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Caldeirão da Bolsa

Indicadores Económicos Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Açor3 » 27/3/2009 12:20

Dívida acima de 70% do PIB
Governo reporta a Bruxelas défice de 3,9% em 2009
O Governo prevê um défice orçamental de 3,9% doPIB em 2009, de acordo com o relatório de procedimento de défices excessivos enviados a Bruxelas pelo INE. O Executivo estima, ainda, ter encerrado o ano de 2008 com um défice de 2,6% e para este ano avança com uma previsão de dívida pública superior a 70% do PIB.

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Ana Luísa Marques
anamarques@negocios.pt


O Governo prevê um défice orçamental de 3,9% doPIB em 2009, de acordo com o relatório de procedimento de défices excessivos enviados a Bruxelas pelo INE. O Executivo estima, ainda, ter encerrado o ano de 2008 com um défice de 2,6% e para este ano avança com uma previsão de dívida pública superior a 70% do PIB

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por Açor3 » 20/3/2009 17:10

Economia portuguesa regista maior quebra desde Junho de 2003 (act)


20/03/2009


(actualiza com mais dados)

A economia portuguesa registou uma nova quebra em Fevereiro, mais acentuada do que o verificado no mês anterior, refere o Banco de Portugal nos indicadores de conjuntura hoje divulgados, que apontam também para um abrandamento do consumo. A descida do índice do banco central foi a mais acentuada desde Junho de 2003.

“O indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial da actividade económica, calculado pelo Banco de Portugal, diminuiu face ao observado no mês anterior”, refere o Banco de Portugal.

A taxa de variação homóloga deste indicador foi negativa em 1,4%, no mês de Fevereiro, quando em Janeiro tinha baixado 1,3%.

Segundo os dados do Banco de Portugal, desde Junho de 2003 que o indicador coincidente mensal da actividade económica em Portugal não registava uma quebra tão intensa. Nesse mês também recuou 1,4%, depois de em Março, Abril e Maio desse ano ter recuado 1,5%.

2003 foi o último ano em que a economia portuguesa esteve em recessão, sendo que o indicador coincidente só voltou a terreno positivo em Novembro de 2003.

Início de ano mais fraco

A trajectória deste indicador tem sido sempre negativa ao longo dos últimos meses, mostrando que a economia portuguesa continua em quebra. Desde Julho passado que o indicador coincidente mensal do Banco de Portugal está em terreno negativo, coincidindo com o período em que a economia portuguesa entrou em recessão.

No quarto trimestre do ano passado o PIB recuou 1,8% face ao trimestre homólogo e os últimos indicadores apontam assim para que o início de 2009 está ainda a ser mais negativo para a economia portuguesa.

No acumulado dos dois primeiros meses do ano o indicador recua 1,4%, quando em 2008 (ano em que a economia estagnou) registou uma ligeira subida de 0,1%.

No que diz respeito ao consumo privado, está também a abrandar, mas continua em terreno positi vo. O indicador coincidente aumentou 1% em Fevereiro, abaixo da taxa de crescimento de 1,1% verificada em Janeiro. A taxa de crescimento dos dois primeiros meses do ano é mesmo igual à verificada no total de 2008.

Entre Maio e Setembro do ano passado o indicador do consumo privado registou aumentos mensais mais ténues do que os verificados em Fevereiro.




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por Açor3 » 19/3/2009 17:16

Banco de Portugal
Empréstimos para a compra de casa caem para um terço
Os novos empréstimos para a compra de casa estão a cair de forma abrupta. Um reflexo da maior exigência dos bancos na concessão de crédito, da quebra na confiança dos consumidores. A alternativa está a ser arrendar. As imobiliárias dizem que o negócio está a crescer nos últimos meses.

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Sara Antunes
saraantunes@negocios.pt


Os novos empréstimos para a compra de casa estão a cair de forma abrupta. Um reflexo da maior exigência dos bancos na concessão de crédito, da quebra na confiança dos consumidores. A alternativa está a ser arrendar. Em Janeiro, os novos empréstimos para a compra de casa representaram um terço do montante concedido no mesmo período de 2007.

As instituições financeiras emprestaram, em Janeiro, 553 milhões de euros aos particulares para comprarem casa. Este valor corresponde a um terço do montante concedido no mesmo mês de 2008, altura em que os novos empréstimos ascenderam a 1,52 mil milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal. O valor dos financiamentos realizados em Janeiro é o mais baixo desde o início de 2003, últimos dados disponibilizados nas estatísticas.

A travagem na concessão de empréstimos é geral. O crédito às famílias cresceu a um ritmo anual de 3,6%, o valor mais baixo desde 2004. E compara com os aumentos superiores a 10% verificados no final de 2007 e início de 2008.

São vários os factores que podem justificar esta travagem nos financiamentos. Entre eles, destaca-se o aperto nas condições exigidas pelos bancos para emprestar e uma maior cautela por parte das famílias. Factores que estão a contribuir para um aumento do arrendamento, em detrimento da aquisição de casa.

"Os bancos estão mais exigentes e mais selectivos, e quando aprovam os pedidos de financiamento pedem, muitas vezes, 15% a 20% da avaliação", afirmou ao Negócios Luís Mário Nunes, director-geral da rede imobiliária Comprar Casa. "O consumidor começa a ter uma apetência maior para o arrendamento", diz. Também os proprietários começam "a colocar o seu imóvel no mercado de arrendamento", numa altura em que está a ser mais difícil vender casas.

Segundo os dados da Confidencial Imobiliário, os preços dos imóveis estão em queda. Ricardo Guimarães, director da consultora, revela que o índice de preços das casas está a ter um comportamento de descida desde Setembro. Este é um dos factores que estão a contribuir para que haja "uma maior propensão" para o arrendamento.

"O arrendamento teve um peso de 26%" nos negócios realizados nos últimos dois meses do ano passado, uma evolução que se mantém nestes primeiros meses do ano, afirmou Luís Mário Nunes. Estes números comparam com um peso de 7% a 8%, em 2007. O responsável da Comprar Casa acrescentou que se está assistir ao crescimento de um novo fenómeno: "realização de contratos de arrendamento com opção de compra."

"Há uma retracção das vendas no mercado imobiliário, que se estima que tenha sido na ordem dos 17% em 2008, e que tem como principal razão o decréscimo na concessão de crédito", revela fonte oficial da Remax. Segundo a marca líder na compra e venda de habitação em Portugal, "há claramente uma faixa de consumidores que, por não conseguir aceder ao crédito, ou por não ter conseguido cumprir com as suas obrigações à banca, não tem outro recurso senão recorrer ao arrendamento".

