 'Ó mãe, é para ficarmos mais quentinhos', dizia a criança.

Leandro sempre foi um menino calmo e humilde. Era capaz de passar horas deitado em cima da palha a sonhar com o futuro. 'Ele sempre gostou muito de tractores e de motas, gostava muito de perceber como aquilo funcionava. Quando fosse grande queria ser mecânico', recorda a avó, Zélia Morais.

Na primeira casa da aldeia, uma habitação ainda em construção, o menino viveu feliz durante doze anos. 'Nunca lhe faltou nada. Somos pessoas humildes mas ele sempre teve o que quis. Tinha PlayStation, computador, telemóveis, tudo', conta Amália. A família vivia sobretudo do que a terra lhe dava. Amália sempre ficou em casa a cuidar dos filhos e recentemente começou a frequentar um curso de geriatria em Mirandela. O pai, Armindo, é agricultor. De tempos a tempos viajava para França, onde trabalhava na apanha do morango. 'Ele gostava muito da mãe, mas tinha uma adoração pelo pai. Quando ele voltava de França agarrava-se a ele e não parava de lhe dar beijinhos', conta Luís, tio do menino.

Sempre que o pai estava fora Leandro passava a vida em casa da avó. Adorava o tio Luís, que está paralisado numa cadeira de rodas há vários anos, e não deixava que ninguém lhe fizesse mal. 'Para ele o tio era como um segundo pai, o Leandro não deixa que ninguém lhe levantasse sequer a voz. Não havia dia em que ele não o visitasse', diz a avó Zélia.

Em Cedainhos, o pequeno e franzino Leandro sempre foi um menino feliz. Gostava muito da escola e nunca tinha tido problemas. Mas há cerca de um ano e meio, quando a criança se mudou para a escola de Mirandela, tudo mudou. Começou a ser ameaçado e constantemente agredido. 'Quando foi para aquela escola os problemas começaram. Foi logo agredido em Setembro e em Dezembro foi para o hospital. Nunca mais nos contou nada, mas o irmão, os primos e os colegas contam que lhe batiam muitas vezes', revela a mãe do menino. Jacinto percorre os caminhos da aldeia e recorda a promessa que um dia o primo Leandro lhe fez. 'Ele prometeu-me que quando fosse para aquela escola não deixaria ninguém me bater, como lhe batiam a ele. Disse que eu não precisava de ter medo porque ele ia-me defender', recorda a criança.

Durante ano e meio os recantos da escola foram muitas vezes as únicas testemunhas das violentas agressões de que o menino era alvo. No dia 3 de Março, depois de ser espancado por um jovem de 17 anos e pela namorada de 15, o menino não aguentou mais. Aproveitou o facto do porteiro não estar no local de trabalho, saiu a correr da escola, e, já junto ao rio, despiu-se e, perante o olhar desesperado dos primos e do irmão, atirou-se. Desde então muitos outros casos de agressão na mesma escola foram denunciados. A direcção da instituição remeteu-se ao silêncio, tinha conhecimento das agressões mas nada fez. 'São coisas de criança', chegou a afirmar o director, José Carlos Azevedo, à família. A escola e a PSP abriram inquéritos. O primeiro foi inconclusivo e o segundo descreve o menino como uma criança 'reguila'. Mas que mais se podia esperar? Leandro tinha apenas 12 anos.

MORTE CHOCA POPULARES

A morte do pequeno Leandro deixou em choque a cidade de Mirandela. Vários foram os populares que fizeram questão de dar o apoio e prestar solidariedade aos pais do menino. Durante os vários dias de buscas dezenas de pais de alunos juntaram-se no local onde a criança se atirou e lançaram flores, acenderam velas e rezaram pelo pequeno Leandro. Na passada segunda-feira os familiares do menino participaram ainda numa marcha desde a escola até ao local onde a criança se atirou."


Não há culpados?


