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Caldeirão da Bolsa

Venda do Banco Privado Português está a ser negociada

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por The Mechanic » 27/1/2009 16:33

Ultima hora :

Ministério Publico , Policia Judiciária e CMVM estão nas instalações do BPP

in RTP1


...coisa boa, não é...


Um abraço ,

The Mechanic
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ok ok .

por mcarvalho » 30/11/2008 18:10

obrigado .. as minhas desculpas.

é a das ultimas do bpi

abraço

mcarvalho
 
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por Pata-Hari » 30/11/2008 18:07

mas como é má demais, nunca fica mal repetir :twisted:
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Re: imagem de Portugal

por Rockerduck » 30/11/2008 17:01

mcarvalho Escreveu:Governo salva BPP para defender :mrgreen:
29/11/2008


O Governo optou por socorrer o Banco Privado Português devido ao efeitos que a falência do banco teria na imagem de Portugal nos mercados externos, bem como a crise de confiança que acarretaria internamente, noticia o "Expresso".

De acordo como semanário, estes foram os dois factores determinantes para o Executivo ter tomado a decisão política de salvar a instituição, apesar de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerar que a falência do BPP não acarretaria riscos graves para o sistema financeiro e de se ter mostrado particularmente irritado com o facto de o presidente do banco, João Rendeiro, ter dito publicamente precisar de 750 milhões depois de lhe ter sido comunicado que tal não seria possível.

A injecção de 600 milhões no BPP, a nomeação de dois ou três administradores e a suspensão de funções de Rendeiro resultam de negociações lideradas por Constâncio, enquanto as autoridades de supervisão (BdP e CMVM) passam as contas do banco a pente fino.


A Pata já citou esta notíca aqui.
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imagem de Portugal

por mcarvalho » 30/11/2008 14:30

Governo salva BPP para defender :mrgreen:
29/11/2008


O Governo optou por socorrer o Banco Privado Português devido ao efeitos que a falência do banco teria na imagem de Portugal nos mercados externos, bem como a crise de confiança que acarretaria internamente, noticia o "Expresso".

De acordo como semanário, estes foram os dois factores determinantes para o Executivo ter tomado a decisão política de salvar a instituição, apesar de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerar que a falência do BPP não acarretaria riscos graves para o sistema financeiro e de se ter mostrado particularmente irritado com o facto de o presidente do banco, João Rendeiro, ter dito publicamente precisar de 750 milhões depois de lhe ter sido comunicado que tal não seria possível.

A injecção de 600 milhões no BPP, a nomeação de dois ou três administradores e a suspensão de funções de Rendeiro resultam de negociações lideradas por Constâncio, enquanto as autoridades de supervisão (BdP e CMVM) passam as contas do banco a pente fino.
 
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por Rockerduck » 30/11/2008 10:31

BPP pagou um milhão a gestores

in Correio da Manhã

28 Novembro 2008 - 22h00
Banca - aumento dos custos com salários rondou os 25,5%

Os quatro administradores do Banco Privado Português (BPP), instituição bancária especializada na gestão de fortunas que atravessa uma grave crise financeira, receberam, em 2007, mais de um milhão de euros em remunerações e acções do banco atribuídas pelo próprio BPP.

Os custos com os salários anuais de João Rendeiro, presidente do BPP, Paulo Guichard, Salvador Fezas Vital e Fernando Lima, administradores executivos, ascenderam, segundo o relatório e contas de 2007, a 927 015 euros. Em média, cada um dos quatro membros do conselho de administração ganhou 231 753 euros por mês.

A esta despesa anual com salários, acresceu, ainda, um valor total de 76 008 euros em acções do BPP atribuídas pelo banco aos quatro gestores. Ao todo, entre remunerações e acções do banco, os quatro gestores do BPP receberam, no ano passado, 1 003 023 euros, um aumento de cerca de 25,5 por cento face à verba total de 799 354 euros auferida em 2006.

Este aumento dos encargos com pessoal diz respeito apenas a salários, uma vez que o valor das acções atribuídas é igual ao ocorrido em 2006. Com um resultado líquido de 24,4 milhões de euros em 2007, o BPP registou, no ano passado, um acréscimo de 34 por cento face ao lucro de quase 18,2 milhões de euros obtido em 2006. E, mesmo assim, 'em 2007 e 2006, não foram pagos prémios aos membros do conselho de administração do Banco', segundo precisa o relatório e contas do ano passado.

