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Caldeirão da Bolsa

Comprar casa ou arrendar?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por goncalonr » 9/2/2009 18:52

tmms Escreveu:Se é assim, como dizes agora, então peço imensa desculpa pois percebi muito mal o teu post anterior...

Nada é garantido, na minha modesta opinião. E o imobiliário não é o único activo que se pode deixar aos herdeiros. Aliás, muitos vendem-nos ao desbarato para realizar dinheiro. Portanto, herdariam mais se herdasse directamente dinheiro, mas é só um pormenor...

Um abraço,
Tiago


As acções tb se vendem ao desbarato, essa característica não é (só) do imobiliário. Mas o imobiliário tem uma caraterística que a maior parte dos investimentos não tem: elevado valor residual.
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por Pastel » 9/2/2009 18:42

np :wink:
possivelmente tb não me expliquei bem no post inicial

e tb conto deixar $$ ou outros activos com liquidez, que advirão da poupança que farei quando acabar de pagar a casa :mrgreen:

abraço
 
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por tmms » 9/2/2009 18:37

Se é assim, como dizes agora, então peço imensa desculpa pois percebi muito mal o teu post anterior...

Nada é garantido, na minha modesta opinião. E o imobiliário não é o único activo que se pode deixar aos herdeiros. Aliás, muitos vendem-nos ao desbarato para realizar dinheiro. Portanto, herdariam mais se herdasse directamente dinheiro, mas é só um pormenor...

Um abraço,
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por Pastel » 9/2/2009 18:01

tmms Escreveu:
Pastel Escreveu:Agora, não sei que argumentos racionais (além dos emocionais) poderia ter tido para continuar a pagar renda e não comprar casa...

E ler o tópico antes de emitir opiniões desta natureza?

Olha o que eu já escrevi DUAS vezes neste tópico (entre outras coisas!):

Eu já fui proprietário, vendi o meu imóvel ainda em boa altura (2004) e, desde então, estou em casa arrendada à espera. Só estarei novamente comprador quando o mercado de usados na grande Lisboa cair cerca de 40%/50% e o novo cerca de 20%/25%.

A questão é se devemos alimentar bolhas. Se devemos esperar ou ser impulsivos na compra. Se devemos poupar e comprar uma casa ou pagar 2,5 a 3 casas ao banco. Enfim, entre muitas outras coisas que eu nem vou perder agora tempo a explicar...

Abraço,
Tiago


a) Nunca posto nada num tópico sem antes o ler de fio a pavio. Hábito que vem dos tempos em que a internet não tinha bonequinhos
b) Conto que os meus argumentos sejam lidos antes de levar com um tijolo na cabeça :-s
c) Provavelmente não temos a mesma idade, logo um de nós terá menos anos para contrair empréstimo para aquisição. Prazo curto=Prestação alta.
d) Repito, comprei 20% abaixo do preço de mercado. 14 meses à procura, cerca de 60 imóveis
e) Já fui proprietário anteriormente 2x, arrendatário 3x. Prefiro fazer obras e gastar tempo nas minhas coisas
f) Como é que se poupa para comprar uma casa, se se está a pagar uma renda?? Não será certamente a poupar 50€/mês. (diferença entre renda e prestação no meu caso)
g) A casa actual poderá ser casa para ficar para sempre, em termos de espaço, localização. Não pretendo vendê-la, nem a ganhar, nem a perder
h) Ter uma casa onde morar sem ter de pagar uma renda quando me reformar, é importante para mim.
i) E porque não, será simpático deixar algum património às minhas filhas
j) E porque não pode deixar de ser: Escrever 2 vezes no mesmo sítio não torna uma verdade universal
l) Abstenho-me de comentar sobre a disponibilidade dos outros.
m) Finalmente, escrevi neste tópico, não no sentido de dizer que opção A é melhor ou pior do que B, mas unicamente para dar o exemplo do meu caso. As variáveis são muitas, o que é verdade para uns pode ser mentira para outros.
n) Abraço
o) André
 
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por tmms » 9/2/2009 16:24

Pastel Escreveu:Agora, não sei que argumentos racionais (além dos emocionais) poderia ter tido para continuar a pagar renda e não comprar casa...

E ler o tópico antes de emitir opiniões desta natureza?