No ano passado, o arrendamento na rede da Remax cresceu 48% face ao ano de 2007.




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por Açor3 » 18/3/2009 15:34

INE diz actividade económica Portugal recua fortemente Janeiro


18/03/2009


LISBOA, 18 Mar (Reuters) - A actividade económica de Portugal registou em Janeiro de 2009 um forte recuo, tendo as importações registado reduções significativas, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na síntese mensal de conjuntura, lembra que, em Fevereiro de 2009, o indicador de indicador de clima económico desceu para -2,9 contra -2,5 em Janeiro de 2009, registando a nona queda mensal consecutiva e o tocando, pelo quarto mês seguido, o valor mais baixo de sempre desde o início da série em 1989.

Em Fevereiro deste ano, o indicador de confiança dos consumidores derrapou também para o mínimo histórico da série iniciada em 1986 nos -53,9 contra os -50 em Janeiro de 2009.

"A actividade económica (em Portugal) recua fortemente em Janeiro. Importações e Exportações nominais de bens apresentam reduções significativas", afirma o INE.

Explica que o "consumo privado desacelerou em Janeiro, em resultado da evolução negativa da componente de consumo duradouro, uma vez que a componente de consumo não duradouro recuperou ligeiramente".

"O indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) prolongou a tendência decrescente observada desde o início de 2008, reflectindo a deterioração registada em Janeiro em todas as componentes, sobretudo nas de material de transporte e de construção", acrescenta.

Quanto ao comércio internacional de bens, "em Janeiro registou-se uma redução significativa das taxas de variação homólogas nominais das importações, reflectindo em parte a evolução do preço do petróleo, e das exportações, em parte devido à contracção económica observada nos países clientes".

A 11 de Março, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que o PIB de Portugal se contraiu 1,6 pct no quarto trimestre de 2008 versus o terceiro trimestre, após uma revisão em alta face à sua anterior Estimativa Rápida de -2,0 pct.

No conjunto de 2008, o PIB português teve uma variação nula em volume, que compara com o crescimento de 1,9 pct registado em 2007 -- a maior taxa desde 2001.


(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

((---Lisboa Editorial, 351-21-3509204 lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))




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por Açor3 » 18/3/2009 13:49

Portugal vai sofrer forma significativa com recessão global-Min.


18/03/2009


LISBOA, 18 Mar (Reuters) - Portugal vai sofrer de forma significativa com o agravar da recessão internacional e os mais recentes indicadores de conjuntura económica são preocupantes, disse o ministro das Finanças, que em Janeiro já previa uma contracção de 0,8 pct do PIB português em 2009.

Fernando Teixeira dos Santos salientou que o Governo tem "consciencia da gravidade da crise internacional", que tem levado as instituições internacionais a reverem consecutivamente, mês após mês, as suas previsões para a economia mundial incorporando cenários mais negativos.

"Concerteza que pequenas economias abertas como a portuguesa sofrem e sofrerão de forma significativa o impacto desta recessão internacional. Os indicadores que temos vindo a ter mais recentemente são preocupantes, não podem ser ignorados", disse na Comissão de Orçamento e Finanças do Parlamento.

Ontem, Teresa Ter-Minassian, conselheira do director geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse numa conferência em Lisboa que o FMI antecipa uma contracção de 0,6 pct do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2009 e que o PIB da zona euro se contraia 3,2 pct.

"Esta é uma crise demasiado forte para que qualquer país escape aos seus efeitos", disse Teixeira dos Santos, realçando que terá um efeito negativo nas exportações portuguesas e no investimento.

A 11 de Março, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que o PIB de Portugal se contraiu 1,6 pct no quarto trimestre de 2008 versus o terceiro trimestre, após uma revisão em alta face à sua anterior Estimativa Rápida de -2,0 pct.

No conjunto de 2008, o PIB português teve uma variação nula em volume, que compara com o crescimento de 1,9 pct registado em 2007 -- a maior taxa desde 2001.

O ministro das Finanças salientou que, nesta conjuntura recessiva, o investimento público deve ser privilegiado, para contrariar a evolução desfavorável das exportações e do investimento.

Em Dezembro de 2008, o Governo aprovou um pacote de medidas para reanimar a economia face à crise mundial no valor de 2.180 milhões de euros.


(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

((---Lisboa Editorial, 351-21-3509204 lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))




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por Açor3 » 18/3/2009 13:33

Em Janeiro
Actividade económica em Portugal contrai acentuadamente
A actividade económica em Portugal prolongou a trajectória descendente observada desde Maio de 2008, no mês de Janeiro, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística. O consumo privado desacelerou, num mês em que a confiança dos consumidores registou uma forte quebra.

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Maria João Soares
mjsoares@negocios.pt


A actividade económica em Portugal prolongou a trajectória descendente observada desde Maio de 2008, no mês de Janeiro, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística. O consumo privado desacelerou, num mês em que a confiança dos consumidores registou uma forte quebra.

O indicador de actividade económica, disponível até Janeiro, caiu para 1,9 pontos negativos, contra 1 ponto negativo observado no mês anterior. Este indicador prolongou assim a trajectória descencendente iniciada em Maio de 2008.

O indicador de clima económico, cujos dados já estão disponíveis até Fevereiro, caiu para 2,9 pontos negativos, depois de ter apresentado uma leitura de 2,5 pontos negativos em Janeiro.

O indicador de consumo privado desacelerou em Janeiro, em resultado da evolução negativa da componente de consumo duradouro, uma vez que a componente de consumo não duradouro recuperou ligeiramente, segundo os dados divulgados hoje pelo INE.

A confiança dos consumidores registou uma forte quebra, em Fevereiro, com o índice a cair para 53,9 pontos negativos face a 50 pontos negativos observados no mês anterior.

A economia portuguesa atravessa um período de forte contracção. O produto interno bruto nacional recuou 1,8%, no quarto trimestre de 2008 e as perspectivas para este ano não são animadoras, com as estimativas dos economistas a apontarem para uma contracção superior a 2%.

O crescimento económico português tem sido penalizado, sobretudo, pela queda das exportações e do investimento.

Em Fevereiro, a inflação estabilizou em 0,2% (variação homóloga mensal), interrompendo o movimento descendente iniciado em Julho. Ainda assim, excluindo os produtos energéticos e alimentares não transformados, o índice de preços no consumidor continuou a desacelerar, tendo registado em Fevereiro uma variação de 1,4% (1,8% em Janeiro).


