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Caldeirão da Bolsa

Sócrates remodela Governo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: re

por cannot » 7/9/2009 18:39

JAS Escreveu:
Elias Escreveu:Passando por cima da avaliação do "Correia de Campos", gostava de tocar na questão do fecho da maternidades: faz sentido fechar maternidades pelo país fora? Qual é a medida "razoável" em termos de número de maternidades versus distância aos centros urbanos? Deve haver uma maternidade por distrito? Uma por concelho? Uma por cada 50 mil habitantes?


Considerando que a taxa de natalidade é de apenas 1,6/casal, os 50.000 habitantes "produzem" apenas 40.000 criancinhas ao longo das suas vidas.

Se admitirmos uma esperança de vida de 70 anos dará apenas 571 crianças/ano que equivale a apenas 1,5 criancinhas/dia.

Tendo em conta o pessoal e o equipamento necessários ao funcionamento de uma maternidade chega-se à conclusão que:

Sai mais barato importá-las da China e incrementar os casamentos gay...

Um abraço,
JAS


Genial ideia JAS! Vou já abrir uma empresa que trate de importar criancinhas da china e metade do preço, para o estado, do que ter casais a ter que sofrer dolorosos partos e custar dinheiro ao estado. Se calhar ainda recebo do estado chinês alguma coisa por isso também.

Como o mercado americano afinal nem ás 18h30 abriu acho que ainda vou ter tempo de fazer o plano estratégico hoje...

Obrigado :mrgreen:
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por Elias » 7/9/2009 18:27

Sim eu vi o comentário, apenas escrevi - e repito - que a diminuição da mortalidade mais não é do que a continuação de uma tendência que já vinha de há 50 anos. Não vejo a correlação com o fecho de maternidades, mas "prontos".
 
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por mais_um » 7/9/2009 18:22

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Desconheço, li a noticia que coloquei aqui, que refere diminuição a nivel nacional, com mais incidência no Norte, até porque foi onde fecharam mais maternidades, talvez por isso a noticia tenha focado mais esse ponto.


Alexandre,

Cada um acredita naquilo em que quiser. Para mim a notícia que citaste (e que nem data tem) é apenas uma jogada política para convencer os cidadãos de que o encerramento dessas maternidades contribuiu para reduzir a mortalidade. Passo a explicar porquê.

Estive a ver os pdf que indicaste e chamou-me a atenção o quadro que aqui reproduzo. A taxa de mortalidade diminuiu de 77 por mil nados-vivos em 1960 para 3,4 por mil em 2005, mesmo estando a funcionar todas as maternidades que agora foram encerradas.

Face a estes dados, a diminuição mencionada na notícia que citas não representa mais do que a continuação da tendência que já se verificava há mais de 50 anos (resultante certamente da melhoria continuada dos cuidados médicos) e não do encerramento das maternidades. O que eu quero dizer é que a tendência descendente já existia e certamente iria continuar, com ou sem encerramentos (nada sugere que houvesse uma inversão. Ninguém me irá convencer do contrário, a menos que se apresentem números que demonstrem de forma inequívoca que havia taxas de mortalidade superiores nas maternidades que foram encerradas por comparação com aquelas que se mantêm em funcionamento.
elias, le com atencao o meu primeiro comentario sobre o assunto, esta la o link, a noticia é de hoje ou de ontem. Eu nao quero convencer te de nada, tu é que queres convencer me por isso sou todo olhos ;-)
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por Elias » 7/9/2009 18:00

mais_um Escreveu:Desconheço, li a noticia que coloquei aqui, que refere diminuição a nivel nacional, com mais incidência no Norte, até porque foi onde fecharam mais maternidades, talvez por isso a noticia tenha focado mais esse ponto.


Alexandre,

Cada um acredita naquilo em que quiser. Para mim a notícia que citaste (e que nem data tem) é apenas uma jogada política para convencer os cidadãos de que o encerramento dessas maternidades contribuiu para reduzir a mortalidade. Passo a explicar porquê.

