Contabilidade aplicada ao trading
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Re: Mensuração desenpenhos. Resultados concretos ou potencia
rogercarvalho Escreveu:as informações que pretendes gerar é para a tua própria “conta” ou como operador/ gestor de contratos nos derivados (futuros)?
Olá Rogério,
Conta própria apenas. Estou a explorar formas de olhar o mais possível além da rentabilidade pois, por si só, é um dado muito enganador e subjectivo. Qual o valor de uma rentabilidade de 60% anual correndo risco de ruína? Mais vale de 20% sem o correr, certo?
No imediato existem objectivos diversos tais como:
- Relacionar rentabilidade com risco (o risco não é fácil de medir nem existe consenso relativamente a esta matéria)
- Construir indicadores de acompanhamento que permitam detectar, antecipadamente, desvios à norma
- Controlar alavancagem/risco de forma eficaz. Fazer scale into a position até n contratos ao longo do tempo pode ter o risco (teórico) de 1 contrato (o mais recente) e é muito diferente de uma operação onde são abertos logo o n contratos.
- Acompanhar e tentar e reduzir peso das comissões nas operações
- Registar o valor em risco em cada operação e relacioná-lo com as rentabilidades obtidas
- etc.
Um abraço,
Tiago
Mensuração desenpenhos. Resultados concretos ou potenciais?!
Bom, mesmo assim as informações que pretendes gerar é para a tua própria “conta” ou como operador/ gestor de contratos nos derivados (futuros)?
Normalmente a análise financeira penso que se pode resumir a abordar ganhos/ prejuízos técnicos que dizem a uma espécie de “margem de comercialização” (Preço de Venda – Preço de Custo).
Contabilisticamente podemos ter uma boa performance em ganhos da actividade de compra – venda, mas no fundo ter um resultado desfavorável pois há custos operacionais. São os serviços de comissões e impostos sobre os mesmos serviços.
Quanto ao imposto é preciso considerar se é um imposto suportado para garantir um serviço, ou se é uma tributação aos rendimentos. Este último não é propriamente um custo, pois qualquer actividade que gere rendimentos está sujeita a contribuições.
Há pessoas que provavelmente apenas mensuram análises às diferenças de comercialização. Poderás elaborar um relatório definindo os custos específicos de cada activo investido (onde Preço de Aquisição = Preço de custo + encargos suportados na aquisição).
Depois quando vierem as comissões periódicas que representam a totalidade dos distintos activos, aí poderás atribuir um critério de distribuição desse custo de manutenção a atribuir proporcionalmente pela importância de cada activo. (aí tudo parece transformar um desempenho por funções, atribuição segundo critérios analíticos).
Quanto mais complicares a tua análise de relato, poderás ver um custo de oportunidade. Poderás ter utentes da tua informação que não estejam preparados para tomar conhecimento de todas as complexidades.
Admites isso como custos gerais e poderás concentrar-te somente nas diferenças de preços de transacção. (depois podes adicioná-los como custo da própria actividade que te gerou os resultados nas transacções).
Depois, também não sei se trabalhas com coberturas de risco que na prática numa situação desfavorável o prejuízo nunca será aquele que se retira do simples cálculo de diferenças de preços.
Eu penso que no fundo, não está a pretender estruturar contas (contabilidade da actividade propriamente dita), apenas quer um relatório qualificado das suas operações (com algumas quantificações e comparações).
Finanças não é a minha arte, mas aquilo que hoje visionamos como potencial perda, poderá não o ser no dia de amanhã. Então como serão os rácios de desempenho? (hoje bons, amanhã péssimos consoante a volatilidade dos valores dos activos??).
Transacções já concluídas, as análises são garantidas pois podes mensurar os lucros ou prejuízos dessas operações.
Tudo aquilo que é realidade contingente ou potencial, poderá ser matreiro e arriscado tirar muitas conclusões, claro que podes fazer estudo de evoluções num espaço de tempo. Como prudência a contabilidade poderá ser insensível a essas contingências, mas recomenda seriamente a sua divulgação qualificada.
(Não sei se estou a tocar nos pontos que lhe são pertinentes).
Abraço,
Rogério Carvalho
Normalmente a análise financeira penso que se pode resumir a abordar ganhos/ prejuízos técnicos que dizem a uma espécie de “margem de comercialização” (Preço de Venda – Preço de Custo).
Contabilisticamente podemos ter uma boa performance em ganhos da actividade de compra – venda, mas no fundo ter um resultado desfavorável pois há custos operacionais. São os serviços de comissões e impostos sobre os mesmos serviços.
Quanto ao imposto é preciso considerar se é um imposto suportado para garantir um serviço, ou se é uma tributação aos rendimentos. Este último não é propriamente um custo, pois qualquer actividade que gere rendimentos está sujeita a contribuições.
Há pessoas que provavelmente apenas mensuram análises às diferenças de comercialização. Poderás elaborar um relatório definindo os custos específicos de cada activo investido (onde Preço de Aquisição = Preço de custo + encargos suportados na aquisição).
