Banca salva Berardo da falência.
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No meu mundo:
Mal. Os accionistas que paguem ou assumam os prejuizos.
Não tenho nada a ver com isso. Os accionistas do banco que reclamem.
O estado mexe, dá asneira. Quem nos arrastou para a crise não vai certamente tirar-nos dela.
Esse é o segredo: eles nunca avisam. Por isso é melhor que não tenham poder de o fazer.
Mas bom, este seria o meu mundo. Nada mais.
Banca está em crise!
Estado injecta milhões na banca!
Mal. Os accionistas que paguem ou assumam os prejuizos.
Banca ajuda especuladores como o berardo e está tudo ok?!?!?
Não tenho nada a ver com isso. Os accionistas do banco que reclamem.
Entao o estado não impõe regras para a aplicação dos milhões?!?! Afinal foram pra ajudar as empresas que produzem ou meia duzia de especuladores?!?!
O estado mexe, dá asneira. Quem nos arrastou para a crise não vai certamente tirar-nos dela.
Se for para ajudar especuladores deviam avisar-me que eu invisto já 1.000.000 em curtos!
Esse é o segredo: eles nunca avisam. Por isso é melhor que não tenham poder de o fazer.
Mas bom, este seria o meu mundo. Nada mais.

Sobre isto, respondo o que disse noutro Forum :
Um abraço ,
The Mechanic
Quanto ao Joe , a renegociação do empréstimo foi feito com base no facto de não servir a ninguem ( muito menos ao BCP ) a queda de Joe Berardo !
Mas os quadros e estatuetas e o caraças , lá valem 1,000,000,000 !?
É claro que servem como colateral, isso e mais a Vinha do gajo e mais isto ou aquilo...mas deixar cair o Berardo é deixar cair ...quanto é que o gajo tem !?...perto de 8% do BCP?!...como se tapa um buraco destes!? Aqueles que lho emprestaram, hão-de segurá-lo tambem, obviamente . Vão-lhe dizer o quê: "Fuck you ! " !?!?
Não pode ser.
Um abraço ,
The Mechanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles
http://theflyingmechanic.blogspot.com/
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles
http://theflyingmechanic.blogspot.com/
fosgass Escreveu:A colecção Berardo, avaliada em 360 milhões, já serve de garantia para muitos empréstimos e, pelos vistos, continua a dar para muita coisa!
Serve??? Serve quando ha alguem que a compre.
Isso é tal e qual como os esquemas de piramide, funcionam sempre quando há comprador que pague mais pelo preço que o outro adquiriu...
Por isso a coleção vale o que for avaliada, mas tambem se for comprada por 3 vezes mais passa a ser avaliada a esse valor, mas não quer dizer que efectivamente seja o seu valor. O seu valor é sempre aquele que o comprador esta disposto a comprar, porque quando o comprador não estiver disposto, aí e que há problemas.
Abraço
Se não podes vencê-los, o melhor mesmo é juntares-te a eles!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
Garfield Escreveu:Sempre foi, é e sempre será assim por uma simples e óbvia razão :
Quando alguém deve 100.000€ ao banco, esse alguém tem um problema;
Mas quando alguém deve 1.000.000€ ao banco, é o banco que tem um problema!
Humm...
Ouvi isso no outro dia, tal e qual sem tirar nem por...
Mas de certeza que não és essa pessoa! lolol
Se não podes vencê-los, o melhor mesmo é juntares-te a eles!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
Porquê ir contra o mercado? Perdemos sempre!
És fraco, junta-te aos fortes!
A noticia completa da 1ª página do Expresso já está disponível online.
Fonte Expresso http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=storie ... 10:berardo
Banca salva Berardo da falência
Berardo conseguiu com três bancos um acordo muito favorável, mas negociação com Santander ficou de fora.
Anabela C. Campos, Nicolau Santos e Isabel Vicente
20:40 Terça-feira, 27 de Jan de 2009
Última actualização há 33 minutos
Menos-valias potenciais do investimento de Berardo no BCP ascendem a 800 milhões de euros
Jorge Simão
Joe Berardo acabou por conseguir um acordo muito favorável na negociação do reforço das garantias do empréstimo de cerca de mil milhões de euros que o investidor fez junto dos bancos para comprar acções do BCP, no decurso da guerra de poder que a instituição viveu em 2007 e onde foi uma das vozes mais activas.
De fora deste acordo ficou, porém, o Santander Totta, um dos quatro bancos que concederam empréstimos a Berardo para comprar acções do BCP, que hoje valem em Bolsa pouco mais de €190 milhões. Apesar de o montante ser de dimensão pouco significativa, o Santander não concordou com os activos que estavam a ser entregues como garantia. Por isso, as negociações acabaram por ser fechadas apenas com a Caixa, BCP e BES, onde está o grosso dos empréstimos, que venciam este mês, obrigando o investidor a reforçar as garantias e colaterais. A CGD e o BCP terão emprestado cada um cerca de €400 milhões, e o BES um montante inferior a 200 milhões.
Prolongar empréstimo
Ao que o Expresso apurou, o investidor - quarto maior accionista do BCP, com uma participação de 6,2% - conseguiu não só prolongar o prazo dos empréstimos como congelar o pagamento de juros por mais quatro ou cinco anos. O objectivo é dar espaço para que os mercados de capitais melhorem e a economia comece a recuperar.
Não terão, no entanto, ficado por aqui as vantagens acolhidas pelo mais mediático investidor do mercado português. Berardo entregou como garantia 75% da Colecção Berardo - um acervo de 862 obras de arte moderna e contemporânea avaliado em €316 milhões em 2007 - mas terá conseguido que ficasse de fora a Quinta da Bacalhôa, que produz vinho com aquela marca. E acabou por entregar apenas como colaterais activos detidos em Portugal, deixando de fora investimentos no exterior, nomeadamente no Canadá.
Berardo com risco sistémico
É na prática um excelente acordo, já que Berardo investiu mil milhões em acções do BCP, que agora valem pouco mais de €190 milhões. Ou seja, o investidor regista neste momento uma menos-valia potencial de €800 milhões. Um valor considerável, que obriga os bancos que fizeram os empréstimos a tratar o assunto com pinças, já que não chegar a acordo com Joe Berardo implicaria aprovisionar o montante da dívida e isso teria impacto nas contas das instituições.
Desconhece-se que montante da dívida contraída por Berardo terá sido paga desde que os empréstimos foram feitos, ou a nova data de pagamento dos mesmos. Sabe-se apenas que inicialmente os empréstimos tinham como garantia essencialmente as acções do BCP, muitas delas compradas no auge da guerra de poder no banco, quando as cotações do título andavam à volta dos quatro euros. Hoje valem menos de 80 cêntimos.
O Expresso não conseguiu confirmar junto de Joe Berardo a informação sobre o reforços das garantias e a renegociação das condições do empréstimo, uma vez que o investidor se encontrava ausente do país.
Na opinião do advogado de Joe Berardo, as condições da renegociação são satisfatórias para todos. "A renegociação dos empréstimos aos bancos para compra de acções estão fechadas e o resultado é satisfatório para todas as partes envolvidas", afirmou André Luiz Gomes. O comendador, adianta, "não fugiu às suas responsabilidades e reforçou as garantias prestadas". Quanto aos novos colaterais dados como garantia e às condições de pagamento, afirmou: "Não vou confirmar os activos que foram dados como garantia, mas as negociações decorreram em bons termos". Acabou, no entanto, por dizer que "o prazo acordado foi considerado razoável para as partes envolvidas".