Estive a ver os pdf que indicaste e chamou-me a atenção o quadro que aqui reproduzo. A taxa de mortalidade diminuiu de 77 por mil nados-vivos em 1960 para 3,4 por mil em 2005, mesmo estando a funcionar todas as maternidades que agora foram encerradas.

Face a estes dados, a diminuição mencionada na notícia que citas não representa mais do que a continuação da tendência que já se verificava há mais de 50 anos (resultante certamente da melhoria continuada dos cuidados médicos) e não do encerramento das maternidades. O que eu quero dizer é que a tendência descendente já existia e certamente iria continuar, com ou sem encerramentos (nada sugere que houvesse uma inversão. Ninguém me irá convencer do contrário, a menos que se apresentem números que demonstrem de forma inequívoca que havia taxas de mortalidade superiores nas maternidades que foram encerradas por comparação com aquelas que se mantêm em funcionamento.
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por mais_um » 7/9/2009 17:34

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Prova-me o contrario e já agora prova-me que o Estado poupou dinheiro a fechar as maternidades :mrgreen:

O fecho das maternidades foi uma das medidas do plamo e não "A" medida


Pois de facto não disponho dos números...

Mas apenas indicaste os distritos da região norte.

O que aconteceu no resto do país?


Desconheço, li a noticia que coloquei aqui, que refere diminuição a nivel nacional, com mais incidência no Norte, até porque foi onde fecharam mais maternidades, talvez por isso a noticia tenha focado mais esse ponto.

Já agora quando tiveres tempo lê os pdf que deixei no outro comentário.
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re

por JAS » 7/9/2009 17:17

Elias Escreveu:Passando por cima da avaliação do "Correia de Campos", gostava de tocar na questão do fecho da maternidades: faz sentido fechar maternidades pelo país fora? Qual é a medida "razoável" em termos de número de maternidades versus distância aos centros urbanos? Deve haver uma maternidade por distrito? Uma por concelho? Uma por cada 50 mil habitantes?


Considerando que a taxa de natalidade é de apenas 1,6/casal, os 50.000 habitantes "produzem" apenas 40.000 criancinhas ao longo das suas vidas.

Se admitirmos uma esperança de vida de 70 anos dará apenas 571 crianças/ano que equivale a apenas 1,5 criancinhas/dia.

Tendo em conta o pessoal e o equipamento necessários ao funcionamento de uma maternidade chega-se à conclusão que:

Sai mais barato importá-las da China e incrementar os casamentos gay...

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por Elias » 7/9/2009 17:06

mais_um Escreveu:Prova-me o contrario e já agora prova-me que o Estado poupou dinheiro a fechar as maternidades :mrgreen:

O fecho das maternidades foi uma das medidas do plamo e não "A" medida


Pois de facto não disponho dos números...

Mas apenas indicaste os distritos da região norte.

O que aconteceu no resto do país?
 
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por mais_um » 7/9/2009 16:41

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Para mim fazem porque os resultados assim o demonstram. Se o numero de mortos tivesse aumentado, obviamente que os critérios não faziam sentido.


Mas tu sabes porque é que os mortos diminuíram?
Quer dizer, em que medida é legítimo estabelecer uma relação de causalidade entre o fecho dessas maternidades e a redução do número de mortos?

"Nas sub-regiões de Bragança, Viana do Castelo e Porto, onde houve encerramentos, temos bons indicadores", analisa Fernando Araújo, referindo-se às taxas de mortalidade fetal, neonatal e infantil, todas em queda.

Para atingir esses valores, continua o vice-presidente da ARSN, contribuiram também as remodelações nas unidades materno-infantis de vários hospitais e a aposta no aumento da formação de médicos especialistas - "em 2005 até tivemos casos de urgências sem pediatras, ou sem obstetras", lembra - que começará a dar frutos no próximo ano e duplicará os efeitos em 2014.

