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Caldeirão da Bolsa

off-topic Amianto nas escolas portuguesas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pedro73 » 21/6/2009 23:11

cataldi Escreveu:

O ME remete-se ao silêncio sobre matéria tão importante, porque isso é FALSO. Isso é um não-assunto.


Se é um assunto sem importância porque terá a Assembleia da República aprovado a resolução nº 24/2003 onde se apela à inventariação de todos os edifícios públicos com amianto, bem como à sua substituição quando tal se justifique. Que eu saiba o ME não tem mais competência técnica nesta matéria do que a assembleia da república, nem nunca vi ou ouvi nenhum responsável do ME afirmar que este assunto não tem importância

cataldi Escreveu:

Você e praticamente toda a gente estão -porque a isso foram mentalmente levados- a confundir amianto com fibrocimento.


Não Cataldi, eu estou mesmo a falar do amianto misturado no fibrocimento que se vai libertando no ar à medida que o fibrocimento vai sofrendo erosão.
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por artista_ » 21/6/2009 22:21

cataldi Escreveu:Pedro 73.

O ME remete-se ao silêncio sobre matéria tão importante, porque isso é FALSO. Isso é um não-assunto. Você e praticamente toda a gente estão -porque a isso foram mentalmente levados- a confundir amianto com fibrocimento.


Isto faz algum sentido??! "não-assunto" não é, há uma notícia num orgão de comunicação visto por milhões de pessoas, muitas delas poderão ficar alarmadas com a mesma, e é um "não assunto"?!! Podem estar enganados na notícia, mas o ministério da educação tem a obrigação de explicar porquê!

Então se aparecer uma notícia de que as escolas vão fechar todas amanhã, também é um "não assunto"?! Não sendo verdade o Ministério deve remeter-se ao silêncio.. :mrgreen:

abraço

artista
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por charles » 21/6/2009 20:34

Baptizado de pó maldito por quem conhece os efeitos nocivos do amianto na saúde dos trabalhadores, o mineral está na lista negra das autoridades e ambientalistas brasileiros por causar vários tipos de doenças respiratórias, além do cancro do pulmão.
De acordo com o relatório elaborado por representantes de seis ministérios – Minas e Energia; Saúde; Trabalho e Emprego; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Exterior; Meio Ambiente; e Previdência Social – o minério deve ter o seu uso proibido ou limitado, embora a recomendação não tenha sido consensual.
Utilizado na fabricação de mais de 3 mil produtos, inclusive em telhas, caixas d’água, fatos para astronautas e peças para automóveis, o amianto já foi proibido em mais de 35 países, confirmou o procurador do Trabalho, Joaquim Nascimento, da Coordenadoria de Defesa dos Interesses Individuais Homogêneos, Coletivos e Difusos (Codin), da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, que inclui Distrito Federal e Tocantins.
Segundo Joaquim Nascimento, o amianto precisa de ser substituído por uma matéria-prima que não seja nociva à saúde do trabalhador, como o polipropileno. Mas, de acordo com o relatório de cerca de 1400 páginas, finalizado pela comissão interministerial, ainda há divergências sobre que decisão tomar acerca do amianto. Dois ministérios – Minas e Energia e Desenvolvimento – sugerem a continuidade da exploração do mineral, apesar de as evidências provarem o alto risco à saúde dos mineiros. Estudos realizados durante décadas mostram que os sintomas das doenças provocadas pelo pó do amianto são progressivos e se agravam depois de 15 a 25 anos após o trabalhador ter iniciado a actividade na mina e nas fábricas que o industrializam. Aliás, a única mina em exploração no Brasil fica no município goiano de Minaçu, com 130 metros de profundidade, 2,7 quilómetros de extensão por mil metros de largura. Nascimento lembra que uma portaria do Ministério do Trabalho admite a presença de duas fibras de amianto (crisotila branca ou asbesto, como também é conhecido o mineral) por centímetro cúbico de ar aspirado pelo trabalhador que lida directamente na extracção da pedra. Só que a lei americana é mais rigorosa. Permite apenas 0,1 fibra por centímetro cúbico de ar e ainda assim, de cada grupo de mil trabalhadores do sector, quatro morrem por causa das doenças geradas pela crisotila.
“O amianto causa morte lenta ao trabalhador, pois os problemas pulmonares vão se agravando ao longo dos anos”, reforça o procurador da PRT da 10ª Região. E os riscos não se limitam à mina de extracção do minério. Estendem-se inclusive às fábricas que industrializam as fibras e, em escala bem menor, aos trabalhadores que manuseiam telhas, caixas d´água e peças para automóveis no comércio varejista.
Joaquim Nascimento, alerta que os equipamentos de segurança não resguardam o trabalhador das consequências da exposição prolongada ao pó do insalubre asbesto. Para ele, só existe uma solução para dar cabo do problema – proibir completamente a utilização do amianto como matéria-prima no Brasil.



http://www.revistaseguranca.com/index.p ... &Itemid=60
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por charles » 21/6/2009 20:33

Pessoas com uma história de exposição ao amianto são cerca de sete vezes mais probabilidades de morrer de câncer do pulmão do que aqueles que são não impressionados ao amianto. Exposição ao amianto está associado a todos os tipos de câncer de pulmão, e com um tipo raro de câncer chamado mesotelioma maligno, que afecta o tecido que reveste as pulmões chamada de pleura. O tempo entre a exposição eo desenvolvimento de câncer varia de 15 a 30 anos. Este desfasamento entre a exposição ea doença pode atrasar até o diagnóstico do cancro do pulmão é avançados e menos a uma tratamento. Se alguém com a exposição ao amianto também fuma, o risco de apanhar o cancro do pulmão aumenta substancialmente.

Até meados do século 20, o amianto foi amplamente utilizados na construção e no fabrico de materiais de isolamento e de fogo retardador. Como conhecimento dos riscos à saúde associados ao amianto fibra inalação ou ingestão aumentada, amianto tornaram-se menos comumente usada. Enquanto amianto ainda está presente em muitos edifícios públicos e nas casas mais antigas, é geralmente menos nocivos que se pensa ser a abandoná-lo no lugar do que para removê-lo, como fazê-lo maio libertar fibras amianto no ar. Algumas indústrias continuaram a utilizar amianto após seus riscos se tornaram conhecidas, e estão enfrentando ações judiciais de ex-empregados.

Os sintomas relacionados com o amianto do cancro do pulmão são semelhantes aos do cancro do pulmão em geral. Estes incluem falta de ar, sibilos, dor no peito, tosse-se de sangue, um novo tosse ou uma tosse persistente, ou rouquidão. O diagnóstico é geralmente feito através de uma combinação de exame físico, raios-X, tomografias, biópsias do tecido pulmonar, e testes de função pulmonar. Uma pesquisa recente sugere que os níveis de uma proteína do sangue, osteopontina, aumento de pessoas com MM. O tratamento depende do tipo de câncer de pulmão e sobre a fase ou grau de propagação, quando é diagnosticada; global de cinco anos as taxas de sobrevivência são inferiores a 20 por cento.


http://gratisblogs.net/cancer/amianto-cancro-do-pulmao/
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por charles » 21/6/2009 20:32

Saúde


Fibrose pulmonar, mesotelioma e outras doenças

Todas as formas de amianto podem causar fibrose pulmonar, cancro do pulmão e mesotelioma. O grau de perigosidade depende do tipo de fibra (maior no grupo das anfíbolas do que no crisótilo) e da sua dimensão (as fibras longas são mais perigosas do que as curtas). Assim, qualquer comparação da incidência de doença em cortes ocupacionais diferentes deverá ter em conta não só o tipo de fibra mas também a dimensão das fibras presentes no ar.

