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Caldeirão da Bolsa

Portugal na lista dos derivados tóxicos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Qualnhick » 4/1/2009 16:58

Pata-Hari Escreveu:ltelesster, há CDSs sobre montanhas de activos. Um exemplo do que se fez na banca portuguesa:

O cliente vende a uma contra-parte um seguro (um CDS) em como se a PT falir, que o cliente está disposto a pagar até X milhões à contra-parte. O que o cliente ganha é um spread sobre esse montante, por exemplo 0.75%. A contraparte será alguém que não quer estar exposto ao risco de falencia da PT e que está disposto a pagar esses 0.75% para cobrir parte do risco. Se o CDS for emitido sobre a CGD, o spread será menor.


Correcto e o Flying Turtle tem toda a razão, o problema é quando o emitente do CDS não tem capacidade financeira para cobrir o custo do risco que, supostamente, está a cobrir. E foi isso que aconteceu nos EUA. É o mesmo que a Reditus emitir CDS´s sobre a Microsoft, se a Microsoft falir quem tiver esses CDS´s agarra-se a ... nada. Na pratica esses emitentes só lucram, porque na hora de cobrir o risco, não existem activos para o cobrir.
 
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por lazarus04 » 4/1/2009 15:14

seria mais interressante o valor do CDS em % do PIB, divida do pais ou valor da empresa já que 6mil milhoes de CDS sobre a divida portuguesa não tem igual valor que 6.2mil milhoes de CDS sobrea a divida francesa (que sera mto maior e com um PIB mto superior logo não tão grave como no caso portugues)
 
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por Rockerduck » 4/1/2009 14:36


3 Jan 2009Expresso Economia

A bomba ao retardador dos derivados

“São os derivados, estúpido!”, diz o analista australiano Mark van der Sluys, que dirige a Bullionmark.com. A prenda armadilhada para o novo ano pode vir a ser os derivados de crédito, gerando-se um efeito dominó se a situação de incumprimentos e de bancarrotas na economia real ficar fora de controlo em virtude da recessão. Mark recorda que, ainda recentemente, o Bank for International Settlements referiu que a pirâmide de derivados deve exceder 1000 biliões de dólares, ou seja, um edifício virtual que vale 15 vezes a economia mundial. “E nos derivados, os derivados de crédito do tipo CDS («credit default swaps»), ligados ao risco de incumprimentos, poderão vir a ser a grande história — dramática — financeira de 2009”, refere o analista. “Bastam uns quantos incumprimentos cirúrgicos para deitar abaixo este castelo de cartas. Em 2008, a Reserva Federal e o Tesouro americanos conseguiram segurar as instituições financeiras que detêm estas pirâmides de CDS, mas não conseguirão segurar com as mãos a avalancha que poderá irromper em 2009 e o contágio que se irá seguir se na economia real os incumprimentos se multiplicarem”, sublinha. J.N.R.
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por Camisa Roxa » 6/11/2008 10:32

um CDS é 1 seguro que eu faço para que, caso a entidade a quem eu não empresto dinheiro não me pague, seja esse seguro a pagar-me

neste caso o que é importante é olhar para os spreads e para o volume dos CDS: quanto maior o spread e maiores os volumes mais os investidores acreditam que existe uma possibilidade de incumprimento

quanto a volumes o risco maior é atribuído à dívida pública de Espanha e Itália e entre bancos o Deutsche lidera...
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por Flying Turtle » 6/11/2008 10:17

Capitão Nemo Escreveu:O Expresso rectificou a noticia acima postada.


O que confirma as reticências que eu e outros aqui levantámos.

E demonstra o cuidado que é preciso ter quando lemos notícias sem uma atitude crítica e não procuramos submetê-las ao escrutínio da razoabilidade.

Os textos publicados na Internet tendem a exigir ainda mais prudência do que os publicados em papel, pela simples razão de que a pressão do "speed to market" determina menos tempo de revisão e análise crítica por parte de quem os publica.

