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Caldeirão da Bolsa

Novo regime Fiscal - de 10% para 20% a tributação lucros

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por kpt » 14/10/2009 10:52

eduardo07 Escreveu:Tenho uma duvida, tive menos valias em 2008 mas não declarei porque pensei que so se devia declarar as mais valias, este ano ao que tudo indica vou ter mais valias, será que ainda posso deduzir as menos valias este ano e como?


Não este ano não o podes fazer de todo. Quanto muito poderás entregar uma declaração Modelo 3 de substituição relativamente a 2008 e declarar as menos-valias. Contudo, para que as menos-valias possam ser reportadas para os anos seguintes, tal como disse anteriormente, essas mesmas têm que ser englobadas, tal como serão englobadas as futuras mais-valias às quais serão deduzidas as anteriores menos-valias.

Contudo, há que ter em atenção o seguinte, conforme escrevi anteriormente noutro tópico:

kpt Escreveu:]Quanto ao englobamento das menos-valias é necessário fazer muito bem as contas porque tal implica englobar outros rendimentos, e só compensa se a menos-valia for de tal ordem que compense a inclusão dos outros rendimentos e compense a eventual tributação a uma taxa superior (progressiva) das futuras mais-valias - acto difícil de prever, como todos sabemos.
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por eduardo07 » 14/10/2009 10:41

Tenho uma duvida, tive menos valias em 2008 mas não declarei porque pensei que so se devia declarar as mais valias, este ano ao que tudo indica vou ter mais valias, será que ainda posso deduzir as menos valias este ano e como?
 
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por kpt » 14/10/2009 9:01

careca79 Escreveu:Boas.

Eu gostava de pagar 1.000.000€ de imposto em mais valias, porque significava que levava para casa 4.000.000€.

Se queremos um estado social temos de ter medidas destas, para o sustentar, mas claro que falta a parte da supervisão dos RSI's e negociatas mais estranhas de bancos e grandes empresas.

As mais valias são calculadas subtraindo as menos valias, correcto?

Abraço.


As valias são apuradas com base no seu saldo líquido, ou seja, o saldo a tributar será a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas num determinado ano.

A questão é que se num ano apuras um saldo negativo, ou seja, menos-valias, só poderás reportar esse saldo para os anos seguintes, ou seja, só poderás abater as menos-valias deste ano nas eventuais mais-valias de anos seguintes se optares pelo englobamento. Mais se diga que só podes reportar no máximo nos 2 anos seguintes.
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por salvadorveiga » 14/10/2009 5:53

Garfield Escreveu:Incrivel como em 3 paginas nao foi possivel nenhum consenso nem bom senso sobre este tema.

Sejam pragmaticos :

1. Quando comparado com outros mercados Portugal beneficie de forma exagerada os detentores de mais valias acima dos 12 meses ao isenta-los totalmente.

2. Portugal tributa demais as mais valias de curto prazo prejudicando os investidores que "fazem" o mercado.

Com um alargamento da base de contribuintes seria facil e justo a implementação de um sistema do tipo :

até 12 meses : 8%
acima dos 12 meses : 7%
acima dos 24 meses : 6%

( valores aproximados e "redondos" )

esta alteração implicaria uma remodelação da taxa de retenção nos dividendos que passariam a ser englobados com as mais valias pois na realidade resultam igualmente do investimento em acções.

haveria assim em simultaneo uma reduçao e um aumento da carga fiscal mas no global as receitas seriam superiores para o Estado por aumento da base de contribuintes e no fim muito mais justo e mais equitativo.

Alais esta solução tinha sido proposta em 20 de Novembro de 2007 por um grupo de trabalho coordenado por várias associações de investidores e consumidores de produtos financeiros.

A média da taxa de imposto da OCDE ronda os 6% no que diz respeito às mais valias superiores a 12 meses, isto para terem um ponto de referencia.

