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Caldeirão da Bolsa

Regular ou não Regular. Intervir ou não Intervir

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por _urbanista_ » 30/9/2011 1:58

Onde está a concorrÊncia? :shock:
Os valores são iguais até ao centimo...

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por cannot » 25/1/2010 7:26

Hoje sinto-me assim :twisted:

Tanta dúvida rapaz, vamos lá então tentar elucidar-te um bocadinho.

marath Escreveu:Agradeço aos que opinaram os pontos de vista apresentados.

Bem liberalismo existe de facto e tem sido aplicado na maioria do planeta. Individualismo, propriedade privada, ordem espontânea,livre mercado, Estado de Direito Democrático com Governo limitado nas suas funções são factos concretos das nossas sociedades.

Neoliberalismo será a radicalização de todas estas características?

Radicalização não, efectivação!

marath Escreveu:A minha grande questão é simples. Sem dúvida que não podemos confiar nos políticos para gerir a economia. Quanto muito sabem gerir a economia em proveito próprio e de quem lhes paga as campanhas. A grande dúvida é se eles não adam a trabalhar para gerir a economia dos detentores do factor capital, em vez de tentarem equilibrar as forças entre estes e o factor trabalho ( que representa a maioria da população ).

Estás a confundir as coisas, os políticos não são para aqui chamados para nada, nem vão na realidade gerir nada.

marath Escreveu:Poderei acreditar na eficiência do mercado na gestão dos bens privados, mas e os bens públicos? Alguém já viu o mercado tratar do ambiente, da saúde, da educação para todos, entre outros.

És maroto! A querer dar a volta à questão, hummm. Então não vês que o mercado funciona e auto regula-se. Se o ambiente ficar pior certamente isso não é bom para o mercado. O mesmo acontece com a saúde. Já viste alguém trabalhar de forma produtiva doente? Não. Então como é que achas que o mercado resolve isso? Claramente com um bom sistema de saúde. Um sistema que mantenha as pessoas a produzir. E com a educação é igual.

E tu a quereres dar a volta à questão.


marath Escreveu:A empresa tem como objectivo único maximizar o lucro (que remunera o factor capital, representando este a minoria da população). Ora deste modo se pretendemos um Estado mínimo, como poderemos alcançar o equilíbrio entre a remuneração do factor capital e do factor trabalho?

Mais uma vez a confundir as coisas. O factor trabalho só existe se o factor capital for remunerado primeiro. Então isto não é óbvio?

marath Escreveu:Para maximizar o lucro ou aumentamos as vendas e consequentemente o mercado (globalização), ou temos de reduzir o custo dos factores de produção, incluindo o do factor trabalho, sendo que depois o lucro é distribuído de forma absurda entre as duas partes humanas em questão. Por exemplo o Eng. Belmiro pode receber como prémio anual 2 milhões de euros e um caixa do modelo receber 500€ por mês, sem que haja nenhuma regulação na distribuição dos lucros da empresa.

Então quem é que foi o tomador de risco? Se as coisas correm bem é com ele que as verdinhas vão falar pois só ele saberá continuar na saga do sucesso. E aqui voltamos ao factor trabalho. Foi ele que o criou e só será ele que criará mais.

marath Escreveu:Há exemplos de cooperativas que funcionam segundo as leis do mercado, em que a diferença máxima de rendimentos entre as diferentes classes de trabalhadores, incluindo os administradores é de 4 vezes. Deixando aos conselhos de administração a hipótese de se auto regularem esta diferença não tem limite.

Esbarramos na questão, maximizamos a eficiência ou maximizamos a integração?

Aí que agora estou confundido!? Às vezes fazes perguntas tão óbvias que até fico atónito. Só existe integração se existir eficiência. Vamos então maximizar a integração a ver se isso é sustentável.

marath Escreveu:Neste campo temos de decidir o que fazer com quem tem menos capacidades ou nenhuma capacidade. Se o Estado não deve ter peso, quem vai tomar conta dos deficientes, dos pobres, dos inadaptados, dos doentes terminais ou daqueles cujo tratamento tem custos elevados, etc.? Que tipo de sociedade pretendemos ter?

Tomar conta?! O deficientes dás esmola e manténs afastados da nossa economia liberal e eficiente. Os pobres colocas a trabalhar. Agora se são pobre a culpa é deles, que trabalhem mais. Os inadaptados que se adaptem. Se não quiserem que desapareçam. Os doentes terminais acabas com o seu sofrimento de uma vez. Se o tratamento tem custo elevado ele que pague ou que tivesse um seguro. Caso contrário pode escolher entre uma injecção e uma cama.

marath Escreveu:Há ainda o problema da globalização neoliberal. A quem serve? O que tem os Angolanos ou os Argentinos a ganhar com a Globalização? Não será esta uma consequencia da imposição capitalista de maximização do lucro, aumentando os mercados de modo a permitir aumentar o consumo?

O que é que eles ganham? Mas estás a brincar com a malta? Desejosos estão eles de consumir mais. De levar com as nossas empresas pois só assim poderão ter uma qualidade de vida boa e ter emprego. Vais-me dizer que eles não querem tem uma TV plasma gigante para poder ver os jogos de fut?

marath Escreveu:Actualmente uma empresa pode produzir na China o mesmo que produz em Portugal com o custo do factor trabalho a 1/10 ou menos. Será que esta globalização nos vai trazer os Chineses para o nosso nível de vida ou vai-nos levar a nós para o nível de vida dos Chineses? A quem convém esta concorrência sem regras se não aos detentores do factor capital?

Sem regras? Então não há regras. Existe a regra de tornar o mundo eficiente e optimizado e assim todos temos crescimento económico. E podemos ter mais televisões em casa (por exemplo os meus cães adoram tv mas não dos mesmos canais que eu. é uma chatice, nem imaginas o meu cão mor zangado comigo. bem, tenho que o deixar ir ver televisão para o quarto. por vezes é um no quarto, outro na sala e eu tenho que ir ver a telenovela para a cuzinha. grrrrr) e mais telemóveis, etc.