Felizmente, neste caso, trata-se de um Órgão de Informação suficientemente responsável para "retirar do ar" um texto pouco rigoroso - e mesmo enganador - e corrigir o mesmo antes de republicação. No entanto, faltou ao Expresso reconhecer que de facto houve pouco cuidado na publicação inicial. Pelo que agora publicam, quase parece que a culpa da má interpretação é dos leitores...

Mas enfim, fossem todos como este e estaríamos certamente muito mais bem servidos.

FT
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por Capitão Nemo » 6/11/2008 1:22

Entretanto o Jornal de Negócios também publica uma noticia sobre o assunto.

CDS

Investidores têm 8 mil milhões em seguros sobre dívida das empresas portuguesas

Os investidores internacionais têm mais de 8 mil milhões de dólares aplicados em credit default swaps de cotadas portuguesas. Estes contratos permitem ao deu detentor proteger-se do risco do reembolso da dívida.

Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
André Veríssimo
averissimo@mediafin.pt


Os investidores internacionais têm mais de 8 mil milhões de dólares aplicados em “credit default swaps” de cotadas portuguesas. Estes contratos permitem ao deu detentor proteger-se do risco do reembolso da dívida.

Àquele valor somam-se 6 mil milhões de dólares de contratos de seguros sobre obrigações emitidas pela República Portuguesa, num total de 14,9 mil milhões de dólares.

Estes valores foram ontem revelados pelo Depositary Trust & Clearing Corp, controlada por um grupo de bancos activos neste mercado, como o JPMorgan Chase e o Goldman Sachs. O montante de CDS em circulação não era conhecido com rigor, já que este é um segmento sem regulação, onde não existe uma câmara central de compensação.

Segundo a DTCC, os contratos existentes representam 33,6 biliões de dólares. O maior volume diz respeito a dívida com origem em Itália e Espanha. A empresa com valor mais alto de CDS é o Deutsche Bank, com 12,5 mil milhões de dólares.

Mais que o conjunto das empresas portuguesas, onde o BES lidera, com 3 mil milhões de dólares. Segue-se a PT (2,4 mil milhões), a EDP (1,7 mil milhões de dólares) e o BCP (1,6 mil milhões de dólares).

São mais de oito mil os contratos sobre estas quatro empresas portuguesas, sendo que mais de metade são sobre a dívida da PT.



Link http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=339784
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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por Capitão Nemo » 6/11/2008 1:18

O Expresso rectificou a noticia acima postada.

Rectificação

Portugal na lista de CDS emitidos

Os CDS são contratos de transferência de risco de incumprimento que as entidades financeiras realizam para cobrir o risco de dívidas que têm em carteira.

Jorge Nascimento Rodrigues
18:04 | Quarta-feira, 5 de Nov de 2008

O título da notícia "Portugal na lista dos derivados tóxicos". um dos parágrafos no texto, bem como a legenda da fotografia de uma notícia publicada esta manhã no Expresso online, referindo as entidades portuguesas aí existentes, induziram os leitores em erro.

A lista divulgada pela Depository & Trust Clearing Corp diz respeito ao valor líquido em contratos CDS (contratos de transferência de risco de incumprimento) emitidos sobre a dívida de países e entidades, não respeitando a CDS existentes em carteira dessas entidades, como foi interpretado por muitos leitores.

Por essa razão, republicamos a notícia com as rectificações necessárias.

Portugal é um dos 10 países com mais contratos CDS emitidos sobre a sua dívida, segundo uma lista de 1000 entidades divulgada pelo sítio na Internet da Depository Trust & Clearing Corp (DTCC), com base em dados da Trade Information Warehouse. A informação passará a ser actualizada semanalmente.

No total, existem 6 mil milhões de dólares em CDS em valor líquido emitidos sobre títulos de dívida pública portuguesa, envolvendo 767 contratos. Com um valor ligeiramente superior encontra-se a França (6,2 mil milhões) e logo abaixo a Irlanda (5 mil milhões).

Os campeões mundiais com mais CDS em valor líquido sobre a sua dívida são a Itália (22,7 mil milhões de dólares), a Espanha (16,7) e o Brasil (12,3). Sobre as obrigações do tesouro alemãs, as 'bunds', consideradas as mais seguras da Europa, existem CDS no valor de 11,4 mil milhões de euros.

