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Caldeirão da Bolsa

Vão trabalhar, malandros!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por bolo » 7/8/2009 9:48

MarcoAntonio Escreveu:
Mas isto não é mais do que o perfeito exemplo da forma sistemática e precipitada de como se metralha na Função Pública. Diria que, para além da óbvia falta de informação, é já uma questão quase cultural...


A Função Pública tem vindo a ser posta a jeito. A evolução do Estado ao longo dos tempo e o seu agigantamento como Empresa Nacional Multi-facetada e Omnipresente, muitas vezes mais que reguladora, transformando-a numa organização politico-económica gigante, coloca desafios a quem politicamente a dirige que por motivos que a própria história mostra têm atirado uma fundamental eficiência que hoje esperamos de uma organização onde somos "accionistas", para níveis que no seu todo nos parecem insuficientes, fazendo-nos sentir várias coisas como:

+ parte do nosso dinheiro é desperdiçado por uma máquina pouco eficiente ( isso custa!);
+ organização interna do Estado rígida, opaca e pouco aberta, onde facilmente podem ser apontados ou escondidos vícios. (que é desolante para quem o financia);
+ falta de produtividade, por falta de objectivos e medição de resultados em muitas actividades. Vamos ouvindo que, em determinados serviços, pedidos dos cidadãos às autarquias são tratados miseravelmente, na medida em que para além do tempo que leva para o seu tratamento, o cidadão não sabe quem está a tratar desse pedido nem prazo para a sua resposta.

Todo este actual estado do Estado coloca um forte estigma a quem todos os dias desempenha o seu trabalho de forma tão empenhada, apaixonada ou esforçada como em qualquer outra organização.
E não vale a penas pensar que somos melhores que os outros, podemos deixar esse juízo para quem nos avalia. O principal problema está na organização e não nas pessoas. Bem sabemos que as rémoras existem e que fazem parte da fauna, mas nunca a sua extinção fará parte do desenvolvimento deste ecossistema. 1º Temos vindo a abandonar os instintos genocídicos e depois, 2º Todos somos potenciais rémoras, potenciais!
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
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por pedrom » 7/8/2009 9:42

Mcmad Escreveu:Começas é a ver muita gente qualificada com trabalhos extremamente precários no privado..


Não tenho acompanhado o tópico a 100%, porque senão não fazia outra coisa!!!

Não sei se já foi referido, mas fica o apontamento com conhecimento de causa: uma das grandes diferenças do publico para o privado, é que no publico desconta-se sobre tudo o que se recebe, no privado desconta-se sobre o ordenado minimo ou então trabalha-se ao negro, logo esta-se a comparar alhos com bugalhos!!! Mais tarde as reformas tem de ser diferentes como é obvio..... É claro que existem "aberrações" no sistema, mas isso é o proprio sistema que as cria!!!!!
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 3:58

Mcmad Escreveu:É que eu trabalho 40, só por isso. Desculpa qualquer coisa..


Ele trabalha 35 horas e depois tem ainda uma série de compromissos e limitações. É óbvio que deve ter um horário base mais ligeiro...

Mcmad, é uma mera sugestão: lê mais calma e atentamente o que se escreve neste tópico. A tua ansia de metralhar na Função Pública e apontar defeitos é a causa deste tipo de precipitação.



Como é óbvio, alguém que explicou tudo com aquele detalhe, ter a seguir a tua pergunta... é de lhe saltar a tampa!


Mas isto não é mais do que o perfeito exemplo da forma sistemática e precipitada de como se metralha na Função Pública. Diria que, para além da óbvia falta de informação, é já uma questão quase cultural...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Mcmad » 7/8/2009 3:54

É que eu trabalho 40, só por isso. Desculpa qualquer coisa..
 
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por GodsDead_JNEG » 7/8/2009 3:51

Mcmad Escreveu:PS: porque motivo só tens 35 horas semanais?


É pá, porque só me deram 35!!! :shock:

GodsDead

PS: Esta foi a resposta mais pulida que encontrei.
Depois de explicar com o que conto em temos profissionais, apeteceu-me responder com uns palavrões, mas fica mesmo assim.
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 3:51

Mcmad Escreveu:Pois, isso acontece porque és muito recente no aparelho do Estado.


