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Caldeirão da Bolsa

Portugal pode ser downgraded

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Capitão Nemo » 21/1/2009 22:03

Bom já se estava à espera mas acho que são noticias algo preocupantes.

Portugal tem um dos piores riscos da dívida da Zona Euro

A decisão da Standard & Poor’s (S&P) de baixar a classificação da dívida da República Portuguesa de "AA-" para "A+", deixa o País com o terceiro pior "rating" da Zona Euro, em igualdade com a Itália e Chipre. Esta revisão significa uma deterioração no risco da dívida emitida por Portugal e custos mais elevados de financiamento.


A decisão da Standard & Poor’s (S&P) de baixar a classificação da dívida da República Portuguesa de “AA-“ para “A+”, deixa o País com o terceiro pior “rating” da Zona Euro, em igualdade com a Itália e Chipre. Esta revisão significa uma deterioração no risco da dívida emitida por Portugal e custos mais elevados de financiamento.

A S&P é uma agência de notação de “rating” americana, que avalia a capacidade dos Estados e das empresas cumprirem com o reembolso da dívida que emitem e vendem a investidores. A escala vai de “AAA”, a melhor classificação, a “D”, que significa que a entidade que emite a dívida não tem capacidade para a pagar.

O “rating” de “A”, atribuído pela S&P à República Portuguesa indicia que o País está “mais susceptível a alterações nas circunstâncias e nas condições económicas do que noutros ‘rating’ superiores”, como o AA, que até agora era aplicado pela agência norte-americana.

No entanto, um “rating” de “A” não significa a incapacidade de Portugal no cumprimentos dos seus compromissos financeiros. Essa capacidade ainda é “forte”, de acordo com os padrões da S&P.

A Grécia, que viu a classificação da sua dívida revista pela agência no dia 14, tem actualmente o “rating” mais baixo (“A-“). Segue-se Malta, com uma classificação de “A”. Portugal, Itália e Chipre são os terceiros piores, todos com “A+”.

No outro extremo (ver tabela em baixo) estão a Aústria, a Finlândia, a França, a Alemanha, a Irlanda, o Luxemburgo e a Holanda, todos com “AAA”. A semana passada, a Espanha viu o seu “rating” revisto de “AAA” para “AA+”.

"Rating" dos países da Zona Euro

Áustria AAA
Bélgica AA+
Chipre A+
Finlândia AAA
França AAA
Alemanha AAA
Grécia A-
Irlanda AAA
Itália A+
Luxemburgo AAA
Malta A
Holanda AAA
Portugal A+
Eslovénia AA
Espanha AA+



Fonte Jornal de Negócios http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=350358


Medidas anti-crise vão colocar défice em 4% nos próximos três anos

A Standard & Poor’s, que cortou o "rating" de Portugal para "A+", estima que o plano anti-crise delineado pelo Governo vai levar o défice orçamental português a apresentar uma média de 4% do PIB nos próximos três anos. E a dívida pública a situar-se acima de 70% do PIB.

A Standard & Poor’s, que cortou o “rating” de Portugal para “A+”, estima que o plano anti-crise delineado pelo Governo vai levar o défice orçamental português a apresentar uma média de 4% do PIB nos próximos três anos. E a dívida pública a situar-se acima de 70% do PIB.

No relatório onde justifica o corte do “rating”, o analista Trevor Cullinan diz que o Governo português conseguiu reduzir o défice de um pico de 6,1% do PIB em 2005 para 2,2% no ano passado.

Mas “falhou”, no mesmo período, em reduzir o peso da dívida pública na economia, o que se explica com a “fraqueza da economia portuguesa”.

Apesar da melhoria das contas públicas portuguesas, a S&P diz que o plano anti-crise do Governo, actualmente nos 2,2 mil milhões de euros (1,3% do PIB), vai anular a flexibilidade fiscal ganha anteriormente.

Tendo em conta também o previsível aumento nos gastos na Segurança Social e diminuição nas receitas que as estimativas oficiais indicam, a S&P prevê que Portugal apresente, ao longo dos próximos três anos, um défice médio de 4% do PIB.

A mesma fonte estima ainda que a dívida pública em percentagem do PIB vai situar-se acima dos 70%, o que “também reduz a flexibilidade fiscal”.




Fonte Jornal de Negócios http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=350364
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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por excentrico » 16/1/2009 2:06

bp1511 Escreveu:Não viste o caso do BPN, ele tinha que pagar bem para um "gajo" ter lá o dinheiro.Diminuiu o risco, diminuiu o valor a pagar.

Este exemplo foi só para fazer um termo de comparação.


Mau exemplo... ainda hoje um banco forte da praça me ofereceu 7% em DP a 90 dias com um limite máximo de 30 mil euros.

