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Caldeirão da Bolsa

AIMinho pede ao Gov. para "puxar orelhas" aos banc

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por limpaesgotos » 15/12/2008 14:17

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=345220

Teixeira dos Santos

"Temos pressionar os bancos para que estes façam chegar o dinheiro às empresas"

O ministro das Finanças diz, em entrevista à Rádio Renascença, que é preciso pressionar os bancos para que o dinheiro das linhas de crédito anunciadas pelo Governo chegue às empresas.

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Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt


O ministro das Finanças diz, em entrevista à Rádio Renascença, que é preciso pressionar os bancos para que o dinheiro das linhas de crédito anunciadas pelo Governo chegue às empresas.

Em entrevista à Renascença, Teixeira dos Santos foi confrontado com as queixas das pequenas e médias empresas que garantem que o dinheiro não chega às suas mãos, por via de altas margens de lucro da banca.

“Com as garantias que são dadas no âmbito destas linhas de crédito, as condições são bem mais favoráveis para as empresas e ocorrem num quadro em que as taxas de mercado têm vindo a descer. O financiamento é, sem dúvida, mais acessível e mais barato graças a essas linhas de crédito. Temos é que fazer um esforço de pressionar os bancos para que estes façam chegar o dinheiro às empresas”, afirmou.
Cumprimentos.


" Existem pessoas tão sumamente pobres que só têm dinheiro "
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por Safe » 11/12/2008 23:40

O que está em causa é o método utilizado. É claro que a CGD e os outros bancos estão a financiar. Agora qual a taxa de juro? Quanto subiu o spread desde o ano passado? Se estamos com uma situação especial deveriam ser tomadas medidas especiais, por exemplo aplicarem a taxa de juro de referência.É claro que qualquer empresa existe para ter lucro, mas entre ser de 20% ou 10% nesta altura penso que se deveria optar pelo mais baixo o que iria originar um maior número de empréstimos que iria dar ao mesmo.
É claro que apenas estamos a expressar ideias e pensamentos, pois só assim evoluí-mos.
 
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por mais_um » 11/12/2008 23:12

artista Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:cereal e artista, o aval é para crédito INTERBANCÁRIO. Tem, no limite, o objectivo de afetcar directamente o crédito às empresas mas o aval é dado a crédito ENTRE BANCOS.


É evidente que o aval é para crédito interbancário. É através do crédito interbancário (que estava difícil) e através do crédito directo junto do Banco Central Europeu que os (nossos) bancos se financiam para, entre outras coisas, prestarem crédito aos clientes.

Para já, não tem servido para prestarem crédito segundo os vários relatos que tenho ouvido (inclusivamente de pessoas ligadas ao sector) e de notícias que têm vindo a publico. Para já, o corte ao crédito está a ser tremendo e isto contraria os objectivos claros, extremamente claros, para o qual o aval foi dado!

Desde o discurso político ao discurso dos próprios banqueiros que recorreram à garantia do estado.


A ideia é facilitar o crédito para manter a economia animada (consumo) e evitar um cenário de deflacção e eventual depressão económica como ocorreu na década de 30.

Ora, como a obtenção de crédito está a ser difícil por enquanto, a pressão começa a surgir de vários sectores. Perfeitamente natural e justificável...


Ao contrário do que dás a entender, a actividade dos bancos não se limita a prestar crédito aos clientes e essa não é necessariamente a única utilidade que pode ser dada ao dinheiro obtido graças à Garantia do Estado. Este pode ir para cobrir investimentos, cumprir obrigações a terceiros, para embelezar contas, etc, etc...


Quem não recorreu à garantia do Estado, pois muito bem, faz como muito bem entender...

Quem recorreu, tem contas a prestar e tem de justificar muito bem porque está a cortar tremendamente no crédito depois de se ter financiado à custa dos contribuintes!

Segundo o EyeHawk, se o que ele diz corresponde à realidade - parece-me plausível - talvez vejamos um pouco de alargar do cinto lá para Janeiro. Porque para já os Bancos parecem estar mais preocupados com o seu umbigo (seja tapar buracos de investimentos, cumprir obrigações a terceiros ou embelezar contas)...

O objectivo da Garantia do Estado não é resolver problemas de liquidez de qualquer tipo. Isso ficou inclusivamente muito claro quando o BPP pediu um valor desproporcionado para a representação que tinha no mercado como entidade de crédito.


Eu não vou insistir mais neste assunto, por isso esta foi a minha intervenção final no tópico...


Já estava a começar a desconfiar da minha própria sanidade mental, mas parece que alguém percebe do que eu (e mais alguns estamos a falar)...

Pata, mais uma vez, eu apenas disse que o discurso político que justificou o aval parece que foi demagógico, porque na prática ele não se está a verificar!

beijos e abraço

artista


Boas!

A haver demagogia é de algumas pessoas que colocam aqui comentários, até agora o unico banco que utilizou o aval do Estado foi a CGD e parece-me abusivo dizer que a CGD não faz empréstimos, até porque o unico comentário que refere bancos, diz expressamente que a CGD e o Banco Popular fazem empréstimos, gostava de saber situações concretas em que a CGD recusou fazer um empréstimo, já agora, se eu chegar lá e pedir 2 milhões de euros, eles devem recusar, se não o fizerem é porque são tótós....


Como podem verificar o BES vai utilizar, mas ainda não o fez.

http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... id=1351420


Haja paciencia, a vontade de dizer mal até grande que tolda o raciocinio de algumas pessoas

Cumprimentos

Alexandre Santos
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por artista_ » 11/12/2008 22:56

MarcoAntonio Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:cereal e artista, o aval é para crédito INTERBANCÁRIO. Tem, no limite, o objectivo de afetcar directamente o crédito às empresas mas o aval é dado a crédito ENTRE BANCOS.


É evidente que o aval é para crédito interbancário. É através do crédito interbancário (que estava difícil) e através do crédito directo junto do Banco Central Europeu que os (nossos) bancos se financiam para, entre outras coisas, prestarem crédito aos clientes.

Para já, não tem servido para prestarem crédito segundo os vários relatos que tenho ouvido (inclusivamente de pessoas ligadas ao sector) e de notícias que têm vindo a publico. Para já, o corte ao crédito está a ser tremendo e isto contraria os objectivos claros, extremamente claros, para o qual o aval foi dado!

Desde o discurso político ao discurso dos próprios banqueiros que recorreram à garantia do estado.


A ideia é facilitar o crédito para manter a economia animada (consumo) e evitar um cenário de deflacção e eventual depressão económica como ocorreu na década de 30.

Ora, como a obtenção de crédito está a ser difícil por enquanto, a pressão começa a surgir de vários sectores. Perfeitamente natural e justificável...


Ao contrário do que dás a entender, a actividade dos bancos não se limita a prestar crédito aos clientes e essa não é necessariamente a única utilidade que pode ser dada ao dinheiro obtido graças à Garantia do Estado. Este pode ir para cobrir investimentos, cumprir obrigações a terceiros, para embelezar contas, etc, etc...


Quem não recorreu à garantia do Estado, pois muito bem, faz como muito bem entender...

Quem recorreu, tem contas a prestar e tem de justificar muito bem porque está a cortar tremendamente no crédito depois de se ter financiado à custa dos contribuintes!