Em contrapartida, em 31 de Dezembro de 2007, segundo o relatório e contas, 'os órgãos de gestão tinham operações de crédito contratadas junto do Banco no montante de 205 963 euros', valor inferior aos empréstimos totais de 235 179 euros registados em igual data do ano anterior.

O documento garante, ainda, que 'o Banco não tem qualquer responsabilidade adicional ou benefício de longo prazo concedido ao conselho de administração, para além dos acima referidos'.

Mesmo com o BPP em situação financeira difícil, João Rendeiro afirmou que está 'num momento de tranquilidade' e mostrou-se convicto de que serão encontradas soluções alternativas ao aval do Estado para evitar a falência do BPP.


ACCIONISTAS

Pinto Balsemão e Stefano Saviotti são accionistas do BPP.

579,6 milhões de euros era o valor dos depósitos no BPP, em 2007. Nas últimas duas semanas, foram levantados 500 milhões de euros.

17,4 milhões de euros foi o valor em dividendos distribuídos pelos accionistas em 2005 e 2006.

António Sérgio Azenha
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por Rockerduck » 30/11/2008 10:27

Queixas contra João Rendeiro no Banco de Portugal
in Correio da Manhã


Várias denúncias de clientes do Banco Privado Português (BPP) contra João Rendeiro estão a ser analisadas pelo Banco de Portugal. As queixas, que são anteriores às actuais dificuldades financeiras do banco, têm por base diversos actos de gestão da administração de Rendeiro à frente do BPP. Estas denúncias terão precipitado a renúncia do banqueiro, que foi conhecida na sexta-feira à noite após reunião dos principais accionistas.



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Re: Re

por Qualnhick » 28/11/2008 23:32

Cem pt Escreveu:Onde se supõe que a esmagadora maioria do dinheiro dos clientes deverá estar provavelmente investido em SVs em fundos específicos junto das empresas em que investiu (ex: BCP, Brisa) e num contexto em que o valor das acções está tão baixo que já nem deve cobrir o capital inicial dos clientes, suponho que seja esse o caso, não existe na prática uma forma milagrosa de devolver o dinheiro aos clientes a não ser que o Banco se financie junto de instituições exteriores.


Os fundos são fundos fechados e não são do BPP são dos subscritores desses mesmos fundos, ou seja, do BPP se subscreveu + dos clientes que subscreveram esses fundos.
Naturalmente que com as cotações ao nivel que estão todos os fundos do BPP deverão estar com perdas elevadas, mas os clientes devem ser regularmente informados desse facto e se pretenderem resgatar o investimento nesses fundos assumem a menos valia, como qualquer investidor na bolsa.
O banco para pagar aos clientes que pretendem resgatar o seu dinheiro nesses fundos só tem de vender a participação referente a esse cliente ...
 
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por Pata-Hari » 28/11/2008 23:09


Maiores accionistas do Banco Privado estão reunidos num hotel de Lisboa


28/11/2008


Os maiores accionistas do Banco Privado Português (BPP) estão reunidos desde as 18 horas num hotel de Lisboa, apurou o Negócios. Em causa está a reunião do conselho consultivo da instituição liderada por João Rendeiro, que Francisco Pinto Balsemão, presidente daquele órgão, convocou para esta sexta-feira.

No órgão consultivo do BPP têm assento os maiores accionistas do banco, como o próprio João Rendeiro (que detém 12,5% do capital), além de Pinto Balsemão (6,02%), Stefano Saviotti (5,83%), João Vaz Guedes (5,81%) e Joaquim Coimbra (2%). Além de personalidades independentes, como Alain Minc ou João de Deus Pinheiro.

No encontro, que deverá prolongar-se pela noite dentro, uma vez que o normal é que inclua jantar, será discutido o futuro da instituição. Recorde-se que o Banco de Portugal está ainda a ultimar os pormenores de um plano de saneamento da instituição, que implicará a substituição da actual equipa de gestão.


