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Caldeirão da Bolsa

Made in Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Bullet23 » 15/5/2009 10:50

Qualquer dia, aparecem aqui a fazer propaganda aos programas do António Peres Metelo na TSF.
Desculpem, mas prefiro os telejornais da TVI.
 
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por tava3 » 15/5/2009 10:45

"Ee aguentar... que a era do consumir-sem-produzir acabou."

Maus hábitos antigos, se calhar fruto de muitos anos de colonizações.
 
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Os artigos Made in Portugal,

por bboniek33 » 15/5/2009 10:36

salvo raras excepcoes, sao ainda um tanto aldrabados. Ha pouco profissionalismo, pessima organizacao e a gestao de recursos humanos ee um desastre.

O resultado soo pode ser este. Competimos num mercado de mao-de-obra barata e baseamos o nosso (pouquissimo) desenvolvimento industrial nesse modelo. Isto foi feito atee ao estoiro final. Agora andam, aflitos, em "Compromissos" e "Esperancas". Tambem existe a nossa-senhora-de-fatima, a qual, e por enquanto, se pos aa margem do processo. Isto tudo enquanto se comeca a tentar parir ideias que Portugal nao ee assim tao atrasado, que temos cientistas fora do Paiis, mais isto e mais aquilo... tentam que a moda pegue, nao lhes fica mal.

Ee aguentar... que a era do consumir-sem-produzir acabou. :wink:
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por tava3 » 15/5/2009 10:05

Os governos não são culpados de tudo em relação ao nosso atraso. A incompetência e a falta de visão de uma grande maioria de empresários são os maiores culpados. Tivemos ultimamente um caso com aquela cientista, da universidade nova que inventou o transistor de papel, o estado deu o maior subsidio até agora atribuído para ela ficar em Portugal. Não houve um único empresário por cá que quisesse apostar no desenvolvimento, é claro que já há empresas estrangeiras interessadas.
 
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por atomez » 15/5/2009 3:37

Vamos lá a ver, há alguns sectores com dimensão e impacto económico e social em que Portugal é competitivo a nível mundial. Nomeadamente:

- Turismo
- Banca
- Distribuição (centros comerciais, hipermercados)
- Telecoms
- Futebol (bem, este tem muito menor impacto económico, mas pronto)

Curiosamente são todos no sector de serviços. Não quer dizer que sejam o nº 1 mundial, mas são sectores competitivos que competem com os melhores emais avançados.

Para além desses sectores há sempre alguns casos isolados e nichos de mercado em que há empresas de nível mundial. E ainda bem, senão este país era totalmente inviável!

O problema não está nesses sectores e empresas.

O problema está em que a competitividade média do conjunto de todo o país (Estado incluído) é muito baixo e ainda por cima tem evoluído desfavoravelmente face à concorrência internacional.

E parece bem que maioritariamente a população em geral, e como consequência os políticos eleitos, não querem mudar este estado de coisas para melhor e sair do estado de mediocridade porque isso obriga a esforço concertado, mudanças de comportamentos e umas machadadas em interesses corporativos e sindicais instalados.

É bem verdade que cada povo tem o país que merece.


E aqui fica um exemplo positivo (até ver):

Ydreams: À espera da explosão

Quer ser uma "empresa gigantesca". A primeira do país a estar cotada internacionalmente. A próxima Google. Ainda que não tenha tido lucro em 2008, e de contar com o apoio de fundos para desenvolver projectos de investigação. A Ydreams também não está no mercado de massas. Mas prepara-se para anunciar "um dos maiores projectos interactivos da história", sobre o qual não revela detalhes. Afinal, o que é que tem esta empresa que faz capa de revistas e é citada pelos principais títulos internacionais?

António Câmara, presidente executivo e um dos cinco fundadores da tecnológica, admite que é um "luxo" ter 150 trabalhadores, que se adaptam rapidamente às mudanças no rumo do negócio (ver "Perguntas e Respostas"). Dos jogos para telemóveis baseados na localização dos jogadores, aos tapetes interactivos com mensagens que "perseguem" quem os pisa, passando pelos livros mágicos cujas páginas mudam ao gesto do leitor e, agora, às tintas que fazem o futuro da impressão electrónica.

A resposta, diz, está na formação internacional dos recursos humanos e na capacidade de procurar as parcerias certas em empresas exemplares no avanço tecnológico. Foi por isso que, quando a unidade de negócio dedicada aos jogos para telemóveis encerrou, em 2007, foi possível evitar despedimentos. Analistas e especialistas apontavam as aplicações móveis como o caminho a seguir. "Foi uma grande ilusão. Todos os nossos competidores faliram", recorda. O negócio era sedutor, tal como a projecção internacional. O jogo "Cristiano Ronaldo Underworld Football" conseguiu colocar a Ydream sob os holofotes.

No mesmo ano em que a unidade do negócio móvel foi dissolvida (sustentava a empresa desde, pelo menos, 2002), a Ydreams também saiu da China, depois de um divórcio amigável com o NDD Group, com quem (entre outros projectos) lançou no mercado local o jogo onde Cristiano Ronaldo era herói. A empresa chinesa tinha interesses dispersos e não terá prestado atenção ao negócio.