A noticia de hoje é negativa no aspecto de este estudo apontar para um salto de 10% para 20% que em vez de melhorar o sistema e torna-lo mais justo irá sim agrava-lo.

BN

Garfield

P.S. : nao sejam egoistas e nao pensem apenas nas vossas proprias carteiras, eu naturalmente tambem prefiro a taxa ZERO mas tenho o bom senso de admitir que é demasiado favorecedora em relação a outras taxas sobre rendimentos.


Acho bem que leias o seguinte: a nivel de imposto em bolsa (agregado) somos dos paises q paga mais da OCDE.

http://www.associacaodeinvestidores.com ... OE2008.pdf

EDIT: lol ja vi agora o teu outro post
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BLOG: www.mybullmarket.org As mesmas análises, os mesmos gráficos, um novo design... O que era bom, acabou de ficar melhor :D

Twitter: http://twitter.com/salvadorveiga
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por careca79 » 14/10/2009 3:02

Boas.

Eu gostava de pagar 1.000.000€ de imposto em mais valias, porque significava que levava para casa 4.000.000€.

Se queremos um estado social temos de ter medidas destas, para o sustentar, mas claro que falta a parte da supervisão dos RSI's e negociatas mais estranhas de bancos e grandes empresas.

As mais valias são calculadas subtraindo as menos valias, correcto?

Abraço.
 
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por Garfield » 14/10/2009 2:01

Deixo aqui o link para o referido estudo de 2007 que propunha a alteração para o orçamento de estado de 2008 mas que nao se concretizou.

http://www.associacaodeinvestidores.com/estudosepropostas/DIR-VAR-2007.04-OE2008-20NOV07/DIR-VAR-2007.04-ANEXO-Estudo-OE2008.pdf
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por Mcmad » 14/10/2009 1:58

Eu penso que as mais valias deviam ser taxadas a 50% e o IVA subir para cerca de 30%.

E isto para quê?

Para subir ordenados na função pública e salvar empresas como a TAP.

Caros (as)

Não se iludem, o sistema não se vai reformar por si próprio, a não ser quando se tornar absolutamente insustentável, portanto quanto mais rápido melhor!!!
 
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por Garfield » 14/10/2009 1:51

Incrivel como em 3 paginas nao foi possivel nenhum consenso nem bom senso sobre este tema.

Sejam pragmaticos :

1. Quando comparado com outros mercados Portugal beneficie de forma exagerada os detentores de mais valias acima dos 12 meses ao isenta-los totalmente.

2. Portugal tributa demais as mais valias de curto prazo prejudicando os investidores que "fazem" o mercado.

Com um alargamento da base de contribuintes seria facil e justo a implementação de um sistema do tipo :

até 12 meses : 8%
acima dos 12 meses : 7%
acima dos 24 meses : 6%

( valores aproximados e "redondos" )

esta alteração implicaria uma remodelação da taxa de retenção nos dividendos que passariam a ser englobados com as mais valias pois na realidade resultam igualmente do investimento em acções.

haveria assim em simultaneo uma reduçao e um aumento da carga fiscal mas no global as receitas seriam superiores para o Estado por aumento da base de contribuintes e no fim muito mais justo e mais equitativo.

Alais esta solução tinha sido proposta em 20 de Novembro de 2007 por um grupo de trabalho coordenado por várias associações de investidores e consumidores de produtos financeiros.

A média da taxa de imposto da OCDE ronda os 6% no que diz respeito às mais valias superiores a 12 meses, isto para terem um ponto de referencia.

A noticia de hoje é negativa no aspecto de este estudo apontar para um salto de 10% para 20% que em vez de melhorar o sistema e torna-lo mais justo irá sim agrava-lo.