A DTCC revelou que existiam, à data de 31 de Outubro, 33,6 biliões (33.600 mil milhões) de dólares em CDS em valor líquido, em que 91% estavam na mão de 'dealers', entidades profissionais no mercado de derivados.

Na lista das 1000 entidades sobre as quais foram realizadas tais operações encontram-se também dois bancos (BES e BCP) e duas empresas (PT International Finance BV e EDP) portuguesas.

A nível mundial, as empresas e bancos líderes desta lista são o Deutsche Bank (com 12,5 mil milhões), General Electric (12,2), Morgan Stanley (8,4), Merrill Lynch (8,2), Goldman Sachs (6,9), Citigroup (6) e UBS (6).

Os CDS foram inventados no final dos anos 90 do século passado por uma equipa do JP Morgan, depois da crise asiática. Os CDS são contratos de transferência de risco de incumprimento que as entidades financeiras realizam para cobrir o risco de dívidas que têm em carteira.


Link http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/445117
Cumprimentos,

Cap. Nemo
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por Panizzi » 5/11/2008 23:37

JPtuga Escreveu:Panizzi,

Se bem entendo a noticia, apenas quer dizer que, da divida publica e divida de empresas (corporate bonds), emitida em todo o mundo, a divida emitida pelo estado Português e pelas empresas Portuguesas estão em 9º lugar no ranking mundial, e 6º no ranking Europeu, no que diz respeito á sua cobertura de não pagamento por via de "seguros" de crédito, como são os CDS.

Isso quer dizer que a percepção do mercado do risco de incumprimento do Estado Português, e das empresas Portuguesas, é elevado. Por isso compram estes "seguros" para se protegerem dessa eventualidade.
Como o montante em causa, 15 mil milhões de USD, é elevado, e os spreads(prémio de seguro) também, é certo que a emissão de divida destas entidades estará mais caro no futuro, por via do aumento do custo da proteção, bem como poderá haver alguma dificuldade em emitir e colocaressa divida.

Quanto á capacidade dos vendedores desses derivados financeiros, de fazerem face aos potenciais sinistros, penso que o caso da AIG fala por si....
Não sendo produtos regulados, e não havendo obrigação legal de fazer reservas para essa eventualidade, cada emitente depende apenas da sua credibilidade no mercado, para vender este tipo de produtos, acho eu.
Estes produtos são efectivamente iguais aos que fizeram parte da crise do subprime. A diferença está no activo que é subjacente. Convenhamos que uma OT Portuguesa, não terá o mesmo risco, que muitas das hipotecas subprime existentes nos EUA, pelo menos teoricamente :mrgreen:


Obrigado pela tua disponibilidade.
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Ah pois ee ! Nada Obscuro... claro como a agua cristalina...

por bboniek33 » 5/11/2008 22:41

Ou, como alguem chamou a estas praticas:

O Capitalismo sem Capitalistas.

Ee soo manobras, o produto ee ZERO !
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por Pata-Hari » 5/11/2008 22:29

ltelesster, há CDSs sobre montanhas de activos. Um exemplo do que se fez na banca portuguesa:

O cliente vende a uma contra-parte um seguro (um CDS) em como se a PT falir, que o cliente está disposto a pagar até X milhões à contra-parte. O que o cliente ganha é um spread sobre esse montante, por exemplo 0.75%. A contraparte será alguém que não quer estar exposto ao risco de falencia da PT e que está disposto a pagar esses 0.75% para cobrir parte do risco. Se o CDS for emitido sobre a CGD, o spread será menor.
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por paladinhugo » 5/11/2008 20:26

A notícia está também publicada aqui:

http://carteira.pt/2008/11/05/bolsa/est ... al-toxico/
 
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por JPtuga » 5/11/2008 19:44

Panizzi,

Se bem entendo a noticia, apenas quer dizer que, da divida publica e divida de empresas (corporate bonds), emitida em todo o mundo, a divida emitida pelo estado Português e pelas empresas Portuguesas estão em 9º lugar no ranking mundial, e 6º no ranking Europeu, no que diz respeito á sua cobertura de não pagamento por via de "seguros" de crédito, como são os CDS.