Cem, obrigado pelos posts, estão excelentes e cheios de ideias interessantes que deveriam ser aproveitadas. Aliás, suspeito que em parte já o estão a ser (consta que foram suspensos os resgates e sabe-se que não saiu dinheiro do banco - presumo que por simplesmente não haver).
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por Rockerduck » 28/11/2008 8:45

João Rendeiro vai ser substituído na liderança do BPP
O banqueiro afirmou ao Diário Económico que sai do Banco Privado Português se isso facilitar uma solução. Há seis bancos disponíveis para ajudar a salvar o BPP.

António Costa, Maria Teixeira Alves e Maria Ana Barroso

João Rendeiro, presidente do Banco Privado Português (BPP), disse ao Diário Económico que estaria disponível para sair se tal se revelasse necessário para viabilizar o plano de recuperação e saneamento do Banco de Portugal. E disse isso mesmo aos responsáveis da autoridade de supervisão quando começaram as negociações para salvar o banco a que preside. Rendeiro garantiu que não fugirá às suas responsabilidades e que está, assim, disponível para colaborar com as autoridades para resolver o problema do BPP.

A imposição da saída de Rendeiro, noticiada pelo “Público”, é apontada como uma das condições dos bancos comerciais para emprestarem ao BPP entre 550 a 600 milhões de euros no sentido de resolver os problemas de liquidez imediatos. Os bancos CGD, BCP, BES, BPI, Santander Totta e o Crédito Agrícola aceitaram formar um sindicato para ajudar o BPP a responder às dívidas aos bancos, essencialmente estrangeiros, que segundo o relatório e contas de Junho rondava, em termos líquidos, os 423,5 milhões. Para além de o BPP ter ainda de responder aos resgates dos depósitos que se intensificaram nos últimos dias. Em Junho, o banco tinha 740 milhões de depósitos de clientes.

Os advogados das seis instituições financeiras estiveram reunidos ontem, desde as quatro da tarde, com o Banco de Portugal, e com o representante do BPP, José Miguel Júdice, para discutirem a forma como serão garantidos os empréstimos ao BPP. Porque a condição para a cedência de liquidez é que os empréstimos ao BPP estejam protegidos por garantias do Estado (da Direcção Geral do Tesouro), para além de também poderem ser usados alguns activos do banco que tenham ‘ratings’.

Fonte de um dos bancos envolvidos explicou que a decisão de colaborar, em articulação com a autoridades, para salvar o BPP assenta na tentativa de evitar um efeito de contágio ao sistema financeiro, por intermédio das dívidas que o BPP tem a bancos estrangeiros, sobretudo ao Citibank. Se o BPP deixasse de pagar, “os bancos estrangeiros cortavam as linhas de crédito aos outros bancos e isso seria prejudicial para o sistema”, disse a mesma fonte.

O Banco de Portugal recorreu ao artigo 142º da lei bancária – “Plano de recuperação e saneamento” – para intervencionar o BPP, indo para tal nomear dois administradores provisórios. Um deles, segundo soube o Diário Económico, é Fernando Adão da Fonseca, que vem do BCP. Fernando Adão da Fonseca era o presidente da Fundação Millennium BCP até ser substituído por Fernando Nogueira. O ainda director do Millennium BCP já comunicou a sua saída do banco e será um dos administradores que vai gerir o saneamento do banco.

Os accionistas, quer do banco, quer dos veículos, serão os mais prejudicados pela actual situação de desequilíbrio financeiro do BPP, e a intervenção do Banco de Portugal não lhes dá nenhumas garantias de que possam recuperar parte do património aplicado. Os veículos que estão na orla da Privado Holding, e onde o BPP tem menos de 20%, foram endividados para aumentar a rendibilidade dos investimento em acções, mas com as menos-valias potenciais – sobretudo Brisa, BCP e Mota-Engil – os empréstimos aos bancos foram exigindo cada vez mais capital para reforçar as garantias, o que levou a uma situação de quase ruptura. Os maiores accionistas do BPP, além de Rendeiro, são Francisco Pinto Balsemão com 6% e Saviotti com 5,8%. Não se conhece uma eventual exposição destes aos veículos. A Família Vaz Guedes tem 3% do banco e não tem nada nos veículos, revelou fonte do grupo.
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por Flying Turtle » 27/11/2008 19:08

Cem Escreveu:o Rendeiro (...) não tinha o "Masteroid" à disposição


Sem dúvida! :mrgreen:

