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Caldeirão da Bolsa

OFF-topic ordenados

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Branc0 » 3/9/2009 22:54

mais_um Escreveu:Em 2001, 21% chegava ao ensino superior...


Está bem, quando eu tirei o 12º ano pediam-me para fazer matrizes, agora pedem-lhes para calcular divisões simples na máquina. Qualquer dia os putos já nascem a saber passar os exames se o nível continua a descer :P

mais_um Escreveu:Mas não falemos mais do Estado Novo e da educação, para alguns eram tempos fantasticos, para muitos foram tempos muito maus.

Voltemos aos ordenados e à economia... :mrgreen: :mrgreen:


Acho que sim :P
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Re: O

por Branc0 » 3/9/2009 22:52

bestblandina Escreveu:O branco colecou uma tabela onde consta que não existe salário mínimos. Mas tenho uma dúvida. Os sindicatos não exigem um valor mínimo. É que se assim for vai dar tudo o mesmo. À pessoas que dizem que na alemanha não paga as auto estradas mas quando tive lá uma semana numa formação o meu formador que era alemão disse que não se pagava directamente , não existia portagens mas em contrapartida há um imposto que já não lê lembro do nome que parte dele ou mesmo toda também já não me recordo era sobre as portagens. Nesse caso todos que tinham carro pagavam independentemente de usarem ou não as auto estradas. Como tal até podemos dizer que não existe salário mínimo mas talvez haja algum outro valor que substitua este ,não sei se existe ou não.


Tu não és obrigado a lidar com sindicatos. Há uma grande diferença. Os sindicatos pedem este mundo e o outro, às vezes o patrão cede outras vezes não cede. Quando é o Estado não há escolha.

Outra diferença muito grande é que normalmente só as grandes multinacionais é que estão sujeitas aos sindicatos, as PMEs que são, pelo menos em Portugal, o maior criador de trabalho (eu ia dizer emprego mas isso deve ser o Estado) não estão sujeitas a lidar com os sindicatos permitindo às pessoas trabalharem livremente.
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por mais_um » 3/9/2009 22:47

Grande confusão! Vamos chamar os bois pelos nomes. :mrgreen:

Iliteracia é uma coisa, analfabetismo é outra!

Alguns consideram não haver necessidade deste neologismo (iliteracia), porque em português já existia palavra com significado semelhante, embora não registada por todos os dicionários: o substantivo iletrismo (diferente de analfabetismo). Como se pode ver por esta citação do cientista português Ricardo Jorge: «O maior mal não é o analfabetismo, é o iletrismo das classes dirigentes.»
Apesar das objecções que se possam fazer, iliteracia é hoje termo corrente entre os professores portugueses, sobretudo depois de o ex-ministro da Educação, Marçal Grilo, o ter difundido num estudo que a generalidade dos jornais noticiou em 1995.


Em 1970, só 3% dos alunos é que chegava ao ensino superior, 17% ao liceu, os restantes ficavam pelo 1º e 2º ciclo.

Em 2001, 21% chegava ao ensino superior...

Mas não falemos mais do Estado Novo e da educação, para alguns eram tempos fantasticos, para muitos foram tempos muito maus.

Voltemos aos ordenados e à economia... :mrgreen: :mrgreen:
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por Branc0 » 3/9/2009 22:25

mais_um Escreveu:Epá posso estar enganado mas o que eu vejo é que esta estatistica é retirada de:

a partir de Censos, taxas de alfabetização
de recrutas e condenados, e assentos matrimoniais


Onde é que está escrito que é só de recrutas condenados e assentos matrimoniais????


Sim tens razão, tava a ler mal eu também. De qualquer das formas não acho que seja desprezível o progresso nem que sejam influências só do exterior (afinal, se estávamos "orgulhosamente sós" alguma coisa teve que se fazer cá dentro :P )
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por cannot » 3/9/2009 22:22

Tinha decidido não ler mais este tópico mas como o vi com tantas páginas decidi dar uma espreitadela...

Não vou entrar na discussão, não me parece que valha a pena, nem vou arranjar dados para fundamentar a minha opinião, vou apenas, muito rapidamente expor o que penso.