Segundo o EyeHawk, se o que ele diz corresponde à realidade - parece-me plausível - talvez vejamos um pouco de alargar do cinto lá para Janeiro. Porque para já os Bancos parecem estar mais preocupados com o seu umbigo (seja tapar buracos de investimentos, cumprir obrigações a terceiros ou embelezar contas)...

O objectivo da Garantia do Estado não é resolver problemas de liquidez de qualquer tipo. Isso ficou inclusivamente muito claro quando o BPP pediu um valor desproporcionado para a representação que tinha no mercado como entidade de crédito.


Eu não vou insistir mais neste assunto, por isso esta foi a minha intervenção final no tópico...


Já estava a começar a desconfiar da minha própria sanidade mental, mas parece que alguém percebe do que eu (e mais alguns estamos a falar)...

Pata, mais uma vez, eu apenas disse que o discurso político que justificou o aval parece que foi demagógico, porque na prática ele não se está a verificar!

beijos e abraço

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por Pata-Hari » 11/12/2008 22:42

isto também é clarificador do papel do aval do estado no caso do BPP (e em geral):

Administração ainda está a avaliar área de gestão de activos do BPP


11/12/2008


A administração do Banco Privado Português, liderada por Fernando Adão da Fonseca, está a fazer “uma análise de fundo e criteriosa” à área de gestão de activos da instituição, refere um comunicado da equipa de gestão do banco.

Independentemente do resultado dessa avaliação, a equipa assegura “que todos os clientes em situações idênticas são tratados de forma rigorosamente idênticas”.

As aplicações que os clientes têm na área de gestão de activos do BPP não estão garantidas pelo financiamento de 450 milhões de euros que o banco conseguiu obter junto de seis instituições financeiras, com o aval do Estado. Aquele empréstimo destina-se apenas a “fazer face às responsabilidades do passivo registadas no balanço do Banco Privado à data de 24 de Novembro de 2008”.
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por mais_um » 11/12/2008 17:11

joaolc Escreveu:O problema é dos senhores que emprestaram o nosso rico dinheirinho aos bancos sem exigirem que este fosse devidamente distribuído. Puseram o pé na argola.


Caixa lançou a 1º emissão obrigacionista
Com Garantia do Estado
A Caixa Geral de Depósitos lançou hoje a primeira emissão obrigacionista com garantia do Estado inaugurando em Portugal este novo segmento do mercado de dívida.

O valor total da emissão ascendeu 1.25 mil milhões de euros o que representa um acréscimo de 25% face ao montante estabelecido inicialmente, de mil milhões de euros (os termos da garantia prestada pelo Estado permitiam uma emissão entre 1 e 2 mil milhões de euros). O acréscimo foi motivado pela forte procura registada e que ultrapassou largamente a oferta disponível.

As obrigações com maturidade de 3 anos têm um cupão de 3,875% (85 pb acima do nível dos Mid Swaps).

Não obstante as difíceis condições de mercado que se vêm acentuando com a deterioração das expectativas macroeconómicas a nível global e com o actual e potencial elevado volume de oferta de dívida garantida por outros Estados, a operação da Caixa mereceu uma forte receptividade por parte dos investidores tendo sido objecto de um conjunto de 85 ordens com a seguinte distribuição geográfica: Alemanha e Áustria, 32%, França 16%, Espanha 7%, Irlanda 6%, Bélgica 4%, Portugal 28.5% e cerca de 7% para um conjunto de outras regiões incluindo o Médio e Extremo Oriente.

A operação foi colocada por um sindicato bancário constituído por Barclays Capital, BNP Paribas, CaixaBI, HSBC, DZBank, LBBW, BES, MilleniumBCP e BPI.

Caixa Geral de Depósitos, S.A.
Assessoria de Imprensa
Direcção de Comunicação


Portaria n.º 1219-A/2008, de 23 de Outubro

A Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro, veio estabelecer a possibilidade de concessão extraordinária de garantias pessoais do Estado no âmbito da iniciativa de reforço da estabilidade financeira e de disponibilização de liquidez nos mercados financeiros.

A concessão de garantias pelo Estado no âmbito desta iniciativa destina-se a assegurar o cumprimento das obrigações das instituições de crédito com sede em Portugal no âmbito das suas operações de financiamento ou de refinanciamento.

Em termos gerais, este regime visa criar as condições que permitam o restabelecimento da liquidez nos mercados financeiros com vista à manutenção da estabilidade financeira e ao financiamento regular da economia. Nesta medida, podem solicitar a concessão de garantia pessoal do Estado todas as instituições de crédito com sede em Portugal que cumpram com os critérios de solvabilidade previstos na lei, ainda que enfrentem, no contexto actual, constrangimentos ao nível do acesso à liquidez.

Na definição do presente regime procurou acautelar-se os interesses do mercado em geral, sem introduzir qualquer distorção ao nível da concorrência entre instituições financeiras nem intervir nas competências de gestão de liquidez no âmbito do eurossistema. Para o efeito, definiu-se um regime especial, que procura assegurar a celeridade e agilidade dos procedimentos e a intervenção das entidades com relevo na implementação daquela iniciativa, nomeadamente o Banco de Portugal e o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P..

No âmbito da habilitação estabelecida nos termos do artigo 8.º da Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro, vem a presente portaria proceder à definição da tramitação do processo de concessão da garantia, dos mecanismos de fixação da respectiva remuneração, dos procedimentos de acompanhamento das entidades beneficiárias, dos termos gerais do accionamento das garantia e de outras condições acessórias.

O regime extraordinário de concessão de garantias insere-se no contexto actual do sistema financeiro, em que se verifica uma restrição de liquidez nos mercados financeiros e, nessa medida, uma forte pressão sobre as instituições de crédito no acesso e nas condições em que realizam o seu financiamento ou refinanciamento. Atentas estas circunstâncias de excepcionalidade, a concessão das garantias do Estado ao abrigo da Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro, tem um carácter transitório, mantendo-se apenas até 31 de Dezembro de 2009. Por seu lado, as obrigações assumidas pelas instituições de crédito em contratos de financiamento ao abrigo desta garantia não podem, em princípio, exceder o período de três anos, a partir da data da aprovação do financiamento.

O presente regime pode ser revisto a todo o momento, nomeadamente se as condições dos mercados financeiros o justificarem ou se tal for necessário por razões de coordenação ao nível da zona euro e da União Europeia. Independentemente das razões referidas, o presente regime será sempre objecto de reapreciação no prazo máximo de seis meses.

Foram ouvidos o Banco de Portugal e o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P.

Assim:

Manda o Governo, pelo Ministro de Estado e das Finanças, em cumprimento do disposto no artigo 8.º da Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro, o seguinte:

Artigo 1.º

1 - Podem solicitar a concessão extraordinária de garantias pessoais do Estado ao abrigo da Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro, e em conformidade com o disposto na presente portaria, as instituições de crédito com sede em Portugal no âmbito de obrigações assumidas em contratos de financiamento, incluindo a respectiva renovação.

2 - As garantias do Estado a que se refere o número anterior podem ser concedidas ou renovadas até 31 de Dezembro de 2009.

Artigo 2.º

1 - A concessão pelo Estado de garantias pessoais ao abrigo do presente regime tem por objecto exclusivamente o cumprimento de obrigações assumidas em contratos de financiamento ou de emissão de dívida não subordinada, com um prazo mínimo de três meses e um prazo máximo de três anos, denominada em euros.