Mais uma vez aqui se nota que tens uma noção errada do peso das coisas...

Não são apenas casos muito recentes (como alguém que entrou em 2003, portanto com uns 6 anos de serviço).

Passa-se praticamente a mesma coisa a quem tem uns 10 ou 12 anos de serviço porque embora tenham entrado na época das vacas gordas, nessa altura estavam no início da carreira e as vacas gordas não tinham grande reflexo nos seus vencimentos (teria se já tivessem vários anos de serviço na altura ou se o período das vacas gordas continuasse).

O problema é que o período das vacas gordas terminam poucos anos depois de terem entrado ao serviço.

Depois de 2000 há uma viragem completa e até houve vários anos (salvo erro uns 3) de congelamentos salariais. Praticamente a partir de 2000 (a primeira crise) houve grande contenção e os FPs em início de carreira tiveram tudo menos folhas de vencimento muito sorridentes. E depois lá para 2005 e 2006 começa a reforma da Administração Publica...

Portanto, tudo isto para te mostrar aquilo de que obviamente não te apercebes: mesmo os funcionarios digamos com menos de uns 12 anos de serviço já não estão numa situação nada de especial na Função Pública (isto se formos falar de forma generalizada).


Agora, já quem tem uns 20 e tal anos de serviço, que já tinha avançado muito na carreira, todo este "aperto" dos últimos anos surge quando já tinham um bom salário e não lhes fez grande moça. Sem dúvida, há que admitir, há tb quem esteja, comparativamente, numa situação mais feliz (embora mesmo assim não tão boa quanto por vezes se pinta).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 7/8/2009 3:52, num total de 1 vez.
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por Mcmad » 7/8/2009 3:43

GodsDead_JNEG Escreveu:Tenho seguido este tópico atentamente e, sendo funcionário público, indigna-me que se diga que os funcionários públicos são uns "chupistas".

Vou-vos contar a minha situação profissional:
Entrei na FP em 2003


Pois, isso acontece porque és muito recente no aparelho do Estado. Começam haver já os «ajustes» por força das fracas receitas do Estado.

Acredito que as condiçoes de mercado vão « tratar» de aproximar as diferenças que tenho vindo a relatar ao longo do tópico.

Cumprimentos,

PS: porque motivo só tens 35 horas semanais?
 
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por GodsDead_JNEG » 7/8/2009 3:31

Tenho seguido este tópico atentamente e, sendo funcionário público, indigna-me que se diga que os funcionários públicos são uns "chupistas".

Vou-vos contar a minha situação profissional:
Entrei na FP em 2003 para uma carreira que me agrada muito e que não trocava por nenhuma outra.
A minha carreira é considerada "especial" e por esta "especialidade" são-me impostas condições de trabalho que não desejo a mais ninguem.

As minhas obrigações são muito simples de explicar:
- Trabalho 35 horas semanais;
- Tenho que estar sempre contactável depois de sair do trabalho;
- Tenho que informar onde me podem encontrar nas férias.
- Se for necessário sou chamado e tenho de ir trabalhar, pagam-me 1,70 € por hora extraodinária (o qual é considerado rendimento e descontam-me 27%);

Pode acontecer que consiga durante algumas semanas cumprir "apenas" as 35 horas semanais, mas mais dias menos dias lá sou chamado e ai é trabalhar até que o problema seja resolvido.

A titulo de exemplo há umas semanas atrás, na mesma semana, trabalhei cerca de 120 horas e recebi cerca de 100 €.

Não concordo com este sistema de prestação de trabalho, mas tenho pouco por onde lhes pegar.
Supostamente o trabalho extraordinário deveria ser pago de acordo com uma taxa horária (conforme acontece nos privados).
Só isto significava que por aquelas 120 horas deveria receber cerca de 1200 € e como não é possivel ao estado comportar estes custo, chamam-nos "especiais".