BN

Garfield

P.S. : nao sejam egoistas e nao pensem apenas nas vossas proprias carteiras, eu naturalmente tambem prefiro a taxa ZERO mas tenho o bom senso de admitir que é demasiado favorecedora em relação a outras taxas sobre rendimentos.
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por kpt » 13/10/2009 22:36

Camisa Roxa Escreveu:
kpt Escreveu:Em última análise podes dizer que são os investidores que criam riqueza pois são eles o detentor do capital e são eles que lançam a empresa, mas nunca a bolsa, nunca os movimentos bolsistas!

Não dá para ver a diferença?


o que estás a dizer é que os mercados financeiros não têm ligação com a economia real o que é totalmente falso! os mercados financeiros exponenciam a riqueza criada pela economia real pois é através deles que é canalizada a poupança para investir:

poupança--> mercados financeiros --> investimento --> aumento da riqueza da economia real

kpt: qual a diferença entre o dinheiro que entra de um accionista que compra acções na bolsa ou de um sócio que mete dinheiro na empresa? ZERO: são 2 fontes de financiamento que permitem alavancar a actividade da empresa e assim criar mais riqueza

podes pensar desta forma: as empresas criam riqueza directamente e os mercados financeiros indirectamente; agora não podes dizer que os mercados financeiros não criam riqueza pois sem eles a riqueza criadas seria apenas uma ínfima parte LOGO os mercados financeiros criam de facto riqueza e afirmar o contrário é errado


Insistes no mesmo entendimento.

Nunca me viste dizer que os mercados não tem relação/ligação/influência na economia real. Se viste, faz aqui um quote.

Corro grande risco de me tornar repetitivo, mas ou não lês com atenção o que escrevo, ou não queres entender porque no final de contas, pelo que agora disseste, a nossa conclusão não vai ser muito díspar.

Ponto 1: Estamos de acordo que os mercados de capitais são um meio que permite às empresas financiarem-se.

Ponto 2: Os mercados limitam-se a ser um meio de financiamento das empresas mas não são eles que por si geram riqueza. Aliás, uma empresa até pode-se financiar no mercado mas caso o produto/serviço que oferece não encontre sustentabilidade naquilo que são as necessidades da sociedade então vai pelo cano abaixo. E se por um lado houve quem tenha ganho entretanto (os eventuais fornecedores da empresa enquanto esta tinha capital), por outro houve quem tenha perdido (o accionista). Logo, a bolsa não criou riqueza nenhuma pois quem a deveria criar, a empresa, simplesmente falhou.

Ponto 3: Quando refiro que a bolsa não cria riqueza, quero com isto dizer que os movimentos de preços nos mercados não criam qualquer riqueza. Pelo contrário é a riqueza criada pela empresa que se encontra espelhada no mercado. Se o accionista ganha com isso? Óbvio que sim, mas não foi o mercado per si, foi, supostamente e teoricamente, a empresa que criou tal riqueza.

Ponto 4: Pela tua ordem de ideias, é o facto da cotação do BCP subir 10 cêntimos num dia que vai permitir o BCP criar riqueza, ou que, o subir 10 cêntimos num dia só por si criou riqueza (nem tendo qualquer outra ligação com a dita empresa). Acho que isto não tem lógica. Lógica tem dizeres que o BCP criou 10 cêntimos de riqueza, que por sua vez ir-se-à reflectir na sua cotação, ou pelo menos que são as expectativas quanto à criação de riqueza que provocam tal movimento.

Lá ver se fica claro:

Conclusão 1: O mercado permite acesso ao financiamento que a empresa utilizará para criar riqueza, e só a empresa é que a consegue criar.

Conclusão 2: A bolsa espelha a riqueza criada pela empresa e não o contrário.

Conclusão 3: Os movimentos de preços não criam riqueza, apenas a realizam, mais ou menos verdadeiramente.

Conclusão 4: Sim, os mercados permitem o crescimento económico, ajudam, auxiliam... mas não são eles por si próprios e sozinhos que o fazem.