2 - O prazo máximo referido no número anterior pode, excepcionalmente por proposta fundamentada do Banco de Portugal, ir até aos cinco anos.

3 - Ficam excluídas do âmbito do presente regime as operações do mercado monetário de depósitos interbancário, as operações de dívida subordinada, as operações que já beneficiem de outro tipo de garantia, bem assim como as operações de financiamento realizadas em jurisdição que não observe padrões de transparência internacionalmente aceites.

Artigo 3.º

1 - O pedido de garantia do Estado pelas instituições de crédito deve ser apresentado no Banco de Portugal, acompanhado dos seguintes elementos:

a) Identificação dos elementos essenciais da operação a garantir e fundamentação para a realização da mesma;

b) Identificação das partes do contrato de financiamento;

c) Demonstração do carácter necessário da garantia para assegurar o normal financiamento da entidade requerente;

d) Minuta do contrato de financiamento ou da documentação relativa à emissão de dívida não subordinada, bem como planos de utilização do financiamento, de amortização e taxas de juro aplicáveis;

e) Declaração da entidade requerente que autorize o Banco de Portugal a proceder ao envio, à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e ao Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., de todos os elementos considerados necessários para a apreciação do pedido que tenham sido entregues pela entidade requerente ou outros na posse do Banco de Portugal;

f) Demonstração da verificação dos requisitos legais e estatutários necessários para o efeito de um eventual accionamento da garantia.

2 - O Banco de Portugal, por iniciativa própria ou a pedido do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., pode solicitar às entidades requerentes elementos e informações complementares que se revelem necessários à apreciação do pedido.

3 - O pedido apresentado no Banco de Portugal nos termos do n.º 1 considera-se efectuado, igualmente, junto do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P.

Artigo 4.º

1 - A concessão da garantia pelo Estado está sujeita ao pagamento de uma comissão pela instituição de crédito beneficiária definida em condições comerciais e atendendo ao seu nível de risco.

2 - O valor da comissão é definido de acordo com o anexo à presente portaria.

3 - A comissão é devida nas datas de pagamento dos juros do financiamento garantido e cobrada pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.

4 - O valor da comissão pode ser revisto pelo Estado em caso de alteração das circunstâncias, designadamente face à regularização das condições de acesso à liquidez nos mercados financeiros.

5 - O disposto no presente artigo não prejudica a possibilidade de prestação de contragarantias, caso em que o valor da comissão pode ser ajustado em conformidade.

Artigo 5.º

1 - Na apreciação do pedido, o Banco de Portugal e o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., têm em consideração, nomeadamente, o contributo da entidade beneficiária para o financiamento da economia e a necessidade e condições financeiras do financiamento.

2 - Sem prejuízo do cumprimento dos prazos referidos no artigo seguinte, os pedidos são apreciados tendo em conta a urgência do financiamento e a respectiva data de entrada.

Artigo 6.º

1 - No prazo máximo de oito dias úteis após a apresentação do pedido nos termos do artigo 3.º, o Banco de Portugal e o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., submetem ao membro do Governo responsável pela área das finanças proposta de decisão devidamente fundamentada.

2 - A decisão do pedido prevista no número anterior deve ser tomada no prazo de dois dias úteis, sem prejuízo da faculdade de devolução do processo às entidades responsáveis pela sua instrução para clarificação, caso em que o prazo se suspende.

3 - Os prazos referidos nos números anteriores podem ser prorrogados por iguais períodos se a complexidade da operação o justificar.

Artigo 7.º

Cabe, igualmente, ao Banco de Portugal:

a) Apreciar a situação económico-financeira da instituição de crédito beneficiária e a apresentar indicadores de acompanhamento;

b) Monitorizar as entidades beneficiárias na pendência das garantias, por recurso aos elementos da supervisão prudencial ou a outros que entenda solicitar;

c) Enviar à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e ao Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., a informação necessária ao acompanhamento e fiscalização a que se refere o artigo 6.º da Lei n.º 60-A/2008, de 20 de Outubro.

Artigo 8.º

As instituições de crédito beneficiárias da garantia do Estado enviam à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, no prazo de cinco dias a contar dos respectivos factos, cópia dos documentos comprovativos das amortizações do capital e do pagamento de juros nas operações de financiamento, indicando os montantes que deixam de constituir objecto de garantia do Estado.

Artigo 9.º

As instituições de crédito beneficiárias da garantia comunicam imediatamente à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças qualquer modificação das condições que constituíram pressuposto da prestação da garantia.

Artigo 10.º

No caso de accionamento da garantia em virtude de incumprimento pela entidade beneficiária, o Estado fica sub-rogado no direito do credor até ao seu integral ressarcimento, podendo, se e na medida do necessário para defesa do interesse patrimonial do Estado:

a) Converter o crédito que detém sobre a entidade beneficiária em capital da mesma, designadamente através da emissão de acções preferenciais, após consulta ao Banco de Portugal;

b) Decidir sobre a adopção de princípios de bom governo societário, sobre a política de distribuição de dividendos e de remuneração dos titulares dos órgãos de administração e fiscalização;

c) Designar um ou mais administradores provisórios, nos termos e com os poderes previstos no artigo 143.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, considerando-se atribuídas ao membro do Governo responsável pela área das finanças as competências aí previstas para o Banco de Portugal.

Artigo 11.º

A presente Portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, em 22 de Outubro de 2008


Parece-me que os senhores que emprestaram o dinheirinho à CGD não tem nada a ver com o estado português.



Um abraço

Alexandre Santos
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por Safe » 11/12/2008 16:14

Penso que neste debate falta a visão global de alguns intervenientes.
Ora se o pobre contribuinte começar a deixar de entregar os seus impostos ao Estado e as empresas fizerem o mesmo onde será que o Estado vai buscar o dinheiro para avalizar os bancos?
Trabalho no privado e noto que nenhum patrão de uma PME queira fechar as portas e deixar no desemprego os seus colaboradores.
O que os bancos estão a fazer é muito mau, pois se precisaram de ajuda foi-lhes concedida e agora os que ajudam não são ajudados?
Sendo assim deveria deixar-se cair o BPN e o BPP e depois que fossem questionar quem geriu o dinheiro deles, que por sinal estão bem.
 
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por CerealKiler » 11/12/2008 15:49

Pata-Hari Escreveu:cereal e artista, o aval é para crédito INTERBANCÁRIO. Tem, no limite, o objectivo de afetcar directamente o crédito às empresas mas o aval é dado a crédito ENTRE BANCOS.



pois é, pois é, mas afinal os bancos os bancos vão buscar dinheiro baratinho, aumentam os spreads (até aqui tudo bem)

agora fechar o crédito é que não. Crédito igual a zero, só propostas irrecusáveis.

e sei do que falo, porque o meu trabalho é esse mesmo de negociar com os bancos crédito para particulares e empresas.

Só o banco popular e alguma coisa a cgd é que estão a fazer crédito. O resto é parado paradinho.

Não foi esse o espirito da garantia. E portanto reafirmo que a garantia deve ser retirada e dada às empresas.
 
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por Celeste » 11/12/2008 15:21

joaolc Escreveu:O problema é dos senhores que emprestaram o nosso rico dinheirinho aos bancos sem exigirem que este fosse devidamente distribuído. Puseram o pé na argola.