Achas que eu vou andar menos de carro ou viajar menos, resumindo, ter menos luxos só porque não parece bem deslocalizar o trabalho? Estamos a optimizar os recursos. O mercado é que sabe e as coisas acabam por assentar na estabilidade e tudo funciona.

marath Escreveu:Volto a dizer que me parece serem as regras do mercado real, de procura e oferta, que devem ditar as suas leis, mas não consigo compreender qual a vantagem destas ideias neoliberais de extensão do mercado, das transacções, dos contratos (e da burocracia e custos que trazem), do horário de trabalho(para o povo e não para os detentores do capital). Fico com a ideia que se está a usar uma teoria económica testada e com frutos dados, em proveito de uma minoria e não da maioria.

Olha que alguns chineses estão muito melhor agora do que antes. Exploração por exploração sempre é melhor que pague mais, não? Então e as pessoas não vivem mais tempo? E não têm mais conforto? Estou a falar da classe média, que é cada vez mais, etc...

Ai, ai, ai que o pessoal não olha para a história.

marath Escreveu:Se não houver um Estado forte, que aliás em minha opinião já não existe, a burguesia esmagará o povo e teremos de dar razão à análise (que não às soluções) do Marx.

Esmaga nada. O pessoal não pode trabalhar esmagado pois não?

marath Escreveu:E voltando ao nosso caldeirão. O que produzem os produtos derivados que não seja o lucro certo das financeiras que cobram o serviço? Para que serve esse serviço? Enfim um futuro típico que antecipa a venda de uma produção agrícola para reduzir o risco de exploração tem significado económico. Mas os actuais negócios de derivados produzem o quê? Favorecem a quem? O quem tem a maioria da população mundial a ganhar com eles?

Produzem fluxo de dinheiro. É pá, é isto que move o mundo. É o fluxo!

marath Escreveu:Como no inicio tenho mais duvidas que respostas. 8-)

Eu bem me parecia que tinhas muitas dúvidas. É pá, eu sou como o Cavaco. Eu raramente tenho dúvidas e nunca me engano.

Abraço e deixa-te de pensar, ok?

(foi pra trazer este texto mais para cima para ver se o pessoal lê isto. as dúvidas nunca fizeram mal a ninguém. o mesmo já não se pode dizer das certezas, que é coisas que eu vejo aos montes aqui no caldeirão.)
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por Elias » 24/1/2010 17:32

Tarifa social da luz pode chegar a um milhão de consumidores
24.01.2010 - 12h26
Por Lurdes Ferreira
Miguel Madeira (arquivo)
publico.pt

A extinção das tarifas eléctricas e de gás natural fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) está à beira de gerar uma discussão entre Governo e oposição.

Por causa dessa extinção, o Executivo vai ter de rever a tarifa social e, no meio, estão meio milhão a um milhão de pessoas, consoante as estimativas, que poderão aceder a uma tarifa que hoje inclui cinco mil consumidores.

A potencial divisão ficou clara na passada semana, com o anúncio do Governo em dar mais um passo na liberalização do mercado eléctrico e do gás natural. Os partidos querem saber os critérios que o ministro Vieira da Silva vai aplicar à nova tarifa social, sobretudo porque a expectativa da oposição é a de que sirva para proteger os consumidores economicamente vulneráveis às subidas de preços dos combustíveis, o que excede em muito o grupo hoje abrangido.

Quanto ao partido do Governo, diz que o debate deve incluir "não só o que é social, mas também a preocupação ambiental". Na próxima terça-feira, o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, será ouvido na comissão parlamentar de Assuntos Económicos.

No ponto de indefinição em que o processo se encontra ainda, restam as estimativas que partem de vários pressupostos e da realidade actual do mercado eléctrico: 60 por cento da população portuguesa paga tarifa eléctrica; a nova tarifa será não só sensível aos baixos consumos (único critério aplicável hoje) como ao nível de rendimento dos consumidores; poderá ser aplicado um regime próximo do de Espanha, já que este foi criado no âmbito do mercado ibérico de energia (Mibel) para responder aos compromissos acordados entre os dois países ibéricos; poderá até respeitar a definição europeia para o limiar da pobreza, onde se encontra 18 por cento da população portuguesa.

A solução espanhola, em vigor desde Julho do ano passado, integrou na tarifa social todos os muito pequenos consumidores (igual ou inferior a 3 kW), os pensionistas com mais de 60 anos que recebem a pensão mínima por reforma, invalidez e invalidez, as famílias desempregadas e as famílias numerosas.

No caso português, as previsões mais moderadas apontam para a inclusão de meio milhão de pessoas neste grupo, as mais pessimistas, como as do PCP, baseiam-se nos cerca de 1,8 milhões de portugueses que vivem hoje no limiar da pobreza, o que dará um milhão de pessoas, se se considerar a proporção de 60 por cento dos que pagam factura eléctrica.

E para quem não entra no grupo dos vulneráveis, é também legítima - concordam em uníssono os partidos - a esperança de que a etapa final da liberalização do mercado energético diminua os preços.

As garantias é que não aparecem. O deputado do PSD Nuno Rocha diz que a "matéria é complicada", Telmo Correia, do CDS, espera uma "regulação eficaz", o socialista Jorge Seguro Sanches responde que "o ideal é ter um sistema mais barato e mais amigo do ambiente". O Bloco de Esquerda, através de Pedro Filipe Soares, acredita numa baixa de preços "esporádica, a curto prazo, mas que não se aguentará no médio prazo", e Agostinho Lopes, do PCP, defende que como a experiência da liberalização em Portugal "não tem dado para a baixa de preços, devia-se era voltar à sua fixação".
 
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por Elgenedy » 12/6/2009 14:44

Elias Escreveu:Estava mais a pensar em exemplos como a Anacom, a AdC, a ERSE...


Ahh, ok :)

Elias Escreveu:Não vamos é confundir aqueles que não podem pagar com aqueles que querem consumir muito sem ter de pagar. Para os primeiros concordo que se forneça o mínimo essencial a preço reduzido (para poderem viver com dignidade), mas com as restrições que o preço reduzido implica; os segundos devem sujeitar-se à lei do mercado.


Desconhecia a outra taxa: conhecia apenas a existência do tecto. Mas é precisamente nesses casos onde acredito que a regulação é benéfica. Para mim, essa situação, mas específica ainda, é mais correcta, porque efectivamente ajuda quem precisa.

