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Caldeirão da Bolsa

Avaliando o pulso à crise

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por tiagopt2 » 12/11/2008 23:27

pedrom Escreveu:Concordo com o que dizes!!!!

Só não estou a perceber a escala que utilizas no gráfico.....0 200 400 600 (distâncias entre os valores) Se tiver a dizer asneira perdão... :oops: :oops: :oops:


É uma escala semi-logarítmica. Os valores são ajustados conforme a percentagem de variação. Num gráfico de muito longo prazo como este, deve ser esta a utilizada
Dá uma vista de olhos aqui http://surfaratendencia.blogspot.com/2008/06/escalas-logartmica-ou-linear.html
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por pedrom » 12/11/2008 20:54

Concordo com o que dizes!!!!

Só não estou a perceber a escala que utilizas no gráfico.....0 200 400 600 (distâncias entre os valores) Se tiver a dizer asneira perdão... :oops: :oops: :oops:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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Re: volume

por tiagopt2 » 12/11/2008 20:43

gfalmeida Escreveu:Tiago
Se a análise é de longo prazo, há um aspecto que se destaca no gráfico, que é o volume significativamente maior e crescente desde a década de 90. A análise a este comportamento do volume, permitiu-te tirar alguma conclusão, não tanto em termos de previsões de evolução mas mais sobre a forma como o indice se tem comportado nos ultimos anos? Claro que se tiraste alguma coisa sobre previsão de evolução, melhor... :)
Gonçalo


Olá Gonçalo. A principal razão para este abrupto crescimento dos volumes foi a informatização e a consequente facilitação do acesso aos mercados.
Embora haja outros, penso que esse é o principal motivo. Isso traz-nos algumas vantagens, mas também alguns perigos.
Por um lado aumenta a liquidez e a entrada de cash leva a um aumento das cotações e ao consequente desenvolvimento económico.
Por outro lado, é estupidamente fácil negociar, e isso está acessível a toda a gente. Tal como a informação, que é recebida em simultâneo pelos grandes economistas e pelas donas de casa que vendem uns contratos de futuros enquanto fazem o almoço (sem desfazer as donas de casa!! Eu enqunto faço o almoço, também negoceio :lol: ).
Com isto quero dizer o quê? Muito do capital investido é capital de poupanças de cidadãos com conhecimentos muitas vezes superficiais. Especialmente nos US, em que a tradição é investir as poupanças em acções. Caso a crise económica se continue a alastrar à economia real por mais algum tempo, muitos dessas pessoas podem ver-se obrigadas a resgatar esse dinheiro para as ajudar num momento mais complicado (provavelmente isso até já começou a acontecer).
Embora não tenha dados concretos para suportar a minha opinião, diria que essa debandada de capital pode acelerar o movimento descendente.
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Re: volume

por Jim Beam » 12/11/2008 18:47

gfalmeida Escreveu:...
há um aspecto que se destaca no gráfico, que é o volume significativamente maior e crescente desde a década de 90...


Não podemos também esquecer a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo.
Em particular a desvalorização do dólar neste último período...
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volume

por gfalmeida » 12/11/2008 17:53

Tiago
Se a análise é de longo prazo, há um aspecto que se destaca no gráfico, que é o volume significativamente maior e crescente desde a década de 90. A análise a este comportamento do volume, permitiu-te tirar alguma conclusão, não tanto em termos de previsões de evolução mas mais sobre a forma como o indice se tem comportado nos ultimos anos? Claro que se tiraste alguma coisa sobre previsão de evolução, melhor... :)
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por luis.live » 12/11/2008 14:52

subscrevo e assino por baixo.... :|
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por tiagopt2 » 12/11/2008 14:37

Ulisses,
Eu não fecho as portas a essa possibilidade, de se resolver esta crise de uma forma mais simples e rápida do que agora pode parecer. Se isto fosse uma crise apenas restrita aos mercados, ainda mais acreditaria nessa possibilidade. Mas a economia real está a ser extremamente penalizada, não vai ser possível criar centenas de milhares de empregos em seis meses ou um ano. E sem emprego não há rendimento, sem rendimento não há consumismo, sem consumismo não há crescimento económico.
Os mercados provavelmente já descontaram a recessão em que os EUA entrarão, mas não têm forma de descontar o tempo que durará esta recessão.