Espero ter demonstrado o meu ponto de vista que parcialmente está de acordo com o que disseste.
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por jabreu3 » 13/10/2009 22:18

É um absurdo nesta altura uma situação destas...
dado que afastará investidores e logo haverá mais vendedores... logo as acçoes descerão..logo os balanços das empresas baixarão...logo mais despedimentos..logo num altura de crise
 
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por Camisa Roxa » 13/10/2009 22:15

kpt Escreveu:Em última análise podes dizer que são os investidores que criam riqueza pois são eles o detentor do capital e são eles que lançam a empresa, mas nunca a bolsa, nunca os movimentos bolsistas!

Não dá para ver a diferença?


o que estás a dizer é que os mercados financeiros não têm ligação com a economia real o que é totalmente falso! os mercados financeiros exponenciam a riqueza criada pela economia real pois é através deles que é canalizada a poupança para investir:

poupança--> mercados financeiros --> investimento --> aumento da riqueza da economia real

kpt: qual a diferença entre o dinheiro que entra de um accionista que compra acções na bolsa ou de um sócio que mete dinheiro na empresa? ZERO: são 2 fontes de financiamento que permitem alavancar a actividade da empresa e assim criar mais riqueza

podes pensar desta forma: as empresas criam riqueza directamente e os mercados financeiros indirectamente; agora não podes dizer que os mercados financeiros não criam riqueza pois sem eles a riqueza criadas seria apenas uma ínfima parte LOGO os mercados financeiros criam de facto riqueza e afirmar o contrário é errado
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por Um curioso... » 13/10/2009 21:54

O governo necessita de dinheiro a todo o custo, porque mais ou menos maquilhado o deficit do orçamento de Estado vai ser superior a 6%!!!
Quando a Europa recuperar em força vai obrigar a corrigir o mesmo para valores abaixo dos 3%.
Subir o IRS,IVA ou IRC parece impossível.
Aumentar o imposto sobre combustíveisou o IVVA,
fazia cair o resto das ruínad do Carmo...
O que sobra:
-Mais-valias
-Património
-Tabaco
-Alcóol
O resto são impostos menores.
Provavelmente vão aumentar os últimos 4 :roll:

Reformular o Estado, que deveria ser a grande medida está completamente fora do alcance destes senhores.
Destes e dos outros...

O que mais me chateia, é estarem sempre a alterar as regras de jogo, à custa dos idiotas que trabalham mais e portanto mais ganham (obviamente).
A motivação para trabalhar mais, poupar mais, investir mais cada vez é menor.
Já tinha falado com alguns escandinavos, que me diziam que não tinham qualquer interesse em ganhar mais, pois o Estado ficava com mais de metade do rendimento excedente.

Penso que o PS se prepara para taxar as mais valias a mais de 1 ano a 10% e as de curto prazo a 20%, mas isto não posso contar, porque é apenas uma hipótese.. :oops:
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por kpt » 13/10/2009 21:17

Camisa Roxa Escreveu:
Quem criou riqueza foi a empresa


??? estás a confundir rendimentos do trabalho com rendimentos do capital

se não houvessem investidores para financiar a expansão da empresa (quer seja em bolsa quer seja um banco, quer sejam sócios, quer sejam outros particulares quaisquer), a empresa simplesmente não poderia concretizar o seu novo projecto e assim criar riqueza adicional!

kpt Escreveu:Se a bolsa por si só cria riqueza, se calhar devíamos todos deixar de trabalhar e investir. Mas e então pergunto: quem faria coisas tão básicas como plantar tomates? quem é que iria fabricar o meu belo Porsche GT2 que comprei com o dinheiro da bolsa, que por sua vez derivou da riqueza gerada pela empresa A, B e C?


a fábrica da porche EXISTE porque há quem acumule CAPITAL e invista esse capital na empresa

a plantação de tomates existe porque alguém acumulou CAPITAL e o canalizou para a plantação

toda a base do capitalismo é fundada na capacidade para ACUMULAR CAPITAL (em contrapartida por exemplo dos sistemas pré-industriais onde existiam apenas essencialmente rendimentos do trabalho) e com isso garantir mais riqueza no futuro

o TRABALHO é um tipo de rendimentos efémero, que não se multiplica; se não houvesse poupança nem investimento a riqueza manter-se-ia sempre essencialmente constante; é o CAPITAL através do investimento que permite no médio e longo prazo aumentar a riqueza e com isso o nível de bem estar das sociedades


Com tudo o que disseste só posso concluir que não percebeste nada do que eu disse.