FT
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por Flying Turtle » 27/11/2008 19:06

Cem Escreveu:se o Estado prestar o aval dos 45M€ ao sindicato de Bancos formado por exemplo pela CGD, BCP, BES e BPI, que vão emprestar dinheiro ao BPP


A minha dúvida, Cem (e pelo que já li aqui no fórum não só minha), é se será assim como dizes ou se, diferentemente, haverá um aval directo de 45M€ ao BPP, mais os avales ao sindicato de Bancos seus credores, sendo os mesmos (avales) calculados em função das carteiras de crédito dos mesmos (bancos credores), caso em que, de facto, se estaria a prestar indirectamente ao BPP o aval que se lhe tinha recusado directamente.

É disto que eu falo quando refiro a engenharia financeira. E se assim for eu, como dono último dos avales, não vou gostar.

FT
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por Cem pt » 27/11/2008 18:52

Flying Turtle Escreveu:
Até porque, reparem, os 45M€ serviriam apenas para devolver num único dia uma parcela diminuta dos depósitos aos clientes mais "afortunados" (qual seria o critério das migalhas?) e a falência estava logo ao virar da esquina...


Exacto Cem, por isso é que o aval do Estado só faz sentido se for conjugado com outras iniciativas (congregando o sector privado mas, como já aqui foi referido, provavelmente indo recorrer indirectamente ao mesmo aval) que permitam evitar o secar dos meios de liquidez do banco.

Ou seja, o BdP não pode conceder o aval directamente ao BPP, mas poderá concedê-lo a quem conceda crédito ao BPP :evil:

Chama-se a isto "engenharia financeira" :evil:

Quanto à solução sugerida, não sei se não será possível apenas num quadro de um processo especial de recuperação de empresas que, aliás, nem sequer sei se é regime aplicável a bancos. Caso contrário, qualquer credor menos paciente poderia a todo momento requerer a falência do banco...

FT




Amigo FT:

É óbvio que as garantias do Estado a cada Banco sedeado em território nacional são prestadas não ao Banco que precisa de se financiar mas sim aos Bancos que concedem as "facilities" dos empréstimos, até a um limite (no caso do Banco que recebe o empréstimo) que não exceda a sua quota no sistema bancário português, no caso do BPP creio ser de 0,22% ou 45 M€.

Só que repara, se o Estado prestar o aval dos 45M€ ao sindicato de Bancos formado por exemplo pela CGD, BCP, BES e BPI, que vão emprestar dinheiro ao BPP, cai-se no cenário que indiquei: o dinheiro vai para o BPP para quê e serve para quê? Para devolver parte do dinheiro aos depositantes ou para que outros fins que não estou a ver? E se pagarem a uns depositantes, os restantes ficam a ver navios? Caímos no cenário da falência que indiquei e o Estado terá de pagar os 45M€ ao sindicato à custa dos nossos impostos!

Quanto à dificuldade de haver um ou vários accionistas do BPP que possam querer impugnar as decisões de uma AG, se as aprovações das deliberações aprovadas estiverem no âmbito da percentagem limite de maiorias simples ou qualificadas de aprovação permitida pelos Estatutos do Banco, não estou a ver problemas pelos quais a impugnação seria considerada improcedente por qualquer Tribunal Administrativo.

Por outro lado creio que a esmagadora maioria dos depositantes até nem serão accionistas do BPP, suponho eu, portanto se as decisões forem aprovadas pela AG dos accionistas do BPP e as suas deliberações forem ratificadas pelo Banco de Portugal numa solução deste tipo, que interessa a todos que nem uma luva, não estou a ver que orgão judicial se poderá opor a esta decisão excepcional, sem dúvida, mas quase única para salvar os interesses de todos os envolvidos!

A solução proposta é óbvio que favorece mais a posição dos grandes depositantes que teriam muito mais a perder do que os pequenos depositantes.

Não sei se existem depositantes com menos de 100.000 € depositados, num Banco de Private Equity acho difícil isso acontecer.

Portanto todos os depositantes têm mais a ganhar com esta solução do que receber apenas o limite máximo do Fundo de Garantia.

A solução é do tipo: ou se salvam todos ou só recuperarão uma percentagem muito pequena que nunca atingirá os 100% dos seus depósitos actuais.

