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Caldeirão da Bolsa

AIMinho pede ao Gov. para "puxar orelhas" aos banc

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MikeCorp » 11/12/2008 1:44

artista Escreveu:
nunofaustino Escreveu:Já agora não percebo uma coisa... vocês querem que os bancos emprestem a qquer empresa qualquer montante (como faziam até agora) ou querem que os bancos apertem a malha e só emprestem perante garantias sérias de que vão reaver o $$?


Olá nuno

Obviamente que tem de se acautelar, mas isso deviam-no fazer sempre!

Posso estar engando, com o que li neste tópico fiquei com a idéia de que os bancos estão a dificultar muito a concessão de créditos ás empresas, mesmo que apresentem boas garantias, porque estão a usar o capital para outros fins... e se for isso está a subverter-se aquilo que foi dito pelo nosso primeiro ministro!

abraço

artista



Artista o problema dos políticos é não perceberem metade daquilo que dizem. Concordo que o dinheiro deva "benificiar" o povo, mas os 20 mil milhoes não são para distribuir feito mecenas. O objectivo era, e aqui concordo com a pata, repôr os níveis de solvência dos bancos para evitar catástrofes sociais, como seria a falência de um BES ou BCP.
Ou seja, saem benificiados indirectamente, já que não se arriscam a ficar sem as poupanças de uma vida.

Qualnhick os bancos são privados, logo maximizam lucros. Não me lembro de ver ningúem queixar-se na hora de receber dividendos ou algo do género. Não me lembro também de ver o estado queixar-se quando a CGD dava lucros fabulosos. Podemos não gostar deles, mas eles são essenciais para a nossa economia e sistema político.

Volto a dizer, as falências das 3000 empresas no minho, alguém acredita que com mais empréstimos a situação ia mudar para sempre? É um erro voltar a querer emprestar dinheiro ao desbarato como antes.
 
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por keijas » 11/12/2008 1:20

A discussão de dois administradores, com pontos de vista antagónicos, pode levar a mais uma empresa a entrar em crise e, atenção que depois os bancos não estão a ajudar as empresas em crise,mesmo que para isso tenham recorrido a aval do estado.
cumprimentos
keijas
 
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por artista_ » 11/12/2008 1:04

nunofaustino Escreveu:Já agora não percebo uma coisa... vocês querem que os bancos emprestem a qquer empresa qualquer montante (como faziam até agora) ou querem que os bancos apertem a malha e só emprestem perante garantias sérias de que vão reaver o $$?


Olá nuno

Obviamente que tem de se acautelar, mas isso deviam-no fazer sempre!

Posso estar engando, com o que li neste tópico fiquei com a idéia de que os bancos estão a dificultar muito a concessão de créditos ás empresas, mesmo que apresentem boas garantias, porque estão a usar o capital para outros fins... e se for isso está a subverter-se aquilo que foi dito pelo nosso primeiro ministro!

abraço

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por nunofaustino » 11/12/2008 0:20

Penso que a maneira mais fácil do governo ajudar as empresas e as famílias a ter crédito é através da CGD e dos apoios às PMEs que concorrem ao Qren.

Já agora não percebo uma coisa... vocês querem que os bancos emprestem a qquer empresa qualquer montante (como faziam até agora) ou querem que os bancos apertem a malha e só emprestem perante garantias sérias de que vão reaver o $$?

Um abr
Nuno
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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por artista_ » 10/12/2008 23:56

Pelo que depreendo estaremos a falar de mais demagogia, os políticos garantem que isto é bom porque é para todos, mas afinal é só para se aguentarem. De qualquer forma penso que se justificaria usar o dinheiro para esse fim, escusavamos era de levar com a conversa do costume...

abraços

artista
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por mais_um » 10/12/2008 23:45

Pata-Hari Escreveu:Eu não concordo nada com isso! os bancos têm exactamente como negócio vender dinheiro, fazer crédito. Se optam por não o fazer, estão no seu direito. Se fores padeiro e por uma ou outra razão (neste caso porque o teu forno está com problemas e corres o risco de te queimar) e optares por não fazer pão, não entendo porque te deverão obrigar.

O apoio que está a ser dado pelo estado refere-se ao crédito interbancário, ao crédito entre bancos, também fundamental no reestablecimento da confiança. O facto do padeiro poder emprestar a farinha tendo a garantia da devolução não deve significar que seja obrigado a fazer pão...


Boas!