Da mesma forma, a reorganização da prática clínica materno-infantil, com a aplicação de medidas como a disponibilização da analgesia epidural 24 horas por dia, a preparação da grávida para o parto, as visitas domiciliárias ao recém-nascido e à puérpera, as acções formativas sobre o aleitamento materno, a formação a bombeiros e INEM e a disponibilização de kits de parto nas ambulâncias também influenciaram os resultados.


Prova-me o contrario e já agora prova-me que o Estado poupou dinheiro a fechar as maternidades :mrgreen:

O fecho das maternidades foi uma das medidas do plamo e não "A" medida
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por Elias » 7/9/2009 16:21

mais_um Escreveu:Para mim fazem porque os resultados assim o demonstram. Se o numero de mortos tivesse aumentado, obviamente que os critérios não faziam sentido.


Mas tu sabes porque é que os mortos diminuíram?
Quer dizer, em que medida é legítimo estabelecer uma relação de causalidade entre o fecho dessas maternidades e a redução do número de mortos?
 
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por mais_um » 7/9/2009 16:09

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Não sei qual é a tua profissão, mas na minha um bom tecnico não é bom porque ganha muito e tem muitos equipamentos de ultima geração ao seu dispor e tem muitos cursos. um exemplo, tens 2 tecnicos que fazem o MCSE em Exchange, 1 faz uma intervenção uma vez por mês, o outro faz intervenções todos os dias, ao fim de 1 ano, o tecnico que faz intervenções todos os dias resolve os problemas muito mais rapidamente do que o outro e em tempo util.


Estás a dar exemplos do sector privado.
Mas estávamos a discutir serviços públicos. Acho que a comparação não é legítima.


Errado, isto não tem a ver com privado ou público, um bom profissional tem que usar os seus conhecimentos, senão perde competências ou não as adquire, acontece em varias profissões, não tem a ver com o sector de actividade, foi que eu quis exemplificar, esse é um problema apontado nos estudos, dai que as equipas tem que ter um numero mínimo de partos.

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Tu está a transformar o fecho das maternidades numa questão economica


E não é tudo uma questão económica?


Não , não é, se fosse tudo uma questão económica não era preciso serviços públicos, era tudo privado porque tudo tinha que dar lucro.

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:, eu pelo que li sobre o assunto, pelo que se passa nos outros paises e pelas recomendações da OMS sobre assunto


E quais são as recomendações da OMS sobre o assunto? O estudo que indicaste não lhes faz qualquer referência.


Além disso o estudo refere que "O número mínimo de partos que garantem eficiência e uma rotina perinatal com garantia de qualidade contínua é apontado para 1500 partos por ano" mas não é apresentada qualquer justificação para este valor. Porquê 1500 e não 500 ou 5000?


Não sei responder-te a essa questão, não sou especialista, o que sei é que esse valor foi definido logo no arranque do projecto em 1989, inclusive os fechos das maternidades referidas foram propostos pela comissão que elaborou o estudo em 2004, por isso não me parece correcto dizer que a reorganização foi feita por motivos económicos.
Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Se consideras que o ideal é ter uma maternidade em todos os concelhos do país, já agora estás a esquecer-te dos hospitais psiquiatricos, transplantes, etc.. e de todas as outras valencias publicas, a segurança, considerando o teu raciocionio deviamos ter delegações da PJ em todos os concelhos, não?


Eu não considero nada. Eu estou a questionar para perceber se vocês (e neste caso tu) achas que estes critérios fazem sentido.



Para mim fazem porque os resultados assim o demonstram. Se o numero de mortos tivesse aumentado, obviamente que os critérios não faziam sentido. Os estudos são sempre estudos, os estudos apontavam que demorava 23 anos a encher a albufeira do Alqueva e no princípio deste ano já estava a 80% e prevê-se que fique cheia daqui a 4 anos, ou seja menos 10 anos do que inicialmente previsto.
Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Para mim o Estado Social não é ter um medico, um policia, um bombeiro, etc ao pé de cada casa, como tu sugeres, porque economicamente é inviavel


Afinal eu tinha razão: é uma questão económica.



Nop, eu não escrevi que o fecho das maternidades era questão económica, escrevi que estender todos os serviços públicos como tu defendes é uma questão económica.