Depois quando vierem as comissões periódicas que representam a totalidade dos distintos activos, aí poderás atribuir um critério de distribuição desse custo de manutenção a atribuir proporcionalmente pela importância de cada activo. (aí tudo parece transformar um desempenho por funções, atribuição segundo critérios analíticos).
Quanto mais complicares a tua análise de relato, poderás ver um custo de oportunidade. Poderás ter utentes da tua informação que não estejam preparados para tomar conhecimento de todas as complexidades.
Admites isso como custos gerais e poderás concentrar-te somente nas diferenças de preços de transacção. (depois podes adicioná-los como custo da própria actividade que te gerou os resultados nas transacções).
Depois, também não sei se trabalhas com coberturas de risco que na prática numa situação desfavorável o prejuízo nunca será aquele que se retira do simples cálculo de diferenças de preços.
Eu penso que no fundo, não está a pretender estruturar contas (contabilidade da actividade propriamente dita), apenas quer um relatório qualificado das suas operações (com algumas quantificações e comparações).
Finanças não é a minha arte, mas aquilo que hoje visionamos como potencial perda, poderá não o ser no dia de amanhã. Então como serão os rácios de desempenho? (hoje bons, amanhã péssimos consoante a volatilidade dos valores dos activos??).
Transacções já concluídas, as análises são garantidas pois podes mensurar os lucros ou prejuízos dessas operações.
Tudo aquilo que é realidade contingente ou potencial, poderá ser matreiro e arriscado tirar muitas conclusões, claro que podes fazer estudo de evoluções num espaço de tempo. Como prudência a contabilidade poderá ser insensível a essas contingências, mas recomenda seriamente a sua divulgação qualificada.
(Não sei se estou a tocar nos pontos que lhe são pertinentes).
Abraço,
Rogério Carvalho
Olá Rogério,
Obrigado pela tua participação.
Não há qualquer empresa. Sou apenas um particular a operar nos mercados de futuros financeiros que deseja ir construindo ferramentas de análise cada vez mais robustas para trabalhar os dados que vão sendo registados.
No limite, e eu não percebo nada de contabilidade como já afirmei, pensei que poderia aplicar à agregação trimestral/anual das minhas operações conceitos operacionais que possam estabelecer comparação entre a minha actividade de trading (individual) com os resultados obtidos por uma empresa (independentemente do sector de actividade, falo em termos globais).
No fundo, no trading, temos ganhos, perdas e custos (comissões e impostos). Mas, ao explorar o básico da contabilidade, deparei-me com algumas limitações visto que todos os conceitos partem da premissa de criação de um bem ou serviço.
Sendo que algumas formulas de cálculos podem ser aplicadas, o conceito teórico que dá corpo à mesma, não admite (penso eu) aplicação directa no trading.
Obviamente o mesmo não se aplica a uma empresa que gere fundos de investimento, por exemplo. São coisas completamente diferentes. O que eu procurava explorar era se fazia sentido aplicar às operações em si (agregadas ou não) determinados conceitos. É aqui que reside a minha dúvida contabilista.
Um abraço,
Tiago
Obrigado pela tua participação.
Não há qualquer empresa. Sou apenas um particular a operar nos mercados de futuros financeiros que deseja ir construindo ferramentas de análise cada vez mais robustas para trabalhar os dados que vão sendo registados.
No limite, e eu não percebo nada de contabilidade como já afirmei, pensei que poderia aplicar à agregação trimestral/anual das minhas operações conceitos operacionais que possam estabelecer comparação entre a minha actividade de trading (individual) com os resultados obtidos por uma empresa (independentemente do sector de actividade, falo em termos globais).
No fundo, no trading, temos ganhos, perdas e custos (comissões e impostos). Mas, ao explorar o básico da contabilidade, deparei-me com algumas limitações visto que todos os conceitos partem da premissa de criação de um bem ou serviço.
Sendo que algumas formulas de cálculos podem ser aplicadas, o conceito teórico que dá corpo à mesma, não admite (penso eu) aplicação directa no trading.
Obviamente o mesmo não se aplica a uma empresa que gere fundos de investimento, por exemplo. São coisas completamente diferentes. O que eu procurava explorar era se fazia sentido aplicar às operações em si (agregadas ou não) determinados conceitos. É aqui que reside a minha dúvida contabilista.

Um abraço,
Tiago
hipotética resolução
Bom dia,
A actividade da empresa parece-me que vive em função de investimentos (ou aplicações de tesouraria) relacionados com aplicações financeiras (se percebi bem). Até podem ser mercadorias, dependendo em concreto das características da actividade, mas como não conheço esse tipo de actividade, para mim seria uma aplicação de tesouraria (pela detenção a curto prazo dos títulos).
Na minha opinião se vai fazer o fecho do mês, parece-me prudente que estas aplicações financeiras sejam estudadas ao valor actual de mercado à data de reporte.
A contabilidade separa-se muito da gestão ou análise financeira.
Embora não sei qual o caso em concreto e se trabalha consoante as normas internacionais de contabilidade (que ainda não domino como desejava), penso que no máximo poderá reconhecer uma conta de “provisões ou ajustamentos” se houver uma situação de perda potencial (a perda só se concretiza na transacção ou liquidação desse activo).