Refazendo a frase:

O problema é dos senhores que obrigaram os bancos a emprestar o nosso rico dinheirinho sem exigirem que este fosse indevidamente distribuído. Puseram o pé na argola.

Quem foram? Nomeadamente o Clinton em 1999 (ver história da Fannie Mae).

Celeste
 
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por jlncc » 11/12/2008 15:06

O problema é dos senhores que emprestaram o nosso rico dinheirinho aos bancos sem exigirem que este fosse devidamente distribuído. Puseram o pé na argola.
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por MarcoAntonio » 11/12/2008 14:48

Pata-Hari Escreveu:cereal e artista, o aval é para crédito INTERBANCÁRIO. Tem, no limite, o objectivo de afetcar directamente o crédito às empresas mas o aval é dado a crédito ENTRE BANCOS.


É evidente que o aval é para crédito interbancário. É através do crédito interbancário (que estava difícil) e através do crédito directo junto do Banco Central Europeu que os (nossos) bancos se financiam para, entre outras coisas, prestarem crédito aos clientes.

Para já, não tem servido para prestarem crédito segundo os vários relatos que tenho ouvido (inclusivamente de pessoas ligadas ao sector) e de notícias que têm vindo a publico. Para já, o corte ao crédito está a ser tremendo e isto contraria os objectivos claros, extremamente claros, para o qual o aval foi dado!

Desde o discurso político ao discurso dos próprios banqueiros que recorreram à garantia do estado.


A ideia é facilitar o crédito para manter a economia animada (consumo) e evitar um cenário de deflacção e eventual depressão económica como ocorreu na década de 30.

Ora, como a obtenção de crédito está a ser difícil por enquanto, a pressão começa a surgir de vários sectores. Perfeitamente natural e justificável...


Ao contrário do que dás a entender, a actividade dos bancos não se limita a prestar crédito aos clientes e essa não é necessariamente a única utilidade que pode ser dada ao dinheiro obtido graças à Garantia do Estado. Este pode ir para cobrir investimentos, cumprir obrigações a terceiros, para embelezar contas, etc, etc...


Quem não recorreu à garantia do Estado, pois muito bem, faz como muito bem entender...

Quem recorreu, tem contas a prestar e tem de justificar muito bem porque está a cortar tremendamente no crédito depois de se ter financiado à custa dos contribuintes!

Segundo o EyeHawk, se o que ele diz corresponde à realidade - parece-me plausível - talvez vejamos um pouco de alargar do cinto lá para Janeiro. Porque para já os Bancos parecem estar mais preocupados com o seu umbigo (seja tapar buracos de investimentos, cumprir obrigações a terceiros ou embelezar contas)...

O objectivo da Garantia do Estado não é resolver problemas de liquidez de qualquer tipo. Isso ficou inclusivamente muito claro quando o BPP pediu um valor desproporcionado para a representação que tinha no mercado como entidade de crédito.


Eu não vou insistir mais neste assunto, por isso esta foi a minha intervenção final no tópico...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por limpaesgotos » 11/12/2008 14:26

http://resistir.info/crise/nadal_10dez08.html

EUA: Porque o resgate bancário não funciona

por Alejandro Nadal [*]

Nos Estados muitos se perguntam: onde está o dinheiro do resgate bancário? Não é um assunto menor. Afinal de contas, há 700 mil milhões de dólares envolvidos no programa de recuperação de activos (TARP), aprovando em princípios de Outubro. Em teoria, esses recursos eram para restaurar a saúde do sistema bancário e fazer com que o crédito voltasse a fluir. Nada disso aconteceu. Nem a confiança foi restabelecida nem o crédito está a fluir. A economia segue em queda livre.

Adiantemos a resposta: os bancos estão a entesourar e utilizam o dinheiro para o que sabem fazer em épocas de crise: comprar os seus competidores. O TARP foi distorcido na sua operação e nos seus fins. Também é justo dizer que, com a pressa, foi mal concebido.

Originalmente o TARP de Henry Paulson procurava comprar carteiras vencidas, mas quando os operadores viram a magnitude do buraco nos bancos estado-unidenses lançaram-se para trás e optaram por adquirir participações nos bancos para capitalizá-los. A mudança de estratégia e os poderes discricionários de Paulson esfriaram os ânimos, razão pela qual a liquidez não foi restabelecida e as operações interbancárias continuaram atoladas na desconfiança.

Quando o Departamento do Tesouro entregou a primeira fatia de 125 mil milhões de dólares a nove bancos, nos fins de Outubro, assinalou sem ambiguidade que esperava que esses recursos fossem destinados a linhas de crédito para pequenas e médias empresas, para consumidores e para reanimar o mercado hipotecário. Mas essa era apenas um exortação: por incrível que pareça, o TARP não contém um regime de condicionalidade e tão pouco impõe aos bancos participantes a obrigação de alimentar linhas de crédito. Este sem dúvida é o seu defeito mais grave.

Por isso os bancos que tiveram acesso aos recursos do TARP são livres para entrar no jogo das fusões e aquisições (F e A), que tantos lucros proporcionaram ao sector financeiro. Utilizando os recursos do TARP, muitos bancos grandes estão a aproveitar as oportunidades de compra de outros bancos a fim de "consolidar-se". Isto não é um estímulo para a economia e até contribui para imprimir estruturas ainda mais oligopólicas ao sector bancário. Mas isso não incomoda os bancos.

Em Outubro, o Grupo Financeiro PNC (com sede em Pittburgh) converteu-se no primeiro banco a utilizar dinheiro do TARP para comprar outro banco em dificuldades, o National City Corp, por US$5,2 mil milhões. Para financiar esta operação, o PNC vendeu US$7,7 mil milhões de acções preferências ao Departamento do Tesouro como parte do programa de recapitalização no âmbito do TARP.

Os exemplos multiplicam-se: a BB&T, com sede na Carolina do Norte, anunciou planos para solicitar dinheiro do TARP e utilizá-lo nos seus planos de expansão via aquisições. Por sua vez, o Zions Bancorporation (de Salt Lake City) revelou sem lamentar que receberá US$1,4 mil milhões do TARP e que uma parte significativa deste montante será destinada a explorar novas oportunidades de aquisições nos próximos meses.

Por isso não se restabelecem as linhas de crédito nos Estados Unidos. O exemplo da fábrica de portas e janelas Republic Window, hoje ocupada pelos seus trabalhadores, é revelador. O Bank of America (BOFA) que recebeu US$25 mil milhões do TARP, fechou a linha de crédito e a empresa, que já vinha ressentindo os efeitos do colapso na indústria da construção, viu-se obrigada a encerrar. Tudo ao contrário do que fora anunciado ao ser aprovado o TARP.

Em contrapartida, o BOFA aprovou em Setembro a aquisição da Merrill Lynch por US$50 mil milhões. Recentemente comprou os bancos LaSalle e Countrywide, e emitiu dívida garantida por outros US$9 mil milhões. Também comprou acções do China Construction Banck (CCB), aumentando a sua participação para 19 por cento. Ainda que essa operação lhe tenha sido muito rentável, o certo é que os recursos do TARP não são para andar a vasculhar a fim de ver o que se pode comprar no mundo do sector bancário. O resgate tem outros objectivos. Desgraçadamente, o próprio Departamento do Tesouro e a Reserva Federal estiveram a incentivar este jogo.