Isso quer dizer que a percepção do mercado do risco de incumprimento do Estado Português, e das empresas Portuguesas, é elevado. Por isso compram estes "seguros" para se protegerem dessa eventualidade.
Como o montante em causa, 15 mil milhões de USD, é elevado, e os spreads(prémio de seguro) também, é certo que a emissão de divida destas entidades estará mais caro no futuro, por via do aumento do custo da proteção, bem como poderá haver alguma dificuldade em emitir e colocaressa divida.

Quanto á capacidade dos vendedores desses derivados financeiros, de fazerem face aos potenciais sinistros, penso que o caso da AIG fala por si....
Não sendo produtos regulados, e não havendo obrigação legal de fazer reservas para essa eventualidade, cada emitente depende apenas da sua credibilidade no mercado, para vender este tipo de produtos, acho eu.
Estes produtos são efectivamente iguais aos que fizeram parte da crise do subprime. A diferença está no activo que é subjacente. Convenhamos que uma OT Portuguesa, não terá o mesmo risco, que muitas das hipotecas subprime existentes nos EUA, pelo menos teoricamente :mrgreen:
 
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por Rockerduck » 5/11/2008 18:26

"Opportunity is missed by most people because it is dressed in overalls and looks like work." Thomas Edison
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por Panizzi » 5/11/2008 18:24

Não sei bem o que é que significa esta notícia.

Significa que essas Seguradoras podem não ter dinheiro para pagar por elas também estarem expostas em caso de incumprimentos ?

Significa que existe incumprimento elevado em Portugal e nos outros Países ?

Significa que os Bancos e restantes empresas , deixaram de guardar algum , para retracções como a que estamos a viver e meteram o dinheiro todo no lume ?

Significa que as empresas podem estar mais "despidas" para o frio que já chegou e para o que ainda está para chegar ?

Agradecia uma explicação.
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por Flying Turtle » 5/11/2008 18:15

ltelesster Escreveu:pata-hari, tendo em conta o meu desconhecimento sobre estes produtos, gostaria, caso fosse possivel que me explica-se se estes produtos são os mesmos CDS que existem ás toneladas nos EUA, e que têm por subjacente o crédito subprime?

Obrigado,
ltelesster


Não sou (evidentemente) a Pata-Hari, e não sou sequer especialista na matéria. Arrisco no entanto a minha opinião, sujeita ao escrutínio crítico dos muitos que entendem mais do que eu:

A designação "CDS", que significa "credit default swaps", quer dizer em Português, em tradução completamente livre e despreocupada, "Seguro Contra Créditos não Cobrados". Assim sendo, parfece-me um tanto abusivo colocar tudo o que é CDS no mesmo saco, uma vez que eventuais problemas, a existirem, residem:

- Antes de tudo, ao nível da qualidade dos créditos detidos (e até ao momento nada indica que os créditos da banca Portuguesa estejam inundados do chamado lixo tóxico);

- Em segundi nível, na própria qualidade dos CDS, ou seja, na capacidade de quem efectuou o seguro em pagar as indeminzações devidas por eventuais falhas de crédito. Neste aspecto, tudo dependerá evidentemente de quem são as entidades emissoras desses CDS e até que ponto elas próprias se encontram expostas ao lixo tóxico.

Parece-me assim que concluir desde logo que CDS = lixo tóxico é no mínimo muito pouco rigoroso.

FT
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por ltelesster » 5/11/2008 17:46

pata-hari, tendo em conta o meu desconhecimento sobre estes produtos, gostaria, caso fosse possivel que me explica-se se estes produtos são os mesmos CDS que existem ás toneladas nos EUA, e que têm por subjacente o crédito subprime?

Obrigado,
ltelesster
 
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por Pata-Hari » 5/11/2008 17:40

eu vi e até tenho cópia.