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por Açor3 » 18/3/2009 8:56

Teresa Ter-Minassian em entrevista
"Já me perguntei muitas vezes como chegámos a este ponto"
Não é claro quando vamos sair da crise e uma coisa é certa: temos trabalho por muitos anos , diz Teresa Ter-Minassian em entrevista ao Negócios. Sobre Portugal, diz-se preocupada com elevado endividamento externo aliado ao crónico baixo crescimento.

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


Teresa Ter-Minassian é, desde Novembro, Conselheira Especial de Dominique Strauss-Kanh. Isto depois de 37 anos a trabalhar no Fundo Monetário Internacional (FMI), os últimos oito como directora do departamento de assuntos orçamentais.

As relações com Portugal e com o meio económico e financeiro nacional são antigas. Ter-Minassian foi a responsável no FMI que negociou e acompanhou o acordou firmado com o Estado português no inicio dos anos 80 quando Portugal enfrentou uma crise na balança de pagamentos.

Sobre ela, Silva Lopes disse ontem que merece o título honorário de economista portuguesa, dada a atenção que lhe tem concedido. Na sua última visita a Portugal, Carlos Tavares, presidente da CMVM, reconheceu o muito que diz ter aprendido com ela. A italiana veio a Lisboa reflectir sobre a crise, as suas causas e consequências.

A desregulação exagerada, a acumulação de desequilíbrios macroeconómicos e a ideia de que crises financeiras e bancárias estavam confinadas a países emergentes estiveram na base da actual crise que atacou o centro das economias industrializadas. Não é claro quando vamos sair da crise e uma coisa é certa: “temos trabalho por muitos anos”, avisa.

Sobre Portugal, diz-se preocupada com elevado endividamento externo aliado ao crónico baixo crescimento. Em relação ao sistema financeiro diz que os bancos estão pressionados pelas difíceis condições internacionais e não excluiu que Portugal possa vir a precisar de ajuda internacional. E se isso acontecer? “É uma economia pequena e, por isso, pode ser mais facilmente ajudada”.


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por Açor3 » 18/3/2009 8:47

Portugal a caminho da maior recessão da democracia
As novas previsões do Fundo Monetário Internacional para a Zona Euro tornam quase certo que Portugal venha a registar este ano a pior recessão desde que, em 1975, a economia parou para o País iniciar o ajustamento ao regime democrático. Não fosse esse ano de pós-revolução e 2009 seria o pior após a Segunda Grande Guerra, como acontecerá na Zona Euro e nos EUA.

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


As novas previsões do Fundo Monetário Internacional para a Zona Euro tornam quase certo que Portugal venha a registar este ano a pior recessão desde que, em 1975, a economia parou para o País iniciar o ajustamento ao regime democrático. Não fosse esse ano de pós-revolução e 2009 seria o pior após a Segunda Grande Guerra, como acontecerá na Zona Euro e nos EUA.

Ontem de manhã, em Lisboa, durante uma conferência organizada pelo IDEFF, Teresa Ter-Minassian, conselheira especial de Dominique Strauss-Khan, o director-geral do FMI, apresentou valores preliminares de crescimento para os principais blocos mundiais. Todos eles marcados por fortes revisões em baixa face às previsões de Janeiro e envoltos em riscos negativos.

Segundo Ter-Minassian, o FMI está agora a trabalhar com uma projecção de contracção na Zona Euro de 3,2% em 2009 e uma estagnação (0,1%) em 2010. Estas são as previsões mais pessimistas até agora conhecidas. Há duas semanas, o BCE surpreendeu com uma forte revisão da sua previsão, apontando para um crescimento de -2,7%.

A confirmar-se a previsão do FMI para a Zona Euro, Portugal dificilmente escapará a um crescimento inferior aos -2% registados na crise de 1993, o menor valor até agora desde 1975 (a queda de então foi de 4,3%). Mesmo em 1983, a braços com um crise de balança de pagamentos, a economia contraiu 1,9%.


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por Açor3 » 17/3/2009 19:07

Francisco Jaime Quesado
Uma nova agenda para a economia portuguesa

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Vivemos um cenário de recessão económica, com fortes restrições ao nível da liquidez e consequente limitação da alocação de capital para investimentos...


Vivemos um cenário de recessão económica, com fortes restrições ao nível da liquidez e consequente limitação da alocação de capital para investimentos; num enquadramento onde os factores energéticos e ambientais constituem também restrições à utilização dos recursos naturais nos processos de produção; numa sociedade com crescentes níveis de desemprego e de tensão social; e por fim, vivemos num cenário com elevado níveis de desconfiança, quer em relação ao poder político, quer em relação aos empresários. Este sentimento de desconfiança generalizado para com o poder - político e económico - implica necessariamente uma mudança nos padrões de actuação. A sondagem realizada anualmente pela Transparency International indica bem a expectativas que o cidadão tem em relação ao poder existente, leia-se político e económico. Não é possível gerir uma economia onde os agentes económicos têm tamanha descrença pelos líderes políticos e empresariais em funções.

A valorização do capital humano, cultural e natural constitui assim o pilar para o desenvolvimento de uma economia moderna. Essa valorização do indivíduo, e a sua não sobreposição ao meio que o rodeia, irá originar a criação de sistemas e abordagens inovadoras e criativas, que estarão na base da iniciativa privada e do empreendedorismo. É neste contexto que se propõe este modelo que sinaliza os caminhos que a economia portuguesa deveria seguir para alcançar a visão acima exposta.

Neste contexto sistémico, o papel das pequenas e médias empresas (PME) é crucial à dinâmica da economia; os aspectos energéticos podem constituir elementos de competitividade ou de bloqueio ao crescimento, conforme se opte estrategicamente; a capacidade de trabalhar em rede e em projectos inovadores constituem também pilares essenciais à dinamização de uma economia pequena, como a portuguesa. O contexto actual justifica a necessidade de se alterar o enfoque de uma estratégia de crescimento baseada na produção em massa, para uma outra em que os nichos de mercado de elevado valor acrescentado, associados a "clusters" de PME e à criação de emprego altamente qualificado, são incentivados.

É assim essencial apontar uma Nova Agenda para a economia portuguesa. Uma agenda que seja eficaz para estabelecer uma economia que compatibiliza os objectivos de crescimento e de competitiva, com os valores da sustentabilidade e da responsabilidade. Assim, para além de uma visão clara sobre o futuro, é essencial apontar novos caminhos e acções, com indicações claras sobre as opções estratégicas do País a médio longo prazo.