Os bancos sabem que vêm reformas no regime regulatório. No futuro, os depósitos serão mais importantes que o alavancamento: a cobertura regional será uma arma poderosa nesse ambiente. Mas por hora é a guerra e quando assentar o pó a paisagem do sector bancário terá mudado de maneira radical.

Para os bancos, a prioridade é salvaguardar a sua posição futura. Mas parecem ignorar que os depósitos do amanhã passam pelos créditos de hoje. Seu jogo de fusões permite revalorizar activos no curto prazo, mas põe em perigo a recuperação. Por desgraça, o pacote de resgate deixou passar a oportunidade de impor regras aos bancos. Talvez nem Bush nem Paulson tenham querido aproveitá-la. Haverá que ver se Obama pode reformar o TARP.

[*] Economista

Ver também: Support Workers Occupying Chicago Factory & Hold Bank of America Accountable

O original encontra-se em http://www.jornada.unam.mx/2008/12/10/i ... e=030a1eco
Cumprimentos.


" Existem pessoas tão sumamente pobres que só têm dinheiro "
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por mais_um » 11/12/2008 13:07

Introductory statement with Q&A
Jean-Claude Trichet, President of the ECB,
Lucas Papademos, Vice-President of the ECB
Brussels, 4 December 2008
Jump to the transcript of the questions and answers

Ladies and gentlemen, the Vice-President and I are very pleased to welcome you to our press conference here in Brussels. I would like to thank Governor Quaden for his kind hospitality and to express our special gratitude to his staff for the excellent organisation of the meeting of the Governing Council.

We will now report on the outcome of today’s meeting, which was also attended by Mrs Lagarde, President of the ECOFIN Council, and Commissioner Almunia.

On the basis of its regular economic and monetary analyses, the Governing Council decided to reduce the key ECB interest rates by a further 75 basis points. This step follows the two
50-basis point reductions in the key ECB interest rates announced on 8 October and 6 November 2008. Overall, since our last meeting, the evidence that inflationary pressures are diminishing further has increased and, looking forward, inflation rates are expected to be in line with price stability over the policy-relevant horizon, supporting the purchasing power of incomes and savings. The decline in inflation rates is due mainly to the fall in commodity prices and the significant slowdown in economic activity. Largely related to the effects of the intensification and broadening of the financial turmoil, both global demand and euro area demand are likely to be dampened for a protracted period of time. At the same time, while the underlying pace of monetary expansion has remained strong, it has continued to decelerate further. All in all, the level of uncertainty remains exceptionally high. The Governing Council will continue to keep inflation expectations firmly anchored in line with its medium-term objective. In so doing, it supports sustainable growth and employment and contributes to financial stability. Accordingly, we will continue to monitor very closely all developments over the period ahead.

Allow me to explain our assessment in greater detail, starting with the economic analysis.

Since September, there has been an intensification and broadening of the financial market turmoil. Tensions have increasingly spilled over from the financial sector to the real economy, and the world economy as a whole is feeling their adverse effects. In the euro area, a number of the downside risks to economic activity that were identified previously have materialised, leading in the third quarter to a contraction of 0.2% in real GDP growth, on a quarterly basis, according to Eurostat’s first estimate. Available survey data and the monthly indicators for October and November suggest that economic activity has weakened further during the fourth quarter of 2008.

Looking further ahead, on the basis of our current analysis and assessment, we see global economic weakness and very sluggish domestic demand persisting in the next few quarters. According to the December 2008 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area, a subsequent recovery should then gradually take place, supported by the fall in commodity prices and assuming that the external environment improves and the financial tensions weaken. Eurosystem staff project annual real GDP growth of between 0.8% and 1.2% for 2008, between -1.0% and 0.0% for 2009, and between 0.5% and 1.5% for 2010. These figures represent substantial downward revisions relative to the previous ECB staff projections for 2008 and 2009 published in September. Forecasts by international organisations have also been revised downwards and are broadly in line with the December 2008 Eurosystem staff projections.

In the view of the Governing Council, the economic outlook remains surrounded by an exceptionally high degree of uncertainty. Risks to economic growth lie on the downside. They relate mainly to the potential for a more significant impact on the real economy of the turmoil in financial markets, as well as concerns about protectionist pressures and possible disorderly developments owing to global imbalances.

It is crucial that all parties concerned make their contribution to lay sound foundations for a sustainable recovery. For this to materialise as early as possible, it is of the utmost importance to maintain discipline and a medium-term perspective in macroeconomic policy-making. This is the best way to support confidence. The significant measures announced by governments to deal with the financial turmoil should be implemented swiftly so as to help ensure trust in the financial system and to prevent constraints on credit supply to companies and households.
With regard to price developments, annual HICP inflation has declined substantially since July. According to Eurostat’s flash estimate, HICP inflation was 2.1% in November, after 3.2% in October and 4.0% in July. The significant decline in headline inflation since the summer mainly reflects the considerable easing in global commodity prices over the past few months, which more than offsets the impact of the sharp rise in unit labour costs in the first half of this year.

Looking forward, lower commodity prices and weakening demand lead us to conclude that inflationary pressures are diminishing further. The annual HICP inflation rate is expected to continue to decline in the coming months and to be in line with price stability over the policy-relevant horizon. Depending primarily on future developments in oil and other commodity prices, a faster decline in HICP inflation cannot be excluded around the middle of next year, mainly due to base effects. However, also due to base effects, inflation rates could increase again in the second half of the year, so that any sharp fall in HICP inflation should be short-lived and is therefore not relevant from a monetary policy perspective.

Consistent with this assessment, the December 2008 Eurosystem staff projections foresee annual HICP inflation of between 3.2% and 3.4% for 2008 and declining to between 1.1% and 1.7% for 2009. For 2010, HICP inflation is projected to lie between 1.5% and 2.1%. The HICP inflation projections for 2008 and 2009 have been revised downwards substantially in relation to the September 2008 ECB staff projections, reflecting mainly the large declines in commodity prices and the impact of weakening demand on price developments. In this context, let me remind you of the conditional nature of these projections, which are based on a series of technical assumptions, including market expectations for short and long-term interest rates, as well as futures prices for oil and non-energy commodities. In addition, the projections are based on the expectation of a decline in wage pressure over the projection horizon. Forecasts from international organisations give a broadly similar picture.

Looking through the shorter-term volatility in headline HICP inflation rates, risks to price stability at the policy-relevant horizon are more balanced than in the past. Unexpected further declines in commodity prices could put downward pressure on inflation, while upside risks to price stability could materialise particularly if the recent fall in commodity prices were to reverse or if domestic price pressures turn out to be stronger than assumed. It is therefore crucial that price and wage-setters fully live up to their responsibilities.

Turning to the monetary analysis, various estimates of underlying broad money growth point to a sustained but moderating rate of monetary expansion in the euro area. Monetary trends therefore support the view that inflationary pressures are diminishing further, with some risks remaining on the upside in the medium to longer term.

It should be recognised that the intensification of the financial market turmoil since mid-September marks a potential watershed in the evolution of monetary developments. The most recent money and credit data indicate that this intensification has had a significant impact on the behaviour of market participants. Thus far, such developments have largely taken the form of substitution among components of the broad aggregate M3, rather than sharp changes in the evolution of M3 itself.