Claro que aqueles que estão muito próximo do limite do Fundo poderiam insistir em reaver a massa. Para evitar essa situação de imagem de contestação na praça pública e eventuais tentativas de impugnações extra-AG de umas dezenas de clientes mais "desesperados" que nem queiram ouvir falar em razoabilidade, a Administração do BPP poderia ter outros rebuçados para os calar.

Como?! Não duvido que deverá haver certamente muita gente aflita e outras do tipo "perdidos por cem perdidos por mil", daí que uma solução sensata para amortecer esse impulso das impugnações e contestações nestes casos seria o BPP oferecer, logo que termine o período pós-moratória, uma taxa de rentabilidade adicional e cumulativa aos depósitos anteriormente efectuados de por exemplo +5% ou 6% ao ano para a primeira parcela fixa de 50.000 € de depósitos de cada cliente, se um dia houver dinheiro para isso, como é óbvio...mas sendo o Rendeiro um gestor / investidor pelo qual até tenho uma grande admiração, independentemente do azar que lhe bateu à porta com os mercados em baixa (não tinha o "Masteroid" à disposição! :mrgreen: ) por acaso até acredito que sim, que a equipa dele poderá cumprir mais tarde com as suas obrigações aos clientes que nele confiaram!



Cem
Editado pela última vez por Cem pt em 27/11/2008 19:14, num total de 1 vez.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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por Flying Turtle » 27/11/2008 17:42

Até porque, reparem, os 45M€ serviriam apenas para devolver num único dia uma parcela diminuta dos depósitos aos clientes mais "afortunados" (qual seria o critério das migalhas?) e a falência estava logo ao virar da esquina...


Exacto Cem, por isso é que o aval do Estado só faz sentido se for conjugado com outras iniciativas (congregando o sector privado mas, como já aqui foi referido, provavelmente indo recorrer indirectamente ao mesmo aval) que permitam evitar o secar dos meios de liquidez do banco.

Ou seja, o BdP não pode conceder o aval directamente ao BPP, mas poderá concedê-lo a quem conceda crédito ao BPP :evil:

Chama-se a isto "engenharia financeira" :evil:

Quanto à solução sugerida, não sei se não será possível apenas num quadro de um processo especial de recuperação de empresas que, aliás, nem sequer sei se é regime aplicável a bancos. Caso contrário, qualquer credor menos paciente poderia a todo momento requerer a falência do banco...

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Re

por Cem pt » 27/11/2008 17:32

O certo é que o Fundo de Garantia para os clientes irem buscar os valores limites legais só pode ser desencadeado se o Banco for considerado falido.

Para além do mais acho que nenhum cliente gostará de receber apenas uma parcela pequena dos seus depósitos, se o BPP é um Banco de Private Equity com cerca de 3000 clientes e onde se fala em depósitos no valor de 750 M€, significa que em média cada cliente terá lá "investido" cerca de 250.000 €.

Que eu saiba a falência ainda não aconteceu nem é previsível que venha a acontecer enquanto não se esgotarem soluções possíveis que deverão estar a ser equacionadas quer pela Adminstração do BPP quer pelo BdP.

O grande problema dos Bancos em dificuldades e no caso do BPP em particular é a corrida ao resgate da massa.

Onde se supõe que a esmagadora maioria do dinheiro dos clientes deverá estar provavelmente investido em SVs em fundos específicos junto das empresas em que investiu (ex: BCP, Brisa) e num contexto em que o valor das acções está tão baixo que já nem deve cobrir o capital inicial dos clientes, suponho que seja esse o caso, não existe na prática uma forma milagrosa de devolver o dinheiro aos clientes a não ser que o Banco se financie junto de instituições exteriores.

O problema é que com a falta de liquidez do mercado interbancário, onde os spreads de risco subiram de forma exponencial para valores proibitivos e numa escala bem mais acentuada que a descida da taxa de referência da Euribor, as instituções com notação de rating de crédito abaixo de B+ ou inexistente, como seja o BPP, provavelmente teriam de fazer face a encargos proibitivos futuros , se é que não têm já as portas do crédito fechadas devido aos rumores de insolvência que circulam.