Mas já agora afirmas que é uma questão económica baseado em que dados? Quanto é que o estado poupou ou gastou a mais do que antigamente por ter fechado estas maternidades, sabes?


Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:já que isso representava uma carga de impostos monstruosa, não tens isso na Suecia, nem na Noruega, tem que existir uma relação custo/benefico equilibrada.


Totalmente de acordo com o que escreves. A questão é: como defines esse equilíbrio?


Se existissem critérios objectivos para definir esse equilíbrio não precisávamos de governos para nada, o que pode ser razoável para ti, não é para mim e vice-versa. Tem que se tomar decisões, por isso é que há programas de governo com propostas, todos os partidos querem melhores condições de vida (por principio), seja cá, seja em qualquer democracia, a forma de o conseguir é que é diferente.




Elias Escreveu:Olha pois ao contrário de ti eu não me importo nada de pagar impostos se esses impostos forem utilizados para prestar os serviços essenciais à população (nomeadamente saúde, educação, justiça e segurança) em vez de, como acontece por cá, servir para pagar salários a funcionários públicos e para dar rendimentos a quem não quer trabalhar.


Pois, mas eu sou mais à direita, defendo que o Estado deve assegurar um conjunto de serviços (justiça, saúde, segurança e educação), com uma qualidade custo benefício equilibrada, como sabes o Estado não é eficiente, não só cá como em muitos outros países, se o fosse, teríamos o comunismo por todo o planeta. [/quote]

Eu não me importo de pagar impostos desde que o dinheiro seja bem gasto, digo-te mais, não me importo de contribuir com mais do que recebo, mas contribuir e ver que há dinheiro mal gasto, ou quem o recebe não merece receber, não concordo.

Sobre o assunto, este projecto é a prova que é possível resolver ou minimizar os problemas existentes desde que haja vontade politica para o fazer, foi um projecto lançado por um governo, seguido por outros (no mínimo não o interromperam) e concluído por este governo, apesar de toda a demagogia que foi feita sobre o tema, tinha sido muito mais fácil estar quieto e não fazer nada, como o Guterres ou o Durão, por exemplo.


http://www.min-saude.pt/NR/rdonlyres/15 ... a_2004.pdf

http://www.min-saude.pt/NR/rdonlyres/E7 ... sAires.pdf

Um abraço,

Alexandre Santos
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por Um curioso... » 7/9/2009 14:53

Elias Escreveu:
Um curioso... Escreveu:Se a OMS o Colégio da Especialidade, ou a Sociedade Europeia de Obstectrícia considerarem que para os técnicos terem um bom desempenho seriam necessários fazer cada um, 2 forceps por mês, tal só seria viável com 1500 partos/ ano.


Curioso,

Escreves "Se a OMS considerar..."

Mas a OMS considera isso ou é uma mera suposição tua? Isso é que me interessa saber.

1 abraço,
Elias


Pelo menos O Colégio Europeu de Obstectrícia e a Sociedeade Americana de Obstectrícia consideram. Em relação à OMS não tenho documentação que o assegure, mas invariávelmente eles seguem as recomendações das Associações de peritos
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por Elias » 7/9/2009 14:46

Um curioso... Escreveu:Se a OMS o Colégio da Especialidade, ou a Sociedade Europeia de Obstectrícia considerarem que para os técnicos terem um bom desempenho seriam necessários fazer cada um, 2 forceps por mês, tal só seria viável com 1500 partos/ ano.


Curioso,

Escreves "Se a OMS considerar..."

Mas a OMS considera isso ou é uma mera suposição tua? Isso é que me interessa saber.

1 abraço,
Elias
 
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por Um curioso... » 7/9/2009 14:40

[quote="Elias"][quote="mais_um"]
Além disso o estudo refere que "O número mínimo de partos que garantem eficiência e uma rotina perinatal com garantia de qualidade contínua é apontado para 1500 partos por ano" mas não é apresentada qualquer justificação para este valor. Porquê 1500 e não 500 ou 5000?