Este tipo de situações, penso que são boas medidas, e por isso concordo plenamente com elas.

Infelizmente existem é imensas regras que não fazem qualquer sentido, e outras que até fazem sentido, mas que são mal aplicadas e como tal, quem precisa não se qualifica e quem tem de sobra qualifica-se... :shock:

Abraço,

./elgenedy
 
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por Elias » 12/6/2009 14:15

elgenedy Escreveu:Por exemplo, as mexidas nas taxas de juro por parte dos bancos centrais em vez de deixar que seja o mercado a fixa-las?

Ou fechar um mercado perante uma queda superior a x%?


A segunda situação vejo como regulamentação desde que sejam regras que se apliquem a todos por igual.

A primeira é mais ambígua, não sei responder.

Estava mais a pensar em exemplos como a Anacom, a AdC, a ERSE...

Elias Escreveu:De qualquer forma, e no caso da electricidade, para muitos, um preço mais elevado, implicava algumas poupanças (sem dúvida, positivo); mas para outros significava deixar de a poder consumir.


Não necessariamente (ver parágrafo seguinte).

Elias Escreveu:Num automóvel, se eu não tiver dinheiro para por combustível, é chato, mas tenho alternativas. Se eu deixar de ter dinheiro para ter electricidade em casa, é muito grave pois alem de ser uma necessidade quase-primária (nos dias de hoje), é algo onde não tens grandes alternativas. Penso que o papel de um regulador aí não é prejudicial ao "bem-comum".


Não estamos a falar de deixar de ter dinheiro para ter electricidade em casa!

Se a electricidade aumentasse 16%, como sugeriu a ERSE, ninguém deixaria de ter dinheiro para ter electricidade em casa. Poderia era não ter dinheiro para usar uma série de electrodomésticos e outros aparelhos eléctricos que são muito práticos mas cuja necessidade é muito discutível (exemplos: máquina de lavar louça, micro-ondas, aquecimento, ar condicionado, computadores...). Nota que o que gasta mais electricidade são os electrodomésticos e não tanto a iluminação.

Por outro lado, para os mais carenciados (com rendimentos muito baixos e que não podem pagar o custo real) há sempre a tarifa social que permite uma mensalidade mais baixa (0,5 eur / mês na tarifa social, 2 eur / mês na tarifa simples):

Tarifa social e tarifa simples. A tarifa social destina-se aos consumos relativos a casas de habitação de residência permanente, mesmo que nelas se exerça uma pequena actividade profissional, com potência contratada até 2,30 kVA e consumo anual não superior a 400 kWh.
(fonte: site da EDP)

Este é um exemplo de regulação muito selectiva destinada estritamente a permitir que os mais desfavorecidos (que consomem muito pouco) tenham acesso a um bem de primeira necessidade que é a electricidade para iluminação.

Não vamos é confundir aqueles que não podem pagar com aqueles que querem consumir muito sem ter de pagar. Para os primeiros concordo que se forneça o mínimo essencial a preço reduzido (para poderem viver com dignidade), mas com as restrições que o preço reduzido implica; os segundos devem sujeitar-se à lei do mercado.

1 abraço,
Elias
 
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por Elgenedy » 12/6/2009 13:54

Elias Escreveu:elgenedy, acho que estás a confundir regulação com regulamentação.


OK, garantidamente estava :)

Elias Escreveu:Regulação é haver uma entidade que tem o poder de arbitrariamente decidir as regras que se aplicam a cada um dos players e de interferir com o normal funcionamento do mercado.


Por exemplo, as mexidas nas taxas de juro por parte dos bancos centrais em vez de deixar que seja o mercado a fixa-las?

Ou fechar um mercado perante uma queda superior a x%?

Elias Escreveu:Não vejo qual era o problema de o preço da electricidade ser desregulado. Talvez houvesse menos desperdício.


Sem dúvida, e por isso dizia que não estava a defender tectos nos preços dos combustíveis. Aqui tudo depende dos preços que efectivamente são praticados. De qualquer forma, e no caso da electricidade, para muitos, um preço mais elevado, implicava algumas poupanças (sem dúvida, positivo); mas para outros significava deixar de a poder consumir.

Num automóvel, se eu não tiver dinheiro para por combustível, é chato, mas tenho alternativas. Se eu deixar de ter dinheiro para ter electricidade em casa, é muito grave pois alem de ser uma necessidade quase-primária (nos dias de hoje), é algo onde não tens grandes alternativas. Penso que o papel de um regulador aí não é prejudicial ao "bem-comum".

Claro que deve ser um preço que permita que essas pessoas continuem a utilizar, mas que não faça a energia tão barata que origine um desperdício estúpido, caso contrário pode ser "pior a emenda que o soneto".

Abraço,

./elgenedy
 
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por Elias » 12/6/2009 11:57

elgenedy Escreveu:De qualquer forma, acredito que exista regulamentação que favorece o geral.


elgenedy, acho que estás a confundir regulação com regulamentação.

Regulamentação é haver regras, que têm de ser cumpridas por todos.

Regulação é haver uma entidade que tem o poder de arbitrariamente decidir as regras que se aplicam a cada um dos players e de interferir com o normal funcionamento do mercado.

elgenedy Escreveu:Tentando dar alguns exemplos. Uma empresa cotada em bolsa tem algumas obrigações no que toca à apresentação dos seus resultados, informação a passar ao mercado, etc. Se essa parte não fosse regulamentada, cada empresa poderia fazer o quisesse. Quanto a mim isso seria prejudicial para o global.


Certo. Mas este é um exemplo de regulamentação.


elgenedy Escreveu:Por vezes, o estado limita tarifas de alguns bens/serviços (por exemplo electricidade). Se tal não existisse, os preços praticados poderiam ser astronómicos, com todas as implicações que daí viriam (veja-se o que foi quando o petróleo foi perto dos 150; e quando acabou o combustível em alguns postos - atenção que aqui não estou a defender que o estado devia limitar o preço dos combustíveis).