Olha o que eu já escrevi DUAS vezes neste tópico (entre outras coisas!):

Eu já fui proprietário, vendi o meu imóvel ainda em boa altura (2004) e, desde então, estou em casa arrendada à espera. Só estarei novamente comprador quando o mercado de usados na grande Lisboa cair cerca de 40%/50% e o novo cerca de 20%/25%.

A questão é se devemos alimentar bolhas. Se devemos esperar ou ser impulsivos na compra. Se devemos poupar e comprar uma casa ou pagar 2,5 a 3 casas ao banco. Enfim, entre muitas outras coisas que eu nem vou perder agora tempo a explicar...

Abraço,
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por goncalonr » 9/2/2009 16:21

Pata-Hari Escreveu:Tmms, o teu caso é particular e não se aplica a muitas pessoas (curiosamente é algo semelhante ao meu apesar de eu estar numa fase de vida diferente da tua). Na tua situação, acho que faz sentido ter em conta o valor da liberdade de escolha, sim.

Gonçalo, não te estou a tentar dissuadir, estou a nomear os factores que estou a ter em conta na minha decisão e dado o momento de mercado actual.


Compreendo e aceito. Nesta conjuntura, aceito. Mas tb vejo difícil enumerar qq investimento interessante neste momento :lol: :lol: :lol:
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por Pastel » 9/2/2009 16:13

No meu caso específico, já arrendei, e devo confessar que me custava pagar e não estar a constituir nada. Só arrendei porque era situação transitória.
Passados 2 anos, e na perspectiva de casa para ficar muitos anos, comprei. Sim, é verdade, o IMT doeu bastante, bem como as despesas iniciais. E fiquei a pagar mais 10% com a prestação.
O que é verdade, é que daqui a 25 anos, quando está previsto terminar o crédito, fico com casa paga.
Quer isso dizer, que à beira da reforma (que não sei qual vai ser), tenho a garantia de que não vou dormir para debaixo da ponte. E se viver ainda mais 20 anos, todos os meses me vou lembrar que não estou a pagar renda. E quando chegar a minha hora, sei que a minha mulher tem casa onde viver.

Ah, e comprei a casa pelo menos 20% abaixo do preço de mercado.

Agora, não sei que argumentos racionais (além dos emocionais) poderia ter tido para continuar a pagar renda e não comprar casa...
 
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por tmms » 9/2/2009 15:22

Pata-Hari Escreveu:Tmms, o teu caso é particular e não se aplica a muitas pessoas (curiosamente é algo semelhante ao meu apesar de eu estar numa fase de vida diferente da tua). Na tua situação, acho que faz sentido ter em conta o valor da liberdade de escolha, sim.

Sim, eu sei que é particular e que não se aplica a muitas pessoas. Se é semelhante ao teu então percebeste bem o valor de cada palavra. Ainda bem.

Por isso fundamentei a minha posição. Para que se perceba (as tais pessoas a que não se aplica) porque privilegio o aluguer à compra.

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por Pata-Hari » 9/2/2009 15:15

Tmms, o teu caso é particular e não se aplica a muitas pessoas (curiosamente é algo semelhante ao meu apesar de eu estar numa fase de vida diferente da tua). Na tua situação, acho que faz sentido ter em conta o valor da liberdade de escolha, sim.

Gonçalo, não te estou a tentar dissuadir, estou a nomear os factores que estou a ter em conta na minha decisão e dado o momento de mercado actual.
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Re: Viva

por goncalonr » 9/2/2009 12:18

vset Escreveu:Caro colega,

Interessante.

Tem um chart da variação do preço das casas ao longo dos anos nas últimas décadas?


PS: do ponto de vista de valor, se tem de pedir crédito ao banco, pode vir a ser uma escolha correcta, mas para as mulheres, uma casa alugada não tem de modo algum o mesmo encanto :!:
Anexos
caseshiller_index_may_2008.png
caseshiller_index_may_2008.png (44.24 KiB) Visualizado 5381 vezes
Existing Home Sales.jpg
Existing Home Sales.jpg (27.69 KiB) Visualizado 5378 vezes
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por Açor3 » 9/2/2009 12:13

Índice custos construção habitação nova cai Dez 08 vs Nov -INE


09/02/2009


LISBOA, 9 Fev (Reuters) - O índice de custos de construção de habitação nova, no Continente, caiu 0,6 pontos percentuais (p.p.) em Dezembro de 2008, face ao mÊs anterior, mas subiu 3,6 pct face ao mês homólogo de 2007, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Este resultado foi determinado pelo abrandamento registado na componente Materiais, de 1,4 p.p., contrariado pela ligeira aceleração de 0,2 p.p. da componente Mão-de-Obra. As taxas de variação homóloga destas duas componentes fixaram-se em 3,3 pct e em 3,9 pct, respectivamente", destaca o INE.

