Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Um Negócio Fino

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Açor3 » 27/3/2009 13:41

Manuel Fino vai receber 2,7 milhões em dividendos da Soares da Costa em 2008


27/03/2009


Manuel Fino, que controla a Soares da Costa com uma posição de 56,23% do capital, através da Investifino, vai receber 2,7 milhões de euros em dividendos da empresa, referentes ao exercício do ano passado.

A Soares da Costa, que hoje apresentou os lucros de 2008, adiantou que vai voltar a remunerar os accionistas, após 11 anos. A empresa vai pagar um dividendo de 5 cêntimos por acção por cada acção preferencial e 3,1 cêntimos para as acções ordinárias.

De acordo com os cálculos do Negócios, Manuel Fino, que ficou a deter 47,35% das acções ordinárias e 99,97% das preferenciais da Soares da Costa, no final da Oferta Pública de Aquisição lançada sobre a construtora, deverá receber 2,66 milhões de euros em dividendos.

O empresário vai receber assim 1,35 milhões de euros, referentes às 26.990.400 acções preferenciais que controla na construtora e mais 1,31 milhões de euros pelo pagamento de dividendo das 42.332.420 milhões de acções ordinárias.




--------------------------------------------------------------------------------

Banco BPI
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Panizzi » 6/3/2009 16:14

Olho para o Sr.Faria de Oliveira e tem muitas expressões físicas de Madoff. Ainda ontem estava a vêr o noticiário e pensei que o Madoff tinha sido convocado para dar explicações aos deputados portugueses :mrgreen:
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 341
Registado: 26/2/2008 22:11

por Açor3 » 6/3/2009 15:26

quinta-feira, 5 de Março de 2009 | 23:47 Imprimir Enviar por Email

Manuel Fino só pode recomprar Cimpor à CGD se liquidar dívida


O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou hoje que a Investifino só pode recomprar as acções da Cimpor que o banco lhe adquiriu, se antes tiver ressarcido a totalidade do crédito concedido.
«A opção de compra só pode ser exercida se o grupo tiver ressarcido a totalidade do crédito», afirmou Faria de Oliveira numa audição na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, adiantando este dado a outros que já tinha apontado anteriormente para afirmar que a CGD fez um bom negócio.

Chamado ao Parlamento para explicar porque é que a CGD comprou 9,56 por cento da Cimpor ao empresário Manuel Fino a um preço muito superior ao da cotação em bolsa, o presidente da CGD repetiu diversa vezes que «foi a melhor solução».

«A Caixa não perdeu garantias, melhorou o perfil de risco, nunca venderá as acções a um preço inferior a que comprou e acrescido de uma remuneração boa e ajustada a este tipo de operações«, garantiu o presidente da CGD, que acrescentou a este dados, já tornados públicos na semana passada em conferencia de imprensa, alguns pormenores do negócio.

A reestruturação e redução da divida da empresa »foi uma negociação difícil e demorada, que começou em Setembro«, disse, reafirmando que »qualquer outra solução que não fosse comprar a Manuel Fino a participação na Cimpor, traria perdas adicionais ao banco e nenhum benefício«.

Não fazer nada é que seria »irresponsável«, podia executar o penhor mas aqui as acções da Cimpor em bolsa teriam que ser vendidas rapidamente, porque »há uma proibição de manter quando resultam de penhor«, lembrou, e a CGD estava obrigada portanto a vender, frisou Faria de Oliveira.

A execução das garantias originaria assim queda das acções e reflexos negativos muito relevantes, além de que era exagerado, porque, reafirmou o presidente do banco, nunca houve imcumprimento da dívida, havendo apenas desvalorização das garantias dadas.

Antes mesmo de entrar para a Comissão, Faria de Oliveira disse aos jornalistas que acreditava poder mostrar aos deputados que a solução encontrada foi a melhor e recordou que o problema da divida da Investifino »vem do passado«, resultando de créditos dados entre 2005 e 2007, e que foi provocado pela queda abrupta das bolsas.

Nas intervenções iniciais, os deputados do PC e do CDS, partidos que pediram a audição, vincaram sobretudo críticas e dúvidas sobre a função da CGD, insistindo em que deve ser um banco que deve apoiar as famílias e as empresas e negócios médios e pequenos e não apoiar negócios especulativos e empresas com negociações em bolsa.