A diversidade de telemóveis, e a consequente necessidade de fazer adaptações, também dificultou o trabalho à tecnológica. "Há um número infinito de adaptações para fazer e esse esforço não era comportável. Só para fazer uma aplicação global, o custo à partida e à cabeça era de 200 mil euros", explica António Câmara.

Os grandes "players" do sector descobriram as potencialidades das aplicações móveis e, ao mesmo tempo, os modelos foram-se tornando sofisticados, obrigando a mais investimentos. "O nosso erro foi acreditar que íamos ser competitivos nesse mercado. Depois de um ano e meio, percebemos que o melhor que tínhamos a fazer era sair", recorda o professor da Universidade Nova de Lisboa.

A Ydreams encerrou o escritório em Xangai e decidiu apostar nos Estados Unidos, o mais duro e competitivo mercado. "Fomos para Austin, no Texas, porque nos associámos a grandes empresas", explica, acrescentando que é lá que têm acesso a informação e percebem as tendências.

Recursos humanos flexíveis

António Câmara já disse várias vezes que o modelo de gestão da Ydreams é inspirado na Hewlett-Packard. Quando nasceu,a multinacional apostou na diversificação para sobreviver. Mais tarde, utilizou o dinheiro ganho no desenvolvimento de produtos e organizou-se internamente em divisões, que se tornaram autónomas.

"Foi a flexibilidade da Ydreams que permitiu as mudanças. Seguimos muito a lógica da HP. Ouvi o Bill Hewlett no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e fiquei impressionado com a história. Adequa-se ao que Portugal ainda é hoje. Em termos de desenvolvimento empresarial e de relacionamento com as universidades, estamos hoje como estavam os Estados Unidos nos anos 30 ou 40", diz.

Antes de criar a Ydreams, juntamente com Edmundo Nobre, José Miguel Remédio (hoje administradores), António Eduardo Dias e Nuno Correia, António Câmara foi facilitando aos seus alunos a entrada no mercado de trabalho em multinacionais como a Intel. Para lá chegar, contactou luso-descendentes que ocupavam lugares de destaque.

"Muitos dos estudantes ficaram lá a trabalhar. Quando criámos a empresa fomos buscá-los. Temos cerca de 30 pessoas com uma experiência internacional imensa e grande capacidade de adaptação", explica.

Sem pressa de crescer

Os 150 trabalhadores, com 30 anos de média de idades, adoptam o estilo descontraído, propício à discussão de ideias, que impera na empresa. A capacidade de atracção é imensa e surpreende alguns dos especialistas ouvidos pelo PÚBLICO. Jovens quadros saem de multinacionais como a Siemens para abraçar o projecto de interactividade que a Ydreams oferece. Na sede no Monte de Caparica, parece haver liberdade para imaginar.

A sustentabilidade de uma empresa, que dedica grande parte dos recursos à investigação e desenvolvimento (I&D), é questionada por muitos. Mas António Câmara não tem pressa. "Em Portugal um dos problemas que existe é que o estímulo ao empreendedorismo é feito na focalização precoce, no desenvolvimento de produtos que ninguém sabe o que são, e no crescimento explosivo. As empresas demoram tempo até darem lucro", justifica.

O financiamento concedido por entidades como a Agência Espacial Europeia ou a Agência de Inovação atingiu os 295 mil euros o ano passado e chegará aos 1,6 milhões de euros este ano. "Os fundos externos que patrocinam a investigação têm vindo a crescer e este ano são superiores. Mas sempre foram acompanhados por investimento interno. Nos últimos três anos investimos milhões para nos transformarmos em três empresas", sublinha, referindo-se à Audience Entertainment - "joint-venture" com os norte-americanos da Brand Experience Lab -, e às "spin-offs" (novas empresas criadas com o apoio da Ydrems) Ynteractive e Ynvisible, que deverão ter planos de investimento acordados dentro de três meses.

A tecnológica chegou a ter entre 40 a 50 pessoas dedicadas a projectos de investigação para os quais não tinha clientes, financiados por fundos internos e externos. Hoje o número baixou para 25 e a tendência é para continuar a reduzir o peso das despesas com I&D. António Câmara quer privilegiar o contacto com as universidades, "que podem investigar e falhar".

A bolsa, depois do mercado

Depois da entrada da Espírito Santo Tech Ventures, em 2006, a Ydreams procura agora investidores estrangeiros para reforçar presença no mercado global. As vendas em 2008 ultrapassaram os 8,4 milhões de euros e, para este ano, perspectiva-se uma subida de 49 por cento. O investimento na presença em Barcelona começou a dar frutos. "Foi um início duro, mas nos primeiros três meses tivemos dois sucessos: um no País Basco [num Centro de Interpretação Tecnológica que incorpora soluções interactivas produzidas pela empresa]; outro é um projecto internacional, que terá impacto em vários locais do mundo", conta, sem querer acrescentar mais pormenores.