Perdas na ZON
A derrocada dos mercados atinge outros investimentos de Berardo. Apesar de ter recebido acções da ZON na sequência da cisão da operadora face à PT, Berardo comprou alguns títulos e a verdade é que face à cotação do final de 2007 a participação de 5,6% apresentará perdas potenciais de €95 milhões.
Entretanto, em entrevista ao "Público", o investidor defendeu a retirada da ZON da bolsa, argumentando que o facto de a empresa estar cotada representa uma desvalorização para os accionistas. Mostrou-se ainda disponível para viabilizar a entrada de capital angolano na ZON.
Colecção só garante um quinto da dívida
Apesar de ter dado como colateral para garantir as dívidas à banca 75% da sociedade que gere a sua colecção de arte, Joe Berardo está longe de ter deixado os bancos confortáveis.
Na verdade, o que está em causa é uma dívida que ronda os mil milhões de euros, garantida com acções que neste momento valem cerca de 190 milhões. Por seu lado, a colecção de arte foi avaliada em 316 milhões de euros em Abril de 2008, pela leiloeira Christie's. Ora 75% daquele valor são 237 milhões que, juntamente com o valor das acções, perfaz 427 milhões. Contudo, perante os montantes em causa, a última coisa que os bancos envolvidos (CGD, BCP e BES) desejavam era executar um cliente como Berardo - porque isso teria de ser reflectido de imediato nos seus balanços, registando as respectivas menos-valias. Como disse um banqueiro, Berardo passou a representar um risco para o sistema financeiro.
Por isso, era imperioso evitar a sua falência.
Outras participações
ZON
Controla 5,6% da empresa de cabo liderada por Rodrigo Costa e esta semana disse ao "Público" que vê com bons olhos a fusão desta com a Sonaecom. Afirma ainda que a ZON e a Sonaecom "andam a falar há mais de um ano"
Vinhos
Joe Berardo controla a Bacalhôa Vinhos, a Caves Aliança e 33% da Sogrape
Semapa
O empresário madeirense detém cerca de 15% da Semapa, através da Sodim. Começou por comprar, em 2004, 8,7% da Cimpor à Seclipar, empresa da família Queirós Pereira, accionista maioritário da Semapa e da Sodim. Dois anos depois vende esta posição a Manuel Fino, accionista do BCP, que no centro da luta de poder travada no banco fundado por Jardim Gonçalves se manteve a seu lado
Sonae
Tem 2,67% na Sonae SGPS. O que o fez investir na empresa de Belmiro de Azevedo, em Fevereiro de 2006, foi acreditar que a empresa é bem gerida. Comprou 2,49% de uma só vez mas acabou por não se aventurar muito mais. Em vez disso, acabou por reforçar no BCP
EMT
Na Empresa Madeirense de Tabacos, um dos primeiros negócios de Berardo em Portugal, Hotel Savoy e Papelaria Fernandes, onde detém 20%, são outros dos investimentos
Fonte Expresso http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=storie ... 10:berardo
Cumprimentos,
Cap. Nemo
Cap. Nemo
Advogado João Vieira de Almeida é o nome escolhido
Bancos credores de Berardo indicam presidente da AG da Associação Colecção Berardo
27.01.2009 - 17h49
Por Cristina Ferreira
O advogado João Vieira de Almeida é o nome indicado pelos bancos credores de Joe Berardo para presidir à Assembleia Geral da Associação Colecção Berardo, uma parceria celebrada entre o investidor e o Estado português, para gerir o acervo museológico de Arte Moderna e Contemporânea que está exposto no Centro Cultural de Belém.
O PÚBLICO apurou junto da banca que Vieira de Almeida foi indicado pela CGD, pelo BCP e pelo BES para liderar a reunião magna, o que acontece no quadro da renegociação das dívidas do empresário.
Para além da colecção do CCB, Joe Berardo possui um conjunto de outras obras que vão desde arte nova, azulejaria, arte africana e cerâmica.
O acervo estava em Dezembro de 2006 avaliado, pela leiloeira Christie's, em 316 milhões de euros, segundo a wikipedia. A Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Espírito Santo (BES), o Banco Comercial Português (BCP) e o Santander Totta são alguns dos bancos credores de Joe Berardo, que no conjunto lhes deve cerca de 600 milhões de euros. As dívidas estão sustentadas em acções cotadas.
Com a desvalorização brutal dos mercados financeiros, os empréstimos deixaram de estar devidamente caucionados, o que comporta grandes riscos para os bancos, dados os montantes de empréstimos que estão em cima da mesa.
No âmbito das negociações para renovar os empréstimos aos bancos nacionais, Joe Berardo renovou prazos de pagamento e deu, entre outras coisas, como colaterais títulos de participação da ACB, associadas a cerca de 75 por cento da Colecção Berardo. Se o investidor não respeitar os seus compromissos os bancos podem exigir que a divida seja paga em obras de arte, mas terão de dar direito de preferência ao Estado.
Fonte Público http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1357720
Cumprimentos,
Cap. Nemo
Cap. Nemo
Joe Berardo: "Claro que estou a perder dinheiro. Nunca vi uma crise igual"
23.01.2009 - 08h22
Por Cristina Ferreira, Ana Brito
Enric Vives-Rubio (arquivo)
Berardo diz que os governantes terão de regressar às nacionalizações para salvar empregos
Tem na calha uma acção contra os administradores do BCP, mas preferia chegar a acordo com eles. Está disposto a viabilizar a entrada de investidores angolanos na Zon, mas acha que o momento é de retirar a empresa de bolsa.
E olha com preocupação para o estado da economia, porque a crise social pode estar mesmo ao virar da esquina. Joe Berardo diz que o mercado de capitais não vai melhorar e que é altura do capitalismo dar lugar a uma "nova ordem mundial".
Tem sido noticiado que investidores angolanos ligados a Isabel dos Santos estão em negociações para entrar na Zon. Já recebeu alguma proposta de compra da sua posição na operadora?
A mim ninguém me contactou para vender ou comprar. E para comprar tem que "cantar" muito dinheirinho.
Dinheiro parece que não falta a Isabel dos Santos.
Isso não sei. Ela está a comprar muita coisa.
Alguém o abordou?
Há tanta gente que pergunta: queres vender a posição na Zon? E eu pergunto: quem és tu? E ele diz quem é. Mas isso não significa nada para mim. É necessário que digam de quem parte a proposta. E que o façam por escrito.
Mas já houve manifestações de interesse por parte de advogados ou representantes de investidores?
Não sinto que as iniciativas sejam suficientemente firmes e credíveis para sequer tomar nota.
Confirma as notícias que dão Isabel dos Santos como estando negociar a entrada na Zon?
É possível. Mas directamente não. E se ela, ou qualquer outra pessoa, passar uma carta de representação a terceiros com autorização para falar, aí já é outra coisa. Mas anda para aí muita gente à procura de negócios para tirar comissões. Eu não ligo a isso. Agora a Zon é sócia da companhia da filha do Presidente [José Eduardo dos Santos] lá em Angola...