Não vejo qual era o problema de o preço da electricidade ser desregulado. Talvez houvesse menos desperdício.

elgenedy Escreveu:Passando à actuação directamente nos mercados, se realmente cada um pudesse fazer o que quisesse... com regulamentação, já existe naked short... sem regulamentação então... E aqui não estou a criticar o short-selling. Considero-o algo perfeitamente natural. O Naked short, já é outra história...


Este é outro exemplo de regulamentação e não de regulação.

1 abraço,
Elias
 
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por Elgenedy » 12/6/2009 11:13

Bom dia,

Elias Escreveu:Não estou a perguntar se era suposto a regulação favorecer os cidadãos em geral, mas sim onde é que a regulação realmente favorece os cidadãos em geral.


Essa é a eterna diferença entre a teoria e a pratica. Na teoria é tudo maravilhoso, na pratica as coisas nem sempre são tão boas como parecem.

De qualquer forma, acredito que exista regulamentação que favorece o geral.

Tentando dar alguns exemplos. Uma empresa cotada em bolsa tem algumas obrigações no que toca à apresentação dos seus resultados, informação a passar ao mercado, etc. Se essa parte não fosse regulamentada, cada empresa poderia fazer o quisesse. Quanto a mim isso seria prejudicial para o global.

Por vezes, o estado limita tarifas de alguns bens/serviços (por exemplo electricidade). Se tal não existisse, os preços praticados poderiam ser astronómicos, com todas as implicações que daí viriam (veja-se o que foi quando o petróleo foi perto dos 150; e quando acabou o combustível em alguns postos - atenção que aqui não estou a defender que o estado devia limitar o preço dos combustíveis).

Passando à actuação directamente nos mercados, se realmente cada um pudesse fazer o que quisesse... com regulamentação, já existe naked short... sem regulamentação então... E aqui não estou a criticar o short-selling. Considero-o algo perfeitamente natural. O Naked short, já é outra história...

Bottom line, existe regulamentação que é útil, bem pensada e que efectivamente favorece o cidadão em geral, ou o mais desfavorecido. Como em tudo, também há o oposto...

just my 2 cents.

Cumprimentos,

./elgenedy
 
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por Elias » 12/6/2009 10:54

Recupero este tópico, que apesar de antigo continua a ser actual e é um tema que me parece interessante continuar a analisar.

Começo por citar:

mais_um Escreveu:Mas mesmo nãio funcionando bem tem que haver regulação para proteger os mais fracos(o cidadão em geral)dos mais fortes (as empresas).


Pergunta maldosa: desde quando é que a regulação favorece os cidadãos em geral?

Não estou a perguntar se era suposto a regulação favorecer os cidadãos em geral, mas sim onde é que a regulação realmente favorece os cidadãos em geral.
 
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por Dwer » 28/12/2008 17:19

marath Escreveu:
Dwer Escreveu:"By and large, in today's regulatory environment, it's virtually impossible to violate rules … and this is something that the public really doesn't understand … it's impossible for a violation to go undetected. Certainly not for a considerable period of time … When you look at the scope of the trading that goes on today on Wall Street and look at what we would consider to be the infractions, they're relatively small, due to regulation, and most firms try to comply with that."

Bernie Madoff

http://nymag.com/daily/intel/2008/12/be ... ula_1.html


Será? este é o primeiro comentário a essa estrevista que está no link que nos disponibilizaste...

"There really arent even that many rules to violate. Except for the general 'dont screw over an entire class of people,' it must have been hard for him to even find rules to break. Now thats determination..."


Não percebi o teu comentário, marath.
A minha intervenção foi irónica. Os pretensos libertários bradam furiosamente contra a regulação.

O verdadeiro libertário, Madoff, libertou-se a si próprio das grilhetas dessa regulação.
Abraço,
Dwer

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por Thunder » 28/12/2008 16:30

Olá a todos :)

Eu até não importava-me de entregar 50% dos meus rendimentos ao estado, desde que esse valor fosse bem usado. E não que esse valor tivesse que "reverter" directamente para mim..... Não me importava nada que fosse usado para ajudar os mais necessitados, para que houvesse um bom sistema de saúde, um excelente sistema de educação, um bom sistema rodoviário e ferroviário.
O problema é que tal utilização dessa pool de fundos, que deveria ser usada com bom senso e equidade é totalmente esbanjada... o que eu gostaria que fosse a realidade é uma utopia total.... dão-se subsídios a pessoas que não querem nitidamente trabalhar e contribuir para a sociedade, gasta-se o dinheiro em obras faraónicas, beneficia-se sempre o "amigalhaço" do partido que contribuiu para a campanha/ou chegada ao poder...... e sustenta-se uma máquina estatal completamente ultrapassada e desadequada, para não se chatear grupos de profissionais/ lobbies estabelecidos.


Mas para mim, muitos dos assuntos quentes do momento, no final vão desembocar sempre no mesmo. Podemos ter as melhores leis do mundo, a melhor regulação, todas as situações possíveis previstas na lei.... mas depois se não há fiscalização no terreno, se chegamos aos tribunais e a justiça não é cega, se quem tem conhecimentos com o juíz XPTO, ou aparece com o advogado da "moda" é que se safa, toda a base da democracia fica totalmente fragilizada. Começa a imperar um sentimento de impunidade, e a reinar quem têm mais poder económico ou maior capacidade de mover influências.
Vejam o que diz o PGR neste artigo e o que as pessoas comentam a seguir.... existe um desfazamento total.... e todos nós conhecemos casos em que a justiça falhou completamente.... já para não falar em casos mediáticos como o da Fátima Felgueiras.

O citação sobre o Madoff é bem reveladora, bem como as opiniões do SEC e outras autoridades antes dos estouros da Bear Stearns, Fannie e Freddie.... existe regulação.... não existe é aplicação correcta da regulação.

Quem fiscaliza realmente e leva até as últimas consequências (condenações e responsabilização) os seguintes casos ?