Durante a ditadura, Portugal era maioritariamente um país de analfabetos. Os que tinham acesso a uma educação estatal tinham apenas acesso a um ensino intencionalmente desviado da realidade. Dos poucos que conseguiam obter (de outra forma) algum tipo de educação intelectual, ou se rendiam ao sistema fundamentalmente injusto que existia (era uma ditadura!!) ou eram presos ou fugiam para o estrangeiro.


Abraço
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por bestbland » 3/9/2009 22:16

O branco colecou uma tabela onde consta que não existe salário mínimos. Mas tenho uma dúvida. Os sindicatos não exigem um valor mínimo. É que se assim for vai dar tudo o mesmo. À pessoas que dizem que na alemanha não paga as auto estradas mas quando tive lá uma semana numa formação o meu formador que era alemão disse que não se pagava directamente , não existia portagens mas em contrapartida há um imposto que já não lê lembro do nome que parte dele ou mesmo toda também já não me recordo era sobre as portagens. Nesse caso todos que tinham carro pagavam independentemente de usarem ou não as auto estradas. Como tal até podemos dizer que não existe salário mínimo mas talvez haja algum outro valor que substitua este ,não sei se existe ou não.
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por mais_um » 3/9/2009 22:04

salvadorveiga Escreveu:E tu tas a tomar que a populaçao prisional e' o retrato da população portuguesa... tas a tomar como verdade a parte para o todo...

Sabes a isso dá-se um nome a economia que e' tomar a parte como o todo, falácia da composição. Eu tambem me fico por aqui. A questao nao esta' o facto de ser Estado novo ou nao, por mim até la' podia estar o D Duarte Pio que ia dizer a mesma coisa...


Epá posso estar enganado mas o que eu vejo é que esta estatistica é retirada de:

a partir de Censos, taxas de alfabetização
de recrutas e condenados, e assentos matrimoniais


Onde é que está escrito que é só de recrutas condenados e assentos matrimoniais????
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por Branc0 » 3/9/2009 22:01

À bocado subiamos mas não era tanto como os outros agora subimos nos miudos de 33 para 97 por cento mas o Salazar foi muito mau para a educação e só subimos porque os estrangeiros também subiram.

Esta bem. Eu percebo que gostem de bater no homem mas quer dizer, numeros sao numeros.
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por MarcoAntonio » 3/9/2009 21:59

Antes de sair do tópico deixa-me dizer que estás a ser completamente intelectualmente desonesto porque o quadro diz que é baseado nos registos/censos de "recrutas e condenados, e assentos matrimoniais".

E dito isto, não estou aqui a fazer nada no tópico...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:56

E tu tas a tomar que a populaçao prisional e' o retrato da população portuguesa... tas a tomar como verdade a parte para o todo...

Sabes a isso dá-se um nome a economia que e' tomar a parte como o todo, falácia da composição. Eu tambem me fico por aqui. A questao nao esta' o facto de ser Estado novo ou nao, por mim até la' podia estar o D Duarte Pio que ia dizer a mesma coisa...
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por MarcoAntonio » 3/9/2009 21:52

Branc0 Escreveu:Estas a olhar para o quadro do Marco e não o do Salvador. O do Marco só contém parte da população enquanto que o do Salvador abrange toda a população que acho que é o que interessa, não estou muito preocupado com os beneficios que a Russia Comunista dava aos seus oficiais de guerra nem acho que seja bitola para ninguém.


Então e a Espanha Franquista, ou a Itália, ou a Grécia? Não interessam?

Aparentemente os exemplos dos outros países agora deixaram de interessar quando nas páginas anteriores para outros exemplos eram extremamente relevantes.

Não posso deixar de ficar surprendido!
:roll:



Salvador, se a lógica do mais_um é a lógica da batata, a tua lógica é a lógica de qualquer Ditador.

Apesar dos dados mostrarem que Portugal é dos piores países em termos de Educação nessa época e que ainda está pior do que estava no passado em termos relativos/comparativos (que é o que realmente interessa comparar!), tu consegues traçar um quadro cor-de-rosa falando interna e isoladamente e apenas dos dados "positivos".