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por assunoadr » 26/3/2010 8:01

Funeral: Corpo chegou à igreja depois de a autópsia confirmar afogamento

“Dor voltou como no primeiro dia”

Foi um choque porque já não contávamos que aparecesse. Mas um alívio porque assim já podemos fazer o funeral". Paula Nunes, tia do pequeno Leandro, o menino vítima de bullying e cujo corpo apareceu ontem na Azenha do Saldanha, a 13 quilómetros do local onde se terá suicidado, não escondia a dor da descoberta. Ao lado dos pais, Paula Nunes tentava prestar todo o apoio à família. E confessava que o facto de o cadáver ter aparecido acabava por ser uma dura machadada na esperança que ainda os envolvia. "A dor voltou como no primeiro dia, porque apesar de já todos sabermos foi a triste confirmação da realidade. O Leandro morreu mesmo".

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 0000000009

Corpo de Leandro já foi autopsiado

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=198668

Autópsia de Leandro já foi realizada

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 0000000010



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por assunoadr » 25/3/2010 16:45

Alegadamente vítima de "bullying"
Corpo de Leandro encontrado no Tua
25.03.2010 - 09:28 Por Lusa, PÚBLICO
8 de 22 notícias em Sociedade
O corpo de Leandro Pires, de 12 anos, o menino de Mirandela que saiu da escola em horário escolar, onde alegadamente seria vítima de "bullying" (violência física ou verbal continuada), foi hoje encontrado no Tua, a 12 quilómetros do local onde desapareceu.
O corpo de Leandro foi hoje encontrado por um pescador (Joana Oliveira)
O corpo foi encontrado por um pescador e, de acordo com a SIC Notícias, já foi levado para a morgue de Mirandela, onde será autopsiado.
Leandro, de 12 anos, desapareceu no rio Tua a 2 de Março, junto ao parque de merendas de Mirandela, a alguma distância da escola.
O caso foi associado a violência escolar e o afogamento da criança a uma alegada tentativa de suicídio.
A PSP concluiu, porém, que o jovem não se pretendia suicidar, mas apenas chamar a atenção. Depois de ouvir o testemunho de inúmeros colegas, familiares e professores, a PSP acredita que Leandro entrou nas águas do Tua com a intenção de sair, o que não foi possível devido à forte corrente do rio.
O perfil da criança traçado pelos investigadores não retrata Leandro apenas como vítima de violência escolar, mas também como agressor. Aliás, o relatório da PSP, já entregue ao Ministério Público, dá conta que a violência era uma constante na Escola EB 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela.


http://www.publico.pt/Sociedade/corpo-d ... a_1429338#



Vou dar a minha interpretação da notícia face às evidências que são pública e sobejamente conhecidas

Vítima de "bullying"

Corpo de Leandro foi encontrado no Tua

O corpo de Leandro Filipe Pires de 12 anos, o menino de Mirandela que saiu da escola em horário escolar, alegadamente através das grades da escola (por onde supostamente só poderiam ter passado todos os restantes meninos que o seguiram) onde quase diariamente era vítima de violência física (segundo os testemunhos de várias crianças, tendo-se queixado pelo menos duas vezes sem que nada tivesse sido feito para travar a violência de que era alvo – na primeira vez, chegou mesmo a ser hospitalizado durante 2-3 dias), foi hoje encontrado no Tua, a 12 quilómetros do local onde desapareceu.

O corpo foi encontrado por um pescador e foi levado para a morgue de Mirandela, onde será autopsiado.

Leandro de 12 anos desapareceu no rio Tua a 2 de Março, perto da escola onde viveu o martírio que o conduziu à morte, desde que a começou a frequentar em 2008.

O afogamento da criança decorreu na sequência de um acto de desespero por se sentir totalmente indefeso face às agressões perpetuadas nesse mesmo dia por dois meliantes fisicamente muito mais fortes que actuavam com total impunidade face à passividade dos adultos, nomeadamente dos profissionais que deviam zelar pela sua segurança.

A PSP concluiu que alegadamente o jovem não se pretendia suicidar, mas apenas chamar a atenção. Depois de ouvir o testemunho de inúmeros colegas, familiares e professores, a PSP acredita que Leandro entrou nas águas do Tua alegadamente com a intenção de sair, o que eventualmente não deverá ter sido possível devido à forte corrente do rio. No entanto, o importante foram os factos que conduziram o Leandro à morte e não se, no preciso momento em que entrou no rio, pretendia apenas chamar a atenção.