Isso ainda não estava esclarecido. Já há uma parceria certa entre a Zon e a Unitel, onde a PT [concorrente da Zon em Portugal] tem 25 por cento do capital?
Há negociações e as negociações levam tempo. Acho que Portugal deve criar condições para que quem queira investir em Portugal, e são poucas as pessoas que o possam fazer. Mas desde que esteja tudo justificado e legal.
O que nos está a dizer é que tendo em conta as negociações que existem entre Isabel dos Santos e a Zon em Angola, faz sentido que ela tome uma posição na operadora portuguesa?
Como accionista da Zon entendo que essa iniciativa tem interesse.
Também há conversas entre a Zon e a Sonaecom? Há condições para a Sonae poder aparecer envolvida na negociação com Isabel dos Santos?
Não sei, é algo a definir. Acho que a Sonae não tem muitos negócios em Angola. Para mim, nós, portugueses, necessitamos de fazer investimentos em Angola e os angolanos cá. É um equilíbrio que pode ser benéfico para as duas partes.
Mas houve contactos entre a Sonaecom e a Zon com vista à consolidação?
Todos sabem que eles andam a falar há mais de um ano. Eu já tive reuniões com o Paulo [Azevedo] em que ele me questionou se eu tinha alguma coisa contra a entrada da Sonaecom na Zon.
O que lhe respondeu?
Disse-lhe que eu não era o único accionista. Mas "the bigger, the best". A dimensão é muito importante. E se a decisão estivesse dependente de mim eu analisá-la-ia muito seriamente. Só que há accionistas que não pensam da mesma maneira e não estão a favor.
Quem são? O BES?
Não posso dizer. Mas se a negociação for para a frente, e que se defina um modelo lógico entre ambas as partes, não vejo problema.
Quando é que se reuniu a última vez com o CEO do grupo Sonae?
Almoçámos em Novembro.
Dentro da administração da Zon qual é a sensibilidade?
Não sei como é que um administrador pode dar a sua opinião se não há uma base de consenso. Os administradores estão lá para defender os interesses, não de um ou de outro, mas de todos. Qualquer pessoa que diz que representa uma entidade especifica no conselho de administração deve demitir-se.
Para os pequenos investidores da Zon há interesse nesta fusão?
Seja para o grande ou para o pequeno os administradores tem que defender todos, seja o pequeno, seja o grande.
A administração da Zon não está a fazer bem o trabalho?
Não digo que não. Só que até hoje o conselho de administração ainda não me contactou. E talvez até haja negociações mais a fundo do que aquilo que eu saiba. Não sei. Quando foi da PT Multimédia tive uma divergência com o Paulo [Azevedo], e já lhe disse que se ele tivesse oferecido mais um euro por acção a empresa era dele. Mas as coisas são como são. Acho que a ilusão que os accionistas da Zon têm é que a Sonae entra e mata.
Os analistas dizem que tem excesso de endividamento. É por causa disso?
Não, é por causa da cultura da companhia. Eles entram e bem ou mal mandam. Isto já vem de há muitos anos. E não estou a dizer que não estejam certos.
Já revelou essa sua preocupação a Paulo Azevedo?
O que vos digo, foi o que lhe disse a ele: vocês já estão num grupo tão grande que têm que passar uma mensagem de maior flexibilidade de opinião. As coisas estão difíceis e sabe-se bem que ele sabe o que quer.
Quanto é que tem na Sonae?
Isso é que não vou dizer. O que eu tenho é meu. E não quero dizer pois eu compro e vendo. Vêm aí mais momentos difíceis e o que eu quero é que nos unamos pois, isto aqui em Portugal, goste-se ou não, é pequeno. A Zon está bem posicionada, tem um "cash-flow" fenomenal, mesmo nesta conjuntura, e é por isso é que a Sonae está interessada. Não é pelos olhos bonitos do Rodrigo [Costa]. O que me preocupa na Zon é que o valor de mercado das acções está abaixo do valor nominal da companhia. E quando isto acontece é tempo de as tirar da bolsa.
Na sua opinião é tempo de tirar a Zon da Bolsa?
Sim. Ela estar cotada é uma desvalorização para os accionistas. Mas esta é a minha opinião como investidor. E quando o mercado melhorar, regressam à bolsa.
Daria o mesmo conselho à administração do BCP, onde possui capital?
Não, estou a falar da Zon. Um banco tem outras características, tem "rating", vai-se financiar lá fora. Há empresas que podem fazer o que proponho e outras não. A Zon teve autorização para comprar mais acções próprias. Na minha opinião não se compravam mais acções próprias. Se eu fosse um cão de fila que estivesse a dirigir a Zon, pedia para tirar vantagem das oportunidades a nível mundial. E embora a Zon tenha crédito e o crédito esteja mais barato, se fosse a administração da Zon aumentava o capital, para permitir a entrada dos novos accionistas. E em vez de gastar dinheiro a comprar acções e a prejudicar os accionistas que estão a vender as acções mais baratas, fazia ao contrário.
Resumindo: retirava a Zon da bolsa e propunha ao conselho de administração que equacionasse uma integração da Zona e da Sonaecom e entrada de investidores angolanos?
Vou dizer como isto deve ser feito: devia haver um aumento de capital para entrada dos novos investidores, a Sonae e os angolanos. Mas isto tinha que ter uma gestão independente.
Propunha a saída de Rodrigo Costa? Acha que ele é um homem independente?
Eu acho que sim. Propus a ida dele para a Zon, como accionista. Ele é um homem relacionado com pessoas de nível internacional. Já tem o "know how" e a teia de ligações internacionais. E não é fácil de encontrar uma pessoa assim. O que é negócio? O negócio para mim é a pessoa.
Como vê o facto de se dizer que o BES não está contente com Rodrigo Costa?
Eu não acredito nisso. Quando o accionista não gosta, convoca a assembleia geral e muda a gestão. Rumores valem o que vale. Já me propuseram lugares na gestão e eu recusei, pois se aceitasse não podia falar. E eu gosto de falar.
Para defender os seus interesses?
As pessoas pensam que quando falo é só para benefício pessoal. Mas não é. Há anos que ando a batalhar para que estas coisas mudem. Quando em 1999 o anúncio que fiz sobre o BPP foi para alertar para estes problemas.
Mas está vendedor da sua posição na Zon?
Não. Eu estou a aconselhar as pessoas a não venderem agora, porque o valor das acções está muito baixo. Para conseguir o justo valor é retirar da bolsa. E eu não vejo que a bolsa vá melhorar.
Acha que Paulo Azevedo tem que ser mais flexível em relação à tal cultura de mandar da Sonae?
Não é ele, é o grupo. Por isso é que eu acho que eles não deviam estar na administração, para acabar com aquele cheiro de "quero, posso e mando".
Nas conversas que ele teve consigo transmitiu-lhe alguma abertura nesse sentido?
Ele diz que quer transmitir.
Nunca ficou claro quem ficava ali a mandar?
Não. Nós nunca chegámos a esse ponto, não posso entrar nisso. Eu só estou a falar em termos gerais.
Esse é um problema que se tem que ultrapassar para sair dali alguma coisa?
Eu acho que sim. Eu acho também que tem que haver uma instituição livre dos dois para tentar fazer um deal. Mas não pode ser o BES, nem a CGD, nem o BPI.
