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Caldeirão da Bolsa

Será que os portugueses aguentam isto???

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por pvg80713 » 27/5/2009 10:56

caro afonso80,
sei que os juizes e magistrados do MP trabalham muito. sei porque conheço um de cada classe e vejo.
então o que poderia ser feito para melhorar a imagem publica da justiça, que como sabe é que não funciona?
não acha que há demasiadas possibilidades de apelo ?
os ricos vão sempre pedindo apelos... etc...
sei que acabam por pagar, mas os pobres pagam mais depressa e as vitimas nunca sentem a justiça ser feita.
eu tenho conseguido fugír da justiça... não sei até quando. o mundo anda tão conturbado que é dificil nao ter que ir la parar...
abraço
pvg
 
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por habanero04 » 27/5/2009 10:54

RicHochet Escreveu:
Afonso80 Escreveu:2. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados”.


Novamente perfeito. Mas onde é que os direitos e os interesses dos cidadãos ficam salvaguardados quando se tem a sensação que alguns cidadãos passam entre as gotas da chuva que é justiça e nunca lhes acontece nada com a desculpa de que houve erro processual, que foi cometido um erro ali, ou outro erro acolá? Não achas que já era tempo de acabar de vez com essa impunidade escandalosa de alguns, que por sinal são sempre os mesmos?


Aqui é que está o principal problema. Fala de que as pessoas não conhecem o que se passa nos tribunais e na justiça e que formam a sua opinião através dos meios de comunicação, mas isso é normal e se o que passa nos meios de comunicação não é verdade ou é incorrecto, então estão a fornecer um mau serviço público e não lhes devemos dar importância. Mas como se sabe os media regem-se pelas audiências e não por um serviço público de qualidade, e é muito natural que grande parte da população menos informada acredite no que lhe entra todos os dias pela casa dentro. Além disso, todos sabemos que em Portugal há corrupção, compadrios, e gente com muito poder, e não é por estar expresso na Constituição portuguesa que os orgãos judiciais são de soberania, independentes e isentos, que não haja de facto corrupção nos mesmos e mistura com a política. Todos nós sabemos que cá quem tem poder se safa, quem não tem... basta ver os desfechos dos inúmeros casos mediáticos envolvendo certas figuras conhecidas... Isto para não falar dos casos de manifesta má decisão. Quanto aos casos que não se conhecem e se resolvem, provavelmente é porque não envolvem ninguém público nem seriam causa de polémica, não interessando por isso para alimentar as audiências...

RicHochet Escreveu:
Afonso80 Escreveu:Quanto a algumas boçalidades proferidas por um ou outro interveniente neste fórum, mais adequadas a tabernas mal frequentadas:


Devo dizer-te que não frequento tavernas. Em todo o caso pareces bem informado sobre o que se discute por lá. Eu até julgava que já nem existiam.


Por acaso há uma (e deve haver mais) ali no Cais-do Sodré que tem uns panados e uma lula frita à maneira, e então a acompanhar com um branquinho...
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por leo_pt » 27/5/2009 10:51

Vou dar um exemplo da realidade que eu vivo diariamente.

Este ano vou acabar a licenciatura em engª mecânica na universidade de algarve. Quando entrei para a universidade pensei que esta era um catalizador para as nossas mentes sonhadoras e "idotas" se desenvolverem ao mais alto nível fazendo assim com que a nossa ambição tivesse asas reais para voar e para levar Portugal atrás no caminho da evolução. Isto era o que eu pensava quando era ingénuo. E como eu todos os novos alunos pensam da mesma maneira.

Vida real: A minha universidade não tem parcerias a nenhum nível com qualquer tipo de empresa ou centro de investigação. Isto porquê? Porque o Algarve apenas vive de turistas :x Posto isto o que fazer? Viver na angustia de ser só mais um engº que faz redes domésticas de gás, esgotos e afins ou então ambicionar mais um bocado e ficar na câmara no tacho público. Isto é a realidade desta região! Muito triste e desmotivante!!! Com a crise tornou-se a região do país com mais desemprego, ok só mais uma pequena "benesse" para a nossa regiõ tão desenvolvida. Voltando à magnifica universidade do Algarve onde o laboratório do meu departamento tem 23 anos assim como quase todos os equipamentos obsoletos que lá habitam cheios de pó porque nós, alunos, nunca fomos convidados a sequer aprender a mexer neles. Pois se o fizessemos podíamos estragar qualquer coisa e depois o orçamento não chega para cobrir essas falhas humanas. Posto isto sinto-me bastante orgulhoso do meu Portugal, o país que se diz na vanguarda do desenvolvimento tecnológico. Para a maioria dos licenciados do fórum (que penso andarem na casa dos 30 40) a vida de recém-licenciado foi muito mais fácil, pelo simples facto de que havia menos concorrência.

Posto isto o que fazer? Ficar a casa a ganhar € na bolsa como tenho feito estes últimos anos? Ou arranjar um emprego e ganhar 800€ depois de ter estudado para conseguir algo mais?

Decidi ir para a Dinamarca fazer um mestrado que por sua vez é grátis pois o governo dinamarquês paga as propinas aos jovens com ambições de mudar o mundo. Adimira-me como é que uma das melhores universidades da europa (Univ. técnica de Copenhaga) que está bem mais avançada que as nossas ofereça estas condições.

Enfim peço desculpa pelo tópico mas ao ler estes vossos comentários achei por bem contribuir com a minha angústia que creio ser partilhada por muita da massa cinzenta que como eu tem 22 anos, 1 canudo na mão e muita dificuldade em fazer algo pelo país!!!

Cumprimentos :shock: :shock: :shock:
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por artista_ » 27/5/2009 10:37

BULIM123 Escreveu:... Se é Uma pouca vergonha eu não sei; só sei que 5500 ou 6000 Euros em final de carreira é muito, apenas isso...


Isso por si só parece-me muito redutor, haverá com toda a certeza pessoas que merecem isso pelo que produziram e descontaram para o país...

Aqui revejo-me das palavras do EALM, "dividir par reinar"... o problema não é dos médicos, professores, juízes, etc, o problema quanto muito é dos maus profissionais de todas as profissões e sobretudo dos muitos que acumulam cargos não pelas suas competências mas por outras razões que já atrás referi...

Não nos podemos esquecer que há muitas pessoas que ganham bem mais do estes 5000 euros que fazem bem menos e contribuiem durante um periodo reduzido, estes sim são um grande problema, acumulam cargos polítios com outros em empresas públicas ou controladas pelo estado... 5000 mil euros para estes não é nada! as indemnizações que recebem são estes mesmos 5 mil euros multiplicados por 30 ou 40 vezes, isto só para mudarem de cargo, porque saiem daqui mas já sabem que vão para ali... no entanto conseguem por o "povo" uns contra os outros, a culpa é dos médicos, dos professores, dos juízes

abraços

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por MERCW125 » 27/5/2009 10:05

Caro amigo Afonso80, quando eu me referi que isto era uma pouca vergonha, estava a citar palavras de um Sr,(JOE) que noutras circunstâncias o disse e que fez uma revolução num certo banco da nossa praça, Se é Uma pouca vergonha eu não sei; só sei que 5500 ou 6000 Euros em final de carreira é muito, apenas isso. Não injuriei ninguém,(apenas perguntei será que os Portugueses aguentam isto) apenas retroqui que são reformas demasiado altas, para a situação em que nosso País se encontra.

Quanto a tavernas de que o sr fala, é ai que se sabem os "esquemas as verdades do País real"
Quanto aos atrasos, a situação da Justiça em Portugal, não faço comentarios, certamente é culpa de muita gente, menos dos atrasos dos Policias, que se fartam de trabalhar e são como sabe os correios dos tribunais, apresentam os detidos a horas nos tribunais, e depois vêem situações em que quando pessoas são notificados nem aparecem nos tribunais, mas os agentes de autoridade têm de lá estar, já não digo quando emigrantes que estão ilegais lhe passam TIR, sem qualquer morada certa, está é de rir, talvez certamente porque as prisões estão lotadas. O que me parece é que existe muita ineficácia da Justiça, certamente e ainda bem que o Sr Juiz luta contra isso e se esforça todos os dias, mas certamente, haverá muita coisa que terá de mudar no Código Penal e Código Processo Penal.
Por exemplo como se compreende que um agente de autoridade seja agredido, injuriado e o autor seja notificado para estar presente no outro dia, e depois lhe deia na telha e nem lá apareça.
"Isto é que é sofrer na pele" Qual a notivação desse Agente de Autoridade para continuar a exercer a sua missão? Provalvelmente nenhuma.
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por rmmrod » 27/5/2009 3:14

Afonso80 Escreveu:Richochet, fico contente por ver que nunca entrou num tribunal português. É bom sinal.


De facto tenho outras preferências relativamente a sítios onde gosto de estar.
Peço desculpa pelos erros de nomenclatura por não saber os nomes correctos das coisas, mas para o caso é-me indiferente o que as pessoas ligadas à justiça e não só, vestem.
O que quis dizer de importante foi quando referi a palavra circo, quando constato o circo mediático que envolve alguns julgamentos e que entendo que não devia existir nem devia ser permitido que existisse e que só serve para alguns se exibirem. Não favorece as decisões, não favorece as vítimas, não favorece os arguidos nem favorece a opinião pública que é bombardeada com notícias e comentários sobre assuntos que não conhece nem tem possibilidade de conhecer a não ser no fim.