Existe consenso de que abaixo de um determinado nível de exposição a fibras de amianto não é possível verificar evidências radiológicas nem manifestações clínicas de fibrose pulmonar. Esse limiar está relacionado com a concentração das fibras no ar, do tipo e dimensão das fibras.

O amianto crisótilo, a única variedade actualmente autorizada, é muito menos perigoso do que as outras variedades de amianto. As fibras de crisótilo apenas representam um perigo para a saúde quando inaladas em concentrações relativamente elevadas e durante longos períodos. Os produtos que utilizam crisótilo só são perigosos se libertarem fibras inaláveis. Podemos dizer que o perigo do amianto depende das suas aplicações. Os produtos com amianto que não libertam fibras são seguros.

Parece ocorrer uma associação entre fibrose pulmonar e cancro do pulmão na medida em que ambas as doenças dependem das mesmas características de exposição às fibras de amianto e se desenvolvem a partir de uma situação inflamatória crónica. As observações sugerem que o cancro do pulmão causado pela exposição às fibras de amianto, tal como a fibrose pulmonar, é um fenómeno dependente de uma exposição mínima. Assim, é lícito concluir que exposições ao amianto que não induzam uma reacção inflamatória crónica com proliferação celular não representam qualquer risco acrescido para o cancro do pulmão.

O amianto crisótilo só tem sido implicado, sem margem para dúvidas, na origem de pouquíssimos casos de mesotelioma apesar da exposição de milhares de trabalhadores da indústria a altas concentrações de fibras de crisótilo durante períodos de tempo prolongados. Pelo contrário, o mesotelioma aparece entre trabalhadores que tiveram exposições breves às variedades anfíbolas de amianto. Estas diferenças poderão ser explicadas pela curta durabilidade das fibras de crisótilo no pulmão em contraste com as fibras das anfíbolas que são mais persistentes. Assim, para um determinado nível fixo de exposição, o risco de desenvolvimento de mesotelioma é muito maior nas variedades anfíbolas do amianto do que no crisótilo.

Os estudos sugerem que as fibras das anfíbolas podem dar origem ao mesotelioma a partir de níveis de exposição cumulativa inferiores aos necessários para o aparecimento do cancro do pulmão. Contudo, não foi possível, até ao momento, construir um modelo de exposição/resposta nem para os animais nem para o homem, e apesar de se poder pensar em termos teóricos num limiar de exposição, os dados disponíveis não permitem a determinação de um nível de exposição isento de risco.

A deposição no pulmão das fibras de amianto inaladas depende em larga medida do diâmetro da fibra e da sua densidade. Ocorre uma deposição alveolar máxima de fibras inaladas quando estas têm cerca de 1 m m de diâmetro. As fibras com diâmetro superior a 3 m m não são respiráveis. As fibras que se depositam nos alvéolos são destruídas, a nível local, pela fagocitose mediada pelos macrófagos, sendo estes mais efectivos para fibras com um comprimento até 5 m m. O pulmão humano tem maior capacidade para destruir as fibras inaladas do crisótilo do que as fibras das outras variedades de amianto.

Os estudos efectuados em animais utilizam a administração intrapleural ou intraperitoneal de fibras o que proporciona uma exposição directa do tecido ao agente tóxico. Esta via de contacto acarreta uma sensibilidade máxima, como teste, à capacidade de uma substância produzir mesotelioma. Deste modo, os resultados negativos na indução de mesotelioma através da administração intrapleural e intraperitoneal da substância sugerem a ausência de potencial cancerinogéneo dessa substância para os tecidos mesoteliais. Os resultados positivos devem ser considerados com alguma prudência visto que a inalação da substância (ou das fibras) é uma via muito menos nociva do que a administração local directa.

A administração local de uma determinada quantidade de fibras de amianto induz uma resposta inflamatória mais intensa do que a inalação gradual da mesma quantidade de fibras que se irá também distribuir por uma superfície maior. Para fazer uma extrapolação mais significativa dos perigos para o homem talvez seja preferível proceder à exposição de pequenas quantidades de fibras uma a duas vezes por semana durante vários meses.

Os estudos efectuados com ratos em que foi utilizada a via inalatória para a exposição às fibras de amianto deveriam ser extrapoláveis para o ser humano. Contudo, este modelo de exposição apenas provocou mesoteliomas muito raramente.

As lesões do epitélio alveolar e bronquiolar precedem a fibrose pulmonar intersticial. As lesões resultam da toxicidade directa causada, em especial, pelas fibras longas de amianto e da toxicidade indirecta causada pela libertação de oxidantes e enzimas dos macrófagos e dos neutrófilos que se segue à fagocitose incompleta dessas mesmas fibras. A citotoxicidade pode também resultar de reacções catalizadas à superfície das fibras que levam à produção de oxigénio contendo radicais livres.

A deterioração do epitélio das vias aéreas facilita a passagem das fibras de amianto para o interstício pulmonar o que parece ser um factor importante no desenvolvimento da fibrose pulmonar intersticial. Pensa-se que o aparecimento da fibrose pulmonar se deve ao mecanismo que resulta da capacidade que as fibras têm de provocar um desiquilíbrio crónico da secreção do factor de crescimento citoquina das células efectoras.

Embora pareça existir uma associação entre a fibrose pulmonar intersticial induzida pelas fibras e o cancro do pulmão, não é possível provar a capacidade das fibras de amianto em originar alterações genéticas directas. Assim, os mecanismos implicados no mesotelioma induzido por fibras de amianto devem ser similares aos do cancro do pulmão, envolvendo uma inflamção crónica com um aumento da proliferação celular que, eventualmente, dará origem a uma transformação neoplásica.

Os dados mais recentes parecem indicar que as alterações pleurais não resultam, necessariamente, dos efeitos causados pela penetração das fibras nas membranas pleurais, podendo ser causadas pela deposição das fibras nas regiões alveolares próximas da membrana sub-pleural. O significado desta constatação permanece pouco claro.

Embora o actual estado do conhecimento não permita uma predição precisa sobre o perigo toxicológico baseado nas propriedades físico-químicas, algumas dessas propriedades, nomeadamente a solubilidade da fibra e a reactividade da superfície parecem ser determinantes para o grau de toxicidade.*

* Adaptado de «Review of Fibre Toxicology - M. Meldrum».


http://www.aipa.pt/fibrosez.html
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por katanga » 21/6/2009 20:21

Pedro 73.

O ME remete-se ao silêncio sobre matéria tão importante, porque isso é FALSO. Isso é um não-assunto. Você e praticamente toda a gente estão -porque a isso foram mentalmente levados- a confundir amianto com fibrocimento.