Adianta que o índice de preços de manutenção e reparação regular da habitação, no Continente, apresentou "uma taxa de variação homóloga de 3,5 pct, estável face à taxa registada em Novembro".

"Este comportamento resultou do ligeiro abrandamento de 0,1 p.p. da componente Produtos e da aceleração de 0,2 p.p. da componente Serviços. As taxas de variação homóloga situaram-se em 4,9 pct e em 2,6 pct, respectivamente", acrescenta.


(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Elisabete Tavares)

((---Lisboa Editorial 351 21 3509207, lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: patricia.rua.reuters.com@reuters.net))




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por goncalonr » 9/2/2009 12:11

Pata-Hari Escreveu:Já agora, e pegando ainda na parte que citei do texto, tenho-me deparado com o mesmo dilema:

Assumindo que na compra de uma casa, como investimento, exijo cerca de 4% de retorno, isso faria com que a renda equivalente, líquida, tivesse que ser isso mesmo, mais custos associados (impostos, manutenção, condominios).

O que tenho constatado é que consigo arranjar rendas interessantes, em casas alugadas, livres de custos de condominio, livres de IMIs, em que as chatices de estruturas ficam do lado com dono e ainda me sobra dinheiro relativamente ao montante em causa.

Parece-me fazer sentido correr risco de mercado onde, em média, acredito conseguir yields líquidas de mais de 4% e alugar casa ao invés de empatar capital em algo que me parece sobre-preçado face ao custo de oportunidade.

A outra coisa que não me faz sentido nenhum neste momento e que soma a esta ideia, é constatar que casas compradas há cerca de 6, 7 anos têm hoje preços de venda do dobro dessa altura. Ora a riqueza do mundo e de quem tem poupanças, não cresceu certamente a esse ritmo. Parece, portanto, haver uma enorme discrepancia entre o preço pedido e a realidade dos mercados.

O que é que esta análise ignora:

- ignora o valor emocional que se coloca numa casa (o que lá meto, as obras que faço, o investimento emocional). Numa casa alugada, acabo por não fazer o que faria numa casa minha e acabo por viver menos bem do que faria numa casa minha.

- assume que consigo uma yield de 4% e que o preço dos activos por detrás não desvalorizam, sendo portanto necessário ir repondo capital para conseguir a mesma yield.

- ignora certamente outras coisas que neste momento não me estou a recordar.

Exemplo prático:

Casa de 1 ME; 4%=3300 euros mês; Com 3000 euros arranjo em Lisboa boas casas para alugar. Se fosse o dono, perderia automaticamente os 3300 euros mês (se comprasse com empréstimo pagaria mais que isso, se comprasse a pronto, perderia o rendimento desse dinheiro em algo alternativo), teria que pagar IMIs, teria que manter a casa. Se a arrendasse, teria que pagar 40% de impostos sobre a renda. Não me parece um grande negócio ter imobiliário...


Hoje em dia, ter acções tb não, perder 50% num ano deve doer! Apesar de tudo, o imobiliário não perdeu 50% num ano (comparando benchmarks, obviamente há excepções, de lado a lado).

É verdade, e tenho de concordar, que a componente fiscal é uma desvantagem para o imobiliário. Já o disse neste fórum - e até levei da Pata - que dever-se-ia aumentar a fiscalidade sobre + valias obtidas com acções e diminuir no imobiliário.

O que me parece é que o imobiliário, como activo singular que é, deve ser analisado de uma forma diferente. É um investimento de longo prazo, com yields mais baixas mas mais estáveis (esses 4% líquidos para habitação até estão bastante correctos) mas que encerra um Valor Residual importante que um outro investimento não tem.