Esse número de 1500, não surgiu do acaso!!!
É o número que se considera ideal, para poder usar determinadas técnicas com segurança.
Vamos supor uma maternidade com 3 Obstectras. Vamos ainda supor que se vai aplicar um "FORCEPS", em 5 % dos partos. Isto daria 25 "FORCEPS",por obstectra/ano.
Se a OMS o Colégio da Especialidade, ou a Sociedade Europeia de Obstectrícia considerarem que para os técnicos terem um bom desempenho seriam necessários fazer cada um, 2 forceps por mês, tal só seria viável com 1500 partos/ ano.
A questão é técnica. Poderiam haver alternativas, com manutençao das recomendações dos Serviços de Especialidade, mas parecem-me descabidas.
P. ex. ,fazer deslocar Obstectras para as maternidades locais para faze parto a parto. Para isso teriam que estar em regime de prevenção. Seria mais caro, menos eficaz e perdia-se qualidade, pois ficavam de fora o apoio de outras especialidades, tantas vezes necessário.
Esta questão não tem qualquer base técnica para ser discutida.
Se alguém estiver interessado nalgum esclarecimento suplementar, pode-o fazer para o meu mail do Caldeirão.
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por Elias » 7/9/2009 14:15

mais_um Escreveu:Não sei qual é a tua profissão, mas na minha um bom tecnico não é bom porque ganha muito e tem muitos equipamentos de ultima geração ao seu dispor e tem muitos cursos. um exemplo, tens 2 tecnicos que fazem o MCSE em Exchange, 1 faz uma intervenção uma vez por mês, o outro faz intervenções todos os dias, ao fim de 1 ano, o tecnico que faz intervenções todos os dias resolve os problemas muito mais rapidamente do que o outro e em tempo util.


Estás a dar exemplos do sector privado.
Mas estávamos a discutir serviços públicos. Acho que a comparação não é legítima.

mais_um Escreveu:A questão do fecho das maternidade, como está provado desde 1989, não é um problema de existir mais ou menos recursos, mas também de utilização dos mesmos. Antes de continuares a escrever sobre o assunto, aconselho-te a ler o Estudo, caso não tenhas feito já.


Sim já li.

mais_um Escreveu:Tu está a transformar o fecho das maternidades numa questão economica


E não é tudo uma questão económica?

mais_um Escreveu:, eu pelo que li sobre o assunto, pelo que se passa nos outros paises e pelas recomendações da OMS sobre assunto


E quais são as recomendações da OMS sobre o assunto? O estudo que indicaste não lhes faz qualquer referência.

Além disso o estudo refere que "O número mínimo de partos que garantem eficiência e uma rotina perinatal com garantia de qualidade contínua é apontado para 1500 partos por ano" mas não é apresentada qualquer justificação para este valor. Porquê 1500 e não 500 ou 5000?

mais_um Escreveu:Se consideras que o ideal é ter uma maternidade em todos os concelhos do país, já agora estás a esquecer-te dos hospitais psiquiatricos, transplantes, etc.. e de todas as outras valencias publicas, a segurança, considerando o teu raciocionio deviamos ter delegações da PJ em todos os concelhos, não?


Eu não considero nada. Eu estou a questionar para perceber se vocês (e neste caso tu) achas que estes critérios fazem sentido.

mais_um Escreveu:Para mim o Estado Social não é ter um medico, um policia, um bombeiro, etc ao pé de cada casa, como tu sugeres, porque economicamente é inviavel


Afinal eu tinha razão: é uma questão económica.

mais_um Escreveu:já que isso representava uma carga de impostos monstruosa, não tens isso na Suecia, nem na Noruega, tem que existir uma relação custo/benefico equilibrada.


Totalmente de acordo com o que escreves. A questão é: como defines esse equilíbrio?

mais_um Escreveu:Se isto não aocntece em mais lado nenhum do mundo, porque deveria ser assim cá em Portugal? Gostas de pagar impostos? Eu não. :mrgreen:


Olha pois ao contrário de ti eu não me importo nada de pagar impostos se esses impostos forem utilizados para prestar os serviços essenciais à população (nomeadamente saúde, educação, justiça e segurança) em vez de, como acontece por cá, servir para pagar salários a funcionários públicos e para dar rendimentos a quem não quer trabalhar.