Quando falo que não é a Bolsa mas sim a Empresa que cria riqueza utilizando os recursos obtidos em bolsa (junto dos investidores), falo não só da riqueza que essa Empresa cria obviamente para os seus colaboradores, mas também, e logicamente, para os seus accionistas. E tudo isto tem efeitos multiplicativos... consumo... mais investimento.. etc etc...

Acho que estás a confundir dois conceitos. A empresa é que investe os fundos e cria riqueza. A bolsa apenas permitiu que a empresa tivesse acesso a esses fundos mas ela por si não cria riqueza alguma. Como disse antes, a bolsa apenas espelha em tempo real a riqueza gerada pela empresa.

Em última análise podes dizer que são os investidores que criam riqueza pois são eles o detentor do capital e são eles que lançam a empresa, mas nunca a bolsa, nunca os movimentos bolsistas!

Não dá para ver a diferença?

Metaforicamente, posso fazer a seguinte analogia:

Tu quando te olhas ao espelho, achas que é a imagem que está no espelho que é real?

Não pois não? Então, transpondo isto para a bolsa, tu, enquanto empresa és aquilo que é real e palpável, a bolsa por si é aquilo que o espelho te mostra (com as óbvias distorções de imagem).
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por Camisa Roxa » 13/10/2009 21:01

Quem criou riqueza foi a empresa


??? estás a confundir rendimentos do trabalho com rendimentos do capital

se não houvessem investidores para financiar a expansão da empresa (quer seja em bolsa quer seja um banco, quer sejam sócios, quer sejam outros particulares quaisquer), a empresa simplesmente não poderia concretizar o seu novo projecto e assim criar riqueza adicional!

kpt Escreveu:Se a bolsa por si só cria riqueza, se calhar devíamos todos deixar de trabalhar e investir. Mas e então pergunto: quem faria coisas tão básicas como plantar tomates? quem é que iria fabricar o meu belo Porsche GT2 que comprei com o dinheiro da bolsa, que por sua vez derivou da riqueza gerada pela empresa A, B e C?


a fábrica da porche EXISTE porque há quem acumule CAPITAL e invista esse capital na empresa

a plantação de tomates existe porque alguém acumulou CAPITAL e o canalizou para a plantação

toda a base do capitalismo é fundada na capacidade para ACUMULAR CAPITAL (em contrapartida por exemplo dos sistemas pré-industriais onde existiam apenas essencialmente rendimentos do trabalho) e com isso garantir mais riqueza no futuro

o TRABALHO é um tipo de rendimentos efémero, que não se multiplica; se não houvesse poupança nem investimento a riqueza manter-se-ia sempre essencialmente constante; é o CAPITAL através do investimento que permite no médio e longo prazo aumentar a riqueza e com isso o nível de bem estar das sociedades
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por limpaesgotos » 13/10/2009 20:44

A questão de aumentar os impostos das mais valias, percebo a ideia. Agora essa do irs separado para casados não entendo, se assim for, afinal qual será a diferença entre casamento e união de facto ?? Não se valoriza a familia ??

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADl ... m.C3.ADlia

Por exemplo, num casal com um filho, as despesas a apresentar com e educação com esse filho como vai funcionar ?? Estudiosos da treta :x ...

Puseram-no lá, agora todos temos que o aturar
Cumprimentos.