- Quem orçamenta obras públicas que acabam por custar 2 ou 3 vezes mais.
- Quem estoura o SNS a prescrever medicação totalmente inadequada, que drena recursos ao estado e que muitas vezes é desnecessária ou existem alternativas várias vezes mais baratas.
- Quem coloca os boys ou conhecidos em cargos de vencimento chorudo, usando concursos manhosos... e muitas vezes sem competência para o tal cargo
- Quem estoura o orçamento das autarquias em obras completamente desparatadas, ou que beneficiam claramente certos elementos do executivo camarário.
- Quem absolve elementos claramente envolvidos em processos ilegais/ esquemas de corrupção
- Quem atribuí milhões para apoio a empresas, que passados meia dúzia de anos estão a "vazar" para outras paragens mais atractivas
- Quem atribuí o fabrico/montagem do Magalhães, sem concurso público

..... e por aí em diante..... casos que todos nós estamos fartos de conhecer....

.... Bom e depois desta palha toda, digo com total convicção, que o que mais necessitamos actualmente, não são mudanças nas leis, maior ou menor intervencionismo.

O FACTOR mais importante quanto a mim é uma real separação do poder judicial. A tal justiça cega. Para que quem faça porcaria seja responsabilizado e não se fique a rir. Para que as pessoas pensem duas vezes antes de entrarem em esquemas mirabolantes. E para que mesmo o cidadão comum não sinta que pode prejudicar/estorquir o próximo e que muito dificilmente algo irá acontecer-lhe...... tudo isto associado a forças fiscalizadoras eficazes no terreno e em quantidade suficiente (fiscalização do trabalho, finanças, PSP, GNR, PJ).

O problema e a maior dificildade é que tais alterações ocorram.... o Polvo (com todos os seus tentáculos) tal como está neste momento nunca o permitirá.....

Um abraço a todos 8-)
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por marath » 28/12/2008 15:46

Dwer Escreveu:"By and large, in today's regulatory environment, it's virtually impossible to violate rules … and this is something that the public really doesn't understand … it's impossible for a violation to go undetected. Certainly not for a considerable period of time … When you look at the scope of the trading that goes on today on Wall Street and look at what we would consider to be the infractions, they're relatively small, due to regulation, and most firms try to comply with that."

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http://nymag.com/daily/intel/2008/12/be ... ula_1.html


Será? este é o primeiro comentário a essa estrevista que está no link que nos disponibilizaste...

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por RCF » 28/12/2008 12:46

Caros colegas do caldeirão, vejamos, o liberalismo economico não é amigo de irresponsabilidades de gestão nem de habilidades financeiras, eu diria mesmo que a intervenção do estado é muito mais favoravel a estas situações do que a teoria do liberalismo economico.

De acordo com o liberalismo economico os agentes economicos devem ser responsabilizados pelas suas opções e acartar com as consequências dos seus actos assumindo quer os seus lucros quer os seus prejuizos, é a intervenção do estado que vem muitas vezes socializar prejuizos privados.

Vejamos o caso da Lehman Brothers, eu estou convencido que se não tivesse havido a intervenção das autoridades Americanas anteriormente numa outra instituição (salvo erro a Bear Sterns) não teria havido o falhanço da Lehman Brothers.
E isto porquê? A Lehman Brothers teve muito tempo para procurar novos accionistas que injectassem dinheiro na empresa e mantiveram conversações com varias instituições para esse efeito, o problema é que essas conversações falharam, impedindo a entrada de capital que restabelecesse a situação.
Eu penso, e esta é uma opinião pessoal construida com base na observação da realidade através da comunicação social, que isso aconteceu porque o CEO da Lehman Brothers estava convencido que em ultima analise se tudo o mais falhasse lá estaria o tesouro Americano para salvar a empresa, logo sentiu-se numa posição de força para negociar com os interessados em investir na empresa, e houve varios - um dos quais o Banco de Desenvolvimento da Coreia, postura essa que inviabilizou os investimentos necessários e condenou a Lehman.
Logo, penso que se as autoridades Americanas não tivessem intervido anteriormente para salvar a Bear Sterns facilitando a aquisição desta por uma outra instituição a conduta arriscada da equipa de gestão da Lehman não se teria verificado e provavelmente o que teria acontecido teria sido a entrada de capital fresco na empresa que ainda hoje existiria e a actual crise não estaria com a dimensão que tem hoje.

Cumprimentos,
RCF.
 
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por Dwer » 28/12/2008 0:42

"By and large, in today's regulatory environment, it's virtually impossible to violate rules … and this is something that the public really doesn't understand … it's impossible for a violation to go undetected. Certainly not for a considerable period of time … When you look at the scope of the trading that goes on today on Wall Street and look at what we would consider to be the infractions, they're relatively small, due to regulation, and most firms try to comply with that."

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Abraço,
Dwer

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por marath » 27/12/2008 23:05

Agradeço aos que opinaram os pontos de vista apresentados.

Bem liberalismo existe de facto e tem sido aplicado na maioria do planeta. Individualismo, propriedade privada, ordem espontânea,livre mercado, Estado de Direito Democrático com Governo limitado nas suas funções são factos concretos das nossas sociedades.

Neoliberalismo será a radicalização de todas estas características?

A minha grande questão é simples. Sem dúvida que não podemos confiar nos políticos para gerir a economia. Quanto muito sabem gerir a economia em proveito próprio e de quem lhes paga as campanhas. A grande dúvida é se eles não adam a trabalhar para gerir a economia dos detentores do factor capital, em vez de tentarem equilibrar as forças entre estes e o factor trabalho ( que representa a maioria da população ).

Poderei acreditar na eficiência do mercado na gestão dos bens privados, mas e os bens públicos? Alguém já viu o mercado tratar do ambiente, da saúde, da educação para todos, entre outros.

A empresa tem como objectivo único maximizar o lucro (que remunera o factor capital, representando este a minoria da população). Ora deste modo se pretendemos um Estado mínimo, como poderemos alcançar o equilíbrio entre a remuneração do factor capital e do factor trabalho?

Para maximizar o lucro ou aumentamos as vendas e consequentemente o mercado (globalização), ou temos de reduzir o custo dos factores de produção, incluindo o do factor trabalho, sendo que depois o lucro é distribuído de forma absurda entre as duas partes humanas em questão. Por exemplo o Eng. Belmiro pode receber como prémio anual 2 milhões de euros e um caixa do modelo receber 500€ por mês, sem que haja nenhuma regulação na distribuição dos lucros da empresa.