Diário Digital / Lusa
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Açor3 » 6/3/2009 10:14

Faria de Oliveira
"Não vejo o empresário Manuel Fino como um especulador"
O presidente da Caixa Geral de Depósitos diz que não é adequado classificar Manuel Fino de especulador , uma vez que o empresário ajudou a desenvolver a região de Portalegre e controla a Soares da Costa.

--------------------------------------------------------------------------------

Maria João Gago
mjgago@negocios.pt



O presidente da Caixa Geral de Depósitos diz que não é adequado classificar Manuel Fino de “especulador”, uma vez que o empresário ajudou a desenvolver a região de Portalegre e controla a Soares da Costa.

"Não vejo o empresário Manuel Fino como um especulador", disse Faria de Oliveira aos deputados, na audição da comissão de Orçamento e Finanças, onde o presidente da CGD, durante mais de três horas, explicou aos deputados os contornos do negócio com o empresário.

Faria de Oliveira adiantou que Manuel Fino ajudou a desenvolver a região de Portalegre com as suas fábricas e, no fim da vida, investiu no controlo da Soares da Costa "um grande empregador", na Cimpor e no BCP.


"Não me parece nada adequado associá-lo a um especulador", adiantou.


Na sua relação de vários anos com a CGD nunca esteve em situação de incumprimento, sublinhou o presidente da Caixa

JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Açor3 » 6/3/2009 10:13

"Se vier a ser exercida a opção de compra, ganha a Caixa e ganha o empresário"
Faria de Oliveira disse no Parlamento que se Manuel Fino exercer a opção de compra de acções da Cimpor, que pode acontecer no prazo de três anos, a operação será rentável para a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino.

--------------------------------------------------------------------------------

Maria João Gago
mjgago@negocios.pt


Faria de Oliveira disse no Parlamento que se Manuel Fino exercer a opção de compra de acções da Cimpor, que pode acontecer no prazo de três anos, a operação será rentável para a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino.

"Se vier a ser exercida a opção de compra, ganha a Caixa e ganha o empresário", revelou o presidente da CGD.

Faria de Oliveira deu um exemplo de renegociação de dívida acordado recentemente em Espanha, entre a Metrovacesa e seis grandes bancos espanhóis (Santander, BBVA, Sabadell, Popular, La Caixa e outros) que envolveu a compra de 60% do capital da empresa de imobiliário a um preço por acção com um prémio de 96%.

Isto "numa empresa que não estava a cumprir o serviço da dívida", realçou.


JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Açor3 » 6/3/2009 10:12

Juiz recusa avaliar alegado favorecimento do Estado
O papel do Estado no processo de privatização da Cimpor é tema transversal para as testemunhas do processo intentado pela Semapa Inversiones, de Pedro Queiroz Pereira, contra a Teixeira Duarte (TD), Manuel Fino, BCP e Lafarge, por alegada concertação. No entanto, o juiz do processo escusa-se a avaliar a intervenção do Estado para além da questão de saber se este tinha ou não conhecimento do alegado acordo de voto.

--------------------------------------------------------------------------------

Maria João Babo
mbabo@negocios.pt
Maria João Gago
mjgago@negocios.pt


O papel do Estado no processo de privatização da Cimpor é tema transversal para as testemunhas do processo intentado pela Semapa Inversiones, de Pedro Queiroz Pereira, contra a Teixeira Duarte (TD), Manuel Fino, BCP e Lafarge, por alegada concertação.

No entanto, o juiz do processo escusa-se a avaliar a intervenção do Estado para além da questão de saber se este tinha ou não conhecimento do alegado acordo de voto.



"Importa ter em consideração que o que se discute nos autos é um alegado acordo vinculativo de voto, pelo que o alegado favorecimento do Estado, por acção e omissão, do alegado grupo controlador não tem relevância para os autos", pode ler-se na resposta do juiz à matéria de facto.



Se Pedro Queiroz Pereira considerou que "houve da parte do Governo uma actuação distorcida e que visou manter a Cimpor em mãos portuguesas", o próprio Pedro Teixeira Duarte declarou, relativamente à quarta fase de privatização, "que o grupo TD teve a vida facilitada, uma vez que o Governo definiu uma série de princípios a que foi possível aderir".






JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por Açor3 » 6/3/2009 10:10

Faria de Oliveira explica negócio
Acordo com Manuel Fino dá à CGD um ganho de oito milhões por ano
Faria de Oliveira disse esta noite no Parlamento que o acordo com Manuel Fino, no que diz respeito à compra de acções da Cimpor, confere ao banco estatal um ganho de oito milhões de euros por ano. O presidente da Caixa garantiu que o banco não irá vender as acções abaixo do preço a que comprou ao empresário.

--------------------------------------------------------------------------------

Maria João Gago
mjgago@negocios.pt


Faria de Oliveira disse esta noite no Parlamento que o acordo com Manuel Fino, no que diz respeito à compra de acções da Cimpor, confere ao banco estatal um ganho de oito milhões de euros por ano. O presidente da Caixa garantiu que o banco não irá vender as acções abaixo do preço a que comprou ao empresário.

O “acordo [com Manuel Fino] garante à CGD um ganho de oito milhões de euros ano”, disse Faria de Oliveira aos deputados, acrescentando que "a CGD não perde garantias” e, por outro lado, “a dívida fica muito mais ajustada à capacidade financeira da Investifino. A CGD reduz o crédito à Investifino".

Quanto à opção de compra que Manuel Fino tem sobre as acções da Cimpor, Faria de Oliveira adiantou que esta só pode ser exercida se a Investifino tiver ressarcido todo o crédito que tem na CGD.


Na audição, Faria de Oliveira explicou o prémio pago pelas acções. Afirmou que historicamente os dividendos da Cimpor têm gerado um retorno de 5% a 6% por ano e que a Cimpor sempre foi empresa “altamente rentável”.


Se a opção vier a ser exercida, Manuel Fino tem que pagar 4,75 euros por acção, “acrescidos de uma taxa adequada para este tipo de operações”.

Faria de Oliveira adiantou que a “Caixa não perdeu garantias e nunca venderá as acções a um preço inferior ao que comprou, antes pelo contrário será acrescido da tal remuneração”.


JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por rmachado » 5/3/2009 15:47

Bem... lido e visto que tenho a casa penhorada a CGD, será que dando uma acções da Cimpor fico com a casa paga?

Enfim... Gosto da justificação que o negócio permitiu que a caixa não tivesse prejuizo, que não teria pq podia perfeitamente accionar as penhoras para reaver o capital em divida (ou grande parte dele) sem grandes concessões.. era o que me fariam se eu deixasse de pagar o emprestimo.
 
Mensagens: 2125
Registado: 24/8/2004 10:42
Localização: Carregado

por Flying Turtle » 5/3/2009 15:21

:clap: :clap: :clap: :clap:

FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3240
Registado: 25/10/2002 17:26
Localização: Oeiras/Lisboa

por Açor3 » 5/3/2009 15:15

Pedro Santos Guerreiro
O inimigo número 1
psg@negocios.pt

--------------------------------------------------------------------------------


Quis a sorte que o juiz decidisse um caso com oito anos precisamente na semana de novas suspeitas de concertação na Cimpor. O juiz decidiu: não há provas. Sai de cena a "velha" concertação com a Lafarge, entra a "nova" concertação contra a Lafarge.


Quis a sorte que o juiz decidisse um caso com oito anos precisamente na semana de novas suspeitas de concertação na Cimpor. O juiz decidiu: não há provas. Sai de cena a "velha" concertação com a Lafarge, entra a "nova" concertação contra a Lafarge. Podem arrolar os mesmos: Teixeira Duarte, BCP, Manuel Fino, e agora também a Caixa.

Primeiro, a "velha": Pedro Queiroz Pereira, que queria comprar a Cimpor em 2001, acusou em tribunal a Teixeira Duarte, o BCP, Fino e a Lafarge de dominarem encapotadamente a Cimpor, o que violaria a lei (teria de haver OPA). Segundo a acusação, Pedro Teixeira Duarte seria o condutor deste automóvel, com "financiamentos de favor" do BCP e da Caixa, e com Manuel Fino, "que não tinha dinheiro", a servir de "testa de ferro", detendo sociedades em "offshores" que canalizavam o dinheiro. Os franceses da Lafarge teriam sido angariados para equilibrar o corpo accionista que visava manter a Cimpor em mãos nacionais, como seria aliás desejo do Governo.

