Off-topic - Acidente com avião da Air France (actualizações)
Flying Turtle Escreveu:Continuo a achar - na minha total falta de conhecimento específico, diga-se - que não é de descartar uma ocorrência provocada de tipo terrorista. A razão pela qual tal ocorrência não é vista como provável é a ausência de reivindicação. Tudo bem, isso em princípio afasta um ataque de tipo organizado. Mas quantos casos conhecemos nós por exemplo de indivíduos que de repente começam a atirar sobre tudo o que é gente, matando tudo e todos no caminho? Será impossível que um indivíduo mais ou menos tresloucado - mas não menos capaz do ponto de vista da inteligência - tenha planeado, por razões que só ele conhecia e numa iniciativa totalmente individual, e conseguido, introduzir-se com uma arma de fogo no avião, tendo a certo ponto decidido "tomar conta" do avião e de alguma forma conseguido atacar e aceder ao cockpit, tendo depois algo corrido mal e desatado a disparar, matando os pilotos, destruindo parte dos comandos e provocando uma despressurização no avião? Tudo isso seria consistente com a ausência de notícias (os mortos têm dificuldade em comunicar) e com a tal comunicação técnica assinalando falha de pressurização e ocorrência de problemas electrónicos.
Para que tal pudesse ter acontecido teria sido necessário que o assaltante tivesse neutralizado completamente a capacidade de comunicar da tripulação, quer sob ameaça directa quer depois, eventualmente, por aniquilação física. É aqui que, a meu ver, reside a maior dificuldade neste tipo de explicação (seguramente não é em conseguir passar a segurança no aeroporto).
Mas numa situação em que todas as explicações à volta de uma avaria ou de uma tempestade apontam para uma enorme improbabilidade, o que ainda é acrescido pela total ausência de reporte de dificuldades por parte da tripulação, não sendo raros os especialistas que insistem em utilizar termos com "mistério", "impossibilidade" e "inédito", penso que não devem ser descartadas possibilidades de ocorrência de uma situação provocada.
Repito, sou um ignorante na matéria...
FT
FT,
Se não tivesse havido o 11 de Setembro provavelmente nem te lembravas dessa hipótese