O perfil da criança traçado pelos investigadores não retrata Leandro apenas como vítima de violência escolar, mas alegadamente também como agressor, embora seja discutível que a iniciativa das agressões para ser roubado ou para com alunos bastante mais velhos e fortes partissem do próprio.
Aliás, o relatório da PSP, já entregue ao Ministério Público, dá conta que a violência era uma constante na Escola EB 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela o que vem confirmar o que é o mais relevante deste caso.





Leandro, descansa em paz


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Editado pela última vez por assunoadr em 26/3/2010 8:10, num total de 1 vez.
 
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Encontrado o corpo de Leandro

por LOAMIL » 25/3/2010 10:18

Foi encontrado o corpo de Leandro Filipe.

Informação "última hora" Sic Noticias.

Descansa em paz

Um abraço
ml
"Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade."
Elmer Letterman"
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por Elias » 25/3/2010 10:17

Corpo de Leandro encontrado no rio Tua

O corpo da criança desaparecida há quase um mês no Rio Tua apareceu no mesmo rio, na zona do Cachão, disse à agência Lusa uma fonte dos bombeiros.

O corpo foi detectado cerca das 08:00 por um morador da zona.

Leandro, de 12 anos, desapareceu no rio Tua a 02 de Março, junto ao parque de merendas de Mirandela, a alguma distância da escola.

http://diario.iol.pt/sociedade/leandro- ... -4071.html
 
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por assunoadr » 25/3/2010 9:46

Pais associados na Cnipe criam linha de apoio a vítimas de bullying

http://www.profblog.org/2010/03/pais-as ... ha-de.html

Linha de apoio às vítimas: 964 466 499

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por assunoadr » 25/3/2010 9:36

 
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por caladunum1 » 24/3/2010 20:05

Para quem conhece as pessoas da terra sabe que estas pessoas são pessoas muito humildes e não possuem conhecimento pra questionar seja o que for.
Mas o problema desta merd** é que o Sr prof. que deu acara pelo associação de pais tem que defende os amigos.
É impensavel este sr ir contra os colegas, é que depois acabam os tachos nos sindicatos, nas formações etc....
Os sr do directivo, ou como lhe queiram chamar, não fazem nada porque os alunos que estão envolvidos neste assunto são meninos bonitos da Terra, são aqueles que podem fazer tudo em MDL, que ninguem faz nada, em a Policia.

Uma coisa é certa se o problema foce com o meu filho de certeza que era olho por olho dente por dente.

Só não percebebi uma coisa, ouve gente que falou que sempre pensei que tomasse outro tipo de atitude quando falaram a dizer que o filho tb já tinha sofrido deste tipo de agressoes.

os meus sinceros sentimentos a familia do leandro. sei que eles não vão ver este site, mas aqui ficam mais uma vez os meus sentimentos,
Há três coisas na vida que nunca voltam atrás:
a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
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por assunoadr » 24/3/2010 8:34

terça-feira, 23 de Março de 2010

Combate ao bullying a nível internacional é centrado na escola

http://www.netconsumo.com/2010/03/comba ... ional.html

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por assunoadr » 24/3/2010 8:11

Cobardia, Silêncio, Cumplicidade, Irresponsabilidade


A direcção da escola EB 2, 3 de Cacia nunca informou o Ministério da Educação sobre o que se passava. A Direcção da escola nunca abriu um inquérito disciplinar para saber o que se passava com uma criança que ficou doente, com uma criança que passou a ser seguida por psicólogos e deixou de querer ir à escola. O caso está em tribunal.