1 abraço,
Elias
 
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por mais_um » 7/9/2009 13:14

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Os objectivos são diminuir o numero de crianças mortas e não reduzir os custos


Estás a ver mal o filme.
Para mim é mais do que evidente que o objectivo é reduzir os custos.

É claro que se pode argumentar (tal como o ministro fez) que algumas maternidades / unidades de parto de certas localidades não têm condições de segurança para realizar os partos. Mas há uma alternativa que me parece que nunca foi falada e que passaria justamente por investir nessas maternidades em lugar de as fechar. Aliás, fazia sentido dispor de uma maternidade em todos os concelhos do país, devidadamente apetrechada com médicos, enfermeiros e equipamento.

Porque é que isso não foi feito?


Elias,

Não sei qual é a tua profissão, mas na minha um bom tecnico não é bom porque ganha muito e tem muitos equipamentos de ultima geração ao seu dispor e tem muitos cursos. um exemplo, tens 2 tecnicos que fazem o MCSE em Exchange, 1 faz uma intervenção uma vez por mês, o outro faz intervenções todos os dias, ao fim de 1 ano, o tecnico que faz intervenções todos os dias resolve os problemas muito mais rapidamente do que o outro e em tempo util.

A questão do fecho das maternidade, como está provado desde 1989, não é um problema de existir mais ou menos recursos, mas também de utilização dos mesmos. Antes de continuares a escrever sobre o assunto, aconselho-te a ler o Estudo, caso não tenhas feito já.

Tu está a transformar o fecho das maternidades numa questão economica, eu pelo que li sobre o assunto, pelo que se passa nos outros paises e pelas recomendações da OMS sobre assunto, pelos resultados obtidos desde 1989, penso de maneira diferente e não vou afirmar que estás a ver mal o filme, porque não estou a tentar convencer-te de nada. Consideras que outra solução é melhor, então diz-me, se fosses tu medico, como que explicavas aos pais de uma crianca que o filho tinha morrido porque só fazias 1 parto por semana? Deposi tinas ha opinião publica a reclamar porque o estado permitia esta situaç~eo se não seguia as recomendações da OMS e as boas practicas existentes nos outros paises....

Se consideras que o ideal é ter uma maternidade em todos os concelhos do país, já agora estás a esquecer-te dos hospitais psiquiatricos, transplantes, etc.. e de todas as outras valencias publicas, a segurança, considerando o teu raciocionio deviamos ter delegações da PJ em todos os concelhos, não?

Para mim o Estado Social não é ter um medico, um policia, um bombeiro, etc ao pé de cada casa, como tu sugeres, porque economicamente é inviavel, já que isso representava uma carga de impostos monstruosa, não tens isso na Suecia, nem na Noruega, tem que existir uma relação custo/benefico equilibrada.

Se isto não aocntece em mais lado nenhum do mundo, porque deveria ser assim cá em Portugal? Gostas de pagar impostos? Eu não. :mrgreen:

Um abraço,

ALexandre Santos
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por Primvs » 7/9/2009 12:44

Elias Escreveu:
Que poupou recursos, sim. Que melhorou a qualidade é discutível, porque melhorar a qualidade seria melhorar o serviço no local e não transferi-lo para outro lado.

De acordo em relação aos privados.
Já em relação ao público tenho as maiores dúvidas. O objectivo do Estado deve ser prestar um serviço social ou apenas reduzir custos?
É que se o objectivo for a rentabilidade, todas as empresas de transportes públicos deviam fechar.