Se V. Exa. nem sequer sabe...


Estamos num fórum de bolsa. Um fórum é um local de troca de ideias, de discussão e de aprendizagem. Não vejo ninguém aqui puxar por títulos académicos ou com tratamentos formais vénias e outras inutilidades. As pessoas aqui tratam-se por tu e não há nisso nada de especial. Noutras culturas também é assim que funciona mesmo no dia a dia. Respeito é uma coisa, formalismos desnecessários é outra e só servem para perder tempo já que neste local não servem para nada. Nessa medida, agradeço, mas dispenso o "V. Exa".


Ou seja, a pessoa que se senta naquele lugar não é o Afonso, o Manuel ou a Maria, é o Juiz, é o Procurador. Se ao longo de milhares de anos de aplicação do Direito, todos as civilizações sentiram necessidade de criar um traje para o exercício da função é porque lhe reconheceram alguma utilidade.


É discutível. É provavelmente uma questão filosófica. A justiça é exercida por pessoas e para as pessoas. O procurador não deixa de ser pessoa quando está no tribunal ou veste a beca e o juiz também não. Em todo o caso seria excelente que os problemas da justiça portuguesa se prendessem com questões desse tipo. Na minha óptica somos primeiro pessoas e só podemos ser outra coisa qualquer depois disso. Mas isso é o menos importante de tudo.

1. Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo.


Perfeito. Mas qual é o benefício e a justiça para esse povo, se a justiça ela própria demora eterninades para se tornar efectiva?

2. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados”.


Novamente perfeito. Mas onde é que os direitos e os interesses dos cidadãos ficam salvaguardados quando se tem a sensação que alguns cidadãos passam entre as gotas da chuva que é justiça e nunca lhes acontece nada com a desculpa de que houve erro processual, que foi cometido um erro ali, ou outro erro acolá? Não achas que já era tempo de acabar de vez com essa impunidade escandalosa de alguns, que por sinal são sempre os mesmos?

Quanto a algumas boçalidades proferidas por um ou outro interveniente neste fórum, mais adequadas a tabernas mal frequentadas:


Devo dizer-te que não frequento tavernas. Em todo o caso pareces bem informado sobre o que se discute por lá. Eu até julgava que já nem existiam.

- os magistrados não têm horário de trabalho, têm uma agenda com diligências marcadas;


É bom. Mas então não percebo porque é que vieste a correr acenar com as horas que dizes trabalhar. É que são coisas diferentes estar muitas horas num local de trabalho e fazer muita coisa durante essas horas.

- a casa onde vou jantar a correr é arrendada, a minha casa fica a 250km do tribunal onde trabalho;


Tal como disse, tens sorte. Há quem tenha muitos kms de distãncia entre uma coisa e outra.

- sei que há desemprego, salários e reformas de miséria, tenho familiares nessa situação;


Óptimo. Nunca te esqueças disso quando olhares para o teu recibo de ordenado. Em último caso pode dar-te um pouco de humanidade.

- uma vez que cheguei à magistratura apenas por sorte vou ver se para a próxima jogo os dados com mais fé a ver se consigo ser neurocirurgião, arquitecto de renome, físico na NASA ou professor em Harvard. Sim, se é só sorte ao menos vou sonhar em grande;


Caríssimo, aquilo que tu és, aquilo que tu fazes, tudo o que conseguires na vida, é uma resultante de um conjunto de circunstâncias. Só quis fazer-te descer à terra porque no teu post revelavas uma postura de superioridade como se fosses especial. Há muita gente especial Afonso, às vezes em pessoas que nem imaginamos. É óbvio que tens o teu mérito e não to quis nem quero tirar. Mas fez-te bem, como o EALM te diz, no segundo post já vieste conversar e com uma postura bem mais humilde. Fico satisfeito por isso.

- gosto muito do que faço;


Não foi isso que o teu post inicial deixou adivinhar, mas se é assim, óptimo. Desejo-te o maior sucesso e espero que possas contribuir para uma justiça minimamente decente em Portugal.

Cumprimentos
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por atomez » 27/5/2009 2:26

Pata-Hari Escreveu:Não há razão para que as pessoas que trabalham actualmente e descontam, estejam a sponsorizar um sistema que sabemos matematicamente não ser sustentável. Estão a descontar para uma espécie de fundo perdido do qual irão beneficiar bem pouco.

Nem isso.

Isso seria assim se o modelo de financiamento da segurança social fosse um modelo de poupança e capitalização. Mas não é. Actualmente os pagamentos que os trabalhadores e entidades patronais fazem à seg. social servem apenas para pagar aos reformados actuais.

Quando chegar a vez dos actuais trabalhadores passarem à reforma... espera-se que sejam os futuros trabalhadores a pagar essas reformas. Mas sabe-se lá, não há garantias de coisa nenhuma.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por EALM » 27/5/2009 1:57

Eu até gostei do segundo post do Afonso80. Se repararem foi bastante mais sensata, e explicou melhor algumas coisas. Adidicionalmente, manteve a calma e compostura. Gostei.

Agora caro forista Afonso80: repare bem nas respostas que teve... eu próprio partilho de muita coisa que lhe foi respondida (mantendo obviamente a educação). O que é que isto quer dizer ? Eu acho preocupante... mas não estou a dizer que a culpa é sua. O que eu penso é o seguinte: os governantes foram bem sucedidos em por-nos todos uns contra os outros. Dividir para reinar. Os maus são os professores, os maus são os juizes, os maus são os médicos, etc. E os salários servem para "acirrar" ainda mais as populações. Porque de facto, as diferenças são simplesmente estúpidas em muitos casos. E falo (eu e muita gente) nas diferenças - não nos valores absolutos.

Caro Afonso80, tem de olhar para o país à sua volta, e não ser tão peremptório em algumas afirmações... Olhe, pense um pouco como um engenheiro - eu nunca tenho a certeza de nada, só depois de vários testes é que posso afirmar com maior segurança, e mesmo assim já tive muitas surpresas. A LEI de Murphy é a minha melhor conselheira.
 
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por StRuTcH » 27/5/2009 1:32

Afonso80 Escreveu:(...)felizmente vivo num Estado democrático em que posso estar estar ligado à net às 2 da manhã a ler o fórum. Sim, amanhã de manhã tenho julgamentos, mas obrigado por se preocupar com as minhas horas de sono.(...)


Estava mais preocupado se amanhã estivessemos na mesma sala! :shock:
A sorte é que o amigo Afonso vem aqui fazer a psicanálise e ainda poupa uns trocos!

Bom... Vou beber uns canecos que amanhã o golf é só às 15h00... :mrgreen:
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por Afonso80 » 27/5/2009 0:55

Depois dos “mimos” com que tenho sido presenteado após a colocação do meu post cumpre-me dizer o seguinte:

“Eu não lhe admito” foi a expressão que resultou da profunda revolta que senti quando num post em que o autor BULIM123, depois de elencar o valor das reformas de vários juízes, procuradores e outros profissionais, escreve expressões (algumas delas em maiúsculas) como as seguintes: “Mais um roubo aos portugueses”, “Isto não pode continuar”, “Isto é uma pouca vergonha”.
Foi a reacção de alguém que, estando com a consciência perfeitamente tranquila quanto ao seu trabalho e que olhando à sua volta e vendo tantos colegas que se esforçam, achou injuriosas e totalmente despropositadas as expressões acima transcritas.

Sei bem o que uma grande parte da população portuguesa pensa e diz sobre os magistrados, mas sei também que essa grande maioria não faz a mínima ideia de como funciona o sistema judicial. O que sabe é o que vê nas televisões, lê nos jornais ou lhe é contado por alguém que teve contacto com os tribunais. E que quase sempre é uma visão distorcida ou muito focalizada. Mostra-se a árvore e esconde-se a floresta.

Em Portugal existirão menos de 4000 magistrados, repartidos entre duas magistraturas, a Judicial e a do Ministério Público.
Entre esses 4000 existem os excelentes, os bons, os suficientes, os medíocres e os maus. Tal como em todas as profissões. Ora, o que a maioria dos cidadãos pensa é que quase todos se incluirão nas duas últimas categorias, o que é uma enorme falsidade e uma profunda injustiça para a esmagadora maioria dos magistrados portugueses, honesta, bem preparada e trabalhadora.

Afirmam que não mereço o que ganho mas não sabem quanto é. Presumo que terão entendido que ganho os €5000 a que é feita referência pelo autor do primeiro post. Pois, não ganho esse valor. Os valores aí referidos dizem respeito a magistrados no topo da carreira, juízes no Supremo Tribunal de Justiça (são cerca de 70 juízes) e procuradores no STJ e nos Tribunais da Relação (menos de 50 procuradores). Não tenho que dizer quanto ganho, mas asseguro que não ganho €5000 e que poderei até nunca lá chegar. Um magistrado em início de carreira ganha menos de €3000 e um magistrado no topo da carreira num tribunal superior ganhará algo na ordem dos €5000.
Quanto às reformas, entendo que alguém que ao longo da carreira contributiva descontou algumas centenas de milhar de euros tem direito a uma receber uma reforma superior a alguém que descontou bastante menos.