A Ongoing quer a consolidação na ZON?
Eu não tive sequer a explorar essa situação porque eu acho que isso depende do Paulo [Azevedo] e do Rodrigo [Costa].
E de Isabel dos Santos?
Isso já é outra coisa posterior. Eles deviam-se juntar e dizer assim: "Eu para convencer o meu pai preciso disto". E o outro: "Para convencer os accionistas, preciso disto". Não é basicamente disso que se trata?!
Tem acções da PT?
Tenho.
Quantas?
Não vou dizer.
Como é que observa a estratégia da PT?
Querem fazer tudo... querem ir para a televisão... não há publicidade. As televisões queixam-se. Não percebo.
Como é que comenta o facto de se dizer que está tecnicamente falido?
Nunca ouvi dizer isso. Também há tanta gente que se diz que está falida...
Fez muitos investimentos relevantes em empresas cotadas e a preços muito acima da actual cotação e com recurso a divida.
Ter dívida não significa que esteja falido. Se estivesse não me renovavam os créditos. Estou com menos valor do que tinha? Claro que estou a perder dinheiro.
Está a perder quanto na bolsa?
Isso não digo e vocês não sabem a quanto é que eu comprei. Eu comprei e vendi, fiz lucros e fiz milhares de vendas. Isto é o jogo da formiga: armazenar no Verão que o Inverno vem aí. E quem anda na bolsa sabe que isto é assim.
Renovou os seus empréstimos com o BES, com a CGD e com o BCP....
Não podem dizer isso porque vos fica mal. Pois há sigilo. Se eu abdico do sigilo bancário eu tenho um problema. E vocês também têm, porque o sigilo é para todos.
O único dever do jornalista é para com os seus leitores...Sente-se confortável com a actual exposição aos mercados?
Não faço comentários.
Confirma ter dado em reforço das garantias que sustentam os financiamentos obtidos junto da banca a colecção de quadros?
Só digo o seguinte: foram renegociadas as garantias de forma a manter os rácios de cobertura contratados com os bancos. Quanto aos bens dados em garantia não é matéria relevante.
Como é que os investidores como o senhor estão neste momento a capitalizar-se?
A única maneira é ir buscar às reservas pessoais.
Mas vai vender activos, quadros?
Por enquanto não.
E se a crise continuar?
Bom, não vou especular...
Há um limite a partir do qual a capacidade de resistência dos investidores e accionistas termina.
Nunca vi uma crise igual. Primeiro foi o colapso do "subprime". Na Alemanha, esta semana, soube-se que o Deutsche Bank perdeu imenso dinheiro pois estava a financiar a população de uma cidade norte-americana, Cleveland, só com "subprime". Os alemães estão já a ajudar directamente as companhias. Mas perderam a cabeça? Quem vai dirigir aquilo? São os políticos?
Há uma ideia de que a crise não pára. Vai continuar a investir na bolsa?
Não sei. É nisto que eu estou banzado. Tudo aquilo que eu aprendi até agora, que era analisar as potencialidades, os endividamentos, os dividendos, foi tudo por água abaixo e eu tenho que voltar a aprender de novo. Tem que haver um novo sistema. Agora é o Governo que vai emprestar dinheiro às empresas... Isto nunca me passou pela cabeça.
Estamos a caminhar para um mundo mais vigiado, mais regulado?
Para um mundo com mais ditadura. Não há outra forma.
Manuel Ferreira Leite tinha razão?
Ela não queria dizer isto. Foi infeliz, como eu às vezes sou. Agora eu acho que isto está a ficar desregulado. Antes o Governo para pôr no mercado 100 ou 200 milhões de euros tinha que ir ao Parlamento. Agora nacionaliza...
Antes foi-se longe de mais na forma como os mercados toleraram o risco, agora está-se a ir longe de mais na forma como as autoridades estão a actuar na economia?
Não existe muita alternativa aos políticos. Mas eu pergunto: de onde vem o dinheiro? Não sei quem vai pagar. Tem que haver uma nova ordem mundial. Uma nova moeda mundial. Em 1981 houve um filme da Jane Fonda sobre o colapso do dólar e estamos a caminhar para aí. Não há maneira de se continuar como até aqui.
Vamos entrar num novo ciclo do capitalismo?
Não há dúvida de que o capitalismo trouxe prosperidade ao mundo. Não se melhorou tudo, mas melhorámos o nível de vida e agora vamos pagar por isso. Mas tudo vai ser diferente a partir de agora. Toda a gente está à espera da varinha de condão do Obama e eu acho que ele é um fantástico "show man". E considero que ele é um bom dirigente pois associou-se a gente muito competente no passado.
Estará a altura dos desafios?
Não sei. A tabuada que eu aprendi e que usei até ao ano passado tenho que a apagar.
Acha que o tempo dos especuladores acabou?
Já disse há uns anos, e todos se riram, que o Soros levou a libra abaixo e impediu o Banco de Inglaterra de aderir ao euro. O Soros ganhou 1,1 mil milhões de libras. É uma loucura! E não houve uma única instituição financeira que adoptasse medidas de controlo a estas situações. Um homem que leva um banco com milhares de pessoas à bancarrota. Não está certo! E como é possível que um homem [Madoff] esteja há 30 anos a roubar pessoas na América?
Defende que os governos devem fazer nacionalizações?
Temos que estar disponível para adoptar essas medidas. Não temos alternativa. Eles devem nacionalizar para garantir o emprego e dar aos accionistas acções que podem ser mobilizadas daí a 10 anos.
Portanto defende que os governos devem intervir de forma consistente e global em todas as empresas, indemnizando com títulos a longo termo os accionistas?
Como já fizeram em Inglaterra. Um título que só vai ser pago daqui a 10 ou 15 anos. É importante para manter os trabalhos, o desenvolvimento. Dar uma ajuda global, porque não podemos só falar dos ricos. Essa deve ser a prioridade. Senão o que é que vai acontecer? os pobres vão matar os ricos. Onde é que eles vão buscar dinheiro para comer?
Dava esse conselho ao Governo português? Intervir em larga escala nas empresas para garantir empregos?
Já estão a intervir... Mas eu não estou a falar de bancos, nem de empresas como a EDP.
Qual seria o critério da intervenção?
A intervenção era um por todos e todos por um.
Mas qual critério? E sectores?
Em tudo o que fosse necessário para continuar a manter empregos. Não se pode ter pessoas a ganhar milhões com lucros que não existiram, com pessoas que trabalharam, trabalharam, trabalharam e nem têm direito a emprego. O critério são as maiores empregadoras.
Portugal devia já avançar para essa situação?
A minha visão, a maneira como eu vejo a vida, é que eu fui pobre, mas cuidei de mim. E também cuidei dos outros, é por isso que eu tenho tanta gente amiga em tantos níveis de vida. Às vezes até me dizem: "tu és um comunista". Mas não sou, sou exactamente ao contrário. Não se podem é esquecer as pessoas que ficam desempregadas e que ficam em casa sem fazer nada.
Não teme dar um poder excessivo aos governos?
Mas então diz-me o que está em jogo?
O que está em jogo para si é a necessidade de salvaguardar o emprego das pessoas?
Se for necessário, deve-se intervir. Senão gera-se o caos. Mas não digo roubar!