The latest available data, namely up to the end of October, reveal a continued moderation of the growth rate of loans to the non-financial private sector. At the same time, for the euro area as a whole, there were no significant indications of a drying up in the availability of loans. The annual growth rate of loans to households also moderated further, in line with the weakening of economic and housing market prospects and tighter financing conditions. The data do signal an impact of the intensification of the financial turmoil on bank behaviour. Looking forward, more data and further analysis are necessary to form a robust judgement.

To sum up, there is increased evidence that inflationary pressures are diminishing further and inflation rates are expected to be in line with price stability over the policy-relevant horizon, supporting the purchasing power of incomes and savings. The decline in inflation rates is due mainly to the fall in commodity prices and the significant slowdown in economic activity largely related to the global effects of the financial turmoil. A cross-check of the outcome of the economic analysis with that of the monetary analysis supports this view. While the underlying pace of monetary expansion has remained strong, it has continued to decelerate further. Hence, when considering all available information and analysis, the Governing Council decided to reduce the key ECB interest rates by a further 75 basis points. All in all, the level of uncertainty remains exceptionally high. The Governing Council will continue to keep inflation expectations firmly anchored in line with its medium-term objective. In so doing, it supports sustainable growth and employment and contributes to financial stability. Accordingly, we will continue to monitor very closely all developments over the period ahead.

Regarding fiscal policies, the Governing Council considers it crucial that discipline and a medium-term perspective are maintained, taking fully into account the consequences of any shorter-term action on fiscal sustainability. It is of the utmost importance that the public’s confidence in the soundness of fiscal policies is preserved, with the rules-based EU fiscal framework being fully applied and its integrity being fully preserved. The provisions of the Treaty of Nice and the Stability and Growth Pact require a medium-term perspective and allow for the necessary flexibility. Automatic fiscal stabilisers are relatively large in the euro area and provide a powerful source of fiscal support to a weakening economy. Where room for manoeuvre exists, additional budgetary measures could be effective if they are timely, targeted and temporary.

Turning to structural policies, the ongoing period of weak economic activity and high uncertainty about the economic outlook imply the need to strengthen the resilience and flexibility of the euro area economy. Product market reforms should foster competition and speed up effective restructuring. Labour market reforms should help to facilitate appropriate wage-setting, as well as labour mobility across sectors and regions. The current situation should therefore be seen as a catalyst to foster the implementation of necessary domestic reforms in line with the principle of an open market economy with free competition.

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por Pata-Hari » 11/12/2008 13:06

cereal e artista, o aval é para crédito INTERBANCÁRIO. Tem, no limite, o objectivo de afetcar directamente o crédito às empresas mas o aval é dado a crédito ENTRE BANCOS.
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por mais_um » 11/12/2008 13:04

PARIS, Oct 12 (Reuters) - Leaders of euro zone countries held an emergency meeting on Sunday to decide pan-European measures aimed at propping up the battered financial sector.

Here is the full final statement released after the summit.

DECLARATION ON A CONCERTED EUROPEAN ACTION PLAN OF THE EURO AREA COUNTRIES 1) Financial systems contribute essentially to the well functioning of our economies and are therefore a necessary prerequisite for growth and a high level of employment. Millions of depositors have trusted their wealth to our financial institutions. The consequences of the current financial market crisis jeopardize the crucial economic role of the financial system. 2) Since the beginning of the crisis, we have acted to address the challenges posed to our financial system: we have committed ourselves to take decisive action and use all availables tools to support relevant institutions and prevent their failure and effectively acted in several cases ; we have increased transparency and disclosure on banks exposure ; we have enhanced retail deposit guarantee protection. 3) Further concerted action is urgently needed given the persistent problems of bank financing and the contagion from the financial crisis to the real economy. 4) We confirm today our commitment to act together in a decisive and comprehensive way in order to restore confidence and proper functioning of the financial system, aiming at restoring appropriate and efficient financing conditions for the economy. In parallel, Member States agree to coordinate measures to address the consequences of the financial crisis on the real economy, in line with 7th of October Ecofin conclusions. In particular, we welcome the EIB's decision to mobilise 30 billions - to support European SME's and its commitment to step up its ability to intervene in infrastructure projects.

5) As members of the Euro area, we share a common responsibility and have to contribute to a common European approach. We invite our European partners to adopt the following principles so that the European Union as a whole can act in a united manner and avoid that national measures adversely affect the functioning of the single market and the other member States.

This requires European Union and Euro area governments, central banks and supervisors to agree to a coordinated approach aiming at : - ensuring appropriate liquidity conditions for financial institutions ; - facilitating the funding of banks, which is currently constrained ; - providing financial institutions with additional capital ressources so as to continue to ensure the proper financing of the economy ; - allowing for an efficient recapitalisation of distressed banks; - ensuring sufficient flexibility in the implementation of accounting rules given current exceptional market circumstances; - enhancing cooperation procedures among European countries. In the current exceptional circumstances, we stress the need for the Commission to continue to act quickly and apply flexibility in state aid decisions, continuing to uphold the principles of the single market and of the state aid regime.

Ensuring appropriate liquidity conditions for financial institutions. 6) We welcome the recent decision by the European Central Bank and other Central Banks in the world to cut their interest rates. 7) We also welcome the decisions by the European Central Bank to improve the conditions for the refinancing of banks and to provide more longer term funding. We look forward to Central Banks considering all ways and means to react flexibly to the current market environment.

We welcome the intention of the ECB and the Eurosystem to react flexibly to the current market environment, in particular in considering to further improve its collateral framework with regard to the eligibility of commercial paper. Facilitating the funding of banks, which is currently constrained. 8) With a view to complementing the actions taken by the European Central Bank in the interbank money market, the Governments of the Euro Area are ready to take proper action in a concerted and coordinated manner to improve market functioning over longer term maturities. The objective of such initiatives should be to address funding problems of liquidity constrained solvent banks.

We welcome the initiatives put forward in some member states to facilitate medium term funding of banks notably through purchase of high quality assets or through swaps of government securities. The worsening of financial conditions in the last four weeks requires additional coordinated actions.

To this aim, Governments would make available for an interim period and on appropriate commercial terms, directly or indirectly, a Government guarantee, insurance, or other similar arrangements of new medium term (up to 5 years) bank senior debt issuance. Depending on domestic market conditions in each country, actions could be targeted at some specific and relevant types of debt issuance.

In all cases, these actions will be designed in order to avoid any distortion in the level playing field and possible abuse at the expense of non beneficiaries of these arrangements. As a consequence: - the price of those instruments will reflect at least their true value with respect to normal market conditions ; - all the financial institutions incorporated and operating in our countries and subsidiary of foreign institutions with substantial operations will be eligible, provided they meet the regulatory capital requirements and other non discriminatory objective criteria ; - Governments may impose further conditions for the beneficiaries of these arrangements, including conditions to ensure an adequate support to real economy; - the scheme will be limited in amount, temporary and will be applied under close scrutiny of financial authorities, until December 31 2009.