Em conclusão:
Considero os FP necessário ao país, não há forma de prestar serviço essenciais sem estes trabalhadores.
Considero que ultimamente se tem dado uma imagem errada destes trabalhadores, é uma forma a cortar a despesa pública pelo lado mais fácil.
Pelos números do Marco António, torna-se obvio que os grandes beneficiários do OE são os privados e na verdade não tenho nada contra, afinal eles fornecem bens e serviços ao estado, mas os privados não podem ficar zangados com os FP estes dão ao estado o seu tempo, o seu trabalho (e pela minha experiencia, o seu descanso e a sua familia).

Com os melhores cumprimentos.
GodsDead
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 3:25

E se calhar não é boa ideia (dado que a tua intenção é metralhar no Estado e nos funcionários públicos) começares a chamar a atenção para o facto de que há pessoas com formação no privado mas que não conseguem um vencimento à altura quando no estado se consegue porque... com algum jeitinho, ainda acabas a concluir que o Privado afinal não é assim tão bom como pintas e o Estado pode ser melhor.


É que se começas a desenterrar muito esse tema, ainda acabamos a discutir: a exploração no privado (felizmente no Estado não se explora ou explora-se menos); a ainda maior diferença de vencimentos entre trabalhadores e gestores (no Estado é grande mas sempre são mais comedidos e contribuem menos para o fosso social); etc...

Portanto vê lá para onde levas o debate senão ainda se acaba a concluir o oposto do que pretendes.
:wink:
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 3:19

Mcmad Escreveu:Começas é a ver muita gente qualificada com trabalhos extremamente precários no privado..


Mcmad, o que interessa, em termos salariais, é a função que se desempenha e não a formação que se tem.

Eu às vezes até me pergunto se estás a tentar atirar areia para os olhos a alguém mas parece-me um pouco inacreditável pois para cair é preciso estar muito distraído...


Ou tu sugeres que se pague 5 mil euros ao funcionário que está na Caixa do Continente porque por acaso ele tem um Mestrado em Econometria?


A Formação que as pessoas têm nessas Funções (quando essa Formação não é necessária para a Função) é irrelevante... o relevante é a Função que estão a desempenhar e naturalmente tendem a ser pagas em função da formação que é necessária e não em função da formação que por acaso o individuo tem!
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por Mcmad » 7/8/2009 3:13

Começas é a ver muita gente qualificada com trabalhos extremamente precários no privado..
 
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 2:58

Pensa por exemplo numa repartição de finanças, numa escola ou num hospital. A esmagadora maioria são trabalhadores qualificados, depois há uns quantos auxiliares de limpeza (peço desculpa se o nome formal não é esse) e etc mas são apenas uns quantos por umas dezenas/centenas de trabalhadores qualificados. Na generalidade dos serviços públicos é assim...

Agora, saltas para o privado e o que é que encontras frequentemente, não tendo paralelo no publico?

Imensas e grandes empresas com muito trabalhador não qualificado ou pouco qualificado. Para não estar a perder muito tempo: empresas fabris; supermercados/grandes superfícies; comércio de retalho.

É claro que se formos ver uma comparação directa entre privado e público tem de haver uma disparidade. Mal estavamos se assim não fosse...



Mas isto já foi aqui clarificado montes de vezes.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 2:49

Mcmad Escreveu:Sim,

Para um país com um salário médio em redor dos 750eur e o mínimo nos 450eur esse valor é extremamente elevado!


Uma média quer dizer muito pouco e não podes fazer médias e comparações directas: a função pública não é um espelho do país, tem muito menos trabalho não qualificado ou pouco qualificado e há proporcionalmente poucas funções/trabalhadores no Estado que recebam (por exemplo) próximo do salário mínimo ou outros salários baixos.


Simplesmente o Estado tem poucos trabalhadores que desempenhem funções correspondentes aos que existem em grande quantidade no privado. Portanto, a tua comparação é inadequada, na linha de outras que já apareceram no tópico e apesar de já se ter dito isso umas quantas vezes...

Se queres fazer uma comparação, compara funções semelhantes e não médias gerais (vais é ter dificuldade de fazer a comparação porque para o privado não vais ter números... como é que vais saber quanto ganham em média os quadros altos, por exemplo? E mesmo médias para professores em escolas privadas ou enfermeiros em clinicas privadas vais ter dificuldade.