Todos magistrados são sujeitos a várias inspecções periódicas ao longo da sua carreira. Os juízes são obrigatoriamente inspeccionados ao fim do primeiro ano de serviço efectivo. Um magistrado que tenha uma nota de Suficiente numa inspecção é imediatamente sujeito a processo disciplinar. Todos os anos são instaurados algumas dezenas de processos disciplinares, felizmente poucos, sendo as penas mais graves a aposentação compulsiva e a demissão. Ao contrário do que muitos pensarão já vários magistrados foram expulsos.

Há muita coisa mal no mundo da Justiça. Há processos que prescrevem. Há muitos atrasos. Há decisões erradas. Mas há muita coisa boa, há milhares de processos que todos os dias têm o seu fim normal, arguidos que são bem absolvidos, arguidos que são bem condenados, litígios que são decididos de forma justa e célere. Os tribunais não existem só em Lisboa, Sintra, Porto e Gaia e tantos outros sítios onde todos os dias entram processos às dezenas, centenas. Há tribunais em Torre de Moncorvo, Penacova, Redondo, Santa Cruz das Flores e outras dezenas de comarcas onde os processos se resolvem em poucos meses.
Claro que os milhares e milhares de processos que findam de forma célere e correcta nunca são notícia.

As causas do que funciona mal são as mais diversas. É responsabilidade dos magistrados, dos advogados e dos funcionários que não fazem o que podiam e deviam, é responsabilidade dos cidadãos que não cumprem as ordens dos tribunais, das testemunhas que mentem, dos arguidos que não pagam as multas, dos arguidos que estão em paradeiro incerto, das leis aprovadas pelo Governo e pela Assembleia da República que criam um sistema ultra burocrático, dos atrasos das polícias, gabinetes médico-legais, segurança social, dos processos com 20 arguidos e 200 mil páginas. Acho que para uma primeira impressão basta.

“Togas ridículas e carapinhas medievais”
Richochet, fico contente por ver que nunca entrou num tribunal português. É bom sinal. Com efeito, se já tivesse entrado, saberia que em Portugal os magistrados estão de cabeça totalmente descoberta e há algumas décadas ou séculos que não usam cabeleira. Aliás, se alguma vez a usaram, terá sido no século XVIII, quando era moda por toda a Europa.
Como vê, afinal eu tinha razão quando dizia que não se deve falar do que não se sabe. Se V. Exa. nem sequer sabe se os magistrados portugueses usam cabeleira ou não, não pode saber minimamente como funciona um tribunal, o que é um processo judicial, o que fazem os magistrados, os advogados ou os funcionários.
O traje profissional dos magistrados chama-se beca (a toga é utilizada pelos advogados) e tem uma razão de existir. Aliás, se não sabe, eu digo-lhe. Em todos os países do mundo (confesso que posso estar equivocado quanto aos costumes das tribos aborígenes e outras culturas mais desconhecidas) os magistrados envergam um traje especial, não é uma invenção lusa. Os norte-americanos, os sul-americanos, os europeus, os africanos, os asiáticos, todos usam beca ou equivalente. Porquê? Já se escreveram livros e ensaios sobre o assunto, mas em síntese é porque o traje representa a função que se desempenha. Ou seja, a pessoa que se senta naquele lugar não é o Afonso, o Manuel ou a Maria, é o Juiz, é o Procurador. Se ao longo de milhares de anos de aplicação do Direito, todos as civilizações sentiram necessidade de criar um traje para o exercício da função é porque lhe reconheceram alguma utilidade.

Não me vou alongar muito mais, mas não posso deixar de referir o que diz o artigo 202.º da Constituição da República Portuguesa:
“Função jurisdicional
1. Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo.
2. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados”.

Os tribunais não são repartições públicas, não são extensões do Ministério da Justiça. Os tribunais são um órgão de soberania a par com o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo.

Para além disso, dispõe o n.º 2 do artigo 205.º da CRP:
“As decisões dos tribunais são obrigatórias para todas as entidades públicas e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades”.
É disto que falo quando refiro a responsabilidade, não é o exercício mesquinho do poder e da autoridade que tantos pensam.

Quanto a algumas boçalidades proferidas por um ou outro interveniente neste fórum, mais adequadas a tabernas mal frequentadas:
- os magistrados não têm horário de trabalho, têm uma agenda com diligências marcadas;
- a casa onde vou jantar a correr é arrendada, a minha casa fica a 250km do tribunal onde trabalho;
- sei que há desemprego, salários e reformas de miséria, tenho familiares nessa situação;
- uma vez que cheguei à magistratura apenas por sorte vou ver se para a próxima jogo os dados com mais fé a ver se consigo ser neurocirurgião, arquitecto de renome, físico na NASA ou professor em Harvard. Sim, se é só sorte ao menos vou sonhar em grande;
- gosto muito do que faço;
- felizmente vivo num Estado democrático em que posso estar estar ligado à net às 2 da manhã a ler o fórum. Sim, amanhã de manhã tenho julgamentos, mas obrigado por se preocupar com as minhas horas de sono.

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por MERCW125 » 26/5/2009 23:24

Pata-Hari Escreveu:O grave problema é que simplesmente o bolo não chega para todos e aquilo que os que descontam descontam, não chega para pagar aos que recebem e sobrar para eles próprios. E tanto mais grave é quanto maior o número de "beneficiados" relativos. Ou se arranja um vírus e para dar cabo de todos os velhos e o pessoal em pré-reforma, ou o milagre não vai mesmo acontecer. E isso parece-me injusto. Não há razão para que as pessoas que trabalham actualmente e descontam, estejam a sponsorizar um sistema que sabemos matematicamente não ser sustentável. Estão a descontar para uma espécie de fundo perdido do qual irão beneficiar bem pouco.

Adicionalmente, acho extremamente grave que gente que contribuiu a vida toda e fez descontos, tenha pensões inferiores a quem não trabalha e não tem descontos.


Concordo plenamente contigo e o grave problema é esse, quando as fatias do bolo acabarem.

Pata-Hari o que os ultimos governos têm feito o que é???
Tem sido cortar as fatias do bolo mais pequenas e porque, cada vez existem mais pessoas de volta do bolo, mas quando chegar a altura que exista só uma fatia, ela não fica no prato, ou seja adem se matar uns aos outros para a ter.

Esta é que é a realidade, e não é preciso vir aqui explicar com palavras caras estas coisas, nem vale a pena vir tapar o Sol com a peneira, porque é mesmo assim amigos, e depois ainda vêm com bodes espiatorios de que existem falsas baixas e coisas do genero( é claro que existe mas não é ai que o dinheiro se evapora), toda a gente sabe mas ninguém se importa só quando lhes faltar em casa e que olham, e mim felizmente que ainda chega, pois ainda tenho a orta e o gado para tomar conta ao fim de semana.
Pois felizmente que para matar galinhas não é preciso licenças e ir para matadouros e não dava à conta, e assim pelo menos sou feliz com os amigos ao fim de semana e falamos destas coisas.

Desculpem o desabafo dos Petiscos, mas quando me reformar talvez façamos la um almoço do caldeirão com frangos grelhados. :mrgreen: :mrgreen:
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por MERCW125 » 26/5/2009 23:10

Afonso80 Escreveu:Não costumo colocar posts nem responder, mas desta vez vi-me forçado a dizer algo.

É impressionante como tanta gente fala do que não sabe. A sanha e a inveja que demonstram contra uma classe profissional na qual me incluo, a dos magistrados, é especialmente doentia. É fácil, a justiça está mal, logo os culpados só podem ser os juízes e os procuradores.

Escrevo especialmente para o autor deste tema, que se limitou a fazer link do mail que recebeu de um amigo e que o colocou aqui acriticamente, indignado, revoltado com os privilegiados do regime.
É tão fácil fazer forward de tudo o que nos enche a caixa do correio, não é? Tentar saber um pouco mais sobre os assuntos e pensar sobre eles custa, não custa?

Fique sabendo que chego ao tribunal entre as 9 e as 10, almoço em 45 minutos, trabalho até às 20, venho jantar a casa e volto para o tribunal onde fico muitas vezes até às 1, 2, 3 da manhã.
Por isso não lhe admito, nem admito a ninguém neste mundo que me acuse de não trabalhar ou que diga que não mereço o que ganho.

Faz ideia do que os meus pais tiveram de trabalhar para me pôr na faculdade?
Faz ideia do quanto tive de estudar?
Faz ideia do que custa entrar no Centro de Estudos Judiciários?
Faz ideia do que é ter de estudar constantemente e trabalhar com Códigos e legislação que estão continuamente em alteração?

Faz ideia da responsabilidade que significa deduzir uma acusação, arquivar um processo, colocar alguém em prisão preventiva, julgar uma pessoa, condená-la a uma pena de prisão, decidir processos de milhares de euros que podem representar as poupanças de toda a vida de uma pessoa ou retirar uma criança à família e decretar uma adopção?