A solução é entregar títulos que serão pagos a longo prazo aos accionistas?
Temos que manter os trabalhos. Eu não estou a falar de rentabilidade, estou a falar de viabilidade. Como é que se vai gerar essa viabilidade? É cortando ordenados de grandes... eu por exemplo, não tenho ordenado. Só tenho numa empresa porque fui obrigado. As pessoas estão "missing the point". Os políticos não estão a perceber, estão a dar aquele ar de que é possível recuperar, eu acho que fazem bem, mas eu estou é preocupado com a destabilização que se pode criar da noite para o dia, que crie uma crise social muito grande. E depois torna-se incontrolável. Já tivemos um cheirinho em França aqui há uns anos atrás, agora na Grécia. É incontrolável.
Foi uma das pessoas que chamou publicamente atenção para as ilicitudes cometidas no BCP. Está satisfeito com as investigações que estão a decorrer?
Não tenho os documentos do Banco de Portugal, nem da CMVM, que foram mandados para as pessoas. Nem os estou a pedir. Eu suspendi a entrada do meu processo contra os administradores e que deveria ter avançado no final do ano. Depois o Governo anunciou uma lei em que as custas diminuiam. O Governo disse que a lei já tinha sido aprovada e que devia ser publicada em Janeiro. Mas o Orçamento do Estado adiou isto para Abril. Agora estou a pensar o que fazer. O meu advogado diz que os custos vão ser para os outros. Mas seja o dinheiro meu ou dos outros, e se eu posso poupar dinheiro, então vou analisar o que fazer.
Mas vai meter o processo contra os gestores do BCP?
Quando for oportuno avançaremos. Mas vamos dar tempo para os ex-gestores do BCP analisarem as acusações do Banco de Portugal e da CMVM.
Mas a todos?
Não só aos que foram acusados. O que gostava era de chegar a acordo com eles. Era preciso que eles chegassem ao pé de mim e dissessem que as remunerações acessórias que recebem e que foram calculadas com base em lucros que não existiam devem ser recalculadas. E deviam entregar o que receberam a mais.Eu não vou pagar por aquilo que não devo. Não tenho dúvidas que ele [Jardim Gonçalves] modernizou o sistema financeiro português. E tenho admiração por ele. Além disso ele é madeirense. E fez muito por Portugal, tal como o Ronaldo também fez. Portanto "good luck to him". O meu advogado vai iniciar negociações. Mas nem devia ser eu a sugerir que eles restituíssem o dinheiro que receberam indevidamente. Deviam ser eles a rectificar e a restituir. E é tudo para o banco, não é nada para mim.
Já apuraram a verba que dizem ter sido apropriada indevidamente?
Infelizmente não. Nem o actual CA sabe. É que eles recebem de muitos modos: seguros, pensões, segurança, carros blindados...Eu não vejo o PR usar carros blindados. Eu ainda posso falar porque não tenho informação nenhuma. Já estou lá há vários meses [na presidência da Comissão de Remunerações do BCP] e não recebi informação nenhuma.
Quer comprar a colecção da Fundação Elipse (BPP)?
Não sei a quem pertence. Aquilo que sei é que é de um fundo chamado Fundação... Agora não sei quais os quadros que pertencem a ele, João Rendeiro, e os que pertencem ao Fundo. Por vezes perguntam-me: o que pensas do Rendeiro? O que eu penso foi publicado nos jornais em 1999 [onde alertou para a existência de grandes riscos no balanço deste banco]. Embora tivéssemos concordado não voltar a falar do assunto, eu falo dele, porque ele se refere a isso no seu livro.
23.01.2009 - 08h22
Por Cristina Ferreira, Ana Brito
Enric Vives-Rubio (arquivo)
Berardo diz que os governantes terão de regressar às nacionalizações para salvar empregos
Tem na calha uma acção contra os administradores do BCP, mas preferia chegar a acordo com eles. Está disposto a viabilizar a entrada de investidores angolanos na Zon, mas acha que o momento é de retirar a empresa de bolsa.
E olha com preocupação para o estado da economia, porque a crise social pode estar mesmo ao virar da esquina. Joe Berardo diz que o mercado de capitais não vai melhorar e que é altura do capitalismo dar lugar a uma "nova ordem mundial".
Tem sido noticiado que investidores angolanos ligados a Isabel dos Santos estão em negociações para entrar na Zon. Já recebeu alguma proposta de compra da sua posição na operadora?
A mim ninguém me contactou para vender ou comprar. E para comprar tem que "cantar" muito dinheirinho.
Dinheiro parece que não falta a Isabel dos Santos.
Isso não sei. Ela está a comprar muita coisa.
Alguém o abordou?
Há tanta gente que pergunta: queres vender a posição na Zon? E eu pergunto: quem és tu? E ele diz quem é. Mas isso não significa nada para mim. É necessário que digam de quem parte a proposta. E que o façam por escrito.
Mas já houve manifestações de interesse por parte de advogados ou representantes de investidores?
Não sinto que as iniciativas sejam suficientemente firmes e credíveis para sequer tomar nota.
Confirma as notícias que dão Isabel dos Santos como estando negociar a entrada na Zon?
É possível. Mas directamente não. E se ela, ou qualquer outra pessoa, passar uma carta de representação a terceiros com autorização para falar, aí já é outra coisa. Mas anda para aí muita gente à procura de negócios para tirar comissões. Eu não ligo a isso. Agora a Zon é sócia da companhia da filha do Presidente [José Eduardo dos Santos] lá em Angola...
Isso ainda não estava esclarecido. Já há uma parceria certa entre a Zon e a Unitel, onde a PT [concorrente da Zon em Portugal] tem 25 por cento do capital?
Há negociações e as negociações levam tempo. Acho que Portugal deve criar condições para que quem queira investir em Portugal, e são poucas as pessoas que o possam fazer. Mas desde que esteja tudo justificado e legal.
O que nos está a dizer é que tendo em conta as negociações que existem entre Isabel dos Santos e a Zon em Angola, faz sentido que ela tome uma posição na operadora portuguesa?
Como accionista da Zon entendo que essa iniciativa tem interesse.
Também há conversas entre a Zon e a Sonaecom? Há condições para a Sonae poder aparecer envolvida na negociação com Isabel dos Santos?
Não sei, é algo a definir. Acho que a Sonae não tem muitos negócios em Angola. Para mim, nós, portugueses, necessitamos de fazer investimentos em Angola e os angolanos cá. É um equilíbrio que pode ser benéfico para as duas partes.
Mas houve contactos entre a Sonaecom e a Zon com vista à consolidação?
Todos sabem que eles andam a falar há mais de um ano. Eu já tive reuniões com o Paulo [Azevedo] em que ele me questionou se eu tinha alguma coisa contra a entrada da Sonaecom na Zon.
O que lhe respondeu?
Disse-lhe que eu não era o único accionista. Mas "the bigger, the best". A dimensão é muito importante. E se a decisão estivesse dependente de mim eu analisá-la-ia muito seriamente. Só que há accionistas que não pensam da mesma maneira e não estão a favor.
Quem são? O BES?
Não posso dizer. Mas se a negociação for para a frente, e que se defina um modelo lógico entre ambas as partes, não vejo problema.
Quando é que se reuniu a última vez com o CEO do grupo Sonae?
Almoçámos em Novembro.