Não querendo entrar em polémicas, (já me chega os professores...) quero referir que a ideia dos governos de dar avales e não injectar dinheiro nos bancos como alguns governos tiveram que fazer, nomeadamente o inglês (e o nosso no BPN), foi baixar a Euribor, de modo a que o credito ficasse mais barato para as empresas e familias, mesmo a descida da taxa de juro do BCE foi feita nesse sentido, ainda hoje o Trichet veio reafirmar isso.

O que acontece é que os bancos aproveitaram-se da situação isto é embora consigam taxas mais favoraveis, ou seja o dinheiro mais barato continuam a vendê-lo caro, à semelhança do que outros agentes economicos tem feito com outros produtos.

Relembro que os senadores e congressistas americanos ficaram furiosos porque houve bancos que aproveitaram as ajudas para irem comprar outros bancos em vez de utilizarem o dinheiro para o fim que era suposto, esse foi um dos motivos porque o governo americano suspendeu a compra dos "produtos toxicos" aos bancos.

Os bancos estão a fazer o que os ginasios já fizeram quando o governo passou o iva para 12% e os comerciantes também já fizeram quando o IVA passou para 20%, ou seja deturpam as medidas do governo para ajudar as pessoas.

Um abraço

Alexandre Santos
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por Pata-Hari » 10/12/2008 23:40

Repito, o aval serve sobretudo para evitar situações de solvencia. Aliás, como foi óbvio no caso do BPP que não só precisaria do aval a que tinha direito mas a 10 vezes mais que isso.

(e agora vou dormir, se não se importam).
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 23:37

qualnhick Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Marco, o que está garantido é exclusivamente o crédito interbancário


O credito interbancario só serve para os bancos continuarem o negocio, ou seja, emprestarem dinheiro à economia real. Agora se os bancos usam esse aval apenas para se financiarem mais barato, e portanto na pratica esse aval serve apenas para os bancos melhorarem os seus resultados, isso é fazer batota ! Não foi para isso que o aval foi dado !

Pata-Hari Escreveu:Não se falou no crédito às empresas e não vejo porque se deve obrigar um banco a emprestar dinheiro a outro. POr essa ordem de ideias, eu até sei que tens uns DPs num banco, porque não obrigar-te a ti, Marco, a emprestar a umas empresas? até te permitem receberes uma taxa de juro melhor que a euribor, se recuperares a massa, naturalmente.


Eu não sou o Marco, mas com o aval do estado aceito já o negocio ! Arranja ai meia duzia de empresas que aceitem receber credito meu, e dêm-me o aval do estado, com uma taxa de juros boa eu aceito o negocio na hora !

Na pratica nós, contribuintes, estamos a ajudar os bancos a comprarem mais barato e o que recebemos de volta são aumentos de spreads, ou seja, o mesmo produto de sempre (dinheiro) mas mais caro !


Ora nem mais!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Qualnhick » 10/12/2008 23:35

Pata-Hari Escreveu:Marco, o que está garantido é exclusivamente o crédito interbancário


O credito interbancario só serve para os bancos continuarem o negocio, ou seja, emprestarem dinheiro à economia real. Agora se os bancos usam esse aval apenas para se financiarem mais barato, e portanto na pratica esse aval serve apenas para os bancos melhorarem os seus resultados, isso é fazer batota ! Não foi para isso que o aval foi dado !

Pata-Hari Escreveu:Não se falou no crédito às empresas e não vejo porque se deve obrigar um banco a emprestar dinheiro a outro. POr essa ordem de ideias, eu até sei que tens uns DPs num banco, porque não obrigar-te a ti, Marco, a emprestar a umas empresas? até te permitem receberes uma taxa de juro melhor que a euribor, se recuperares a massa, naturalmente.


Eu não sou o Marco, mas com o aval do estado aceito já o negocio ! Arranja ai meia duzia de empresas que aceitem receber credito meu, e dêm-me o aval do estado, com uma taxa de juros boa eu aceito o negocio na hora !
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por SirPatrickBateman » 10/12/2008 23:34

Pata-Hari Escreveu:Marco, queres que digam o quê? "estamos à rasquinha, por muito que paguemos taxas acima do mercado, não temos liquidez que nos permita fazer os negócios habituais e o crédito habitual que gostaríamos de fazer"?. É claro que numa situação de falta de liquidez se rarifique o crédito concedido, se aumentem os spreads e se exijam garantias nunca antes pensadas. É o negócio. E tudo isto apenas num cenário de se voltar para valores historicamente normais (os últimos anos é que foram anormais nas condições e na falta de exigência do crédito concedido).