Faz ideia da pressão constante ou o que é ter arguidos e familiares de arguidos que nos ameaçam e ameaçam as nossas famílias?
Sabe quais são as condições da maioria dos tribunais portugueses? Sabe que há tribunais onde chove, tribunais que são frigoríficos no Inverno e saunas no Verão?

Sabe o que é levar o trabalho para casa, na pasta e na cabeça? Sabe como é a angústia de decidir? Sabe o que é mexer com a liberdade de uma pessoa, com o seu património?
Sabe o que é sofrer com os dramas da vida dos outros? Sabe o que é ter à nossa frente uma criança que foi vítima de abuso sexual ou uma mulher que foi violada?

Sabe o que é só poder gozar os 25 dias de férias a que tenho direito no período de férias judiciais?
Sabe o que é andar durante 3, 4, 5, 10 anos fora de casa, longe da família?
Sabe que estou proibido pelo meu Estatuto de ter qualquer outra profissão? Sim, proibido.

Artigo 13.º do Estatuto dos Magistrados Judiciais
"Incompatibilidades
1 - Os magistrados judiciais, excepto os aposentados e os que se encontrem na situação de licença sem vencimento de longa duração, não podem desempenhar qualquer outra função pública ou privada de natureza profissional, salvo as funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica, não remuneradas, e ainda funções directivas em organizações sindicais da magistratura judicial.
2 - O exercício de funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica carece de autorização do Conselho Superior da Magistratura e não pode envolver prejuízo para o serviço".


Artigo 81.º do Estatuto do Ministério Público
"Incompatibilidades
1 - É incompatível com o desempenho do cargo de magistrado do Ministério Público o exercício de qualquer outra função pública ou privada de índole profissional, salvo funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica ou funções directivas em organizações representativas da magistratura do Ministério Público.
2 - O exercício de funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica pode ser autorizado, desde que não remunerado e sem prejuízo para o serviço".

A nossa profissão tem o mesmo mérito que as outras, mas a responsabilidade é muito maior.

Sim, tenho um bom ordenado. Mas mereço-o.
E pelo que desconto todos os meses (não imagina quanto) espero ter uma boa reforma.



[/i]


Boa noite, qual o meu espanto quando cheguei agora, e vi que o post que tinha colocado, ja tem imensas polemicas.

Objectivo foi apenas chamar a atenção para o banquete que se tem feito desde há cerca de 35 anos até esta parte.

O sr Dr. Juiz, acredito que tenha feito, ele e os seus Pais um enorme esforço para conseguir os seus estudos, e acredito sinceramente que trabalhe até algumas horas de borla para o erário público.

Agor digo-lhe, e o sr, sabe, qunado diz que não admite que ninguem lhe diga se ganha demais, Eu respondo-lhe que já estamos em democracia há 35 anos, as opiniões saõ livres. E também lhe digo que o sr faz uma serie de perguntas e eu não lhe vou responder a nenhuma porque não estou numa sala de tribunal.

E por fim são este tipo de topicos que fazem vir mais pessoas para este forum. Pois chamanos para ver o País real.

E já agora quando o desemprego depois do verão atingir os 11,5% a caminho dos 12% ou 13% e muita gente passar fome alias porque a crise anda mascarada e ainda não chegamos ao fim eu quero ver.

Boa noite e muito obrigado.
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por Woodhare » 26/5/2009 17:57

rmachado Escreveu:E uma medida tão simples como aumentar o ordenado minimo para digamos 600-700 Euros devia ser mais catalisador da economia que qq outro factor. Por alguma razão quase todos os paises Europeus do nosso campeonato tem o mesmo mais alto.


O único efeito que se conhece ao salário mínimo é aumentar o desemprego juvenil e penalizar a mão-de-obra não especializada. O efeito no combate à pobreza é zero e não é difícil perceber porquê.
Os países que têm salário mínimo elevado também têm salários médios superiores que permitem isso e os países que não têm salário mínimo não perderam nada por isso.
Esta é mais uma das ideias que se cultivam na nossa sociedade que existe uma saída fácil para o nosso problema.
Outras ideias do género incluem, “a despenalização do aborto”, “zelo fiscal”, “inflação dos resultados escolares”, etc...
Uma pessoa pode vestir-se como o Ronaldo, ser até fisicamente parecida com ele, mas só se jogar da mesma maneira é que se torna o melhor jogador do mundo.
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por artista_ » 26/5/2009 17:45

RicHochet Escreveu:Os professores não só não estão mal pagos como não estão na média de coisa nenhuma.


Quando referi o termo "média" não o estava a considerar no sentido literal, era mais uma coisa do tipo "tendo em conta as funções e habilitações exigidas" o ordenado que auferem pode ser considerado justo em função da média dos vencimentos dos portugueses...

Depois há que considerar uma série de situações diferentes que tornam esta análise mais complicada... É muito diferente a situação de um professor que se está a reformar agora, ou que está perto de lá chegar, de outro que está a meio da carreira... por sua vez estas duas situações são muito diferentes de quem está a começar agora ou começou há menos de 5 anos! Obviamente que as espectativas dos últimos são bem piores do que as dos primeiros!

[quote="RicHochet"]
O que os professores estão é muito mal tratados e desautorizados.
[quote]

Pois, disso penso que ninguém tem muitas dúvidas... infelizmente não são só os próprios que sofrem as consequências disto!!

abraço

artista

PS: Mas não quero mais falar disto... não tarda muito está ai o Marco a dizer que consegui transformar mais um tópico no "dos professores" :oops:
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por rmmrod » 26/5/2009 15:55

artista Escreveu:
Eu por exemplo, acho que um professor é mal pago, no entanto no contexto do país estará na média...


Artista, eu não queria falar dos professores até porque não sendo professor o assunto toca-me por razões familiares, mas não posso concordar contigo.
Os professores não só não estão mal pagos como não estão na média de coisa nenhuma.
O que os professores estão é muito mal tratados e desautorizados.

Cada um tenderá a pensar que o seu trabalho é muito complicado...


Nisso tens razão. Já vi disso em muito lado e sem razão nenhuma para que tal aconteça, mas no caso da justiça em concreto, não passam de um grupo de engravatadinhos, gente muito fina e sofisticada que fala muito bem e que acha que é mais importante que os outros ao ponto de continuarem em pleno século XXI a usar aquelas togas ridiculas e as carapinhas medievais como se os tribunais fossem circos para eles se exibirem. E a exibição continua à porta dos mesmos tribunais, com a comunicação social e eles, e o circo e eles e a comunicação social e eles e eles e eles.
Não é uma toga e uma carapinha na cabeça que dá prestígio e valor a um homem a um poder ou a uma instituição. É preciso um bocadinho mais que isso. E até à data, só vejo muito dinheiro gasto pelo Estado para muito pouco resultado.

Cumprimentos
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por habanero04 » 26/5/2009 14:16

artista Escreveu:É sempre difícil perceber o que é justo cada um ganhar, obviamente que nem todos podem ganhar o mesmo, e para isto deve concorrer muita coisa, no final iremos sempre dar à competência para ocupar o cargo mas antes disso parece-me que todos concordam que haverá trabalhos que devem ser mais bem pagos que outros... o problema está no estabelecimento destas diferenças, será que estão desajustadas? provavelmente sim, no entanto dificilmente seriam justas para todos, dificilmente todos se reveriam nas mesmas...


Isso faz parte da natureza humana, quanto mais tem mais quer... além disso, a maior parte é invejosa e quer mostrar que tem mais que o vizinho do lado... é por isto que andam por aí muitos entalados que até ganham muito bem mas vivem muito acima das possibilidades, esses são os que não se sabem governar...

Cada um tenderá a pensar que o seu trabalho é muito complicado, penso que os outros não deverão cair na tentação de dizer que não merecem sem conhecer bem a carreira em questão... acho que o único argumento válido, nestes casos, é mesmo o das diferenças salariais incomportáveis para o nosso país!


Essas diferenças salariais são um dos principais problemas em Portugal. Se eu ganho X e um gajo que trabalha perto de mim ganha X a multiplicar por N, então esse caramelo que trabalhe que não me pagam o suficiente para me andar a preocupar, isto é o que infelizmente se passa hoje em dia na maioria das empresas. Ainda vão enganando quem acabou o curso e ingressa no mercado de trabalho, mas passado uns anos os trabalhadores abrem os olhos e vêem que as coisas não são como pensavam e não vale a pena o esforço se quem acaba por ser recompensado é quem está mais acima na hierarquia e já recebe do bom ou tem uma cunha das grandes.

Eu por exemplo, acho que um professor é mal pago, no entanto no contexto do país estará na média, ou seja, provavelmente é mal pago em relação a muitos, mas pelo menos tem um vencimento minimamente decente, coisa que muita gente não tem...

Eu sinceramente o que acho verdadeiramente mau, que mina a produtividade e a credibilidade do país, são os tachos, os empregos para pessoas cuja única competência é terem o cartão de um partido ou serem amigos deste ou daquele...