Fiquem bem,
excentrico
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por RiscoCalculado » 16/1/2009 1:57

aponta-se como solução a nossa saída do EURO


Se sairmos do Euro é que não pagamos de certeza.
Uma desvalorização até podia ajudar a conter o défice externo (via aumento de exportações).
No entanto o stock de divida já existente tornava-se explosivo dada uma desvalorização (e prováveis ataques especulativos). Provavelmente tinhamos uma "sorte" semelhante aos países da crise asiática.
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por mfsr1980 » 16/1/2009 0:48

A nossa dívida é considerada incobrável no seio da UE e aponta-se como solução a nossa saída do EURO. Na mesma situação, mas menos gravosa, encontram-se outros países do mediterrâneo.
 
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por Xitonhane » 15/1/2009 22:08

nao foram estes senhores que tambem deram como seguros aquela confusao toda dos creditos hipotecarios???
 
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por mcarvalho » 14/1/2009 16:57

Risco da dívida pública portuguesa reage em alta a "ameaça" da S&P


14/01/2009


O risco da dívida pública portuguesa, medido pela evolução das “yields” das obrigações e pelos “credit default swaps” (CDS), agravou-se depois da agência de notação financeira Standard & Poors ter ameaçado cortar o “rating” da República Portuguesa.

Os CDS (instrumentos que os investidores utilizam para se protegerem do incumprimento) sobre a dívida portuguesa aumentaram hoje para 120 pontos base, um aumento de 13,5 pontos devido à nota ontem divulgada pela S&P. Face a Setembro, antes da falência do Lehman Brothers, o aumento dos CDS de Portugal é de 40 pontos base, segundo dados CMA Datavision, citados pela Bloomberg..

Esta subida reflecte o aumento da percepção de risco sobre a dívida pública portuguesa e reflecte-se também no mercado obrigacionista. A “yield” das obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos situa-se hoje nos 4,073%, quando na semana passada se situava abaixo dos 4%.

Este aumento reflecte que os investidores estão a exigir uma remuneração mais elevada para comprarem dívida pública portuguesa.

Mas Portugal não é o único país onde está a ocorrer um aumento do risco da dívida, existindo vários países europeus onde este é bem mais elevado.

Na Irlanda os CDS situam-se em 217 pontos base, um aumento de quase sete vezes desde Setembro. Na Espanha a subida no mesmo período foi de 71 pontos, para 122, em linha com o valor de Portugal. Na Grécia, que hoje viu o “rating” baixar para A-, a subida foi de 160 pontos para 238.

Ontem, a S&P tinha colocado sob vigilância negativa o rating da dívida de Portugal e avisado que a eventual decisão de baixar a notação nos próximos dois, três meses dependerá da evolução da políticas orçamentais e financeiras do Governo.

A mesma decisão foi tomada em relação à Espanha e à Grécia. Esta decisão significa que a agência está preocupada com a capacidade do Estado de satisfazer as suas r esponsabilidades orçamentais, o que coloca mais pressão sobre estes países nas emissões de dívida pública que terão de fazer este ano.

A Espanha tem neste momento um rating “AAA” e Portugal “AA-”. A Irlanda e a Nova Zelândia que viram o seu “outlook” baixar de estável para negativo, o que quer dizer que também podem ver reduzido o seu “rating”, mas dentro de um horizonte temporal maior: um a dois anos. Estes dois países têm ratings “AAA” e “AA ”, respectivamente.
 
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por dvck » 13/1/2009 22:54

Estas notícias a concretizarem-se são bastante graves para a economia portuguesa. Se calhar até nem era mal pensado repensar os investimentos públicos megalómanos.

Mas claro, o nosso Sócrates, ainda é capaz de transformar isto numa boa notícia.
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por Capitão Nemo » 13/1/2009 22:40

Estas duas noticias de hoje do Jornal de Negócios preocupam-me muito e vejo o futuro a poder complicar-se bastante.

Standard & Poor’s coloca dívida portuguesa em vigilância negativa

A agência de notação de risco colocou hoje em vigilância negativa o rating da divida República portuguesa e avisou que uma decisão de baixar o notação nos próximos dois, três meses dependerá agora da evolução da políticas orçamentais e financeiras do Governo. A mesma decisão foi tomada em relação à Espanha e à Grécia.

A agência de notação de risco colocou hoje em vigilância negativa o rating da divida República portuguesa e avisou que uma decisão de baixar o notação nos próximos dois, três meses dependerá agora da evolução da políticas orçamentais e financeiras do Governo.

A mesma decisão foi tomada em relação à Espanha e à Grécia. Esta decisão significa que a agência está preocupada com a capacidade do Estado de satisfazer as suas responsabilidades orçamentais, o que coloca mais pressão sobre estes países nas emissões de dívida pública que terão de fazer este ano.

A Espanha tem neste momento um rating “AAA, Portugal “AA-“ e a Grécia “A”. A Irlanda e a Nova Zelândia que viram o seu “outlook” baixar de estável para negativo, o que quer dizer que a uma redução do rating tamb´me pode acontecer, mas dentro de um horizonte temporal maior: um a dois anos. Estes dois países têm ratings “AAA” e “AA+”, respectivamente.

Em relação à Austrália, Áustria, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Holanda, Suécia, Reino Unido e EUA a S&P manteve o Outlook estável para os seus ratings “AAA”. Fez o mesmo para o “Outlook” dos ratings “AA+” da Bélgica, “AA” do Japão e ”A+” da Itália.