Fantástico, ao melhor estilo propagandista...


Bem, vou é sair deste tópico que até me faz mal à saúde ler estas coisas.
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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:47

MarcoAntonio Escreveu:Oh Branco, a subida da taxa de alfabetização cresce em todo o Mundo no século XX. Fruto da evolução social, económica e tecnológica as pessoas cada vez foram sendo mais incentivadas a ler e a escrever. Até para trabalhar em funções relativamente rudimentares foram sendo cada vez mais exigidas a fazê-lo e a entender que os filhos precisavam de estudar mais do que eles fizeram.

É uma tendência geral, que está bem evidente como se fosse necessário ver algum quadro para saber que ela existiu e foi generalizada no Mundo Ocidental onde em 1900 para levantar os pés do chão só de Balão e em 1950 já tinhamos aviões transónicos...

Se agora vamos olhar para os números numa mera lógica do antes e depois, ignorando tudo o resto, então Salazar foi formidável.

Estou convencido que o próprio Salazar para mostrar que no país com dos piores níveis de Educação da Europa afinal a educação ia bem, diria algo como: por cada português que há 50 anos sabia ler e escrever, agora há dois!

Brilhante!




Salvador, com esse e outros dados semelhantes podemos dizer e verificar que durante e no final do Estado Novo, Portugal estava na cauda da Europa em termos de Educação.

Claro que como tu pretendes mostrar o oposto, não se pode extrair grande coisa desses e doutros dados. O melhor é até ignorá-los, passar por cima deles e continuar a dizer que por cada um português que sabia ler e escrever passou-se a dois...


tu e' q passaste por cima de um grafico que nao te convinha LOL

Mas ok...
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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:45

mais_um Escreveu:
Branc0 Escreveu:
salvadorveiga Escreveu:Mais a serio, esse quadro esta' intercalado em mais de 50 anos de espaço temporal o que acho que nao da' para visualizar bem... que me diz que ele de 1900 de 25% nao passou para 12% em 1920 por exemplo e depois melhorou para 55%? O meso se pode dizer do contrario claro... mas do quadro pouco ou nada podemos dizer naminha opiniao


E olhando para o primeiro quadro que tu colocaste nota-se uma grande aceleração a partir dos anos 30... quando começou o Estado Novo (1933).

Desculpa lá Marco mas acho que desta vez não tens razão.


Desculpa lá, mas o Marco tem razão.. :mrgreen: :mrgreen:

quem estava ao nosso nivel passou para um valor entre 75 e 90%, nós passamos para 55%


Desculpa mas acho isso a logica da batata...

O Quadro nem e' da populaçao como ja foi referido...

O que podes concluir dali do quadro e' que os bandidos da uniao sovietica eram mais literados que os nossos, assim como os militares
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por MarcoAntonio » 3/9/2009 21:45

Oh Branco, a subida da taxa de alfabetização cresce em todo o Mundo no século XX. Fruto da evolução social, económica e tecnológica as pessoas cada vez foram sendo mais incentivadas a ler e a escrever. Até para trabalhar em funções relativamente rudimentares foram sendo cada vez mais exigidas a fazê-lo e a entender que os filhos precisavam de estudar mais do que eles fizeram.

É uma tendência geral, que está bem evidente como se fosse necessário ver algum quadro para saber que ela existiu e foi generalizada no Mundo Ocidental onde em 1900 para levantar os pés do chão só de Balão e em 1950 já tinhamos aviões transónicos...

Se agora vamos olhar para os números numa mera lógica do antes e depois, ignorando tudo o resto, então Salazar foi formidável.

Estou convencido que o próprio Salazar para mostrar que no país com dos piores níveis de Educação da Europa afinal a educação ia bem, diria algo como: por cada português que há 50 anos sabia ler e escrever, agora há dois!

Brilhante!




Salvador, com esse e outros dados semelhantes podemos dizer e verificar que durante e no final do Estado Novo, Portugal estava na cauda da Europa em termos de Educação.