Flying Turtle,
A linha azul não existe do ponto de vista técnico :lol: Para isso acontecer, teria de ter pelo menos três toques. E mesmo assim, se eu a fosse avaliar como linha de tendência continuaria a criticá-la.
Chamemos-lhe linha indicativa da amplitude de subida do SP500 :wink:
A única linha de tendência com validade no gráfico é a vermelha, que "só" abrange 18 anos de subidas :lol:
Abraço
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por Flying Turtle » 12/11/2008 13:47

Duas pequenas referências, uma para o Ulisses e a outra para o Tiago:

Ulisses Pereira Escreveu:Queria apenas deixar uma pequena nota: Quando estamos em plena crise económica, todas as crises nos parecem gravíssimas e com consequências devastadoras e, muitas delas, depois são superadas com uma facilidade difícil de prever.

Eu sei, eu sei... desta vez é diferente, ñão tinhamos uma crise financeira desta dimensão desde 1929. Mas há sempre algo que nos faz parecer as crises diferentes e especiais. icon_smile.gif


É bem verdade. No entanto, não é menos verdade que nunca vivenciámos uma queda ao abrupta como esta em que, designadamente, foram batidos anteriores records de quedas semanais.

Tiago, a linha de muito longo prazo (azul) que traçaste não me parece muito válida, uma vez que apenas apresenta dois toques. No tópico Situação técnica dos principais índices mundiais, por exemplo, o MarcoAntonio e eu "dirimimos" sobre LTs de muito longo prazo um pouco distintas, embora, em nenhum dos casos, coincidentes com a tua.

Por outro lado, já várias vezes aqui discutimos que linhas de tão longo prazo têm um interesse técnico quase nulo. Mas não deixam, efectivamente, de servir de referenciais definidores das grandes tendências.

FT
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por Ulisses Pereira » 12/11/2008 13:34

Muito interessante, Tiago.

Queria apenas deixar uma pequena nota: Quando estamos em plena crise económica, todas as crises nos parecem gravíssimas e com consequências devastadoras e, muitas delas, depois são superadas com uma facilidade difícil de prever.

Eu sei, eu sei... desta vez é diferente, ñão tinhamos uma crise financeira desta dimensão desde 1929. Mas há sempre algo que nos faz parecer as crises diferentes e especiais. :)

Um abraço,
Ulisses
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Ulisses Pereira

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Avaliando o pulso à crise

por tiagopt2 » 12/11/2008 1:40

Tal como tinha prometido, aqui fica um pequeno (??) comentário ao estado do SP500, espelho da actual crise financeira. Antes de mais, porquê o SP500? Em primeiro lugar porque é um índice americano, epicentro da crise. Em segundo lugar, porque é quase consensualmente considerado como o índice de maior relevo e que melhor representa a generalidade das empresas americanas (excepto pelos conservadores, para esses é o antiquado DJ), incluindo as empresas ligadas ao ramo imobiliário, à banca e a todos os outros sectores que progressivamente têm vindo a ser afectados com o desmoronar do castelo de cartas.

Olhando para o gráfico de muito longo prazo (os últimos 60 anos), há uma característica que salta à vista. Até à data nunca vivemos um verdadeiro bear market, tudo a que temos assistido são meras correcções técnicas na big picture. Essa big picture é apelidada por alguns de super-bull. No fundo, é isso que alguns economistas defendem dos mercados. Por muito abruptas que sejam as correcções temporárias, a riqueza gera riqueza e o efeito cumulativo há-de sempre sobrepor-se.
Como não pretendo estar para aqui a discutir aspectos teóricos, prossigamos (mas com essa ideia retida no pensamento).
Outro aspecto que salta à vista é um duplo topo nesse super-bull. E era aqui que eu queria chegar... Aliada a toda a desfavorável conjuntura macro-económica, existe um padrão preocupante. É por regra um padrão que dita o final de um bull market. Mas, será apenas o bull dos últimos 4 anos que acabou? Ou podemos estar perante a morte do super-bull, que reina há décadas?
As teorias mais alarmistas apontam nesse sentido, eu não serei tão radical.