Restava ao BPP pedir a boia de salvação da garantia do Estado Português (rating 1A+, creio, idêntico ao da CGD) pois nesse caso o mercado poderia emprestar o valor pedido sem problema. Se o BPP não devolvesse mais tarde a massa que pediu emprestada, o sindicato de bancos que emprestasse o dinheiro ao BPP só teria que accionar a garantia e o Estado Português (o cidadão português)lá teria de pagar...

Como o Estado Português já referiu que só garante 45 M€, referente à quota representativa do BPP no nosso mercado bancário, estando essa quantia bastante aquém da totalidade que os clientes terão querido resgatar recentemente dos seus depósitos, o único caminho que vejo para o salvamento do Banco, na minha óptica, é convocar uma Assembleia Geral e propor as seguintes medidas:

- Moratória de suspensão de todos os resgates de capital dos clientes durante um período de cerca de 3 anos, até dar tempo aos mercados para recuperarem do ciclo baixista em que se encontram.

- Ir pagando contudo uns rebuçados aos depositantes, nomeadamente os dividendos sobre os investimentos durante o período em causa, no caso das empresas em que o BPP está investido distribuirem entretanto dividendos.

- Ao fim de 3 anos avaliar se a eventual recuperação foi ou não suficiente para recuperar a totalidade dos investimentos da carteira de activos do BPP.

- Se a recuperação não se registou, renovar a moratória por mais 3 anos. Se a recuperação originou uma recuperação parcial de activos de X milhões de Euros, disponibilizar X/2 para distribuição de um valor ao "pro rata" aos depositantes que quiserem, de acordo com a ponderação de cada um, destinando os restantes X/2 para recapitalizações para o período renovável da moratória seguinte.



Enfim, fica uma ideia ou uma contribuição de um cidadão anónimo, se é que alguém não pensou já numa coisa parecida!

Desta forma ganhavam todos: o BPP continuava a sua actividade para que estava vocacionado, os clientes poderiam recuperar mais tarde a sua massa e o Estado Português escusava de arriscar 45 M€ que, com toda a probabilidade, teria de desembolsar a fundo perdido (ou seja, teremos todos de pagar com os nossos impostos) aos Bancos que emprestarem esse dinheiro ao BPP.

Até porque, reparem, os 45M€ serviriam apenas para devolver num único dia uma parcela diminuta dos depósitos aos clientes mais "afortunados" (qual seria o critério das migalhas?) e a falência estava logo ao virar da esquina...



Cem
Editado pela última vez por Cem pt em 27/11/2008 17:53, num total de 3 vezes.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

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por JCS » 27/11/2008 17:03

A ideia principal por detrás dos avales de €20.000 milhões era que o capital desses empréstimos chegassem à economia "real" de maneira a que a disponibilidade de liquidez permitisse a continuação do consumo (ou seja, que o consumidores não secassem por falta de crédito e os negocios se continuassem a fazer). A realidade é bem diferente.

O que os bancos estão a fazer é refinanciarem a sua própria divida e os montantes não estão a chegar à economia (tanto em portugal como noutros países), ficando a economia cada vez mais escassa de negócios e consequentemente cada vez mais fraca.

Quem anda na rua vê bem que não há dinheiro para nada, mas esta não é para já uma preocupação dos bancos. A preocupação deles é mais com os empréstimos que já têm em carteira e menos com a concessão de novos empréstimos. Esta situação espelha a fragilidade da carteira de crédito da maioria dos bancos (atingindo proporções bem piores noutros paises).

Cumprimentos

JCS
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"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
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por pedrom » 27/11/2008 16:54

Bar Escreveu:Certo, a cotação não terá grande interesse nessa decisão....


Sim eu sei, mas onde eu quero chegar é que o estado está a dar uma garantia a uma empresa maior do que o seu valor presente!!!

Isto parece-me um contracenso, mas atenção que é apenas a minha opinião!!!!

E baseada em quê?
Quando o estado vai ser fazer uma penhora para garantia de uma divida avalia os bens da empresa "por baixo" afim de obrigar os empresários a darem mais e mais até cobrir o valor em divida!!!

E se depois de um banco destes (nem vou falar em nomes para não ser acusado de nada) depois de receber o aval do estado falir? Onde é que o estado tem a garantia?