Claro que como tu pretendes mostrar o oposto, não se pode extrair grande coisa desses e doutros dados. O melhor é até ignorá-los, passar por cima deles e continuar a dizer que por cada um português que sabia ler e escrever passou-se a dois...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Branc0 » 3/9/2009 21:45

mais_um Escreveu:Desculpa lá, mas o Marco tem razão.. :mrgreen: :mrgreen:

quem estava ao nosso nivel passou para um valor entre 75 e 90%, nós passamos para 55%


Estas a olhar para o quadro do Marco e não o do Salvador. O do Marco só contém parte da população enquanto que o do Salvador abrange toda a população que acho que é o que interessa, não estou muito preocupado com os beneficios que a Russia Comunista dava aos seus oficiais de guerra nem acho que seja bitola para ninguém.
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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:43

E como eu li o artigo e secalhar tu nao Marco aqui ficam as conclusoes:

Uma rápida análise destes resultados permite-
-nos perceber como foi lenta a construção de
uma sociedade letrada em Portugal.
Na verdade, nos primeiros 60 anos deste sé-
culo, a taxa de alfabetização dos portugueses
com idades iguais ou superiores a 7 anos, passa
de 26% para cerca de 70%, um ganho que não
chega aos 50%.
Mas os números sendo o que são, permitem-
-nos apesar de tudo uma análise mais fina do que
se passou neste período de 60 anos.
Na verdade podemos constatar que em geral,
o período correspondente ao Estado Novo foi
mais profícuo na aceleração da alfabetização
em Portugal do que o período anterior: de 1900 a
1930, a percentagem de portugueses com idades
iguais ou superiores a 7 anos que declaram saber ler, passa de 26% para 38%, um ganho de alfabe-
tizados de 12%; no período que vai de 1930 a
1960, os portugueses das mesmas faixas etárias
declarados como alfabetos, passam dos 38% an-
tes mencionados para 70%, o que corresponde a
um aumento de 32% de alfabetizados, mais do
dobro do período anterior.
Não estando aqui em causa a comparação
entre os méritos político-educativos da 1.ª Re-
pública e do Estado Novo, visto que só em parte
é que as questões de ordem política influenciam
este tipo de números, permitimo-nos apesar de
tudo, assinalar a contradição entre estes dados e
o que durante anos foi sendo propagado pelas
historiografias de uso corrente que se tornaram
dominantes até há bem pouco tempo.

Na verdade, algo que é aparentemente surpreen-
dente, e que só se detecta se procedermos a uma
análise destes números por classe etária, é o
facto de até 1940, as classes de idade entre os 7 e
os 14 anos apresentarem resultados que são dos mais baixos por comparação com as outras clas-
ses de idade expostas.
Tal facto seria muito pouco provável se o mo-
do fundamental de acesso à cultura escrita por
parte dos portugueses fosse a escola. Na verda-
de, sendo este o caso, seriam sempre as classes
de idade mais jovens que apresentariam taxas de
alfabetização mais elevadas.
Poderemos então pensar que a forma como
uma parte substancial dos portugueses acedem
às letras até perto de meados deste século, passa
por caminhos não inteiramente consonantes com
o modelo escolar dominante na Europa e no
Ocidente a partir dos finais do século XIX, ou
seja, a «escola de massas» do Estado, laica,
gratuita e obrigatória.
Para melhor percebermos estes ritmos e tipo-
logias de acesso à alfabetização por parte dos
portugueses neste período de tempo, fomos, com
base nos Censos disponíveis, reconstruir uma
coorte populacional nascida entre os anos de
1906 e 1910, e que por conseguinte teriam entre
10 e 14 anos em 1920, entre 20 e 24 anos em
1930, entre 30 e 34 anos em 1940, entre 40 e 44
anos em 1950 e entre 50 e 54 anos em 1960, e
fomos tentar perceber como é que esta populaçao ção, se relacionou com a alfabetização durante
esta parte da sua vida.
Verificamos por estes dados o que tínhamos
notado antes: o ganho de alfabetizados, em nú-
meros brutos e não só em percentagens, ascende
até aos 20-24 anos e desce ligeiramente a partir
desta idade, mas mesmo assim aos 30-34 anos
esta população ainda tem mais alfabetizados do
que aos 10-14 anos.
Ou seja, dos 10-14 anos para os 20-24 anos,
perdem-se recenseados mas ganham-se alfabe-
tos, dos 20-24 para os 30-34 anos voltam-se a
perder recenseados e também alfabetizados, mas
estes são ainda assim, em termos brutos, e claro está, em percentagens também, mais numerosos
do que na idade dos 10-14 anos.