A maior fonte de receitas ainda é a área de projectos (encomendas directas de clientes), mas o fundador acredita que o "pulo" vai acontecer quando for rentabilizada a plataforma de realidade aumentada - que permite uma pessoa entrar num filme, como se vê na foto - e o mercado receber as superfícies interactivas (vidro ou plástico com informação interactiva, mobiliário em madeira onde se projectam jogos). É nessa altura que pretende entrar em bolsa.

A Ydreams aguarda os resultados do desenvolvimento de produtos. Darius Mahdjoubi, investigador da Universidade do Texas, acredita que esta é uma empresa gazela: depois de anos de desenvolvimento de propriedade intelectual e produtos, vai crescer de forma explosiva no mercado global.

António Câmara, que contou esta história no blogue oficial, lembra o caso da Google: quatro anos de prejuízo para, no final, se transformar num peso-pesado. E a Ydreams não quer ser menos do que isso.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por tava3 » 15/5/2009 1:32

Ainda hoje foi lançado o ariane com 2 satelites cujos software's são de uma empresa portuguesa.
 
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Re: Made in Portugal

por mais_um » 15/5/2009 1:08

Valkyrie Escreveu:
Não somos nada atasadinhos, mas podíamos ser bem mais avançados. :evil:



Sim, é um facto que podiamos ser melhores, mas estivemos quase duas gerações fechados ao mundo.
Para ultrapassar os nossos "defeitos", é fundamental a forma como educarmos os nossos filhos, se não existir nenhum sobressalto de maior acredito que dentro de 2 gerações a maior parte desses "defeitos" estejam bastante minimizados. :wink:

Há algo que podiamos fazer de imediato, deixar de ter inveja de quem tem sucesso, parar de dizer mal de nós e olhar para o futuro com optimismo. Na nossa história, por várias vezes já demonstramos que temos capacidade para ultrapassar grandes dificuldades.

Um abraço,

Alexandre Santos
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por mais_um » 15/5/2009 0:58

artista Escreveu:Eu também oiço esse programa, quando calha a estar no carro quando ele dá...

Não sei se alguma vez passou nesse programa, mas na segunda-feira esteve na minha escola um designer português que desenvolveu um código para os daltónicos identificarem as cores... muito interessante a apresentação dele (foi o trabalho para "Área de projecto" de uns alunos e ele veio de propósito do Porto para a apresentação) que está a tentar implementar esse código a nível mundial, para ser usado no vestuário, mapas, e tudo em que a cor tenha seja importante... seria interessante que isto fosse adoptado a nível mundial! Já passou na TV, no telejornal, ele mostrou a reportagem!

abraços

artista


Nós somos bastante inovadores, quando há os concursos de inventores costumamos ganhar bastantes medalhas, o problema é encontrar quem queira apostar no seu fabrico e defender as patentes, já que custam muito dinheiro, o que acaba por acontecer é que as ideias são copiadas por empresas estrangeiras.


Um abraço,

Alexandre Santos
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Re: Made in Portugal

por Valkyrie » 14/5/2009 23:35

mais_um Escreveu:serve para desmistificar a ideia que somos uns atrasadinhos, entre outras coisas.


Viva !

Não somos nada atasadinhos, mas podíamos ser bem mais avançados. :evil:

Parabéns, este é um excelente tópico. :wink:
Cumprimentos,
Valkyrie

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por artista_ » 14/5/2009 23:32

Eu também oiço esse programa, quando calha a estar no carro quando ele dá...

Não sei se alguma vez passou nesse programa, mas na segunda-feira esteve na minha escola um designer português que desenvolveu um código para os daltónicos identificarem as cores... muito interessante a apresentação dele (foi o trabalho para "Área de projecto" de uns alunos e ele veio de propósito do Porto para a apresentação) que está a tentar implementar esse código a nível mundial, para ser usado no vestuário, mapas, e tudo em que a cor tenha seja importante... seria interessante que isto fosse adoptado a nível mundial! Já passou na TV, no telejornal, ele mostrou a reportagem!

abraços

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por mais_um » 14/5/2009 23:14

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Made in Portugal

por mais_um » 13/5/2009 22:10

Quase todos os dias, quando saio do trabalho ouço um programa da TSF que se chama Made in Portugal, decidi abrir este topico para partilhar com quem queira ouvir, que Portugal tem projectos inovadores e em alguns casos unicos do mundo, serve para desmistificar a ideia que somos uns atrasadinhos, entre outras coisas.

"Por todo o país há empresas que fazem coisas boas. São inovadoras, criativas, tecnológicas, ousadas. Algumas brilham lá fora mas são desconhecidas cá dentro.
Diariamente, a TSF apresenta retratos destas empresas que não se resignam, que apostaram e venceram... ou estão perto de o conseguir."


http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.a ... id=1054158

http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.a ... id=1054752

http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.a ... id=1056003

Todos os dias vou colocar 3 programas.

Espero que gostem

Alexandre Santos
Editado pela última vez por mais_um em 14/5/2009 23:46, num total de 1 vez.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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