Isso é uma grande verdade. Eu não sou professor mas acho que quem o é e exerce a sua actividade com brio profissional e tem realmente jeito para ensinar, e o faz porque quer mesmo transmitir os conhecimentos aos alunos, esses sou da opinião que são na realidade muito mal pagos. Tenho alguns amigos professores e sei bem o trabalho extra que têm depois de irem para casa. Os outros que não têm vocação que me desculpem mas não merecem, embora perceba que seja uma saída profissional como outra qualquer para quem necessita de ter algum na conta no final do mês.

Quanto aos compadrios e amiguismos, cunhas e afins, infelizmente isso é o que se vê mais por aí.

O que me preocupa também bastante quanto às diferenças salariais, nomeadamente as pensões de reforma, é o existirem hoje em Portugal mais do que 2 milhões de pessoas a viverem no limiar da pobreza. Isso é triste e deveria ser um problema a erradicar a curto prazo. Porque razão uns hão-de receber milhões que até podem trocar de carro topo de gama todos os meses, enquanto outros não têm quase para o básico, habitação, alimentação, saúde e qualquer coisa para vestir? Nos dias de hoje isto é incompreensivel.
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por artista_ » 26/5/2009 12:28

É sempre difícil perceber o que é justo cada um ganhar, obviamente que nem todos podem ganhar o mesmo, e para isto deve concorrer muita coisa, no final iremos sempre dar à competência para ocupar o cargo mas antes disso parece-me que todos concordam que haverá trabalhos que devem ser mais bem pagos que outros... o problema está no estabelecimento destas diferenças, será que estão desajustadas? provavelmente sim, no entanto dificilmente seriam justas para todos, dificilmente todos se reveriam nas mesmas...

Cada um tenderá a pensar que o seu trabalho é muito complicado, penso que os outros não deverão cair na tentação de dizer que não merecem sem conhecer bem a carreira em questão... acho que o único argumento válido, nestes casos, é mesmo o das diferenças salariais incomportáveis para o nosso país!

Eu por exemplo, acho que um professor é mal pago, no entanto no contexto do país estará na média, ou seja, provavelmente é mal pago em relação a muitos, mas pelo menos tem um vencimento minimamente decente, coisa que muita gente não tem...

Eu sinceramente o que acho verdadeiramente mau, que mina a produtividade e a credibilidade do país, são os tachos, os empregos para pessoas cuja única competência é terem o cartão de um partido ou serem amigos deste ou daquele...

Abraços

artista
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por habanero04 » 26/5/2009 10:20

Muito bem, RicHochet. Dedo muito bem colocado na ferida... :clap:
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Uma resposta merecida

por rmmrod » 26/5/2009 1:12

Afonso80 Escreveu:Não costumo colocar posts nem responder, mas desta vez vi-me forçado a dizer algo.


Eu também raramente coloco posts, mas desta vez também me vi na necessidade de dizer algo.

É impressionante como tanta gente fala do que não sabe. A sanha e a inveja que demonstram contra uma classe profissional na qual me incluo, a dos magistrados, é especialmente doentia. É fácil, a justiça está mal, logo os culpados só podem ser os juízes e os procuradores.


É muito fácil achar e dizer que quando alguém emite uma opinião sobre algo que considera injusto, não sabe do que está a falar nem percebe nada do assunto. O argumento é interessante mas é pobrezinho.
A palavra inveja é também descabida neste caso. Acho que podes comer e defecar ouro se achas que isso te faz feliz, que pessoalmente estou-me nas tintas. Não é o que tu e os da tua laia ganham que está em causa. Mas sim o que produzem versus a capacidade que o país tem de suportar esses custos. E é demasiado claro para um número alargado de pesssoas, que os magistrados produzem muito pouco e ganham demasiado.

Fique sabendo que chego ao tribunal entre as 9 e as 10, almoço em 45 minutos, trabalho até às 20, venho jantar a casa e volto para o tribunal onde fico muitas vezes até às 1, 2, 3 da manhã.


Conta lá outra história que esta está mal contada. Se chegas entre as 9 e as 10 significa que chegas quando te apetece, caso contrário eras mais rigoroso a entrar. Há quem se levante todos os dias às 5 horas da manhã para ir trabalhar e se chegar atrasado é-lhe descontado no ordenado.
Acresce que se vais jantar a casa, é sinal que não trabalhas longe de casa caso contrário não o poderias fazer. Tens sorte. Há pessoas que perdem mais de 4 horas por dia de casa para o trabalho e do trabalho para casa, ganham muito menos do que tu e não se queixam.

Por isso não lhe admito, nem admito a ninguém neste mundo que me acuse de não trabalhar ou que diga que não mereço o que ganho.


O que tu admites ou não admites é problema teu. Neste país a justiça é das piores porcarias que temos. Os julgamentos demoram anos a fio, e é quando há julgamentos. Os casos são por demais conhecidos. Isso só pode significar uma coisa - que andam todos a engonhar e não merecem o que ganham.

Faz ideia do que os meus pais tiveram de trabalhar para me pôr na faculdade?


Isso podes guardar para a tua biografia. Ficas no entanto a saber que não foram os únicos. E não te esqueças que houve muita gente que nem com sascrifícios conseguiu pôr os filhos na faculdade. Mai uma vez, tiveste sorte. Não te queixes.

Faz ideia do quanto tive de estudar?


Faço. Mas é mais uma coisa que podes guardar para a tua biografia. Não foste o único no entanto...

Faz ideia do que custa entrar no Centro de Estudos Judiciários?


Tens uma grande auto estima, há quem diga que isso é bom. Relembro-te que também não foste o único a entrar para o CEF. Queres que isso faça de ti um tipo especial? Parabéns. Adiante...

Faz ideia do que é ter de estudar constantemente e trabalhar com Códigos e legislação que estão continuamente em alteração?


Médicos, professores, cientistas, engenheiros, técnicos e outros que agora não me ocorre, padecem do mesmo problema. Tens sorte. Devias estar caladinho.

Faz ideia da responsabilidade que significa deduzir uma acusação, arquivar um processo, colocar alguém em prisão preventiva, julgar uma pessoa, condená-la a uma pena de prisão, decidir processos de milhares de euros que podem representar as poupanças de toda a vida de uma pessoa ou retirar uma criança à família e decretar uma adopção?


Deves achar-te o máximo. Não foi essa a vida que escolheste? E nas outras profissões não existe tanta ou maior responsabilidade?

Faz ideia da pressão constante ou o que é ter arguidos e familiares de arguidos que nos ameaçam e ameaçam as nossas famílias?


Não te preocupes, são mais as vozes que as nozes. Vives num país de brandos costumes e felizmente para ti os grupos revolucionários armados já passaram à história há muito tempo. Não me vais dizer que precisas que o Estado te dê um carro blindado pois não? Vê lá. Se for caso disso, não te acanhes.

Sabe quais são as condições da maioria dos tribunais portugueses? Sabe que há tribunais onde chove, tribunais que são frigoríficos no Inverno e saunas no Verão?


Ai coitado.... por acaso já entraste numa oficina? Alguma vês leste um livro do Soeiro Pereira Gomes intitulado Esteiros?
Devias estar calado e ter vergonha.


Sabe o que é levar o trabalho para casa, na pasta e na cabeça?


Sei. E mais uma vez devias estar calado. Há quem queira trabalhar e nem em casa nem fora dela. Meio milhão de desempregados em Portugal diz-te alguma coisa?


Sabe como é a angústia de decidir?


Sei. A vida é feita de decisões.
Se te sentes assim tão angustiado por teres de as tomar, devias ter escolhido outra profissão. Ou talvez nem estejas preparado para a vida.


Sabe o que é mexer com a liberdade de uma pessoa, com o seu património?
Sabe o que é sofrer com os dramas da vida dos outros? Sabe o que é ter à nossa frente uma criança que foi vítima de abuso sexual ou uma mulher que foi violada?


És um sofredor de facto. Coitadinho...

Sabe o que é só poder gozar os 25 dias de férias a que tenho direito no período de férias judiciais?


Mais uma vez deves andar a dormir. Deve ser perseguição. Quantos e quantos têm as férias condicionadas no tempo e na duração. E tens sorte em poderes gozar 25 dias de rajada. Conheço empresas que não dão mais que 15 e é se queres.


Sabe o que é andar durante 3, 4, 5, 10 anos fora de casa, longe da família?


Mas qual é o teu problema? Alguém te obrigou a ser o que és?

Sabe que estou proibido pelo meu Estatuto de ter qualquer outra profissão? Sim, proibido.


Coitadinho... Se a justiça sem vocês poderem ter outras actividades já demora o tempo que demora, imagino que se não fosse assim, ia demorar décadas, talvez séculos. Sim que 7000 ou mais euros por um parecerzito sempre rende mais que essa chatice dos tribunais.


A nossa profissão tem o mesmo mérito que as outras, mas a responsabilidade é muito maior.


Tens razão. Nas outras profissões não há responsabilidade nenhuma. Isso é um exclusivo da tua. Só contaram para ti, certo?