Dentro da administração da Zon qual é a sensibilidade?
Não sei como é que um administrador pode dar a sua opinião se não há uma base de consenso. Os administradores estão lá para defender os interesses, não de um ou de outro, mas de todos. Qualquer pessoa que diz que representa uma entidade especifica no conselho de administração deve demitir-se.
Para os pequenos investidores da Zon há interesse nesta fusão?
Seja para o grande ou para o pequeno os administradores tem que defender todos, seja o pequeno, seja o grande.
A administração da Zon não está a fazer bem o trabalho?
Não digo que não. Só que até hoje o conselho de administração ainda não me contactou. E talvez até haja negociações mais a fundo do que aquilo que eu saiba. Não sei. Quando foi da PT Multimédia tive uma divergência com o Paulo [Azevedo], e já lhe disse que se ele tivesse oferecido mais um euro por acção a empresa era dele. Mas as coisas são como são. Acho que a ilusão que os accionistas da Zon têm é que a Sonae entra e mata.
Os analistas dizem que tem excesso de endividamento. É por causa disso?
Não, é por causa da cultura da companhia. Eles entram e bem ou mal mandam. Isto já vem de há muitos anos. E não estou a dizer que não estejam certos.
Já revelou essa sua preocupação a Paulo Azevedo?
O que vos digo, foi o que lhe disse a ele: vocês já estão num grupo tão grande que têm que passar uma mensagem de maior flexibilidade de opinião. As coisas estão difíceis e sabe-se bem que ele sabe o que quer.
Quanto é que tem na Sonae?
Isso é que não vou dizer. O que eu tenho é meu. E não quero dizer pois eu compro e vendo. Vêm aí mais momentos difíceis e o que eu quero é que nos unamos pois, isto aqui em Portugal, goste-se ou não, é pequeno. A Zon está bem posicionada, tem um "cash-flow" fenomenal, mesmo nesta conjuntura, e é por isso é que a Sonae está interessada. Não é pelos olhos bonitos do Rodrigo [Costa]. O que me preocupa na Zon é que o valor de mercado das acções está abaixo do valor nominal da companhia. E quando isto acontece é tempo de as tirar da bolsa.
Na sua opinião é tempo de tirar a Zon da Bolsa?
Sim. Ela estar cotada é uma desvalorização para os accionistas. Mas esta é a minha opinião como investidor. E quando o mercado melhorar, regressam à bolsa.
Daria o mesmo conselho à administração do BCP, onde possui capital?
Não, estou a falar da Zon. Um banco tem outras características, tem "rating", vai-se financiar lá fora. Há empresas que podem fazer o que proponho e outras não. A Zon teve autorização para comprar mais acções próprias. Na minha opinião não se compravam mais acções próprias. Se eu fosse um cão de fila que estivesse a dirigir a Zon, pedia para tirar vantagem das oportunidades a nível mundial. E embora a Zon tenha crédito e o crédito esteja mais barato, se fosse a administração da Zon aumentava o capital, para permitir a entrada dos novos accionistas. E em vez de gastar dinheiro a comprar acções e a prejudicar os accionistas que estão a vender as acções mais baratas, fazia ao contrário.
Resumindo: retirava a Zon da bolsa e propunha ao conselho de administração que equacionasse uma integração da Zona e da Sonaecom e entrada de investidores angolanos?
Vou dizer como isto deve ser feito: devia haver um aumento de capital para entrada dos novos investidores, a Sonae e os angolanos. Mas isto tinha que ter uma gestão independente.
Propunha a saída de Rodrigo Costa? Acha que ele é um homem independente?
Eu acho que sim. Propus a ida dele para a Zon, como accionista. Ele é um homem relacionado com pessoas de nível internacional. Já tem o "know how" e a teia de ligações internacionais. E não é fácil de encontrar uma pessoa assim. O que é negócio? O negócio para mim é a pessoa.
Como vê o facto de se dizer que o BES não está contente com Rodrigo Costa?
Eu não acredito nisso. Quando o accionista não gosta, convoca a assembleia geral e muda a gestão. Rumores valem o que vale. Já me propuseram lugares na gestão e eu recusei, pois se aceitasse não podia falar. E eu gosto de falar.
Para defender os seus interesses?
As pessoas pensam que quando falo é só para benefício pessoal. Mas não é. Há anos que ando a batalhar para que estas coisas mudem. Quando em 1999 o anúncio que fiz sobre o BPP foi para alertar para estes problemas.
Mas está vendedor da sua posição na Zon?
Não. Eu estou a aconselhar as pessoas a não venderem agora, porque o valor das acções está muito baixo. Para conseguir o justo valor é retirar da bolsa. E eu não vejo que a bolsa vá melhorar.
Acha que Paulo Azevedo tem que ser mais flexível em relação à tal cultura de mandar da Sonae?
Não é ele, é o grupo. Por isso é que eu acho que eles não deviam estar na administração, para acabar com aquele cheiro de "quero, posso e mando".
Nas conversas que ele teve consigo transmitiu-lhe alguma abertura nesse sentido?
Ele diz que quer transmitir.
Nunca ficou claro quem ficava ali a mandar?
Não. Nós nunca chegámos a esse ponto, não posso entrar nisso. Eu só estou a falar em termos gerais.
Esse é um problema que se tem que ultrapassar para sair dali alguma coisa?
Eu acho que sim. Eu acho também que tem que haver uma instituição livre dos dois para tentar fazer um deal. Mas não pode ser o BES, nem a CGD, nem o BPI.
A Ongoing quer a consolidação na ZON?
Eu não tive sequer a explorar essa situação porque eu acho que isso depende do Paulo [Azevedo] e do Rodrigo [Costa].
E de Isabel dos Santos?
Isso já é outra coisa posterior. Eles deviam-se juntar e dizer assim: "Eu para convencer o meu pai preciso disto". E o outro: "Para convencer os accionistas, preciso disto". Não é basicamente disso que se trata?!
Tem acções da PT?
Tenho.
Quantas?
Não vou dizer.
Como é que observa a estratégia da PT?
Querem fazer tudo... querem ir para a televisão... não há publicidade. As televisões queixam-se. Não percebo.
Como é que comenta o facto de se dizer que está tecnicamente falido?
Nunca ouvi dizer isso. Também há tanta gente que se diz que está falida...
Fez muitos investimentos relevantes em empresas cotadas e a preços muito acima da actual cotação e com recurso a divida.
Ter dívida não significa que esteja falido. Se estivesse não me renovavam os créditos. Estou com menos valor do que tinha? Claro que estou a perder dinheiro.
Está a perder quanto na bolsa?
Isso não digo e vocês não sabem a quanto é que eu comprei. Eu comprei e vendi, fiz lucros e fiz milhares de vendas. Isto é o jogo da formiga: armazenar no Verão que o Inverno vem aí. E quem anda na bolsa sabe que isto é assim.
Renovou os seus empréstimos com o BES, com a CGD e com o BCP....
Não podem dizer isso porque vos fica mal. Pois há sigilo. Se eu abdico do sigilo bancário eu tenho um problema. E vocês também têm, porque o sigilo é para todos.
O único dever do jornalista é para com os seus leitores...Sente-se confortável com a actual exposição aos mercados?
Não faço comentários.