Vivemos tempos difíceis, mas também vivemos tempos mais rápidos, podendo esperar-se um processo de recuperação mais acelerado. É sobre esta fase de recuperação que todos nós nos devemos dedicar, nomeadamente identificar:

• quais os sectores chave para o futuro da economia portuguesa num contexto mundial,
• qual a política fiscal adequada à dinamização da iniciativa privada;
• quais os serviços e bens públicos cuja produção constituem pertença inquestionável das funções do Estado;
• qual o tipo de conhecimento e capacidades que a população necessita para fazer face ao País daqui a 20 anos;
• qual o grau de reconhecimento de que o longo prazo tem consequências inevitáveis nas gerações vindouras, que serão os nossos filhos e netos.

Foram identificadas cinco fontes de competitividade para Portugal: as instituições, a globalização, a sofisticação dos negócios, as pessoas, os recursos naturais e culturais.
Elas constituem a base desta Nova Agenda para a economia portuguesa e deverão ser o ponto de partida para uma nova mobilização colectiva.


Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento
Colaboração de Francisco Rocha Gonçalves e Sofia Santos

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por Açor3 » 17/3/2009 17:10

Governo pronto para adoptar novas medidas anti-crise
O ministro das Finanças diz que o Governo se mantém atento à evolução da situação económica e "está pronto para retomar as medidas necessárias para evitar que o aprofundamento e extensão da crise financeira criem novas tensões sociais que abalem a coesão da nossa sociedade".

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Elisabete Miranda
elisabetemiranda@negocios.pt


O ministro das Finanças diz que o Governo se mantém atento à evolução da situação económica e “está pronto para retomar as medidas necessárias para evitar que o aprofundamento e extensão da crise financeira criem novas tensões sociais que abalem a coesão da nossa sociedade”.

A disponibilidade do Governo foi manifestada durante a intervenção na conferência do Instituto de Direito Económico Financeiro e Fiscal - IFESS onde Teixeira dos Santos fez uma sistematização das acções já tomadas pelo executivo para combater a crise no último ano e meio.


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por Açor3 » 16/3/2009 12:59

Apartamentos novos 1,1 p.p. mais baratos
Habitação: custo de construções novas abranda
2009/03/16 11:43Redacção / MDAAAA
Variação homóloga ficou nos 2,7%
O índice de custos de construção de habitação nova, tal como o dos preços de manutenção e reparação regular de casas abrandaram em Janeiro passado, face ao mês anterior. No entanto, se comparados com um ano antes verifica-se, em ambos os casos, um crescimento, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O primeiro indicador registou uma variação homóloga de 2,7 por cento, menos 1 ponto percentual (p.p.) que o verificado em Dezembro. O abrandamento verificado foi determinado pelos efeitos combinados de um decréscimo de 2,3 p.p. na taxa de variação nos materiais e de um ligeira aceleração de 0,2 p.p. na componente mão-de-obra.

Por tipo de construção, as taxas de variação homóloga dos índices relativos a apartamentos e a moradias foram de 3% e de 2,4%, respectivamente, traduzindo abrandamentos de 1,1 p.p. e de 0,9 p.p., em relação ao observado no mês anterior.

Por seu lado, o índice de reparação apresentou uma variação homóloga de 3,2%, inferior em 0,3 pontos percentuais ao registado no mês anterior. Este comportamento resultou do abrandamento de ambas as componentes, que foi de 0,5 p.p. em produtos e de 0,2 p.p. na componente Serviços. As taxas de variação homóloga situaram-se em 4,4% e em 2,4%, respectivamente.


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por Açor3 » 13/3/2009 14:40

Construção diminuiu quase 5% em Janeiro em Portugal
A produção na construção diminuiu 4,8%, em termos homólogos, em Janeiro, uma tendência que foi também registada pelo emprego. Já as remunerações aumentaram ligeiramente no primeiro mês do ano.

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Lara Rosa
lararosa@negocios.pt


A produção na construção diminuiu 4,8%, em termos homólogos, em Janeiro, uma tendência que foi também registada pelo emprego. Já as remunerações aumentaram ligeiramente no primeiro mês do ano.

“A produção na construção, corrigida dos efeitos de calendário e da sazonalidade e tendo como base a média móvel dos últimos três meses, apresentou, em Janeiro de 2009, uma variação de 4,8% negativos, em termos homólogos, menos 2,2 pontos percentuais (p.p.) quando comparada com a observada no trimestre terminado em Dezembro”, segundo o comunicado do Instituto nacional de estatística (INE).

Esta queda ficou a dever-se à diminuição que se verificou na construção de edifícios, que caiu mais de 8,5%.

No que diz respeito ao emprego, este recuou 7,8%, em Janeiro, contra os dados do mesmo período de 2008. Este número é inferior em quase 4 pontos percentuais ao registado em Dezembro.

Já as remunerações aumentaram 0,9% no primeiro mês do ano, contra o período homólogo do ano passado. Ainda assim, “quando comparadas com o mês anterior, as remunerações registaram uma variação de 20,5% negativos (-21,2% em Janeiro de 2008).”


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por Açor3 » 12/3/2009 9:46

Portugueses cortam na compra de bens duradouros


RUDOLFO REBÊLO
Contas Nacionais. Economia estagna em 2008
A economia estagnou em 2008 e Portugal entrou em recessão nos dois últimos meses do ano passado. Pelo sétimo ano consecutivo, Portugal cresce abaixo da média da zona euro, o que significa que os portugueses estão a perder em nível de vida face aos europeus.

E, em tempo de crise, há indícios de cortes nos gastos. Em 2008, as compras das famílias em bens alimentares aumentaram 1,7%, mas colocaram o lápis vermelho nas compras de bens duradouros, como carros ou electrodomésticos. É que, neste tipo de produtos, os portugueses, em 2008, gastaram menos 0,1% do que em 2007.

"A quebra não foi tão acentuada quanto tinha sido inicialmente indicado. Mas estamos de facto perante um cenário de recessão da economia portuguesa, que para todos nós é um desafio", afirmou ontem Teixeira dos Santos, ao destacar a revisão em alta da queda da economia no último trimestre do ano. Em Fevereiro, o INE tinha referenciado uma quebra de 2,1%, ontem "emendado" para um recuo de 1,8%.

O Estado já começou a gastar dinheiro, numa tentativa de dinamizar a procura interna. Aumentou as despesas (em consumo) em 0,5% em relação a 2007. Mas a degradação da economia é explicado pelo fraco desempenho do investimento e das exportações. Ao longo do ano passado, as vendas do País foram desacelerando, à medida que os principais clientes - Espanha, Alemanha e França - entravam em crise. Assim, em 2008, as exportações, incluindo serviços, caíram 0,5% em relação a 2007. A indústria foi a principal vítima da crise internacional. É que as exportações de mercadorias recuaram 1,5%.