Sim, tenho um bom ordenado. Mas mereço-o.
E pelo que desconto todos os meses (não imagina quanto) espero ter uma boa reforma.


Não, não o mereces. És apenas um tipo com sorte. Muita sorte.


Cumprimentos

[/quote]
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por Semitela » 25/5/2009 22:25

Fica aqui um texto que encontrei na net em pdf mas que decidi expor aqui de forma directa para mais facil visualização :

Os milhoes gastos nas companhas eleitorias dão me vontade de vomitar em cima desses senhores :evil:

Vejam alguns exemplos daquilo que se passa num país da UE


Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 07/02/2008 23:38
_____________________________________
Eu tenho que falar senão rebento.

Então é assim:



O meu marido fez 65 Anos em Outubro passado. Como metódico que é, foi apelar para a sua reforma, com
antecedência antes da data do seu 65º Aniversário.

Entretanto, com uma simulação feita na SS, atribuíram-lhe uma reforma de uns míseros 200 e tal Euros porque ele caiu na
asneira de ser honesto e dizer a verdade quando lhe perguntaram se ele recebia alguma reforma de qualquer outro País
aonde tivesse trabalhado e feito descontos, ao que ele afirmou que sim. Bem, dizia ele; atendendo que só descontei 10
Anos neste País (PORTUGAL) e como o ESTADO CÁ me ROUBA na reforma de CÁ porque trabalhei, suei e descontei
NOUTRO PAÍS e recebo o que me é devido, desse País, 200 e tal Euros desta reforma Portuguesa ajudam a pagar o
nosso tabaco mensal.



Ficou desiludido com o montante que lhe atribuíam porque entendia e bem que o que recebia de reforma dos Estados
Unidos pelos Anos que lá trabalhou e descontou, e bem, eram SÓ dele e que nada tinha a ver com o LADRÃO do Estado
Português ao ponto de o roubarem descaradamente designando este roubo de "Acordo Luso Americano".



Os meses passaram-se bem à moda Portuguesa sem qualquer reforma chegar às mãos dele até que eis que a semana
passada recebe uma carta da SS a dizer que ao abrigo da nova Lei, blá, blá, blá, de Maio de 2007 só lhe pagarariam
30% da reforma estipulada anteriormente e a que ele teria direito não fosse esta nova Lei que, os que estavam
reformados até Junho de 2007, safavam-se e os que se reformassem após Junho de 2007, levavam a machadada (caso
do meu marido que é de Outubro de 2007)e eis que a sua reforma (ainda não recebida como normalmente funciona a
SS TUGA) irá ser uma gorjeta no valor de 87€ por 10 Anos de descontos suados!!!



Agora, pergunto eu:

Como é que é possível uma Lei que beneficia quem NUNCA trabalhou, portanto que nunca fez descontos para a SS,
atribuindo-lhe uma reforma de mais de 200€ Mensais, e ROUBA descaradamente a quem tem 10 Anos de descontos,
para lhe dar uma gorjeta de 87€?????!!!

Como é que é possível depois das subidas de inflação através dos Anos, ganhar-se ainda menos que anteriormente
quando a inflação era ainda menor?

Por acaso o meu marido tem uma reforma (curta) dos Estados Unidos mas, e os de cá, que tenham poucos descontos
e que usufruem da Lei do Ano em que o meu marido trabalhou que vão receber uma miséria de 80 e tal Euros?

Será que essas pessoas não vão passar fome?

Afinal, já no tempo do Salazar, ele dizia que o seu povo sobrevivia com um pão e uma sardinha mas, e agora? Os
idosos, com o custo de vida como está, sobrevivem com quê?



Agora começo a entender porque razão cada vez mais se vêm mais e mais mendigos.

A nossa Sociedade está, cada vez mais, no limiar da pobreza. :evil: :evil: :evil:



Leo
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por LwFlashPt - 09/02/2008 11:21
_____________________________________
É o que eu digo:

No tempo do Fascismo alimentavamos um Lobo, agora na Democracia alimentamos uma Alcateia e o pior é que estão
sempre a aparecer Lobinhos.
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 10/02/2008 11:58
_____________________________________
Vamos lá a ver se é desta vez que consigo responder! :evil: Já escrevi este texto 3 vezes (até que o guardei! 8) ) e
quando o vou para colocar, aparece uma mensagem "marada" e vai tudo ao ar! :-x



E dizia eu que não é preciso passar pelas coisas para sabermos que elas existem (embora para muita gente passar por
elas seja a única maneira de contactarem com a realidade).



Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
Eu tenho uma avó com 80 anos que recebe 2 reformas; uma da PSP (do meu falecido avô) e outra que, para ter direito a
ela, teve que aos 50 anos ir "servir a dias" (a SS lá achou que 18 anos a cuidar de crianças não chegava 8) ). Não sei ao
certo quanto dão as duas reformas, mas não chega ao ordenado mínimo nacional (mt mais do que recebem outros idosos
por ai!). Ora se contarmos que os nossos velhos têm as mesmas despesas que nós para pagar (água, luz, telefone,
gas, esgotos, passes sociais, etc...) acrescidas de todas as outras inerentes à sua saúde e a uma vida inteira de
trabalho (consultas médicas, exames, análises, medicamentos, fisioterapias, etc...), a coisa começa a ficar
definitivamente mt curta! 8)



Ainda por cima foram-lhe retiradas todas as regalias de saúde que o meu avô demorou uma vida a adquirir! Eu sou da
opinião que todos os portugueses deveriam ter direito a saúde e educação dignas mas parece que o nosso estado não
compartilha da mesma opinião; em vez de uniformizar dando a todos o mesmo que alguns já tinham adquirido, nao!
Retiram aos que já as tinham adquirido. 8)



Mas mesmo ao "lado" da minha avó, tenho um caso dum irmão dela que também tem duas reformas; trabalhou uma vida
no luxemburgo e de lá conseguiu trazer uma reforma justa e que o sustenta a ele e à minha tia (com cancro). A reforma
que conseguiu cá (pelo tempo que ainda cá chegou a trabalhar) é uma miséria (e como não fumam) que nem para o
tabaco chega! 8)



Mas as histórias são "n"! No centro de dia onde, uma vez por outra, a minha avó vai "laurear a pevide", existem casos de
idosos que, depois de trabalharem uma vida inteira (e a descontar!) a miséria da reforma que recebem não chega nem
para pagar o lar.... É uma tristeza muito triste... :(



E coisas destas existem pelo nosso país fora! E casos ainda piores!



Estamos num país de hipócritas e de gente que nada mais vê além do seu humbigo!



Estamos no país dos extremos; grandes reformas provenientes de míseros descontos e míseras reformas provenientes
de grandes descontos. Injustiças "bailam" por aí sem que nada nem ninguém acabe com elas.



Enquanto a nossa cama estiver quentinha, não nos lembramos de todos aqueles que nem um tecto têm! Enquanto a
nossa carteira tiver algum dinheiro, não saberemos a falta que há nas dos outros! Enquanto o nosso estômago estiver
aconchegadinho, nem imaginaremos os bebés que nem leite têm para beber... Este é o Portugal que temos hoje! É o
Portugal que temos deixado que venham a construir como bem entendem...



Temos um país onde nenhum apoio é dado aos nossos "antes" e aos nossos "depois"! Andamos a trabalhar feitos
parvos para conseguir algo para os nossos filhos e "esquecemo-nos" deles nos infantários e escolas. Quando
chegamos a velhos nada temos.... e os nossos filhos andam a trabalhar feitos parvos para conseguir algo para os seus
filhos.... e andamos neste ciclo vicioseo em que são sempre os mesmos a ganhar!



Não valorizamos coisas como "Família", como "palavra de honra"; os nossos filhos nem sabem de que se trata! Nós nem
tempo temos para lhes passar esses ideais (se é que ainda os temos!) de tão atarefados que andamos a trabalhar pelo
bendito do dinheiro. Formamos seres incapases de coisas como "solidariedade" ou "compaixão" ou ainda "partilha"... :(



Como poderemos querer que os nossos velhos sejam mais válidos nesta sociedade??? Como queremos nós que eles
"sobrevivam"?´



É uma vergonha!:evil:



Mas continuamos a revoltar-nos para o lado errado! Enquanto andamos entretidos a mandar vir uns com os outros, ha
uns quantos (a que, nestes moldes, ninguém chega!) que se vão "enchendo" às nossas custas e que até vão "tirando
casquinha" com a nossa cara.:(



E não me vou alongar mais que ainda me chamam "nomes"....



Para concluir, só posso lamentar o que aconteceu com o seu marido, Leo e esperar que, ainda assim, tudo vá correndo
pelo melhor...:-|
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por su - 13/02/2008 20:50
_____________________________________
Uma amiga dos meus pais, tem uma situação também desagradável:



Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
A empresa onde trabalhava está com problemas financeiros, e por isso foi despedida.

Quando foi recorrer ao fundo de desemprego, a resposta foi negativa, alegando que o marido tinha rendimentos
elevados e por isso ela não tinha direito ao fundo de desemprego...está mal, claro que está. Então a senhora habituada
a ter o "seu dinheirinho" para comprar o que bem entende, passou a depender do "dinheiro do marido", para ir comprar
umas cenouras ou beber um café.