Confirma ter dado em reforço das garantias que sustentam os financiamentos obtidos junto da banca a colecção de quadros?
Só digo o seguinte: foram renegociadas as garantias de forma a manter os rácios de cobertura contratados com os bancos. Quanto aos bens dados em garantia não é matéria relevante.
Como é que os investidores como o senhor estão neste momento a capitalizar-se?
A única maneira é ir buscar às reservas pessoais.
Mas vai vender activos, quadros?
Por enquanto não.
E se a crise continuar?
Bom, não vou especular...
Há um limite a partir do qual a capacidade de resistência dos investidores e accionistas termina.
Nunca vi uma crise igual. Primeiro foi o colapso do "subprime". Na Alemanha, esta semana, soube-se que o Deutsche Bank perdeu imenso dinheiro pois estava a financiar a população de uma cidade norte-americana, Cleveland, só com "subprime". Os alemães estão já a ajudar directamente as companhias. Mas perderam a cabeça? Quem vai dirigir aquilo? São os políticos?
Há uma ideia de que a crise não pára. Vai continuar a investir na bolsa?
Não sei. É nisto que eu estou banzado. Tudo aquilo que eu aprendi até agora, que era analisar as potencialidades, os endividamentos, os dividendos, foi tudo por água abaixo e eu tenho que voltar a aprender de novo. Tem que haver um novo sistema. Agora é o Governo que vai emprestar dinheiro às empresas... Isto nunca me passou pela cabeça.
Estamos a caminhar para um mundo mais vigiado, mais regulado?
Para um mundo com mais ditadura. Não há outra forma.
Manuel Ferreira Leite tinha razão?
Ela não queria dizer isto. Foi infeliz, como eu às vezes sou. Agora eu acho que isto está a ficar desregulado. Antes o Governo para pôr no mercado 100 ou 200 milhões de euros tinha que ir ao Parlamento. Agora nacionaliza...
Antes foi-se longe de mais na forma como os mercados toleraram o risco, agora está-se a ir longe de mais na forma como as autoridades estão a actuar na economia?
Não existe muita alternativa aos políticos. Mas eu pergunto: de onde vem o dinheiro? Não sei quem vai pagar. Tem que haver uma nova ordem mundial. Uma nova moeda mundial. Em 1981 houve um filme da Jane Fonda sobre o colapso do dólar e estamos a caminhar para aí. Não há maneira de se continuar como até aqui.
Vamos entrar num novo ciclo do capitalismo?
Não há dúvida de que o capitalismo trouxe prosperidade ao mundo. Não se melhorou tudo, mas melhorámos o nível de vida e agora vamos pagar por isso. Mas tudo vai ser diferente a partir de agora. Toda a gente está à espera da varinha de condão do Obama e eu acho que ele é um fantástico "show man". E considero que ele é um bom dirigente pois associou-se a gente muito competente no passado.
Estará a altura dos desafios?
Não sei. A tabuada que eu aprendi e que usei até ao ano passado tenho que a apagar.
Acha que o tempo dos especuladores acabou?
Já disse há uns anos, e todos se riram, que o Soros levou a libra abaixo e impediu o Banco de Inglaterra de aderir ao euro. O Soros ganhou 1,1 mil milhões de libras. É uma loucura! E não houve uma única instituição financeira que adoptasse medidas de controlo a estas situações. Um homem que leva um banco com milhares de pessoas à bancarrota. Não está certo! E como é possível que um homem [Madoff] esteja há 30 anos a roubar pessoas na América?
Defende que os governos devem fazer nacionalizações?
Temos que estar disponível para adoptar essas medidas. Não temos alternativa. Eles devem nacionalizar para garantir o emprego e dar aos accionistas acções que podem ser mobilizadas daí a 10 anos.
Portanto defende que os governos devem intervir de forma consistente e global em todas as empresas, indemnizando com títulos a longo termo os accionistas?
Como já fizeram em Inglaterra. Um título que só vai ser pago daqui a 10 ou 15 anos. É importante para manter os trabalhos, o desenvolvimento. Dar uma ajuda global, porque não podemos só falar dos ricos. Essa deve ser a prioridade. Senão o que é que vai acontecer? os pobres vão matar os ricos. Onde é que eles vão buscar dinheiro para comer?
Dava esse conselho ao Governo português? Intervir em larga escala nas empresas para garantir empregos?
Já estão a intervir... Mas eu não estou a falar de bancos, nem de empresas como a EDP.
Qual seria o critério da intervenção?
A intervenção era um por todos e todos por um.
Mas qual critério? E sectores?
Em tudo o que fosse necessário para continuar a manter empregos. Não se pode ter pessoas a ganhar milhões com lucros que não existiram, com pessoas que trabalharam, trabalharam, trabalharam e nem têm direito a emprego. O critério são as maiores empregadoras.
Portugal devia já avançar para essa situação?
A minha visão, a maneira como eu vejo a vida, é que eu fui pobre, mas cuidei de mim. E também cuidei dos outros, é por isso que eu tenho tanta gente amiga em tantos níveis de vida. Às vezes até me dizem: "tu és um comunista". Mas não sou, sou exactamente ao contrário. Não se podem é esquecer as pessoas que ficam desempregadas e que ficam em casa sem fazer nada.
Não teme dar um poder excessivo aos governos?
Mas então diz-me o que está em jogo?
O que está em jogo para si é a necessidade de salvaguardar o emprego das pessoas?
Se for necessário, deve-se intervir. Senão gera-se o caos. Mas não digo roubar!
A solução é entregar títulos que serão pagos a longo prazo aos accionistas?
Temos que manter os trabalhos. Eu não estou a falar de rentabilidade, estou a falar de viabilidade. Como é que se vai gerar essa viabilidade? É cortando ordenados de grandes... eu por exemplo, não tenho ordenado. Só tenho numa empresa porque fui obrigado. As pessoas estão "missing the point". Os políticos não estão a perceber, estão a dar aquele ar de que é possível recuperar, eu acho que fazem bem, mas eu estou é preocupado com a destabilização que se pode criar da noite para o dia, que crie uma crise social muito grande. E depois torna-se incontrolável. Já tivemos um cheirinho em França aqui há uns anos atrás, agora na Grécia. É incontrolável.
Foi uma das pessoas que chamou publicamente atenção para as ilicitudes cometidas no BCP. Está satisfeito com as investigações que estão a decorrer?
Não tenho os documentos do Banco de Portugal, nem da CMVM, que foram mandados para as pessoas. Nem os estou a pedir. Eu suspendi a entrada do meu processo contra os administradores e que deveria ter avançado no final do ano. Depois o Governo anunciou uma lei em que as custas diminuiam. O Governo disse que a lei já tinha sido aprovada e que devia ser publicada em Janeiro. Mas o Orçamento do Estado adiou isto para Abril. Agora estou a pensar o que fazer. O meu advogado diz que os custos vão ser para os outros. Mas seja o dinheiro meu ou dos outros, e se eu posso poupar dinheiro, então vou analisar o que fazer.
Mas vai meter o processo contra os gestores do BCP?
Quando for oportuno avançaremos. Mas vamos dar tempo para os ex-gestores do BCP analisarem as acusações do Banco de Portugal e da CMVM.
Mas a todos?