O cenário de agravamento da crise pode estar em marcha. Nos últimos três meses do ano passado, as exportações entraram em "depressão": caíram 8,9% (em relação ao mesmo período de 2007), arrastadas por uma queda de 11,6% nas vendas de mercadorias.

A agravar o desempenho da procura interna em 2008, está o investimento. Após ter crescido 3,2% em 2007, caiu 0,1% no ano passado. As despesas em máquinas subiram 4,9%, mas foi a construção, ao recuar 5,8%, que levou o investimento para o vermelho.

Por sectores da actividade, a estagnação da economia em 2008 é explicada pela redução de 2,4% na criação de riqueza (PIB) na indústria, batida pela contracção das vendas para o mercado externo (exportações) e para o mercado interno, com as famílias a recuarem na compra de bens duradouros. Também a construção funcionou como um travão à economia, ao "empobrecer" 5,1%, o pior desempenho desde 2003, ano de recessão.

Pelo contrário, a alavancar a economia esteve o sector dos serviços. Os rendimentos gerados (PIB) nas actividades financeiras e imobiliárias aumentaram 2,6% em relação a 2007. A produção final do comércio e restauração aumentou 0,8%.|


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por Açor3 » 11/3/2009 16:01

Conjuntura: Petrogal, Autoeuropa e Qimonda foram as três maiores exportadoras em 2008
11 de Março de 2009, 13:17

Lisboa, 11 Mar (Lusa) - A Petrogal, a Autoeuropa e a Qimonda foram em 2008 as três principais exportadores nacionais, segundo dados fornecidos à Lusa pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2007, estas três empresas ocupavam o pódio do ranking das 10 maiores exportadoras, mas por uma ordem diferente.

A Qimonda era a maior exportadora, seguindo-se a Petrogal e a Autoeuropa.

Entre 2007 e 2008, a única alteração nas empresas que compõem a lista está na entrada da Blaupunkt para a décima posição, tomando o lugar antes ocupado pela Visteon Portuguesa.

Desde Outubro até Dezembro, a Soporcel subiu para o quarto lugar e a Repsol desceu para quinto.

Lista das 10 maiores exportadoras em 2008:

1 - PETROLEOS DE PORTUGAL-PETROGAL, SA

2 - AUTOEUROPA - AUTOMÓVEIS, LDA

3 - QIMONDA PORTUGAL, SA

4 - SOPORCEL - SOCIEDADE PORTUGUESA DE PAPEL, SA

5 - REPSOL POLÍMEROS LDA

6 - CONTINENTAL MABOR - INDÚSTRIA DE PNEUS, SA

7 - PORTUCEL - EMPRESA PRODUTORA DE PASTA E PAPEL, SA

8 - PEUGEOT CITROEN AUTOMÓVEIS PORTUGAL, SA

9 - SOMINCOR - SOCIEDADE MINEIRA DE NEVES - CORVO, SA

10 - BLAUPUNKT AUTO-RÁDIO PORTUGAL, LDA

MMO

Lusa/Fim
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por Açor3 » 11/3/2009 15:53

Economia portuguesa só recuperará um trimestre depois da Alemanha e França


11/03/2009


A economia portuguesa só deverá iniciar o movimento de recuperação um trimestre depois da retoma se verificar nas principais economias, considera o economista Filipe Garcia, da IMF.

O INE anunciou hoje que o PIB português recuou 1,8% no quarto trimestre, face ao período homólogo e encolheu 1,6% face aos três meses anteriores, tendo a economia estagnado no total de 2008.

Filipe Garcia adianta que “s dados não deixam de mostrar que a economia portuguesa travou a fundo no último trimestre de 2008”, sendo que “os dados que já é possível recolher para 2009 (para Portugal e principais parceiros) não são animadores”.

A recuperação da economia mundial, segundo a mesma fonte, “só será possível após a estabilização do sector financeiro”.

Em Portugal, “dado o carácter ‘lagging’ da economia portuguesa”, o regresso ao crescimento “apenas voltará a aparecer um trimestre depois de países como a Alemanha e França”.




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por Açor3 » 11/3/2009 14:43

Construção e indústria afundam em 2008
A estagnação da economia portuguesa no ano passado foi explicada pelos fortes recuos na criação de riqueza nos sectores da construção e da indústria e electricidade.

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


A estagnação da economia portuguesa no ano passado foi explicada pelos fortes recuos na criação de riqueza nos sectores da construção e da indústria e electricidade.

O desempenho só não foi pior, porque o sector dos serviços registou um crescimento de 1,2%. A agricultura também deu um contributo positivo, com um crescimento de 4,3%.

Na construção, o cenário de uma recuperação em 2008, após vários anos de contracção e um crescimento de 0,7% em 2007, transformou-se numa miragem. O sector recuou 5,1%, o pior valor desde 2003.

Na indústria a queda foi de 2,4% (-1,9%, quando se considera o sector da electricidade), o que também é o pior valor desde, pelo menos, 2002, ano em que recuou 0,5%. O sector acusou a diminuição das vendas para os mercados interno e externos, com destaque para o segundo, diz o INE.


JN
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por Açor3 » 11/3/2009 14:42

Análise da Fepicop
Construção em "profunda deterioração de actividade"
O sector da construção civil atingiu mínimos históricos de actividade e confiança no início deste ano. Segundo uma análise da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop) "todos os indicadores económicos habitualmente seguidos para acompanhar a evolução do sector da construção revelam uma profunda deterioração da actividade".

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Alexandra Noronha
anoronha@negocios.pt


O sector da construção civil atingiu mínimos históricos de actividade e confiança no início deste ano. Segundo uma análise da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop) “todos os indicadores económicos habitualmente seguidos para acompanhar a evolução do sector da construção revelam uma profunda deterioração da actividade”.

A mesma nota diz mesmo que “apesar do sector sofrer um ciclo recessivo há já sete anos, a violência da degradação dos números registados nos primeiros dois meses de 2009 consegue surpreender pela negativa”.

O índice de produção da Fepicop caiu 9,36 pontos percentuais e o consumo de cimento sofreu uma quebra de 25% só em Janeiro. O desemprego subiu em Janeiro 43,8% na construção. Desde 2002, o sector já perdeu 68.725 postos de trabalho.

Segundo a Fepicop, os problemas que mais afectam as empresas são os elevados encargos financeiros e os atrasos nos pagamentos do Estado que a mesma fonte diz que atingem 45,9% das empresas do sector, um valor que para a Fepicop é preocupante visto que o somatório de empresas com actividade ligada ao Estado (engenharia civil e edifícios não residenciais públicos) é de 50% do total do sector.