Já sei que vão todos dizer que com o mercado a descer perdemos dinheiro. Mas isso é agora! E há 5 anos atrás, diziam o mesmo? São ciclos, mais nada. O mercado imobiliário tb vive de ciclos.

Noutro tópico já desfiz os mitos da comparação entre o arrendamento e a compra: prazo, valor residual, fiscalidade, entre outros. Não critico nem uns, nem outros, são opções mas que devem ser tomadas à luz da especificidade deste activo.

Mas considero o imobiliário um investimento interessante.
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por Açor3 » 9/2/2009 12:09

Custos de construção de habitação nova abrandam em Dezembro


09/02/2009


O índice de custos de construção de habitação nova em Portugal continental registou uma variação homóloga de 3,6%, menos 0,6 pontos percentuais que o verificado em Novembro, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística.

Este resultado foi determinado pelo abrandamento registado na componente Materiais que contrariou a ligeira aceleração verificada na componente Mão-de-Obra.

As taxas de variação homóloga destas duas componentes fixaram-se em 3,3% e em 3,9%, respectivamente.

Por tipo de construção, as taxas de variação homóloga dos índices relativos a Apartamentos e a Moradias foram de 3,9% e de 3,2%, respectivamente, traduzindo abrandamentos em relação ao observado no mês anterior.

O índice de preços de manutenção e reparação regular da habitação aumentou 3,5%, face ao mesmo mês de 2007, uma variação idêntica à registada no mês anterior.

Este comportamento resultou do ligeiro abrandamento de 0,1 pontos percentuais da componente Produtos e da aceleração de 0,2 p.p. da componente Serviços.

As taxas de variação homóloga situaram-se em 4,9% e em 2,6%, respectivamente.

Por regiões NUTS II do Continente, a estabilização da variação homóloga agregada, resultou de comportamentos diferenciados entre as regiões. As regiões Centro e Algarve mantiveram, à semelhança do índice agregado, as mesmas taxas de variação homóloga (2,5% e 0,6%, respectivamente), enquanto a região Norte registou um ligeiro decréscimo (-0,1 p.p.).

As regiões Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo apresentaram acelerações de 0,3 p.p. e 0,4 p.p., pela mesma ordem. A região Norte foi a única a apresentar uma taxa de variação homóloga superior à média do Continente, tendo-se situado em 5,0%.






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por tmms » 9/2/2009 10:06

Pata-Hari Escreveu:- ignora o valor emocional que se coloca numa casa (o que lá meto, as obras que faço, o investimento emocional). Numa casa alugada, acabo por não fazer o que faria numa casa minha e acabo por viver menos bem do que faria numa casa minha.

Pata-hari,

No meu entender este é precisamente o cerne da questão (valor emocional). É aqui que reside a essência da decisão.

Vamos esquecer-nos, por breves momentos, todas as questões financeiras envolvidas, ok? Vamos tentar centrar a nossa análise no tal encanto.

Na minha visão, nós podemos projectar as emoções no imóvel ou projectar as emoções nos habitantes do imóvel (eu defendo, a segunda, obviamente).

De que valem um punhado de tijolos ligados com água e cimento, uma louças de casa de banho com disign e uma cozinha ultra moderna se, um dia, a tua mulher (ou o teu marido) chegar a casa e disser qualquer coisa do género:

1. "Não estou a gostar do meu trabalho em A. Sinto que já não estou a progredir intelectualmente. Posso mudar para B mas, no imediato, vou ganhar menos X do que em A. E, provavelmente, essa decisão ainda implica mudar-mos para outro lugar mais perto de B."
ou
2. "Recebi um convite para ir trabalhar para o estrageiro."
ou
3. "Gostaria muito de me candidatar a um trabalho no estrangeiro."

Em meu entender o imóvel jamais deve constituir um entrave à via para a felicidade. Ou seja, jamais devemos hipotecar as nossas vidas a um imóvel.

Eu já passei por uma das situações anteriores e sinto que, inevitavelmente, dentro de algum tempo vou passar por outra delas.

Para mim o encanto, o valor emocional, reside no facto de puder responder assim à minha mulher:

1. "A mudança para B torna-te mais feliz? (Muito, responde ela). Então muda já. A tua felicidade é bem mais importante do que X."

2. ou 3. "Vamos fazer as malas?"

Faço-me entender?