Beatriz tem 14 anos. Desde Julho do ano passado foi ameaçada, perseguida, agredida por colegas de outra turma. Bia, como é tratada pelos amigos, não quer mudar de escola. Quer que o caso seja conhecido e que possa mudar mentalidades.
Beatriz foi agredida fortemente duas vezes, foi ao hospital, os pais fizeram inúmeras queixas na escola e na polícia. Beatriz foi perseguida, vítima de cyber-bullying. Exposta a sua vida e contactos no universo da internet. A Direcção da Escola Jorge Peixinho, no Montijo, nunca informou o Ministério da Educação sobre o que se passava. Fez um inquérito disciplinar. As agressoras, duas, viram o processo arquivado, outras duas levaram uma repreensão por escrito. O processo está em tribunal.
E Leandro. As buscas terminaram e da criança de 12 anos nunca mais houve notícia.
A associação de pais garante que a Escola Luciano Cordeiro, de Mirandela, foi das mais bem classificadas num ranking da DREN sobre Bullying mas não é esta a realidade que aqui se conta. Os pais garantem que se queixaram à escola vezes sem conta. A direcção da escola não informou das queixas.

Restam os silêncios. Da Direcção Regional de Ensino de Lisboa, e de Coimbra. Da Direcção da Escola EB 2, 3 de Cacia, em Aveiro. Da escola Luciano Cordeiro em Mirandela. Da Escola Secundária Jorge Peixinho no Montijo. Do Ministério da Educação. Um silêncio total em relação a estas vidas. E à Justiça que não lhes chega.

Reitor


http://educacaosa.blogspot.com/2010/03/ ... idade.html


BLOG DOS PAIS

Bullying:

http://blogdospapais.blogspot.com/2010/03/bullying.html

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por assunoadr » 24/3/2010 8:01

"O bullyng é um problema da sociedade e não da escola"
Segundo Cristina Moreira

A vereadora Cristina Moreira, defendeu, na última sexta-feira, que o bullying é um problema que extravasa o domínio da escola e que o número de casos relacionados com este fenómeno, que tanto tem preocupado o país, nos últimos dias, não tem grande expressão em Lousada. "Neste momento em Lousada com a implementação do Projecto Dicas penso que este fenómeno não tem qualquer expressão. Qualquer comportamento desviante nas escolas é de imediato encaminhado para os técnicos de psicologia e por isso é que temos 11 psicólogos nos estabelecimentos de ensino e estamos a constituir equipas multidisciplinares. Existe um modelo estratégico de intervenção integrada onde todos os agentes sociais estão integrados e organizados com o objectivo de prevenir estas situações e implementar programas como as férias divertidas ou outros como o que ocorreu no Dia Internacional da Mulher, em que o tema da violência no namoro mereceu particular destaque", adiantou.

A vereadora observou, ainda, que nem mesmo a Comissão de Protecção de Menores registou situações idênticas à que se passou com o Leandro, a criança de Mirandela aparentemente vítima de bullyng. "Felizmente que não temos casos de bullyng. Uma criança é um universo complexo. Este problema não se resolve só com a intervenção da escola e dos seus técnicos. Este é também um problema social que envolve toda a comunidade. O bullyng resulta da sociedade em que vivemos. Somos confrontados hoje com um conjunto de novos problemas que exigem respostas articuladas e um olhar atento e constante", destacou.

______________________________________________________________

Educação emocional

Cristina Moreira defendeu, ainda, a necessidade dos alunos passarem a ter nos seu curriculo uma disciplina de educação emocional como forma de se conhecerem melhor, conhecerem o meio, mas também fazer face ás inúmeras solicitações com que são hoje confrontados assim como á sociedade cada vez mais exigente que nos coloca novos e mais complexos desafios. "Cada vez mais é mais complicado ser jovem. Este é um fenómeno que está relacionado com a educação emocional. É urgente a escola mudar os seus currículos e adoptar outros que sejam passíveis de ser usados na prática. A educação emocional é uma das disciplinas que deveria ser ministrada nas escolas desde tenra idade. Os jovens têm de conhecerem-se a si próprios, o meio que os rodeia, saber reagir aos estímulos sejam eles positivos ou negativos dos outros", assinalou.