Neste cenário, o índice de confiança atingiu o “mínimo histórico” desde que começou a ser apurado, em Janeiro de 2000. A quebra em Fevereiro foi de 12,7 em termos homólogos, devido à queda das carteiras de encomendas.

Os edifícios não residenciais privados apresentaram uma queda de 1,5%, tendo os públicos beneficiado do programa de requalificação de escolas, com uma subida de 6,40%. O segmento de engenharia civil registou, segundo a Fepicop, uma ligeira subida de 2% mas com queixas dos empresários pelo número reduzido de concursos aberto e atrasos no pagamento



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por Açor3 » 11/3/2009 13:35

Construção e indústria afundam em 2008
A estagnação da economia portuguesa no ano passado foi explicada pelos fortes recuos na criação de riqueza nos sectores da construção e da indústria e electricidade.

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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt


A estagnação da economia portuguesa no ano passado foi explicada pelos fortes recuos na criação de riqueza nos sectores da construção e da indústria e electricidade.

O desempenho só não foi pior, porque o sector dos serviços registou um crescimento de 1,2%. A agricultura também deu um contributo positivo, com um crescimento de 4,3%.

Na construção, o cenário de uma recuperação em 2008, após vários anos de contracção e um crescimento de 0,7% em 2007, transformou-se numa miragem. O sector recuou 5,1%, o pior valor desde 2003.

Na indústria a queda foi de 2,4% (-1,9%, quando se considera o sector da electricidade), o que também é o pior valor desde, pelo menos, 2002, ano em que recuou 0,5%. O sector acusou a diminuição das vendas para os mercados interno e externos, com destaque para o segundo, diz o INE.



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por Açor3 » 11/3/2009 13:02

Défice externo português salta para 10,6% do PIB


11/03/2009


No ano passado Portugal teve de obter cerca de 17,6 mil milhões de euros de financiamento externo, fundamentalmente via endividamento e investimento directo estrangeiro, um valor que representa 10,6% da riqueza total gerada na economia.

Este valor, revelado hoje pelo INE, ultrapassa as últimas previsões quer do Banco de Portugal, quer do Governo que apontavam para um défice externo em torno dos 9%.

O elevado défice externo é dos sinais mais preocupantes da fragilidade estrutural e competitiva da economia portuguesa, o qual é agudizado pela actual crise que está ditar custos crescentes de financiamento e de acesso ao mercados internacionais.

Vários economistas, entre eles o Presidente da República, têm avisado para os elevados riscos que esta dependência do exterior coloca.

Em Janeiro, Vítor Constâncio, o governador do BdP, desvalorizou no curto prazo o peso do défice externo na economia portuguesa, centrando a prioridade da política económica no incentivo ao consumo e investimento, nomeadamente através de investimento público.




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por Açor3 » 11/3/2009 12:45

quarta-feira, 11 de Março de 2009 | 11:30 Imprimir Enviar por Email

Exportações cresceram 1% em 2008


As exportações portuguesas recuaram 11% nos últimos três meses de 2008, face ao período homólogo do ano anterior, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira colocando as exportações a crescerem apenas 1% no conjunto do ano.
O quarto trimestre de 2008 «reflectiu de forma mais intensa os sinais da crise económica que se vive a nível internacional, tendo-se registado, em termos homólogos, um decréscimo de 6,4% nas entradas de bens e de 11,0% nas saídas, enquanto que nos restantes trimestres de 2008, apesar do abrandamento, as variações eram claramente positivas», diz o instituto.

Essas quebras «foram sentidas mais intensamente no mercado intracomunitário», especialmente nas trocas com Espanha e França, acrescenta o organismo.

Em resultado da evolução observada nas saídas de mercadoria (preços Fob) e nas entradas (preços Cif), o défice comercial contabilizado ascendeu a 5 831,3 milhões de euros no trimestre analisado, contra 5,765 mil milhões de um ano antes.

Lusa
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por Açor3 » 11/3/2009 12:38

Défice da balança comercial portuguesa aumenta no último trimestre de 2008


11/03/2009


O défice da balança comercial portuguesa aumentou, no último trimestre do ano passado. As trocas comerciais internacionais registaram quedas acentuadas, tanto nas entradas como na saída de bens, reflectindo os sinais da crise económica que se vive a nível mundial.

As entradas de bens caíram 6,4% e as saídas de bens desceram 11%, no último trimestre do ano passado, depois de nos trimestres anteriores terem abrandado mas mantendo-se positivas.

Estes comportamentos ditaram um aumento do défice da balança comercial portuguesa para 5,831 mil milhões de euros, contra 5,765 mil milhões no período homólogo.

A taxa de cobertura das importações pelas exportações diminuiu para 59,2%, face a 62,2% no mesmo período de 2007.

Espanha continua a ser o principal fornecedor de bens a Portugal enquanto Angola passou a ser o quarto principal destino das exportações portuguesas.

A evolução homóloga negativa registada na globalidade do Comércio Internacional, no quarto trimestre de 2008, é um reflexo das variações registadas nos 10 principais países de destino de 2008. Apenas se verificaram aumentos nas saídas para Angola ( 217,5 milhões de euros, maior aumento registado) e Singapura ( 22,9 milhões de euros, 2º maior aumento).

Por outro lado, a maior redução no quarto trimestre verificou-se na saída de bens para Espanha (-589,6 milhões de euros), a que se seguiram os decréscimos de 209,1 milhões de euros para o mercado francês e de 176,6 milhões de euros para os Estados Unidos da América.

Défice com países fora da UE diminui em 610,4 milhões

O défice da balança comercial portuguesa com países fora da União Europeia diminuiu em 610,4 milhões de euros, no trimestre terminado em Janeiro, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística. O comércio internacional caiu no quarto trimestre de 2008, reflectindo os sinais da crise económica.

As exportações portuguesas registaram um decréscimo d e 5,7% para para 2,120 mil milhões de euros, no trimestre terminado em Janeiro deste ano, enquanto as importações diminuiram 19,7% face ao período homólogo do ano anterior, para 3,021 mil milhões de euros.

Estes comportamentos ditaram um desagravamento do défice da balança comercial com os Países Terceiros, na ordem dos 610,4 milhões de euros, para 901,2 milhões de euros, revelam os dados divulgados hoje pelo INE. A taxa de cobertura situou-se em 70,2%.

Excluindo os Combustíveis e Lubrificantes o saldo da balança comercial portuguesa atingiu um superavit de 191,2 milhões de euros com um aumento das exportações de 1,6% e uma queda das importações de 10,9%.