Fabriquei chapas de fibrocimento durante 20 anos e nunca lá meti mais de 10% de amianto de 3 ou 4 lotes diferentes, para optimizar a mistura. Nunca fabriquei tubos. Admito que aí a percentagem possa ser maior para incrementar a resistência mecânica.

Repito: o amianto é perigoso se for respirado. O uso nos travões é um exemplo de situação perigosa há muito abandonada.

A projecção de amianto nas paredes, a chamada flocagem -no post anterior não me recordei do nome- era outra prática perigosa, porque o amianto fazia parte de uma argamassa fraca e ele despredia-se e originava poeiras.

Houveram trabalhadores que contrairam cancro. Foram situações do passado, quando não havia procedimentos de segurança e se trabalhava por via sêca. Havia libertação de poeiras. Em todas as situações que conheci -admito que haja casos diferentes- eram pessoas com fortes hábitos tabágicos e/ou alcoólicos.

Um exemplo: no passado varria-se o chão com uma vassoura. Procedimento incorrecto. O chão tinha de ser aspirado.

Esta guerra contra o amianto no fibrocimento teve na Europa a Alemanha à cabeça. Possui uma indústria química muito forte que queria vender as fibras sintéticas substitutas as PVA ( Poli Vinil Alcoois). Bem se lixaram que toda a gente compra aos chinese, a qualidade é fraca mas é barato.E quem quer do bom compra aos japoneses.

Isto é um assunto comercial. Mas como isso não é credível, tiveram que o transformar em caso de saúde pública.

Cumprimentos.
 
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por charles » 21/6/2009 19:27

Nota prévia:
Saliento desde já que, quando iniciei a pesquisa neste tema, de um modo geral (sem particularizar no tema do amianto nos locais de trabalho) deparei-me com diversas dificuldades na obtenção de informação. Efectivamente, a informação acessível e disponível sobre a temática do amianto em termos de ambiente, em geral, é quase inexistente.

Contudo, como resultado da pesquisa efectuada, apresento o artigo que desenvolvi, uma vez que penso que permite uma visão geral de vários aspectos e poderá ser considerado como “ponto de partida” para pesquisas mais aprofundadas sobre este tema, o que irei, precisamente, fazer a curto prazo: procurar com mais detalhe e em bibliotecas específicas, documentação técnica. Talvez num futuro breve possamos fazer um refrescamento a este tema, apresentando mais resultados.
Não sendo o artigo que apresento o resultado da minha expectativa inicial, entendo que poderá auxiliar muitos leitores no sentido de uma informação generalizada, partilhando as fontes consultadas e promovendo novas buscas e pesquisas por parte dos leitores.
1.INTRODUÇÃO
Com o presente artigo pretende-se abordar a temática dos riscos para a saúde decorrentes da exposição ao amianto numa perspectiva de Saúde Ambiental, não focando a particularidade do amianto nos locais de trabalho, área já apresentada em anteriores edições da revista “segurança” por especialistas na matéria.
O objectivo principal é abordar o tema de forma genérica, contribuindo com a partilha de um conjunto de informação e de referências documentais relevantes, disponíveis neste domínio.

2. Caracterização do Amianto
O asbesto (da palavra grega asbestos = incorruptível), também conhecido como amianto (do grego amíantos, puro, sem sujidade, sem mácula), é uma fibra mineral natural extraída de certas rochas. Trata-se de um material com grande flexibilidade e resistências tênsil, química, térmica e eléctrica muito elevadas e que além disso pode ser tecido (Wikipedia, 2007).
De acordo com Sardo et al (2004), o amianto é conhecido pelo “linho da montanha”, existindo relatos, na antiguidade, sobre a sua utilização no fabrico de tecidos. De acordo com a forma das suas fibras, o amianto pode ser classificado em dois grupos:

grupo das anfíbolas: fibras em forma de agulha;
grupo das serpentinas: fibras mais finas.
As fibras de amianto que foram mais utilizadas, até à sua proibição a partir de 1 de Janeiro de 2005 pela Directiva N.º 1999/77/CE, da Comissão, de 26 de Julho, foram a amosite e a crocidolite (ambas do grupo das anfíbolas) e o crisótilo (do grupo das serpentinas), uma vez que eram as fibras de amianto com maior interesse comercial.
De acordo com Macedo (in SIA, 2007), destacam-se as seguintes principais aplicações industriais do amianto:

fibrocimento;
têxtil;
automotriz;
eléctrica;
plástica e tintas;
prensados;
química;
aeroespacial;
naval.
3. Onde podemos encontrar o Amianto?
Até 1994 o amianto foi utilizado de forma intensiva, sendo que nessa altura, através do Decreto-Lei nº 228/94, de 13 de Setembro, foi proibida a comercialização e a utilização de todos os tipos correntes de amianto, excepto o crisótilo (em relação a esta espécie de amianto foram estabelecidas 15 proibições).
Em 2005, através do Decreto-Lei n.º 101/2005, de 23 de Junho (que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 1999/77/CE, da Comissão, de 26 de Julho, relativa à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias perigosas, alterando o Decreto-Lei nº 264/98, de 19 de Agosto), foi então proibida, pela Comunidade Europeia, a utilização de qualquer variedade de amianto.
De acordo com Sardo et al (2004), actualmente, ainda podemos encontrar amianto em:

fibrocimento (edifícios, pavimentos, etc.);
placas de lusalite;
isolamentos térmicos e acústicos;
cabos e fitas de isolamento térmico;
depósitos e canalizações;
móveis, portas, armários, tampos de mesas, placas decorativas;
argamassa, tintas e colas;
filtros de ar, gases e líquidos;
calços, pastilhas de travões e discos de embraiagem;
electrodomésticos antigos tais como torradeiras, fogões, aquecedores, secadores de cabelo, etc.;
têxteis.
Até ao conhecimento dos seus riscos, devido à sua abundância na natureza, ao seu baixo custo e, sobretudo, devido às suas qualidades (incombustível, resistente a altas temperaturas e a vários químicos, à humidade e a microrganismos, é um bom isolador térmico, acústico e eléctrico, é fácil de tecer, entre outras), foi largamente utilizado na indústria tendo sido denominado “rainha das fibras” (Sardo et al, 2004).
No entanto… a contínua investigação neste domínio trouxe alterações à área científica, no domínio dos efeitos para a saúde associados ao amianto.