Mas quem é que disse que para melhorar um serviço ele tinha de ficar no mesmo local?Qual é o compêndio,livro ou autor que definiu isso?A maneira factual de analisar a qualidade é pelo indicador que acabou de sair e que melhorou

Sobre a segunda frase...eu digo alhos e respondes bugalhos?????Mas eu falei que o objectivo de um gestor publico é a rentabilidade ou a redução de custos????O que eu disse é obrigação de um gestor, público ou privado, caso lhe surja uma situação em que aumenta a eficiência e diminui a quantidade de recursos, deve faze-lo.
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por Elias » 7/9/2009 12:29

Primvs Escreveu:Não propriamente.Tens uma situação que cria poupança de recursos, uma situação que potencia os recursos limitados existentes e ainda...é a melhor situação em termos de qualidade e segurança. Logo não podes dizer que o custo foi o factor decisivo. Podes dizer é que houve uma reorganização que baixou custos e melhorou qualidade


Que poupou recursos, sim. Que melhorou a qualidade é discutível, porque melhorar a qualidade seria melhorar o serviço no local e não transferi-lo para outro lado.

Primvs Escreveu:o que é o um objectivo que deve ser perseguido por qualquer gestor/administrador, público ou privado!


De acordo em relação aos privados.
Já em relação ao público tenho as maiores dúvidas. O objectivo do Estado deve ser prestar um serviço social ou apenas reduzir custos?
É que se o objectivo for a rentabilidade, todas as empresas de transportes públicos deviam fechar.
 
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por Primvs » 7/9/2009 12:18

Primvs Escreveu:E muitos concelhos do País não têm sequer um nascimento por dia...além de impossível por não haver recursos humanos para isso,seria muito mais dispendiosa essa solução.


Estás a dar-me razão.[/quote]

Não propriamente.Tens uma situação que cria poupança de recursos, uma situação que potencia os recursos limitados existentes e ainda...é a melhor situação em termos de qualidade e segurança.

Logo não podes dizer que o custo foi o factor decisivo. Podes dizer é que houve uma reorganização que baixou custos e melhorou qualidade, o que é o um objectivo que deve ser perseguido por qualquer gestor/administrador, público ou privado!
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por Elias » 7/9/2009 12:11

artista Escreveu:Porque é que dizes isso?


Porque não tens outra hipótese.

Repara: os encargos sociais do Estado têm vindo a aumentar de uma forma assustadora ao longo dos últimos anos. Infelizmente, o crescimento económico e débil e não permite financiar esse aumento (ao contrário do que aconteceu nos "anos dourados".

Por isso só tens duas formas de lidar com o assunto: ou aumentas os impostos (neste momento é quase "pecado" falar disso) ou cortas nos benefícios o que na prática se traduz em redução de custos. Esta é a realidade que o próximo governo terá de enfrentar.

Vês mais alguma hipótese?

Primvs Escreveu:E muitos concelhos do País não têm sequer um nascimento por dia...além de impossível por não haver recursos humanos para isso,seria muito mais dispendiosa essa solução.


Estás a dar-me razão.
 
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por Primvs » 7/9/2009 12:05

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Os objectivos são diminuir o numero de crianças mortas e não reduzir os custos


Estás a ver mal o filme.
Para mim é mais do que evidente que o objectivo é reduzir os custos.

É claro que se pode argumentar (tal como o ministro fez) que algumas maternidades / unidades de parto de certas localidades não têm condições de segurança para realizar os partos. Mas há uma alternativa que me parece que nunca foi falada e que passaria justamente por investir nessas maternidades em lugar de as fechar. Aliás, fazia sentido dispor de uma maternidade em todos os concelhos do país, devidadamente apetrechada com médicos, enfermeiros e equipamento.

Porque é que isso não foi feito?


300 concelhos (numero redondo), três obstretas para fazer H24, são no minimo 900 obstretas para uma maternidade em cada concelho, pois muitos concelhos não bastavam 3 obstretas!

E muitos concelhos do País não têm sequer um nascimento por dia...além de impossível por não haver recursos humanos para isso,seria muito mais dispendiosa essa solução.