Eu penso que com este número de páginas no tópico, é um bocado tarde para estar a regredir a discussão para pontos como este.



Já para não falar que esses valores de salários médios no privado são duvidosos. Mas nem é preciso chegar a tanto...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Mcmad » 7/8/2009 2:44

Sim,

Para um país com um salário médio em redor dos 750eur e o mínimo nos 450eur esse valor é extremamente elevado!
 
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 2:22

Mcmad Escreveu:Atentem sff ao valor médio das reformas na AP



VALORES MÉDIOS

O valor médio mensal das pensões na Função Pública ronda os 1200,87 euros, já as prestações por invalidez ficam em 409 euros.



O valor médio é este (1200 euros). Queres elaborar?
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por Mcmad » 7/8/2009 2:16

Atentem sff ao valor médio das reformas na AP

07 Agosto 2009 - 00h30

Estado: Há menos aposentações com valores acima de cinco mil euros
Função Pública tem menos milionários
No final de Setembro próximo serão 31 os aposentados da Função Pública com reformas milionárias. Mas o número de pensões com valores acima dos cinco mil euros começa a abrandar.


Nos primeiros nove meses do ano passado foram 36 os funcionários públicos que se retiraram da vida activa com valores mensais entre os cinco e os oito mil euros.

Os mesmos limites em que oscilam as 31 pensões milionárias atribuídas este ano pela Caixa Geral de Aposentações (CGA).

O valor recorde deste ano é uma pensão mensal de 8156,97 euros atribuída a um inspector-geral dos CTT, repetindo o cenário do ano passado, no mesmo período.

O Ministério da Justiça é o campeão das aposentações milionárias. Nas listagens publicadas pela CGA contam-se diversos juízes desembargadores, juízes conselheiros, juízes de direito ou procuradores-gerais adjuntos com reformas que ultrapassam os cinco mil euros mensais e, em vários casos, seis mil euros.

Na lista encontram-se ainda vários funcionários do Ministério da Saúde, em cargos de chefia de serviços, professores catedráticos, controladores de tráfego aéreo, altos-funcionários diplomáticos e uma assessora do conselho de administração da Euronext Lisbon, a Bolsa Valores de Lisboa.

Estes aposentados milionários figuram entre os 16 905 trabalhadores do Estado que pediram a reforma à CGA até ao mês de Setembro, mais 377 do que no mesmo período do ano passado.

Os professores e outros profissionais do Ministério da Educação compõem o grosso da lista, com um total de 5101 reformas. O segundo lugar pertence à Saúde, seguido pelo Ambiente. Nas Obras Públicas e Transportes, o número de aposentados mais que duplicou (351 contra os 166 aposentados de há um ano). Na Justiça e na GNR o número de reformados diminuiu.

APONTAMENTOS

MESES MAIS PROCURADOS

Este ano, o mês em que se regista o maior número de aposentações é Setembro. No ano passado foi Junho.

VALORES MÉDIOS

O valor médio mensal das pensões na Função Pública ronda os 1200,87 euros, já as prestações por invalidez ficam em 409 euros.

INSCRITOS

A Caixa Geral de Aposentações tinha 636 110 inscritos no final do ano passado e paga pensões de velhice a 416 mil funcionários.



http://www.correiodamanha.pt/noticia.as ... 0000000011
 
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 1:49

Mcmad Escreveu:MA,

Óbviamente a minha opinião peca pela não constatação dos alguns bons serviços dados pelo Estado( eu próprio o comprovo por experiência própria na saúde).


Tudo bem, eu tb não estou a dizer que é tudo perfeito no Estado.

Mcmad Escreveu:Só que eu estou focado em algo que tem um forte impacto negativo em portugal no seu todo, que é o «peso excessivo do Estado na economia».


Eu tb creio que o peso do Estado pode ser reduzido. Mas se repares nos valores dos OE de 2008, 2007 e 2006 isso - no que diz respeito a despesas com pessoal - até já está a ser feito!

E baixar 2% em termos de PIB / Despesa Total em dois anos até me parece bastante considerável...