Ora lá está!!! Deviam dizer mesmo isso!!!

"desculpem lá, mas andámos a ter lucros absurdos, e agora que estamos aflitos, vamos dar umas desculpas para ver se o estado nos ajuda!... Ahhh... e todos os administradores que andaram a receber prémios de performance financeira, não podem ser despedidos coitadinhos, porque isso ficava-lhes mal na fotografia..."

...e atenção, eu até sou daqueles que diz... que se lixe lá o contribuinte, mas os bancos têm é que ter saúde financeira total, porque se não, a economia fica de rastos... digamos que é um mal menor!
 
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por Pata-Hari » 10/12/2008 23:34

Marco, onde é que em "garantia de crédito interbancário" está escrito que que usa a garantia deve continuar a oferecer crédito às empresas nas mesmas condições que anteriormente?

A medida ajuda a regularizar um mercado que está anormalmente averso ao risco bancário mas não corrige o risco acrescido de todo o negócio. E há muito quem defenda que as condições actuais de crédito é apenas uma regularização do que se deveria ter tido sempre. Não fez muito sentido financiar más empresas com condições faceis.
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 23:29

Pata-Hari Escreveu:Marco, queres que digam o quê?


Eu não quero que digam nada, quero que façam.

Quero que:

> Ou não peçam a Garantia (como houve Bancos que optaram por fazer);

> Ou se pedem, que a utilizem para o fim proposto, quer pelo discurso dos políticos quer pelo discurso dos próprios banqueiros.

Basicamente, é isto...


Se utilizam a Garantia Especial, o mais natural é serem pressionados por todos os lados para a utilizarem para aquilo que era suposto.

Se não a utilizam então têm todo o direito de responder: não venham cá dizer a quem eu devo ou não emprestar dinheiro e se devo ou não facilitar o crédito.


Eu não sou sequer dos maiores defensores do intervencionismo estatal (antes pelo contrário) mas isso muda de figura quando o Estado, a nível excepcional, estende um braço de 20 mil milhões de euros que vários Bancos se apressaram a agarrar!
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por pedrom » 10/12/2008 23:27

Sem entrar muito na discussão que ando um bocado atarefado gostava apenas de referir que só o factos dos bancos continuarem a concederem crédito como vinham concedendo já era bom, no entanto tem estado a cortar completamente e a exigir garantias e mais garantias!!!

É certo que esta ideia "inocente" dos nossos politicos foi maquinada pelos próprios bancos e encapotada de ajuda ás familias e às empresas.... enfim cada um pensa o que quiser e eu penso desta maneira enquanto puder!!!!

Se esta medida foi para evitar o colapso de empresas privadas (ainda que importantes) o que se vai fazer às outras empresas que estão a colapsar todos os dias ou em vias de ??? Deixar que vão por àgua abaixo ??? Conheço muita gente à beira do desespero por problemas de liquidez causado pelos bancos!!!!

Pode ser que isto não se torne numa grécia brevemente!!!!
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por Pata-Hari » 10/12/2008 23:20

Marco, queres que digam o quê? "estamos à rasquinha, por muito que paguemos taxas acima do mercado, não temos liquidez que nos permita fazer os negócios habituais e o crédito habitual que gostaríamos de fazer"?. É claro que numa situação de falta de liquidez se rarifique o crédito concedido, se aumentem os spreads e se exijam garantias nunca antes pensadas. É o negócio. E tudo isto apenas num cenário de se voltar para valores historicamente normais (os últimos anos é que foram anormais nas condições e na falta de exigência do crédito concedido).
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 23:13

Já agora, note-se o discurso dos próprios Bancos (que como já tinha dito atrás acabava por ir no mesmo sentido). Mas neste exemplo que vou deixar é ainda mais evidente:

Banca
BES vai recorrer à garantia do Estado

29.10.2008 - 18h04 Cristina Ferreira
O Banco Espírito Santo (BES) vai recorrer à garantia dada pelo Estado para que os bancos nacionais se possam financiar. Quem o garantiu foi Ricardo Salgado, líder do BES que, no entanto, não adiantou se o banco o iria fazer este ano.

"Claro que vamos. Com certeza absoluta. Os bancos devem aproveitar a oportunidade e vão fazê-lo, não de forma gratuita, mas pagando uma comissão razoável ao Estado", sublinhou Ricardo Salgado quando confrontado com a hipótese de o BES poder vir a recorrer á garantia de 20 mil milhões disponibilizada pelo Estado para avalizar necessidades de financiamento da banca.