" Existem pessoas tão sumamente pobres que só têm dinheiro "
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por kpt » 13/10/2009 20:03

Camisa Roxa Escreveu:
kpt Escreveu:Ainda hão-de me explicar como é que em bolsa, que não naquele género de casos que referi, se cria riqueza.


a bolsa cria riqueza como meio de financiamento para as empresas

e não são só os investidores iniciais que criam riqueza: muitos desses investidores iniciais só investem com a expectativa de vender posteriormente por 1 valor mais alto, caso contrário não investiriam; logo todas as transacções bolsistas criam riqueza

isto sem falar nos ganhos que muitos desviam depois para investimento ou consumo na economia real etc. etc.



Deduzo que concordaste parcialmente comigo, já que no caso em que os mercados permitem o financiamento, aí sim, poderão estar a criar riqueza. Até aqui tudo bem.

Mas quando falas que quer os primeiros investidores, quer os segundos investidores têm a expectativa de vender mais alto e que por isso criam riqueza, não posso discordar mais! Quem criou riqueza foi a empresa, a bolsa simplesmente (com o investimento feito pelo primeiro investidor) espelha essa riqueza e permite que a qualquer momento essa riqueza seja realizável em cash.

Se a bolsa por si só cria riqueza, se calhar devíamos todos deixar de trabalhar e investir. Mas e então pergunto: quem faria coisas tão básicas como plantar tomates? quem é que iria fabricar o meu belo Porsche GT2 que comprei com o dinheiro da bolsa, que por sua vez derivou da riqueza gerada pela empresa A, B e C?
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por Camisa Roxa » 13/10/2009 19:54

kpt Escreveu:Ainda hão-de me explicar como é que em bolsa, que não naquele género de casos que referi, se cria riqueza.


a bolsa cria riqueza como meio de financiamento para as empresas

e não são só os investidores iniciais que criam riqueza: muitos desses investidores iniciais só investem com a expectativa de vender posteriormente por 1 valor mais alto, caso contrário não investiriam; logo todas as transacções bolsistas criam riqueza

isto sem falar nos ganhos que muitos desviam depois para investimento ou consumo na economia real etc. etc.
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por kpt » 13/10/2009 19:47

Camisa Roxa Escreveu:em última análise tudo o que passe por tirar riqueza a quem a cria resulta a longo prazo numa perda de riqueza para TODOS, mas como as pessoas só pensam no curto prazo...


A problemática de tirar a quem produz para dar a quem não produz, dá pano para mangas. Se leres um dos meus posts anteriores, eu frisei que isso da justiça é muito discutível (aliás, fiz referência à malta que anda a "m*mar" à custa dos outros).

O que está em questão é, no plano teórico, como se pode alcançar uma maior justiça tributária. A questão que levantas tem muita pertinência, mas deixa-me que te diga que não está estritamente ligada à forma como a justiça social está organizada. Muitas das vezes, os tipos que andam a "m*mar", andam-no à custa das ineficiências práticas do sistema e da falta de controlo. Não resulta directamente do que, no plano teórico, está previsto. Há obviamente outros casos em que o plano teórico só por si está totalmente errado, claro.
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por kpt » 13/10/2009 19:39

Camisa Roxa Escreveu:
kpt Escreveu:
Branc0 Escreveu:No conceito mais puro de justiça tributária não concordo Branc0. É claro que 10% sobre 1.000€ é muito menos que 10% sobre 1.000.000€.

[...]

Não achas que só assim é que se procede a uma justa redistribuição da riqueza?


justa redistribuição da riqueza? como? roubar a uns para dar a outros; roubar a quem cria riqueza para dar a quem não cria riqueza

em última análise tudo o que passe por tirar riqueza a quem a cria resulta a longo prazo numa perda de riqueza para TODOS, mas como as pessoas só pensam no curto prazo...