Link http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=348912



Défice espanhol vai exceder "substancialmente" os 3%

O ministro das Finanças espanhol, Pedro Solbes, afirmou que o défice orçamental vai exceder "substancialmente" o limite de 3% definido pela União Europeia.

O ministro das Finanças espanhol, Pedro Solbes, afirmou que o défice orçamental vai exceder "substancialmente" o limite de 3% definido pela União Europeia.

"Em 2008, o défice pode exceder os 3% e este ano vai ficar substancialmente acima dos 3%", afirmou o ministro das Finanças aos jornalistas esta manhã em Madrid.

A Standard & Poor's admitiu hoje baixar o "rating" de AAA da dívida de longo prazo espanhola. A agência de notação de risco explica que esta redução é um reflexo da primeira recessão que o país está a atravessar em 15 anos.

A S&P prevê que o défice espanhol exceda os 6% do produto interno bruto (PIB) em 2009.



Link http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=348884


Li em algum lado que a Espanha tinha um supetravit de 4% em 2007 (corrijam-me se estiver enganado), ora se no final deste ano o superavit se transforma num deficit de... 6%, ou é uma bojarda futurista da Standard & Poor’s ou é um grande "entalanço" para os espanhóis que é quem diz também para nós portugueses.

Isto aliado ao deteriorar do rating de risco de crédito lá e cá... acho que não são boas noticias para as nossas vidas.
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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por bp1511 » 13/1/2009 9:33

Não viste o caso do BPN, ele tinha que pagar bem para um "gajo" ter lá o dinheiro.Diminuiu o risco, diminuiu o valor a pagar.

Este exemplo foi só para fazer um termo de comparação.

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por Pata-Hari » 13/1/2009 8:28

É isso mesmo atomez. QUando o risco é considerado maior, exige-se maior prémio para se emprestar. Isto é verdade na dívida das empresas e dos países. E, certamente, acho que esta noticia descreve algo que será inevitável.
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por atomez » 13/1/2009 2:19

Crómio Escreveu:Como é que as taxas de juro subiriam?
A euribor ia subir?

Não sou especialista na matéria, mas se uma empresa ou um país baixa de rating isso quer dizer que o risco do ponto de vista de quem empresta aumenta e portanto vai cobrar um spread mais alto.
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por Crómio » 13/1/2009 2:08

Como é que as taxas de juro subiriam?
A euribor ia subir?

Não percebi.

Abraço
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Portugal pode ser downgraded

por atomez » 13/1/2009 2:01

Portugal pode ser downgraded pela S&P, o que faria subir as taxas de juro de empréstimos.

Finantial Times Escreveu:Spain hit by public finance warning

The growing dangers for Europe’s sharply slowing economies were highlighted yesterday as Spain became the third eurozone country to be warned over its deteriorating public finances in the space of three days.

Standard & Poor’s, the rating agency, said Spain’s top-notch triple A credit ratings could be downgraded because of pressure on its public finances after it entered what is likely to be a deep recession in the fourth quarter. On Friday, Greece and Ireland were also warned by the agency that their ratings could be downgraded as economic conditions worsen. The warning is likely to help drive up borrowing costs for those countries.

The euro weakened against the dollar and the yen after the announcement, which underlined the challenges facing European countries seeking to stimulate their battered economies and pay for bank bail-outs. Analysts say other European countries could face warnings in the coming days or weeks as governments take on record debt levels, which could jeopardise the sustainability of their public finances.

Meyrick Chapman, fixed income strategist at UBS, said: “This shows the difficulties these economies are facing with big current account deficits and deteriorating finances. Other countries may face similar problems.”

Debt-laden Italy, with a debt-to-gross domestic product ratio of 104 per cent, and Portugal, with a current account deficit of 12 per cent, are expected to face warnings soon. The UK could be in danger as its collapsing housing market defies hopes of recovery.

The bond markets have in effect been warning of dangers of rising debt levels, with government bond issuance expected to soar above €1,000bn in Europe in 2009 – nearly double that of last year. Since last summer, German bonds have sharply outperformed the rest of Europe.

The gap in bond yields between the benchmark German bunds and the sovereign debt of Spain, Greece, Ireland, Italy and Portugal has risen fourfold since July to levels not seen since the launch of the euro in January 1999. This is in spite of the fact that bond yields have fallen for all countries since last year’s peaks in July as worries about deflation have prompted investors to buy government paper.

In Spain the financing of government debt was barely more expensive than in Germany a year ago but by yesterday the 10-year bond spread between the two had reached more than 92 basis points, or nearly a full percentage point – a record since the launch of the single currency.

S&P said it had placed its triple A ratings for Spain’s long-term foreign and local currency debt on “credit watch with negative implications”, which means the rating could shortly be downgraded, because of “the significant challenges facing the Spanish economy as it traverses a period of very weak growth”.
Editado pela última vez por atomez em 13/1/2009 2:14, num total de 1 vez.
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