Faz mais sentido criar centros de excelência em questões deste tipo e com o devido acompanhamento e meios de apoio, consegue suplantar a questão da distância e ao mesmo tempo incrementar a qualidade e segurança no parto
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por artista_ » 7/9/2009 12:04

Elias Escreveu:
artista Escreveu:Um pouco mais a sério, claro que é preciso reduzir custos mas muitas vezes parece-me que esse objectivo (não sei se tiro o "c" ou não? tenho de me actualizar :oops: ) "cegou" este governo...


cegou este tal como cegará o que vier a seguir


Porque é que dizes isso?

abraço

artista
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por Elias » 7/9/2009 12:01

artista Escreveu:Um pouco mais a sério, claro que é preciso reduzir custos mas muitas vezes parece-me que esse objectivo (não sei se tiro o "c" ou não? tenho de me actualizar :oops: ) "cegou" este governo...


cegou este tal como cegará o que vier a seguir
 
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por artista_ » 7/9/2009 12:00

Elias Escreveu:Estás a ver mal o filme.
Para mim é mais do que evidente que o objectivo é reduzir os custos.


Ai que mentira... mas este governo fez alguma coisa com o objectivo de reduzir custos?! :mrgreen: :mrgreen:

Um pouco mais a sério, claro que é preciso reduzir custos mas muitas vezes parece-me que esse objectivo (não sei se tiro o "c" ou não? tenho de me actualizar :oops: ) "cegou" este governo...

abraços

artista
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por Elias » 7/9/2009 11:49

mais_um Escreveu:Os objectivos são diminuir o numero de crianças mortas e não reduzir os custos


Estás a ver mal o filme.
Para mim é mais do que evidente que o objectivo é reduzir os custos.

É claro que se pode argumentar (tal como o ministro fez) que algumas maternidades / unidades de parto de certas localidades não têm condições de segurança para realizar os partos. Mas há uma alternativa que me parece que nunca foi falada e que passaria justamente por investir nessas maternidades em lugar de as fechar. Aliás, fazia sentido dispor de uma maternidade em todos os concelhos do país, devidadamente apetrechada com médicos, enfermeiros e equipamento.

Porque é que isso não foi feito?
 
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por mais_um » 7/9/2009 11:40

Elias Escreveu:Alexandre,

Eu também não sou especialista e não estava sequer a questionar se os objectivos foram ou não atingidos. A minha questão é mais esta: faz sentido este modelo, ou melhor, é este o "Estado social" que queremos?

Nota que eu nem sequer tomei partido de coisa alguma, queria apenas perceber as opiniões.

Eu tenho consciência de que o modelo de Estado social, tal como o conhecemos, está à beira da ruptura - o modelo não é sustentável, devido, entre outros aspectos, ao modesto crescimento económico e por isso terá de haver restrições de benefícios. Apenas gostaria de ouvir algumas opiniões sobre onde deve ser colocado o ponto de equilíbrio (se é que isto existe).

Um exemplo: imagina que se fechava a maternidade das Caldas da Rainha e que se definia que agora vai tudo para Coimbra. Fará isto sentido ou não?

1 abraço,
Elias


Elias,

Os objectivos são diminuir o numero de crianças mortas e não reduzir os custos, este projecto começou com o Cavaco Silva, em 1989, tinha e tem objectivos que não tem a ver com o poupar dinheiro, não é o "Estado social" que está em causa neste programa, embora a comunicação social e os partidos políticos da oposição (se o fosse o PS que estivesse na oposição, provavelmente a postura era idêntica) tenham argumentado que era isso que estava em jogo.

Pegando no exemplo que referiste, se fechar a maternidade das Caldas da Rainha e transferi-la para Lisboa (é mais perto do que Coimbra. :mrgreen:) diminuir o numero de crianças mortas na área abrangida pelo hospital das caldas da rainha, sim faz sentido.

Embora já vivesse nas Caldas da Rainha o meu 2º filho nasceu na MAC. Preferi ter o inconveniente da distância (1 hora) mas sabendo que se existisse problemas era o melhor local no país para os resolver. E tinha seguro de saúde e como tal podia ter ido para um hospital/clínica particular.

Um abraço,

Alexandre Santos
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