4. O Amianto e a Saúde: que perigos?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2000) todas as formas de amianto são perigosas para a saúde quando as fibras de dimensão respirável são inaladas.
O perigo dos produtos que contêm amianto encontra-se dependente da respectiva capacidade de libertar fibras. Se as fibras de amianto estiverem fortemente ligadas a outra substância (como é o caso do fibrocimento) e não se libertarem, não representam perigo (AIPA, 2007). No entanto, em qualquer uma das situações, apenas através de um estudo quantitativo do número de fibras presentes na atmosfera em estudo, se pode avaliar correctamente a situação.
Os resultados obtidos serão depois comparados com um Valor Limite de Exposição (VLE), limiar abaixo do qual não existirá perigo, estatisticamente significativo, de exposição para a saúde às fibras de amianto em análise.
Contudo, apesar de todas as fibras de amianto poderem causar asbestose, doenças pleurais, cancro do pulmão e mesotelioma, nem todas têm o mesmo grau de perigosidade, pelo que o risco de aparecimento de doença depende do tipo de fibra, das suas dimensões, da concentração e do tempo de exposição (AIPA, 2007). As duas primeiras, segundo o mecanismo de patogenicidade, são classificadas como doenças fibróticas e são benignas. As restantes são doenças neoplásicas e são malignas (Sardo et al, 2004).
De um modo geral só são atingidas por estas doenças as pessoas que se encontram ou que estiveram expostas a níveis elevados de amianto durante um longo período de tempo; para as outras pessoas os riscos são significativamente baixos. Existe, porém, outra possível forma de contacto com o amianto, através da ingestão de água. Contudo, de acordo com Sardo et al (2004), ainda não foi possível provar que existe qualquer perigo para a saúde decorrente da ingestão de fibras de amianto.
Em seguida apresenta-se um quadro resumo das principais patologias associadas à exposição ao amianto, com breve descrição dos principais sintomas (adaptado de Sardo et al, 2004):

5. Vias de Exposição ao Amianto
Ao longo da nossa vida é muito provável que contactemos, uma ou outra vez, com o amianto. No entanto, a probabilidade de daí resultar algum risco real é mínima.
Uma vez que o risco resulta de uma exposição prolongada, estão mais expostos os trabalhadores, os seus familiares (através do contacto com as fibras que os trabalhadores transportam, por exemplo, nas roupas do trabalho) e comunidades vizinhas das indústrias que utilizam amianto como matéria-prima, nomeadamente as indústrias de fibrocimento, têxteis, de material de plástico, automobilística, etc.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007), existem numerosos relatos de trabalhadores que estiveram expostos durante anos às fibras de asbestos e que, mais tarde, vieram a desenvolver doenças relacionadas com essa exposição problemas respiratórios, cancro do pulmão...) da qual resultou a morte de milhares de pessoas.
Actualmente, como resultado de uma forte política de prevenção da exposição a este contaminante, o nível de exposição e, por conseguinte, os riscos associados, são cada vez menores. Não nos podemos, contudo, esquecer que muitos dos produtos anteriormente fabricados, subsistem ainda com esta matéria-prima.
De acordo com a bibliografia disponível, as vias de exposição ao amianto são:

• Cutânea e Digestiva:
Deste tipo de exposições, resultam somente lesões benignas localizadas, em forma de nódulos, designados por “sementes de asbesto”. Contudo, uma vez que ainda não existe consenso científico nesta matéria, continua a ser estudada a associação da contaminação por amianto através da exposição cutânea ou digestiva, já que existem estudos que referem a associação entre a exposição a asbestos e o aumento do cancro do cólon, outros há que consideram que essa exposição não se traduz num acréscimo na incidência desta patologia. A ingestão de fibras de amianto pode ocorrer directamente através de alimentos e águas contaminadas (sobretudo as que correm através de formações rochosas).
Esta exposição poderá ser facilmente evitada tomando medidas de precaução simples, como o uso de luvas no contacto com os materiais que contenham este tipo de fibras.

• Respiratória (partículas inaláveis):
De acordo com os elementos científicos actualmente disponíveis, esta é a principal via responsável pelos efeitos graves para a saúde associados à exposição ao amianto.

6. O Amianto na Sociedade
As fibras de amianto podem ser encontradas em vários locais no dia a dia, em casa, na escola, em fábricas, em escritórios e lojas e em quintas, por exemplo.
Vejamos alguns exemplos em casa, de acordo com informação
disponibilizada pela Environmental Protection Agency (EPA, Estados Unidos) (www.epa.gov/asbestos):

Em casa:
Em habitações mais antigas:

alguns pavimentos são feitos à base de fibrocimento;
o amianto pode estar presente em algumas tintas com textura, em remendos nas paredes e em juntas;
produtos mais antigos, tais como absorventes e coberturas para os fogões, podem ter alguns compostos de amianto;
as paredes e os soalhos em torno das lareiras ou de fornos de lenha podem estar protegidos com folhas de amianto;
o amianto é encontrado em alguns revestimentos de vinil;
as condutas de água quente e de vapor podem ser revestidas com material que contém amianto ou ser cobertas com material constituído por amianto;
alguns isolantes podem ser constituídos por amianto.
7. Amianto: que cuidados para o evitar?
A legislação estipula um sem número de restrições relativamente à exposição ao amianto no trabalho, definindo valores limite de exposição permitidos.
Para quem ainda lida com o amianto são imprescindíveis cuidados básicos como o uso de luvas, máscara e roupas adequadas.
Estas não devem sair do local de trabalho para evitar o seu transporte para outros locais.
É necessário um cuidado especial nas demolições de edifícios antigos e na remoção do fibrocimento.
Estas operações podem levar à contaminação do ar com fibras.
Nestes casos devem contratar-se empresas especializadas que possuem o equipamento necessário para a execução do trabalho em condições de segurança.
Para diminuir os riscos ao máximo, sempre que se suspeite que um produto contém amianto, este deve ser tratado com tanta precaução como se se tivesse a certeza.

Não esquecer:

normalmente, a melhor solução é não intervir no material que contém amianto e que se encontra em boas condições de conservação;
de um modo geral, o material que se encontra em boas condições, não liberta fibras de amianto, pelo que, desde que as fibras não se soltem, não existe perigo de contaminação por inalação.
8. Referências Bibliográficas

Enciclopédia on-line - http://pt.wikipedia.org/wiki/Asbesto
Sardo, F. et al – Amianto. Porto: FFUP,2004-http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0304/Amianto/index.htm
Site da AIPA - Associação das Industrias de Produtos de Amianto Crisótilo - http://www.aipa.pt
Site da Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos da América (EPA) -http://www.epa.gov/asbestos
Site da Organização Mundial de Saúde (OMS) - http://www.who.int/en/
Site da Sociedade de Informação do Amianto, Lda. - http://www.sinfoamianto.pt/
Tox Town - http://toxtown.nlm.nih.gov/town/main.html
Site interactivo com informações diversas sobre agentes tóxicos na cidade
WHO Regional Office for Europe - Asbestos. Copenhagen, Denmark, 2000 - http://www.euro.who.int/document/aiq/6_2_asbestos.pdf
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por charles » 21/6/2009 19:23

Existem nestes relatos dados que já estão ultrapassados no tempo, por exemplo os calços de travões já não levam amianto, no entanto convêm
ler atentamente, estes dados são muito reveladores do perigo que é o amianto

em tempos conheci uma senhora cujo o marido trabalhou muitos anos na Lusalite, para quem não se lembra era uma fábrica de telha a que habitualmente chamamos precisamente lusalite, aquela telha ondulada que todos conhecemos, e o marido dessa senhora contraiu cancro, segundo ela me relatou, foi a exposição no trabalho que o fez contrair a doença, este senhor veio mais tarde a falecer.