______________________________________________________________

Excesso de informação

A autarca manifestou, ainda, a sua preocupação pelo excesso de informação com que hoje os mais novos se confrontam, um sintoma das novas exigências da sociedade do conhecimento mas que pode acarretar outros problemas se não for devidamente orientada. "Os jovens são confrontados com um excesso de informação e não conseguem fazer uma triagem do que é mais importante e do que é acessório, gerir a informação e partilhá-la. O que presenciamos é o surgimento de um número crescente de jovens confusos, frustrados, em cursos sem saídas profissionais e tudo isto faz com que não tenham perspectivas em relação ao futuro. Recordo-me que no meu tempo, também havia birras, quezílias entre os alunos e o bullyng nunca foi um problema. Dávamos atenção ao que tinha importância, um bom jogo de futebol, uma prova em conjunto, um espectáculo que tínhamos que fazer. As coisas menos boas acabavam por ser relativizadas. Hoje verificamos que as crianças se preocupam com coisas que não têm qualquer importância e aquilo que é verdadeiramente importante, como os estudos e a sua valorização pessoal e profissional ficam em segundo plano. Qualquer jovem pode usufruir das condições que a autarquia coloca ao seu dispor. Em vez disso prefere estar na "playstation", num bar sem fazer nada. Porque é que os jovens são tão deprimidos e os adultos portugueses são dos que consomem mais antidepressivos na Europa? O exemplo tem de vir de cima. As crianças são o reflexo do mundo que criamos para eles", constatou.

http://www.jornaltvs.net/noticia.asp?id ... on=noticia

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por assunoadr » 23/3/2010 10:24

O menino de Mirandela
Domingo, 07 Março 2010 19:56 | | |
Vai meu menino: ser rio te valerá o rio de lágrimas

que ao rio te levou.
Agora ninguém ri nem te atormenta
Já não tens medo
Eles estão lá longe.
Faço das minhas lágrimas um ramo de açucenas.
Com o meu desgosto acendo uma vela que te mostre
o caminho ao regaço dos anjos.

____________________________________________________

Suicidou-se um menino. Não quis mais, atirou-se ao rio.

Todos nós tristes, revoltados. Alguns, com vontade também de mergulhar num rio para que os nossos olhos não voltem a ver rostos de meninos desesperados, os nossos ouvidos não voltem a ouvir falar de meninos bárbaros, os nossos corações não voltem a sangrar perante as truculências dos avatares do diabo.

Sufoco na vontade de afogar no rio uma sociedade doente, terrivelmente infectada com o vírus da torpeza, da iniquidade e pior ainda com a pandémica desatenção dos adultos – todos - sobre as crianças.

Não tenho muito para dizer neste crónica. As minhas lágrimas, e as de milhares de pessoas como eu, são águas transparentes que escorrem sem ruído por rostos alarmados.

Mas a lágrima, o suspiro, o sofrimento quieto (como o que levou o menino no seu voo sobre o rio) não merecem atenção. Muitas vezes nem merecem sequer a atenção dos que, debaixo do mesmo tecto, têm mais que fazer do que aturar «chorinas».

As televisões falam do assunto «de raspão». Não há corpo, não há gritaria, não há espalhafato. Surgem homens e barcos e cães e polícias e sei lá mais o quê a procurar o menino morto. Enquanto viveu seviciado (nada que não se resolvesse com uns pares de estalos nas fauces dos pequenos hunos) não houve uma alma que o socorresse, o escutasse, lhe adivinhasse no rosto a tragédia causada pelos aprendizes de malditos.

Os papás vão certamente negar que as suas crias sejam malévolas, os psicólogos vão tratá-los com horas de conversa que os pequenos canalhas não querem entender, o Ministério da Educação vai dizer que são «alunos problemáticos» e os professores vão ter que virar a cara para o lado se não quiserem levar também.

O gang continuará o seu tirocínio para : ladrões, mentirosos e assassinos que já são.

A escola do Leandro não deu por eles, não deu pelo sofrimento do Leandro, as famílias de uns e de outros também não. Há que estudar cuidadosamente o acto sexual enquanto o acto de (in)cidadania mais elementar se resolve na ponta de uma corda, num frasco de veneno, na corrente de um rio.

http://www.maisalgarve.pt/cronicas/cron ... -mirandela

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por assunoadr » 23/3/2010 10:17

Bragança/Mirandela: Crónica de um menino a quem ninguém ouviu
Uma escola, no interior. Os meninos jogam à bola na rua debaixo do olhar dos mais velhos. Alguns escondem-se e calam dentro deles uma dor de alma, uma torrente de sentimentos frustrados. Têm medo, choram.