Eu não olho para o investimento em bolsa como um criador de riqueza para a sociedade. Isso poderá acontecer quando, por exemplo, uma empresa aumenta capital e recorre ao mercado de capitais para se financiar. Nesta altura sim, nós, enquanto investidores que lá pusemos a massa pela primeira vez, poderemos estar eventualmente a criar riqueza para outros no futuro, fruto do nosso investimento.

Agora quem compra os títulos já em circulação (compra em mercado secundário), que é a maioria dos casos, não está propriamente a criar condições para criar riqueza. Está meramente a assumir a posição do anterior investidor (esse sim, foi o impulsionar da eventual criação de riqueza). Note-se que a criação de riqueza resulta do investimento, e em bom rigor, o único que realmente investiu, o único que permitiu que a empresa passasse a ter um maior cash disponível, foi o primeiro investidor, aquele que viabilizou o aumento de capital. É no preciso momento do acto de aumento de capital que poderão ser criadas as condições para que futuramente seja gerada riqueza

Ainda hão-de me explicar como é que em bolsa, que não naquele género de casos que referi, se cria riqueza. Isso só aconteceria se todas as acções subissem eternamente, porque valha a verdade, nos mercados para alguém ganhar, outros perdem, mais tarde ou mais cedo. Mas mesmo que se assuma que os mercados em termos médios (ao longo de décadas) cresçam constantemente (e que portanto não haja ninguém a perder), não são os mercados em si que geram riqueza! Quanto muito os mercados são espelhos em tempo real da riqueza que as empresas criam e não da suposta riqueza que a bolsa cria por si própria.

Repito: A bolsa, melhor ou pior, espelha a riqueza que as empresas criam e ela própria por si só não cria riqueza absolutamente nenhuma.
Editado pela última vez por kpt em 13/10/2009 19:51, num total de 2 vezes.
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por rmachado » 13/10/2009 19:24

Se estamos sempre a queixar-nos que lá fora é que é bom... então pq não ser a taxa igual a Espanha?

Talvez se esta for igual a Espanha o IVA tb possa ser... :)
 
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por Camisa Roxa » 13/10/2009 19:19

kpt Escreveu:
Branc0 Escreveu:No conceito mais puro de justiça tributária não concordo Branc0. É claro que 10% sobre 1.000€ é muito menos que 10% sobre 1.000.000€.

[...]

Não achas que só assim é que se procede a uma justa redistribuição da riqueza?


justa redistribuição da riqueza? como? roubar a uns para dar a outros; roubar a quem cria riqueza para dar a quem não cria riqueza

em última análise tudo o que passe por tirar riqueza a quem a cria resulta a longo prazo numa perda de riqueza para TODOS, mas como as pessoas só pensam no curto prazo...
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por SoaresV » 13/10/2009 19:06

Não há aqui ninguém (penso eu) com dificuldades de sobrevivência; acho de uma tal ioncongruência alguns comentários críticos que já li, que ao invés de se basearem na interpretação da conjuntura actual, focam somente a perda de lucros!! Sim, porque estamos a falar de LUCROS! Mas qual é o problema de as mais valias serem tributadas ao nível dos paises desenvlvidos?
Fico inconformado sim, é quando aumentam o pão 40%, ou quando é atribuido o RSI a quem tem trabalho, ou quando tenho de pagar pela metadona que logo a seguir é vendida para tomar heroina, ou quando há idosos que têm de optar entre a medicação que têm OBRIGATORIAMENTE de tomar, porque a sua reforma não dá para todos os que lhes foram prescritos.

Primeiro criticam porque só roubam aos pequenos; agora que querem obter dos que têm teoricamente mais posses cai o carmo e a trindade.

Estou de acordo com esta medida.
Não me incomomoda ter que descontar mais nas mais valias; pura e simplesmente porque se invisto em bolsa é porque FELIZMENTE POSSO!

Alguns de vocês deviam era de facto pensar antes de escrever...
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por canguru » 13/10/2009 18:45

trigger Escreveu:Procurei na internet (http://en.wikipedia.org/wiki/Capital_gains_tax) e ao que parece no Mundo desenvolvido paga-se mais... que os 20%, portanto estamos tramados. Fica a lista resumida de alguns paises desenvolvidos:

Alemanha:
Mais de 25%...