Mcmad Escreveu:Ou seja, para concluir após os contras que descrevi, penso que o Estado deve ser reduzido ao mínimo indespensável, passando por uma forte redução de FPs..


Aqui teríamos de discutir o que é que entendes por indispensável. E muito embora eu vá no sentido de dizer que o Estado pode ser emagrecido, a ter em conta o que tens escrito no tópico iamos ter diferenças de opinião sobre o que é o tal "indispensável".

Não creio que se possa reduzir assim tanto na FP (na Saúde já está bastante coisa privatizada).

Queres o quê ao certo? Privatizar a Educação toda? A Polícia? Os Tribunais? A Administração Fiscal?

Tens a certeza que queres que isto seja tudo feito por privados? Ou se não, então quanto e onde?


Acredito que é possível emagrecer, tornar mais eficiente os serviços, eliminar desperdícios. Mas o teu discurso dá a entender um Estado muito menor (e para uma redução assim tão grande teriamos de começar a privatizar aquelas coisas que referi).
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por Mcmad » 7/8/2009 1:36

MA,

Óbviamente a minha opinião peca pela não constatação dos alguns bons serviços dados pelo Estado( eu próprio o comprovo por experiência própria na saúde).

Só que eu estou focado em algo que tem um forte impacto negativo em portugal no seu todo, que é o «peso excessivo do Estado na economia».

Ou seja, para concluir após os contras que descrevi, penso que o Estado deve ser reduzido ao mínimo indespensável, passando por uma forte redução de FPs..
 
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por MarcoAntonio » 7/8/2009 1:21

Mcmad Escreveu:Uma vez que o Estado não tem uma árvore das patacas


Por acaso, até se pode dizer que tem.

Claro que pôr a árvore a produzir (mais) patacas tem consequências (como a inflacção ou a depreciação da moeda).

Claro está que isto é uma simplificação, especialmente agora que estamos na Zona Euro.


Mcmad Escreveu:os únicos que contribuem para a receita da SS são os funcionários do sector privado uma vez que esses sim gerem dinheiro e distribuem pelo estado,


O que gera o dinheiro realmente é a contracção da dívida e esta pode ocorrer quer por privados quer por funcionários públicos. Os funcionários públicos também consomem (e alguns também investem e criam negócios e riqueza paralela, indirecta ou posteriormente, como tu próprio até pareces saber).



Aliás, qual é a diferença se por exemplo o Estado resolver comprar uma Escola Privada qualquer? Os professores que lá estão num dia produziam e no outro já não produzem só porque o patrão mudou embora continuem a fazer a mesmíssima coisa (e para simplificar, que para o caso não é importante dado que aqui o ponto é se produzem ou não, façamos de conta que nem os vencimentos mudam).

E quem diz um Professor, diz um Enfermeiro num Hospital ou outra coisa qualquer...



Mcmad Escreveu: que por sua vez trata de distribuir pelos seus FP.


Importas-te de dar uma olhada mais acima neste tópico, nomedamente no Orçamento de Estado, para verificares (outra vez) por onde é que o Estado distribui realmente o dinheiro?

E há um dado curioso que nunca referes: a quantidade de empresas e actividades privadas que vivem da subsidiação.

É muito interessante notar a tua total falta de objectividade e sentido de perspectiva geral: só vês mesmo os funcionários públicos, com tanto dinheiro a ser distribuido pelo Estado entre os privados.

Notável!



Mcmad Escreveu:E o que recebemos nós Portugueses em troca?


Estradas e outras infraestruturas públicas, serviços públicos como saúde e educação disponíveis gratuitamente ou quase e logo acessíveis a todos permitindo um mínimo de igualdade de oportunidades, etc. E claro, Justiça e Segurança, etc.

O Estado tem ainda uma função social e económica reguladora. Nem sempre actuará da forma mais eficiente mas eu prefiro a existência de um Estado (assim) a Estado nenhum...

A última crise financeira (na qual os privados não tiveram pejo em correr desenfreadamente a pedir ajuda ao Estado depois de lhe terem sido dadas liberdades a mais) devia servir para te mostrar como o papel moderador e regulador do Estado é importante!