While acting quickly as required by circumstances, we will coordinate in providing these guarantees as significant differences in national implementation could have a counter-productive effect, creating distortions in the global banking markets. We will also work in cooperation with the European Central Bank so as to ensure consistency with the management of liquidity by the Eurosystem and compatibility with the operational framework of the Eurosystem. Providing financial institutions with additional capital ressources so as to continue to ensure the proper financing of the economy. 9) So as to allow financial institutions to continue to ensure the proper financing of the Eurozone economy, each Member State will make available to financial institutions Tier 1 capital, e.g. by acquiring preferred shares or other instruments including non dilutive ones. Price conditions shall take into account the market situation of each involved instution. Governments commit themselves to provide capital when needed in appropriate volume while favouring by all available means the raising of private capital. Financial institutions should be obliged to accept additionnal restrictions, notably to preclude possible abuse of such arrangements at the expense of non beneficiaries. 10) Given the exceptional market circumstances, we urge national supervisors, in accordance with the spirit of Basel 2 rules, to implement prudential rules also with a view to stabilising the financial system. Allowing for an efficient recapitalisation of distressed banks. 11) Governments remain committed to support the financial system and therefore to avoid the failure of relevant financial institutions, through appropriate means including recapitalization. In doing so, we will be watchful regarding the interest of taxpayers and ensure that existing shareholders and management bear the due consequences of the intervention. Emergency recapitalisation of a given institution shall be followed by an appropriate restructuring plan.

Ensuring sufficient flexibility in the implementation of accounting rules given current exceptional market circumstances. 12) We welcome the recent initiatives of the Commission regarding conclusions of the 7th October Ecofin regarding the classification of financial instruments by banks between their trading and banking books, notably to ensure a level playing field with our competitors.

Under the current exceptional circumstances, financial and non-financial institutions should be allowed as necessary to value their assets consistently with risk of default assumptions rather than immediate market value which, in illiquid markets may no longer be appropriate.

We ask the competent autorities to take the next steps within the coming days. Enhancing cooperation among European countries. 13) In such circumstances, efficient crisis management requires constant and immediate monitoring. We will therefore set up and strengthen procedures allowing the exchange of information between our Governments, the President of the European Council, the President of the European Commission, the President of the European Central Bank and the President of the Eurogroup. We look forward the European Council on next Wednesday to setting up a mecanism to improve crisis managment between European countries. 14) The Ecofin Council with the support of the Commission and in cooperation with the European Central Bank will report in due time to the European Council on the implementation of these decisions.


Interpretem como quiserem....
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por CerealKiler » 11/12/2008 12:33

se o Estado prestou aval com o interesse de dinamizar os empréstimos, os bancos estão a agir ao contrário, ou seja...o crédito está parado.
E portanto acho errado, o Estado deve retirar o aval e prestar aval sim directamente às empresas, dando crédito fiscal (possibilidade das empresas reconhecerem os impostos a pagar, mas fraccionar esses pagamentos no tempo - melhor do que crédito bancário para as empresas)



Já a situação de subida generalizada de spreads, entendo como politica de ganhar mais.
 
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por artista_ » 11/12/2008 12:13

Mais_um, alguém aqui falou do que fez ou disse o Trichet?!

Todos os estados estão a fazê-lo, acho normal, até ja disse (esta deve ser a 3ª ou 4ª vez só neste tópico) que se for para salvar os bancos se justifica na mesma o aval dos estado... a questão é averiguar se a justificação que foi dada publicamente é demagógica ou não?!... que os outros estados membros o fizeram sei eu, o que disseram para o justificar não sei, e se também foram demagógicos não justifica que aceitemos que cá também sejam...

Mas, digo mais uma vez, não é um assunto que conheça, coloquei a hipótese de o nosso primeiro ministro ter sido demagógico apenas pelo que li nos comentários no início deste tópico...

abraços

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por mais_um » 11/12/2008 11:56

Boas!

Parece-me que anda muita gente confusa.

1º Ponto

A medida tomadas pelos governos dos 15 países do Euro, no sentido de dar avales aos empréstimos dos bancos entre si, de modo a baixar as taxas interbancárias não foram demagógicas, porque na realidade a Euribor tem vindo a baixar, esse era um dos objectivos dessa medida e nesse sentido quer as empresas quer os particulares que actualmente tem empréstimos indexados à Euribor já estão a ser beneficiados.

2º Ponto

O BCE ao baixar a sua taxa directora pretende que a descida da Euribor seja mais rápida de modo a que o dinheiro seja mais barato para quem quer investir, seja empresa, seja particular.

Como os bancos não estão a reflectir tão rapidamente como o Sr. Trichet pretendia essa descida ele veio dizer no dia 8 deste mês e passo a citar:

Trichet volta a apelar aos bancos para baixarem juros
O presidente do Banco Central Europeu (BCE) voltou hoje a apelar aos bancos para reflectirem nos juros que cobram a descida da taxa de referência para a Zona Euro. Jean-Claude Trichet afirmou também, perante os deputados do Parlamento Europeu, que as pressões inflaccionistas continuam a diminuir.

André Veríssimo
averissimo@mediafin.pt

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) voltou hoje a apelar aos bancos para reflectirem nos juros que cobram a descida da taxa de referência para a Zona Euro. Jean-Claude Trichet afirmou também, perante os deputados do Parlamento Europeu, que as pressões inflaccionistas continuam a diminuir.

“[As taxas de juro] estão muito altas dos dois lados do Atlântico”, afirmou ontem o presidente do BCE, perante o Comité de Economia e Política Monetária do Parlamento Europeu, referindo-se às taxas de juro no mercado interbancário. Que, no caso da Zona Euro, são as Euribor. “Estamos a fazer todo o que é necessário para as baixar”, acrescentou.

Na quinta-feira, o BCE fez um corte inédito de 75 pontos base na taxa de juro de referência, descendo o preço do dinheiro na Zona Euro para os 2,5%. Apesar da queda contínua desde 10 de Outubro, as Euribor continuam com um diferencial elevado face à taxa de referência. Hoje a taxa a seis meses registava um spread superior a 100 pontos, fixando-se em 3,563%.



Assim, parece-me obvio que o objectivo do BCE e dos outros bancos centrais de todo o mundo é o dinheiro ficar mais barato para as Empresas e particulares, de modo a reanimar a economia, isto não tem nada de demagógico.

Mas o que se está a passar é que os bancos estão a aumentar os spreads (ou seja a sua margem de lucro) nos novos empréstimos e isso não era o que TODOS os governos pretendiam. Assim os responsáveis políticos fazem apelos aos bancos porque a alternativa é nacionalizarem todo o sector de modo a passar a mandar nos bancos.

3ºponto

Alguém que me corrija se eu estiver enganado mas os empréstimos que os bancos portugueses e outros estão a fazer com o aval dos estados, não vai alterar em nada os ratios tier1 e core tier1 já que presumo eu que um empréstimo não é possível ser transformado em capital próprio. O aval tem por único objectivo tornar o empréstimo mais barato para o banco, logo baixar as taxas interbancárias, logo tornar o crédito mais barato, certo?

A única possibilidade de os governos ajudarem a aumentar os ratios tier1 e core tier1 é participarem nos aumentos de capitais que os bancos terão que fazer, certo? E essa foi outra medida tomada pelos 15 países do Euro, autorizar os governos a faze-lo, no nosso caso penso que o estado só terá que fazer na CGD visto ser o único accionista.

Não se esqueçam que as medidas sobre as ajudas aos bancos foram tomadas por todos os membros do euro, assim se o nosso governo é demagógico (não consigo descortinar nenhuma demagogia), todos os governos e responsáveis dos bancos centrais por todo o mundo também são.