Por grandes categorias económicas, no trimestre terminado em Janeiro de 2009, apenas as importações de Produtos alimentares e bebidas e Máquinas e outros bens de capital registaram um aumento em termos homólogos ( 5,9% e 3,2%, respectivamente).

O INE refere ainda que se mantém a tendência dos últimos meses, com a importação de Combustíveis e lubrificantes a registar um decréscimo, tendo atingido uma variação homóloga de -29,3% no período em análise.

No que respeita às exportações, e no mesmo período de análise, destaca-se o decréscimo na categoria do Combustíveis e lubrificantes (-47,5%) e, em sentido contrário, o aumento nos Produtos alimentares e bebidas ( 9,3%), face a igual período do ano anterior.




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por Açor3 » 11/3/2009 11:32

Inflação portuguesa permanece em 0,2%


11/03/2009


O índice de preços no consumidor em Portugal registou uma variação nula em Fevereiro, pelo que a inflação homóloga permaneceu em 0,2%, igualando o mínimo obtido no mês anterior. A descida dos preços da classe de transportes e os efeitos dos saldos justificam os valores reduzidos.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em Fevereiro, a taxa de variação homóloga situou-se em 0,2%, valor idêntico ao observado no mês anterior, enquanto o indicador de inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, apresentou uma taxa de variação homóloga de 1,4%, abaixo dos 1,8% de Janeiro.

Depois em Janeiro os preços terem recuado 0,7% face a Dezembro, no mês passado os preços estabilizaram face a Janeiro. Quanto à inflação média dos últimos 12 meses, voltou a baixar em Fevereiro, recuando 0,3 pontos percentuais, para 2,1%.

De acordo com o INE, a maior contribuição negativa para a inflação homóloga de 0,2% registou-se na classe transportes, com uma queda nos preços acima de 4%. Já as classes da Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis ( 2%) e dos Restaurantes e hotéis foram as que mais contribuíram de forma positiva.

No que diz respeito à estabilização dos preços em Fevereiro, face ao mês anterior, o INE nota que “para este resultado contribuíram os efeitos opostos das variações mensais da classe dos Transportes (1,2%), das classes dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas e do Vestuário e calçado (-0,5% e -3,1%, respectivamente) e a contribuição praticamente nula das restantes classes.

A mesma fonte assinala que, a um nível mais desagregado, “destaca-se a contribuição positiva e com inversão de sinal, em relação ao mesmo período do ano passado, dos combustíveis e lubrificantes para equipamento pessoal e a contribuição negativa dos artigos de vestuário”.




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por Açor3 » 10/3/2009 18:50

Portugal
Encomendas à indústria e volume de negócios do sector afundam em Janeiro
O sector industrial está a reflectir fortemente os efeitos da crise económica, tendo registado uma quebra de 12,6% nas encomendas e uma descida de 21,6% do volume de negócios. Estes dados referem-se a Janeiro, quando comparado com igual período do ano passado, e juntam-se aos dados já divulgados que revelaram uma queda acentuada da produção.

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Sara Antunes
saraantunes@negocios.pt


O sector industrial está a reflectir fortemente os efeitos da crise económica, tendo registado uma quebra de 12,6% nas encomendas e uma descida de 21,6% do volume de negócios. Estes dados referem-se a Janeiro, quando comparado com igual período do ano passado, e juntam-se aos dados já divulgados que revelaram uma queda acentuada da produção.

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou esta tarde que as encomendas à indústria caíram 12,6%, em Janeiro, quando comparado com igual período do ano passado.

Para esta evolução negativa contribuiu quer o mercado interno, cujos pedidos de produtos à indústria diminuíram 14,9%, quer o mercado internacional que fez menos 10,3% das encomendas a Portugal que tinha feito em Janeiro de 2008.

O INE revela que, no que respeita ao mercado nacional, “o agrupamento de Bens de Consumo apresentou o único contributo positivo para a variação do índice total (0,5 p.p.), originado por uma variação homóloga de 4,0% (7,5% em Dezembro). O agrupamento de Bens de Investimento, com uma taxa de variação de -20,4% (-15,9% no mês anterior), apresentou o contributo negativo mais influente para a variação do índice agregado (-8,0 p.p.).”

Já nas encomendas feitas pelo mercado externo, todos os grandes agrupamentos industriais “registaram taxas de variação negativas”, revela a mesma fonte.

Depois da queda das encomendas, e de na semana passada o INE ter revelado que o sector reduziu a produção em 19,1% em Janeiro passado, contra uma redução de 8,8% em Dezembro de 2008, só ficava por revelar as receitas do sector.

E os dados referentes ao volume de negócios confirmam que a indústria está a reflectir fortemente a crise económica.

O INE revelou também hoje que o volume de negócios deslizou 21,6%, em Janeiro face a igual período do ano passado, depois de, em Dezembro, ter registado uma quebra de 13,5%.

“Todos os grandes agrupamentos industriais apresentaram taxas de variação negativas, destacando-se o de Energia, que passou de uma variação homóloga de -22,2% em Dezembro, para -33,0% em Janeiro”, acrescenta a mesma fonte.

“Face ao mês anterior, o índice de volume de negócios na indústria registou uma variação de -8,0%, quando em Janeiro de 2008 registara uma taxa positiva de 1,5%”, adianta o INE.

“O volume de vendas para o mercado nacional apresentou uma taxa de variação homóloga de -17,7% (-11,1% em Dezembro)” e para o “mercado externo apresentou uma variação homóloga de -27,4% (-17,7% no mês anterior)”, segundo o INE.


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por Açor3 » 9/3/2009 16:44

Consumo de combustíveis em Portugal diminuiu 2,6% em 2008


09/03/2009


Os portugueses consumiram menos 2,6% de combustíveis, no ano passado, face a 2007. O único combustível rodoviário que continuou a aumentar em vendas foi o GPL, num ano marcado pelos máximos históricos do petróleo e dos juros e pelo início do acentuar da crise económica.

A Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) revelou hoje os dados do consumo de combustíveis, concluindo que se voltou a verificar novas quebras no consumo destes produtos, em Dezembro.

Em termos globais, os consumidores compraram menos 2,6% de combustíveis em 2008, face a igual período do ano anterior, o que representa menos 176 mil toneladas.

2008 foi um ano marcado pela escalada dos preços dos combustíveis, depois das matérias-primas terem atingido máximos históricos. Este fenómeno, em conjunto com as subidas de juros até Outubro, levou a que muitas famílias substituíssem os automóveis por transportes públicos ou consumissem combustíveis mais baratos.