Mcmad Escreveu:R: serviço de péssima qualidade, quando comparados com o sector privado e a um preço demasiado alto, como demonstra bem a educação e justiça em Portugal.


Tenho uma boa opinião da maior parte dos serviços prestados pelo Estado e entendo mesmo que nos últimos anos têm-se registado melhorias.

Por exemplo, este ano tive um dos meus filhos no pré-escolar e fiquei muito supreendido (positivamente) com o profissionalismo, competência e empenhamento dos profissionais com que me deparei.

Claro que nem todos os exemplos serão felizes....
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por Mcmad » 7/8/2009 0:58

Nada disso meus amigos, eu não estou a dizer que os FP são uns abutres sem brio profissional. Como em todas as classes haverão concerteza maus e bons profissionais. Só que não é isso que estou a opinar ( se bem que a qualidade dos serviços é inferior no público e os ordenados superiores, estranho).

MAS, o que estou a defender, é que a contribuicão dos FP para a SS só serve os interesses dos próprios como já demonstrei, quer se desconte 500 ou 5000 o impacto na receita do estado é o mesmo, impactando sim nas reformas, baixas por doença, etc etc.

Uma vez que o Estado não tem uma árvore das patacas ( que eu saiba :mrgreen: ) os únicos que contribuem para a receita da SS são os funcionários do sector privado uma vez que esses sim gerem dinheiro e distribuem pelo estado, que por sua vez trata de distribuir pelos seus FP.

E o que recebemos nós Portugueses em troca?

R: serviço de péssima qualidade, quando comparados com o sector privado e a um preço demasiado alto, como demonstra bem a educação e justiça em Portugal.


Mas isto das «regalias» no ordenado de alguns FP também um lado bastante positivo, permite a muitas familias já organizadas ajudarem os muitos familiares em situação precária no sector privado, a chamada solidariedade familiar, conheço n exempos!
 
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por EALM » 6/8/2009 22:01

Mcmad Escreveu:O que eu quero demonstrar e para que não fiquem dúvidas é que os fp nos seus ordenados não contribuem em NADA para a receita do Estado, seja qual for a carga fiscal.

Pelo contário, os seus descontos impactam negativamente nas futuras reformas que temos que sustentar..


O que o Mcmad está há muito tempo a tentar dizer é que o Estado devia ter pessoas a trabalhar gratuitamente.

Ele seria professores a dar aulas a 0 €, médicos, polícias, CTT, etc. Tudo sem ganhar um tusto. Ou seja, o Mcmad acha que todas estas profissões são um "fardo" que todos nós temos que sustentar. Não produzem nada para o país, são dispensáveis, são mesmo odiáveis porque no final, vão ganhar reformas de dinheiro descontado pelos "privados", esses sim, os que produziram riqueza infinita para o país em largos anos de actividade.
 
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CONTINUANDO... E CONCLUINDO!!!

por devastador » 6/8/2009 17:01

"os fp nos seus ordenados não contribuem em NADA para a receita do Estado, seja qual for a carga fiscal." :shock: :shock:

Errado!!! Contribuem sim para as receitas do estado através dos SERVIÇOS que prestam (E dos impostos que pagam e SEM fugas): os funcionários das finanças através da cobrança de impostos; os funcionários de saúde tratando os operários que se encontram doentes, passando estes a estar activos e a contribuírem para o sistema; os funcionários da justiça, da polícia, mantendo a segurança, criando confiança nos investidores (não vou investir no Zimbabwe quando vejo a insegurança que se passa nas grandes fazendas!!); nos funcionários ligados á educação quando educam uma nova geração que irá em breve estar ao activo; etc, etc, etc...