1 abraço,
Elias
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BYPASS Escreveu:Assim de memória, se formos falar disso começo por lembrar os recentes acidentes da Air France:
Concorde
A340 no Canadá
este A330
O acidente da TAP no Funchal não teve nada a ver com falha no avião!
E o do Concorde também não.
E este A330 até agora ainda não está provado que tenha sido.
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Continuo a achar - na minha total falta de conhecimento específico, diga-se - que não é de descartar uma ocorrência provocada de tipo terrorista. A razão pela qual tal ocorrência não é vista como provável é a ausência de reivindicação. Tudo bem, isso em princípio afasta um ataque de tipo organizado. Mas quantos casos conhecemos nós por exemplo de indivíduos que de repente começam a atirar sobre tudo o que é gente, matando tudo e todos no caminho? Será impossível que um indivíduo mais ou menos tresloucado - mas não menos capaz do ponto de vista da inteligência - tenha planeado, por razões que só ele conhecia e numa iniciativa totalmente individual, e conseguido, introduzir-se com uma arma de fogo no avião, tendo a certo ponto decidido "tomar conta" do avião e de alguma forma conseguido atacar e aceder ao cockpit, tendo depois algo corrido mal e desatado a disparar, matando os pilotos, destruindo parte dos comandos e provocando uma despressurização no avião? Tudo isso seria consistente com a ausência de notícias (os mortos têm dificuldade em comunicar) e com a tal comunicação técnica assinalando falha de pressurização e ocorrência de problemas electrónicos.
Para que tal pudesse ter acontecido teria sido necessário que o assaltante tivesse neutralizado completamente a capacidade de comunicar da tripulação, quer sob ameaça directa quer depois, eventualmente, por aniquilação física. É aqui que, a meu ver, reside a maior dificuldade neste tipo de explicação (seguramente não é em conseguir passar a segurança no aeroporto).
Mas numa situação em que todas as explicações à volta de uma avaria ou de uma tempestade apontam para uma enorme improbabilidade, o que ainda é acrescido pela total ausência de reporte de dificuldades por parte da tripulação, não sendo raros os especialistas que insistem em utilizar termos com "mistério", "impossibilidade" e "inédito", penso que não devem ser descartadas possibilidades de ocorrência de uma situação provocada.
Repito, sou um ignorante na matéria...
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Para que tal pudesse ter acontecido teria sido necessário que o assaltante tivesse neutralizado completamente a capacidade de comunicar da tripulação, quer sob ameaça directa quer depois, eventualmente, por aniquilação física. É aqui que, a meu ver, reside a maior dificuldade neste tipo de explicação (seguramente não é em conseguir passar a segurança no aeroporto).
Mas numa situação em que todas as explicações à volta de uma avaria ou de uma tempestade apontam para uma enorme improbabilidade, o que ainda é acrescido pela total ausência de reporte de dificuldades por parte da tripulação, não sendo raros os especialistas que insistem em utilizar termos com "mistério", "impossibilidade" e "inédito", penso que não devem ser descartadas possibilidades de ocorrência de uma situação provocada.
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"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
MarcoAntonio Escreveu:Medir a probabilidade é relativamente simples, a questão não é como medir, é a relevância dela pois são coisas pouco comparáveis...
Não é bem assim, Marco.
Em bom rigor tu só medes probabilidades para eventos aleatórios e estatisticamente independentes (como por exemplo jogar no Euromilhões).
Andar de carro ou de avião ou levar com um raio não é um evento aleatório. Nem sequer é estatisticametne independente. Por isso o conceito de probabilidade está mal aplicado em todo este contexto. Julgo que é mais correcto falar de estatística (e mesmo assim deveriam usar-se alguns critérios para a amostragem).
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Elias Escreveu:tavaverquenao2 Escreveu:Só com isto não dá para concluir muito, mas dá que pensar. Se juntares o facto de, por exemplo, a tap nunca ter tido um acidente grave, a air france teve este como o mais grave, começa a inclinar a balança par um dos lados.
a tap teve um acidente muito grave, no Funchal, em 1977, quando um avião caiu ao mar após não ter conseguido parar na pista.
por outro lado, se queres comparar o número de acidentes da TAP com os da Air France, começa por comparar a dimensão das respectivas frotas e o número de voos que efectuam diariamente.
Assim de memória, se formos falar disso começo por lembrar os recentes acidentes da Air France:
Concorde
A340 no Canadá
este A330
O acidente da TAP no Funchal não teve nada a ver com falha no avião!
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tavaverquenao2 Escreveu:Tinha para aqui um site que dava uma imagem de uma simulação de todos os aviões a voar ao mesmo tempo por todo o mundo. Se o encontrar ainda o meto aqui.
podes ver o video em diversos blogues, por exemplo aqui: http://polaroidescriticas.blogspot.com/ ... spaco.html
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rmachado Escreveu:Contas os raios que caem e contas os que acertam em alguém, a partir desse facto consegues aferir qual é a probabilidade de um raio te acertar.
Não se contam os raios que caiem. É irrelevante (não é necessário saber).
O que se conta antes é o número de pessoas atingidas (independentemente do número de raios que caiem) e divide-se pela população mundial. Pode-se por exemplo calcular numa base anual e depois fazer o mesmo para o universo de passageiros de avião.
O que enumeraste era a probabilidade de um raio cair e acertar em alguém, o que é diferente da probabilidade de alguém ser acertado por um raio.
E não é sequer seguro que se consiga chegar de uma facilmente à outra (os raios podem não cair de forma uniforme em todo o mundo e podemos não conseguir assegurar a contagem de todos os raios, por exemplo). Já o número de pessoas atingidas e a população mundial são dados mais simples de contabilizar e controlar e estes dois dão-nos exactamente o que queremos (a probabilidade de alguém ser atingido por um raio).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 2/6/2009 13:58, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Elias Escreveu:tavaverquenao2 Escreveu:Para completar, não conheço ninguém que tenha perdido um familiar ou amigo que tenha falecido num acidente de avião, mas tenho um "vizinho" que lhe faleceu a mulher agarrada à vedação metálica depois da queda de um raio.
Tens aí uma amostra de dimensão n=1. O que é que podes concluir a partir daí?
A amostra não tem dimensão 1. Ele por certo conhece milhares de pessoas e a amostra deve ser de dezenas de milhares de pessoas, portanto...
O número de eventos é que é 1 num caso e 0 (zero) no outro.
Claro que é bastante inconclusivo. Se se procurar até se devem encontrar estatísticas para o número de pessoas atingidas anualmente por raios (ou algum número que nos permita pelo menos ter uma ideia da ordem de grandeza)...
Confesso que não procurei porque sinceramente não acho importante.
Pois então vamos lá influenciar a estatística, falando daquilo que conheço.
Por um lado, conheço um indivíduo, cujo irmão morreu no acidente dos Açores em 1999. Ou seja, conheço alguém que perdeu um familiar num acidente de avião.
Por outro lado um amigo meu foi morto por um raio há meia dúzia de anos atrás.
Ou seja, tenho um exemplo de cada situação.
E agora?
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tavaverquenao2 Escreveu:Só com isto não dá para concluir muito, mas dá que pensar. Se juntares o facto de, por exemplo, a tap nunca ter tido um acidente grave, a air france teve este como o mais grave, começa a inclinar a balança par um dos lados.
a tap teve um acidente muito grave, no Funchal, em 1977, quando um avião caiu ao mar após não ter conseguido parar na pista.
por outro lado, se queres comparar o número de acidentes da TAP com os da Air France, começa por comparar a dimensão das respectivas frotas e o número de voos que efectuam diariamente.
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Elias Escreveu:tavaverquenao2 Escreveu:Para completar, não conheço ninguém que tenha perdido um familiar ou amigo que tenha falecido num acidente de avião, mas tenho um "vizinho" que lhe faleceu a mulher agarrada à vedação metálica depois da queda de um raio.
Tens aí uma amostra de dimensão n=1. O que é que podes concluir a partir daí?
A amostra não tem dimensão 1. Ele por certo conhece milhares de pessoas e a amostra deve ser de dezenas de milhares de pessoas, portanto...
O número de eventos é que é 1 num caso e 0 (zero) no outro.
Claro que é bastante inconclusivo. Se se procurar até se devem encontrar estatísticas para o número de pessoas atingidas anualmente por raios (ou algum número que nos permita pelo menos ter uma ideia da ordem de grandeza)...
Confesso que não procurei porque sinceramente não acho importante.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:tavaverquenao2 Escreveu:Ainda agora na sic disseram que a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é várias vezes maior do que a probabilidade de entrar num avião que pode vir a cair.
A pergunta é a mesma: como se mede uma probabilidade dessas?
Acho que eles nem devem saber o que significa "probabilidade"
Contas os raios que caem e contas os que acertam em alguém, a partir desse facto consegues aferir qual é a probabilidade de um raio te acertar.