Ver o encanto e o brilho nos olhos da minhas mulher faz-me acreditar que estou a projectar as emoções onde elas devem ser projectadas. No habitante do imóvel e não no imóvel. Um imóvel jamais deverá constituir um entrave aos nossos desejos, caso contrário, os nossos desejos serão amplamente condicionados e a nossa felicidade e liberdade amputadas de uma forma que eu não posso sequer admitir.

O inverso também é, obviamente, verdade. Não é por acaso que a minha mulher apoia incondicionalmente a experiência que eu me encontro, como sabes, a realizar nos mercados de futuros financeiros. E, obviamente, não olha à rentabilidade.

PS - Este texto escrito por um individuo racional até parece um paradoxo. :mrgreen:

Abraço,
Tiago
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por Pata-Hari » 9/2/2009 9:29

Já agora, e pegando ainda na parte que citei do texto, tenho-me deparado com o mesmo dilema:

Assumindo que na compra de uma casa, como investimento, exijo cerca de 4% de retorno, isso faria com que a renda equivalente, líquida, tivesse que ser isso mesmo, mais custos associados (impostos, manutenção, condominios).

O que tenho constatado é que consigo arranjar rendas interessantes, em casas alugadas, livres de custos de condominio, livres de IMIs, em que as chatices de estruturas ficam do lado com dono e ainda me sobra dinheiro relativamente ao montante em causa.

Parece-me fazer sentido correr risco de mercado onde, em média, acredito conseguir yields líquidas de mais de 4% e alugar casa ao invés de empatar capital em algo que me parece sobre-preçado face ao custo de oportunidade.

A outra coisa que não me faz sentido nenhum neste momento e que soma a esta ideia, é constatar que casas compradas há cerca de 6, 7 anos têm hoje preços de venda do dobro dessa altura. Ora a riqueza do mundo e de quem tem poupanças, não cresceu certamente a esse ritmo. Parece, portanto, haver uma enorme discrepancia entre o preço pedido e a realidade dos mercados.

O que é que esta análise ignora:

- ignora o valor emocional que se coloca numa casa (o que lá meto, as obras que faço, o investimento emocional). Numa casa alugada, acabo por não fazer o que faria numa casa minha e acabo por viver menos bem do que faria numa casa minha.

- assume que consigo uma yield de 4% e que o preço dos activos por detrás não desvalorizam, sendo portanto necessário ir repondo capital para conseguir a mesma yield.

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Casa de 1 ME; 4%=3300 euros mês; Com 3000 euros arranjo em Lisboa boas casas para alugar. Se fosse o dono, perderia automaticamente os 3300 euros mês (se comprasse com empréstimo pagaria mais que isso, se comprasse a pronto, perderia o rendimento desse dinheiro em algo alternativo), teria que pagar IMIs, teria que manter a casa. Se a arrendasse, teria que pagar 40% de impostos sobre a renda. Não me parece um grande negócio ter imobiliário...
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Re: Viva

por tmms » 9/2/2009 9:02

Olá Vset,

A liberdade também tem um preço.

Curiosamente, e a pata-hari até abordou a questão de forma indirecta ao gostar de ver um estudo aplicado ao mercado português, eu julgo que se não conseguisse negociar rendas de valor inferior em cerca de 33 relativamente ao preço de mercado, então, financeiramente, a minha posição seria indefensável. Contudo, como já expliquei anteriormente neste tópico, há várias formas de o fazer.

Portanto, isto quer dizer que, para mim (e minha mulher), mesmo se financeiramente for uma desvantagem uma excelente renda relativamente à compra, nós atribuídos, no mínimo, esse valor à nossa liberdade (na verdade atribuímos muito mais, mas isso é outra questão!).

Nota que eu não sei se estou certo ou errado. A única coisa que me interessa é, efectivamente, a felicidade (minha e da minha mulher). E, uma coisa eu te posso garantir, essa felicidade (e o encanto de que falas) não reside em qualquer imóvel mas sim nos seus habitantes.

Um abraço,
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Viva

por vset » 7/2/2009 19:02

Mais um bom gráfico. Para Portugal não tem nada?

Se não consegue pagar a casa a pronto, compreendo a liberdade que diz ter. No entanto pagar a casa a outrém, pela forma de rendas, a mim não me agradaria.