Para concluir, só falta culpar o nosso governo pela crise do subprime no EUA, da bancarrota da Islândia ou pelo aumento brutal do desemprego na vizinha Espanha, entre outras desgraças…..(somos bons mas tanto assim não... :mrgreen: :mrgreen: )

Um abraço,

Alexandre Santos
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por pedrom » 11/12/2008 11:21

Um situação absurda (absurda para mim) é o facto de um banco com o BCP não valer em bolsa mais do que 4 mil milhões e ter uma garantia do estado superior a isso!!!

Se uma destas entidades que tem garantias do estado for à falência ou privatizada (como está na moda) ainda quero ver qual vai ser a posição do estado perante os cidadãos!!!

Relativamente ao facto de o estado ter dado estas garantias à banca para esta poder emprestar às empresas, convém não esquecer que ainda há pouco tempo as maiores construtoras nacionais estavam (ou estão) à rasca pelo facto da banca se estar a cortar!!!! E foi também neste contexto que o Teixeira dos Bancos (agora merece o nome mais do que nunca :mrgreen: ) se valeu para aprovar isto!!!
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por artista_ » 11/12/2008 11:00

Pata, vou voltar a dizer o que já disse antes, tudo o que tenho escrito tem por base aquilo que se escreveu neste tópico, eu não estou dentro do assunto...

Afinal os bancos estão a emprestar dinheiro ou não?

O que eu digo é que parece (baseado no que tu e outros disseram no início) que os bancos pediram, por exemplo, mil milhoões de aval do estado e não o estão ou vão usar para emprestar nem ás famílias nem ás empresas, mas sim para melhorar os seus rácios... e se é isso que acontece então a conversa politia que justificou este aval é demagógica!

Devo estar a precisar de férias, parece que já ninguém percebe o que escrevo... começo a desconfiar que sou eu que já não estou a conseguir explicar-me :|

jinhos e abraços

artista
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por Pata-Hari » 11/12/2008 8:09

Lion, a banca permitiu a crise. Mas ninguém apontou armas às cabeças de quem se sobre-endividou. E, deixando falir então os bancos (coisa com a qual eu também concordo conceptualmente), se calhar terias problemas sociais e economicos bem mais graves.

Olá nuno

Obviamente que tem de se acautelar, mas isso deviam-no fazer sempre!

Posso estar engando, com o que li neste tópico fiquei com a idéia de que os bancos estão a dificultar muito a concessão de créditos ás empresas, mesmo que apresentem boas garantias, porque estão a usar o capital para outros fins... e se for isso está a subverter-se aquilo que foi dito pelo nosso primeiro ministro!

abraço

artista


Artista, não te esqueças que o negócio do banco é emprestar dinheiro (tu sugeres que estão a fazer outra coisa, já agora gostava de saber o quê poruqe não percebi). Se não emprestam dinheiro, estão a optar por não fazer negócio. Ou seja, algo se passa e que não se regulariza automaticamente porque o estado garante o interbancário. Eu estou a sugerir que a forma como estão a medir o risco lhes diz que precisam de muitas garantias e bons preços (spreads). As boas empresas, que pagam, que têm garantias, continuam a conseguir crédito. As outras, não. Isso é assim tão anormal? só é anormal face às facilidades dos ultimos anos.
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por Lion_Heart » 11/12/2008 4:05

Este assunto da pano para muitas mangas , mas para quem ja se esquceu vou deixar aqui dois dos aspectos muito importantes que nos levam a estar a discutir este assunto.

1º Alguém ainda se lembra o que causou este colapso financeiro e por consquencia do resto da economia a nivel Mundial?
Pois é, meus caros colegas foi a BANCA. Não foram as empresas nem as familias, foi a banca.
Para mim e ja o disse muitas vezes a bancarios , nem deviam existir fiadores , os proponentes se podiam pagar tinham o capital se não podiam não tinham, niguém morria por isso.
O resto é história.

2º Ja alguém parou para pensar quais as garantias que o Estado pediu para dar aval a Banca?
Que eu saiba qq empresa ou familia quando pede acima de determinado valor tem que dar garantias reais a Banca. Ora eu gostava de saber as garantias que a banca deu ao Estado, os balcões, as sedes , as acções?

Só para acabar , alguém no seu juizo perfeito (independencia ) acha justo a banca querer agora cobrar a qualquer custo os prejuizos que tem ou que virá a ter(até agora se me lembro por cá so um apresentou prejuizos e só num trimestre) por culpa deles própios (aumento de spreads, comissões , etc)?
É porque a maioria da empresas e da familias não pode. Não pode subir preços ,não tem irc especial , não podem cobrar comissões.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por EyeHawk » 11/12/2008 3:01

Sim, os bancos não estão a facilitar o crédito aos agentes tal como foi dado a entender pela dimensão mediática quando o Estado avalizou os empréstimos interbancários.
Vários são os motivos:

1) Possivel existência de alguma forma de perversão por parte dos bancos que aproveitam o tempo que lhes resta (ver ponto 3) para "arrumarem" melhor a casa.

2) Maior selectividade na concessão de crédito: o mercado do crédito está subdividido em 5 segmentos: "A", "B", "C", "D" e "E". Os segmentos "D" e "E" são os que oferecem maior risco de incumprimento ou maior possibilidade de "mal parado", por isso nestes dois ultimos segmentos verifica-se já uma descida de 26% para 2% do total de crédito concedido ao conjunto de todos os segmentos.
Basicamente os bancos dizem ao segmento "D" e "E": «Sem boas ou melhores garantias... não há crédito.» :?

3) Em termos de relatório e contas o ano de 2008 está completamente perdido: vai ser mesmo um dos piores anos das financeiras e possivelmente das industriais. Ora os bancos têm interesse que quanto mais vermelho forem as contas anuais... melhor para o próximo ano! :wink:
Isto significa que linhas de crédito "normalizadas" só funcionarão a partir de 1 Jan 2009 sempre dentro de melhores critérios de rigor na concessão (ponto 2) em relação ao período anterior (anos precedentes) à crise do subprime.
Uma das consequências da crise do subprime será tentar que nos anos vindouros não haja falhas na avaliação correcta dos riscos das operações (onde as agencias de rating falharam por completo). Penso que estas medidas (de melhorar a avaliação do risco) só "per si" irão tornar o sistema financeiro mais sólido e credivel em todo o mundo.


Nota:
Estes dados (pontos 2 e 3) foram-me transmitidos por quem está por "dentro" do funcionamento dos bancos.
Isto pode significar que ainda podemos ter no 1º trimestre 2009 mais um "sell off" caso os números sejam mesmo mauzinhos... fundo final?...
O que pode significar excelentes oportunidades de ida aos saldos. :mrgreen:


Bom Natal
:P
 
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por artista_ » 11/12/2008 1:53

Mike, acho que estás a interpretar mal o que disse... eu não defendo que os bancos devam ser mecenas, apenas disse que talvez tenha havido alguma demagogia do primeiro ministro quando disse que o aval do estado seria para ajudar familias e empresas (o Março já apresentou essas citações)...

Até referi que se fosse preciso ajudar directamente os bancos que o governo o devia fazer, escusava era de ter aquela conversa que era para ajudar empresas e famílias porque, pelos vistos, não é, pelo menos directamente...

De qualquer forma também já disse que disto percebo pouco, estou a falar sobretudo com os dados que li neste tópico! :wink:

Um abraço

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