Elias, é claro que existem modelos matematicos e estudos estatisticos que devem tentar aferir qual é a probabilidade.
Eu diria que tens muito mais probabilidade de teres um acidente de carro que ganhar o Euromilhões e consigo calcular a probabilidade de ganhares o dito.
e afirmo isto pq nem todas as semanas as pessoas acertam (não gastam todas as combinações) mas todos os dias existem milhares de acidentes de viação.
e não sei calcular a probabilidade da ocorrência de um acidente de viação.

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Elias Escreveu:A pergunta é a mesma: como se mede uma probabilidade dessas?
Acho que eles nem devem saber o que significa "probabilidade"
Medir a probabilidade é relativamente simples, a questão não é como medir, é a relevância dela pois são coisas pouco comparáveis...
O único mérito que poderá ter é ilustrar que o risco de queda de um avião é uma coisa bastante reduzida.
Já agora, por ano nos Estados Unidos (e só nos Estados Unidos) há actualmente mais de 7 milhões de voos. E ao todo caiem uns 20 a 40 aviões comerciais por ano em todo o mundo. Isto já dá uma boa ideia de quão baixo é o risco de um avião cair...
Já agora, se alguém tiver números para o número de voos a nível planetário ainda melhor.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Falha técnica pode ter levado Airbus 330 para tempestade
aefernandes Escreveu:http://www.tvi24.iol.pt/internacional/airbus-aviao-queda-aviao-air-france-brasil-tvi24/1067659-4073.html
Gosto particularmente deste excerto:
Este tipo de nuvens produzem descargas eléctricas e relâmpagos. As cargas eléctricas positivas de negativas dirigem-se ao solo e são seguidas de correntes de ar que empurram o avião para baixo. Os cumulus nimbus produzem a turbulência mais perigosa para os aviões, o «windshear», ou turbulência de baixa altitude com rajadas de vento.
Em particular, fiquei esclarecido quanto às "cargas eléctricas positivas de negativas" (!!) e ao facto de que os "cumulus nimbus produzem a turbulência mais perigosa para os aviões, o «windshear», ou turbulência de baixa altitude com rajadas de vento", o que é extremamente relevante para um avião que voa a cerca de 11.000 ou 12.000 metros de altitude.

FT
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tavaverquenao2 Escreveu:Para completar, não conheço ninguém que tenha perdido um familiar ou amigo que tenha falecido num acidente de avião, mas tenho um "vizinho" que lhe faleceu a mulher agarrada à vedação metálica depois da queda de um raio.
Tens aí uma amostra de dimensão n=1. O que é que podes concluir a partir daí?
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Para completar, não conheço ninguém que tenha perdido um familiar ou amigo num acidente de avião, mas tenho um "vizinho" que lhe faleceu a mulher agarrada à vedação metálica depois da queda de um raio.
Editado pela última vez por Visitante em 2/6/2009 13:41, num total de 1 vez.
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tavaverquenao2 Escreveu:Ainda agora na sic disseram que a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é várias vezes maior do que a probabilidade de entrar num avião que pode vir a cair.
A pergunta é a mesma: como se mede uma probabilidade dessas?
Acho que eles nem devem saber o que significa "probabilidade"

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Pemides Escreveu:Tens de certeza mais controlo do que se fores de avião.
Dada a ordem de grandeza é pouco relevante o controlo (que de resto sobrevalorizamos, como sobrevalorizamos as nossas capacidades o que nos faz maus avaliadores de nós próprios).
E depois, tb haveria que considerar a segurança dos vários modelos de avião e das transportadoras, pois temos algum controlo de escolha e as taxas não são as mesmas. Também os há abaixo da média...
E aí seriamos capazes de fazer melhores juízos do que sobre nós próprios, por sinal.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Nem eu estou a afirmar o contrário! Eu digo que é mais seguro andar de avião.
Só estou a dizer que não são essas médias que provam errada a teoria do SirPatrick
Só estou a dizer que não são essas médias que provam errada a teoria do SirPatrick
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