Espanha:
18%

França:
30.1% para residentes (dos quais 12.1% para seg. social).
Se tiver uma conta especial chamada PEA, que tem de ser aberta por pelo menos 5 anos, pode ter até 132.000€, só paga os 12.1%.

Holanda:
Propriedades e poupanças são taxadas a 1.2% como substituto do imposto sobre ganhos capitais. Os dividendos para quem tenha, por exemplo, mais de 5% de uma empresa são taxados a 25%

Itália::
27.5%

Japão:
Há duas modalidades:
- 1,05% sobre todos os movimentos (ganhos e perdas)
- 26% sobre ganhos
Muitos declaram os negócios com ganhos no primeiro método e os negócios com perdas no 2º... baixando a carga de imposto a pagar!

Suécia:
30%

Tudo o que escrevi foi transcrito da wikipedia, poderão haver alguns lapsos. De qualquer forma, em traços gerais, parece que se paga mais :(


Se assim é lá fora, estou esclarecido e de acordo com a medida que peca por tardia.
O resto é conversa fiada de quem vê os seus 'direitos adquiridos' (entanda-se por "privilégios") tocados, tal qual sentiram os profs, funcionários públicos, militares...
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por mfsr1980 » 13/10/2009 18:11

Eu acho que sim! Rebentem com isto de uma vez!
 
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por kpt » 13/10/2009 17:09

Branc0 Escreveu:
aaugustobb Escreveu:Na minha opinião, deveria-se criar escalões...por ex: até 50000€ de mais valias, mantinha-se igual...depois á medida que as mais valias aumentavam, aumentava o imposto...acho que assim era um sistema justo..


É por isso que o imposto é uma percentagem. Porque 10% de 1 milhão é mais do que 10% de mil euros. Os escalões de IRS são uma aberração e defende-los por serem "progressivos" é não saber fazer contas.


No conceito mais puro de justiça tributária não concordo Branc0. É claro que 10% sobre 1.000€ é muito menos que 10% sobre 1.000.000€.

Percebo que queiras dizer que, em termos absolutos, um investidor que declare a valia de 1.000.000€ está a contribuir muito mais do que o investidor que declara os 1.000€, ainda que ambos estejam efectivamente a pagar 10% do seu ganho. Mas note-se, estamos a falar em termos absolutos e não em termos relativos.

Ora, a progressividade do IRS pretende precisamente tributar na óptica do que é relativo e não na óptica do que é absoluto. Por outras palavras, deve contribuir mais quem mais puder.

Basicamente, o mesmo é dizer que o rácio entre (esforço contributivo)/(riqueza absoluta obtida) deve ser maior, quanto maior for a riqueza absoluta.

É sensato que um investidor que declara 1.000€ de valia tenha que ter o mesmo esforço contributivo do que o que declara 1.000.000€? Quem é o mais rico?

Não achas que só assim é que se procede a uma justa redistribuição da riqueza? Eu sei que o conceito de justo é muito discutível. A questão está em tentar nivelar um pouco mais as desiguldades existentes. Refira-se que o tipo que declara 1.000.000€ e que paga, por exemplo, 20%, certamente não vai ficar privado de continuar a sua bela vida. Já para o tipo que declara 1.000€, se calhar no final do dia, se tiver uma taxa de tributação de 10% e não de 20%, já consegue comprar algo essencial para a sua vida, como por exemplo, os livros para a escola do filho.

Repito, nada tem a ver com o saber fazer contas. Tem a ver com o rácio de capacidade contributiva que deve ser medido com base em (esforço contributivo)/(riqueza/rendimento total) e que deve ser tanto maior quanto maior a sua riqueza, pois só neste caso estaremos a atenuar desigualdades.
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