A partir da década de 50 alfabetização e
escola confundem-se cada vez mais, e será
através da escola e das regras e currículos
por ela imposta, isto é, pelo Sistema Edu-
cativo, que o grosso dos portugueses ace-
dem às letras. Ou seja, será a partir da dé-
cada de 50 que a escola se inscreve como algo de absoluto e de normal na juventude
portuguesa, passando-se assim de uma for-
ma de alfabetização «voluntária e infor-
mal» para uma forma de relação com a
cultura escrita que poderíamos caracterizar
como de «escolarização imposta e estan-
dardizada» característica da modernidade
educativa, primeiro nas culturas ocidentais
e depois no Mundo.
A rápida evolução da escolaridade juvenil
em Portugal, que se processa entre a década de
quarenta deste século e a de sessenta, mas so-
bretudo entre 1950 e 1960, ilustra o que antes
dissemos (Quadro 5).
Por este Quadro poderemos perceber várias
coisas, a primeira sendo a rápida evolução do
movimento de escolarização entre os anos de
1940 e 1960 nas crianças em idade de frequência
da «escola primária», ou seja com idades entre
os 7 e os 9 anos.

De facto, em 1940 apenas 33% das crianças
nestas idades frequentavam a escola e em 1960
serão 95%, ou seja, a quase totalidade das crian-
ças desta classe de idade.
Mas mais do que isso, em 1940, das 212.954
crianças que eram declaradas como «sabendo
ler» entre as idades dos 7 e os 9 anos, 47.293, ou
seja, 22% delas ou já não frequentava a escola
ou teria aprendido a ler fora dela, tais percen-
tagens baixando para 7% em 1950 e em 1960, só
2% destas crianças se encontravam nessa situa-
ção. "


........................................

Ou seja, nao houve so' uma rapida aceleração do ensino, como a maior faixa etaria analfabeta era o grupo infantil e juvenil. Esta foi recuperada para a decada de 60 quase para a totalidade da populaçao da faixa etaria.

Nao so' isso como o abandono escolar era de apenas 2%. algo que antes era um abandono escolar de 22%. :roll: [/b]
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por mais_um » 3/9/2009 21:41

Branc0 Escreveu:
salvadorveiga Escreveu:Mais a serio, esse quadro esta' intercalado em mais de 50 anos de espaço temporal o que acho que nao da' para visualizar bem... que me diz que ele de 1900 de 25% nao passou para 12% em 1920 por exemplo e depois melhorou para 55%? O meso se pode dizer do contrario claro... mas do quadro pouco ou nada podemos dizer naminha opiniao


E olhando para o primeiro quadro que tu colocaste nota-se uma grande aceleração a partir dos anos 30... quando começou o Estado Novo (1933).

Desculpa lá Marco mas acho que desta vez não tens razão.


Desculpa lá, mas o Marco tem razão.. :mrgreen: :mrgreen:

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por Branc0 » 3/9/2009 21:30

salvadorveiga Escreveu:Mais a serio, esse quadro esta' intercalado em mais de 50 anos de espaço temporal o que acho que nao da' para visualizar bem... que me diz que ele de 1900 de 25% nao passou para 12% em 1920 por exemplo e depois melhorou para 55%? O meso se pode dizer do contrario claro... mas do quadro pouco ou nada podemos dizer naminha opiniao


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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:24

MarcoAntonio Escreveu:
Branc0 Escreveu:Não percebi essa Marco. Em 1900 Salazar não estava no poder, mesmo que estivesse tinha mais que duplicado o nível de literacia em Portugal. É mau? Ou estou a ler mal o quadro?