As quebras mais acentuadas continuaram a verificar-se nas gasolinas, com as aditivadas a deixarem de ser “praticamente consumidas”. A queda do consumo de gasolinas foi de 6,4%, no ano transacto.

A gasolina sem chumbo 98 octanas verificou uma quebra de 25,1% no seu consumo, em 2008. E a gasolina sem chumbo 95 octanas registou uma redução de 3,2% do consumo e representa já mais de 88% do total do consumo de gasolinas, em Portugal.

No gasóleo registou-se uma descida no consumo de 1,4%, no ano passado face a igual período do ano anterior, revela hoje a DGEG.

Os preços dos combustíveis começaram a aliviar das subidas consecutivas em Julho, a reflectir a queda dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, mas com os preços dos combustíveis elevados, até ao Verão, e os juros dos empréstimos bancários também em níveis recorde até Outubro, muitas famílias optaram por reduzir os gastos com combustíveis.




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por Açor3 » 7/3/2009 10:39

Conjuntura
Recessão na zona euro arrasta PIB nacional para valor mínimo desde 1975
07.03.2009 - 09h11
Por Sérgio Aníbal, Ana Rita Faria
Kai Pfaffenbach/Reuters

Grandes economias da zona euro como a Alemanha, França e Espanha estão a apresentar indicadores que não deixam margem para dúvidas quanto à gravidade da situação
Portugal poderá estar já a atravessar o ano de pior desempenho económico desde 1975. A quebra acentuada do ritmo de actividade económica nos últimos meses do ano passado já tornavam possível este tipo de cenário, mas a última previsão do Banco Central Europeu para a evolução da economia da zona euro tornou este recorde negativo ainda mais provável, dizem economistas, ex-ministros das Finanças e ex-governadores do Banco de Portugal.

Na quinta-feira, o BCE surpreendeu e decidiu colocar a sua estimativa para a contracção da economia da zona euro em 2009 num intervalo situado entre 2,2 e 3,2 por cento. Há apenas três meses, a mesma previsão apontava para um recuo mais ligeiro situado entre zero e um por cento.

O que é que isto pode significar para a economia portuguesa? Estará já a previsão de crescimento negativo de 0,8 por cento do Governo e Banco de Portugal completamente ultrapassada? Será a última previsão de contracção de 1,5 por cento feita pela Comissão já demasiado optimista? Poderá o país, se mantiver a tendência dos últimos oito anos de divergir com a média europeia, ficar próximo de uma variação negativa do PIB de três por cento?

Perante este cenário, especialistas contactados pelo PÚBLICO consideram, na sua maioria, como muito provável que a economia portuguesa acompanhe o recuo forte dos seus parceiros europeus e, como consequência, que 2009 possa registar a variação mais negativa do PIB português desde 1975, ano em que a economia recuou 4,3 por cento. Nas três últimas recessões nacionais, a economia caiu 0,8 por cento em 2008, dois por cento em 1993 e 1,9 por cento em 1984.

Agora, tal como acontece com um grande número de parceiros da UE, com os EUA e com o Japão, o desempenho económico de Portugal em 2009 ameaça bater recordes.

Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, diz que este cenário é "muito provável". A última previsão de crescimento publicada pelo seu departamento para 2009 era de um recuo de 1,2 por cento, mas a economista reconhece que já estão a trabalhar com um valor ligeiramente pior que dois por cento. Uma revisão completa das projecções vai ser feita quando forem divulgados os dados completos das contas nacionais pelo INE na próxima semana.

Eduardo Catroga diz que uma contracção do nível da actividade económica maior do que o esperado não é de surpreender, seja a nível europeu seja português. "Em Portugal, será certamente uma contracção mais profunda do que a de 1983, e portanto, acima dos dois por cento", diz, embora salientando que o importante não são os números, mas sim saber se Portugal está a gerir bem a saída da crise.

Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social, salienta que, "a confirmar-se esta contracção na zona euro, seremos muito atingidos". "As previsões do BCE são péssimas notícias para nossa economia e para recuperação desta crise", afirma.

Já João César das Neves diz que "uma contracção próximo dos três por cento é possível, sem dúvida", mas salienta, com prudência, que "ainda ninguém pode dizer com certeza porque "a situação é muito nebulosa".

Portugal com melhor desempenho que parceiros europeus?

Uma coisa é certa - para que Portugal registe, em 2009, um contracção da economia menor do que os dois por cento de 1993, uma de duas hipóteses tem de se concretizar: ou as previsões feitas pelo BCE para a zona euro se revelam demasiado pessimistas ou Portugal consegue este ano um desempenho melhor do que os seus parceiros, algo que não acontece desde 2001. A primeira hipótese é, a cada semana que passa, cada vez mais improvável. Grandes economias da zona euro como a Alemanha, França e Espanha estão a apresentar indicadores que não deixam margem para dúvidas quanto à gravidade da situação. Na Alemanha, alguns institutos de investigação económica são até mais pessimistas e apontam para a possibilidade de uma contracção de cinco por cento na maior economia europeia. A segunda hipótese - a de Portugal conseguir um desempenho substancialmente melhor que o dos seus parceiros - também parece de difícil concretização.

João Ferreira do Amaral, o mais optimista, não considera que isso seja impossível. Apesar de dizer que "tudo indica que o cenário vá ser pior do que inicialmente previsto", o economista do ISEG acredita num "decréscimo de um por cento ou pouco mais" e sustenta esta previsão na possibilidade de haver "um aumento do consumo (sobretudo de grupos como os reformados e empregados), que compense a queda do comércio externo".

No entanto, outro professor do ISEG, Miguel St. Aubyn, diz que "se estas previsões se verificarem para a zona do euro, não vejo grande razão para Portugal, pequena economia aberta e exportadora para essa zona, vir a ter um desempenho melhor". Na mesma linha, António Nogueira Leite, secretário de Estado do Tesouro no Governo de António Guterres, "diz que, neste momento, é razoável assumir que a economia portuguesa tenha uma performance no intervalo da zona euro", assinalando que "há economias, como a alemã ou a espanhola, onde projecções independentes apontam para quedas monumentais, o que a acontecer pode ter um impacto sobre a nossa capacidade exportadora".

Miguel Beleza, ex-governador do Banco de Portugal, também considera "provável que Portugal acompanhe a zona euro e fique próximo da média europeia".

Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, diz que, "se ficarmos em linha com o desempenho da economia europeia, já não é mau".

E Bagão Félix, apesar de surpreendido pela previsões "tão negativas" do BCE, diz que "Portugal vai claramente ficar na metade mais negativa do intervalo, ou seja, entre -2,7 e -3,2 por cento".

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