Há exemplos de cooperativas que funcionam segundo as leis do mercado, em que a diferença máxima de rendimentos entre as diferentes classes de trabalhadores, incluindo os administradores é de 4 vezes. Deixando aos conselhos de administração a hipótese de se auto regularem esta diferença não tem limite.

Esbarramos na questão, maximizamos a eficiência ou maximizamos a integração?

Neste campo temos de decidir o que fazer com quem tem menos capacidades ou nenhuma capacidade. Se o Estado não deve ter peso, quem vai tomar conta dos deficientes, dos pobres, dos inadaptados, dos doentes terminais ou daqueles cujo tratamento tem custos elevados, etc.? Que tipo de sociedade pretendemos ter?

Há ainda o problema da globalização neoliberal. A quem serve? O que tem os Angolanos ou os Argentinos a ganhar com a Globalização? Não será esta uma consequencia da imposição capitalista de maximização do lucro, aumentando os mercados de modo a permitir aumentar o consumo?

Actualmente uma empresa pode produzir na China o mesmo que produz em Portugal com o custo do factor trabalho a 1/10 ou menos. Será que esta globalização nos vai trazer os Chineses para o nosso nível de vida ou vai-nos levar a nós para o nível de vida dos Chineses? A quem convém esta concorrência sem regras se não aos detentores do factor capital?

Volto a dizer que me parece serem as regras do mercado real, de procura e oferta, que devem ditar as suas leis, mas não consigo compreender qual a vantagem destas ideias neoliberais de extensão do mercado, das transacções, dos contratos (e da burocracia e custos que trazem), do horário de trabalho(para o povo e não para os detentores do capital). Fico com a ideia que se está a usar uma teoria económica testada e com frutos dados, em proveito de uma minoria e não da maioria.

Se não houver um Estado forte, que aliás em minha opinião já não existe, a burguesia esmagará o povo e teremos de dar razão à análise (que não às soluções) do Marx.

E voltando ao nosso caldeirão. O que produzem os produtos derivados que não seja o lucro certo das financeiras que cobram o serviço? Para que serve esse serviço? Enfim um futuro típico que antecipa a venda de uma produção agrícola para reduzir o risco de exploração tem significado económico. Mas os actuais negócios de derivados produzem o quê? Favorecem a quem? O quem tem a maioria da população mundial a ganhar com eles?

Como no inicio tenho mais duvidas que respostas. 8-)
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por mais_um » 22/12/2008 18:34

A minha opinião sobre o tema:

O Estado deve assegurar as funções de soberania (forças armadas) e segurança (PSP, GNR) em exclusivo.
A Saúde e a Educação devem ser asseguradas pelo Estado já que são sectores em que o objectivo não é a rentabilidade financeira, mas sim assegurar objectivos qualitativos com bom senso (tendo sempre em conta a relação custo/beneficio), no entanto estes sectores podem ser abertos à iniciativa privada.

Nos restantes sectores o Estado deve ter apenas o papel de regulador.
E o papel de regulador tem por objectivo assegurar que não haja abusos, por parte das empresas, que ponham em causa o interesse publico (todos nós).

Em função do sector, a regulação terá que ser mais ou menos “apertada” tendo em conta o impacto que essa actividade tenha no interesse publico.

Defendo o que acabei de escrever num mundo perfeito, onde não há compadrios, amizades, interesses comuns, etc...Mas como o mundo não é perfeito e no nosso caso até é bem pequeno, temos decisões dos reguladores bastante polémicas e muitas vezes anuladas pelos tribunais (as multas), o que não deixa de ser curioso. Mas mesmo nãio funcionando bem tem que haver regulação para proteger os mais fracos(o cidadão em geral)dos mais fortes (as empresas).

Um abraço

Alexandre Santos
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por atomez » 22/12/2008 18:20

Elias Escreveu:Não estou nada - leia-se: nada - convencido acerca dos benefícios da regulação. Como se isto não bastasse, o Governo interfere com a regulação, ou seja, além de não deixar o mercado funcionar, não deixa a regulação funcionar.

Dois exemplos:
1. Andamos a pagar um défice tarifário na electricidade poreque o estado entende - pasme-se - regular o regulador.
2. O Governo não seguiu o parecer da AdC sobre a compra pela Brisa da auto-estradas do atlântico.

Isso e a proibição de aumentos nas empresas de transportes, empréstimos à Qimonda, promessa (ou melhor ameaça) de intervenção em empresas que façam despedimentos, etc.

Ah pois, é verdade, para o ano há eleições (muitas) e não convém chatear ainda mais o pessoal :twisted:
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por atomez » 22/12/2008 17:08

Camisa Roxa Escreveu:a diferença é que foi num tempo em que os Nobel eram Nobel e não prémios fantoche politicamente correctos como os que foram entregues aos Krugmans e Gores deste mundo...

Esses Nobels sempre foram muito "politicamente correctos" e andam ao sabor das modas do momento. O Hayek recebeu o dele em conjunto com o Gunnar Myrdal, um seu opositor. Estilo "dar uma no cravo e outra na ferradura"...

Wikipedia Escreveu:He [Friedrich Hayek] shared the 1974 Nobel Memorial Prize in Economics with ideological rival Gunnar Myrdal "for their pioneering work in the theory of money and economic fluctuations and for their penetrating analysis of the interdependence of economic, social and institutional phenomena."

He also received the U.S. Presidential Medal of Freedom in 1991. He is considered to be one of the major forces of change from the dominant interventionist and Keynesian policies of the first part of the 20th century back towards classical liberalism after the 1980s, although many of his objectives, such as the gold standard and less regulation were not put into practice.