Ricardo Salgado ressalvou, no entanto, que as necessidades de financiamento do Banco estão asseguradas até ao final de 2009 não adiantando quando é que o BES vai recorrer à garantia do Estado.

"Todos os bancos na Europa estão a recorrer às garantias disponibilizadas pelos seus Estados e os bancos portugueses não a usarem perdem uma oportunidade e capacidade para emprestar dinheiro á economia", sublinhou o líder do BES.

Ricardo Salgado referiu aindsa que nas operações de médio e longo prazo os spreads das taxas de juro ainda estão muito altos, mas que a tendência é de descida e que em Portugal não houve comportamentos de risco nem de alavancagem por parte da banca.


http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... id=1347997
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por Pata-Hari » 10/12/2008 22:55

Marco, as garantias são o que são e sabe-se o que são. Politicamente, podes fazer o discurso que quiseres mas não vais conseguir fazer um bolo com um ovo.

Os bancos que recorreram não precisam desesperadamente de liquidez mas pelos vistos alguma dá jeito :roll: (será que esses bancos até são os que estão a pagar taxas acima do mercado? - pergunta totalmente inocente da minha parte) . O que se evita são situações dramáticas de falta de liquidez que coloquem em causa a solvência dos bancos.
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 22:50

Pata-Hari Escreveu:Marco, evitar que os bancos vão à falência por falta de liquidez é ajudar as familias. O que está lá é correcto e bate certo com o que eu escrevi.

O que não se entende, porque não vi nenhuma medida que directamente faça isto é:

A escassez de crédito que estávamos a viver estava a pôr em causa o investimento das empresas e o crédito às famílias", justificou José Sócrates, referindo-se à lei, aprovada quinta-feira na Assembleia da República.



As palavras são do Primeiro Ministro e foi o Governo que avançou com esta medida. Estas declarações não surgiram agora, foram logo na ocasião portanto, junto da "populaça" o que se transmitiu desde o início foi que a ideia não era ajudar os Bancos mas sim ajudar as famílias e as empresas, com referências directas ao acesso ao crédito.

Os próprios Bancos que recorreram (rapidamente) à Garantia do Estado reitararam eles próprios que estavam a candidatar-se mas que não tinham problemas de liquidez e quem nem se devia alimentar essa ideia. Portanto, afastaram a hipótese eles próprios que estivessem a concorrer devido a riscos de falência, o que só serviu para reforçar em todos nós a convicção de que as pesadas restrições ao crédito iam recuar e que as coisas voltariam ao normal...
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por Lion_Heart » 10/12/2008 22:44

Pata como pareces andar noutra onda vou deixar aqui umas declarações do nosso PM:

"Garantias do Estado à banca permitiram reduzir taxas do crédito à habitação
O primeiro-ministro sustentou hoje que a decisão do Governo de conceder garantias aos bancos permite agora reduções nas taxas Euribor, referência no crédito à habitação, e acusou a oposição de fazer política com base no insulto.

"Lamento que a oposição faça política apenas com base no insulto e na vontade de dizer mal. O país precisa de respostas que estejam à altura da crise internacional que vivemos", declarou José Sócrates na Assembleia da República.

Falando aos jornalistas após a votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2009, que foi aprovado com os votos do PS, José Sócrates disse que a preocupação do Governo "é proteger o país, as empresas e as famílias".

"Este orçamento é uma resposta à altura da situação, porque pretende em primeiro lugar baixar os impostos para as empresas, estudar linhas de crédito que resolvam o problema da liquidez no sistema bancário e resolver o problema do investimento público, que é absolutamente essencial para manter o emprego", declarou o primeiro-ministro.

José Sócrates sustentou também que a proposta de Orçamento quer "proteger as famílias, aumentando o abono de família ou melhorando as deduções fiscais em sede de IRS, particularmente no crédito à habitação".

"Desde que o Governo tomou a decisão de avançar com as garantias aos bancos isso significou uma redução da taxa Euribor, que vai aliviar as prestações de habitação a muitas famílias portuguesas. Isso fica a dever-se a uma acção coordenada ao nível europeu", afirmou o primeiro-ministro.

Em novo ataque às forças da oposição, Sócrates considerou que são medidas como as que acabara de citar que "ajudam os portugueses a enfrentar os tempos difíceis" actuais.