Amianto, Dossier DN, 13/05/2004

Amianto é perigo público mas ninguém sabe onde
FILOMENA NAVES / RITA CARVALHO

AR pediu ao Governo para avaliar edifícios com amianto. Prazo expirou e pouco se fez

Está no fibrocimento que foi usado na construção de escolas, de norte a sul do País, nas últimas três décadas. Quando este material se degrada há risco para a saúde dos que lá trabalham e estudam. Está em inúmeros edifícios públicos, mas não se sabe exactamente em quais nem o seu estado de conservação. Está em resíduos da construção civil sem controlo e em parte incerta. É o amianto, substância reconhecida como cancerígena pela Organização Mundial de Saúde, desde 1960, e que terá de sair do mercado a partir de Janeiro.

Em Portugal pouco se sabe sobre o paradeiro do amianto: em que edifícios foi aplicado, em que quantidade, que tipos foram usados (há uns mais perigosos do que outros) e qual o seu estado de conservação. Reina a ignorância também sobre o risco que a situação representa para as populações.

A Assembleia da República aprovou no ano passado a Resolução n.º 24/2003, que pede ao Governo para «fazer a inventariação de todos os edifícios públicos que contenham na sua construção amianto». A listagem dos edifícios teria de obedecer a um «plano de acção hierarquizado e calendarizado com vista à remoção e substituição por outros materiais, sempre que o estado de conservação ou risco para a saúde o justifiquem». A recomendação dos deputados, que não tem carácter vinculativo e revogou uma resolução idêntica de 2002, expirou no início de Abril. O DN foi à procura desse levantamento e descobriu que muito pouco foi feito e o que existe é vago e disperso. Não foi possível, sequer, apurar a quem cabia a coordenação dos trabalhos. Os grupos parlamentares também desconhecem a sequência dada à resolução.

ESCOLAS Este ano, o Ministério da Educação (ME) deu orientações às direcções regionais de educação para fazerem um levantamento das construções com fibrocimento nas escolas e para solicitarem medições de fibras em suspensão no ar sempre que a comunidade escolar levantasse dúvidas. A substituição das chapas de fibrocimento degradadas, de acordo com os procedimentos de segurança que estas operações exigem, foi outra das instruções explícitas da tutela.

A partir de 1971, foram anualmente construídas em Portugal 60 a 90 escolas com utilização de fibrocimento, sobretudo em coberturas e telheiros. O ritmo de construção durou até final dos anos 80, segundo Canha da Piedade, que acompanhou no Laboratório Nacional de Engenharia Civil o início desta vaga de construção.

Quanto às placas de fibrocimento aí utilizadas nos anos 70 e 80 «poderão estar agora a degradar-se», estima Rui Silva, que dirige uma das poucas empresas certificadas em Portugal para a remoção de amianto. Até 1987, ano em que foi proibida, a crocidolite, um dos tipos mais perigosos de amianto, também foi utilizada na produção do fibrocimento. É de admitir que esteja incorporado em placas de cobertura de escolas construídas até essa data. Quando o fibrocimento se degrada, podem ser libertadas para o ar fibras minúsculas de amianto, cuja inalação é perigosa. As fibras depositam-se nos pulmões e, a prazo, causam cancro.

A Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) garantiu ao DN que se encontra «monitorizado todo o parque para questões emergentes desta problemática» e sublinha que «sempre que vistoriados os equipamentos e cumpridos os procedimentos recomendados, este tipo de material de revestimento é substituído por chapas metálicas». A verba para estas obras, diz a DREL, é o seu «orçamento corrente» para «obras de conservação e beneficiação». E estas acções, afirmou ao DN Romano de Castro, da DREL, são as primeiras do género, reflectindo «a consciência do problema».

Sobre a conservação das restantes escolas do País em que foi usado fibrocimento, não foi possível obter informação. O ME remeteu as respostas para a DREL, que disse desconhecer a realidade das outras regiões escolares.

SAÚDE Quanto à existência de amianto noutros edifícios públicos, como hospitais, a situação é desconhecida e aparentemente não houve qualquer diligência para avaliar a situação. Carmo Proença, técnica do Instituto de Saúde Ricardo Jorge - organismo de referência para a questão -, trabalha há 30 anos na medição de fibras de amianto no ar e na análise de materiais que possam contê-lo. Até à data, não recebeu qualquer solicitação de organismos públicos para estudos nesse sentido.

Na Direcção-Geral de Saúde (DGS) está, entretanto, em criação um grupo de trabalho para elaborar recomendações que sustentem futuros pareceres das autoridades de saúde para situações concretas», diz Paulo Diegues, da DGS.

Do uso generalizado à proibição total
amianto De origem geológica, é extraído de rochas fibrosas. As variedades mais frequentes são o crisótilo, de cor branca, que constitui 95 por cento de todos os amiantos usados na indústria, a amosite, de cor castanha, com maior resistência aos ácidos, e a crocidolite, azul, que é a mais resistente e uma das mais perigosas para a saúde. Só o crisótilo é actualmente utilizado, estando os outros proibidos. A directiva comunitária 2003/18, que terá de ser transposta para a legislação nacional até Janeiro, proibirá também o uso de crisótilo dentro da União Europeia. Aplicações Dadas as suas propriedades de resistência ao fogo e de isolamento, foi muito utilizado durante décadas em chapas para tectos e coberturas, chaminés, placas para revestimento e decoração, tanques, depósitos e tubagens, entre outros. fibrocimento Material muito usado na construção, feito de cimento e 10 a 15 por cento de amianto. Até 1987, eram usados na sua produção os vários tipos de amianto, como o azul, cuja utilização só foi proibida em 1987. Desde então, só o crisótilo entra na composição do fibrocimento. Este material só é perigoso se estiver em mau estado de conservação, por isso a sua manutenção é essencial. O período de duração do fibrocimento é de cerca de 30 anos, começando a degradar-se a partir daí. Se for danificado (lixado, perfurado, partido), as fibras de amianto soltam-se com facilidade. As fibras são invisíveis e podem manter-se num edifício durante muito tempo, sendo uma ameaça à saúde se inaladas. Saúde As microfibras de amianto penetram no organismo por inalação e são cancerígenas. Não existe concentração mínima isenta de risco. São várias as doenças que provocam e está demonstrado um aumento da incidência de cancro do pulmão nos trabalhadores expostos sem precauções. O mesotelioma é um cancro de pulmão sempre causado pelo amianto, mas o cancro do pulmão em geral também pode ser potenciado por esta substância. A asbestose, causada pela acumulação de fibras nos pulmões, origina insuficiência respiratória. Estas doenças têm um tempo de latência muito longo, podendo surgir entre 15 até 40 anos após a primeira exposição. Futuro Segundo a Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres, nos próximos 30 anos, o amianto será responsável por mais de um milhão de vítimas no mundo.

http://dn.sapo.pt/noticia/noticia.asp?C ... Noticia=60


Empresas cometem crimes ambientais
IGA diz que fábricas não cumprem a lei. Trabalhadores não estão salvaguardados

As fábricas que utilizam amianto são as que produzem fibrocimento e fabricam calços de travões. Desde 2001, a IGA tem inspeccionado com regularidade as três fábricas de fibrocimento a operar em Portugal: Cimianto, Fibrolite e Novinco. As conclusões das vistorias não são animadoras e, uma vez que os resíduos destas empresas são considerados perigosos, a situação é «grave», considerou a técnica da IGA com quem o DN falou. Quando se registam ocorrências irregulares, como nas últimas inspecções, as vistorias repetem-se para apurar a regularização das estruturas.