O outro post foi mal interpretado. Vocês lêem bem e compreendem mal.
 
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Re: Viva

por tmms » 7/2/2009 14:49

vset Escreveu:PS: (...) mas para as mulheres, uma casa alugada não tem de modo algum o mesmo encanto :!:

Vset, há pouco respondi-te e nem li o postscript... e a questão até é interessante. Embora eu tenha dúvidas se a questão é genuína ou apenas um rescaldo do teu tópico «quem têm mulher em casa?».

Em meu entender o encanto não está no imóvel mas sim nas pessoas e na sua forma de ver a vida.

Vejo esse encanto na cara da minha mulher todos os dias. A minha mulher um dia disse-me, "gostava que fossemos morar para mais perto do local onde trabalho, o que é que achas?". Menos de dois meses depois a mudança estava feita. Estás a ver o encanto? Liberdade...

Prevejo que, um dia, ela irá trabalhar para fora de Portugal. Não terá de recusar um eventual convite porque estamos presos a uma casa... Liberdade, estás a ver o encanto?

Conclusão, tudo depende da pessoa. Se a pessoa valoriza muito uns milhares de tijolos ligados com cimento e água é natural que veja nisso muito encanto e que esteja disposto a hipotecar a sua vida por isso.

Um abraço,
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por Pata-Hari » 7/2/2009 13:58

tmms Escreveu:
Rent Vs. Buy Myths

Potential buyers bought into all sorts of rent vs. buy myths to justify buying houses that they could not afford during the boom. Now that the U.S. housing market is in shambles, people are starting to realize that renting may not be a dirty word after all.

Myth #1: Renting is Like Throwing Your Money Away

Buyers throw their money away for the first five years they own a home, because they simply give money to the bank for the privilege of borrowing money. Renters, on the other hand, pay for one thing every month: shelter. They don't pay interest to the bank, property taxes or maintenance fees. They pay rent.

Smart renters also take the money they save by renting and invest it somewhere else. Since the average renter saves hundreds of dollars every month, they can afford to invest in stocks, bonds and other vehicles that have a better rate of return.

Myth #2: There are Tax Benefits to Owning

Contrary to popular belief, buyers do not get back the mortgage interest they paid throughout the year at tax time. Mortgage interest can only be deducted from taxable income. This essentially means that buyers pay a dollar just to save 30 cents.

Furthermore, deducting interest has no tax advantage unless a buyer pays so much in interest that the amount exceeds the standard deduction that everyone--including renters--is allowed to take.

When it comes to owning, the only guarantee is that buyers will be required to pay property taxes. Since renters are not required to pay any taxes on the property they rent, it seems downright foolish to factor the 'tax benefits' of owning into a buying decision.

Myth #3: It Doesn't Cost Any More to Buy Than It Does to Rent

People can usually rent a home by paying first month's rent, last month's rent and possibly a security deposit. All the money that is paid initially actually goes towards monthly payment obligations, with the exception of the security deposit, which is nearly always returned to the renter in the end.

When a person buys a home, the money that is paid upfront is more significant and may or may not be seen again. For example, a buyer must pay closing costs (typically five percent of the loan amount) and real estate agent commission (typically six percent of the loan amount) before being called a homeowner. This 11 percent 'investment' ensures that the home must appreciate by at least 11 percent before the buyer can hope to break even.

Initial costs aside, there are also other costs a buyer is responsible for that a renter is not, such as mortgage interest, property taxes, insurance and maintenance. These costs can add up and may even increase significantly over the years.

Myth #4: Buyers Have Assets, Renters Do Not

At best, buyers have depreciating assets. Home prices are falling in nearly every area of the country. An estimated 50 percent of the buyers whose loans were originated after 2002 now owe more than their homes are worth.

Homeowners who have been paying on their homes for ten years or more are seeing their equity disappear. This means that the 'investment' they made through mortgage payments is gone--dried up virtually overnight through no fault of their own.

Renters may not co-own a home with a lender, but this doesn't mean that they don't have assets. Many renters have a large and prosperous portfolio, Star Wars collectibles (just an example) and other assets that can be sold IMMEDIATELY for cash. The reason they own these things is because they haven't been paying a lender to 'rent' money so that they could pretend like they own an asset.