Em 1950 estavamos sensivelmente a meio da Ditadura do Estado Novo. Segundo o quadro e aquela análise o nível de alfabetização em Portugal era de 55% o que compara com os seguintes valores pela Europa fora: 75%, 80%, 90%, 98%.

Se o argumento é que se evoluiu muito durante o Estado Novo (argumento do salvadorveiga) então olhamos para 1900 e verificamos que os países que então estavam em situação semelhante em 1900 (25% e 40%) estavam todos mais afastados ainda em 1950.

O quadro mostra que estavamos no fundo da Europa em termos de educação a meio da ditadura do Estado Novo e ainda mais no fundo e mais isolados pela negativa do que estavamos antes do Estado Novo.


A melhoria dos níveis de alfabetização são generalizados por toda a Europa neste período como o quadro bem mostra. A situação e evolução em Portugal a meio da Ditadura só é boa enquanto ignorarmos o que se passa no resto da Europa.


se tu vires o quadro q eu pus esse era referente a' populaçao... e tens aflabetizaçao muito alta nas faixas etarias mais novas, duvido q estivessem muito longe dos restantes paises europeus...

O Quadro q puseste mais uma vez parece-me apenas tendo em conta a pouplaçao militar e prisional, o que quer dizer que os nossos ladroes e gatunos eram mais burros dai talvez serem apanhados mais vezes :mrgreen:

Mais a serio, esse quadro esta' intercalado em mais de 50 anos de espaço temporal o que acho que nao da' para visualizar bem... que me diz que ele de 1900 de 25% nao passou para 12% em 1920 por exemplo e depois melhorou para 55%? O meso se pode dizer do contrario claro... mas do quadro pouco ou nada podemos dizer naminha opiniao
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por salvadorveiga » 3/9/2009 21:20

MarcoAntonio Escreveu:Alguma razão para teres saltado o Quadro I que mostra a crua realidade da pobre Educação portuguesa que no tempo de Salazar era "a pior" da Europa e continuava a evoluir mais lentamente que os países em situação semelhante décadas antes?

Eu não consigo encontrar outra explicação que não seja querer alimentar o mito fátuo de que a Educação era boa em Portugal no tempo de Salazar e que este fez muito pela Educação.


Esse Quadro e' de recrutas e condenados, foi por isso que nao pus... recrutas e condenados =/ populaçao.

Pelo menos foi ainterprestaçao q fiz do quadro... se tu o viste de forma diferente dizme sff... a ideia qnd li o titulo e' q era pertencente aos militares e populaçao prisional
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por MarcoAntonio » 3/9/2009 20:54

Branc0 Escreveu:Não percebi essa Marco. Em 1900 Salazar não estava no poder, mesmo que estivesse tinha mais que duplicado o nível de literacia em Portugal. É mau? Ou estou a ler mal o quadro?


Em 1950 estavamos sensivelmente a meio da Ditadura do Estado Novo. Segundo o quadro e aquela análise o nível de alfabetização em Portugal era de 55% o que compara com os seguintes valores pela Europa fora: 75%, 80%, 90%, 98%.

Se o argumento é que se evoluiu muito durante o Estado Novo (argumento do salvadorveiga) então olhamos para 1900 e verificamos que os países que então estavam em situação semelhante em 1900 (25% e 40%) estavam todos mais afastados ainda em 1950.

O quadro mostra que estavamos no fundo da Europa em termos de educação a meio da ditadura do Estado Novo e ainda mais no fundo e mais isolados pela negativa do que estavamos antes do Estado Novo.


A melhoria dos níveis de alfabetização são generalizados por toda a Europa neste período como o quadro bem mostra. A situação e evolução em Portugal a meio da Ditadura só é boa enquanto ignorarmos o que se passa no resto da Europa.
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por Branc0 » 3/9/2009 20:39

MarcoAntonio Escreveu:Alguma razão para teres saltado o Quadro I que mostra a crua realidade da pobre Educação portuguesa que no tempo de Salazar era "a pior" da Europa e continuava a evoluir mais lentamente que os países em situação semelhante décadas antes?