É inadmissível, que ao fim de 40 anos a descontar...uma pessoa não tenha direito aos mínimos.
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 13/02/2008 21:57
_____________________________________
su escreveu:

Uma amiga dos meus pais, tem uma situação também desagradável:



A empresa onde trabalhava está com problemas financeiros, e por isso foi despedida.

Quando foi recorrer ao fundo de desemprego, a resposta foi negativa, alegando que o marido tinha rendimentos
elevados e por isso ela não tinha direito ao fundo de desemprego...está mal, claro que está. Então a senhora habituada
a ter o "seu dinheirinho" para comprar o que bem entende, passou a depender do "dinheiro do marido", para ir comprar
umas cenouras ou beber um café.



É inadmissível, que ao fim de 40 anos a descontar...uma pessoa não tenha direito aos mínimos.



Este país é anedótico!!!! :evil: :evil: :evil:
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Actiongirl - 13/02/2008 22:40
_____________________________________
Nos vivemos numa Republica das Bananas, em que os ricos cada vez ficam mais ricos e os pobres, ficam
lamentavelmente mais pobres:evil:



Os meus avos, recebem uma porcaria de reforma, felizmente sempre trabalharam na agricultura e vao vendendo
hortaliça, porque senão, a reforma não chegava para os medicamentos:-? porque a dada altura aparece diabetes,
colesterol, acido urico, reumatismo... etc



Lamento toda a situação leo:(



Eu cada vez mais penso, que na altura de me reformar, não irei ter reforma:-?
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 14/02/2008 07:51
_____________________________________
Actiongirl escreveu:

Nos vivemos numa Republica das Bananas, em que os ricos cada vez ficam mais ricos e os pobres, ficam
lamentavelmente mais pobres:evil:



Os meus avos, recebem uma porcaria de reforma, felizmente sempre trabalharam na agricultura e vao vendendo
hortaliça, porque senão, a reforma não chegava para os medicamentos:-? porque a dada altura aparece diabetes,
colesterol, acido urico, reumatismo... etc



Lamento toda a situação leo:(



Eu cada vez mais penso, que na altura de me reformar, não irei ter reforma:-?



Nós já nem sequer teremos direito a reforma, quanto mais... :-|
============================================================================
Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por tarasofia - 14/02/2008 12:06
_____________________________________
Reforma????Nunca pensei nisso:-?



Agora o que eu sei é que pago uma escola privada para o meu filho... e quando chegar à idade da primária...
provavelmente vai continuar em escolas privadas, pois no estado em que o ensino publico está:roll:



Quando quero ir ao médico, bem... já nem sequer tento marcar para o médico de familia...mais vale pagar 75 ou 100 e
não morrer na espera da consulta:roll:



Quanto aos subsidios, bem... se ficar desempregada não tenho direito... trabalho a recibos verdes, e isso de arranjar um
contracto de trabalho, está tipo encontrar um trevo de quatro folhas:roll:



Por isso acho que ainda tenho muito com que me preocupar antes de me preocupar se vou ou não ter reforma... Se lá
chegar
============================================================================
Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 14/02/2008 14:14
_____________________________________
tarasofia escreveu:

Reforma????Nunca pensei nisso:-?



Agora o que eu sei é que pago uma escola privada para o meu filho... e quando chegar à idade da primária...
provavelmente vai continuar em escolas privadas, pois no estado em que o ensino publico está:roll:



Quando quero ir ao médico, bem... já nem sequer tento marcar para o médico de familia...mais vale pagar 75 ou 100 e
não morrer na espera da consulta:roll:



Quanto aos subsidios, bem... se ficar desempregada não tenho direito... trabalho a recibos verdes, e isso de arranjar um
contracto de trabalho, está tipo encontrar um trevo de quatro folhas:roll:



Por isso acho que ainda tenho muito com que me preocupar antes de me preocupar se vou ou não ter reforma... Se lá
chegar



Pois é.... Mas mesmo nesses "pagamentos" todos, lá vai uma quota parte para o nosso "querido" estado... :-?
argumentam eles que é para pagar, entre outras coisas, a SS... 8) Poix.... o "entre outras coisas" é que é o caneco... 8)
Porque os nossos descontos vão para todo o lado menos para onde deviam! :evil:



Eu também pago um balúrdio de infantario pk o da junta fecha antes de eu sair do trabalho...(a solução era pagar a
quem ficasse com ele depois... rica solução... 8) lá se ia o dinheiro à mesma...)



Também trabalho a recibos verdes... O que eu pago de SS e de IRS até mete nojo! Já sem falar nas "bonificações" que
perco por "passar recibos verdes"!



Olhando distancialmente para tudo, acredito que reformas.... KÉ ISSO????? :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 15/02/2008 09:31
_____________________________________
Outra muito engraçada que muitos não sabem é sobre o IRS de proprietários de casa própria.

Então, é assim:



Eu tenho casa própria. Ora, como TODA a gente, enquanto pagava hipoteca, podia deduzir os juros desta...e ainda é
assim com quem a continua a pagar.



Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
Ora, eu continuo a ter despesas de conservação da casa ou então se não se fazem as casas acabam por cair de velhas.
Certo?

Pois bem, o Estado não permite que quem tenha casa própria ponha as despesas de manutenção no IRS a menos que;
Tenha inquilinos.

Isto é: a minha casa é uma vivenda mas se eu a tivesse toda ou parte dela (um anexo ou uma garagem) alugada,
poderia pôr despesas de manutenção no meu IRS a deduzir nos rendimentos.

Como não tenho nada alugado a ninguém, não posso remeter essas despesas..!

Então, para o estado, quem tem casa própria é rico!



Enfim...por estas e por outras é que cada vez mais se vêem casas (singulares) a cairem de podres e os velhotes a
passarem mal dentro delas.



Este Estado, não é anedótico. É LADRÃO! Não é pessoa de bem! Rouba-nos descaradamente, sem qualquer punição!!!!



Leo
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 15/02/2008 09:40
_____________________________________
Ah... e esperem pela nova Lei da "flexibilidade" dos horários a favor das empresas...!!!

Isto vai ser lindo, vai!

Se os Portugueses, a maioria, já se queixa do preço da gasolina, dos preços dos infantários, da falta de tempo para a
família, da falta de dinheiro para a hipoteca, da falta para as compras do Mês, então esperem por esta nova "Lei", que
vai tudo por arrasto... nem quero imaginar uma pessoa chegar ao seu local de trabalho, fazer duas horas e ter que ir
para casa porque o patrão não tem serviço para lhe dar mas que o terá às 18 horas e aí terá que fazer o resto das 6 horas
que faltaram...

Lá vem o desgraçado/a para casa se for de perto... vem gastar mais gasolina.

Se for de longe, é impensável poder faze-lo e ainda tem que comer mais que uma refeição, do seu bolso, fora de casa e
ainda chega a casa depois da meia noite!

Como é que se vão aguentar sem infantários que fiquem com as crianças a horas nocturnas? Sim, porque o que
acontece ao pai (p.e.) pode estar a acontecer à mãe que trabalha neste mesmo regime...!



O Estado quer copiar regimes de Países Desenvolvidos sem ter a capacidade de o fazer já que somos dum País da
tanga... no limiar da pobreza...!!!





Leo
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 15/02/2008 15:05
_____________________________________
Pois acredito o reboliço que vai ser nas empresas ditas “normais”, nas cidades, etc…. Vai ser bonito, vai!8)



Mas só custa no início. :-| Acreditem pois falo-vos com conhecimento de causa… Eu sou zootécnica (trabalho com animais
de produção – aqueles que são para comermos) e o maridão é GNR. Vivemos sozinhos (a família ta toda em Lisboa)
desterrados para esta santa terrinha onde só connosco podemos contar. :-?



Ora quem trabalha com animais não tem horários (e o meu patrão vale-se disso… e bem!); escusado será falar nos belos
horários de um posto da GNR… O infantário do garoto (o particular ! Pois o da junta de freguesia fecha às 16:00 e quem
não tem onde deixar os putos, agarre-se ao “totta”) fecha as 18:30. É uma ginástica do caneco mas nós lá nos
conseguimos adaptar aos mais variados horários (nós e os nossos animais!!!) e fins-de-semana há (aqueles em que
trabalhamos os dois) em que o miudo (desde os 2 anos!) vai “trabalhar” comigo ao sábado!!! É que o sémen tem que ser
recolhido e feito e não há mais quem o faça!!!! E lá vai o pequenino… :( Que fazer??? Adaptarmo-nos, né? 8)



Por isso acreditem que não vai doer tanto quanto se pensa essa nova isenção de horários; é uma questão de adaptação. :-
| E só vos digo que o que safa a coisa é o que o patrão tem de pagar a mais por horas fora do “normal” de expediente;
antes das 8:00 e depois das 21:30, paga a dobrar! E aos domingos e feriados, a triplicar!!!! Por isso estou sempre a
espera que me digam para ir carregar animais para matadouro ao domingo…. Já que tenho que ir, pelo menos ganho
Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
algum com isso!!!! hehehe :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 15/02/2008 19:05
_____________________________________
AnaMadrugo,



O meu marido trabalhou por turnos durante 10 Anos e sei o que isso é. A minha filha e marido trabalham por turnos e
na maioria das vezes, apesar do local de trabalho ser o mesmo, têm turnos desencontrados.