A maior de todas foi terem atribuído um Nobel ao IPCC (International Panel on Climate Change) das Nações Unidas, um organismo político que "decidiu" que as alterações climáticas (aka "aquecimento global") estão a ser influenciadas pela actividade humana (emissão de CO2) quando cientificamente isso não só não está demonstrado como pelo contrário há provas que o invalidam. Mas isso é outra história.
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por Camisa Roxa » 22/12/2008 16:25

essa "Austrian theory" of the business cycle, que o Krugman considera "as serious study as the phlogiston theory of fire" ganhou o prémio Nobel (Hayeck) como o próprio Krugman

a diferença é que foi num tempo em que os Nobel eram Nobel e não prémios fantoche politicamente correctos como os que foram entregues aos Krugmans e Gores deste mundo...

o krugman há muito que deixou de ser economista e enveredou pelo activismo político populista...
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por RiscoCalculado » 22/12/2008 16:15

The Hangover Theory
Are recessions the inevitable payback for good times?
By Paul Krugman (Dec. 4, 1998,)

http://www.slate.com/id/9593

A few weeks ago, a journalist devoted a substantial part of a profile of yours truly to my failure to pay due attention to the "Austrian theory" of the business cycle—a theory that I regard as being about as worthy of serious study as the phlogiston theory of fire. Oh well. But the incident set me thinking—not so much about that particular theory as about the general worldview behind it. Call it the overinvestment theory of recessions, or "liquidationism," or just call it the "hangover theory." It is the idea that slumps are the price we pay for booms, that the suffering the economy experiences during a recession is a necessary punishment for the excesses of the previous expansion.


The hangover theory is perversely seductive—not because it offers an easy way out, but because it doesn't. It turns the wiggles on our charts into a morality play, a tale of hubris and downfall. And it offers adherents the special pleasure of dispensing painful advice with a clear conscience, secure in the belief that they are not heartless but merely practicing tough love.
Powerful as these seductions may be, they must be resisted—for the hangover theory is disastrously wrongheaded.
Recessions are not necessary consequences of booms. They can and should be fought, not with austerity but with liberality—with policies that encourage people to spend more, not less. Nor is this merely an academic argument: The hangover theory can do real harm. Liquidationist views played an important role in the spread of the Great Depression—with Austrian theorists such as Friedrich von Hayek and Joseph Schumpeter strenuously arguing, in the very depths of that depression, against any attempt to restore "sham" prosperity by expanding credit and the money supply. And these same views are doing their bit to inhibit recovery in the world's depressed economies at this very moment.

The many variants of the hangover theory all go something like this: In the beginning, an investment boom gets out of hand. Maybe excessive money creation or reckless bank lending drives it, maybe it is simply a matter of irrational exuberance on the part of entrepreneurs. Whatever the reason, all that investment leads to the creation of too much capacity—of factories that cannot find markets, of office buildings that cannot find tenants. Since construction projects take time to complete, however, the boom can proceed for a while before its unsoundness becomes apparent. Eventually, however, reality strikes—investors go bust and investment spending collapses. The result is a slump whose depth is in proportion to the previous excesses. Moreover, that slump is part of the necessary healing process: The excess capacity gets worked off, prices and wages fall from their excessive boom levels, and only then is the economy ready to recover.

Except for that last bit about the virtues of recessions, this is not a bad story about investment cycles. Anyone who has watched the ups and downs of, say, Boston's real estate market over the past 20 years can tell you that episodes in which overoptimism and overbuilding are followed by a bleary-eyed morning after are very much a part of real life. But let's ask a seemingly silly question: Why should the ups and downs of investment demand lead to ups and downs in the economy as a whole? Don't say that it's obvious—although investment cycles clearly are associated with economywide recessions and recoveries in practice, a theory is supposed to explain observed correlations, not just assume them. And in fact the key to the Keynesian revolution in economic thought—a revolution that made hangover theory in general and Austrian theory in particular as obsolete as epicycles—was John Maynard Keynes' realization that the crucial question was not why investment demand sometimes declines, but why such declines cause the whole economy to slump.

Here's the problem: As a matter of simple arithmetic, total spending in the economy is necessarily equal to total income (every sale is also a purchase, and vice versa). So if people decide to spend less on investment goods, doesn't that mean that they must be deciding to spend more on consumption goods—implying that an investment slump should always be accompanied by a corresponding consumption boom? And if so why should there be a rise in unemployment?

Most modern hangover theorists probably don't even realize this is a problem for their story. Nor did those supposedly deep Austrian theorists answer the riddle. The best that von Hayek or Schumpeter could come up with was the vague suggestion that unemployment was a frictional problem created as the economy transferred workers from a bloated investment goods sector back to the production of consumer goods.
(Hence their opposition to any attempt to increase demand: This would leave "part of the work of depression undone," since mass unemployment was part of the process of "adapting the structure of production.") But in that case, why doesn't the investment boom—which presumably requires a transfer of workers in the opposite direction—also generate mass unemployment? And anyway, this story bears little resemblance to what actually happens in a recession, when every industry—not just the investment sector—normally contracts.

As is so often the case in economics (or for that matter in any intellectual endeavor), the explanation of how recessions can happen, though arrived at only after an epic intellectual journey, turns out to be extremely simple. A recession happens when, for whatever reason, a large part of the private sector tries to increase its cash reserves at the same time. Yet, for all its simplicity, the insight that a slump is about an excess demand for money makes nonsense of the whole hangover theory. For if the problem is that collectively people want to hold more money than there is in circulation, why not simply increase the supply of money? You may tell me that it's not that simple, that during the previous boom businessmen made bad investments and banks made bad loans. Well, fine. Junk the bad investments and write off the bad loans. Why should this require that perfectly good productive capacity be left idle?

The hangover theory, then, turns out to be intellectually incoherent; nobody has managed to explain why bad investments in the past require the unemployment of good workers in the present. Yet the theory has powerful emotional appeal. Usually that appeal is strongest for conservatives, who can't stand the thought that positive action by governments (let alone—horrors!—printing money) can ever be a good idea. Some libertarians extol the Austrian theory, not because they have really thought that theory through, but because they feel the need for some prestigious alternative to the perceived statist implications of Keynesianism. And some people probably are attracted to Austrianism because they imagine that it devalues the intellectual pretensions of economics professors. But moderates and liberals are not immune to the theory's seductive charms—especially when it gives them a chance to lecture others on their failings.

Few Western commentators have resisted the temptation to turn Asia's economic woes into an occasion for moralizing on the region's past sins. How many articles have you read blaming Japan's current malaise on the excesses of the "bubble economy" of the 1980s—even though that bubble burst almost a decade ago? How many editorials have you seen warning that credit expansion in Korea or Malaysia is a terrible idea, because after all it was excessive credit expansion that created the problem in the first place?