Myth #5: Houses are a Good Investment

During the housing boom, everyone thought that housing was a great investment. Many people bought under the assumption that home prices go up, not down. The result of this madness is the biggest foreclosure crisis in the history of the United States.

The reality is that housing is not an investment. It's shelter. That is all housing has ever been. Self-serving organizations like the National Association of Realtors like to tell people that buying a home is a good way to build long-term wealth, but this statement couldn't be further from the truth.

Although home prices can go up (and down), the rate of appreciation on housing does not surpass inflation levels over the long-term. Between 1890 and 2004, the real return on housing was a pathetic 0.4 percent per year over the last 100 years, according to Robert Shiller, a housing expert and Yale economist.

Real estate investments aren't that much better over the short-term. The gain in new home prices over the last 20 years has been a mere fraction of the Dow's gain. The average person investing in stocks between 1987 and 2007 would have made more money than the average person who bought a new home in 1987.

Fonte: http://efinancedirectory.com/articles/R ... arket.html


Excelente artigo!

Seria engraçado fazer esta análise para Portugal:

Although home prices can go up (and down), the rate of appreciation on housing does not surpass inflation levels over the long-term. Between 1890 and 2004, the real return on housing was a pathetic 0.4 percent per year over the last 100 years, according to Robert Shiller, a housing expert and Yale economist.
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por tmms » 7/2/2009 12:55

Olá vset,

Sim. Dá uma vista de olhos aqui.

Abraço,
Tiago
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Viva

por vset » 7/2/2009 4:00

Caro colega,

Interessante.

Tem um chart da variação do preço das casas ao longo dos anos nas últimas décadas?


PS: do ponto de vista de valor, se tem de pedir crédito ao banco, pode vir a ser uma escolha correcta, mas para as mulheres, uma casa alugada não tem de modo algum o mesmo encanto :!:
 
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Re: Comprar casa ou arrendar?

por tmms » 4/2/2009 10:43

tmms Escreveu:Eu já fui proprietário, vendi o meu imóvel ainda em boa altura (2004) e, desde então, estou em casa arrendada à espera. Só estarei novamente comprador quando o mercado de usados na grande Lisboa cair cerca de 40%/50% e o novo cerca de 20%/25%.

Aqui vão alguns dados com vista a fundamentar a minha afirmação em meados do ano passado. Altura em que também afirmei que os preços já estavam a começar a cair. O topo no imobiliário desenhou-se em 2007. 2008 marca o inicio da descida... cuja duração média é de 6 anos (ainda vamos no primeiro ano das quedas) e a desvalorização ronda, em média, 35,5%!

É por isto que eu estou em casa alugada, há anos fazendo poupança, e continuarei à espera.

Este gráfico foi publicado num texto da autoria de Niels Jensen, da Absolute Return Partners em Londres, cuja leitura completa aconselho ( http://www.arpllp.com/core_files/The%20 ... r%200209(1).pdf )

Um abraço,
Tiago
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Re: Comprar casa ou arrendar?

por pedrom » 29/1/2009 12:35

scpnuno Escreveu:
pedrom Escreveu:Espero que participem, pois se a ferramenta que tenho funcionar bem vou disponibiliza-la.


Hummmmmmm

Gabarólas!!!!

Só um homem para fazer uma afirmação destas!!!!

(pronto, já destabilizei o tópico)


Fartei-me de rir agora com isto pois só agora é que percebi o que querias dizer!!!! :oops: :oops: :oops:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por pedrom » 22/12/2008 20:18

Conquistador Escreveu:
Quanto aquilo para que o fórum serve, concordo em absoluto ,acrescentando que cada um retira dele o que quer.



É apenas isso que quero dizer!!! :wink:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por Conquistador » 22/12/2008 19:39

Caro pedrom, não acho um exagero porque é um assunto sério.
Além disso, o rapaz pediu ajuda e dei-lhe o melhor conselho que, no meu entender, lhe poderia dar: procurar ajuda da parte de quem o possa esclarecer.

Quanto a isto:"Se correr mal ele pede-nos os dados e pode-nos por todos em tribunal e vamos todos para a chodra ou ficamos em prisão domiciliária!!!!" :lol: ,
:lol:

Quanto aquilo para que o fórum serve, concordo em absoluto ,acrescentando que cada um retira dele o que quer.

Cumprimentos
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