Se o que relatou é falso, Pedro Queiroz Pereira ou é um mentiroso assolapado ou um delirante conspirador. Já Jardim Gonçalves testemunhou que não sabia de nada, não ouvira nada, não se lembrava de nada (o que o juiz considera "incompreensível"). Pedro Teixeira Duarte confirmou que o Governo queria manter a empresa em Portugal, assim como Jardim Gonçalves, e que "a Lafarge", de quem é sócio, "é o seu inimigo número 1 porque quer os activos da Cimpor".

O que estava em causa na Cimpor era, portanto, a salvaguarda dos centros de decisão nacional. Aliás, segundo o juiz, Queiroz Pereira confessou que a cimenteira deixaria mesmo de ser nacional, quando "referiu que a aquisição da Cimpor pela Secil e pela Holderbank impunha o desmantelamento da empresa e a deslocalização do comando para o estrangeiro por causa das leis da concorrência".

Agora, a "nova": fica evidente, que o negócio com as acções de Manuel Fino que o presidente da Caixa vai hoje explicar ao Parlamento tem tudo a ver com este jogo de poder em que a Cimpor se arrasta há quase uma década. Aliás, não só a Caixa assume literalmente a "posição de charneira" como o seu administrador Jorge Tomé assumiu no "Prós e Contras" que, se a Caixa não tivesse comprado, Manuel Fino poderia ter vendido "por um prémio muito superior" a 25% "a outros cimenteiros" (disse primeiro), "a Lafarge" (confirmou depois).

Está na altura de pôr o assunto em pratos limpos: a Caixa fez o mau negócio porque receava que Manuel Fino vendesse as acções à Lafarge, o que seria entregar a maior multinacional portuguesa a mãos estrangeiras. Isto recoloca a discussão noutra escala: os centros de decisão nacional. O País quer protegê-los? A Caixa deve ser o instrumento para consegui-lo? Os deputados que criticam a Caixa pelo negócio criticá-la-iam se a Cimpor ficasse francesa?
Esta discussão é determinante para o futuro do País, porque atrás do caso da Cimpor virão outros, gerados pelo excesso de dívida de muitos empresários portugueses.

Eu sou contra os negócios proteccionistas que beneficiam accionistas portugueses em vez de consumidores portugueses ou contribuintes portugueses. Disse, repito e mantenho que isso são óptimas justificações para péssimos negócios. O proteccionismo é filho do medo, irmão do benefício individual e pai do prejuízo colectivo. Quem quiser pode discordar. Mas depois não pode criticar a Caixa pelo acordo que fez com Manuel Fino.

JN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por MarcoAntonio » 2/3/2009 23:11

Negocios Escreveu:Preço pago pela Caixa já está 58% acima da cotação das acções da Cimpor
As acções da Cimopr fecharam hoje nos 3 euros, pelo que a diferença entre o preço pago pela Caixa por 10% da Cimpor e o seu valor em Bolsa já mais que duplicou, de 25% para 58,2%. Se a Caixa alienasse hoje a sua posição, perderia mais de 110 milhões.
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt


As acções da Cimopr fecharam hoje nos 3 euros, pelo que a diferença entre o preço pago pela Caixa por 10% da Cimpor e o seu valor em Bolsa já mais que duplicou, de 25% para 58,2%. Se a Caixa alienasse hoje a sua posição, perderia mais de 110 milhões.


Em causa está a polémica levantada pelo acordo entre a Caixa e Manuel Fino, que entregou cerca de 10% da Cimpor ao banco, que, sendo seu credor, exigiu um reforço das garantias. O negócio foi fechado a 4,75 euros por acção, o que representava um prémio de 25% face à cotação de 3,79 euros de 16 de Fevereiro, dia da assinatura do acordo.

Este prémio tem levantado polémica, nomeadamente entre os partidos da Oposição, tendo o presidente da Caixa explicado durante a apresentação dos resultados anuais, que um prémio "entre 25% e 35%" é o normal para operações de tomada de controlo.

Só que, entretanto, as acções da Cimpor desvalorizaram em Bolsa, tendo encerrado a sessão de hoje nos 3,001 euros: a diferença para os 4,75 euros pagos pela Caixa passou de 25% para 58%.