Não só aos que foram acusados. O que gostava era de chegar a acordo com eles. Era preciso que eles chegassem ao pé de mim e dissessem que as remunerações acessórias que recebem e que foram calculadas com base em lucros que não existiam devem ser recalculadas. E deviam entregar o que receberam a mais.Eu não vou pagar por aquilo que não devo. Não tenho dúvidas que ele [Jardim Gonçalves] modernizou o sistema financeiro português. E tenho admiração por ele. Além disso ele é madeirense. E fez muito por Portugal, tal como o Ronaldo também fez. Portanto "good luck to him". O meu advogado vai iniciar negociações. Mas nem devia ser eu a sugerir que eles restituíssem o dinheiro que receberam indevidamente. Deviam ser eles a rectificar e a restituir. E é tudo para o banco, não é nada para mim.
Já apuraram a verba que dizem ter sido apropriada indevidamente?
Infelizmente não. Nem o actual CA sabe. É que eles recebem de muitos modos: seguros, pensões, segurança, carros blindados...Eu não vejo o PR usar carros blindados. Eu ainda posso falar porque não tenho informação nenhuma. Já estou lá há vários meses [na presidência da Comissão de Remunerações do BCP] e não recebi informação nenhuma.
Quer comprar a colecção da Fundação Elipse (BPP)?
Não sei a quem pertence. Aquilo que sei é que é de um fundo chamado Fundação... Agora não sei quais os quadros que pertencem a ele, João Rendeiro, e os que pertencem ao Fundo. Por vezes perguntam-me: o que pensas do Rendeiro? O que eu penso foi publicado nos jornais em 1999 [onde alertou para a existência de grandes riscos no balanço deste banco]. Embora tivéssemos concordado não voltar a falar do assunto, eu falo dele, porque ele se refere a isso no seu livro.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Creio que o que está em questão é que a banca para defender o que emprestou a Berardo dá-lhe condições para renegociar a dívida. Mas o investimento de Berardo, por exemplo no BCP, foi no sentido de ter maior controle accionista sobre o banco.
Nessa altura as acções chegaram a estar acima dos 4,00 €, hoje valem 20% desse valor. Mas os bancos que emprestaram fizeram uma má análise de risco e agora são os contribuintes a pagar estes erros.
A questão que coloco e as empresas que necessitam de crédito para continuarem a funcionar, para manterem os empregos, para continuarem a produzir como vai ser?
Neste país parece que uns são filhos de Deus e outros filhos de um Deus menor.
Nessa altura as acções chegaram a estar acima dos 4,00 €, hoje valem 20% desse valor. Mas os bancos que emprestaram fizeram uma má análise de risco e agora são os contribuintes a pagar estes erros.
A questão que coloco e as empresas que necessitam de crédito para continuarem a funcionar, para manterem os empregos, para continuarem a produzir como vai ser?
Neste país parece que uns são filhos de Deus e outros filhos de um Deus menor.
Cumprimentos,
Cap. Nemo
Cap. Nemo
fosgass Escreveu: não me parece que os bancos queiram executar. O que provavelmente aconteceu foi que o risco mudou (por mudança de rating e porque provavelmente este governo não está tão seguro como parece) logo, as garantias terão que ser revistas e palpita-me que foi o caso. Enquanto o Comendador Berardo for pagando as prestações dos juros, está tudo bem!
A colecção Berardo, avaliada em 360 milhões, já serve de garantia para muitos empréstimos e, pelos vistos, continua a dar para muita coisa!
AS garantias terão certamente sido as próprias acções, entre, possivelmente - espera-se - algumas outras coisas,possivelmente garantias financeiras oturas. Como todas as classes de activos desvalorizaram, por definição os bancos terão ficado com muito menos garantias. Isto não tem nada a ver com o aumento de risco mas apenas com a desvalorização dos activos dados como garantia. O normal é pedir reforço das garantias ou executar. Dado que executar é algo de complicado, terão optado por aceitar outras garantias em vez de escolher o executar (ou seja, encaixar perda).
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fosgass Escreveu:... Enquanto o Comendador Berardo for pagando as prestações dos juros, está tudo bem!
E será que paga? Se calhar estão a acumular, à espera que as bolsas recuperem...
Compreendo a Pata, os bancos têm de zelar pelo que é seu, mas o que o StRuTcH tamb´m faz todo o sentido, não há dinheiro para para quem quer dinamizar a economia e há para quem especula na bolsa?! de uma forma ou de outra estão a fazer isto com o dinheiro dos contribuintes...
bom fim-de-semana
artista
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http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Pata-Hari Escreveu:Ponham-se no lugar dos bancos... executar e ficar com algo que vale agora muito menos ou tentar recuperar uma parte maior?
Isto não deve ser novidade nenhuma, teria sempre que ser algo deste género o que se está a passar.
Exacto... mas neste caso não me parece que os bancos queiram executar. O que provavelmente aconteceu foi que o risco mudou (por mudança de rating e porque provavelmente este governo não está tão seguro como parece) logo, as garantias terão que ser revistas e palpita-me que foi o caso. Enquanto o Comendador Berardo for pagando as prestações dos juros, está tudo bem!
A colecção Berardo, avaliada em 360 milhões, já serve de garantia para muitos empréstimos e, pelos vistos, continua a dar para muita coisa!
É de recordar que este senhor teve um papel fundamental na nacionalização (!!) do BCP e o Governo não o deixa cair assim facilmente!

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- Registado: 13/7/2007 13:18
Ele há coisas que não me entram na cabeça..
Banca está em crise!
Estado injecta milhões na banca!
Banca ajuda especuladores como o berardo e está tudo ok?!?!?
Entao o estado não impõe regras para a aplicação dos milhões?!?! Afinal foram pra ajudar as empresas que produzem ou meia duzia de especuladores?!?!
Se for para ajudar especuladores deviam avisar-me que eu invisto já 1.000.000 em curtos!
Banca está em crise!
Estado injecta milhões na banca!
Banca ajuda especuladores como o berardo e está tudo ok?!?!?
Entao o estado não impõe regras para a aplicação dos milhões?!?! Afinal foram pra ajudar as empresas que produzem ou meia duzia de especuladores?!?!
Se for para ajudar especuladores deviam avisar-me que eu invisto já 1.000.000 em curtos!

Banca salva Berardo da falência.
Primeira página do Expresso de hoje.
E esta hein! Depois do BPN, do BPP temos mais um caso?
Eu gostava de saber se vão continuar a acorrer a todos os problemas do género, é que o Sr Berardo quando compra acções sabe que há um risco inerente a esse negócio e os bancos quando emprestam para esse fim também sabem que esse risco existe, portanto...
É que enquanto alguns são mandados para o desemprego e com salários em atraso, outros continuam a usufruir de condições de excepção. Porquê?
Fica também a 1ª página do Expresso em PDF por baixo.
E esta hein! Depois do BPN, do BPP temos mais um caso?
Eu gostava de saber se vão continuar a acorrer a todos os problemas do género, é que o Sr Berardo quando compra acções sabe que há um risco inerente a esse negócio e os bancos quando emprestam para esse fim também sabem que esse risco existe, portanto...
É que enquanto alguns são mandados para o desemprego e com salários em atraso, outros continuam a usufruir de condições de excepção. Porquê?
Fica também a 1ª página do Expresso em PDF por baixo.
- Anexos
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Cumprimentos,
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