Para os menos atentos, recordo que estamos agora a atingir um ponto psicologicamente marcante. Estamos a chegar à zona que marcou a inversão do último bear market. A zona entre os 775 e os 950 pontos havia de se fazer recordar, depois das fortes batalhas de que foi palco ainda há poucos anos atrás. Neste momento, essa zona psicológica está a servir de almofada a um dos bear markets mais severos da história dos bear markets. Quando olhamos para o gráfico nestes últimos meses, vimos uma linha quase vertical, ausente de ressaltos realmente dignos desse nome.
Este factor, aliado ao "tal" efeito psicológico desta zona e ao típico rally pós eleitoral, podem estar a criar aquilo que eu espero que seja um ressalto técnico salutar. Vêem-se muitos optimistas, acreditando que o pior já passou e um novo ciclo se iniciou. Na verdade, não temos razões para estar assim tão optimistas. Senão vejamos...

O anterior bear market teve o seu fundo nos 800 pontos, mais coisa menos coisa. É essa a zona onde actualmente nos encontramos (ou para lá caminhamos com alguma velocidade). É esse o ponto que muitos acreditam ser de viragem.
Ora, sendo o topo do anterior bull market (o de 2000) coincidente com o topo deste mais recente, se dissermos que eles poderão também terminar em valores semelhantes estamos na prática a comparar ambas as crises!

A anterior crise foi gerada pela bolha tecnológica e a sua consequente explosão. Uma crise perfeitamente localizável, especialmente quando comparada com a abrangência da actual. Desta vez, não são apenas algumas .com que estão subavaliadas. Desta vez temos uma crise que afecta a economia real de uma forma tão profunda que poucos se atrevem a revelar até onde isto nos poderá levar.
Não vou estar a falar sobre a crise do subprime, sobre o desemprego, sobre a estagflação, sobre o descrédito das instituições, sobre as restrições ao crédito... Sobre como todos esses factores aliados se podem tornar numa perigosa bola de neve! Não é esse o meu objectivo, até porque todos os dias temos ouvido falar nisso nos mais diversos meios de comunicação e toda a gente tem pelo menos uma noção da realidade.
Permitam-me uma ilustração algo macabra. Compararmos as duas últimas crises é como comparar tumores. A de 2000 corresponderia a um tumor benigno, fácil de localizar e de delimitar. É sempre difícil ter um tumor, mas depois de ele estar localizado e retirado, o único caminho é para a melhoria.
A actual crise corresponderia a um tumor maligno, impossível de delimitar e remover na totalidade. Mesmo tratando a massa principal, teríamos de fazer dolorosos tratamentos para eliminar as células que ficaram. E o pior de tudo: após todo esse esforço, corremos sempre o risco de vir a saber que outros órgãos foram atingidos. E aí, toda a dor teria de recomeçar, com mais um sector afectado.
Embora o exemplo não seja dos mais bonitos serve para distanciar e ajudar a diferenciar a gravidade de ambas as situações.

Temos ouvido nos últimos dias notícias desastrosas, números negativos e preocupantes, indicadores que atingiram valores só vistos pelos nossos avós. Curiosamente, o mercado é o único que não "ouve" esses valores. Alguns defendem que isso já estava mais do que descontado, eu defendo que o mercado ainda os vai incorporar e descontar.

O que é que eu penso que pode acontecer num futuro relativamente próximo?
Vou traçar dois cenários possíveis e até conciliáveis:
- Assistimos a um triplo fundo, o mercado acredita no início do novo bull e temos um rally de 1/2 meses de duração que pode chegar aos 1150/1200 pontos.
- A marca psicológica da última grande recuperação fica para trás e... entramos num vazio de suportes... Abaixo dos 775 pontos, pouco mais há do que anos a fio de subidas. Isso quer dizer que, a acontecer, o mercado teria de criar os seus próprios suportes. Ao criá-los poderiam acontecer ressaltos duradouros, lembrando mini-bull markets. Mas sempre com os traços da descida no horizonte.
Como já disse acima, não sou drástico ao ponto de acreditar que o super-bull chegou ao fim. Mas acredito que o fundo será quebrado e que a procissão só ainda agora vá no adro.

A LTa azul traçada no gráfico tem pouca validade, eu sei. Dois toques em 60 anos é realmente pouco. Mas deixei-a ficar, porque ela tem uma particularidade. Durante mais de 30 anos o índice regeu-se por aquela angulação (19º) nas suas subidas e nas casuais correcções.
Estando o que ela tem de mais semelhante com um suporte poucos pontos abaixo dos 400, não ficaria surpreendido se fosse um re-teste a esta linha esquecida que reavivasse a chama dos touros.
Anexos
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