Recentemente, e na sequência duma legislação cada vez mais restritiva à produção de amianto, muitas unidades têm deixado de fabricar fibrocimento. Até ao final do ano, explicou a IGA, «todas terão de abandonar o fabrico de produtos com amianto, devendo este ser substituído por outros produtos, como o polivinil álcool (PVA)».

As empresas que fabricam calços de travões não têm sido alvo de inspecção, mas a situação pode ser perigosa. «São empresas de 'vão de escada' que produzem resíduos perigosos e que não os encaminham para destino adequado», considerou a IGA. Uma vez que no nosso País não há centros para tratar resíduos perigosos, estes devem ser enviados para estruturas no estrangeiro. Até isso acontecer, têm de ser armazenados em condições especiais, como a impermeabilização dos solos onde são depositados.

A Cimianto foi alvo duma inspecção em Setembro de 2003. De acordo com os dados fornecidos pela IGA ao DN, «foi-lhe lavrado auto de notícia por incumprimento da legislação ambiental e um mandado cujo prazo se encontra a decorrer. A empresa enviou resposta, dizendo que tinha cumprido as condições impostas. No fim do prazo, será feita uma nova inspecção».

A Fibrolite tem sido inspeccionada anualmente desde 2001. «Tem vários processos de contra-ordenação e foi-lhe lavrado um mandado em 2002, com um prazo para o cumprimento de determinadas condições. Findo o prazo, foi feita uma nova inspecção que constatou que não foi dado cumprimento às condições impostas. O processo foi enviado para o Ministério Público, como crime ambiental». Em Março deste ano, acrescenta a IGA, «foi feita nova inspecção, tendo sido propostas sanções acessórias, para além do auto de notícia lavrado».

A Novinco foi inspeccionada em 2003, para verificação do mandado lavrado em 2002. «Este ano será feita nova vistoria para verificar se construíram o armazenamento adequado para os resíduos».

A Amiantit tem vários processos de contra-ordenação a decorrer. Em 2003 foi feita nova inspecção, na qual se constatou que não tinham dado cumprimento ao mandado. O processo foi para o Ministério Público como crime ambiental. Actualmente a unidade está encerrada, mas prevê-se nova inspecção para verificar se esta se encontra mesmo encerrada», diz a IGA.

A Empatec e a Lusalite são duas fábricas que já não usam amianto.

TRABALHADORES Os profissionais que trabalham com amianto são os mais expostos ao risco, por isso, a legislação exige o cumprimento de regras específicas. As empresas são acompanhadas pela Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) e sujeitas a avaliações periódicas pelo Laboratório de Controlo de Fibras. Os relatórios sobre as concentrações de fibras respiráveis em suspensão no ar são enviados para as subdelegações da IGT em Vila Franca de Xira e Porto, disse ao DN a IGT.

Segundo a Associação dos Industriais de Produto s de Amianto, «desde 1990 que o fabrico do fibrocimento não oferece preocupação quanto à possibilidade de contracção de doença profissional, em virtude de as exposições estarem sob controlo apertado». O DN não conseguiu consultar os resultados das análises que comprovam que o amianto não oferece preocupações aos trabalhadores. Apenas ao nível do funcionamento ambiental das empresas foi possível confirmar, através dos relatórios da IGA, que as empresas não cumprem a lei.

A Inspecção Geral do Trabalho considera que no sector do fibrocimento se têm vindo a registar progressos «mas que isso não significa que os trabalhadores expostos ao amianto estejam salvaguardados». A preocupação existe, diz a IGT. «Embora o mercado que enfrenta o problema do amianto esteja quase 90% concentrado nas indústrias referidas, mais ou menos bem estruturadas, não nos podemos esquecer que o restante se encontra espalhado por pequenas e médias empresas, onde existe pouco controlo». As pequenas empresas de comércio, reciclagem e transformação de sucatas, que recebem veículos em fim de vida, resíduos da construção civil e outro tipo de desperdícios são também alvo de grande preocupação, acrescenta a IGT.
«Segurança é neglicenciada» Um dos sectores, em Portugal, em que os trabalhadores se encontram mais expostos ao amianto, é o da construção civil. Para isso contribuem o facto de a aplicação deste material ter sido generalizada até há poucos anos, o desconhecimento sobre a sua existência em muitos edifícios e a desregulação que reina no sector da construção. Como afirmou ao DN a Inspecção-Geral do Trabalho, «na demolição de instalações antigas e de estruturas obsoletas as mais elementares normas de segurança são esquecidas e negligenciadas». A remoção destes materiais obedece a normas de segurança estabelecidas na lei, que exigem a utilização de fatos e equipamentos especiais e o acompanhamento das obras por técnicos para a análise de concentração de fibras no ar.

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Resíduos de demolição são perigosos

Os resíduos de amianto que resultam da demolição de edifícios em que este material foi utilizado como isolamento são perigosos e necessitam de um acompanhamento e tratamento especial. Por isso, os resíduos de construção e demolição, muitas vezes entregues a empresas da construção civil pouco sensibilizadas para o problema, são a principal preocupação do Instituto Nacional dos Resíduos (INR).

A exportação é o destino destes resíduos, uma vez que não há em Portugal aterros para depositar este tipo de materiais perigosos. Até lá, as regras de acondicionamento e armazenamento a que devem ser sujeitos são exigentes e têm de ser correctamente seguidas. O que muitas vezes não acontece, como revelam as inspecções realizadas pela Inspecção Geral do Ambiente.

Filomena Lobo, do INR, disse ao DN que a nova legislação sobre resíduos de construção e demolição, que será aprovada em breve pelo Ministério do Ambiente, «permitirá minimizar o problema, pois vai alertar e sensibilizar os industriais da construção civil para esta problemática». Além disso, afirmou o INR, vai «impor normas concretas e sistematizar as regras para o amianto que já existem».

Filomena Lobo acredita que as grandes empresas que operam com materiais de amianto já estão sensibilizadas e respeitam, de uma forma geral, as normas impostas por lei. «Mas há muitas pequenas empresas que não têm sequer a noção da perigosidade dos resíduos.»

Os resíduos de fibrocimento, nomeadamente as telhas, são considerados perigosos há menos tempo, através da lista europeia de resíduos que tem pouco mais de um ano de existência. Por isso, podem ser depositados nos aterros nacionais desde que cumpram determinadas regras. «Têm de ser acondicionados, embalados e depositados rapidamente em aterros que, depois, têm de levar uma cobertura especial. Mas são menos perigosos», explicou ainda a técnica do Instituto Nacional dos Resíduos.

A associação ambientalista Quercus manifestou também ao DN a preocupação quanto ao destino destes resíduos que não são controlados e acompanhados.

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Avaliar baixas concentrações

No ano passado, Paulo Marques Pereira, que vive há anos nas Caldas da Rainha, decidiu fazer o mestrado em saúde pública. Uma notícia na Gazeta das Caldas e o seu conhecimento da resolução da Assembleia da República, solicitando ao Governo a inventariação de todos os edifícios públicos com amianto, deram-lhe o mote para o tema: «Escolas, amianto e cancro». Diz o investigador: «Pensei que esta pesquisa poderia ser um contributo para essa inventariação nas Caldas da Rainha e para a avaliação de potenciais riscos para a saúde.»