Indiferentes à sua dor, toda uma escola viva de professores, companheiros, auxiliares...

Numa escola, no interior, uns meninos eram perseguidos por colegas mais velhos e de vez em quando levavam “uns bofetões”. “Coisa normal entre crianças”, disseram alguns pais e professores. Uma “coisa normal” para quem?

Sendo a escola obrigatória, presumo que muitos de nós tenhamos passado por lá. Poucos serão os que não viveram situações semelhantes, com desfechos diferentes. Quem nunca andou “à bulha”? Terão sido poucos, mas isso é normal e aceitável? Até que ponto?

Em 2008 o pequeno Leandro, uma criança como eu também fui, como muitos foram, foi mandado para o hospital. Alguns colegas mais velhos bateram-lhe. Dizem que lhe deram pontapés na cabeça. Esteve dois dias internado. É normal? É aceitável? O que fez a escola? O aluno foi agredido fora do recinto. Mas foi agredido por colegas seus, colegas mais velhos. É aceitável?

Em 2010 Leandro não aguentou mais e o país soube. Um menino saltou para o rio para fugir aos maus tratos de alguns colegas mais velhos. Vergonha. Que vergonha.

Foi preciso cair nas águas do rio para fazer ouvir a sua dor.

Quantos mais Leandros vão ter de cair para que a escola comece a encarar a agressividade e a violência entre os alunos como um sério problema e não como brigas de crianças?

Para quando a colocação de profissionais competentes (psicólogos) para acompanhar estes casos?

Que pessoas estamos a formar? Que pessoas queremos formar?

Espero que a consciência lhes doa até mais não e que não haja uma noite em que descansem em paz.


http://diariodebraganca.blogs.sapo.pt/2 ... 886#t66886


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por assunoadr » 23/3/2010 10:08

Assunto: MANIFESTO DE INDIGNAÇÃO PERANTE O SUICIDIO DE UMA CRIANÇA DE 12 ANOS!

A escola; (D)os ASSASSINOS

Antes demais, o meu profundo pesar pela trágica morte desta criança.
Aos seus familiares e amigos, a minha solidariedade humana .

O que sairá destas linhas terá um cunho pragmático e pró-activo. Obviamente que deverá ser devidamente enquadrado no desconhecimento "in vivo" dos acontecimentos.
Desta feita, prefiro falar em termos genéricos e abstractos, tornando mais eficaz o enquadramento global, com olhos postos no futuro.
Antes de mais, não se percam os leitores atentos em tentar encontrar justificações para este fenómeno. Tal como com outros crimes inauditos (p.ex: a pedofilia), perdeu-se tanto em considerações etiológicas que a vitima continua a sê-lo e o criminoso é cada vez mais um "coitado de um doente".
Aqui, temos de encarar este problema de frente. O que leva os professores a terem medo de denunciar e agir? (talvez eles também prefiram que o alvo sejam outros...que não eles próprios).
Os alunos (marginais ou criminosos se preferirem) devem ser imediatamente identificados e sujeitos às medidas de coação necessárias para evitar eventuais prossecução de danos.
Os pais dos criminosos (assassinos se preferirem) devem ser imediatamente responsabilizados civil e criminalmente (aliás, como está previsto constitucionalmente). Caríssimos leitores, se não forem tomadas medidas firmes e com efeitos exemplares dissuasores DE NADA TERÁ VALIDO ESTA MORTE... que o sofrimento desta criança invada os nossos corações. Que a sua dor nos faça pensar. Que as nossas acções estejam ao nível da grandeza desta problemática.
Por ultimo, EXMOS SRS PROFESSORES, DENUNCIEM! NÃO SE ACOMODEM! "INUNDEM" AS INSTITUIÇOES COMPETENTES COM PEDIDOS DE AUXILIO.

Respeitosamente,
RR a 17 de Março de 2010 às 22:29

http://diariodebraganca.blogs.sapo.pt/2 ... 161#t67161



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