And the Asians—the Japanese in particular—take such strictures seriously. One often hears that Japan is adrift because its politicians refuse to make hard choices, to take on vested interests. The truth is that the Japanese have been remarkably willing to make hard choices, such as raising taxes sharply in 1997. Indeed, they are in trouble partly because they insist on making hard choices, when what the economy really needs is to take the easy way out. The Great Depression happened largely because policy-makers imagined that austerity was the way to fight a recession; the not-so-great depression that has enveloped much of Asia has been worsened by the same instinct. Keynes had it right: Often, if not always, "it is ideas, not vested interests, that are dangerous for good or evil."
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por Elias » 22/12/2008 16:10

Quanto mais olho à minha volta, mais me convenço que a intervenção do Estado prejudica mais do que ajuda. Ou melhor: ajuda alguns (os chamados "amigos") mas não beneficia a economia.

Não estou nada - leia-se: nada - convencido acerca dos benefícios da regulação. Como se isto não bastasse, o Governo interfere com a regulação, ou seja, além de não deixar o mercado funcionar, não deixa a regulação funcionar.

Dois exemplos:
1. Andamos a pagar um défice tarifário na electricidade poreque o estado entende - pasme-se - regular o regulador.
2. O Governo não seguiu o parecer da AdC sobre a compra pela Brisa da auto-estradas do atlântico.


Moral da história:
1 - a regulação não funciona (ou melhor: funciona se for como o Governo quer)
2 - o Governo não deixa o mercado funcionar.

Pessoalmente acho que quanto menos Estado melhor.

Não consigo encontrar benefícios concretos na regulação (a não ser, possivelmente, a percepção de que é melhor para todos).
 
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por Camisa Roxa » 22/12/2008 15:24

Central banks are villains in most countries; ours is just not as bad as others. In 1946, Hungary's central bank gave it the world's highest inflation rate. Prices doubled every 16 hours creating an annual inflation rate of 13 quadrillion percent. Last October, Zimbabwe's central bank produced history's second highest rate of inflation. Prices doubled every 25 hours, giving it an annual inflation rate of 80 billion percent. By comparison, Germany's inflation rate, which brought about the social disruption responsible for Hitler's rise to power, was a mere 30,000 percent that saw prices doubling every four days. You say, "Williams, that couldn't happen here." Except during the Revolutionary War and the War of 1861, our inflation has never exceeded 20 percent, but keep in mind that any hyperinflation was once 20 percent.

Knowing the dangers posed by central banks, we might ask whether our country needs the Federal Reserve Bank. Whenever I'm told that we need this or that government program, I always ask what we did before. It turns out that we did without a central bank from 1836, when President Andrew Jackson closed the Second Bank of the United States, to 1913 when Federal Reserve Act was written. During that interval, we prospered and became one of the world's major economic powers.

The justifications for Federal Reserve Act of 1913 was to prevent bank failure and maintain price stability. Simple before and after analysis demonstrates that the Federal Reserve Bank has been a failure. In the century before the Federal Reserve Act, wholesale prices fell by 6 percent; in the century after they rose by 1,300 percent. Maximum bank failures in one year before 1913 were 496 and afterward, 4,400. During the 1930s, inept money supply management by the Federal Reserve Bank was partially responsible for both the depth and duration of the Great Depression.

It is not wise for us to permit a few people on the Federal Reserve Board to have life and death power over our economy. My recommendation for reducing some of that power is to repeal legal tender laws and eliminate all taxes on gold, silver and platinum transactions. That way there would be money substitutes and the government money monopoly would be reduced and hence the ability to tax - some people would say steal from - us through inflation. Fonte
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por Camisa Roxa » 22/12/2008 14:47

quantos é que ainda não se aperceberam que vivemos sob um socialismo monetário?

The online edition of the Handelsblatt, a major German business newspaper, recently featured an op-ed blaming government-created ’fiat money’ for the current financial crisis.

It recommends privately-issued, commodity-backed currencies as an alternative. To the best of my knowledge, this is the first time that a mainstream German newspaper has covered such a radically different interpretation of the crisis.

The author’s analysis is clearly rooted in the business cycle theory of the Austrian School of economics. According to this perspective, interest rates ought to reflect society’s ‘time preference’, the degree to which people are willing to forego consumption today in exchange for (greater) consumption tomorrow.

This rate determines the ‘time structure’ of an economy - the allocation of resources between consumption and investment purposes. It also affects the distribution of investment funds between projects that pay off after a short time and those that require a longer period.

In the Austrian interpretation, the interest rate is the key parameter in the coordination of economic activities. Manipulating it can upset the whole balance of the economy.

(…)

The author of the Handelsblatt article advocates abandoning the system of government-provided money. In a first step, he wants to return to a gold standard system, administered by the central bank. In the long run, he wants to abolish central banking altogether and see it replaced by a system of free banking.Fonte
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por Camisa Roxa » 22/12/2008 14:43

In this groundbreaking work, first published in 1976, Friedrich von Hayek argues that the government monopoly of money must be abolished to stop recurring bouts of inflation and deflation. Abolition is also the cure for the more deep-seated disease of the recurring waves of depression and unemployment attributed to ‘capitalism’.Fonte
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por Camisa Roxa » 22/12/2008 14:31

quando os políticos dizem barbaridades deste género, sabemos logo que vale mil vezes deixarmos o mercado funcionar do que nos submetermos a este populismo demagogo rasteiro:

«Podia-se baixar os impostos, mas ninguém garante que as famílias vão gastar (mais dinheiro). O Estado tem aqui duas possibilidades. E se for o estado a investir, há gastos», José Sócrates


ou seja, a crise surgiu porque se começou a viver acima das possibilidades, isto é, a poupar pouco e consumir muito; ora o que sugere Sócrates? Vamos obrigar as famílias e as empresas a gastar! Vamos apagar a fogueira com gasolina!

As famílias e as empresas não têm aqui poder de decisão; são tratados paternalmente como cachopos irresponsáveis que não sabem o que fazem e por isso tem de ser o governo a abolir a liberdade individual em favor de decidir por eles o que ele acha melhor...

Como disse o Atomez, está na hora da separação entre política e economia, tirar a possibilidade de estes políticos de algibeira andarem a brincar com o dinheiro dos outros![/i]
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