Na sua recolha de informação, Paulo Pereira não encontrou nenhum estudo semelhante em Portugal, pelo que o seu se arrisca a ser mesmo o primeiro.

Quanto aos objectivos, o investigador propõe-se verificar as diferenças de incidência de cancro em quatro escolas da cidade (a Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, a Básica e Integrada de Santo Onofre, a Secundária Raul Proença e a 2,3 D. João II) determinar as concentrações ambientais de amianto em cada uma delas e relacionar as duas realidades. Para avaliar a incidência de cancro, terá de analisar dados relativos a professores e auxiliares de educação nas quatro escolas, o que totaliza mais de 700 pessoas.

«Os efeitos cancerígenos de grandes exposições ao amianto estão bem estabelecidos, com base sobretudo em estudos sobre trabalhadores que sofreram essas exposições intensas por razões profissionais», explica o investigador. E sublinha: «Sabe-se muito pouco, no entanto, sobre as consequência para a saúde a longo prazo da exposição a baixas concentrações ambientais de fibras de amianto. Este trabalho pretende ser também um contributo para esse conhecimento.»

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Madeira retira fibrocimento das escolas
LÍLIA BERNARDES FUNCHAL

Nos últimos dez anos, o Governo da Madeira encerrou 160 edifícios escolares, alguns contendo fibras de amianto, nomeadamente telhados de fibrocimento. De acordo com Francisco Fernandes, secretário regional da Educação, o plano de substituição continuará nos próximos anos, tendo como critério de prioridade o estado de conservação dos tectos, disse ao DN.

Mas houve outras situações, nomeadamente em bairros sociais, quando, inicialmente, se utilizou a solução dos prefabricados. Hoje o retrato alterou a moldura, mas ainda há resquícios desses tempos e problemas para resolver.

Em 1997, a Quercus fez o diagnóstico à realidade madeirense. O trabalho apresentado citava alguns dos casos mais flagrantes, que colocavam em causa a saúde pública, referindo-se sobretudo, às escolas, creches, à universidade e ao armazenamento de água em depósitos em fibrocimento, os quais libertam para a água de consumo humano fibras cancerígenas. A maioria das famílias possui, ainda hoje, um depósito deste tipo. O mesmo acontece com as caseiras e antigas coberturas de lusalite deterioradas por décadas de uso.

Os alertas foram feitos. A exposição ao amianto «é mais grave quanto mais novas forem as pessoas expostas». Daí a necessidade de fazer análises periódicas ao ar para saber o número de fibras existentes por litro de ar. Por outro lado, os trabalhadores estão sujeitos a inalações perigosas de grandes quantidades de fibras quando, por exemplo, furam uma placa em fibrocimento ou desmontam uma construção com isolamento de amianto.

Na Região Autónoma, a Quercus Madeira chamou a atenção do Sindicato da Construção Civil para a necessidade de maior divulgação aos operários sobre os efeitos negativos deste material. Hélder Spínola, presidente da Quercus, considera que ao fim destes anos, e apesar da decisão tomada em Conselho de Governo de erradicar o problema definitivamente, ainda há muito por fazer, nomeadamente quanto ao destino e tratamento do composto removido das estruturas.

O dirigente ambientalista considera ainda necessário fazer campanhas de sensibilização da opinião pública. A realização de análises às águas que passam em depósitos ou canos em fibrocimento e o desenvolvimento de medidas que minimizem a exposição de todos os cidadãos são outras acções que considera fundamentais.

Para o biólogo, o amianto é «mortal». É um material conhecido desde a Antiguidade por possuir características excepcionais. É incombustível, resistente a altas temperaturas, à humidade, aos agentes químicos e aos parasitas. Tem baixa condutibilidade térmica, apresenta uma forte resistência eléctrica e durabilidade. No entanto, quando inalado torna-se nefasto para o homem, diz a Quercus.

Devido à sua perigosidade, a utilização está fortemente regulamentada pela União Europeia.

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Telheiros degradados são um risco nas Caldas

Na Escola Básica 2,3 D. João II, no centro da cidade das Caldas da Rainha, salta ao olhos a degradação dos telhados e telheiros em fibrocimento que cobrem os edifícios e os corredores externos entre os vários pavilhões. Há inúmeras placas partidas em diversos locais, algumas a cerca de 2,5 a 3 metros do solo, o que segundo os especialistas constitui uma situação de risco potencial. A disposição dos pavilhões no terreno acidentado da escola tornam ainda mais próximos dos alunos alguns destes telheiros.

Esta é apenas uma das muitas centenas de escolas construídas em Portugal nas décadas de 70 e seguintes com recurso a placas de fibrocimento para as coberturas e os telheiros. E, pelo menos neste caso concreto, a preservação dos materiais que seria necessária para que não constituíssem qualquer risco para a saúde dos utentes, é muito deficiente.

Em relação às restantes escolas do País, nas quais foi utilizado também este material, não foi possível obter informação sobre o seu estado de conservação. O Ministério da Educação remeteu o DN para a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) e esta afirmou desconhecer a realidade das outras zonas escolares.

A situação na D. João II é, de resto, uma preocupação de há anos para o presidente do conselho executivo da escola caldense, Gil Pacheco, que afirmou ao DN estar já «definido com a DREL um projecto para a remodelação da escola». Previsto «o mais tardar para o Verão de 2005», esse projecto implicará «a remoção total do fibrocimento existente na escola», garantiu Gil Pacheco ao DN.

Construído no final da década de 70, este estabelecimento de ensino entrou em funcionamento em 1979 e chegou a ter uma população escolar de 1600 alunos. Actualmente, a D. João II é frequentada por 1200 alunos do 5.º ao 9.º anos de escolaridade e tem 128 professores e 34 auxiliares de educação.

SAÚDE PÚBLICA Vários casos recentes de cancro, entre professores desta escola, noticiados a 13 de Junho de 2003 pela Gazeta das Caldas e confirmados ao DN pelo presidente do conselho executivo da D. João II, acabaram por motivar o estudo de saúde pública «Escolas, Amianto e Cancro» que o investigador Paulo Pereira decidiu realizar no âmbito da sua tese de mestrado.

A pesquisa só estará concluída no final deste ano e para já ainda não há nenhuma conclusão, mas o objectivo do trabalho é avaliar as diferenças na frequência de casos de cancro em quatro escolas das Caldas da Rainha, determinar as concentrações de amianto em cada uma delas e perceber se existe alguma relação entre as duas variáveis. Ou seja, verificar se, neste pequeno universo, amianto e cancro estão associados.

Pais pediram ao ME para avaliar construções
Na sequência de notícias que associavam as coberturas de fibrocimento de algumas escolas a casos de cancro, a Confederação das Associações de Pais (Confap) pediu ao Ministério da Educação para analisar a situação. Em 2002, o Instituto Ricardo Jorge foi chamado a fazer um estudo na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. O estudo não detectou situações de risco, recomendando apenas o controlo periódico das estruturas no prazo de três anos. Outro estudo entregue à Confap foi realizado pelo Laboratório de Controlo de Fibras, em 1998, na Escola C+S de Matosinhos. As conclusões desprezaram o risco para a saúde mas apontaram como medida preventiva a repetição da análise três anos depois. Estes resultados «tranquilizaram os pais», disse ao DN Albino Almeida, presidente da Confap. Relatórios das empresas de amianto enviados à Confap também contribuíram para sossegar os tutores, que continuam atentos à questão e esperam que este material possa ser removido das estruturas escolares.