Agora e de repente "mete-se" nas mãos dos bancos aos mil milhões para estes ajudarem a economia e eles depois destas garantias continuam a reduzir os empréstimos!!! (noticias que tem vindo a publico!!!)
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por JCS » 27/11/2008 16:53

pedrom Escreveu:
JCS Escreveu:
Bar Escreveu:Eu acho que o valor em bolsa pesa pouco nessa decisão, acho que o valor dos activos que o banco garante é que pesa na decisão do montante a emprestar...


O estado avaliza os empréstimos na proporção do volume de crédito concedido por cada banco.

Cumprimentos

JCS


Ou seja quanto mais crédito for concedido, maior o risco da instituição, maior a garantia do estado, será assim em traço gerais?


Li que sim. Quanto maior o crédito concedido à economia mais o estado "apoia" nesta fase de aumento de situação de mal-parado, facilitando refinanciamentos das dividas existentes a melhores taxas.

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BPP

por johncq » 27/11/2008 16:49

A questão do BPP é sobretudo a queda do valor de mercado de aplicações em "private equity", cujo montante avaliado ao "market to market" já não responde pelas responsabilidades (essencialmente a divida emitida). Esta situação assemelha-se similar à que se verificou no mercado financeiro dos EUA e que gerou um efeito contágio, que muito impactou a confiança dos investidores e aforradores. O cenário de um Sindicato Bancário para substituir o Bdp não coloca aqui uma pressão no risco sistémico podendo a prazo os Bancos financiadores terem de converter a posição de mútuo por participações de capital ?

Talvez esteja a ser alarmista mas deve ser menos oneroso "puxarem" pela cotação do Millennium, Brisa, etc. .
 
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por pedrom » 27/11/2008 16:42

JCS Escreveu:
Bar Escreveu:Eu acho que o valor em bolsa pesa pouco nessa decisão, acho que o valor dos activos que o banco garante é que pesa na decisão do montante a emprestar...


O estado avaliza os empréstimos na proporção do volume de crédito concedido por cada banco.

Cumprimentos

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Ou seja quanto mais crédito for cencedido, maior o risco da instituição, maior a garantia do estado, será assim em traço gerais?
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por Bar » 27/11/2008 16:40

Certo, a cotação não terá grande interesse nessa decisão....
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por JCS » 27/11/2008 16:38

Bar Escreveu:Eu acho que o valor em bolsa pesa pouco nessa decisão, acho que o valor dos activos que o banco garante é que pesa na decisão do montante a emprestar...


O estado avaliza os empréstimos na proporção do volume de crédito concedido por cada banco.

Cumprimentos

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por Flying Turtle » 27/11/2008 16:28

nunofaustino Escreveu:Ulisses, na mho, nem o BPN nem o BPP deveriam ter sido salvos.

O primeiro porque era uma fraude (logo o problema não é provocado pelo problema em financiar a instituição) e o segundo porque era banca de investimento sendo bastante difícil perceber como chegaram a este ponto


De acordo quanto ao princípio. Como na altura da decisão sobre o BPN comentei, a questão é que há uma grande diferença entre a realidade e a percepção.

Imagina as parangonas dos jornais na altura:

"Governo mentiu ao prometer que não deixaria nenhum banco cair"

"Afinal única garantia dos depositantes é o Fundo de Garantia"

Quais teriam sido as consequências?

Agora, com o BPP, é diferente:

- Porque já não é possível esse tipo de reacção;

- Porque a ideia generalizada é que se trata de um banco para "afortunados" - logo, "os ricos que paguem a crise";

- Porque o número de depositantes e o montante global dos depósitos (aquilo que estaria / estará em causa numa falência) é absolutamente desprezível no contexto global, e totalmente suportável pelo Fundo de Garantia sem fazer ondas. Dentro dos limites estabelecidos, é claro.

NMHO, claro.

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por Ulisses Pereira » 27/11/2008 16:27

Nuno, mas isso já é outra discussão sobre a qual nunca opiniei. Nem o tenciono fazer. :)

Um abraço,
Ulisses
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por nunofaustino » 27/11/2008 16:16

Ulisses, na mho, nem o BPN nem o BPP deveriam ter sido salvos.

O primeiro porque era uma fraude (logo o problema não é provocado pelo problema em financiar a instituição) e o segundo porque era banca de investimento sendo bastante difícil perceber como chegaram a este ponto.

Um abr
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Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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