"Infelizmente, não é com insultos, nem com agressividade verbal, que mostra apenas o desespero das pessoas, que se resolvem os problemas", advogou.

Nas respostas às perguntas feitas pelos jornalistas, Sócrates recusou a perspectiva de que as garantias bancárias concedidas pelo Estado sirvam apenas para beneficiar os banqueiros.

"As ajudas aos bancos são ajudas concedidas à economia portuguesa. Nós não estamos a ajudar nem banqueiros nem accionistas de bancos. Estamos apenas a dar garantias aos bancos para que os bancos tenham dinheiro para ajudar a economia portuguesa", justificou.

Para José Sócrates, caso não houvesse qualquer sistema de garantias, Portugal "teria falências e famílias que, estando endividadas, ficariam com maiores encargos ao nível dos juros".

"Só com muita demagogia e com muita vontade de recorrer à mentira se pode considerar que as ajudas aos bancos não servem para ajudar a economia portuguesa", insistiu.

in Destak/Lusa"
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por Pata-Hari » 10/12/2008 22:44

Marco, evitar que os bancos vão à falência por falta de liquidez é ajudar as familias. O que está lá é correcto e bate certo com o que eu escrevi.

O que não se entende, porque não vi nenhuma medida que directamente faça isto é:

A escassez de crédito que estávamos a viver estava a pôr em causa o investimento das empresas e o crédito às famílias", justificou José Sócrates, referindo-se à lei, aprovada quinta-feira na Assembleia da República.


Bem que o sócrates poderia explicar em quê que o aval ao crédito interbancário afecta isto directamente - mas não sei se seria capaz.
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 22:36

Pata-Hari Escreveu:Marco, o que está garantido é exclusivamente o crédito interbancário: o governo dá uma garantia a quem empresta em como lhe é devolvido. Ou seja, os bancos em vez de se recusarem a emprestar a bancos com falta de liquidez, aceitam correr esse risco. O objectivo é reestablecer o crédito interbancário por modo a evitar situações como as do BPP (que era tão grave que nem essa garantia chegava).


O Governo já reiterou que a Garantia não é para ajudar os Bancos mas sim a Economia e as Famílias.

Se é o Governo que diz ao "povo" uma coisa mas acorda com os bancos "por trás" outra, então já temos um problema de outra ordem...


Um exemplo onde fica bem claro para que é suposto ser a Garantia especial:


Garantia de 20 mil milhões não é "para ajudar a banca"
2008-10-18

O primeiro-ministro afirmou, este sábado, que a lei que permite a concessão extraordinária de garantias à banca até 20 mil milhões de euros não é "para ajudar a banca", mas sim para "servir a economia e as famílias".

"O que nós fizemos não foi para ajudar os bancos, foi assegurar que existe dinheiro nos bancos para servir a nossa economia e as famílias", afirmou José Sócrates, na abertura de um plenário de militantes do PS, em Loures, para apresentar o Orçamento do Estado de 2009.

Esta é a resposta de José Sócrates às críticas do PCP e do Bloco de Esquerda que na quinta-feira, dia em que a lei foi debatida no Parlamento, acusaram o Governo de querer ajudar a banca, naquele que é "o maior pacote financeiro da história".

"A escassez de crédito que estávamos a viver estava a pôr em causa o investimento das empresas e o crédito às famílias", justificou José Sócrates, referindo-se à lei, aprovada quinta-feira na Assembleia da República.

Este diploma, a par da proposta de Orçamento, acrescentou, "é importantíssima para que a economia possa encarar com mais optimismo as respostas que a crise financeira internacional exige".

A lei que permite a concessão extraordinária de garantias a instituições de crédito até 20 mil milhões de euros, já promulgada pelo Presidente da República, foi aprovada quinta-feira no Parlamento, com os votos a favor do PS, PSD e CDS, os votos contra do Bloco de Esquerda, PCP e Verdes e a abstenção do socialista Manuel Alegre.



http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economi ... id=1031014


Esta medida conjuga-se com outras onde fica perfeitamente claro que a intenção é promover/facilitar o acesso ao crédito para evitar quebras de consumo e uma eventual deflacção.

Contudo, os Bancos que se apressaram a canditar-se a estas garantias especiais com um fim bastante explícito, não estão - pelo menos para já - a fazê-lo reflectir junto das empresas e das famílias.