* "os seus descontos impactam negativamente nas futuras reformas que temos que sustentar..."
Estranho esta afirmação!!! Será que os descontos dos que trabalham no privado contribuem de forma positiva para a sustentabilidade do sistema de reformas!!! Contribuem do mesmo modo... :lol:

* "...daí teres pessoas a recorrer á saúde e educação privada quando têm os mesmos «serviços» á borla."
Recorrem a esses serviços uma pequena parte da população cujos salários o permitem!!! É que eu gostaria de conhecer um colégio privado com filhos de ciganos, com filhos de pedreiros, carpinteiros, agricultores... Se conheceres avisa!!! Não deve ser nos Salesianos :mrgreen: (por muito cristãos que sejam...) :mrgreen: :mrgreen:

* O "cannot" já respondeu à estranhíssima questão relativa á questão da cobrança de 88% do ordenado.

* "A economia paralela é digna de existir :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: ! Se os Estado é ladrão o empreendedor tem que responder na mesma moeda!!! Só querem roubar?"
Então ao afirmares que o estado é ladrão e respondes da mesma moeda AFIRMAS que és ladrão!!!
O estado, que somos todos nós, rege-se por leis, por regras, que podem ser injustas mas que são iguais para TODOS. Quem não cumpre está a ROUBAR quem cumpre!!! Esta afirmação matou, para mim, ete tópico. Termino por aqui...
Para que haja um vencedor tem que haver um perdedor.
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por devastador » 6/8/2009 15:56

Na verdade a questão foi já debatida até ao tutano!!!
Só não entende quem não quer entender!!!
As intervenções do Marco António com a presentação de dados CREDÍVEIS, bem como as do artista, foram excelentes (foi interessante estar a ter a mesma ideia que o artista, quando coloquei o meu artigo no dia 4 de Agosto ás 14 horas, página 5).
Para mim este tópico perdeu agora todo o interesse, principalmente quando lei afirmações absurdas: como
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por Billy Ray Valentine » 6/8/2009 14:26

Mcmad Escreveu:O que eu quero demonstrar e para que não fiquem dúvidas é que os fp nos seus ordenados não contribuem em NADA para a receita do Estado, seja qual for a carga fiscal.

Pelo contário, os seus descontos impactam negativamente nas futuras reformas que temos que sustentar..


Desculpa lá mcmad mas tu é que ainda não percebeste, e olha que a explicação que o Marco faz acima é extraordinariamente facil de entender, basta pensar um bocado...
Cumpts
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por artista_ » 6/8/2009 14:09

Mcmad Escreveu:O que eu quero demonstrar e para que não fiquem dúvidas é que os fp nos seus ordenados não contribuem em NADA para a receita do Estado, seja qual for a carga fiscal...


Pois mas já te mostraram que estás a ver as coisas de um ponto de vista errado só que parece que não percebeste... eu quer-me parecer que estás a fingir que não percebeste!

Mcmad Escreveu:Pelo contário, os seus descontos impactam negativamente nas futuras reformas que temos que sustentar..


Mas também há privados a descontar para a SS ou não?

Seja como for parece que o funcionário público é para ti um "glutão" que só recebe e não dá nada em troca?! E ao contrário quem trabalha no privado farta-se de trabalhar para alimentar esses glutões...

Eu não tinha ainda falado nisso, mas eu trabalho nos dois, público e privado, e não sinto que tenho mais regalias num que no outro, ambos têm vantagens e desvantagens... mas eu sou apenas um caso! O que sei é que há bons e maus funcionários em ambos os sectores!

Quanto à história de os funcionários públicos terem emprego garantido, explica-me lá porque é que eu e mais uns milhares de professores andamos há mais de 10 anos com horários incompletos muitas vezes não anuais e longe de casa que mal dão para as despesas... o meu ordenado como professor será nos meses de Julho e Agosto de 270 euros (numa das 3 escolas em que estive este ano o contrato acabou em 30 de Junho, por sinal era o horário maior, 3/4 do total), e no dia 1 de Setembro se não for colocado no próximo concurso estarei sem o emprego (se for colocado será a primeira vez que isso me acontecerá logo no primeiro dia de Setembro)... mas tenho uma vantagem, é que se não for colocado no dia 1 de Setembro passarei a ter direito ao subsidio de desemprego, serão uns 600/700 euros, muito mais do que os 270 que recebi este mês e vou receber no próximo (esta é mais uma daquelas incompreensíveis e incoerentes leis do nosso país)!

abraço

artista
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