Em caso do valor estar acima da subscrição e como normalmente os objectivos da detenção desses títulos são para obter ganhos, normalmente não se reflectia nada na contabilidade. Isto para informação contabilística, o ganho só se reconhece na liquidação ou transacção.
Para relatório pode evidenciar potenciais perdas ou ganhos consoante a situação, pois o relatório serve para relatar informação onde a informação contabilística não chega ou não deve chegar.
Sinceramente, esta é a minha opinião, mas aconselho a colocar essa questão nos fóruns da CTOC ou no site CTOC.
Espero ter ajudado…
Abraço
Rogério Carvalho
A actividade da empresa parece-me que vive em função de investimentos (ou aplicações de tesouraria) relacionados com aplicações financeiras (se percebi bem). Até podem ser mercadorias, dependendo em concreto das características da actividade, mas como não conheço esse tipo de actividade, para mim seria uma aplicação de tesouraria (pela detenção a curto prazo dos títulos).
Na minha opinião se vai fazer o fecho do mês, parece-me prudente que estas aplicações financeiras sejam estudadas ao valor actual de mercado à data de reporte.
A contabilidade separa-se muito da gestão ou análise financeira.
Embora não sei qual o caso em concreto e se trabalha consoante as normas internacionais de contabilidade (que ainda não domino como desejava), penso que no máximo poderá reconhecer uma conta de “provisões ou ajustamentos” se houver uma situação de perda potencial (a perda só se concretiza na transacção ou liquidação desse activo).
Em caso do valor estar acima da subscrição e como normalmente os objectivos da detenção desses títulos são para obter ganhos, normalmente não se reflectia nada na contabilidade. Isto para informação contabilística, o ganho só se reconhece na liquidação ou transacção.
Para relatório pode evidenciar potenciais perdas ou ganhos consoante a situação, pois o relatório serve para relatar informação onde a informação contabilística não chega ou não deve chegar.
Sinceramente, esta é a minha opinião, mas aconselho a colocar essa questão nos fóruns da CTOC ou no site CTOC.
Espero ter ajudado…
Abraço
Rogério Carvalho
Re: Contabilidade aplicada ao trading
Flying Turtle Escreveu:Achas que funciona?
Bom dia FT,
Em primeiro lugar obrigado pela sugestão. Em teoria, parece-me razoável.
Mas como a contabilidade é uma área sobre a qual não tenho conhecimentos profundos é-me muito difícil emitir uma opinião qualificada. E, no limite, não estou 100% certo de ter alcançado, para já, toda a dimensão da tua proposta.
Noutro fórum foi-me dito que nenhum destes conceitos se aplica ao trading e que, o possível, é o que eu já aplico actualmente. Exceptuando o Sharpe Ratio.
Portanto, vou reflectir nestas matérias nos próximos dias. Uma vez mais muito obrigado pela tua sugestão.
Um abraço,
Tiago
Re: Contabilidade aplicada ao trading
tmms Escreveu:Uma vez que na especulação não existe produção efectiva de bens ou serviços quais são os melhores indicadores para realizar uma contabilidade correcta desta actividade?
Sugestão de quem não é especialista:
Encara as aplicações como se fossem mercadorias (incluindo stocks), com as única diferenças de que:
- Não tens depreciações/amortizações; e
- Tens de reavaliar sistematicamente o valor das existências em função do mercado.
Achas que funciona?
Bom trabalho,
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Contabilidade aplicada ao trading
Olá a todos,
Estou a aproveitar o inicio do novo ano, bem como a elaboração do relatório de Janeiro, para melhor a contabilidade da minha actividade no trading.
Acontece que não percebo nada do assunto e quanto mais descubro na wikipedia mais dúvidas tenho:
http://en.wikipedia.org/wiki/Business_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Gross_profit_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Gross_income
http://en.wikipedia.org/wiki/Profits
http://en.wikipedia.org/wiki/Profit_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Net_income
http://en.wikipedia.org/wiki/Operating_margin
etc, etc, etc...
Uma vez que na especulação não existe produção efectiva de bens ou serviços quais são os melhores indicadores para realizar uma contabilidade correcta desta actividade?
Muito obrigado pela vossa preciosa ajuda!
Abraço,
Tiago
Estou a aproveitar o inicio do novo ano, bem como a elaboração do relatório de Janeiro, para melhor a contabilidade da minha actividade no trading.
Acontece que não percebo nada do assunto e quanto mais descubro na wikipedia mais dúvidas tenho:
http://en.wikipedia.org/wiki/Business_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Gross_profit_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Gross_income
http://en.wikipedia.org/wiki/Profits
http://en.wikipedia.org/wiki/Profit_margin
http://en.wikipedia.org/wiki/Net_income
http://en.wikipedia.org/wiki/Operating_margin
etc, etc, etc...
Uma vez que na especulação não existe produção efectiva de bens ou serviços quais são os melhores indicadores para realizar uma contabilidade correcta desta actividade?
Muito obrigado pela vossa preciosa ajuda!
Abraço,
Tiago
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