Dizia:

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/444708
15 mil milhões de dólares em CDS
Portugal na lista dos derivados tóxicos
O Governo português, dois bancos (BES e BCP) e duas empresas (PT e EDP) estão entre as mil entidades com mais seguros de crédito (CDS-credit default swaps) baseados na sua dívida. No total são cerca de 15 mil milhões de dólares. Portugal é o 9.º do 'top 10' mundial e o 6.º no conjunto da União Europeia.
Jorge Nascimento Rodrigues

O Banco Espírito Santo integra a lista dos mil maiores detentores de CDS à escala mundial, com com 3,1 mil milhões de dólares


Portugal consta da lista dos 10 países com maior valor líquido em contratos CDS ('credit default swaps') baseados na sua dívida, um tipo de contratos de crédito derivados que têm estado sob a mira da crise financeira.
O país tem 6 mil milhões de dólares em CDS, em valor líquido, sobre os seus títulos de dívida pública, envolvendo 767 contratos. Com um valor ligeiramente superior encontra-se a França (6,2 mil milhões) e logo abaixo a Irlanda (5 mil milhões).
Os campeões mundiais com mais CDS sobre a sua dívida são a Itália (22,7 mil milhões), a Espanha (16,7) e o Brasil (12,3). Sobre as obrigações do tesouro alemãs, as bunds, consideradas as mais seguras da Europa, existem seguros de crédito no valor de 11,4 mil milhões de euros.
Na lista das mil entidades que servem de referência um maior volume de CDS encontram-se também o Banco Espírito Santo, com 3,1 mil milhões de dólares, a PT International Finance BV, com 2,4, a EDP, com 1,7, e o BCP, com 1,6 mil milhões.
Esta listagem passou a ser colocada online desde ontem pela Depository Trust & Clearing Corp (DTCC), com base em dados da Trade Information Warehouse, que regista todo este tipo de movimentos em derivados. A informação passará a ser actualizada semanalmente.
A DTCC revelou que existiam, à data de 31 de Outubro, 33,6 biliões (33.600 mil milhões) de dólares em CDS em valor líquido, em que 91% estavam na mão de 'dealers', entidades profissionais no mercado de derivados.
Entre as entidades não-estatais com mais de 6 mil milhões de dólares em CDS encontram-se o Deutsche Bank que lidera (com 12,5 mil milhões), General Electric (12,2), Morgan Stanley (8,4), Merrill Lynch (8,2), Goldman Sachs (6,9), Citigroup (6) e UBS (6).
Os CDS foram inventados no final dos anos 90 do século passado por uma equipa do JPMorgan Chase (que detém, actualmente, 5,4 mil milhões, menos que os seus parceiros da Wall Street), depois da crise financeira asiática. São seguros de crédito que as instituições financeiras compram para cobrir o risco de não receberem as dívidas que têm em carteira.
Por exemplo, um banco que tenha dívida pública portuguesa e queira eliminar o risco de incumprimento, compra um CDS junto de uma seguradora que lhe pagará o valor em dívida caso o Estado português falhe ao pagamento. Para isso, tal como nos seguros tradicionais, o banco terá que pagar um prémio que é medido como um "spread". Ou seja, se o "spread" for de 0,5% sobre um valor de dez milhões de euros significa que terá que pagar 50 mil dólares.
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por ltelesster » 5/11/2008 17:23

muito estranho.... esta notícia estava disponivel, inclusivé com um alerta de "Ultima hora".....

Isto é realmente estranho...... há por aqui mais alguem que tenha visto esta notícia?

cumprimentos,
ltelesster
 
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por EALM » 5/11/2008 15:45

A notícia foi retirada ?
O link aparece em branco... estranho...
 
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Portugal na lista dos derivados tóxicos

por ltelesster » 5/11/2008 12:29

Boas,

junto envio este link sobre uma noticia do expresso, que refere que Portugal está ente os maiores detentores de CDS (credit default swaps (BES e BCP).

Será que alguem me pode informar se estes CDS tambem terão como subjacente créditos de subprime americanos?

Obrigado,
ltelesster

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/444708
 
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