Em Portugal sempre houveram profissões as quais trabalham por Turnos mas, não é disso que se fala na nova "Lei" e
nem era disso que eu falava mas sim de horas intercalares. Isto é, fazerem as 8 horas diárias mas com intervalos que
podem ser de horas até cumprir o horário de trabalho, diário o que vai fazer a pessoas estar fora de casa mais do que
actualmente além das despesas que isso acarreta e os transtornos com os filhos a menos que comecem a abrir
infantários que estejam abertos durante a noite e com horas intercalares, também!

Que estabilidade de vida vão ter as crianças já que têm que viver com turnos de horários intercalares tal como os
adultos?



Se a Sociedade de hoje já se queixa e com razão de que o conceito "familia" está a ir pelo cano abaixo pela falta de
tempo para os filhos, então e depois...?



Leo
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 19/02/2008 23:29
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Olá, boa noite, Leo!



Peço desculpa pela ausência... bacorinhos a mais a nascer de uma só vez...



Eu não me referia também a trabalhos por turnos; o maridão trabalha por turnos (referi o trabalho dele apenas para
mostrar que não me posso valer dele para orientar o nosso filhote) mas eu não! Eu trabalho quando há trabalho. E isso
varia no dia, na hora, na semana e no mês. Varia de exploração para exploração e varia conforme as necessidades mais
imediatas dos animais...



Há dias que começo a trabalhar as 6:00 e saio as 23:00 (com alguns interregnos pelo meio)...



Outros há que é mais às 3:00... :( Onde raio deixo eu um miudo de 4 anos, às 3 da manhã, quando o pai dele entrou de
serviço à 1:00???



Não é fácil! Mas habituamo-nos! É menos duro que o que se pensa!!!
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 23/02/2008 20:32
_____________________________________
AnaMadrugo escreveu:

Olá, boa noite, Leo!





Outros há que é mais às 3:00... :( Onde raio deixo eu um miudo de 4 anos, às 3 da manhã, quando o pai dele entrou de
serviço à 1:00???Não é fácil! Mas habituamo-nos! É menos duro que o que se pensa!!!



:shocked:



A Ana das duas, uma: ou é muito optimista ou tem quem lhe fique com o menino porque para falar que "é menos
duro..."

Oficina dos Animais - Oficina dos Animais FireBoard Forum Component version: 1.0.4 Gerado em: 25 May, 2009, 23:18
O pior nisto tudo é que nem toda a gente é bafejada de forma a poderem ter quem lhes resolva os problemas de onde
deixar as crianças em horários indignos.

A nível de horários... para os adultos, é mesmo uma questão de habituação e o corpo humano até aguenta mas e uma
criança? Não terá direito a uma vida de horários certos, refeições certas e a horas certas? Sonos ineterruptos...? Como
vai ser o desenvolvimento das crianças referindo-me à sua instável qualidade de vida, pelo novo sistema, a ser
implantado?



Leo
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por AnaMadrugo - 06/03/2008 00:49
_____________________________________
Leo escreveu:

:shocked:



A Ana das duas, uma: ou é muito optimista ou tem quem lhe fique com o menino porque para falar que "é menos
duro..."

O pior nisto tudo é que nem toda a gente é bafejada de forma a poderem ter quem lhes resolva os problemas de onde
deixar as crianças em horários indignos.

A nível de horários... para os adultos, é mesmo uma questão de habituação e o corpo humano até aguenta mas e uma
criança? Não terá direito a uma vida de horários certos, refeições certas e a horas certas? Sonos ineterruptos...? Como
vai ser o desenvolvimento das crianças referindo-me à sua instável qualidade de vida, pelo novo sistema, a ser
implantado?



Leo



Eu, de tanto ouvir que o que não tem remédio, remediado está, já acredito mesmo nisso... :-?



É claro que primeiro estão os nossos filhos! Em tudo! Mas é mesmo por ele que nos passamos por estas situações... A
outra hipótese é o desemprego ou ainda sair do pais... e ´nese último caso, pergunto eu:



Não terá uma criança direito a crescer com a presença física dos dois pais???? O que será melhor para uma criança:
horários certos ou os pais?



É que, no meu caso, não se trata de uma obrigatoriedade imposta pelo sistema (pelo menos não por legislação 8) ) mas sim
uma imposição da vida! É isto ou nada!



E volto a dizer... o que não tem remedio, remediado está!



E tudo (repito) TUDO se resolve! E, novamente, digo: nós estamos a 150 Km dos familiares/ajuda mais próximos!
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Re: Nem no tempo do Salazar
Colocado por Leo - 07/03/2008 20:22
_____________________________________
Acho que é por eu ter sido SEMPRE uma pessoa inconformista com certas regras impostas pela "Sociedade" que
desde criança que os meus familares sempre diziam que eu sou uma revolucionária...! Mas, sou e sempre serei porque
há coisas com as quais não me conformo e sou das que luta até ao fim, sem nunca desistir.

Tenho-me dado bem em ser assim mas obviamente muitas vezes de nada me serve não me conformar... e nesta
"Sociedade" de Leis autoritárias em prol do bolso da Política e governantes, não me serve mesmo de nada não me
conformar mas, que fazer? Sou assim e pronto"S" :lol:



Leo
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por mais_um » 25/5/2009 20:41

Pata-Hari Escreveu:Adicionalmente, acho extremamente grave que gente que contribuiu a vida toda e fez descontos, tenha pensões inferiores a quem não trabalha e não tem descontos.


Pata,

A tua afirmação é falsa, induz as pessoas em erro, se não tens tempo para validares o que escreves, não escrevas. Devias dar o exemplo tendo em conta que és moderadora. Foi com demagogia com o Chavez ganhou as eleições na Venezuela.

O valor mínimo de pensão para quem contribuiu "a vida toda e fez descontos" é em 2009 de 374,36€.

Para quem nunca descontou, ou seja regime não contributivo (Pensão Social) o valor é 187,18€.

O Rendimento social de inserção tem como valor base os 187,18€, como podes verificar em:

http://www2.seg-social.pt/left.asp?03.06.06

Fonte:
segurança social em http://www2.seg-social.pt/left.asp?03.08

As trocas de opiniões melhoravam imenso se todos nós tivéssemos a preocupação de escrever sobre factos e não sobre boatos.

Um abraço,

Alexandre Santos
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por Um curioso... » 25/5/2009 19:58

Pata-Hari Escreveu:Exacto, cereal e muito acertado Elias... o que achas que é mais importante para os nossos politicos? os votos ou a porcaria de um problema que não há de ser deles porque se concretiza no futuro? esse sempre foi um dos problemas da politica: o conflito de interesses entre ser eleito e re-eleito e o que se faz.

(obviamente estou a ser irónica com a cena do virus mas é a pura realidade).


Pois é Pata, A Democracia é perversa...!!!
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Mais uma acha....

por rufa » 25/5/2009 19:37

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apelou esta segunda-feira aos portugueses para votarem nas eleições europeias de 7 de Junho. Chegou mesmo a pedir que «não vão para férias» nem aproveitem os feriados desse período e exerçam o seu direito cívico, escreve a Lusa.

O chefe de Estado manifestou ainda o desejo de que esta seja uma campanha «serena, esclarecedora e que mobilize os portugueses».

Em declarações aos jornalistas no final de uma cerimónia na Academia Portuguesa de História, o chefe de Estado disse ainda que «durante todo o período eleitoral» será «muito contido nas declarações».

Cumps.
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por StRuTcH » 25/5/2009 19:06

Afonso80 Escreveu:(...)Fique sabendo que chego ao tribunal entre as 9 e as 10, almoço em 45 minutos, trabalho até às 20, venho jantar a casa e volto para o tribunal onde fico muitas vezes até às 1, 2, 3 da manhã.(...)[/i]


E a produtividade?!?!? É o grande erro em portugal é medir o trabalho pelo tempo!! é que os cafézinhos, os cigarrinhos e as conversas sobre o benfica, as idas à net para ver cotações... etc... nunca são descontados!!!

Alguem que pega ao serviço entre as 9 e as 10 falta-lhe logo à partida disciplina! Principalmente quando anda às 01h30 a escrever pró caldeirão...
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por tonirai » 25/5/2009 18:59

mfsr1980 Escreveu:...só resta uma solução.
É esperar que todos sigam para o desemprego, para depois readmití-los com belíssimo ordenado chinês, agora sim agradeçidos por terem trabalho.

Não acredito que em Portugal, a maioria não esteja agradecido por ter trabalho (os que ainda o têm)... mais ainda nos tempos que correm;

Mas provavelmente será algo do género que irá acontecer - as ofertas de emprego actuais já mostram isso (belíssimos ordenados "chineses")... mas para muitos, apenas quando acabar o subsídio de desemprego... pois quem vai querer trabalhar para ganhar menos? :roll:
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