Eu não consigo encontrar outra explicação que não seja querer alimentar o mito fátuo de que a Educação era boa em Portugal no tempo de Salazar e que este fez muito pela Educação.


Não percebi essa Marco. Em 1900 Salazar não estava no poder, mesmo que estivesse tinha mais que duplicado o nível de literacia em Portugal. É mau? Ou estou a ler mal o quadro?
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por mais_um » 3/9/2009 20:19

madoff Escreveu:Coimbra sofreu uma grande melhoria no Estado Novo.E eu sei bem do que falo.

Dep matematicas, fisicas, letras. Estou a falar dos edifcios.

Mas poderia sitar:
Hospital Santa Maria, são joão, etc, etc, etce.... CGD....que ainda hoje serve para dar taxos a politicos.
Isto para não falar das centenas de escolas primárias, espalhadas por todo o Portugal, e que hoje estão a ser fechadas pelos supostos defensores da liberdade.

Estou errado ?, não creio !

MarcoAntonio Escreveu:
salvadorveiga Escreveu:Pois, as pessoas esquecem-se que toda a cidade universitaria foi construida enquanto ele andou por la', querem maior exemplo que este que o maior polo de ensino do Pais e que ainda hoje subsiste?... podia haver iliteracia, mas concerteza o ensino era de muito melhor qualdiade.


O que é que isto demonstra? Absolutamente nada a não ser uma convicção pessoal tua...

Já agora, quando foi construído o Polo Universitário de Coimbra e o que nos diz exactamente sobre os níveis de educação da população em geral nessa época e noutras épocas da nossa História?

E o que é que o Polo Universitario que existia quando ele era estudante nos diz sobre a sua Governação, nomeadamente no que diz respeito ao Ensino?


Eu até consigo admitir que a Educação era boa (para a época) para quem tinha acesso a ela. O que nos diz pouco sobre o acesso geral à educação e em que medida esta chegou às massas. Sobre isso há estatísticas esclarecedoras que já foram colocadas aqui no tópico. Mas quanto temos uma convicção pessoal como a tua tendemos a ignorar as evidências e os dados que realmente importam.

A educação era tão boa, tão boa, que cerca de 1/3 da população não sabia ler ou escrever ou fazia-o de forma extremamente deplorável. Muito boa a Educação do Estado Novo...
:roll:


Madoff,

Começas a seguir as "mãos" do Best, não escrevas sobre aquilo que não sabes, a CGD foi criada em 1876, o estado novo começou um "pouco" mais tarde....

Sobre o fecho das escolas primárias, deixo um conselho, informa-te melhor sobre as vantagens e desvantagens dessa medida antes de dizeres mais disparates.

Aproveito para pedir a todos que não alterem o tema do topico, ordenados e economia :wink:

Obrigado,

Alexandre Santos
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por mais_um » 3/9/2009 20:12

mais_um Escreveu:
madoff Escreveu:Desulpe....

Um calão, inutil da sociedade recebe 450 € por mês quando devia trabalhar.Reforma-se recebe os tais 200 €

O "parvalhão" que andou a trabalhar e não descontou (ou o seu patrão não o fazia), trabalhou, esforçou-se...e ainda é mal visto

O espertalhão que vivia de boa vida...sim senhor !


mais_um Escreveu:
madoff Escreveu:Um estado que dá dinheiro a quem não quer trabalhar...e a quem trabalhou uma vida dá 200 €...


Madoff,

Essa tua afirmação é mais um mito urbano...

Muitas das pensões são baixas devido ao facto das pessoas não declararem todos os rendimentos e claro quando chegam à reforma, são baixas. Mas mesmo assim são superiores, quem descontou toda uma vida de trabalho como referes tem uma pensão minima nas casa dos 350,00€


Madoff,

Lê com atenção o que eu escrevi....

Podes explicar qual é o calão que recebe 450€?



Madoff,

2ª tentativa...
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por CerealKiler » 3/9/2009 19:57

pensei que o tema eram os salários, afinal é a an(alfabetização)

nunca tantos souberam tanto de tão pouco - especialização.
 
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