Os 10% da Cimpor estão hoje avaliados pelo mercado em 193,1 milhões de euros, abaixo dos 305,8 implícitos entre a Caixa e Manuel Fino. Uma diferença de 112,6 milhões de euros.

Um caso que deverá marcar o “Prós e Contras” de hoje, na RTP.



O malabarismo financeiro que transforma este Negócio Fino num negócio vantajoso para a CGD continua por explicar...
:roll:


A Caixa não só pagou mais pela coisa do que ela vale como ainda assumiu o risco associado à coisa pelo cliente devedor (que se correr bem, exerce a opção e compra de volta, se correr mal deixa a CGD agarrada à bronca).

Isto, no contexto actual da Economia e da Banca, é grotesco!


Dizem que falamos do que não sabemos/entendemos.

Ora, uma coisa neste negócio é perfeitamente clara: há qualquer coisa que a Banca (CGD neste caso) tem de explicar e que ainda não explicou.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 41033
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Açor3 » 1/3/2009 10:16

OLHEM EU A QUERER ARMAR-ME EM FINO


Jorge Fiel
Tenho uma pequena carteira de acções: 7300 Sonae SGPS, 912 Sonae Capital, 466 Impresa, 310 EDP Renováveis e 250 Santander. Valia 7673 euros a 31 de Janeiro.

Este dinheiro dava-me agora jeito para ajudar a pagar as obras num andar que comprei. Mas custa-me liquidar, a cotações de saldo, uma carteira que a 31 de Janeiro de 2008 valia 13 881 euros (sem as 310 EDP R!).

Não há drama. Posso financiar as obras sem tocar nas acções. Mas se me deixassem, fazia com a Caixa um negócio tipo Fino. Vendia a carteira por 14 mil euros, salvaguardando o direito de a recomprar nos próximos três anos. O problema é que tenho tantas hipóteses de ser bem sucedido neste negócio como uma bailarina com uma perna de pau.

Estou a ver a cena. Chegado ao balcão, dizia ao que ia e a cara da bancária (preferia que fosse uma mulher) abria-se num largo sorriso e dizia-me: "O senhor quer armar-se em Fino!" Depois explicava--me que o negócio era impossível porque não devo dinheiro à Caixa e a verba em causa é ridícula - para o caso poder mudar de figura, teríamos de acrescentar-lhe dois zeros à direita.

Fino pode vender 10% da Cimpor à Caixa por mais 62 milhões do que valem, porque a astronómica quantidade de dinheiro que deve provocaria rombos enormes nas contas de uma data de bancos, se eles tivessem de assumir que ele não pode pagar.

A explicação de Teixeira dos Santos para esta operação até nem é má - evitou uma perda de 80 milhões pela Caixa, em 2008. Só pecou por não ter usado o verbo adequado: em vez do evitar, deveria ter utilizado os verbos mascarar, camuflar ou esconder.

Os bancos sabem que ninguém está falido enquanto as pessoas não souberem que está falido. Por isso, usam as garantias do Estado e o dinheiro dos contribuintes para maquilhar erros do passado e manter créditos zombies artificialmente vivos.

Berardo deve mil milhões de euros a três bancos (CGD, BCP e BES), que usou para comprar 6,2% de um deles (BCP), em que acumulou perdas potenciais de 800 milhões de euros - superiores à contribuição dos EUA para a reconstrução da Faixa de Gaza. Esta notável performance foi premiada com o congelamento do pagamento de juros durante quatro anos e o prolongamento do prazo dos empréstimos.

O BCP tem 10% da Teixeira Duarte (TD), que tem 7,5% do BCP, cujo fundo de pensões tem 10% da Cimpor, onde a TD tem 23,3% (dos quais 5% dados como colateral à Caixa, que está em força nos cimentos). Em face desta teia, é mais provável o Estado abrir falência do que a TD, que deve dois mil milhões de euros. É por estas e por outras que o crédito está a ser negado a empresas viáveis, que a banca está a estrangular ao não lhes acudir aos problemas de tesouraria.

É por estas e por outras que dói no coração assistir à falência de grupos exportadores, como o corticeiro Suberus, que a banca asfixiou ao retirar--lhe o crédito operacional.