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Anexos
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Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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Amianto

por Pedro73 » 21/6/2009 16:06

Cataldi

Se sabe assim tanto porque é que pergunta ?

Já agora permita-me que lhe corrija que a percentagem de amianto no fibrocimento varia entre os 10% e os 30% , e acrescentar que o valor limite de exposição é de 0,1 Fibras por centímetro cúbico de ar.

Nem eu , nem o Cataldi, nem os profissionais e alunos que trabalham/estudam diariamente sob telhados de amianto podem garantir que o ar que aí respiram possui concentrações de amianto abaixo do valor limite, excepto nos poucos casos em que foram feitas medições e estas apontaram nesse sentido (o que não parece ser o caso da escola visada na reportagem). E este é que é o verdadeiro problema, faltam as medições e os estudos recomendados, entre outros, pela assembleia da republica em 2003.

O nosso Ministério da Educação (ME) que é tão expedito a fazer comunicados e a convocar conferências de imprensa para fazer política barata, quando se trata de um assunto relevante remete-se ao silêncio. Se a questão é tão simples como o Cataldi, o advoga, o nosso (ME) só tem que se chegar à frente com os resultados dos estudos e medições efectuadas. O problema é que o (ME) nunca fez nenhum estudo sério sobre o assunto. E quando alguém pede para que sejam feitas medições, como é seu direito, o (ME) ignora, assobia para lado e faz de conta que não é nada consigo.

Pessoalmente, estranho que por um lado seja tão pouco critico relativamente à negligência do (ME) nesta matéria e por outro lance insinuações relativas a interesses comerciais . Se existem suspeições sobre as medições que determinadas empresas fazem, então temos ainda mais razões para o (ME) entrar em campo e garantir, com a legitimidade dos estudos efectuados, que o ar que crianças e profissionais respiram nas escolas é de qualidade.
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fibrocimento ou amianto.

por katanga » 21/6/2009 12:57

O amianto em si é cancerígeno se -e só se-fôr respirado.

No fibrocimento ele não passava dos 10% e encontrava-se numa situação de presa, pelo que as quantidades que se libertavam mesmo em fibrocimento velho, eram ínfimas.Chegavam a ser 10.000 vezes menos do que o limite de actuação imposto pela OMS.

Daqui se conclui que o problema do amianto no fibrocimento não é um problema de saúde , mas sim um problema comercial.

Na Europa usou-se uma forma perigosa de aplicar amianto. Devido às suas excelentes propriedades físicas é incombustível, imputrescível ,era usado projectado nas paredes.Isto é perigoso porque aqui ele não está numa situação de presa e liberta-se continuamente. Em Portugal isto só foi feito, que se saiba, em 2 edifícios :Base alemã Militar em Beja e Teatro Dª MariaII.Já foi removido.

No passado nas fábricas chegava em sacos que eram abertos manualmente e despejado em silos.Era um procedimento perigoso porque os trabalhadores eram sujeitos a respirá-lo.Depois todo o processo fabril passava-se me via seca libertando poeiras.É por isso que pessoas contrairam cancro.O perigo exponenciava-se se o trabalhador fosse fumador e/ou alcoólico.

Em Portugal desde meados da década de oitenta o processo fabril passou a ser por via húmida, não há libertação de poeiras e o desfardamento dos sacos faz-se dentro de equipamentos onde o próprio saco é desfeito e englobado no fabrico.

Hoje, desde talvez 2003, fabrica-se em Portugal fibrocimento sem amianto. Usa-se fibras sintéticas em substituição.

Mesmo assim não há motivo nenhum. em termos sanitários, para se substituir o fibrocimento com amianto.Ele é inócuo. Se trabalhar-nos nele: cortar, rebarbar, perfurar devemos proteger as vias respiratórias com uma simples máscara de poeiras, pois só nesta situação é que há algum perigo.Mas mesmo isto é só para profissionais. Pessoas que trabalham anos e anos nisto.

Espero ter ajudado a não se confundir fibrocimento e amianto.

A água que abastece Montreal, Canadá atravessa as maiores jazidas do Mundo. Já foram alimentados ratos e coelhos com amianto. Não contrairam cancros. O perigo é só respirá-lo.

Cumprimentos
 
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por tugatuga11 » 21/6/2009 11:49

A FEP ou teve ou ainda tem amianto...
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por Fenicio » 21/6/2009 8:07

mrvibe Escreveu:O amianto é cancerígeno, nos EUA causou diversos casos de cancro e levou a que empresas de construção (como a USG, umas das favorita do Warren Buffet) pagassem indemnizações milionárias a afectados (a USG foi condenada a pagar acho que 4 bilhões de dólares, o que a levou a pedir concordata). Não sabia que em Portugal ainda se usava, ou será apenas em escolas antigas?


Foi amplamente utilizado em todo o mundo, mas os edifícios que ainda possuem amianto devem ser modificados.
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por mrvibe » 21/6/2009 3:43

O amianto é cancerígeno, nos EUA causou diversos casos de cancro e levou a que empresas de construção (como a USG, umas das favorita do Warren Buffet) pagassem indemnizações milionárias a afectados (a USG foi condenada a pagar acho que 4 bilhões de dólares, o que a levou a pedir concordata). Não sabia que em Portugal ainda se usava, ou será apenas em escolas antigas?

Saudações,

NS

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Re: amianto?

por Fenicio » 21/6/2009 1:04

cataldi Escreveu:Pedro .

É capaz de explicar o perigo das coberturas de fibrocimento nos edifícios quer sejam públicos ou privados?


Também é proibido na UE desde 2005.
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Amianto nas escolas

por Pedro73 » 21/6/2009 0:30

O fibrocimento utilizado nas edificações entre 1960 e 1989 continha amianto. O amianto é uma substância cancerígena, reconhecida como tal pela Organização Mundial de Saúde, desde os anos 60.
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amianto?

por katanga » 20/6/2009 22:57

Pedro .

É capaz de explicar o perigo das coberturas de fibrocimento nos edifícios quer sejam públicos ou privados?
 
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off-topic Amianto nas escolas portuguesas

por Pedro73 » 20/6/2009 2:36

Vital Moreira na campanha para as europeias (leia-se tacho) dizia que na educação se estava a efectuar uma verdadeira revolução.

No final de 2009 e desta legislatura (a tal da revolução na educação ) , estimo que cerca de 50 % das unidades de ensino do pais (desde o pré-escolar ao secundário) possuam telhados em fibrocimento com amianto.

Este é bem o exemplo do empenho deste ( e de outros) governos na educação.

O actual governo pura e simplesmente ignora (porque quer) um dos problemas mais graves das nossas unidades de ensino, ao mesmo tempo que brinca às pseudo-reformas e tenta convencer os mais distraídos que o problema da educação está na avaliação do pessoal docente.

Ver : http://sic.aeiou.pt/online/video/inform ... -velha.htm
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