Se os Bancos não concordam com a ideia só tinham que não concorrer ou utilizar as medidas excepcionais disponibilizadas!
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por Pata-Hari » 10/12/2008 22:28

Marco, o que está garantido é exclusivamente o crédito interbancário: o governo dá uma garantia a quem empresta em como lhe é devolvido. Ou seja, os bancos em vez de se recusarem a emprestar a bancos com falta de liquidez, aceitam correr esse risco. O objectivo é reestablecer o crédito interbancário por modo a evitar situações como as do BPP (que era tão grave que nem essa garantia chegava).

Não se falou no crédito às empresas e não vejo porque se deve obrigar um banco a emprestar dinheiro a outro. POr essa ordem de ideias, eu até sei que tens uns DPs num banco, porque não obrigar-te a ti, Marco, a emprestar a umas empresas? até te permitem receberes uma taxa de juro melhor que a euribor, se recuperares a massa, naturalmente.
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por Lion_Heart » 10/12/2008 22:18

Ja aqui referi isto mais que uma vez e volto ao mesmo.
E desta vez concordo com o Marco.
O nosso Governo sempre referiu que o "aval" a banca se deve unicamente para manter o circuito a funcionar.
Que as empresas e as familias tenham "se puderem" a liquidez que necessitem.
Mas o que acontece é que a banca pegou nessa liquidez e guardou-a .
No resto andam a renegociar no que podem ( no meu caso puseram um spread de 5% quando era de 1,5% no credito empresa) .
Por iso é que digo que deviam deixar falir a banca como deixam as empresas e as familias.
O panico é uma treta. O Governo nacionaliza o banco e fica tudo na mesma ( sai e um banqueiro de cena).
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por MarcoAntonio » 10/12/2008 22:03

Não posso concordar com as diversas manifestações apresentadas na medida em que os Bancos estão a receber ajudas especiais e garantias especiais que foram dadas com o propósito de que os Bancos voltassem a facilitar o crédito, nomeadamente às empresas.

Os Bancos estão a absorver as ajudas especiais (que o resto da Economia não está a receber muito embora muitos sectores estejam igualmente em dificuldade) e não estão a fazer reflectir isso às empresas.

O corte ao crédito das empresas está a ser enorme e tem havido reiterados relatos de que os Bancos continuam com a mesma postura...


Estaria tudo bem se os Bancos não estivessem a receber garantias e ajudas especiais!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Pata-Hari » 10/12/2008 21:59

Qualnhick, quem está a dar crédito a outros bancos usando a garantia, concordarás que não tem obrigação nenhuma, certo? afinal, já estão a fazer o seu papel providenciando liquidez que é necessária e que não cederiam caso não houvesse garantia (não fazem crédito a quem acham que pode não reembolsar, estão no seu direito, como concordarás).

Quem o está a receber crédito com base nessa garantia, está à partida com dramas de falta de liquidez, logo, sem capacidade para fazer crédito.
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por MikeCorp » 10/12/2008 21:53

O responsável quer que o governa critique os bancos, pelo que indirectamente critica. A questão aqui é, tal como referi no post anterior, que empresas estão a ir a falência? vamos ajudar os cafés, lojas de conveniência e lojas de roupa?
Para além disso os bancos não erram, quem erra são as pessoas que estavam a comandar os destinos dos bancos nessas alturas, cujos actos deveriam ser julgados no local próprio, tribunal.
As pessoas não tem, aparentemente, noção do papel vital das instuições financeiras no capitalismo e democracia. Vamos agora repetir o erro do passado e emprestar dinheiro a tudo e todos? O objectivo das garantias e empréstimos ilimitados do BCE passavam por descongelar o mercado interbancário e, dessa forma, reduzir a euribor, o que atenção, reduz as despesas do português médio e abre portas a que investimentos viáveis, repito viáveis, sejam garantidos.
Não vamos obrigar os bancos a emprestar dinheiro poruqe, apesar das garantias, ainda são privados. E, tal como referi, emprestar dinheiro a todos foi um dos erros que levou á crise em que nos encontramos.
A ideia de limitar o spread é mexer com um mercado que se quer livre. Regulação é sempre bom mas calma, não nos deixemos levar pelas emoções. Além disso, mesmo que o efectuassem, voltávamos à questão principal: mas alguém no seu perfeito juízo vai emprestar dinheiro a quem não apresenta um projecto válido e lucrativo?
O maior perigo desta crise reside precisamente nas revoluções baseadas nas emoções que se pretende agora efectuar. Calma meus amigos, calma e ponderação é o que é preciso.

Abraço
 
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