Os banqueiros que se cuidem. Se não arrepiam caminho, qualquer dia o Bonnie & Clyde volta a ser um filme de culto - e o "El Solitario" e o gangue das Perucas são os novos Robin dos Bosques.|


DN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa

por alexpto » 28/2/2009 22:43

Boas pessoal, finalmente consegui inscrever-me ao fim de alguns meses apenas a ler o forum.

O homem do BE pergunta se os 10% vão ser devolvidos, eu não me admira nada que já tenham sido devolvidos, mas não à CGD.

Enfim, Portugal no seu melhor como sempre.
 
Mensagens: 56
Registado: 28/2/2009 22:36
Localização: 12

por MarcoAntonio » 28/2/2009 21:00

Agora o "mote" é chamar-nos ignorantes, dizer que "falamos do que não sabemos".

Estes Banqueiros têm cá uma moral para nos chamar ignorantes após mais de um ano de demonstração de total incompetência e de malabarismos financeiros com resultados desastrosos que estão bem à vista de todos agora.

Realmente estava na hora de explicar nos explicar como é que pagando mais por uma coisa do que ela vale e assumindo o risco de uma perda ainda maior em lugar do cliente devedor, se retira um benefício. Mas só dizem que não entendemos e não explicam como é que funciona este malabarismo financeiro...

Curiosamente o único Presidente de um Banco em Portugal que diz não entender o benefício é o do Banco em melhor situação, o único dos grandes que ainda não precisou de recorrer à Garantia do Estado.

É caso para dizer que o verdadeiro benefício está em não perceber como se retira benefício de determinados negócios.

:roll:
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 41033
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

Controvérsia

por Gonanto » 28/2/2009 19:34

Muito se tem escrito e falado sobre este caso, o BPP e o BPN.

1º - O que é falcatrua é caso de polícia, assunto arrumado;

2º - O que eu gostaria de perguntar, nomeadamente ao Bloco de Esquerda, é o que é que acontece aos pequenos accionistas, aos reformados e aos fundos de pensões se o governo não tivesse tomado as medidas que tomou? O BE com toda a eloquência do seu lider ataca com toda a demagogia e ninguém lhe pôe as questões pertinentes. Veja-se com o ataque aos "ricaços" do BPP, muitos pequenos accionistas e reformados estão em vias de perder tudo, ou é-se rico quem tem 100.000 euros para a reforma? Voltamos ao tempo igualdade para todos, haja burros para todos fora com os ferrari. Mas eu não sendo rico, nem pouco mais ou menos, defendo os ricos! Se um Pinto Balsemão for à falência, só vai ele? E todos os que trabalham para ele, o que é que lhes acontece? E aos pequenos accionistas e aforradores? E aos fundos de pensões, logo ás reformas dos pensionistas?

3º - Por último o caso Cimpor-Fino; já alguém se lembrou o que seria a Cimpor, o BCP, a PT e outras empresas cotadas se os bancos em determinada altura não tivessem emprestado dinheiro aos Finos, Berardos, Teixeira Duarte e outros? Mais, como estariam as economias dos pequenos accionistas? E dos reformados, como estariam os fundos de pensões?

Em resumo e conclusão, nesta altura é fácil e simpático, nomeadamente a uma esquerda utopista atacar os ricos, os capitalistas, os grandes negócios, mas ocultar de forma deliberada, porque não os considero estúpidos antes pelo contrário, quais foram, são ou serão as consequências para todas as pessoas do sucesso ou falência dos ricos ou dos grandes negócios, porque mesmo que não sejam pequenos accionistas ou aforradores, pensionistas seremos todos um dia!

Por mim, que cada vez haja mais ricos em Portugal e negócios de sucesso - todos lucrarão com isso.

Bom Fim de Semana.

Gonanto
 
Mensagens: 390
Registado: 8/11/2002 12:04

Um Negócio Fino

por Açor3 » 28/2/2009 18:14

UM NEGÓCIO FINO


João Marcelino
Director
1O negócio do empresário Manuel Fino com a Caixa Geral dos Depósitos vai à Assembleia da República - e vai muito bem. O mérito disso cabe a Francisco Louçã, que levantou a questão da forma como ela tem de ser levantada.

Para todos os efeitos, a CGD valorizou os 10% da Cimpor (que Manuel Fino deu agora como garantia das suas dívidas ao banco do Estado), 25% acima do valor actual do mercado. Pagou um prémio de algumas dezenas de milhões de euros e ainda terá deixado a opção de retoma das acções ao empresário em condições que devem ser melhor explicitadas.

José Sócrates e Teixeira dos Santos ficaram incomodados no debate quinzenal. Repetiram várias vezes que a tutela não dá orientações globais e respeita as competências do conselho de administração do banco. José Sócrates chegou a dizer que sabia de ter lido na véspera quando o conhecimento público do assunto tinha dias...

Horas depois, na defesa da operação, o presidente da CGD, Faria de Oliveira, lá veio precisar melhor: "Formalmente", o Governo não tinha sido informado. Nisso, sinceramente, eu já acredito.

2 José Sócrates, Teixeira dos Santos e Faria de Oliveira, em diferentes momentos, deixaram claro que havia ali um problema a resolver por parte da CGD. Ora, esse começa por ser o primeiro aspecto que todos devem perceber rapidamente: é incompreensível para a maioria da população que se concedam empréstimos sem as devidas garantias. Essa prática do passado recente, em benefício dos grandes clientes, deve ser abolida.

Qualquer português que se dirija a um banco para pedir dinheiro tem de prestar as garantias necessárias ao negócio, e no caso do empréstimo para habitação lá deixa a hipoteca da mesma. Se o negócio corre mal, porque as condições de vida de quem pede o empréstimo se alteram (seja por perda de emprego ou outra qualquer contingência da vida), numa primeira fase pode haver, e normalmente há, renegociação - mas no final da linha está sempre a possibilidade da execução. E, sobretudo, parte-se de um ponto: o cliente tem ali um problema. Neste caso, como se vê da argumentação de Faria de Oliveira e não só, o problema era da CGD. Curioso…

Tudo isto nos remete para as perguntas que o presidente do BPI, Fernando Ulrich, colocou ontem sobre a mesa: Que contrato havia antes? E - sobretudo - esta valorização dos activos mobiliários está ao alcance de todos?

3 Lobo Xavier, falando do mesmo tema na Quadratura do Círculo, foi inteligente ao colocar a questão noutro patamar. Seria mais esclarecedor, disse, que a CGD explicitasse publicamente a quem, e em que condições, concedeu empréstimos acima de determinado montante, e avançou como exemplo de fasquia os 20 milhões de euros.

Advogado experiente no mundo dos negócios, Lobo Xavier pretendeu dizer-nos, da forma que pôde, que este não é um negócio isolado. Durante os últimos anos foi prática corrente de alguns bancos, nomeadamente da CGD, concederem grandes empréstimos para compra de acções sem os cuidados devidos. O ambiente económico era propício, e ninguém pensa, quando o rebanho está sereno, que de facto pode vir aí mesmo o lobo. Mas o lobo está aí e as práticas têm de mudar.

Ao nível político, PS e PSD cometem um erro se pensam ainda que o levantamento destas questões é apenas uma questão de baixa política e faz parte da eterna embirração da extrema esquerda com o capital. Não é! É um problema de cidadania e de combate às desigualdades. No futuro votar-se-á também tendo em conta quem condena e quem apoia estas situações.

O chamado caso Manuel Fino não é, de facto, original. Há algumas semanas já o empresário Joe Berardo tinha avançado para os mesmos efeitos (de garantia de um empréstimo contraído na CGD para comprar acções do Millenium bcp) uma parte da sua colecção de arte. A diferença só está em que a arte é um pouco como os jogadores de futebol: vale sempre o que alguém estiver disposto a pagar e não há a "chatice", que apanhou Manuel Fino, de as acções estarem cotadas e esse valor ser conhecido |


DN
Na bolsa só se perde dinheiro.Na realidade só certos Iluminados com acesso a informação privilegiada aproveitam-se dos pequenos investidores para lhes sugarem o dinheiro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3639
Registado: 13/6/2004 20:52
Localização: Lisboa


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: AlfaTrader, Bing [Bot], darkreflection, Google [Bot], Google Adsense [Bot], hugob0ss, Investor Tuga, m-m, malakas, MPAM, Shimazaki_2, Zorza e 109 visitantes